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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O SENADO FEDERAL

TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS


PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 0

SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL

Seja bem-vindo(a)! Esta é a nossa “sala de aula”. Aqui nos


prepararemos para mais um importante concurso: o do Senado Federal.
Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert
Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília
(UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e
Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo
Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001. Iniciei
minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde
2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e
redação oficial voltadas para concursos públicos. Durante quase seis anos
estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de
capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e
redação oficial. Integro o quadro de instrutores da Esaf e recentemente
lecionei o curso de Redação de Correspondências Oficiais e Atualização
Gramatical para auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal.
Aqui no Ponto já participei de diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me
envolvi com os seguintes preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE,
TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP, Abin, INSS,
Ministério do Turismo. Meu endereço eletrônico é
albert@pontodosconcursos.com.br. Sempre que precisar, faça contato comigo.
Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja envolvido com
aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais alunos.

LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO SENADO FEDERAL

Quem se submeteu ao último concurso do Senado se lembra de


que a banca examinadora foi a Fundação Getúlio Vargas (FGV) – uma banca

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respeitadíssima que, em matéria de Língua Portuguesa, normalmente


apresenta textos demasiadamente longos, poucas questões de
interpretação e muitas questões sobre aspectos gramaticais da Língua.
Em 2008, nossa disciplina teve peso 2 e veio com 20 questões (40
pontos) nas provas objetivas de CONSULTOR, ANALISTA e TÉCNICO. Isso sem
falar na prova de redação, também com peso 2. Assim, Língua Portuguesa
foi uma das disciplinas mais importantes do concurso passado.
Eis abaixo o conteúdo programático que constou no último edital:

Leitura e análise de textos. Estruturação do texto e dos parágrafos. Articulação


do texto: pronomes e expressões referenciais, nexos, operadores seqüenciais.
Significação contextual de palavras e expressões. Interpretação:
pressuposições e inferências; implícitos e subentendidos. Variedades de texto e
adequação de linguagem. Equivalência e transformação de estruturas. Discurso
direto e indireto. Sintaxe: processos de coordenação e subordinação. Emprego
de tempos e modos verbais. Pontuação. Estrutura e formação de palavras.
Funções das classes de palavras. Flexão nominal e verbal. Pronomes:
emprego, formas de tratamento e colocação. Concordância nominal e verbal.
Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Ortografia oficial. Acentuação
gráfica. Redação Oficial (Manual de Redação da Presidência da República e
Manuais de Elaboração de Textos do Senado Federal)

O CURSO QUE PROPONHO

Não temos ainda a certeza de que o concurso vindouro será


organizado pela FGV. Isso tem uma relevância muito grande para alunos e
professores. Todos ficamos sujeitos a alguns ajustes durante o curso
causados justamente pela definição da banca e, em seguida, do
conteúdo programático. Todavia não há motivo para desânimo. Aliás, um
forte candidato não estuda na última hora; antes, antecipa-se aos fatos.

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Este é um curso de teoria e exercícios. Está baseado no


programa do concurso anterior e dividido em nove aulas (incluindo esta, a
aula demonstrativa). O conteúdo programático está assim distribuído:

AULA CONTEÚDO
Apresentação do curso
0 Ortografia oficial
Acentuação gráfica
Texto e discurso
Significação contextual de palavras e expressões
Leitura, análise e interpretação
Coesão e coerência
1
Tipologia textual
Adequação da linguagem
Paráfrase e paródia
Discurso direto e indireto
Classe, estrutura e formação de palavras
2
Flexão nominal
Verbo: emprego de tempos e modos
3 Flexão verbal
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação
4 Sintaxe da oração
5 Sintaxe do período
Pontuação
6 Regência verbal e nominal
Ocorrências de crase
7 Concordância verbal e nominal
8 Redação oficial

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Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente pela


FGV para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos e os itens (será
respeitada a grafia original dos enunciados). Ocorrendo a abordagem de
assuntos diversos em uma mesma questão, as alternativas serão
tratadas separadamente conforme cada caso específico. Assim, poderei
utilizar um mesmo texto (ou fragmento dele) para apresentar as diversas
assertivas. Portanto não estranhe se isso acontecer. O procedimento é
puramente didático. Dessa forma, pretendo familiarizar você – futuro servidor
do Senado Federal – com aquilo que a Getúlio Vargas cobra sobre determinado
assunto da Língua Portuguesa em concursos públicos.
Outro esclarecimento que preciso fazer desde já é sobre a forma
como conduziremos nossos estudos. Este não é um curso só de resolução
de exercícios. Significa dizer que também nos ocuparemos com os
aspectos teóricos sobre os itens do programa, sem prejuízo das
resoluções das questões de provas anteriores.
Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor
forma possível. Solicito que você interaja comigo por meio de mensagens
eletrônicas no fórum de discussão. A sua participação é fundamental para o
bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa.

ORTOGRAFIA

No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das palavras


é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário ortográfico da
língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a forma oficial de
escrever as palavras.
Apesar da vigência do novo Acordo Ortográfico, as regras antigas e
as novas conviverão até 31 de dezembro 2012. Isso porque o presidente Lula,
por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de setembro de 2008, além de ter

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promulgado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – que foi assinado em


Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 – também estabeleceu um período de
transição: “de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o
qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma
estabelecida”.
É verdade ainda que é humanamente impossível saber a grafia de
todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da dificuldade
que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada oficialmente pela ABL em
19 de março de 2009, tem 976 páginas, 340 mil verbetes e outras coisas mais.
Você se atreve a decorar tudo isso?!
Entretanto, podemos sistematizar a grafia de certas palavras,
em decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que
veremos aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil
no momento de resolver uma ou outra questão de concurso. Não estou
dizendo que tudo se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas.
O que você precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais,
revistas e dicionários deverá ser somada à minha explicação.
Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre que
for preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras ortográficas

• Usa-se, normalmente, a letra X:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – depois de ditongos ameixa, frouxo, peixe Recauchutar
encher, encharcar,
enchova, enchumaçar e
2 – depois da sílaba EN enxame, enxergar
derivados dessas
palavras
3 – depois da sílaba ME, mexa (verbo), mexerico mecha (substantivo) =

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quando “fechada” pronúncia “aberta”

1. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) “Em primeiro


lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os
mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem
interferências externas, na alocação dos recursos.” (L.37-40)

No trecho acima, grafou-se corretamente a palavra xeque, de acordo com


o sentido pretendido no texto.

Assinale a alternativa em que não se tenha mantido correção gráfica ao


utilizar a palavra destacada.

(A) Finalmente o enxadrista deu o xeque-mate.


(B) Com ética e consciência cidadã, o povo dará um cheque à corrupção.
(C) Chegou em visita ao Congresso o xeque árabe.
(D) Porque estava sem talão, teve de pedir um cheque avulso.
(E) Deixe que eu cheque a lista de passageiros.

Comentário – Alternativa A: no jogo de xadrez, lance em que o rei recebe


ameaça indefensável. A palavra grafa-se com X.
Alternativa B: em sentido figurado, xeque (com X) representa
um acontecimento que põe fim a uma situação. Eis, portanto, o erro.
Alternativa C: alguém pode ter ficado em dúvida, pois o mais
comum é a palavra ser grafada xeique. Porém a grafia xeque (com X) também
significa soberano entre os árabes.
Alternativa D: significa ordem de pagamento por meio de
documento fornecido por um banco a quem nele tem conta, que equivale a
dinheiro. Grafa-se com CH.
Alternativa E: derivado do verbo checar, com CH. Significa
examinar, conferir, verificar.

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Resposta – B

• Usa-se, normalmente, a letra G:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nos sufixos AGEM, viagem (substantivo), pajem, lajem,
IGEM e UGEM vertigem, ferrugem lambujem
2 – nos sufixos AGIO, pedágio, colégio,
EGIO, IGIO, OGIO e prestígio, relógio,
UGIO refúgio
3 – nas palavras margem/margear, monge/monja, eu dirijo
derivadas daquelas que homenagem/homenagear (flexão do verbo dirigir).
possuem G no radical Imaginem se
(você perceberá que mantivéssemos a letra
esse princípio vale “g” nas palavras
também para o emprego derivadas...
de outras letras)

• Usa-se, normalmente, a letra J:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
pajé, jibóia, jeca,
1 – nas palavras de
jenipapo, jirau, jiló,
origem indígena,
cafajeste, jerico,
africana e árabe
jequitibá
2 – nas flexões dos viajar (verbo) – que eles
verbos que possuem J viajem; bocejar – eu
no radical bocejei
3 – nas palavras gorja – gorjeta; lisonja –
derivadas daquelas que lisonjeado

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possuem J no radical
4 – nas palavras de jeito, hoje, majestade,
origem latina injetar, objeto, ultraje
• Usa-se, normalmente, a letra Ç:
QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas palavras
exceto – exceção, setor
derivadas daquelas que
– seção, cantar – canção
possuem T no radical
2 – nas palavras de miçanga, paçoca,
origem indígena, árabe e muriçoca, muçulmano,
africana açougue, açoite
babaçu, Paraguaçu,
3 – nos sufixos AÇU e
Nova Iguaçu, golaço,
AÇO
poetaço, atrevidaço
compleição, feição,
4 – depois de ditongo
beiço

• Usa-se, normalmente, a letra S:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nos substantivos que chinês, japonês,
designam origem, título baronesa, duquesa,
honorífico e feminino sacerdotisa, poetisa
2 – Nos sufixos ASE, fase, ascese, eletrólise,
ESE, ISI e OSE apoteose
3 – nos sufixos OSO e formoso, formosa,
OSA gostoso, gostosa
4 – nas palavras iludir – ilusão, defender
derivadas daquelas que – defesa; divertir –

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possuem D, RT ou RG no diversão, inverter –


seu radical inversão; imergir –
imersão, submergir –
submersão
transatlântico,
5 – no prefixo TRANS e
trasladar (ou
nos seus derivados
transladar)
6 – após os ditongos maisena, Sousa, coisa
7 – nas formas verbais
quis, quisera, pusera,
derivadas dos verbos
compusera
QUERER e PÔR

• Usa-se, normalmente, SS:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
suceder – sucessão,
1 – nas palavras regredir – regressão,
derivadas daquelas que comprimir –
possuem as expressões compressão, demitir –
CED, GRED, PRIM, MIT, demissão, intrometer –
MET e CUT no radical intromissão, discutir –
discussão
2 – prefixo terminado pre + sentir = pressentir
em vogal + palavra (repare que o “s” foi
começada por S duplicado”)

• Usa-se, normalmente, a letra Z:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas terminações EZ insensato – insensatez,

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e EZA, formando nu – nudez; claro –


substantivos clareza, belo – beleza
abstratos derivados de
adjetivos
a) se a palavra possuir
S em sua parte final, o
infinitivo verbal também
levará S: análise –
analisar, paralisia –
paralisar;
2 – nas terminações sintonia – sintonizar, b) Hipnose – hipnotizar;
IZAR, formando real – realizar, visual – Síntese – sintetizar;
infinitivos verbais visualizar Batismo – batizar;
Catequese – catequizar;
Ênfase – enfatizar.
(Lembre-se da sigla de
um famoso banco, só
que com E no final:
HSBCE).
3 – como consoante de pé + udo = pezudo; guri
ligação + ada = gurizada

• Usa-se, normalmente, a letra H:


QUANDO EXEMPLO CUIDADO
1 – nas palavras ligadas
por hífen em que o anti-higiênico, pré-
desarmonia, lobisomem
segundo elemento histórico, super-homem
começa com H

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as palavras derivadas
2 – na palavra Bahia
não possuem H: baiano

• Verbos terminados em EAR e IAR:


1 – são irregulares os
verbos terminados em
passear: passeio,
EAR; eles recebem a
passeias, passeia,
letra I nas formas
passeamos, passeais,
rizotônicas (eu, tu, ele,
passeiam
eles – a sílaba tônica
integra o radical)
Mediar, Ansiar,
Remediar, Incendiar,
Odiar (MARIO): apesar
premiar: premio, de terminarem em IAR,
2 – são regulares os
premias, premia, são irregulares e
verbos terminados em
premiamos, premiais, recebem a letra E nas
IAR
premiam formas rizotônicas (eu,
tu, ele, eles): odeio,
odeias, odeia, odiamos,
odiais, odeiam

• As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico)

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k,


w e y.
aA jJ sS

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bB kK tT
cC lL uU
dD mM vV
eE nN wW
fF oO xX
gG pP yY
hH qQ zZ
iI rR

A essa altura você deve estar se perguntando: “Por que as letras


k, w e y voltaram ao alfabeto?”, “Quais as consequências práticas?”, “Alguma
palavra será grafada de forma diferente?”, “Como deverão ser usadas?”, “Elas
são vogais ou consoantes?”, “Como é a pronúncia do w?”.
As letras k (cá ou capa) – letra oriunda do alfabeto fenício (kaph),
adotada pelos gregos (kapa) e depois pelos romanos (capa) –, w (dábliu) –
letra usada nas línguas inglesa, em que soa como o “u”, e alemã, em que é
pronunciada como “v” – e y (ípsilon) – letra com som de “i” –, que na verdade
não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são
usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km


(quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus


derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang,
William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Bem, e o que acontece agora que elas estão oficialmente


introduzidas no nosso alfabeto? Haverá mudanças na grafia de alguma
palavra? Deveremos escrever “kilômetro” em vez de “quilômetro”?

