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1 - ESTUDO PRÉVIO

1.1 – Diálogo com o Dono da Obra e restante equipa de projecto


Este diálogo terá como objectivo, que a equipa projectista se inteire das premissas fun-
damentais necessárias ao desenvolvimento do projecto adequado para se construir o
empreendimento pretendido e estabelecerem-se as pontes de diálogo entre os diferentes
profissionais que serão envolvidos no desenvolvimento dos estudos.
1.2 - Recolha de informação
A recolha de informação inicia-se no passo anterior, em que se poderá obter a informa-
ção sobre o local em que o empreendimento será edificado, e prosseguirá pela determi-
nação em conjunto com os arquitectos de:
 Orientação geográfica do local;
 Topografia do local e meio envolvente;
 Edificações envolventes, volumetria e cércea;
 Condições ambientais;
 Incidência solar;
 Temperatura de bolbo seco de projecto;
 Temperatura de bolbo húmido de projecto;
 Evolução diária e anual das referidas temperaturas;
 Nível de ruído admissível
1.3 – Diálogo com as autoridades locais
O diálogo com as autoridades locais, tem início com a pesquisa sobre as normas e regu-
lamentos publicados tais como:
 Regulamentos de segurança activa e passiva;
 Regulamentos de segurança contra incêndios;
 Regulamentos sobre as envolventes de edifícios;
 Regulamentos energéticos e de qualidade do ar tais como: o aproveitamento de
energia solar, caudais mínimos de renovação de ar, características mínimas das
envolventes, etc;
 Regulamentos de ruído admissível;
 Disponibilidades de recursos tais como:
 Água;
 Meios receptores e qualidade mínima dos efluentes;
 Energia eléctrica, etc.
1.4 – Estudo da arquitectura proposta
Com o estudo prévio de arquitectura disponível, passa-se a efectuar uma análise sobre
os seguintes aspectos:
 Volumetria e compartimentação propostas;
 Orientação do edifício e respectiva incidência solar
 Envolvente em que se aplicam produtos relacionados com o consumo de energia, utilizados
na construção tais como janelas, materiais de isolamento com requisitos de concepção ecológi-
ca relacionados com o consumo de energia para contribuírem para significativas poupanças de
energia durante a utilização conforme a directiva 2009/125/CE do Parlamento europeu e do
Conselho de 21 de Outubro de 2009.
o Caracterização dos envidraçados e respectivos sombreamentos;
o Caracterização das paredes e respectivos isolamentos;
o Caracterização das coberturas
 Pé direito dos pisos e espaço disponível para passagem de instalações técnicas
tais como condutas, tubos hidráulicos e de gases refrigerantes e combustíveis,
cabos de energia e sinais, etc.
 Ductos técnicos verticais (Couretes técnicas), localização, distribuição e secções
de passagem.
 Outros aspectos a definir pela arquitectura em conjugação com os projectistas de
segurança tais como caminhos de fuga com pressurização mecânica, escadas
pressurizadas, etc.

1.5 – Proposta de soluções


Essa proposta será estabelecida com a definição de;
 Equipamentos principais e fundamentais;
 Localizações recomendadas (centralizada, distribuída?);
 Meios de distribuição de energia térmica;
 Unidades de zona previstas (UTA´S e UTAN´S)
 Unidades locais tais como ventiloconvectores, UTA,S de baixo perfil, uni-
dades de VAV, etc,
 Outros.
1.6 – Cálculos preliminares
Com a proposta estabelecida efectuar-se-ão os cálculos preliminares das necessidades
de ventilação e energia térmica necessária para a climatização do edifício com determi-
nação das necessidades de:
 Energia eléctrica
 Água
 Gás combustível
 Rejeição de efluentes
1.7 – Diálogo com a equipa de projectos
Durante a elaboração deste estudo prévio haverá um diálogo permanente entre os dife-
rentes elementos da equipa projectista em que serão discutidos e estudados os seguintes
aspectos alguns deles já referidos:
 Centrais técnicas;
 Espaços disponíveis para a passagem das canalizações;
 Espaços reservados para a instalação das unidades de climatização;
 Reserva de potência eléctrica para alimentação das unidades de climatização;
 Definição do encaminhamento dos cabos de energia e sinais e uniformização do
seu tipo;
 Quadros eléctricos e unidades de AVAC a alimentar, em quadro dedicado ou
quadro das instalações eléctricas?
 Caudais de água;
 Pontos de rejeição de condensados;
 Interligação entre a segurança e o AVAC;
o Caminhos de fuga com desenfumagem mecânica;
o Pressurização de escadas;
o Desenfumagem mecânica de acantonamentos
o EN 12101 Sistemas para controlo de fumos e de calor;
1.8 - Apresentação da solução proposta
A proposta da instalação prevista neste estudo prévio deverá ser formada por peças es-
critas e desenhas em que estarão representadas a:
 Localização dos principais equipamentos de AVAC:
 Indicação das unidades terminais de ventilação (grelhas, difusores, ventilocon-
vectores, caixas de VAV, etc.);
 Esquemas gerais das instalações
 Esquemas de princípio das UTA´s e UTAN´S
 Traçados esquemáticos e gerais das redes aeraulicas, hidráulicas e eléctricas
 Esquema de princípio dos QE, etc.
NOTA: Todos os equipamentos a introduzir no edifício terão ter marcação CE de
acordo com:
 Directive on the Energy Performance of Buildings (EPBD recast),
 Directive on Renewable Energy Sources (RES) and
 Ecodesign Directive (ErP).

