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GRUPO I
Lê o texto.
http://visao.sapo.pt/visaojunior/
(consultado em dezembro de 2015, texto adaptado)
1. Assinala com X, de 1.1. a 1.5., a opção que completa corretamente cada frase, de acordo com o sentido do
texto.
1.1. Ana Pereira
A. tem 31 anos e é instrutora de condução de bicicletas.
B. tem 32 anos e anda de bicicleta na cidade e no campo.
C. tem 30 anos e trabalha na empresa Cenas a Pedal.
D. tem 32 anos e trabalha na empresa Cenas a Pedal.
1.4. Antes de comprares uma bicicleta, deves analisar o local onde a vais guardar, porque,
A. se tiveres de subir escadas, ela deve ser leve.
B. se tiveres garagem, ela deve ser dobrável.
C. se subires de elevador, deves investir num bom cadeado.
D. se a deixares na entrada do prédio, deves manter a porta aberta.
1.5. É fundamental perceber o uso que se pretende dar a uma bicicleta, já que
A. ela pode ser mais básica, se for utilizada com frequência.
B. ela deve ser confortável, segura e ergonómica, se for utilizada para passeios curtos.
C. ela pode ser mais básica, se for utilizada poucas vezes.
D. quanto mais cara, mais pesada e desconfortável ela é.
GRUPO II
Lê o texto da autoria de Ondjaki, um jovem escritor angolano, com muita atenção. Em caso de
necessidade, consulta o vocabulário.
A bicicleta que tinha bigodes
Na minha rua vive o tio Rui, que é escritor e inventa estórias e poemas que até chegam a
outros países muito internacionais.
O CamaradaMudo, um senhor gordo que fala pouco e está sempre sentado na esquina da
nossa rua, disse que essas estórias já foram transformadas em peças de teatro num país com
5 nome comprido, parece que se diz “Julgoeslávia”.
Quando ouvi a notícia na rádio, que iam dar uma bicicleta bem bonita, amarela, vermelha e
preta, lembrei-me logo de falar com o tio Rui. Era um concurso nacional com primeiro prémio de
uma bicicleta colorida que já apareceu na televisão, mas nesse dia na nossa rua não havia luz.
De noite, a falar com a minha almofada, eu até já prometi bem as coisas: “se eu ganhar
10 a bicicleta colorida, vou deixar todos da minha rua andarem sem pedir nada em troca, nem
gelados nem xuínga 1”.
Essa promessa assim bem dura de fazer é que me fazia acreditar que eu ia mesmo ganhar
a bicicleta.
Mas eu não tenho jeito nenhum para essa coisa das estórias2. Falei com outros miúdos, para
15 saber quem tinha ideias, quem queria participar no concurso nacional da bicicleta colorida, mas
todos me gozam a dizer que essa bicicleta já deve ter dono, que já sabem quem é que vai ganhar.
Não entendi aquilo, mas não desisti. Fui ainda falar com o CamaradaMudo.
– É verdade que essa bicicleta que estão a anunciar na rádio não é de verdade?
– Claro que é de verdade – o CamaradaMudo respondeu. – Tu tens uma boa estória?
20 – Eu só tenho uma boa vontade de ganhar essa bicicleta.
– Mas para ganhares tens de inventar uma estória.
– Tou masé a pensar que devíamos pedir patrocínio no tio Rui, aquele que escreve bué de
poemas.
– Isso não é batota?
25 – Batota porquê?
– E as outras crianças?
– Quero lá saber, não tenho culpa que o tio Rui viva aqui na minha rua. Eles que descubram
também o escritor da rua deles.
O tio Rui é simpático e tem sempre bué de pressa.
30 Às vezes nos dá dinheiro para irmos comprar gelado e, no dia 1 de junho, podemos entrar
todos no quintal da casa dele para ouvir algumas estórias que ele lê diretamente dos papéis
amarelos onde ele escreve. Fala com uma voz constipada e algumas palavras mesmo são
difíceis de entender. Eu pensava que era só o modo de falar, mas a minha amiga Isaura é que
me explicou um dia.
35 – Não vês como são os bigodes do tio Rui?
– São como?
– São assim tipo capim3 que já não se corta desde o último cacimbo4.
– E depois?
– Depois que alguns sons e algumas palavras ficam presas no bigode. Então só ouvimos
40 já o resto.
36 © Edições ASA | 2016 | Palavra Puxa Palavra 5
PORTUGUÊS 5.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO 6 UNIDADE 3
A Isaura tem sempre ideias complicadas. Fica muito tempo sentada no quintal dela a olhar
as andorinhas, as lesmas e até conhece cada gafanhoto do jardim dela. Dá nomes de pessoas
aos bichos mas não sabe bem a tabuada.
– Quatro vezes quatro? – perguntava o CamaradaMudo quando ainda dava explicações de
45 matemática.
– Não sei, mas por exemplo, o gafanhoto SamoraMachel gosta mais das plantas da casa
do tio Rui, e só come antes das onze. Se está muito sol, vai-se esconder.
Nós riamo-nos daquela maluquice dela, ainda perguntávamos mais.
– Seis vezes três?
50 – Não sei, mas a lesma Senghor é muito estranha porque anda a fazer uma casa com
pedrinhas que vai buscar no fundo do quintal e um dia destes pode ser pisada.
A Isaura, como é vizinha do tio Rui, tem boas informações.
– O tio Rui, à tarde, fica na varanda dele a escrever. Primeiro pensa, depois fala em voz alta
e depois é que escreve.
55 – Como é que sabes que ele tá a pensar?
– És burro ou quê? – a Isaura olhou para mim espantada. – Não sabes que quando os mais
velhos coçam muito tempo o bigode é porque estão a pensar?
A Isaura dá nomes de presidentes aos bichos do quintal dela, e porque são muitos bichos,
ela sabe nomes de muitos presidentes. Podem ser nomes também de alguns que já morreram
60 ou mesmo outros que não foram presidentes mas pessoas assim importantes.
Ondjaki, A bicicleta que tinha bigodes, Lisboa, Editorial Caminho, 2015, pp. 11-17
Vocabulário: 1 xuínga – pastilha elástica; 2 estórias – contos, narrativas curtas; 3 capim – tipo de ervas altas e densas, que cobrem
áreas extensas de terreno; 4 cacimbo – orvalho em certos pontos de África.
1. Classifica as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), de acordo com o texto.
a) O tio Rui vive na rua do narrador e é escritor.
b) O CamaradaMudo está sempre sentado na esquina da rua do narrador e fala muito.
c) O narrador quer concorrer a um concurso internacional.
d) O prémio do concurso é uma bicicleta.
e) O narrador prometeu deixar os outros meninos andarem na sua bicicleta, se estes lhe dessem gelados.
f) O menino tinha muito jeito para escrever estórias.
g) O narrador decidiu pedir ajuda ao tio Rui.
h) O narrador é sonhador e generoso.
3. Aponta três características psicológicas do tio Rui e fundamenta a tua resposta com expressões textuais.
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5. Indica o motivo pelo qual o CamaradaMudo considera que o narrador está a fazer batota se pedir ajuda ao
tio Rui.
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6. “Fala com uma voz constipada e algumas palavras mesmo são difíceis de entender.” (linhas 32-33)
6.1. Segundo Isaura, qual era a razão para não se entenderem algumas palavras do tio Rui?
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8. Indica o recurso expressivo presente na expressão “– São assim tipo capim que já não se corta desde o
último cacimbo.” (linha 37).
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GRUPO III
1. Identifica a classe das palavras sublinhadas na seguinte frase, assinalando-a com um X na tabela.
De noite, a falar com a minha almofada, eu fiz duas promessas muito importantes.
3. Lê a frase seguinte.
“A Isaura dá nomes de presidentes aos bichos do quintal dela, e porque são muitos bichos, ela sabe nomes
de muitos presidentes.” (linhas 58-59)
3.1. A palavra sublinhada na frase anterior substitui outra. Identifica-a.
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4. Reescreve as frases seguintes, substituindo cada expressão sublinhada pelo pronome pessoal adequado.
a) O narrador ouviu o CamaradaMudo com atenção.
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b) O menino pediu ao tio Rui uma estória.
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5. Completa cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parênteses no tempo,
modo e forma indicados.
a) O tio Rui _________________ (ter, presente do indicativo) sempre muita pressa.
b) Nós _________________ (dever, pretérito imperfeito do indicativo) pedir patrocínio ao tio Rui.
c) Isaura, _________________ (responder, imperativo) à pergunta que te estou a fazer.
d) O menino é _________________ (gozar, particípio) por todos os outros.
GRUPO IV
Imagina que o narrador do texto “A bicicleta que tinha bigodes” resolveu escrever uma carta ao tio Rui
pedindo-lhe ajuda para escrever a estória.
Redige essa carta, mencionando o concurso, o prémio e o que tencionas fazer com a bicicleta. Não te
esqueças de pedir sugestões para o tema da estória e referir outros aspetos que consideres importantes.
A tua carta deve ter o mínimo de 120 e o máximo de 180 palavras.
Não te esqueças de incluir: local e data; saudação inicial; corpo do texto; fórmula de despedida; assinatura.
Após teres terminado a escrita, verifica se: respeitaste o número de palavras; utilizaste corretamente as
maiúsculas e as minúsculas; assinalaste corretamente os parágrafos; a pontuação está correta.