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Na prática, nada muda na grafia das palavras, pois a reintrodução


das letras K, W e Y em nosso alfabeto NÃO AUMENTA SEU USO. Essas três
letrinhas continuam sendo usadas em NOMES PRÓPRIOS ORIUNDOS DE
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, como nos exemplos abaixo:

Byron; Darwin; Franklin; Taylor; Wagner; Wilson; Kardec;

Também continuam sendo usadas nas PALAVRAS DERIVADAS DE


NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS. Veja alguns exemplos:

byroniano (relativo a Lord Byron, poeta inglês, autor da obra Don


Juan);
kantismo (doutrina filosófica de Immanuel Kant, filósofo alemão);
kardecismo (doutrina espírita do pensador francês Allan Kardec);
kardecista (relativo ao kardecismo, seguidor dessa doutrina);
kuwaitiano (indivíduo natural do Kuwait);

As letras K, W e Y também são usadas em SIGLAS, SÍMBOLOS E


PALAVRAS INTERNACIONALMENTE ADOTADAS como:

TWA (Trans World Airlines);


KLM (Koninklijke Luchtvaart Maatschappij, em português:
Companhia Real de Aviação);
kw (quilowatt);
watt;
yd (jarda, do inglês yard);
K (Potássio);
W (Tungstênio);
Y (Ítrio);
Kr (Criptônio);
W - oeste (West);
SW - sudoeste (southwest);

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NW - noroeste (northwest).

Você aí já se perguntou se ESSAS LETRAS SERÃO CLASSIFICADAS


COMO VOGAL OU CONSOANTE?!?! Certo, vejamos como elas poderão se
comportar.
As novas letras do alfabeto deverão ser classificadas em vogais ou
consoantes, DE ACORDO COM A FORMA COMO SÃO PRONUNCIADAS nas
palavras em que aparecem.

¾ O K será sempre CONSOANTE, pois sempre é pronunciado como


o C antes das vogais A, O e U e como o dígrafo QU antes de E
e I.

¾ Já o Y será VOGAL ou SEMIVOGAL, pois normalmente é


pronunciado como se fosse um I.

¾ A letra W pode assumir o papel de VOGAL (ou SEMIVOGAL) ou


CONSOANTE. Nas palavras de origem inglesa, por ser
normalmente pronunciado como U, o W será vogal ou
semivogal:

Wallace; waffle; show; Wilson; windows; watt (uote).

Nas palavras de origem alemã, o W normalmente é pronunciado


como um V, e, assim, será uma CONSOANTE:

Walter; Wagner; Volkswagen.

Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que,


certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por uma ou
outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que, volta e
meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.

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• MAL x MAU

a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,


refere-se a um verbo)

b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa


adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)

c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um substantivo,


contrário de bom)

ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a mesma
classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é importante porque
a banca examinadora pode sugerir o contrário. A FGV, por exemplo, pode
selecionar duas frases de um texto em que esses vocábulos aparecem,
destacá-los e formular a seguinte assertiva: “Nas linhas X e Y, os vocábulos
em destaque possuem a mesma classificação gramatical”. Muito cuidado antes
de responder. Como vimos anteriormente, isso nem sempre será verdade.
Quero que note ainda as diferentes classificações dos vocábulos que surgirão
nos próximos exemplos.

• POR QUE x POR QUÊ

a) Por que você não veio? (preposição + pronome interrogativo, usado no


início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)

b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase
interrogativa é indireta)

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c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e
o “quê” é tônico)
d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome
relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

• PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,


indica circunstância de causa)

b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção coordenativa


explicativa)

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de determinante, é


substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

Atenção! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta), use
a expressão separada.

2. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) O aproveitamento das oportunidades


que estão surgindo é valioso porque, além da realização pessoal na vida
profissional, é um atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar
de fatias cada vez maiores da população brasileira. (L.63-67)

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê.


Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais


profundamente, calamo-nos.
(B) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.

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(C) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não
era valorizada.
(D) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?
(E) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

Comentário – O examinador quer que apontemos o emprego incorreto.


Naturalmente ele tentou complicar um pouco as coisas para os candidatos.
Fique atento!
Alternativa A: a grafia correta é “por que” (= por qual
motivo). Separada e com acento, a expressão vem em final de orações
interrogativas (diretas ou indiretas).
Alternativa B: troque “por que” por pelas quais e ateste que
estamos diante de preposição + pronome relativo. O emprego está correto.
Alternativa C: repare que a trecho “...por que (...) sua
habilidade não era valorizada” denuncia uma pergunta indireta (as indagações
indiretas normalmente são orações subordinadas [objetivas diretas] a outra
oração principal). Emprego correto.
Alternativa D: aqui você precisa de um pouquinho mais de
atençaõ, pois o examinador inverteu a ordem natural das orações. Primeiro ele
escreveu a oração subordinada causal e depois a oração princial. Vamos
reorganizar o quebra-cabeça: “Não íamos demonstrá-la porque nossa
habilidade não era valorizada?”. Mesmo sendo uma frase interrogativa, repare
que o “porque” é uma conjunção causal, que estabelece uma relação de causa
e efeito entre as oraçãoes que articula. Emprego correto.
Alternativa E: agora o “quê” (que também complementa o
sentido de um verbo transitivo direto) é tônico e deve, por isso, ser acentuado.
Emprego correto.
Resposta – A

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• SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica
alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,


porém,)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é


substantivo)

d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção


subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas


quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de


+ os –, equivale-se a sobre)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.


(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a acontecimento


futuro)

• AFIM x A FIM DE

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a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em


número para com ele concordar)

b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,


denota finalidade, objetivo, intenção)

• DEMAIS x DE MAIS
a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo, equivale-
se a muito, demasiadamente, em excesso)

b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido substantivo,


equivale-se a outros, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de menos)

• ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a
preposição em, na língua portuguesa não existe a contração nonde, indicada
por em + onde)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em


razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +
onde)

c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também
por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”:
“Aonde” = a + onde)

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• MAS x MAIS

a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa


adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)

b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,


refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)

c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a


substantivo)

• HÁ x A

a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento passado)

b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas pessoas.


(indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

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b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição favorável,


concordância)

• À-TOA x À TOA (o novo Acordo retirou o hífen)

a) Ele era uma pessoa à-toa (à toa). (locução adjetiva invariável;


refere-se a um substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)

b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo, sem
rumo certo, a esmo, sem fazer nada)

• DIA-A-DIA x DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen)

a) O dia-a-dia (dia a dia) do operário brasileiro é desgastante.


(substantivo, precedido por artigo, equivale-se a cotidiano)

b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de


tempo, equivale-se a diariamente)

• TAMPOUCO x TÃO POUCO

a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.


(advérbio de negação, equivale-se a também não)

b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de


intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)

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c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a outro


advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)

A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram


introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Resumirei aqui os casos
importantes. Ressalto que até 31 de dezembro de 2012 as regras antigas e
novas poderão ser usadas (NA REDAÇÃO, UTILIZE APENAS UMA DELAS).

EMPREGO DO HÍFEN NA PREFIXAÇÃO

• Regras Antigas

1 – Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, ULTRA, NEO,


PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA: antes de VOGAL, H, R e S.
Exemplos: auto-educação, contra-almirante, semi-selvagem, ultra-rápido,
supra-sumo.
EXCEÇÃO: extraordinário.

2 – Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE: antes de H, R ou S.


Exemplos: anti-higiênico, arqui-rabino, ante-sala, sobre-saia.
EXCEÇÔES: sobressair, sobressalente, sobressaltar, sobressalto.

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL ICMS/2007) Em antimaterialista, utilizou-se


corretamente a regra de emprego do hífen com o prefixo anti-. Assinale a
alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) anti-higiênico
(B) antiaéreo
(C) anti-rábico
(D) anti-semita
(E) anti-inflacionário

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Comentário – A questão deve analisada conforme o sistema ortográfico


antigo. Portanto a grafia correta da palavra constante na última opção é
antiinflacionário.
É bom ressaltar que o novo Acordo mudou a regra, como
veremos a seguir (anti-inflacionário).
Resposta – E

3 – Com o prefixo SUPER: antes de H ou R.


Exemplos: super-homem, super-rápido.

4 – Com os prefixos AD, AB, OB, SOB, SUB: antes de R.


Exemplos: ab-rogar, sob-roda, sub-reino.
CUIDADO: SUB antes de B: sub-bibliotecário.

4. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Em não-efetivação (L.33),


utilizou-se corretamente o hífen. Das palavras abaixo, somente uma está
correta. Assinale-a.

(A) sócio-ambiental
(B) tele-reportagem
(C) macro-encefalia
(D) trans-humano
(E) sub-reptício

Comentário – Segundo o novo sistema ortográfico, não se emprega o hífen


com as palavras não e quase com função prefixal: não agressão, não
fumante, quase delito, quase equilíbrio etc. Mas a questão deve ser analisada
sob as regras antigas ainda.

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Como acabei de explicar, a grafia de sub-reptício realmente


está correta. Saiba você que a regra acima foi mantida pelo novo Acordo
Ortográfico.
Alternativa A: sócio- integra um grupo de prefixos e
pseudoprefixos nunca seguidos de hífen. Nesse grupo estão: acro-, cardio-,
eletro-, hemi-, hepta-, hidro-, intro-, macro-, micro-, neuro-, orto-, tele-,
trans-, uni- etc. Eis a grafia correta: socioambiental. Deve ser ressaltado
que o novo Acordo eliminou a referida lista e passou a dispor, genericamente,
que o hífen será usado quando a palavra seguinte iniciar com a mesma vogal
que encerra o elemento anterior: micro-ondas, por exemplo.
Alternativa B: depois do que foi dito anteriormente, basta
acrescentar que, para que se preserve a integridade fonética, é necessário
duplicar a letra R: telerreportagem. O novo Acordo manteve a grafia.
Alternativa C: ainda fundamentados no que foi descrito sobre
o item A, a grafia correta é macroencefalia.
Alternativa D: temos aqui outro elemento citado no
comentário da primeira alternativa. Por conseguinte a escrita correta é
transumano, com o descarte da letra H. Essa escrita também foi mantida
pelo novo sistema ortográfico.
Resposta – E

5 – Com os prefixos MAL e PAN: antes de VOGAL e H.


Exemplos: pan-americano, mal-humorado.

6 – Com os prefixos PÓS, PRÉ e PRÓ: quando tônicos, serão separados por
hífen.
Exemplos: pós-graduação, pré-vestibular, pró-paz.

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5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008 – adaptada)


“‘Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pósguerra, mas
não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito
nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.’” (L.60-63)

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O antônimo de bem-sucedidas é “malsucedidas”.


