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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ____

VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE FORTALEZA-CE,

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO C/C PEDIDO DE


LIMINAR

Art. 1o Conceder-se-á mandado de


segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou
jurídica sofrer violação ou houver justo receio
de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerça.

MANOEL ROCICLEUTON BRAGA, brasileiro, casado, motorista, portador do


CPF nº 77665457304 e do RG nº 91002149447 SSP CE, residente e domiciliado na Rua
Araripe Prada, 530, Bl. C, Ap. 304, Parangaba, Fortaleza-CE, CEP: 60720-350, com e-mail
cileidepontes@hotmail.com; EXPEDITO SOARES SABINO JÚNIOR, brasileiro, casado,
motorista, portador do CPF nº 42583527304 e do RG nº 87729285 SSPCE, residente e
domiciliado na Rua Barão de Aracati, 2176, Casa B, Joaquim Távora, Fortaleza-CE, CEP:
60115-082, com e-mail roexjr@hotmail.com; ARRILSON FEIJÓ, brasileiro, casado,
motorista, CPF nº 38203162304 e do RG nº 20072655776 SSPCE, residente e domiciliado na
Rua Nunes Valente, 275, Ap. 602, Meireles, Fortaleza-CE, CEP: 60125-035, com e-mail
arrilsonfeijo@hotmail.com; FERNANDO MANOEL TEIXEIRA LEITE, brasileiro,
divorciado, motorista, portador do CPF nº 08223700425 e do RG nº 2001002077905 SSPCE,
residente e domiciliado na Rua Antônio Gentil, 2107, Casa 07, Sapiranga, Fortaleza-CE,

Silva & Rocha Advogados Associados


Av. Senador Virgílio Távora, 1901, Sala 801, Aldeota – Fortaleza/CE – CEP: 60170-079
Fones: (85) 3181 3983 / (85) 98859 0496 / (85) 99925 1751 / (85) 99627 2128
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CEP: 60833-695, com e-mail fernanleite83@hotmail.com; WEBERTON HERBSTER DE
ALMEIDA, brasileiro, solteiro, motorista, portado do CPF 85933171387 e do RG nº
97002494283 SSPCE, residente e domiciliado na Rua Mário de Andrade, 390, Bela Vista,
Fortaleza-CE, CEP: 60442-132, com e-mail weberton@oi.com.br; , vem, por meio de seu
bastante procurador, com máximo respeito, diante de Vossa Excelência, impetrar o
presente

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO C/C PEDIDO DE


LIMINAR

com fundamento no Art. 1º da Lei 12.016/09 e demais dispositivos a serem


invocados adiante, objetivando proteger direito líquido e certo que encontra-se
“ameaçado”, em face do PREFEITO MUNICIPAL DE FORTALEZA, com sede na Av.
Pedro Ramalho, 3770 - Serrinha, Fortaleza - CE, 60740-010, PRESIDENTE DA
AUTARQUIA MUNICIPAL DE TRÂNSITO, SERVIÇOS PÚBLICOS E CIDADANIA -
AMC, autoridade com endereço nesta cidade, à Av. Desembargador Gonzaga, 1630,
Cidade dos Funcionários, Fortaleza, CEP 60823-012; do PRESIDENTE DA EMPRESA DE
TRANSPORTES URBANOS DE FORTALEZA – ETUFOR, com sede na Av dos
Expedicionários, 5677 - Vila União, Fortaleza-CE, CEP: 60410-545, e do COMANDANTE
DA GUARDA MUNICIPAL DE FORTALEZA, com sede na R. Delmiro de Farias, 1900 -
Rodolfo Teófilo, Fortaleza - CE, 60430-170, pelos fatos e fundamentos adiante descritos:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

Preliminarmente, os Promoventes, por serem hipossuficientes na forma da Lei,


Art. 98, CPC e do art. 5º, LXXIV, da Magna Carta, vem, na presença de Vossa Excelência,
pleitear os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, razão pela qual anexa as devidas
Declarações de Hipossuficiência (Doc. 02).

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II – DO FORO, DO CABIMENTO E DA LEGITIMIDADE PASSIVA

A Lei 12.016/09, que disciplina o Mandado de Segurança, é omissa quanto ao


estabelecimento de competência para julgamento do writ. Todavia, já há jurisprudência
sólida, de autoria do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o foro competente
será o da sede funcional da autoridade coatora, conforme temos:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.


MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO PELA ORDEM DOS ADVOGADOS
DO BRASIL CONTRA ATO DE PREFEITO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO
ESTADUAL. 1. A competência para processar e julgar mandando de segurança
decorre da categoria da autoridade coatora ou de sua sede funcional, e não da
natureza do ato impugnado ou da matéria ventilada no writ ou em razão da
pessoa do impetrante, consoante assente na jurisprudência da egrégia Primeira
Seção deste sodalício 2. In casu, a competência da Justiça Estadual resta
evidenciada, porquanto o mandando de segurança em questão foi impetrado contra
ato do Prefeito do Município de Santo André. 3. Conflito conhecido para declarar
competente o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o suscitado.(STJ - CC:
107198 SP 2009/0156772-3, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento:
28/10/2009, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: <!-- DTPB:
20091119<br> --> DJe 19/11/2009) (grifo nosso)

Portanto, o foro competente para ajuizamento do presente mandamus é o da


comarca de Fortaleza, onde situam-se as sedes funcionais das autoridades coatoras,
conforme as devidas qualificações.

