Você está na página 1de 4

1

Pêndulo Simples
Hugo Murilo de Almeida Costa - 17/0144640
Icaro rodrigues de Cerqueira - 16/0008336
Caio Vinı́cius Martins Franco - 16/0115167
Universidade de Brası́lia - UnB

Resumo—O objetivo do experimento é analisar sob


quais situações o pêndulo montado no laboratório obedece
ao modelo do pêndulo simples com suas respectivas
justificativas. Além disso, com os dados coletados será
possı́vel calcular o valor da aceleração da gravidade de
acordo com as condições favoráveis.
Palavras chave: condições, pêndulo e gravidade.

I. I NTRODUÇ ÃO
Quando se tem qualquer movimento na qual se
repete em intervalos de tempos iguais, trata-se de
um movimento periódico. Para descrever esse tipo
de movimento, pode-se utilizar das funções trigo-
nométricas como seno e cosseno, sendo por isso
também classificado como movimento harmônico.
Já um movimento oscilatório é quando ocorre com
Figura 1. Forças que atuam no pêndulo simples. (Imagem retirada
alternância de sentido, porém na mesma trajetória do roteiro)
para os dois sentidos. Com isso, pode-se juntar
esses dois tipos de movimento, tendo, assim, um
movimento harmônico simples (MHS)que é a forma
Como mostra a Figura 1, as forças que atuam na
mais simples de oscilação.
massa pendular (m), desprezando-se as influências
Esse tipo de movimento ocorre quando uma
do ar, são a tração (T), exercida pelo fio, e o peso
partı́cula oscila periodicamente em torno de uma
(P = mg). Adotando um sistema de referências na
posição de equilı́brio sob a ação de uma força res-
qual um dos eixos seja tangente a trajetória circular
tauradora , sempre com orientação para a posição
percorrida pela massa m e o outro na direção do
de equilı́brio e com intensidade proporcional à
fio, ou seja, do raio do cı́rculo. Sendo assim, nota-
distância da partı́cula da posição de equilı́brio.
se que a resultante das forças radiais é igual a
Uma maneira de obsevar esse tipo de movi-
força centrı́peta sobre a partı́cula. A componente
mento é por meio da oscilação do pêndulo simples
tangencial do peso (mg sin(θ)) é força restauradora
desde que os deslocamentos em relação ao ponto
do movimento oscilatório do pêndulo. Portanto, a
de equilı́brio sejam pequenos, como mostrado na
força restauradora é dada por:
Figura 1.
Definimos o pêndulo simples como um sistema F = −mg sin(θ). (1)
ideal constituı́do de uma partı́cula de massa (m)
suspensa a um fio flexı́vel, inextensı́vel, com massa Perceba que esta força não é proporcional ao des-
desprezı́vel e de comprimento (L). Quando afastado locamento angular θ, mas sim a sin(θ). Sendo
de sua posição de equilı́brio (θ = 0o ) e solto, o assim, o movimento resultante não será um MHS.
pêndulo oscilará em um plano vertical sob a ação da No entanto, se o ângulo θ for muito pequeno (até
gravidade num movimento periódico e oscilatório. ≈ 15o ) sin(θ) será aproximadamente igual a θ (em
O tempo para completar uma oscilação é chamado radianos) como mostra a Tabela I.
de perı́odo (T), como pode-se observar na Figura Observa-se que a força restauradora é tangencial,
1. logo podemos escrever a equação para o movimento
2

Tabela I II. P ROCEDIMENTO E XPERIMENTAL


 NGULOS E S ENOS DE  NGULOS
1) Materiais Utilizados
Ângulos (graus) Ângulos em Radianos Seno do Ângulo Percentual a) Uma esfera metálica;
0 0,0000 0,0000 0,0 % b) Um barbante de ∼ 2m de comprimento;
1 0,0175 0,0175 0,0 %
2 0,0349 0,0349 0,0 % c) Uma trena para medida de compri-
3 0,0524 0,0523 0,0 % mento, com erro instrumental igual a
5 0,0873 0,0872 0,1 % 0,05 cm;
10 0,1745 0,1736 0,5 %
15 0,2618 0,2588 1,2 %
d) Um cronômetro para medidas do tempo
20 0,3491 0,3420 2,1 % de oscilação do pêndulo, com erro ins-
30 0,5236 0,5000 4,7 % trumental igual a 0,01s.
2) Procedimentos
a) Incialmente, o comprimento do fio foi
tangencial, usando a segunda lei de Newton, da medido a partir da haste presa à esfera
seguinte forma: até o ponto de suspensão , desconside-
rando o centro de massa da esfera;
ma = −mg sin(θ). (2) b) O pêndulo foi montado, sendo o com-
primento ajustado para (L = 141, 50 ±
0, 05)cm;
Sabendo que a = dv/dt = d2 s/dt2 e a posição
c) Posteriormente, o pêndulo foi solto a
s medida ao longo do arco está relacionada com o
partir de um ângulo θ ≤ 15o . O tempo
deslocamento angular θ segundo a equação s = Lθ.
t foi medido para 10 oscilações. As
Supondo sin(θ), podemos expressar a equação (2)
medições foram feitas 5 vezes;
como:
d) Em seguida, o pêndulo foi ajustado para
d2 θ g o comprimento (L = 127, 35±0, 05)cm,
2
= − θ.
dt L repetindo-se os mesmo procedimentos
do item anterior;
Sabendo que e) Os procedimentos anteriores foram re-
d2 θ petidos para mais 8 comprimentos L.
= −ω 2 θ.
dt2

onde ω é a frequência angular. III. R ESULTADOS E D ISCUSS ÃO


Portanto,
r Após a coleta, os dados foram dispostos em
g tabelas para melhor análise. Primeiramente, devido
ω= .
L ao metódo usado no experimento, apresenta-se a
tabela(Tabela II) com as medidas do tempo para 10
Dado que oscilações para cada comprimento L.

ω= .
T Tabela II
M EDIDAS DO TEMPO DE 10 OSCILAÇ ÕES COMPLETAS PARA CADA
COMPRIMENTO L
Concluı́mos que o perı́odo de oscilação de um
pêndulo simples é dado por: L (cm) t1(s) t2(s) t3(s) t4(s) t5(s) t médio
141,50 24,23 23,98 23,84 23,86 24,17 24,02
s 127,35 22,89 22,89 22,85 22,77 22,83 22,85
L 113,20 21,99 21,54 22,00 21,37 21,97 21,76
T = 2π . 99,05 20,31 20,20 20,33 20,13 20,16 20,23
g
84,90 18,84 18,40 18,51 18,77 18,60 18,62
70,75 17,20 17,64 16,97 17,33 17,18 17,27
Sendo assim, a partir de tal embasamento teórico, 58,80 15,53 15,75 15,73 15,60 15,75 15,67
fomos capaz de realizar medições e analisar se os 44,65 13,83 13,70 13,98 13,80 13,87 13,84
30,50 11,38 11,63 11,51 11,60 11,52 11,53
resultados, com as devidas condições, condiz com 15,90 8,86 8,71 8,95 8,87 8,52 8,78
o previsto matematicamente.
3

O tempo médio para cada medidia foi determi-


nado por meio da média aritmética, como segue a
relação: P5
i=1 ti
5
O perı́odo de oscilação é obtido por meio da
divisão de cada tempo médio pela quantidade de
oscilações completas, ou seja, por 10. O resultado
se encontra na Tabela III, na qual as medidas se
apresentam com seus respectivos erros.
Figura 2. Relação entre o Perı́odo T (S) e o Comprimento L (cm).
Tabela III
P ER ÍODO T PARA CADA COMPRIMENTO L

L (cm) Perı́odo T (s)


141,50 ± 0,05 2,40 ± 0,08
127,35 ± 0,05 2,28 ± 0,02
113,20 ± 0,05 2,18 ± 0,13
99,05 ± 0,05 2,02 ± 0,04
84,90 ± 0,05 1,86 ± 0,08
70,75 ± 0,05 1,72 ± 0,12
58,80 ± 0,05 1,57 ± 0,04
44,65 ± 0,05 1,38 ± 0,05
30,50 ± 0,05 1,15 ± 0,04
15,90 ± 0,05 0,88 ± 0,08

Figura 3. Relação entre o Perı́odo T (S) e a Raiz Quadrada do


A incerteza do comprimento L é devido ao Comprimento L (cm).
instrumento utilizado, sendo metade da sua menor
medida. A incerteza do perı́odo foi calculado a
partir da soma do erro instrumental do cronômetro
com o erro aleatório, na qual é obtido a partir do √ forma y = Ax + B,
(g). Como o gráfico é da
sendo y = T e x = L. Do gráfico, tem-se
desvio padrão da média(4),sendo que é calculado 1
A = (195 ± 6)10−3 cm 2 /s. Como A = √ 2π
g
, conclui-
a partir da razão do desvio padrão(3) pela raiz 2
quadrada da quantidade de medidas, como segue se que g = 4π A2
e das relações de propagação de
abaixo: erro obtém-se a incerteza de g:
2δA
r
1 X δg = g ,
σx = (xi − x)2 (3) A
N −1
na qual δA é a incerteza de A. Das relações
anteriores, conluı́-se que:
σ
√x (4) g = (10, 4 ± 0, 6)m/s2
N
As incertezas na qual o dı́gito lı́der é 1 manteve- Adotando o valor aceito da aceleração da gravidade
se dois algarismos significativos, pois se for arre- como g = 9, 81m/s2 e comparando com a melhor
dondado haverá substancial perda. Portanto, mater estimativa obtida experimentalmente temos:
dois dı́gitos para esses casos proporciona maior 10, 4
precisão nas medidas. − 1 = 0, 061 = 6, 1%
9, 8
A seguir encontra-se os resultados em
representações gráficas. ou seja, um desvio de 6, 1% .
Do gráfico na Figura 3, observamos uma relação
linear entre o perı́odo de oscilação do pêndulo IV. C ONCLUS ÃO
com a raiz quadrada do comprimento do mesmo, Com os resultados experimentais, pôde-se obser-
o que já era previsto pelo modelo teórico. Sendo var que o pêndulo pode realizar um MHS desde que
assim, com as informações dispostas do gráfico é sob condições especiais (θ ≤ 15o ), na qual obtém-
possı́vel calcular o valor da aceleração da gravidade se uma relação linear entre o perı́odo de oscilação
4

Figura 4. Intervalo do valor da gravidade obtido experimentalmente.


Note que o valor aceito se encontra no intervalo.

(T)
√ e a raiz quadrada do comprimento do pêndulo
( L). Além disso, foi possı́vel calcular o valor
da aceleração da gravidade (g) com uma precisão
aceitável, apesar de não muito acurado, sendo que
o valor aceito se encontra no intervalo da medida,
como mostra a Figura 4.

R EFER ÊNCIAS
Measuring Gravity With GRACE, NASA;
Disponı́vel em: hhttps://www.nasa.gov/audience/
foreducators/k-4/features/F Measuring Gravity
With Grace.htmli. Acesso em: 14 de setembro de
2017.

Você também pode gostar