2 - PROJECTO DE LICENCIAMENTO
Com a aprovação pelos serviços técnicos do dono da obra, do estudo prévio desenvolvi-
do, a equipa projectista passa a desenvolver os projectos de licenciamento destinados a
serem aprovados pelas autoridades locais. Este estudo terá como base o estudo prévio
aprovado e todas as recomendações de alteração que tenham sido formuladas. A primei-
ra tarefa a desenvolver é um estudo local a local do edifício proposto pelo arquitecto
2.1 – Determinação das bases de cálculo térmico do edifício
Para o cálculo térmico do edifício será determinado local a local o seguinte:
 Área de pavimento, condutibilidade térmica e situação (sobre espaço climatizado
ou não);
 Tipo de tecto, respectiva condutibilidade térmica e situação (exterior, em comu-
nicação com zona climatizada ou não);
 Área da envolvente opaca, respectiva condutibilidade térmica e orientação;
 Área dos envidraçados, tipo de vidros, ensombramento e orientação;
 Ocupação, actividade desenvolvida e respectiva calendarização
 Necessidades de ar novo;
 Equipamentos com influência nas cargas térmicas
 Outros dados eventualmente interessantes para o cálculo.
Os cálculos terão como base o sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), o Regu-
lamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH) e o Regulamento de
Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços (RECS), atendendo, simultane-
amente, aos interesses inerentes à aplicabilidade integral e utilidade do, Decreto-Lei n.º
118/2013 de 20 de agosto
2.2 - Balanço térmico individual (local a local)
Com base nos dados recolhidos, para o edifício projectado pela arquitectura referidos no
ponto anterior efectua-se o respectivo balanço térmico com base num programa infor-
mático que esteja aprovado pela ASHRAE Standard 140.2004. Os resultados de cálculo
deverão ser impressos e constar num anexo ao estudo.
2.3 – Selecção e implantação do equipamento nos compartimentos
Com base nos resultados do balanço térmico e do nível de ruído admissível deverão ser
seleccionados os diferentes equipamentos para climatização e ventilação, determinadas
as respectivas dimensões e implantados nos respectivos locais, nas plantas, com a res-
pectiva escala (os equipamentos seleccionados servirão como referência de projecto),
todos os difusores e grelhas e aberturas no tecto para manutenção também serão posici-
onados no tecto falso em coordenação com os projectistas responsáveis pela distribuição
dos candeeiros de tecto, autofalantes e aspersores de tecto (sprinklers) sendo esta im-
plantação coordenada pela arquitectura.
2.4 – Selecção e implantação do equipamento nas zonas
As unidades destinadas a climatizar grandes espaços, (UTA) assim como as unidades de
ar novo (UTAN) serão escolhidas e seleccionadas com base no balanço térmico, e serão
dotadas de todas as secções necessárias para um perfeito desempenho (ventiladores,
filtros, recuperadores de calor, baterias térmicas, atenuadores acústicos, etc.) ficarão
posicionadas nos espaços previstos pela arquitectura nas coberturas e a sua distribuição
deverá ser alinhada e regular e deverão ser previstos os afastamentos recomendados
pelos respectivos fabricantes para manutenção. Deverá estar prevista no projecto de
arquitectura o acesso a todas as zonas de instalação de máquinas,
2.5 - Central(ais) térmica(s)
O dimensionamento dos equipamentos que formarão a central térmica, terá como base
uma simulação energética, a efectuar a todo empreendimento. Todos estes equipamen-
tos ficarão implantados nas peças desenhadas à escala. Os esquemas com os respectivos
princípios de funcionamento serão estabelecidos e ficarão representados nas peças dese-
nhadas. Nas centrais deverá ser coordenada com a arquitectura a acessibilidade a todos
os equipamentos para manutenção e remoção, assim como deverá ser previsto o seu
tratamento acústico.
2.6 - Redes aeraulicas
Com os diferentes equipamentos distribuídos pelo edifício passa-se á concepção dos
fluxogramas e a traçarem-se as redes de distribuição dos fluidos térmicos. Ar, água, gás
refrigerante, instalações eléctricas associadas.
Sendo a rede aeráulica a primeira em importância devido à sua volumetria, esta rede
ficará representada nas peças desenhadas à escala, e incluirá todos os acessórios, pendu-
rais, registos e ligações flexíveis. Será compatibilizada com as restantes redes do edifí-
cio Será efectuado o estudo de ruído destas condutas com indicação das necessidades
específicas de tratamento acústico, amortecimento de vibrações, meios para atenuar a
condução do ruído e respectivas emissões.