Outrossim, o Egrégio Tribunal de Justiça do Ceará também já se posicionou


acerca da possibilidade de concessão de foro privilegiado ao Prefeito Municipal,
entendendo que tal instituto aplica-se tão somente nas hipóteses de cometimento de
crimes comuns por este – inteligência do Art. 29, X, da Carta Magna –, segundo ementa:

PROCESSO CIVIL. MEDIDA CAUTELAR INOMINADA CONTRA PREFEITO.


PRETENSÃO DE SUSPENSÃO DE CERTAME PÚBLICO. COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DA 1ª INSTÂNCIA. FORO PRIVILEGIADO POR PRERROGATIVA
DE FUNÇÃO A PREFEITOS. INAPLICABILIDADE. INCOMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA PARA PROCESSAR E JULGAR O FEITO. NULIDADE
DOS ATOS DECISÓRIOS. ENVIO DOS AUTOS AO JUÍZO DA COMARCA DE
SENADOR POMPEU. 1. Tratando-se de Ação Cautelar em desfavor de prefeito,

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que tem por fim a suspensão e invalidade de atos de Concurso Público, deve a
demanda ser intentada em primeiro grau de jurisdição, na medida em que o
foro privilegiado por prerrogativa de função, disciplinado no art. 29, X, da
Carta Magna tão-somente se aplica na hipótese da prática de crimes comuns
pelo chefe do Poder Executivo, o que não se afigura na presente causa.
Precedentes. 2. Incompetência absoluta reconhecida com a remessa dos autos ao
juízo de primeiro grau, declarando-se nulos os atos decisórios, na forma do § 2º
do artigo 113, do CPC. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos os presentes
autos, em que figuram as partes acima referidas. Acordam os Senhores
Desembargadores da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará,
em reconhecer a incompetência absoluta deste Egrégio Tribunal de Justiça,
anulando os atos decisórios então praticados e determinando o remetimento dos
autos ao juízo competente, tudo nos termos do voto do Desembargador Relator,
observadas as disposições de ofício. Fortaleza, 28 de julho de 2015 Presidente do
Órgão Julgador DESEMBARGADOR FRANCISCO BEZERRA CAVALCANTE
Relator Procurador (a) de Justiça (TJ-CE - Cautelar Inominada:
06217195920148060000 CE 0621719-59.2014.8.06.0000, Relator: FRANCISCO
BEZERRA CAVALCANTE, 7ª Câmara Cível, Data de Publicação: 28/07/2015)
(grifo nosso)

Em suma, com fulcro na jurisprudência alinhavada, resta-nos acertado que o


foro de competência para julgamento do presente writ é o da comarca de Fortaleza,
devendo o mesmo ser impetrado mediante o Juízo de primeiro grau.

Ademais, o diploma supra citado traz a faculdade de ingressar com Mandado


de Segurança ainda que não haja efetiva ofensa a direito, desde que haja justo receio de
violação do mesmo, in verbis:

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e


certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente
ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria
for e sejam quais forem as funções que exerça.

O dispositivo trazido caracteriza a figura do Mandado de Segurança


Preventivo, cuja finalidade é antecipar-se à efetiva prática de ato ilegal ou abusivo, dada
sua iminência, no que consiste o caso em tela, conforme será demonstrado.

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Compete ainda fundamentar o elenco de impetrados in casu, que pauta-se na
mais direta interpretação do § 3º do Art. 6º da Lei do Mandado de Segurança, senão
vejamos:

"Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou


da qual emane a ordem para a sua prática”.

Em clássico tomo, Hely Lopes Meirelles também assinala que o impetrado é a


pessoa física - autoridade superior - que pratica ou ordena a prática do ato e tem poderes
para corrigir a ilegalidade1.

Por consequência, devem os impetrados supra qualificados figurarem no polo


passivo do presente mandamus, por pura força da lei e por serem estes os responsáveis
pela iminente prática do ato ilegal, com derivados poderes para correção dos mesmos.

III – DOS FATOS

Os impetrantes são profissionais autônomos, detentores da função de motorista


particular. Para prestarem seus serviços, os mesmos fazem uso do aplicativo UBER, que os
conectam a clientes em Fortaleza, cidade em que exerce seu trabalho.

Sabe-se que o aplicativo UBER é uma ferramenta recente e de proposta


inovadora, logo ainda não regulamentada completamente. Todavia, tal condição não a
impede de operar, graças aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência,
pilares da ordem econômica constitucional em nosso país.

Aliás, grife-se que, em tempos de crise como os que vivemos, a ferramenta


tem sido o sustentáculo de muitas famílias, provendo um meio lícito de auferir renda,
cumprindo, inclusive, notória função social.

Contudo, por culpa da interpretação falha por parte da Administração, medidas


coercitivas vem sendo tomadas no Município de Fortaleza com fito de barrar a atividade
dos motoristas ligados ao aplicativo UBER.

1
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança e ação popular. 6. ed. São Paulo: RT, 1979, p. 28/32

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A verdade é que o Município de Fortaleza, por via de seus órgãos
fiscalizadores, vem promovendo uma larga empreitada contra o aplicativo, quiçá
alimentado por interesses econômicos particulares, impedindo e até apreendendo os
veículos utilizados em parceria com o UBER.

Unem-se aos agentes fiscalizadores os taxistas que, com frequência, acionam


aqueles para apontar a localização de veículos do UBER, corroborando com as apreensões,
numa atitude que visa coibir a todo custo a divisão de mercado.

Desta forma, os motoristas do UBER tem evitado regiões como o Aeroporto,


Beira Mar, Rodoviária e tantos outros destinos que o cidadão precisa alcançar com
frequência, já que, nestes lugares, a fiscalização é densa e direcionada. Em outras palavras,
não pode o cidadão valer-se do UBER para chegar nestes lugares, porque a fiscalização
simplesmente não permite.