II. A palavra pós-guerra é grafada com hífen, assim como toda palavra que
trouxer o prefixo "pós-".

Comentário – Item I: o contrário de bem é mal, que não deve ser confundido
com mau, contrário de bom (falarei mais desse aspecto algumas linhas
abaixo). A respeito do uso ou não do hífen, não consta nas regras que ele será
usado quando a palavra seguinte iniciar-se por S. Também não há necessidade
de duplicar a consoante, pois a integridade fonética é preservada mesmo com
a junção dos elementos.
Item II: o erro está na parte final da assertiva. Usa-se hífen
com os prefixos pré, pós, pró (tônicos e acentuados com autonomia):
pró-labore, pós-operatório, pré-história etc. Se os prefixos não forem
autônomos, não haverá hífen: predeterminado, pressupor, pospor, propor.
Resposta – Itens errados.

• Regras Novas

Prefixos Usa hífen Não usa hífen


Agro, ante, anti, arqui, auto, Quando a palavra a) Em todos os demais
contra, extra, infra, intra, seguinte começa com h casos: autorretrato,
macro, mega, micro, maxi, ou com vogal igual à autossustentável,
mini, semi, sobre, supra, última do prefixo: auto- autoanálise,
tele, ultra... -hipnose, auto- autocontrole,

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-observação, anti-herói, antirracista, antissocial,


anti-imperalista, micro- antivírus, minidicionário,
-ondas, mini-hotel minissaia, minirreforma,
ultrassom... (perceba
que as letras R e S
são duplicadas).
b) Quando se usam os
prefixos des- e in-,
caem o h e o hífen:
desumano, inabitável,
desonra, inábil.
c) Também com os
prefixos co- e re- caem
o h e o hífen: coordenar,
coerdeiro, coabitar,
reabilitar, reeditar,
reeleição.
Quando a palavra
Em todos os demais
seguinte começa com h
Hiper, inter, super casos: hiperinflação,
ou com r: super-homem,
supersônico
inter-regional
Quando a palavra
Em todos os demais
seguinte começa com b,
Sub casos: subsecretário,
h ou r: sub-base, sub-
subeditor
-reino, sub-humano
Sempre: vice-rei, vice-
Vice
presidente
Pan, circum, mal Quando a palavra Em todos os demais

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seguinte começa com h, casos: pansexual,


m, n ou vogais: pan- circuncisão
americano, circum-
hospitalar

Quero enfatizar as seguintes mudanças:

1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.


Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história,
mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal


com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,
autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição,
extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto,
semiesférico, semiopaco.

3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo


elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,
super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo


elemento começar por vogal.
Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,
interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,
superexigente, superinteressante, superotimismo.

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ATENÇÃO! Torno a dizer que, em virtude do período de transição, todos nós


podemos usar as duas regras ortográficas até 31 de dezembro de 2012. Sendo
assim, fique atento porque as bancas examinadoras tentarão confundi-lo.
Possivelmente, elaborarão questões em que se substitui uma forma pela outra.
Em seguida, perguntarão se “quanto à correção gramatical e à coerência
textual, a alteração feita traz prejuízo ao texto”. Quando se tratar de mera
adequação às novas regras, a alteração é facultativa por enquanto.

6. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A palavra


megadiversidade foi grafada corretamente no texto. Assinale a alternativa
em que, compondo-se palavra com o elemento mega-, obedeceu-se às
regras de ortografia.

(A) mega-homenagem
(B) megaipótese
(C) mega sucesso
(D) megaritual
(E) mega-evento

Comentário – Aqui é preciso proceder com muita atenção. Note que a


questão deve ser analisada conforme o sistema ortográfico antigo.

a) O elemento mega- não se ligava ao vocábulo seguinte por


meio de hífen: megaevento. Isso foi mantido pelo novo
Acordo Ortográfico.
b) Nos casos em que o segundo elemento fosse iniciado pelas
consoantes R e S, deveríamos duplicar o emprego delas:
megarritual, megassucesso. Isso também foi mantido
pelo novo Acordo Ortográfico.

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c) Nos casos em que o segundo elemento fosse iniciado pela


letra H, esta desaparecia e os elementos uniam-se sem
hífen: megaipótese, megaomenagem. Isso foi mudado
pelo novo Acordo Ortográfico. Atualmente o H é mantido; e
o hífen, empregado: mega-hipótese; mega-
homenagem.

Resposta – B

EMPREGO DO HÍFEN NA COMPOSIÇÃO

A regra geral para palavras compostas é que se deve empregar o


hífen APENAS SE OS SEUS ELEMENTOS FORMADORES (palavras que formam o
composto) PERDERAM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que a palavra
composta adquirisse um significado único. Observe os exemplos seguintes.

Abaixo assinado x abaixo-assinado


Mesa redonda x mesa-redonda
testa de ferro x testa-de-ferro

Sem o hífen, as palavras mantêm seu significado individual.

Abaixo assinado – indivíduo que subscreve, que assina abaixo de


um texto ou reivindicação.
Mesa redonda – é uma mesa de formato redondo.

Nas palavras compostas, nas quais o hífen é usado, repare que OS


ELEMENTOS FORMADORES PERDEM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que
a palavra composta formada adquira um significado completamente novo.

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Abaixo-assinado – é o documento que normalmente contém um


texto ou reivindicação assinada por várias
pessoas.
Mesa-redonda – é uma reunião destinada a debater determinado
assunto.

Fique de olho agora nas regras estabelecidas pelo atual Acordo


Ortográfico.

1. Usa-se o hífen quando, nos COMPOSTOS SEM ELEMENTO DE LIGAÇÃO


(de, da, do etc.), o primeiro termo é um substantivo, adjetivo, numeral ou
verbo.

abaixo-assinado, amor-perfeito, água-marinha, ano-luz, arco-íris,


beija-flor, decreto-lei, joão-ninguém, médico-cirurgião, mesa-
redonda, tenente-coronel, tio-avô, zé-povinho, afro-brasileiro,
azul-escuro, amor-perfeito, boa-fé, guarda-costas, guarda-noturno,
má-fé, mato-grossense, norte-americano, sempre-viva, sobrinha-
neta, sócio-econômico, sul-africano, verbo-nominal, primeiro-
ministro, segundo-sargento, segunda-feira, conta-gotas, guarda-
chuva, vaga-lume, porta-aviões, porta-retrato, porta-moedas etc.

As palavras iniciadas por afro, anglo, euro, franco, indo, luso,


sino e outros adjetivos pátrios, reduzidos ou não, seguidos por outros
adjetivos pátrios, serão grafadas com hífen:

afro-americano, luso-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático,


euro-afro-americano, greco-romano, latino-americano etc.

Observação: indo-chinês se refere à Índia e à China, mas indochinês se


refere à Indochina, assim como centro-africano se refere à porção central
da África, enquanto centroafricano se refere à República Centroafricana.

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Os compostos em que há uso de apóstrofo no elemento de ligação


entre as palavras também serão grafados com hífen:

cobra-d'água, mãe-d'água, olho-d'água, mestre-d'armas.

O novo Acordo Ortográfico não trata especificamente de compostos


formados de palavras repetidas ou parecidas; mas, por analogia, esses
compostos se acomodam na primeira regra e, por isso, são hifenizados:

blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum-zum, tico-tico, xique-


xique, zás-trás, zigue-zague, pingue-pongue, tique-taque.

Emprega-se o hífen quando a primeira palavra for além, aquém,


recém, bem e sem:

além-mar, aquém-mar, recém-casado, recém-eleito, recém-


nascido, bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, bem-criado,
bem-dizer, bem-mandado, bem-nascido, bem-vestido, bem-vindo,
bem-visto, sem-número, sem-vergonha, sem-terra.

Em alguns casos, o advérbio bem se junta à segunda palavra, sem uso do


hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto, etc.

2. Tratando-se de nomes geográficos, emprega-se o hífen em qualquer dos


casos abaixo:

– iniciados por Grã e Grão: Grã-Bretanha, Grão-Pará;


– iniciados por forma verbal: Abre-Campo, Passa-Quatro, Quebra-
Costas, Quebra-Dentes;
– ligados por artigo: Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Trás-
os-Montes.

Os demais nomes geográficos compostos grafam-se sem hífen:


América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde etc.

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Exceção: Guiné-Bissau

Os adjetivos gentílicos, que são adjetivos que se referem ao local


de nascimento, quando derivados de nomes compostos, serão hifenizados:

belo-horizontino (Belo Horizonte)


cabo-verdiano (Cabo Verde)
americano-do-sul (América do Sul)
mato-grossense (Mato Grosso)
mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul)
juiz-forano (Juiz de Fora)
cruzeirense-do-sul (Cruzeiro do Sul)

3. O hífen também é empregado em nomes compostos de espécies botânicas


e zoológicas:

Andorinha-do-mar, bem-me-quer, bem-te-vi, coco-da-baía, couve-


flor, dente-de-leão, erva-doce, fava-de-santo-inácio, feijão-verde,
joão-de-barro, lesma-de-conchinha, vassoura-de-bruxa etc.

Atenção! Se o significado da palavra composta for outro, o hífen não será


usado.
não-me-toques (espécie de planta)
Ela é cheia de não me toques. (melindres, frescuras)

O hífen também é usado para ligar palavras que se combinam para


formar encadeamentos vocabulares.
A ponte Rio-Niterói;
o trecho Paraná-Goiás;
a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;
o acordo Brasil-Inglaterra;
a liga Itália-França-Alemanha.

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EMPREGO DE SIGLAS

Antes de passarmos às regras de acentuação, devo comentar com


você o emprego de siglas, assunto que a FGV também gosta de explorar em
suas provas. Vejamos a questão abaixo.

7. (FGV/JUIZ/TJ-MS/2008) Utilizou-se corretamente a regra moderna de


grafia de siglas em OMC (L.12), ONU (L.28) e FMI (L.29).

Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) AGU
(B) ADI
(C) Emerj
(D) EMATRA
(E) PIS

Comentário – Na prática, eliminam-se modernamente os pontos abreviativos


nas siglas, pois o propósito delas é poupar tempo e espaço.
Siglas formadas por até três letras (independentemente de
serem elas vogais ou consoantes) são grafadas com iniciais maiúsculas: AGU,
ADI, PIS.
Siglas expressas por quatro letras ou mais devem observar os
seguintes preceitos:
a) se a sigla é pronunciada como se um vocábulo fosse, isto
é, com a presença de uma vogal por sílaba, grafa-se a inicial maiúscula e o
restante em minúscula: Ematra, Emerj, Embrapa, Ematur, Embratel etc;
b) se a sigla não é silabável, todas as letras são escritas em
maiúscula: PSDB, FGTS, IPTU etc.
Resposta – D

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A partir de agora, vamos mudar o foco da aula para falarmos sobre


acentuação gráfica, que também é mais um tópico do programa. Novamente,
apresentarei as regras antigas e as novas. Tudo da forma mais clara e objetiva
possível. Comecemos assim:
REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa


língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da
vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos
vocábulos:

1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS Æ o acento é empregado naqueles


terminados por A(S), E(S) ou O(S)
Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.

CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles
serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.
Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,
prosseguir.
Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por
pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas, as
vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os pronomes
oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-lo; pôs + os =
pô-los; fez + a = fê-la.

2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) Æ usa-se o acento


quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:
Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns

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CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão


acentuados, salvo se estiverem em hiato.
Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo

3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) Æ são acentuados aqueles


que terminam em I(S), U(S), Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS, DITONGO
ORAL.
Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,
abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, ions, vôlei, jóquei, história, gênio.

CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por EM


ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen ou
pólenes)
Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão
acentuados: semi-histórico, super-homem.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) Æ todos são


acentuados.
Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

8. (FGV/SERC-MS/Analista de TI/2006) Assinale a alternativa em que o


vocábulo não tenha sido acentuado pela mesma regra que os demais.

(A) atrás
(B) lá
(C) ninguém
(D) vovó
(E) você

Comentário – O monossílabo tônico lá destoa dos demais vocábulos, que são


oxítonos terminados em “-ás”, “-em”, “-ó” e “-ê”, respectivamente.