Com a rede devidamente implantada proceder-se-á ao respectivo cálculo aeráulico para
dimensionar os ventiladores, Os cálculos serão efectuados por programa informático
reconhecido e os resultados impressos deverão constar nos anexos e deverão fundamen-
tar o dimensionamento dos ventiladores,
2.7 . Redes hidráulicas
As redes hidráulicas serão representadas nas peças desenhadas em traçado unifilar,
apoiado em esquemas de princípio com representação das válvulas principais de isola-
mento equilíbrio e controlo. Serão referenciados todos os acessórios tais como cuvas,
bifurcações, transições, suportes e pendurais Toda a rede será calculada em programa
informático reconhecido, com base nos consumos dos aparelhos e os resultados impres-
sos deverão constar nos anexos e deverão fundamentar o dimensionamento das bombas
hidráulicas. Toda a rede deverá ser compatibilizada com as restantes redes do edifício.
Nos tectos falsos deverão prever-se secções desmontáveis para manutenção.
2.8 - Instalação eléctrica associada
Com todos os equipamentos implantados e em parceria com a especialidade das instala-
ções eléctricas deverão ser distribuídos todos os quadros eléctricos parciais, a partir dos
quais será distribuída as respectivas alimentações eléctricas.
O projecto incluirá os esquemas de princípio dos quadros eléctricos.
2.9 - Sistema de gestão técnica centralizada
Para controlo da instalação técnica do edifício deverá ser previsto um sistema de contro-
lo central. Este sistema deverá permitir o controlo de todas as unidades interiores e exte-
riores do sistema de climatização assim como as centrais térmicas e optimizar a sua ope-
ração.
2.10 - Apresentação do projecto de licenciamento
O projecto de licenciamento deverá ser constituído pelas peças escritas e desenhadas
que permitam uma perfeita compreensão da obra, assim como indicarem todas ass nor-
mas e regulamentos em que os autores se basearam na respectiva concepção.
2.10.1 Peças escritas
As peças escritas deverão:
 Descrever a obra;
 Apresentara uma caracterização sumária de todas as unidades a instalar no âmbi-
to deste projecto;
 Indicação das respectivas capacidades térmicas;
 Deverá ser apresentado um quadro resumo das cargas térmicas dos diferentes lo-
cais;
 Indicação de todas as normas observadas na concepção do projecto;
 Em anexo deverão ser apresentados todos os resultados dos cálculos referidos
anteriormente.
 Estimativa do custo da obra
2.10.2 Peças desenhadas
As peças desenhadas deveráo ser formadas por um conjunto de desenhos que
 Plantas de todos os pisos, com implantação de todos os equipamentos, condutas
de distribuição de ar e unidades terminais;
 Plantas com distribuição das redes hidráulicas e de fluidos refrigerantes;
 Plantas com distribuição dos cabos de energia e sinais;
 Cortes necessários para compreensão das instalações;
 Esquemas verticais dos ductos (courettes)
 Fluxogramas dos diferentes fluidos com indicação dos caudais e dispositivos de
regulação e de corte;
 Plantas e cortes das centrais térmicas, com representação dos equipamentos à es-
cala, com representação de portas, aberturas e condições de acesso de pessoas e
equipamentos;
 Desenhos com os esquemas eléctricos funcionais;
 Desenhos dos quadros eléctricos em esquema unufilar;
 Esquemas de princípio do sistema de gestão técnica centralizada;
 Outros desenhos a decidir pela equipa de projecto necessários à compreensão da
empreitada.
3 PROJECTO DE EXECUÇÃO
Com o projecto de licenciamento aprovado, passa-se ao projecto necessário para adjudi-
cação da empreitada e execução da obra, que terá como base os documentos referidos e
qualquer recomendação proposta para melhoria do empreendimento.
Neste projecto além das peças desenhadas referidas para o projecto de licenciamento
incluir-se-ão:
 Os desenhos de detalhe dos apoios e suspensões;
 Cortes necessários, para a compatibilização entre as diferentes necessidades de
projecto;
 Marcação dos furos em lajes, paredes de betão e vigas;
 Diagramas eléctricos unifilares, indicando a potência de cada circuito e calibre
dos respectivos de protecção;
 Desenhos com os planos de suportes de todas as tubulações e condutas de trans-
porte de ar.
As peças escritas serão complementadas com:
 Inclusão do orçamento na Memória Descritiva e Justificativa;
 Caderno de encargos com especificações de:
o Execução da obra;
o Fornecimento dos materiais e equipamentos;
o Testes a efectuar em fábrica e na obra;
o Ensaios de desempenho;
o Colocação em serviço:
o Entrega das instalações.
 Medições.

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