O fato é que os impetrantes, hoje, trabalham em permanente estado de medo,


prevendo ser, a qualquer tempo, abordados e ter seus veículos ilegalmente apreendidos
pela Administração. A bem da verdade, os próprios impetrantes já presenciaram a
ocorrência de tal fato envolvendo outros colegas de profissão.

Há narrativas de grupos de taxistas anotando placas dos veículos e entregando


a agentes públicos; de condutas abusivas que levam os motoristas a situações vexatórias; e
tratamentos inadequados que são dispensados aos motoristas sem boa justificativa.

Nos grupos em redes sociais onde reúnem-se os motoristas parceiros do UBER,


vem-se criando uma atmosfera de ininterrupto temor por conta das reincidentes
abordagens abusivas por parte de agentes fiscalizadores municipais. A todo instante e nos
mais variados logradouros, carros vem sendo apreendidos e motoristas autuados. A ação
desenfreada da Prefeitura de Fortaleza alcançou até mesmo os noticiários, conforme
demonstrado em rápido clipping:

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Neste palco, os impetrantes buscam, com urgência, a devida tutela jurisdicional,


com fulcro nos elementos suficientes que logo passarão a elencar, pois não aguentam mais
trabalhar sob iminente risco de ter seu veículo injustamente apreendido.

Resta dizer que os impetrantes são mantenedores de suas famílias e pessoas de


caráter idôneo, no que buscam tão somente o direito de labutar por seu sustento, não
eximindo-se de cumprir eventuais exigências públicas, mas não podendo estagnar sua
atividade ante a atual inexistência das mesmas.

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IV – DA INCOMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA

A priori, faz-se mister discutir a competência dos impetrados para disciplinar o


transporte individual privado de passageiros. Neste quesito, lançamos olhar sobre a
Constituição Federal de ’88, norma maior de nosso ordenamento jurídico.

De acordo com o art. 22, inciso XI, da Constituição, “compete privativamente


à União Federal legislar sobre trânsito e transporte”. A competência legislativa privativa
da União é também prevista nos incisos IV e IX do mesmo artigo, para tratar,
respectivamente, de “informática” e de “diretrizes da política nacional de transportes”.

É importante destacar os grifos acima, posto que as atividades dos motoristas


do UBER ligam-se não apenas às questões de trânsito, mas, também, aos temas de
informática, posto que a plataforma principal da empresa e de seus colaboradores é um
aplicativo digital.

Ao exercer a função de transporte individual privado de passageiros, resta


claro que o UBER tem a disciplina de suas atividades inserida no campo das
competências privativas da União, o que tolhe de qualquer outro órgão a possibilidade
de “apitar” sobre o tema.

Nesta tônica, averba Luís Roberto Barroso2 em concisa obra sobre o tema:

“Tal como ocorre nos exemplos citados das normas de direito civil e penal, a
competência legislativa ampla em matéria de transporte não diz respeito apenas à
União como ente central. Muito ao revés, o tema afeta a todos os entes federativos
e à população de um modo geral, assumindo caráter claramente nacional. De fato,
imaginar as competências da União na matéria como algo diverso de competências
nacionais não faria sequer sentido. O ente central não tem uma população ou um
território autônomos e o transporte, referido nos dispositivos transcritos, será
realizado no território de diferentes Estados e Municípios”.

2
BARROSO, Luís Roberto. “Federação, Transportes e Meio Ambiente: interpretação das competências federativas”.
In: André Ramos Tavares, George Salomão Leite e Ingo Wolfgang Sarlet (Orgs.). Estado Constitucional e Organização
do Poder. São Paulo: Saraiva, 2010, pp. 492-493.

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Da leitura acima, depreende-se que o transporte individual de passageiros é
atividade conduzida em todo o território nacional, não sendo razoável que apenas um
Município determine se tal atividade é ilegal ou não. Na verdade, é impossível ao
Município munir-se de elementos suficientes para decidir sobre a legalidade e as diretrizes
da atividade, uma vez que a mesma é exercida também fora de seus domínios.

Mais que isso, a norma assevera um raciocínio simples e direto: as competências


privativas da União, exatamente por serem privativas, anulam a de todos os demais
entes federativos para tratar de mesma matéria.

O próprio Supremo Tribunal Federal já possui jurisprudência sólida na


acepção de que não compete aos Municípios legislar acerca de matéria cuja competência é
atribuída exclusivamente à União, conforme adiante trascrito:

“A competência constitucional dos Municípios de legislar sobre interesse


local não tem o alcance de estabelecer normas que a própria Constituição, na
repartição de competências, atribui à União ou aos Estados. O legislador
constituinte, em matéria de legislação sobre seguros, sequer conferiu competência
comum ou concorrente aos Estados ou aos Municípios”3. (grifo nosso)

“A competência constitucional dos Municípios para legislar sobre interesse local


não os autoriza a estabelecer normas que veiculem matérias que a própria
Constituição atribui à União ou aos Estados”4. (grifo nosso)

“A competência para legislar sobre trânsito é exclusiva da União, conforme


jurisprudência reiterada desta Corte (ADI 1.032, ADIMC 1.704, ADI 532, ADI
2.101 e ADI 2.064), assim como é a competência para dispor sobre a
obrigatoriedade do uso de cinto de segurança (ADIMC 874). - Ora, em se tratando
de competência privativa da União, e competência essa que não pode ser exercida
pelos Estados se não houver lei complementar – que não existe – que o autorize a
legislar sobre questões específicas dessa matéria (art. 22 da Constituição), não há
como pretender-se que a competência suplementar dos Municípios, prevista
no inciso II do artigo 30, com base na expressão vaga aí constante ‘no que
3
STF. 2ª Turma, RE 313.060-9, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 24/02/2006
4
STF. 1ª Turma, Ag. Reg. no RE com Ag. 668.285, Rel. Min. Rosa Weber, julg. 27/05/2014.

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couber’, se possa exercitar para a suplementação dessa legislação da
competência privativa da União.5” (grifo nosso)

Convém mencionar que, mesmo ante ao entendimento pacificado da Suprema


Corte, muitos Municípios tem insistido em praticar atos abusivos, ao escalabro do
entendimento maior, pelo que o STF tem – reiteradamente – agido no sentido de invalidar
tais atos:

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 6457/1993, do Estado da Bahia. 2.


Obrigatoriedade de instalação de cinto de segurança em veículos de transporte
coletivo. Matéria relacionada a trânsito e transporte. Competência exclusiva da
União (CF, art. 22, XI). 3. Inexistência de lei complementar para autorizar os
Estados sobre a questão específica, nos termos do art. 22, parágrafo único, da
Constituição Federal. 4. Ação direta julgada procedente 6. (grifo nosso)

I- Legislação sobre trânsito: competência privativa federal: CF, art. 22, XI. II-
Lei 11.766, de 1997, do Estado do Paraná, que torna obrigatório a qualquer veículo
automotor transitar permanentemente com os faróis acesos nas rodovias do Estado
do Paraná, impondo a pena de multa aos que descumprirem o preceito legal:
inconstitucionalidade, porque a questão diz respeito a trânsito7. (grifo nosso)

1. É da competência exclusiva da União legislar sobre trânsito e transporte,


sendo necessária expressa autorização em lei complementar para que a unidade
federada possa exercer tal atribuição (CF, artigo 22, inciso XI e parágrafo único). 2.
Inconstitucional a norma ordinária estadual que autoriza a exploração de
serviços de transporte remunerado de passageiros realizado por
motocicletas, espécie de veículo de aluguel que não se acha contemplado no
Código Nacional de Trânsito8 (grifo nosso)

Em breve conclusão: não compete à Prefeitura de Fortaleza legislar sobre a


atividade exercida pelo impetrante, tampouco decretar sua ilegalidade ou/e executar

5
STF. Plenário, RE 227.384-8, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 09/08/2002
6
STF. Plenário, ADI 874, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 28/02/2011
7
STF. Plenário, ADI 3055, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 03/02?2006
8
STF. Plenário, ADI 2.606, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 07/02/2003

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atos coercitivos que impessam o impetrante de continuar trabalhando, sob pena de
serem tais atos decretados nulos, em vista de sua patente insconstitucionalidade.

V – DA INAPLICABILIDADE DA LEI 12.468/2011 (LEI DO TAXI)

O Município de Fortaleza vem procurando emplacar um entendimento de que


o impetrante – e todos que compartilham de seu ofício junto ao UBER – vêm praticando
ilegalmente um serviço que seria monopolizado pelos taxis, o que de forma alguma
procede.

Primeiro de tudo: MOTORISTA DO UBER NÃO É TAXISTA. Logo, não há o


que se inquirir acerca do exercício ilegal da profissão, haja vista estarmos tratando de duas
profissões diferentes.

Para que não restem dúvidas sobre o que ora se afirma, deitemos olhar bastante
objetivo sobre a Lei 12.468/11, que fixa:

Art. 2º - É atividade privativa dos profissionais taxistas a utilização de veículo


automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte PÚBLICO individual
remunerado de passageiros, cuja capacidade será de, no máximo, sete
passageiros. (grifo nosso).

Advém da legislação supra transcrita que é privativo aos taxistas o exercício do


transporte PÚBLICO individual de passageiros, característica esta que não pode passar
despercebida, uma vez que traz consigo uma série de particularidades a quem a possui.

Dentre elas, a exemplo, está o regime normativo ao qual se está submetido. Em


se tratanto de transporte individual público, este deverá submeter-se – sim – às normas
municipais, por força do Art. 12 da Lei 12.587/12, que traça diretrizes de mobilidade
urbana.

No caso do impetrante, sua atividade é submetida a regime de empresa


PRIVADA – o próprio UBER – que é responsável por traçar todas as diretrizes, exigências

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e contrapartidas próprias da atividade empresarial. Já neste ponto, podemos perceber
que taxi e UBER constituem atividades empresariais distintas.

Uma outra característica do transporte público é a impossibilidade de negar-se


a apanhar passageiros. Tal norma obriga tanto o transporte coletivo, como o individual
público, e figura expressa na Lei Municipal de nº 4.164/73, que assevera:

Art. 1º - Os veículos de aluguel destinados ao transporte individual de


passageiros (TAXI) quando na via pública, estão permanentemente à
disposição do público, não podendo seus condutores recusar a prestação de
serviços salvo quando se tratar de pessoas perseguidas pela polícia pou pelo
clamor público sob a acusação de prática de crimes ou quando se tratar de pessoas
embriagadas ou em estado que permita prever venha a causar danos ao veículo ou
ao condutor.

Diferentemente dos taxis, os motoristas do UBER podem, a qualquer tempo e


por decisão puramente pessoal, recusar-se a transportar qualquer tipo de passageiro,
bastando, para isso, tão somente deixar de responder ao chamado do aplicativo. O próprio
app oferece ao colaborador, de forma nativa, a possibilidade de ficar off line (Doc. 06), ou
seja, indisponível ao radar da clientela.

Isto posto, resta clara a diferenciação entre Taxi e UBER, de forma a tornar
incoerente qualquer tentativa – por parte do Poder Público – de submeter o impetrante e
demais motoristas do UBER a normas que são expressamente destinadas aos taxistas!

Em recente decisão (em anexo) no processo nº 5117005-87.2016.8.13.0024, o


Emérito Magistrado Paulo de Tarso Tamburini Souza tece objetivas considerações acerca
de tal diferenciação:

Neste sentido, impõe-se esclarecer que o transporte ofertado pelo impetrante é


oferecido de forma privada, ou seja, um particular contrata, com outro particular,
um serviço de transporte através do mencionado aplicativo.

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Tal modalidade de contrato encontra-se expressamente prevista no Código Civil
Brasileiro, conforme dispõe o artigo 730 daquele , : “ codex in verbis Pelo contrato
de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar
para outro, pessoas ou coisas”.

Da mesma forma, a Lei Federal n. 12.587/2012, que instituiu as diretrizes da


Política Nacional de Mobilidade Urbana, reconhece a existência de diversos modos
de transporte urbano, distinguindo-os quanto à natureza do serviço, (art. 3º, §2º,
III). entre público e privado

Evidente, portanto, que o contrato viabilizado através do aplicativo UBER tem


natureza privada, motivo pelo qual sequer se sujeita ao credenciamento que a
legislação municipal passará a exigir a partir da regulamentação da Lei n.
10.900/2016.

Assim, não há que se falar em exigência de credenciamento, licenciamento ou


autorização para que dois particulares, no livre exercício de sua autonomia da
vontade, realizem contrato de transporte privado, mesmo que intermediado
pelo aplicativo UBER.

Todo o processo de habilitação, condução da atividade, atendimento a


condições pré-estabelecidas e demais características próprias de ambas as atividades as
distinguem uma da outra. Mais uma vez, que fique grifado: UBER NÃO É TAXI!

Seria o mesmo que, mutatis mutandi, exigir da magistratura deveres que são
inerentes aos membros do Ministério Público, ou destes algo que fosse inerente à
Defensoria Pública, e assim por diante. Não é arrazoado cobrar de um o que só pode ser
cobrado de outro, tampouco punir-lhe em virtude deste raciocínio estapafúrdio.

Logo, é evidente que a acusação de exercício ilegal da profissão de taxista carece


de estrutura que a fundamente, haja vista que estamos tratando de atividades
empresariais diferentes, que exigem procedimentos diferentes.

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Fincado no que ora se discute, não resta dúvidas de que os impetrantes não
exercem atividade típica dos taxistas. Contudo, ao firmar isto, resta a pergunta: que tipo
de atividade exerceria o parceiro do UBER então?

A resposta deriva da já citada Lei de Mobilidade Urbana, responsável pela


tipificação de todos os tipos de serviços de transportes presentes em nosso ordenamento.
Ao organizar os modos de transporte em seu Art. 3º, assim dispõe:

§ 2o Os serviços de transporte urbano são classificados:

I - quanto ao objeto:

a) de passageiros;

b) de cargas;

II - quanto à característica do serviço:

a) coletivo;

b) individual;

III - quanto à natureza do serviço:

a) público;

b) privado. (grifo nosso)

Ao analisarmos as alíneas acima, podemos ver que a Lei de Mobilidade Urbana


traça parâmetros suficientes e bastante objetivos para diferenciar as variadas formas de
serviços de transporte possíveis de ser encontradas.

O serviço do UBER são classificados, quanto ao objeto, como transporte de


passageiros, posto que transporta pessoas; quanto à característica, como individual, por
fazê-lo em veículos destinados a poucas pessoas; e, por fim, quanto à natureza,
diferentemente dos taxistas, como privado, pelos motivos já expostos no tópico anterior.

É verdade que o art. 4º da Lei nº 12.587/2012 aludiu ao transporte público


individual de passageiros (inciso VIII), mas não contém referência à sua modalidade
privada. O referido preceito define o transporte público individual de passageiros como

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“serviço remunerado de transporte de passageiro aberto ao público, por intermédio de veículo de
aluguel, para a realização de viagens individualizadas”. O conceito não se estende ao serviço
prestado pelos motoristas credenciados pelo UBER, pois não pode ser considerado
“aberto ao público” o transporte que só pode ser realizado para consumidores
previamente cadastrados junto a uma empresa privada.

A diferença entre UBER e Taxi tem sido reconhecida nas cortes em que tal
questão fora arguida, seguindo exemplo recente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – SERVIÇO DE TRANPORTE INDIVIDUAL DE


PASSAGEIROS – UBER – REGULARIDADE DO SERVIÇO PRESTADO – FALTA
DE VEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES DO AGRAVANTE – RISCO DE DANO
IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO NÃO CONFIGURADOS. 1. O
serviço prestado pelo Uber configura-se como transporte de passageiros
individual privado, não se confundindo com o serviço prestado pelos taxistas
que se configura como um transporte de passageiros individual público, nos
termos da Lei n. 12.468/2011. 2. Não há verossimilhança nas alegações do
agravante que pretende a suspensão do aplicativo Uber, tendo em vista a
diferença da natureza dos serviços prestados. 3. A manutenção do serviço
prestado pelo Uber não gera risco de dano irreparável ou de difícil reparação aos
taxistas, tendo em vista a grande demanda de serviço de transporte individual não
atendida diante da defasagem da frota de táxis. 4. Negou-se provimento ao agravo
de instrumento. (TJ-DF - AGI: 20150020202844, Relator: SÉRGIO ROCHA, Data de
Julgamento: 30/09/2015, 4ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
14/10/2015 . Pág.: 162)

Com escusas pela redundância, o legislador infraconstitucional não reservou


aos taxistas o monopólio de TODA a atividade de transporte individual de passageiros, de
sorte que preveu, também, tal atividade na modalidade privada.

Em síntese: os impetrantes realizam um serviço de transporte individual


privado de passageiros, atividade que difere-se da exercida pelos taxistas, razão pela
qual não deve ser tratado como aqueles. Ato contínuo, o transporte individual privado

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de passageiros, muito embora tipificado pela Lei supra, carece de regulamentação, pois
o legislador, ainda que o tenha previsto, não o normatizou em mesmo diploma.

VI – DA LICITUDE DA ATIVIDADE DO IMPETRANTE E DA ABUSIVIDADE DAS


APREENSÕES DE VEÍCULOS

Até aqui, vimos que não compete ao Município legislar acerca da atividade do
impetrante; que o impetrante exerce atividade diferente da exercida pelos taxistas; e que o
serviço prestado pelo impetrante carece de diploma que o regule. Isto posto, surge uma
nova indagação: pode um serviço que ainda não fora devidamente regulamentado
funcionar? A resposta é SIM.

Consoante já fora dito, não pretende o impetrante esquivar-se de normas que


regulamentem o serviço que presta. Porém, ao passo que as mesmas, por hora, inexistem,
é lícito aos impetrantes conduzir sua atividade, por força dos princípios da livre
iniciativa e da livre concorrência.

VI.I – Da Livre Iniciativa

O princípio da livre iniciativa constitui importante pilar da ordem


constitucional econômica e assegura ao agente privado sua liberdade de empreender e
organizar sua atividade profissional com plena liberalidade. Além disto, configura-se
como robusta aresta da iniciativa privada, assim definifo nas palavras do ilustre
doutrinador Miguel Reale9:

(...) não é senão a projeção da liberdade individual no plano da produção,


circulação e distribuição de riquezas, assegurando não apenas a livre escolha das
profissões e atividades econômicas, mas também a autônoma decisão dos
processos ou meios julgados mais adequados à consecução dos fins visados.
Liberdade de fins e de meios informa o princípio da livre iniciativa , conferindo-lhe
um valor primordial, como resulta da interpretação conjugada dos citados Arts. 1º e
170

9
REALE, Miguel. O Plano Collor II e a intervenção do Estado na ordem econômica. In: Temas de Direito Positivo. São
Paulo: RT, 1992

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A força do princípio retro citado é tal que o mesmo compõe nada menos que o
elenco de fundamentos da República enumerados no Art. 1º da Constituição Federal de
1988, figurando ao lado de outros como soberania, dignidade da pessoa humana e valor
social do trabalho:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político. (grifo nosso)

Com efeito, ao resolver prestar um serviço de transporte individual privado


de passageiros, escolhendo como plataforma um aplicativo digital, do qual às regras se
submete, nada mais fazem os impetrantes que agirem protegidos por este importante
princípio constitucional.

De forma complementar, tal princípio serve de vetor que vincula a atividade


administrativa, devendo esta, na ausência de norma que regule determinada situação,
agir pautada nos valores implícitos da livre iniciativa.

Ao passo que é lícito ao agente privado fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, é
igualmente sabido que só compete ao ente público fazer o que a lei permite.

Neste diapasão, é lícito aos impetrantes desenvolverem sua atividade


empresarial, mesmo quando não regulamentada, desde que não fira a lei; e é vedada à
Administração intervir no agir privado quando não há lei que a autorize a fazê-lo. Aqui,
conforme assegura Espíndola10, os princípios econômicos constitucionais:

10
ESPÍNDOLA, Ruy Samuel. Princípios constitucionais e atividade jurídico-administrativa: anotações em torno de
questões contemporâneas. São Paulo: Resenha Eleitoral - Nova Série, v. 10, n. 1 2003

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(...) são paramétricos, servem para aferir o grau de correspondência
(validade/invalidade) das leis, sentenças e atos administrativos e privados aos
seus comandos normativos, assim podem emprestar fundamento jurídico a pedidos
nas ações judiciais operantes do controle direto e do controle indireto de
constitucionalidade, ações judiciais anulatórias de atos jurídicos em geral, ações
populares, mandados de segurança, ações civis públicas, controle interno da
administração pública. (grifo nosso)

Assim sendo, não restam dúvidas de que, ao atuar como motorista parceiro do
UBER, não incorrem os impetrantes em nenhuma conduta típica de censura por parte da
Administração; muito pelo contrário: passam os impetrantes tão somente a exercer direito
que lhe é constitucionalmente assegurado.

VI.II – Da Livre Concorrência

Outro pronto que vem sendo repisado é que os impetrantes estariam incidindo
na prática de concorrência desleal. Nada obstante, esta alegação não merece progredir, de
forma que, antecipando-se a eventuais ponderações neste sentido, resolvemos trazer
alguns aclaramentos relativos à questão.

O impetrante, ao ingressar no mercado de transporte de passageiros, não o faz


senão sob o manto constitucional do princípio da livre concorrência, tal-qualmente
previsto na Carta Magna:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:

(...)

IV - livre concorrência;

A livre concorrência também contém – em si – uma implicação política, uma


vez que, em tese, ela permite a distribuição da economia entre vários agentes econômicos,

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dificultando a aglomeração de mercado nas mãos de seletos grupos empresariais. Visa,
portanto, uma melhor alocação dos recursos econômicos, pois gera viabilidade de melhor
se distribuir renda, o que serve à preservação de nossas instituições políticas, democráticas
e sociais.

Dada a imensa demanda de passageiros nos grandes centros urbanos em busca


de serviços de transporte, é de bom alvitre supor que a inserção dos motoristas do UBER
no mercado não exaure a procura por este tipo de atividade. Aliás, é sabido que a
defasada frota de taxis que circulam nas cidades não atende de forma satisfatória às
necessidades da população.

Afora isso, também merece destaque que o surgimento da concorrência


promove o melhoramento dos serviços prestados. O empreendedor que não possui
concorrentes não fará por onde, em sua atividade, melhorar a qualidade de seus serviços
ou tornar seus preços mais acessíveis.

Já em um cenário de livre concorrência, o consumidor só tem a ganhar, pois


terá a faculdade de escolher o melhor serviço, ou o que melhor lhe convir ao momento, em
observância a suas necessidades. Em matéria especial, o portal de notícias G1 destaca que
“O primeiro impacto da chegada da Uber foi tirar os taxistas do ponto morto. Se antes para ter
passageiros bastava rodar ou esperar no ponto, hoje eles dão desconto e abrem mão de taxa de
retorno de 50% sobre a corrida para outros municípios na tentativa de chegar a um preço próximo
do praticado pelo aplicativo”11.

Não deve vingar argumento de que os impetrantes incidam na prática da


concorrência desleal tão somente porque, ao colocar-se no mercado, passaram a cativar
clientela que, antes, via nos taxis a única opção de transporte individual disponível. De
forma didática, assevera Fábio Uchôa12:

“[...] não é simples diferenciar-se a concorrência leal da desleal. Em ambas, o


empresário tem o intuito de prejudicar concorrentes, retirando-lhes, total ou
11
Disponível em: < http://especiais.g1.globo.com/sao-paulo/2016/especial-uber/> Acesso em: 31.07.16
12
ULHÔA, Fábio. Curso de Direito Comercial. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 1 v.

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parcialmente, fatias do mercado que haviam conquistado. A intencionalidade de
causar dano a outro empresário é elemento presente tanto na concorrência lícita
como na ilícita. Nos efeitos produzidos, a alteração nas opções dos consumidores,
também identificam a concorrência leal e a desleal. São os meios empregados para
a realização dessa finalidade que as distinguem. Há meios idôneos e inidôneos de
ganhar consumidores, em detrimento dos concorrentes. Será, assim, pela análise
dos recursos utilizados pelo empresário, que se poderá identificar a deslealdade
competitiva”.

Por conseguinte, não há dúvidas, com amparo nos dispositivos e análises


principiológicas erigidas, de que os impetrantes exercem suas funções dentro da
licitude e das discricionaridades que nosso ordenamento jurídico lhes facultam, não
havendo – de forma alguma – o que se sustentar quanto à desarazoada acusação de
concorrência desleal.

VI.III – Da Ilegalidade das Apreensões de Veículos

Por fim, sobram em demasia evidências de ilegalidade e abusividade das


apreensões de veículos realizadas pela Administração Municipal, porquanto: (1) não é a
Prefeitura o ente competente para legislar sobre a atividade dos impetrantes; (2) não
existe nexo na imposição de qualquer medida aos impetrantes que outrora seria imposta
aos taxistas, posto serem profissionais de diferentes atividades; (3) a ausência de normas
acerca da atividade dos impetrantes não pode ser óbice para o desempenho da mesma;
(4) na ausência de normas, deve a Administração pautar-se nos princípios da livre
iniciativa e livre concorrência, como vetores que lhe impõem uma conduta negativa de
não coagir o livre empreendedor, a não ser que a lei claramente determine, o que NÃO é
o caso.

VII - DO PEDIDO DE LIMINAR – TUTELA DE URGÊNCIA

O Novo Código de Processo Civil, de forma concisa, reputa os elementos da


tutela de urgência, sobretudo acerca dos requisitos para concessão da mesma, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo. (grifo nosso)

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O artigo supra aponta que, estando presentes elementos que evideciem a
probabilidade de dano, será concedida a tutela de urgência pelo Douto Magistrado. Tal é a
realidade desta exordial, ao expor em notícias, fatos e fundamentos suficientes, o patente e
constante risco de terem os impetrantes a suspensão de suas atividades em vista da
apreensão abusiva de seu veículo.

O mesmo dispositivo traz, ainda, em seu §3º, que “A tutela de urgência de


natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão”. Excelência, o que se pretende aqui pode ser revertido de forma extremamente
fácil. Diga-se, inclusive, que enquanto durar os efeitos da tutela pretendida, não estará o
Poder Público – tampouco a sociedade – incorrendo em qualquer tipo de prejuizo. Logo,
não há o que ventilar-se acerca de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

VII.I - Do Fundamento Relevante – Fumus Boni Iuris

O fumus boni iuris consiste, aqui, nos dispositivos de ordem constitucional que
asseguram aos impetrantes a prática de sua atividade comercial, haja vista ser facultado
aos mesmos a condução de suas atividades econômicas, ainda que não haja – por hora – a
devida regulamentação.

VII.II - Da Ineficácia Da Medida – Periculum In Mora

De outra forma, o periculum in mora consiste no fato de que, A QUALQUER


MOMENTO, os impetrantes podem ter seus carros apreendidos pelo Poder Público, o
que resultaria em extremo impacto material e moral sobre a vida dos autores, que
deixariam de auferir renda e passariam a transpor situações de enorme dificuldade.

A Emérita Juíza desta comarca, Nádia Maria Frota Pereira, em decisão até então
inédita, alcançou os noticiários ao deferir liminar de igual teor (em anexo), determinando,
in verbis, que “as autoridades impetradas que se abstenham de praticar quaisquer atos ou
medidas que coíbam o impetrante, João José de Freitas Filho, de exercer sua atividade
livremente”.

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Cumpre dizer que pedidos de liminares análogos a este tem sido deferidos
em outras comarcas, com fulcro nas razões aqui bem elencadas. No Rio de Janeiro, no
processo de nº 040658573.2015.819.0001, a Emérita Magistrada assim decidiu:

Concedo, em parte, a segurança, para tornar definitiva, em parte, a liminar


concedida, a fim de determinar ao Presidente do Departamento de Transportes
Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – DETRO/RJ e ao Secretário Municipal de
Transportes do Rio de Janeiro, além de todos aqueles a eles subordinados, que se
abstenham de praticar quaisquer atos que restrinjam ou impossibilitem o
exercício da atividade econômica das impetrantes de conexão de provedores
e usuários do serviço privado de transporte individual remunerado de
passageiros, bem como o exercício da atividade econômica de transporte privado
individual remunerado de passageiros mediante utilização da plataforma
tecnológica Uber por todos aqueles que comprovem a condição de motoristas
profissionais credenciados às impetrantes, em razão única e exclusivamente do
desempenho de tais atividades econômicas, até que estas atividades venham a ser
válida e efetivamente regulamentadas pelo Poder Público”. (grifo nosso)

Em Belo Horizonte, no processo de nº 5009711-73.2016.8.13.0024, houve


decisão no mesmo sentido, senão vejamos:

Assim, o contrato viabilizado pelo UBER tem natureza privada, motivo pelo
qual, o deferimento da liminar é medida que se impõe. Ademais, a conduta
adotada pela Parte Ré dificulta o exercício da atividade laborativa do Impetrante,
ferindo, em consequência, o princípio da preservação da atividade econômica, bem
como o da razoabilidade. Comprova-se, assim, a existência do fumus boni juris.
Ademais, o perigo de se aguardar a decisão final, caso indeferida a medida
antecipatória, reside nos evidentes prejuízos suportados pela Parte
Impetrante, por estar impossibilitada de praticar suas atividades regularmente.
ISSO POSTO, defiro a liminar pleiteada por LEONARDO MENDES PADILHA contra
ato COMANDANTE DA GUARDA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE, DIRETOR
DA EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO HORIZONTE-
BHTRANS, COMANDANTE DO BATALHÃO DE POLÍCIA DE TRÂNSITO DE DA

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POLÍCIA DE MINAS GERAIS E DIRETOR GERAL DO DEPARTAMENTO
ESTADUAL DE TRÂNSITO DE MINAS GERAIS, determinando que as
autoridades coatoras se abstenham de praticar quaisquer atos ou medidas
repressivas que o coíbam de exercer sua atividade econômica livremente.
(grifo nosso)

Desta maneira, não restam dúvidas de que a exordial traz elementos de


cognição suficientes para amparar o deferimento do pedido de tutela de urgência,
determinado que as autoridades coatoras se abstenham de praticar quaisquer atos ou
medidas repressivas que coíbam os impetrantes de exercerem sua atividade econômica
livremente.

VIII – DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER E DA MULTA

Em sendo deferido o pedido de Tutela Antecipada ou de mérito do Autor,


requer-se que seja assinalado prazo para cumprimento da ordem judicial.

Ainda, na mesma Decisão, provisória ou definitiva, requer os Impetrantes, que


seja fixado o valor de multa para o caso de descumprimento da ordem judicial, como base
no Art. 497 e Art. 814 do NCPC:

Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz,
se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências
que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título


extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no
cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.

Pugna-se, portanto, pelo deferimento das medidas supra citadas.

IX – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, os impetrantes, com fulcro nas disposições constitucionais,


em face das ilegalidades demonstradas em toda a exordial, vêm, requerer que Vossa
Excelência se digne a deferir:

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1. Conceda aos Impetrantes os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA na forma
do Art. 98, CPC e do art. 5º, LXXIV, da Magna Carta;

2. Em razão da verossimilhança dos fatos narrados, conceder, liminarmente, a


TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA, para que seja determinado que as autoridades
coatoras se abstenham de praticar quaisquer atos ou medidas repressivas que coíbam os
impetrantes de exercerem sua atividade econômica livremente.

3. Sendo deferido o pedido da TUTELA ANTECIPADA, sejam expedidos os


competentes Ofícios Judiciais ao Requeridos, com a OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER, com
FIXAÇÃO DE MULTA para o caso de descumprimento de ordem judicial, a ser
estipulada pelo Douto Juízo com base no princípio da razoabilidade e proporcionalidade;

4. Ordenar a Citação dos impetrados para que apresentem informações no


prazo legal e conforme convir, sob as penas da Lei;

5. Seja intimado o Ilustre Representante do Ministério Público para intervir e


acompanhar o feito, atuando como fiscal da Lei;

7. Ao final, julgar de forma definitiva, PROCEDENTE o pleito, determinado


que as AUTORIDADES COATORAS SE ABSTENHAM DE PRATICAR QUAISQUER
ATOS OU MEDIDAS REPRESSIVAS QUE COÍBAM OS IMPETRANTES DE EXERCEREM
SUA ATIVIDADE ECONÔMICA LIVREMENTE.

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos,


notadamente pelo exame de documentação que acompanha a presente exordial e demais
provas de estilo que o Douto magistrado entender de direito, tudo desde logo requerido.

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X – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se o valor da causa de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais).

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Fortaleza/CE, 19 de Abril de 2017.

(Assinado digitalmente)

PEDRO FELIPE LIMA ROCHA

OAB-CE 35.025

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