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Resposta – B

9. (FGV/CODESP/NÍVEL SUPERIOR/2010) Assinale a palavra que tenha sido


acentuada por regra DISTINTA das demais.

(A) relógio (L.47)


(B) deficiências (L.23)
(C) distância ( L.58)
(D) nível (L.4)
(E) níveis (L.66)

Comentário – Você perceberá como esse assunto é recorrente nas provas da


FGV. As questões não são difíceis, mas requerem atenção.
Se você achou que a palavra “níveis” deveria corresponder ao
gabarito porque não é paroxítona terminada em ditongo crescente como
“relógio”, “deficiências” e “distância”, deve ter errado. Peço que volte à
explicação sobre as regras de acentuação das paroxítonas e releia o que eu
disse naquela parte da aula: DITONGO ORAL, exatamente o que a FGV
entendeu (você verá na próxima questão que esse entendimento não é
recente, já vem de outros anos).
A palavra “nível” é a única paroxítona cuja regra de
acentuação destoa da demais.
Resposta – D

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) A palavra êxito


(L.62) recebeu acento por se tratar de proparoxítona. Nas alternativas a
seguir, em que todas as palavras estão propositalmente grafadas sem
acento, uma naturalmente não receberia acento por não se tratar de
proparoxítona. Assinale-a.

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(A) interim.
(B) rubrica.
(C) recondito.
(D) arquetipo.
(E) lugubre.

Comentário – A banca explorou uma corriqueira confusão que muitas pessoas


fazem ao pronunciar certas palavras (o significado delas aqui é o que menos
importa). O conhecimento da pequena lista abaixo facilitaria a vida dos
candidatos.
Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas
cateter austero ádvena
Cister avaro aeródromo
condor aziago aerólito
Nobel gratuito aríete
negus fortuito arquétipo
novel ibero crisântemo
Gibraltar batavo édito (ordem judical)
hangar ciclope elétrodo
obus látex hieróglifo
oximel maquinaria ímprobo
masseter edito (lei, decreto) ínterim
mister filantropo lêvedo
ureter misantropo lúgubre
necromancia munícipe
rubrica notívago (ou noctívago)
nenúfar protótipo
pudico recôndito
recorde trânsfuga

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vermífugo
zênite

Resposta – B

REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças


introduzidas pelas novas regras)

1 – HIATOS
a) Acentua-se a primeira vogal dos hiatos ÔO, ÊE.
Ex.: vôo, enjôos, crêem, dêem, lêem, vêem. (3ª pessoa do plural dos verbos
crer, dar, ler e ver)

ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, esses acentos deixam de existir:


voo, enjoo, creem, deem, leem, veem. Mas até 31/12/2012 é possível usá-los.

b) As vogais I(S) e U(S), quando formarem a sílaba tônica e ocuparem a


segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.
Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.
Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não ocupam
a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou vierem


seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-ir, ju-iz,
ra-i-nha.
Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica, não
se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma planta).
O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-mo.

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ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após ditongos


e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura. Ressalto que até
31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento: baiúca, feiúra.
Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo
Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja, a
palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças
ortográficas.

Comércio exterior da Baixada Santista


atinge US$ 1,6 bilhão no 12 trimestre
O comércio exterior das nove cidades da
Baixada Santista, a exemplo do brasileiro, deixou
para trás a crise econômica que reduziu as trocas
internacionais nos últimos dois anos. No primeiro
5 trimestre do ano, os negócios de importação e
exportação fechados na região somaram US$ 1,668
bilhão, montante 37,76% maior do que o registrado
no mesmo período do ano passado.
Na comparação com o primeiro trimestre
10 do ano passado, a variação foi melhor do
que a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. As
nove cidades da região metropolitana foram
responsáveis por 2,15% dos registros de negócio
para o mercado internacional.
15 Os dados da balança comercial brasileira
foram divulgados ontem pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Estas informações são um parâmetro para se medir

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a importância de cada cidade para o comércio


20 exterior brasileiro.
No caso da Baixada Santista, os números
são amplificados naturalmente devido à
proximidade com o Porto de Santos, pelo qual
empresas e órgãos públicos de cada município
25 podem promover despachos e desembaraços de
mercadorias, conforme suas necessidades e
contando com maior facilidade.
(Samuel Rodrigues. A Tribuna. Santos, 16 de abril de 2010)

11. (FGV/CODESP/TÉC. EM INFORMÁTICA/2010) No texto, há casos de


palavras acentuadas por regras diferentes. Nas alternativas a seguir,
encontram-se exemplos das regras presentes no texto, À EXCECÃO DE
UMA. Assinale-a.

(A) Panamá
(B) rádio
(C) parágrafo
(D) saúde
(E) fé

Comentário – Depois do que já vimos até aqui sobre regras de acentuação,


você tem condições assinalar corretamente a resposta certa.
Alternativa A: a acentuação de Panamá enquadra-se nas
regras das oxítonas. Incrivelmente, não existe no texto nenhuma palavra
acentuada pela mesma regra. Esta opção, por conseguinte, é a que você deve
ter marcado – eu creio. Ou vai me dizer que você pensou que “País” (l. 11)
também recebe acento pelo mesmo motivo? Se isso aconteceu, volte às regras
dos hiatos, item “b”.

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Alternativa B: em rádio, o acento foi usado porque a palavra é


paroxítona terminada em ditongo oral, a exemplo de “municípios”,
“negócios”, “comércio”, “responsáveis”, “ministério”, “indústria”, “importância”.
Alternativa C: parágrafo é proparoxítona, e todas devem ser
acentuadas: “públicos”, “parâmetros”, “últimos”, “econômica”, “período”,
“números”.
Alternativa D: agora você pode fundamentar sua resposta na
regra dos hiatos (item “b”). A exemplo de saúde (aliás, foi este o exemplo que
usei na minha explicação), é acentuado o vocábulo “País”.
Alternativa E: lembre-se de que os monossílabos tônicos
terminados em a(s), e(s) ou o(s) são acentuado, como fé e “trás” (l. 3).
Resposta – A

12. (FGV/BESC/NÍVEL SUPERIOR/2004) Assinale a alternativa em que a


palavra NÃO siga a mesma regra de acentuação que “óbvio” (L.19).

(A) necessário (L.8)


(B) juízes (L.24)
(C) início (L.46)
(D) cenário (L.47)
(E) monetário (L.53)

Comentário – Você já notou que o texto é dispensável, então vamos


economizar tempo, papel e tinta. Sugiro que separemos as sílabas da palavra
“óbvio”, com a indicação da sílaba tônica: ób-vio. Notou que ela é paroxítona
terminada em ditongo oral? Faça o mesmo com as palavras constantes em A,
C, D e E para constatar que elas também se enquadram na mesma regra.
Agora tomemos a palavra juízes: ju-í-zes. “Professor, ela também é
paroxítona!”, alguém deve ter gritado. Mas observe atentamente que nas
regras das paroxítonas não existe razão para acentuar as que terminam em

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“es” (esse enquadramento é para as oxítonas). Em juízes, o acento agudo no


-í- se deve à regra do hiato, item “b”.
Resposta – B

13. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2009) Assinale a


alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra
distinta das demais.

(A) Amazônia
(B) planetária
(C) resistência
(D) níveis
(E) países

Comentário – Achou algo parecido? Pois é, as questões se repetem mesmo,


com leves mudanças. Até a palavra níveis é a mesma. Por quê? Provavelmente
porque a banca sabe que muitos candidatos pensam logo no tal ditongo
crescente. Mas reafirmo aqui o que disse antes: DITONGO ORAL, como em
Amazônia, planetária e resistência.
A palavra países recebe acento porque a vogal -í- representa a
segunda vogal do hiato, constitui a sílaba tônica da palavra e está sozinha
(poderia estar acompanhada de -s, como em país.).
Resposta – E

14. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em que


a palavra indicada tenha sido acentuada por regra distinta das demais.

(A) instituídas (L.4)


(B) transparência (L.14)
(C) remuneratório (L.6)

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(D) Judiciário (L.2)


(E) Ministério (L.88)

Comentário – Sem sombra de dúvidas – pois agora as palavras constantes


nas opções B, C, D e E são realmente paroxítonas terminadas em ditongo
crescente – você deve ter assinalado a palavra “instruídas”. Esta recai na regra
descrita acima sobre hiato: ins-tru-í-das.
Nunca é demais dizer que a regra é DITONGO ORAL,
independentemente de ser crescente ou decrescente.
Resposta – A

15. (FGV/POTIGÁS/CONTADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa em que a


palavra tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que país (L.9).

(A) Bolívia (L.9)


(B) gás (L.24)
(C) pivô (L.59)
(D) comércio (L.72)
(E) reconstruí-la (l.77)

Comentário – Já está evidente que as palavras “Bolívia” e “comércio” são


acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo oral. Também não
é difícil perceber que “gás” é monossílaba tônica terminada em “as” e que
“pivô” enquadra-se nas regras das oxítonas terminadas em -o(s).
Restou a opção E, que trouxe a vogal -í- como a segunda do
hiato existente em re-cons-tru-í-la, sendo ela mesma a sílaba tônica da
palavra e estando sozinha na sílaba. É isso que também justifica a acentuação
da palavra “país” (a diferença é que aqui a vogal está acompanha da
consoante –s, mas isso é possível, conforme já expliquei).
Permita-me “colocar mais lenha na fogueira”. Como você
justificaria, por exemplo, os acentos nas palavras construí-la-íamos (=

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construiríamos + a) e construí-la-ás (= construirás + a)? Não vai dizer que


você tremeu? Mantenha a calma e analise cada elemento separadamente:

a) construí-: já está claro o motivo do acento agudo


(inclusive foi objeto do exercício que motivou esta
discussão);
-la-: pronome oblíquo átono não recebe acento (compare
com o substantivo lá (nota musical) e o advérbio lá,
ambos monossílabos tônicos;
-íamos: elemento que se encaixa nas regras das
proparoxítonas: todas são acentuadas.

b) construí-: não preciso mais explicar;


-la-: também dispensa explicação;

-às: monossílabo tônico, como pá, já, vá etc.

Resposta – E

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que


NÃO tenha sido acentuada pela mesma regra que as demais.

(A) até (L.73)


(B) está (L.44)
(C) País (L.35)
(D) biogás (L.55)
(E) contará (L.60)

Comentário – Já percebeu que o vocábulo “País” é figurinha marcada nas


provas da FGV quando o assunto é acentuação? Na questão anterior, expliquei
que o acento agudo fundamenta-se na regra dos hiatos, e não na regra das
oxítonas, como “até”, “está”, “biogás” e “contará”. É bom ficar atento!
Resposta – C

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2 – DITONGOS
a) ÉU, ÉI, ÓI: quando tônicos e abertos.
Ex.: chapéu, assembléia, jibóia, céu, papéis.

CUIDADO! Os ditongos abertos EU, EI e OI, quando não constituírem a sílaba


tônica (formarem a sílaba subtônica), não serão acentuados: ceuzinho,
pasteizinhos, anzoizinhos.

ATENÇÃO! O novo Acordo Ortográfico estabeleceu que esses ditongos não


serão mais acentuados quando ocuparem a penúltima posição da sílaba, ou
seja, quando o vocábulo for paroxítono: assembleia, jiboia, ideia, europeia,
heroico. Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo
Ortográfico.

17. (FGV/POTIGAS/NÍVEL MÉDIO/2006) Assinale a alternativa em que o


vocábulo tenha sido acentuado por regra distinta da dos demais.

(A) família (L.2)


(B) ciência (L.5)
(C) possíveis (L.6)
(D) conseqüência (L.13)
(E) asteróides (L.22)

Comentário – Olha o DITONGO ORAL aí de novo, gente! É isso o que justifica


os acentos nas palavras paroxítonas constantes das alternativas A, B, C e D.
Em “asteróide”, apesar de a palavra também ser paroxítona, o
motivo da acentuação é outro: ditongo “-oi-” aberto e tônico. Esse acento
deixou de existir por causa do novo Acordo Ortográfico, que o manteve apenas
em palavras oxítonas e monossílabas: herói, mói (até 31/12/2012 é possível

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usá-lo). Contudo a prova foi em 2006, quando (quase) ninguém falava da


mudança ortográfica.
Resposta – E

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR/2008 – adaptada) “E no alto da torre exibo-te o


varal. Onde balança ao léu minh’alma” (versos 24 e 25).

A respeito dos versos acima, julgue o item seguinte: o acento em “léu” se


justifica como acento diferencial, para não se confundir com o verbo leu.

Comentário – Isso é balela. O vocábulo “léu” é ditongo tônico e aberto; a


forma verbal leu também é tônica, mas a pronúncia é fechada, como os
pronomes possessivos seu, meu, teu.
Resposta – item errado.

3 – GUE e QUI
a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá
trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.
Ex.: eloqüente, agüentar, pingüim, lingüiça.

b) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá


acento agudo quando for pronunciada fortemente; sendo, pois, vogal.
Ex.: averigúe, obliqúes, apazigúe.

CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá nenhum


acento: quilo, quente. O que temos aqui é simplesmente um dígrafo
representado pelas letras “qu”.

Ainda que seja pronunciada, não receberá nenhum acento gráfico


se estiver diante de A ou de O: água, quota (ou cota).

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ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento
agudo no U tônico dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI de verbos como averiguar,
apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar. Repito: até 31/12/2012 estaremos no
período de transição, sendo aceitas as duas formas.

19. (FGV/SSP-RJ/PERITO/2009 – adaptada) Julgue a assertiva abaixo:

Em “O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a


respeito de possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus
governantes chamam de dívidas ilegítimas.”, há uma palavra com grafia
incorreta.

Comentário – Muita gente escorregou aqui, pois acharam que o vocábulo


“frequência”, sem trema, estava escrito erradamente. Contudo, os candidatos
se esqueceram de que o novo Acordo Ortográfico passou a vigorar em 1º de
janeiro de 2009. Como expliquei acima, o trema foi abolido por ele. Portanto o
item deveria ter sido julgado incorreto.
Resposta – Item errado.

4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi


abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo; todavia
o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a faculdade
quanto ao uso)
O acento diferencial (agudo ou circunflexo) é utilizado para
distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. A seguir,
apresento uma pequena relação.

Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo)

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Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo)

ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos tônicos


terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S), E(S) e O(S)
recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas examinadoras
explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por exemplo,
um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo mesmo) e
perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a forma verbal
empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um nome plural. Fique
atento para esse detalhe.
Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial)
não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto,
continue a usá-lo.

Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo)
Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do presente
do indicativo)

ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o


motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm, provém/provêm,
todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma correspondente à
terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em virtude de ser uma
oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à terceira pessoa do
plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do singular.

20. (FGV/BADESC/NÍVEL MÉDIO/2010) A palavra têm, na frase “estes últimos


têm consciência plena” (L.46), recebe acento gráfico porque:

(A) está no plural.

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(B) termina em consoante.


(C) é monossílaba átona.
(D) começa com consoante.
(E) contém vogal aberta.

Comentário – Ficou fácil responder a esta questão, não é mesmo? O verbo


ter foi conjugado na terceira pessoa do plural para concordar com o sujeito:
“estes últimos” (= eles). Esclareço que o verbo é tônico, e não átono conforme
disse o examinador na opção C.
Resposta – A

Côa – côas (forma do verbo COAR)


Coa – coas (contração entre a preposição com e o artigo a(s))

Pára (flexão do verbo PARAR)


Para (preposição)

Péla (flexão do verbo PELAR)


Pela (contração da preposição e artigo)

Pêra (substantivo = fruta – no plural não leva acento: peras)


Péra (substantivo = pedra)
Pera (preposição arcaica)

Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)


Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Vocês


devem usá-lo.

Póla (substantivo = pancadaria)


Pôla (substantivo = broto de árvore)

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Polo(a) (contração arcaica de preposição e artigo)


Pólo (substantivo = cada uma das extremidades do eixo da Terra)
Pôlo (substantivo = filhote de gavião)

Pôr (verbo)
Por (preposição)

ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.


Vocês devem usá-lo.

Fôrma (substantivo = molde)


Forma (substantivo = disposição exterior de algo)

ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as


palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais
clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Não se esqueça de que o novo Acordo Ortográfico está em vigor e


que a Academia Brasileira de Letras já lançou oficialmente o novo VOLP.
Portanto nada impede de as bancas examinadoras exigirem de você
conhecimentos a respeito dele.
Fique com Deus e até a próxima aula!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) “Em primeiro


lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os
mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem
interferências externas, na alocação dos recursos.” (L.37-40)

No trecho acima, grafou-se corretamente a palavra xeque, de acordo com


o sentido pretendido no texto.

Assinale a alternativa em que não se tenha mantido correção gráfica ao


utilizar a palavra destacada.

(A) Finalmente o enxadrista deu o xeque-mate.


(B) Com ética e consciência cidadã, o povo dará um cheque à corrupção.
(C) Chegou em visita ao Congresso o xeque árabe.
(D) Porque estava sem talão, teve de pedir um cheque avulso.
(E) Deixe que eu cheque a lista de passageiros.

2. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) O aproveitamento das oportunidades


que estão surgindo é valioso porque, além da realização pessoal na vida
profissional, é um atalho para melhora dos níveis de renda e de bem-estar
de fatias cada vez maiores da população brasileira. (L.63-67)

No trecho acima, empregou-se corretamente uma das formas do porquê.


Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Sem ter por quê, em se falando de habilidades, discutir mais


profundamente, calamo-nos.
(B) Vamos destacar as habilidades por que somos conhecidos.

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(C) Ele esperava saber por que, naquele departamento, sua habilidade não
era valorizada.
(D) Porque nossa habilidade não era valorizada não íamos demonstrá-la?
(E) Não conseguimos saber por quê, mas tentamos.

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL ICMS/2007) Em antimaterialista, utilizou-se


corretamente a regra de emprego do hífen com o prefixo anti-. Assinale a
alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) anti-higiênico
(B) antiaéreo
(C) anti-rábico
(D) anti-semita
(E) anti-inflacionário

4. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Em não-efetivação (L.33),


utilizou-se corretamente o hífen. Das palavras abaixo, somente uma está
correta. Assinale-a.

(A) sócio-ambiental
(B) tele-reportagem
(C) macro-encefalia
(D) trans-humano
(E) sub-reptício

5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008 – adaptada)


“‘Podemos caracterizar as economias bem-sucedidas do pósguerra, mas

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não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito
nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.’” (L.60-63)

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O antônimo de bem-sucedidas é “malsucedidas”.


II. A palavra pós-guerra é grafada com hífen, assim como toda palavra que
trouxer o prefixo "pós-".

6. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A palavra


megadiversidade foi grafada corretamente no texto. Assinale a alternativa
em que, compondo-se palavra com o elemento mega-, obedeceu-se às
regras de ortografia.

(A) mega-homenagem
(B) megaipótese
(C) mega sucesso
(D) megaritual
(E) mega-evento

7. (FGV/JUIZ/TJ-MS/2008) Utilizou-se corretamente a regra moderna de


grafia de siglas em OMC (L.12), ONU (L.28) e FMI (L.29).

Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) AGU
(B) ADI
(C) Emerj
(D) EMATRA
(E) PIS

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8. (FGV/SERC-MS/Analista de TI/2006) Assinale a alternativa em que o


vocábulo não tenha sido acentuado pela mesma regra que os demais.

(A) atrás
(B) lá
(C) ninguém
(D) vovó
(E) você

9. (FGV/CODESP/NÍVEL SUPERIOR/2010) Assinale a palavra que tenha sido


acentuada por regra DISTINTA das demais.

(A) relógio (L.47)


(B) deficiências (L.23)
(C) distância ( L.58)
(D) nível (L.4)
(E) níveis (L.66)

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) A palavra êxito


(L.62) recebeu acento por se tratar de proparoxítona. Nas alternativas a
seguir, em que todas as palavras estão propositalmente grafadas sem
acento, uma naturalmente não receberia acento por não se tratar de
proparoxítona. Assinale-a.

(A) interim.
(B) rubrica.
(C) recondito.
(D) arquetipo.
(E) lugubre.

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Comércio exterior da Baixada Santista


atinge US$ 1,6 bilhão no 12 trimestre
O comércio exterior das nove cidades da
Baixada Santista, a exemplo do brasileiro, deixou
para trás a crise econômica que reduziu as trocas
internacionais nos últimos dois anos. No primeiro
5 trimestre do ano, os negócios de importação e
exportação fechados na região somaram US$ 1,668
bilhão, montante 37,76% maior do que o registrado
no mesmo período do ano passado.
Na comparação com o primeiro trimestre
10 do ano passado, a variação foi melhor do
que a do País (30,65%), que somou US$ 77,56 bilhões. As
nove cidades da região metropolitana foram
responsáveis por 2,15% dos registros de negócio
para o mercado internacional.
15 Os dados da balança comercial brasileira
foram divulgados ontem pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Estas informações são um parâmetro para se medir
a importância de cada cidade para o comércio
20 exterior brasileiro.
No caso da Baixada Santista, os números
são amplificados naturalmente devido à
proximidade com o Porto de Santos, pelo qual
empresas e órgãos públicos de cada município
25 podem promover despachos e desembaraços de
mercadorias, conforme suas necessidades e
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(Samuel Rodrigues. A Tribuna. Santos, 16 de abril de 2010)

11. (FGV/CODESP/TÉC. EM INFORMÁTICA/2010) No texto, há casos de


palavras acentuadas por regras diferentes. Nas alternativas a seguir,
encontram-se exemplos das regras presentes no texto, À EXCECÃO DE
UMA. Assinale-a.

(A) Panamá
(B) rádio
(C) parágrafo
(D) saúde
(E) fé

12. (FGV/BESC/NÍVEL SUPERIOR/2004) Assinale a alternativa em que a


palavra NÃO siga a mesma regra de acentuação que “óbvio” (L.19).

(A) necessário (L.8)


(B) juízes (L.24)
(C) início (L.46)
(D) cenário (L.47)
(E) monetário (L.53)

13. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2009) Assinale a


alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra
distinta das demais.

(A) Amazônia
(B) planetária
(C) resistência
(D) níveis
(E) países

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em que


a palavra indicada tenha sido acentuada por regra distinta das demais.

(A) instituídas (L.4)


(B) transparência (L.14)
(C) remuneratório (L.6)
(D) Judiciário (L.2)
(E) Ministério (L.88)

15. (FGV/POTIGÁS/CONTADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa em que a


palavra tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que país (L.9).

(A) Bolívia (L.9)


(B) gás (L.24)
(C) pivô (L.59)
(D) comércio (L.72)
(E) reconstruí-la (l.77)

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que


NÃO tenha sido acentuada pela mesma regra que as demais.

(A) até (L.73)


(B) está (L.44)
(C) País (L.35)
(D) biogás (L.55)
(E) contará (L.60)

17. (FGV/POTIGAS/NÍVEL MÉDIO/2006) Assinale a alternativa em que o


vocábulo tenha sido acentuado por regra distinta da dos demais.

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(A) família (L.2)


(B) ciência (L.5)
(C) possíveis (L.6)
(D) conseqüência (L.13)
(E) asteróides (L.22)

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR/2008 – adaptada) “E no alto da torre exibo-te o


varal. Onde balança ao léu minh’alma” (versos 24 e 25).

A respeito dos versos acima, julgue o item seguinte: o acento em “léu” se


justifica como acento diferencial, para não se confundir com o verbo leu.

19. (FGV/SSP-RJ/PERITO/2009 – adaptada) Julgue a assertiva abaixo:

Em “O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a


respeito de possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus
governantes chamam de dívidas ilegítimas.”, há uma palavra com grafia
incorreta.

20. (FGV/BADESC/NÍVEL MÉDIO/2010) A palavra têm, na frase “estes últimos


têm consciência plena” (L.46), recebe acento gráfico porque:

(A) está no plural.


(B) termina em consoante.
(C) é monossílaba átona.
(D) começa com consoante.
(E) contém vogal aberta.

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AULA 1

Olá, prezado(a) aluno(a)! Como foram para você esses dias que
antecederam a nossa aula? Para mim não foram fáceis. Alguns contratempos
me impediram de enviar esta aula na data que havíamos combinado. Por isso
quero me desculpar com você. Espero poder contar com sua compreensão.
Hoje, então, estudaremos o que está discriminado abaixo.

AULA CONTEÚDO
Texto e discurso
Significação contextual de palavras e expressões
Leitura, análise e interpretação
Coesão e coerência
1
Tipologia textual
Adequação da linguagem
Paráfrase e paródia
Discurso direto e indireto

Como já estamos atrasados, vamos logo ao que mais nos interessa


aqui.

SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES

É prudente iniciarmos tratando das relações lexicais que podem


influenciar a análise e interpretação de um texto. São elas:
a) Sinonímia – Palavras que indicam o mesmo objeto/referente.
Exemplo: Longo e comprido era o corredor. As palavras destacadas são
termos sinônimos, pois têm o mesmo referente: a dimensão do corredor. É
possível, portanto, haver um objeto (referente) com várias denominações:
carro, veículo, meio de transporte etc. Ocorre que também é possível que
palavras como cara, rosto e face designem, conforme o contexto, referentes
distintos. Veja os exemplos abaixo:

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AULA 1

Tem a cara de pau de sustentar a mentira.


Seus rosto se enrubesceu.
Cristo deu a outra face.

Isso se dá porque sinônimos perfeitos não existem. E Embora


se fale em palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.

Joana é a mulher de Marcelo.


Marcelo é o marido de Joana.

b) Antonímia – Vocábulos de significados opostos: dizer e


desdizer; amar e odiar. Nem sempre é fácil detectar o grau de antonímia.
Vejamos o caso de quente e frio, eles são antônimos? Sim, em princípio, mas
o significado depende do contexto. Vejam os exemplos:

A cerveja estava quente/fria.


A sopa estava quente/fria.

Não se serve cerveja como sopa; logo cerveja quente (não


gelada) não equivale necessariamente à quentura de uma sopa (a 70 graus,
por exemplo). Há gradações entre as características que nem sempre
recobrem os mesmos referentes, pois seu emprego depende de um contexto
situacional.
Tanto na sinonímia quanto na antonímia existem gradações
entre os sentidos ou nem tanto em assim.
c) Homonímia – São palavras diferentes no sentido, tendo a
mesma escrita ou a mesma pronúncia. É o caso dos:

Manga (tecido)
Homônimos perfeitos Manga (fruta)
(mesma grafia e pronúncia) Banco (móvel para assento de pessoas)
Banco (instituição financeira)

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Esse (pronome)
Homônimos homógrafos Esse (nome da letra S)
(mesma grafia) Ele (pronome pessoal)
Ele (letra do alfabeto)
Cela (aposento; mesmo que cadeia)
Homônimos homófonos Sela (arreio acolchoado que se coloca no
(mesma pronúncia) dorso da cavalgadura e sobre o qual
monta o cavaleiro)

Não se devem confundir os casos de homonímias com os de


polissemia semântica. No primeiro caso, há duas entradas distintas no
dicionário. No segundo, trata-se de uma entrada apenas no dicionário e várias
acepções derivadas, que vão se encaixando nos vários contextos, como os
exemplos do uso de linha, a seguir:

A linha era azul


Dizem que a única mulher que andou na linha o trem matou.
Esse ônibus faz a linha Norte-Sul.

Pela polissemia, um mesmo vocábulo pode ter seu sentido


estendido, por conotação (sentido figurado). Exemplo: Lia o livro de cabo a
rabo (expressão que significa do começo ao fim – “cabo” remete a cabeça, a
parte do alto; “rabo”, ao final do corpo). Essa noção ficou cristalizada na
língua, como outras tantas: Até aí morreu o Neves; Inês é morta. Novamente
o contexto é responsável pela definição do significado, que é
atualizado em diferentes situações de uso.
d) Paronímia – É a relação entre palavras que têm formas
parecidas, mas cujos significados diferem, pois têm origens diferentes, como
por exemplo: descrição e discrição; eminente e iminente, tráfico e tráfego,
emigrar e imigrar.

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e) Hiperônimo e Hipônimo – Palavras como “computador”,


“monitor”, “impressora” e “teclado” apresentam certa familiaridade de sentido
pelo fato de pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo
da informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que
engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”,
“impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez,
“equipamento” é um hiperônimo das outras palavras.

Vamos analisar um texto (um cartoon do humorista Feifer) e


perceber, por exemplo, como a noção de sinonímia das palavras nem sempre
se recobre totalmente.

“Eu pensava que era pobre. Aí, disseram que eu não era pobre, eu
era necessitado. Aí, disseram que era autodefesa eu me considerar
necessitado, eu era deficiente. Aí, disseram que deficiente era uma
péssima imagem, eu era carente. Aí, disseram que carente era um
termo inadequado. Eu era desprivilegiado. Até hoje eu não tenho
um tostão, mas tenho já um grande vocabulário.”

(In: SOARES, Magda. Linguagem e escola –


uma perspectiva social. São Paulo, Ática, 1986. P. 52)

Comentário – No fragmento dado, podemos ver que o gênero textual já


indica uma leitura político-ideológica para o texto. Trata-se de um texto
humorístico, com uma finalidade de crítica social: enumerar os vários nomes
(só aparentemente sinônimos) com que se costuma definir uma classe
social (pobre, necessitado, carente, desprivilegiado etc.) não vai resolver o
problema da pobreza no país. O único ganho para o pobre foi o aumento de
seu vocabulário, o que não deixa de ser também uma crítica ao palavrório
inútil daqueles que tentam resolver o problema das diferenças sociais no país,
apenas com denominações eufemísticas; utilizam apenas novos nomes para os

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processos, que são desacompanhados das ações sociais. O texto humorístico


presta-se a uma crítica social sobre o fato de haver “muitas palavras e pouca
ação”.

(...)
A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa
liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo
axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade
a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.
Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a
consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,
pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o
melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras
possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.
(...)
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é


manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o
mundo axiológico.

Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado


equivalente a:
(A) das normas.
(B) dos mercados.
(C) dos indivíduos.
(D) das liberalidades.

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(E) das verdades.

Comentário – o adjetivo “axiológico” (de axiologia = teorias, avaliações,


análises e estudos que abordam a questão dos valores, especialmente valores
morais). Segundo o contexto, seu melhor significado aproxima-se do
significado da expressão das normas. Releia o final do segundo parágrafo
transcrito: “Isto significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.”
Resposta – A

2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com o contexto,


observa-se emprego não-literal de vocábulo ou expressão em:

(A) Isso não ocorre com os animais brutos.


(B) supõe a avaliação de múltiplos fatores.
(C) Na escolha não pode haver indiferença.
(D) o caminho escolhido mata outras possibilidades.
(E) O fenômeno ético não é um acontecimento individual.

Comentário – Emprego de linguagem não-literal é o mesmo que linguagem


CONOTATIVA (o contrário seria linguagem DENOTATVA, literal). Não
precisamos ir ao texto para percebermos que a letra D contém dois vocábulos
com
Resposta – D

(...)
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações

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75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a


debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
(...)
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

3. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) A palavra inexorável (L.73) só


não pode ser substituída, no texto, sob pena de alteração de sentido, por:

(A) implacável.
(B) indelével.
(C) inelutável.
(D) perituro.
(E) sempiterno.

Comentário – O vocábulo inexorável pode ser substituído por: rigoroso,


indelével (= indestrutível), inflexível, inelutável, implacável; também pode
ser trocado por sempiterno (= inesgotável, que não teve princípio nem
jamais terá fim; eterno, perpétuo). Já o vocábulo perituro denota aquilo que é
perecível, que há de acabar.
Resposta – D

(...)
Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também
exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",
45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,
buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma
sanção.
(...)
(Jeitinho. In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

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4. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Observando a frase “buscará dissuadir a


autoridade ‘menor’ de aplicar-lhe uma sanção” (L.46-47), assinale a
alternativa em que a substituição da palavra sublinhada mantenha o
sentido que se deseja comunicar no texto.

(A) obrigar.
(B) desaconselhar.
(C) persuadir.
(D) convencer.
(E) coagir.

Comentário – A frase integra o texto intitulado Jeitinho, que aparecerá na


íntegra mais abaixo.
Eis o significado contextual do vocábulo “dissuadir”: fazer
alguém mudar de ideia, opinião ou intenção; tirar de um propósito;
despersuadir, desaconselhar: Queria fazer a viagem, mas a mulher o
dissuadiu.
Resposta – B

Todas as noções vistas até aqui tratam da complexa relação de


significados que existe entre os vocábulos de uma língua. Vamos examinar, a
seguir, o conceito de texto e textualidade, que também ajudará a compreender
melhor as intrincadas redes de relação de sentidos atualizados nos textos.
Antes, porém, apresento a você uma singela relação de homônimos e
parônimos. Confira!

acender = atear fogo coser = costurar


ascender = subir cozer = cozinhar
acerca de = a respeito de, sobre deferir = conceder
cerca de = aproximadamente diferir = adiar
há cerca de = faz aproximadamente descrição = representação

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afim = semelhante, com afinidade discrição = ato de ser discreto


a fim de = com a finalidade de descriminar = inocentar
amoral = indiferente à moral discriminar = diferençar, distinguir
imoral = contra a moral, libertino, despensa = compartimento
devasso dispensa = desobrigação
apreçar = marcar o preço despercebido = sem atenção,
apressar = acelerar desatento
arrear = pôr arreios desapercebido = desprevenido
arriar = abaixar discente = relativo a alunos
bucho = estômago de ruminantes docente = relativo a professores
buxo = arbusto ornamental emergir = vir à tona
caçar = abater a caça imergir = mergulhar
cassar = anular emigrante = o que sai
cela = aposento imigrante = o que entra
sela = arreio eminente = nobre, alto, excelente
censo = recenseamento iminente = prestes a acontecer
senso = juízo esperto = ativo, inteligente, vivo
cessão = ato de doar experto = perito, entendido
seção ou secção = corte, divisão espiar = olhar sorrateiramente
sessão = reunião expiar = sofrer pena ou castigo
chá = bebida estada = permanência de pessoa
xá = título de soberano no Oriente estadia = permanência de veículo
chalé = casa campestre flagrante = evidente
xale = cobertura para os ombros fragrante = aromático
cheque = ordem de pagamento fúsil = que se pode fundir
xeque = lance do jogo de xadrez fuzil = carabina
comprimento = extensão fusível = resistência de fusibilidade
cumprimento = saudação calibrada
concertar = harmonizar, combinar incerto = duvidoso
consertar = remendar, reparar inserto = inserido, incluso
conjetura = suposição, hipótese incipiente = iniciante
conjuntura = situação, circunstância insipiente = ignorante
infligir = aplicar pena ou castigo indefesso = incansável
infringir = transgredir, violar, indefeso = sem defesa
desrespeitar suar = transpirar
intemerato = puro, íntegro, incorrupto sortir = abastecer
intimorato = destemido, valente, surtir = originar
corajoso sustar = suspender
intercessão = súplica, rogo suster = sustentar
interse(c)ção = ponto de encontro de tacha = brocha, pequeno prego
duas linhas taxa = tributo
laço = laçada tachar = censurar, notar defeito

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lasso = cansado, frouxo em


ratificar = confirmar taxar = estabelecer o preço
retificar = corrigir vultoso = volumoso
soar = produzir som vultuoso = atacado de
vultuosidade

LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

• Texto, textualidade e contexto

Você sabe o que realmente é um texto? Bem, a noção de texto


recobre sempre a de um instrumento transmissor de mensagens, isto é, uma
forma de comunicar uma intenção qualquer, por meio de uma ou mais
palavras em sequência. Qualquer usuário de uma língua sabe identificar o que
é e o que não é um texto, mas defini-lo torna-se um problema, pois sua
realização envolve fatores de vários campos: linguísticos, pragmáticos e
comunicativos. E isso envolve o contexto e os usuários da linguagem.
Podemos ter uma infinidade de textos, desde uma pequena
sequência, na forma de um pedido de socorro, ou um bilhete, por exemplo, ou
sequências maiores, como uma notícia jornalística, um relatório, uma ata, um
sermão ou um romance de mais de seiscentas páginas, ou ainda uma novela,
um conto, uma sentença proferida por um juiz etc.
Façamos um pequeno exercício de leitura e resumo da ideia
central de cada fragmento abaixo.

1. “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar,


para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados,
cosendo sua própria sombra com a pedra da calçada (...).”
(Crônica de Cecília Meireles intitulada O anjo da noite)

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2. “A Polícia militar entrou ontem em choque de mnhã com os


moradores do bairro de Realengo (zona norte do Rio) que obstruíam, das 9h às
11h, duas pistas da Avenida Brasil, principal via de acesso ao Rio. Eles
protestavam contra os atropelamentos perto do CIEP Thomas Jefferson, na
margem da Avenida e pediam a construção de uma passarela para pedestres
(...).”
(Folha de São Paula)

Então, será que você compreendeu a ideia principal do que


acabou de ler? Embora incompletos, os fragmentos dão a noção dos textos
como um todo significativo e de sua intencionalidade, característica principal
de um texto como uma unidade de sentido. O fragmento de Cecília fala da
passagem do guarda-noturno pelas ruas desertas; o segundo trata de uma
notícia de um confronto entre polícia e a população de um bairro no Rio
(Realengo) com protestos por causa de atropelamentos na Avenida Brasil.
Pela leitura dos fragmentos anteriores, você observou que todos
pertencem a textos, elaborados como partes de uma unidade de comunicação
intencional. E para se tornarem uma unidade de sentido, possuem uma
característica fundamental, que é a textualidade.
Chama-se textualidade ao conjunto de propriedades que uma
manifestação verbal deve possuir para construir um texto. Pode-se dizer que é
a textualidade que transforma qualquer sequência linguística em uma unidade
de sentido; é ela que lhe dá coerência.
Que tal examinarmos, por exemplo, a sequência abaixo e vermos
se ela constitui um texto? Vamos lá?

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João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são


caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no
espaço. Segundo a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria
Rimaniana dá conta desse fenômeno.

Percebeu como a sequência anterior não constitui um texto? E por


quê? Porque, embora apareçam nela todos os elementos necessários à ligação
entre os termos, não é possível estabelecer entre eles uma continuidade
responsável pela unidade de sentido; dizemos, então, que a passagem não é
um texto, por lhe faltar textualidade.
A textualidade atrela-se à noção de contexto ou situação. Qualquer
falante sabe que a comunicação verbal não se realiza por meio de palavras ou
frases isoladas, desligadas da situação em que são produzidas. Se alguém
perguntar a um passante:

– Você sabe onde fica a rua X?

a pergunta feita naquela situação determinada deve indicar que o interpelante


não quer apenas indagar se o outro sabe a localização da rua, mas que ele
está lhe pedindo informação sobre como chegar até lá. Nessa situação, a
pergunta torna-se um pedido de informação, ou auxílio. Se o inquiridor obtiver
do transeunte simplesmente a resposta:

– Sei.

e este continuar o seu caminho, pode-se dizer que a sequência não constituiu
o texto desejado, já que não comunicou a intenção específica. Dizemos que,
nesse caso, não houve um texto interativo no sentido que estamos
considerando aqui.

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As categorias da ética

A vida humana se caracteriza por ser fundamentalmente


ética. Os conceitos éticos "bom" e "mau" podem ser predicados a
todos os atos humanos, e somente a estes. Isso não ocorre com
os animais brutos. Um animal que ataca e come o outro não é
5 considerado maldoso, não há violência entre eles.
Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados
eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou
limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa
nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
10 eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética
desses resultados.
A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos
meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear
pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela
15 é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe
confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético.
Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de
energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-
se aos fins humanos a que se destina.
20 Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações
humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre,
vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente.
Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre
alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a
25 consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação
unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a
afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da

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multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e


escolhemos.
30 Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,
paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações
humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação
de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana
35 complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera
do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,
entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,
mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.
Sob o ângulo especificamente ético, não haverá escolha,
40 exercício da liberdade, definição ética quando não houver
avaliação, preferência a respeito das ações humanas. Eis por
que na base da ética, como dissemos, encontram-se
necessariamente a liberdade e a valoração; a ética só se põe no
mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.
45 A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa
liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo
axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade
a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.
Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a
50 consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,
pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o
melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras
possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
55 significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.

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O mundo oferece resistências e determinações necessárias


e, por meio destas, as ações éticas se realizam precisamente
enquanto as contrariam. As ações éticas brilham justamente
60 quando se opõem às tendências "naturais" do homem. Assim, a
liberdade não só se contrapõe à necessidade, como sua
negação, mas também existe em função desta. Não há liberdade
sem necessidade. Não há ética sem impulsão, sem desejo.
A melhor prova da liberdade é o esforço de superação da
65 necessidade, afirmando-a e negando-a dialeticamente, a um só
tempo. Então, o mundo ético só é possível no meio social, no
bojo das determinações sociais.
O fenômeno ético não é um acontecimento individual,
existente apenas no plano da consciência pessoal. Isso porque o
70 ente singular do homem só se manifesta, como ser autêntico, em
suas relações universais com a sociedade e com a natureza.
Esse fenômeno é resultante de relações sociais e históricas,
compreendendo também o mundo das necessidades, da
natureza. A ética só existe no seio da comunidade humana.
75 e os meios de circulação econômica dos bens possuem maior
liberdade do que aqueles que não têm o poder desse controle.
Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a
fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões
sociais, históricas e objetivas.
80 Há, assim, um grande esforço, um esforço ético-político para
se obter uma distribuição igualitária dos direitos entre os
homens, quer dentro das comunidades, quer entre as
comunidades. Na verdade existe uma ética sobre a ética, uma
meta-ética. A meta-ética é utópica, crítica, subversiva e
85 transcende as condições mais imediatas da vida social. No

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entanto, ela precisa ser possível no mundo dos fatos sociais, sob
pena de se perder como uma utopia de meros sonhos.
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. In: www.centrodebate.org)

5. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A partir da tese defendida pelo


autor, é correto afirmar que:

(A) a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo


de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”.
(B) o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam
atos de natureza técnica e atuam profissionalmente.
(C) a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção
ética que regule suas relações.
(D) as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais,
sejam elas humanas ou não.
(E) o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus
resultados e mais na própria concepção desses atos.

Comentário – Alternativa A: a tese (ou ideia central) de um texto


normalmente surge logo no primeiro parágrafo (parágrafo introdutório). De
acordo com ela, a ética é a característica fundamental da vida humana e,
consequentemente, é nela que os atos humanos devem estar baseados. Item
certo.
Alternativa B: o conceito de ética aplica-se a todos os seres
humanos, inclusive nos que são caracterizados conforme esta assertiva. Item
errado.
Alternativa C: ainda de acordo com o primeiro parágrafo,
“não há violência entre eles”, pois estão destituídos de qualquer concepção
ética. Item errado.

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Alternativa D: essas noções dizem respeito exclusivamente


às organizações humanas (não há como relacionar essas noções a
organizações não humanas). Item errado.
Alternativa E: o segundo parágrafo é fundamental para
respondermos adequadamente. Segundo ele, os resultados têm grande
importância do ponto de vista ético: “Sob a perspectiva ética, o que importa
nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética
desses resultados. Item errado.
Resposta – A

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação aos terceiro e


quarto parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O objetivo principal do terceiro parágrafo é conceituar regras técnicas e


normas éticas.
II. O plano do terceiro parágrafo inclui uma exemplificação para sustentar a
tese anteriormente explicitada.
III. O início do quarto parágrafo apresenta uma conclusão acerca das ideias
apresentadas no terceiro.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário – É impossível que as afirmativas I e II sejam corretas, pois elas


se excluem. Portanto você deve imediatamente descartar a letra D. A leitura

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atenta do terceiro parágrafo nos fará entender que nele existe um exemplo do
que foi dito sobre “os atos de caráter técnico”. Conclui-se com isso que: se a
afirmativa II é correta, a I é incorreta e também deve ser desprezada. Exclua,
então, a letra A.
Eis abaixo um exemplo1 de parágrafo desenvolvido com o
objetivo de conceituar algo:

Cespe/TRT 10ª Região/2005 – Tipologia: dissertação argumentativa

Tema: o aperfeiçoamento dos procedimentos é fator prescindível para a


democratização efetiva da justiça.

“A necessidade da desburocratização da justiça

Entende-se por democratização da justiça a possibilidade de


que a todos seja prestada, de fato, a junção jurisdicional tal qual na
Constituição Federal: com celeridade e qualidade. (...)”

Breve comentário – O candidato iniciou o parágrafo com um conceito,


explicando o ponto-chave do tema: a democratização da justiça.

Vamos analisar o item III para decidirmos entre as letras B, C


e E. A afirmativa está correta e o autor deixou uma dica ao candidato: a
conjunção “pois”. Quando surge isolada por vírgulas e após o verbo da oração
que integra, essa conjunção constitui segmento de caráter conclusivo. Item
correto, assim como o item II.
Resposta – E

1
O exemplo foi extraído de uma redação de candidato a concurso público. Por questões óbvias, a identidade dele será
preservada.

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7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da compreensão adequada de


conceitos apresentados pelo texto, analise as afirmativas a seguir.

I. O senso-comum de liberdade é reconstruído e passa a incluir a noção de


que nem todos são livres na mesma medida.
II. O conceito de ética fundamenta-se numa perspectiva naturalista e põe em
segundo plano seu viés social.
III. As ideias de liberdade e obrigação não são concepções excludentes; ao
contrário, envolvem implicação necessária.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário – Afirmativa I: está sustentada na seguinte passagem: “Os


homens ou grupos de homens que controlam a produção e os meios de
circulação econômica dos bens possuem maior liberdade do que aqueles que
não têm o poder desse controle.” Afirmativa correta.
Afirmativa II: não! Esse conceito se opõe a essa perspectiva,
repare: “As ações éticas brilham justamente quando se opõem às tendências
‘naturais’ do homem”. Além disso, o viés social é o que possibilita a
manifestação da ética, tendo, portanto, importância significativa: “o mundo
ético só é possível no meio social, no bojo das determinações sociais”.
Afirmativa incorreta.
Afirmativa III: é verdade, conforme se depreende do seguinte
trecho: “Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,

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paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações


humanas para atender as nossas demandas”. Item correto.
Resposta – D

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da leitura do quarto parágrafo,


deduz-se que o autor:

(A) afirma-se perplexo ante a unilateralidade das escolhas.


(B) contraria a ideia de liberdade como ação racionalmente concebida.
(C) opõe-se à aceitação do determinismo como fonte das ações humanas.
(D) defende a vocação como forma de realização pessoal.
(E) situa na determinação causal a origem da infelicidade humana.

Comentário – Alternativa A: o autor se posiciona contrariamente à


unilateralidade das escolhas sem demonstrar perplexidade. Item errado.
Alternativa B: não, o autor defende essa liberdade, para cujo
exercício ele está vocacionado. Item errado.
Alternativa C: sim, essa é linha argumentativa do autor.
Releia, por exemplo, o seguinte trecho: “A liberdade supõe a operação sobre
alternativas; ela se concretiza mediante a escolha (...). Isso implica refugir à
determinação unilinear necessária, à determinação meramente causal.” Item
certo.
Alternativa D: não está presente no quarto parágrafo
argumento favorável ou contrário à realização pessoal. Item errado.
Alternativa E: também não é tratada no quarto parágrafo a
origem da infelicidade humana; esta alternativa e a anterior são descabidas.
Resposta – C

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Esquerda e direita no Brasil, hoje

Ninguém pode pretender negar diversos progressos no


movimento da história. A humanidade, hoje, se beneficia de
conquistas importantes na área da medicina, por exemplo.
Podemos ser operados com anestesia, suavizar dores com
5 analgésicos. Dispomos de meios de transporte rapidíssimos,
helicópteros, aviões. Nossas casas têm luz elétrica, água
encanada, esgoto. Vemos filmes, acompanhamos seriados na
TV, ouvimos rádio. E, cada vez mais, utilizamos os
computadores, a internet.
10 Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do
mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de
"economia de mercado", e outros, de "capitalismo". Até hoje,
não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a
economia. As experiências feitas em nome do socialismo não
15 manifestaram força própria suficiente para competir, no plano
do crescimento econômico, com o capitalismo.
O modo de produção capitalista não tem vocação suicida,
e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte
natural. Seus representantes na arena política recorrem à
20 repressão quando necessário e fazem concessões quando
conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas
significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem
saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de
trabalho de 12 horas.
25 Parte dos trabalhadores – mais que no passado – chega
mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho
que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz

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parte da lógica do sistema, contudo, que as massas


permaneçam excluídas. A cooptação de setores da
30 representação política das classes médias está sendo mais
resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas
confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à
sedução das classes dominantes.
Temos uma situação histórica favorável ao bloco
35 conservador. Nas atuais condições, a direita vem
administrando suas contradições internas. A política
econômica do governo do PT, as posições neoliberais do
PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB
tranqüilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no
40 PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à
esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram
marginalizados.
A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União
Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15
45 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta
dolorosamente diversas organizações socialistas.
No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas
de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no
PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem
50 partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o
PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que
se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado
por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.
Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a
55 direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso

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da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O


conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia.
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".
60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para
promover a transformação das relações de produção e o
crescimento das forças produtivas.
65 A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu
para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes
derrotas. Duras lições da história política
convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade
interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela
70 superação das desigualdades.
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações
75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a
debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com
eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial
dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da
80 economia e passava a acreditar que possuía a chave da
compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos
afligem no presente.
Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da
ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a

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85 ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos


convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não
há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi
tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades
precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente,
90 chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira
cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e
promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de
melhores condições materiais de cidadania, tal como
aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os
95 computadores, que demoraram, mas vieram.
Permito-me perguntar: vieram mesmo?
(Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

9. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que


apresente comentário pertinente ao texto

(A) O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil,


apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não
teria êxito a instauração de um regime socialista.
(B) O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional,
objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta
de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes
de revelar o discurso falho da extrema direita.
(C) O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e
aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no
doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita,
ditando falaciosamente a democracia ao povão.

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(D) O texto aponta, no cenário político doméstico, o processo de


desarticulação da esquerda, como resultado do fim do modelo socialista e
da supremacia da direita ao ditar a interpretação da economia.
(E) O texto questiona se os valores apontados como conquistas pela direita de
fato aconteceram, observando que a interpretação falaciosa da realidade
atraiu antigos esquerdistas a sobejarem teorias que explicassem as falhas
no processo democrático historicamente.

Comentário – Alternativa A: O desabafo e a comparação existem, mas a


perspectiva em relação ao socialismo é sobre os fatos passados que não
sustentaram esse regime, e não sobre uma possibilidade futura de implantação
dele: “As experiências feitas em nome do socialismo não manifestaram força
própria suficiente para competir, no plano do crescimento econômico, com o
capitalismo.” (l. 14-16)
Alternativa B: a crítica feita no texto não é à “extrema
direita”, mas sim à “direita moderada”. Observe: “Nas atuais condições em que
exerce a sua hegemonia, a direita ‘moderada’ conseguiu infiltrar seus critérios
no discurso da esquerda ‘moderada’. Os ‘moderados’ dão o estilo.” (l. 54-56)
Alternativa C: a supremacia é da direita moderada, como se
lê no fragmento apresentado no comentário acima.
Alternativa E: o verbo sobejar significa suprir-se com
superabundância. A explicação não é sobre as falhas no processo democrático;
é sobre a falha de “diversas organizações socialistas”.
O que achou do texto? E das alternativas? Vamos ser
sinceros: tudo muito extenso, complexo, difícil..., não é mesmo? Mas é bom
você se acostumar, pois a FGV não perdoa ao escolher seus textos. É claro que
ela pode facilitar as coisas, mas não se surpreenda ao se deparar com um
texto e uma questão como estes.
Resposta – D

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10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) O nono parágrafo, em relação


ao oitavo, apresenta-se como:

(A) explicação.
(B) exemplificação.
(C) complemento.
(D) desdobramento.
(E) oposição.

Comentário – A relação estabelecida entre eles é de oposição. Contrastam-se


os discursos atuais e antigos sobre a economia. Hoje em dia, os moderados
dão o estilo; antigamente, eram os marxistas.
Resposta – E

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

11. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Ao associar-se a charge com o


seu título, percebe-se que a interpretação é possível pela via:

(A) alegórica.
(B) fática.

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(C) lúdica.
(D) metonímica.
(E) sofística.

Comentário – Charge é um desenho caricatural com ou sem legenda,


publicado em jornal, revista ou afim, que se refere diretamente a um fato atual
ou a uma personalidade pública e os satiriza ou critica ironicamente. A
associação dela com seu título permite-nos interpretar o texto pela via
alegórica, que é a expressão do pensamento ou da emoção muito comum por
meio da pintura e da escultura.
Resposta – A

Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu-


cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo.
O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e
sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também
5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar
bem" em uma situação "apertada".
Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo
Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a
dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude
10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa
admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a
ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é
ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de
educação adequada.
15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das
norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas

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para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é


naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada
à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define
20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade
social da Índia.
Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma
realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que
vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas
25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma
autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma
coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da
qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância – e
apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a
30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem
se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o
que precisa.
Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem
permissividade alguma e possuem franca influência na esfera
35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-
seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que
é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:
acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade
não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o
40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após
o uso desse atalho.
Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também
exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",
45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,

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buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma


sanção.
A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe
conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você
50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um
promotor público que vê seu carro sendo multado por uma
autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)
de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou
o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de
55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.
(In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

12. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto


afirmar que:

(A) o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso


entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo.
(B) as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem
permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do
cidadão.
(C) a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o
indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo
Estado.
(D) a famosa “carteirada” constitui uma das manifestações do jeitinho
brasileiro e define-se pelo fato de dois poderes simetricamente
representados entrarem em tensão.
(E) nos Estados Unidos da América, as leis influem decisivamente apenas na
vida pública do cidadão, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as leis
logram mudar comportamentos no plano dos costumes e da vida privada.

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Comentário – Alternativa A: encontra apoio sobretudo na seguinte passagem:


“A natureza do Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é
inadequada à realidade individual.” (terceiro parágrafo)
Alternativa B: no terceiro parágrafo está a explicação de
Roberto DaMatta que esclarece que as instituições norte-americanas e as
brasileiras são diferentes. Estas “foram desenhadas para coagir e desarticular
o indivíduo” e são inadequadas à realidade do indivíduo. Item errado.
Alternativa C: a relação de causa e consequência foi invertida,
observe: “é ingênuo creditar a postura brasileira [consequência] apenas à
ausência de educação adequada [causa]. Item errado.
Alternativa D: os poderes não são simétricos; o princípio da
“carteirada” está bem explicado no penúltimo parágrafo: “Quando uma
autoridade ‘maior’ vê-se coagida por uma ‘menor’, imediatamente ameaça
fazer uso de sua influência; dessa forma, buscará dissuadir a autoridade
‘menor’ de aplicar-lhe uma sanção.” Item errado.
Alternativa E: lê-se no antepenúltimo parágrafo que “Nos
Estados Unidos da América, as leis não admitem permissividade alguma e
possuem franca influência na esfera dos costumes e da vida privada”. Item
errado.
Resposta – A

13. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação à estruturação do texto e


dos parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O primeiro parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem


histórica do jeitinho.
II. A tese, apresentada no segundo parágrafo, encontra-se na frase iniciada
por no entanto.

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III. O quarto parágrafo apresenta o argumento central para a sustentação da


tese.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentário – Afirmativa I: tema é o assunto sobre o qual discorreremos.


Assim sendo, a primeira parte da afirmativa está correta. O erro surge na
segunda parte, pois não existe esse discurso sobre a origem histórica. No
primeiro parágrafo, o texto tratou de caracterizar o “jeitinho”, dizer o que ele é
e o que não é. Item errado.
Afirmativa II: tese é a ideia central (tese ou tópico frasal
principal) do texto, formulada a partir do tema e seguida pelos argumentos
que a sustentam. Item certo.
Afirmativa III: aqui está o argumento: “incapacitado pelas leis,
descaracterizado por uma realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar
recursos que vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas
vezes será necessário à sua sobrevivência”. Item certo.
Resposta – D

• Pressuposições e inferências (implícitos e subentendidos)

“Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.”

A frase acima transmite duas informações: ele frequentou um


curso superior e aprendeu algumas coisas.

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No entanto, essas duas informações transmitem de forma implícita


uma crítica ao sistema de ensino vigente. Essa crítica se dá através do uso da
preposição “mas”.
Assim, percebemos que um dos aspectos mais intrigantes que pode
ser apresentado por um texto é o fato de ele dizer aquilo que parece não dizer,
ou seja, é a presença de enunciados pressupostos ou inferidos.
Um leitor é considerado perspicaz quando consegue ler as
entrelinhas do texto, isto é, quando capta as mensagens implícitas.
Para não “cair” na exploração maliciosa de alguns textos que
abusam dos aspectos pressupostos ou inferidos, devemos saber que:
a) pressupostos são ideias não expressas de maneira explícita,
mas que podem ser percebidas a partir de certas palavras ou expressões
utilizadas.

“O tempo continua chuvoso.” (informação implícita: estava


chovendo antes)
“Pedro deixou de fumar.” (informação implícita: fumava antes)

b) inferências são insinuações escondidas por trás de uma


declaração e dependem do contexto e do conhecimento de mundo que o
ouvinte ou o leitor têm. Quando um fumante com o cigarro pergunta:

– Você tem fogo?,

por trás dessa pergunta se infere:

– Acenda-me o cigarro, por favor.

Caso você encontre alguém correndo na rua e gritando

– Pega ladrão! Pega ladrão!”,

você subentenderá que esse alguém foi (ou está sendo) assaltado e clama por
socorro, não é mesmo?

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Detectar o pressuposto durante uma leitura é fundamental para a


interpretação textual, uma vez que esse recurso argumentativo não é
posto em discussão pelo autor do texto e, por isso mesmo, pode levar o
leitor a interpretar o texto erroneamente.
Os pressupostos são marcados por:

a) advérbios: “Os resultados da pesquisa ainda não chegaram


até nós.” (pressuposto: os resultados já deviam ter chegado ou vão chegar
mais tarde.)
b) verbos: “O caso do contrabando tornou-se público.”
(pressuposto: o caso não era público.)
c) orações adjetivas: “Os candidatos a prefeito, que só
querem defender seus interesses, não pensam no povo.” (pressuposto:
todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.)
d) adjetivos: “Os partidos radicais acabarão com a
democracia no Brasil.” (pressuposto: existem partidos radicais e não radicais
no Brasil.)

Enquanto o pressuposto é um dado apresentado como


indiscutível para o falante e o ouvinte, não permitindo contestações; a
inferência é de responsabilidade do ouvinte, uma vez que o falante
esconde-se por trás do sentido literal das palavras.
A inferência pode ser uma maneira encontrada pelo falante para
transmitir algo sem se comprometer com a informação.

14. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter


técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem
para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o
que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou

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eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses


resultados.

No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de


neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento
linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do
vocábulo:

(A) qualificados.
(B) limitação.
(C) mesmo.
(D) não.
(E) mas.

Comentário – A palavra denotativa de inclusão “Mesmo” (= inclusive, até)


permite pressupor que “os atos de caráter técnico” também podem se revestir
de determinada característica (“qualificados eticamente”) que os torne avessos
à concepção de neutralidade comumente atribuída a eles.
Resposta – C

COESÃO E COERