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Techeit Namusa (‫)נמוסא תחית‬

“legalismo”
Entendemos que ao estudarmos as Escrituras a partir do
hebraico e aramaico compreendemos a visão original dos
primeiros seguidores de Yahushua. Não aceitamos também
“lei oral” “tradições humanas”, techeit namusa – ‫תחית‬
‫( – נמוסא‬legalismo peso de tradições obrigatórias), pois o
Mashiach deixou bem claro que devemos cumprir a Torah,
mas que nossas tradições não podem contradizer a Torah.

O livro de Gálatas posa algumas dificuldades para o


entendimento por causa destas razões:

1 - O entendimento equivocado de que o livro tenha


sido escrito a “Igrejas na Galácia.” Para que isso fosse
verdade, seria necessário considerar o que historicamente
chamamos de “a província da Galácia” (visto que a
“pequena Galácia” era pequena demais para que a
referência fosse a diversos grupos). O problema é que a
“província da Galácia” continha inúmeras cidades com
dialetos completamente distintos - isso sem falar no fato
de que provavelmente os problemas seriam muito
diferentes para cada uma. Teólogos mais céticos defendem
que isso seja uma total improbabilidade.

Mas então para quem foram escritas? O aramaico nos


responde, ao apresentar o termo “GalutYah”, que é uma
referência à expressão “galut”, que no hebraico significa
“dispersão”. A “Galutyah” seria a “dispersão de Yah”, isto
é, aqueles que foram dispersos por YAHUAH, Ou seja,
israelitas que, por sua infidelidade, haviam sido dispersos
entre as nações conforme profetizado na Torah. Isto é
evidenciado ainda mais pela expressão “achay d'aimi” que
o grego traduz incorretamente como “irmãos que estão
comigo”. Ora, se os irmãos estivessem com Sha'ul, pra
que uma carta? Na realidade “achay d'aimi” significa:
“irmãos do meu povo”, indicando para quem Sha'ul
destinava a carta.
2 - O segundo problema está na questão da tradução
do termo “aivda d'namusa”, que é equivalente ao
hebraico “ma'aseh haTorah”, normalmente traduzido
como “obras da lei”. Na realidade “ma'aseh haTorah” é
uma expressão usada para se referir, na literatura judaica,
a atos de importantes rabinos que se tornavam preceitos. A
premissa era a de que se um “grande tsadik/justo” realizava
dada prática, então tal prática era capaz de tornar uma
pessoa mais justa. Portanto, o entendimento mais correto
do termo “ma'asseh haTorah” é “preceitos rabínicos”. De
fato, a palavra ma'asseh aparece também na literatura
judaica sendo traduzida como “ensinamentos” ou
“preceitos.” Portanto, optamos pela expressão “preceitos
rabínicos” como tradução da expressão “aivda
d'namusa”.

3 - O terceiro problema está no fato de que no aramaico


(e no grego havia o mesmo problema), não havia
palavra que descrevesse o fenômeno do legalismo.
Porém, a própria descrição de Sha'ul dos “ma'aseh
haTorah” (e Yahushua já havia falado da questão dos
ma'assim como tradições que invalidavam a Torah),
vemos que o legalismo é questão latente. O legalismo é
descrito por meio do uso da mesma palavra “namusa”
associada a outras expressões de conotação negativa,
indicando uma espécie de “peso” ou “jugo”. Como a
própria Torah diz que ela mesma é suave e não é difícil
(vide Dt. 30:11-14), e tendo em vista que muitas das
práticas descritas não estão na Torah, como por exemplo a
ideia de Kefá (Pedro) de “se separar dos não- judeus”,
associada à questão do “ma'asseh haTorah”, não é difícil
ver que essas expressões negativas se referem a um jugo
do legalismo. Um desses termos é o techeit namusa, ou
“debaixo da lei”, que é descrito como diametralmente
oposto à estar “na graça”. O problema é que se essa lei
fosse a Torah, a graça não poderia existir no Tanach
(Primeiro Testamento), enquanto na realidade ela é citada
centenas de vezes no mesmo. O termo, portanto, refere-se
a um jugo rabínico, de natureza semelhante aos preceitos
rabínicos supracitados. A verdadeira tradução de “techeit
namusa” como “sob o jugo rabínico”. Utilizamos o termo
“legalismo” em 4 situações nestes 3 primeiros capítulos,
onde o contexto evidencia. As duas primeiras nos versos
1:11 e 12, pois o versículo imediatamente acima (verso
1:10) fala do caso do “techeit namusa”. Portanto, fica
evidente que aqui Sha'ul fala contextualmente do
legalismo. O terceiro caso é o do verso 3:21, onde ele
quer dizer que a justiça vem da fé, e não de namusa. Ora,
aqui é uma citação implícita de techeit namusa, pois
estamos falando daquilo que é diametralmente oposto à
favor imerecido (“graça”), e não da Torah. O quarto caso é
o do verso 3:24, por dois motivos. O primeiro é o uso da
expressão “preso a namusa”. Ora, a Torah não prende
ninguém, muito pelo contrário, a verdadeira Torah de
Elohim liberta. Portanto o contexto aqui é o do legalismo
rabínico.

Se observarmos a questão da repreensão de Sha'ul a Kefá


e aos da Galut logo ao final do capítulo 2, então fica
evidente aqui a questão do legalismo rabínico. Além disso,
há outro indício, pois o aramaico traz no verso 3:25
expressão “tutores” ao invés de “tutor” (que aparece no
grego), indicando que Sha'ul se referia aos rabinos
fariseus, e não à Torah. O contexto casa com Atos 15:21,
onde Ya'akov instrui os não-judeus a irem às sinagogas
aprenderem sobre Moshe. Onde as Escrituras podiam ser
estudadas? Nas sinagogas farisaicas! Porém, uma vez que
o aprendizado das Escrituras desse respaldo à fé então já
não estaria mais “debaixo de tutores rabínicos”.

4 - O quarto problema é a evidente tendência antinomia


e antissemita das traduções cristãs deste livro, que
acentuam o entendimento equivocado de que Sha'ul
teria pregado contra a Torah e, portanto, estaria em
franca oposição ao que disse o Mashiach Yahushua, de
que Ele não tinha vindo abolir a Torah.

YAHUAH nos abençoe!

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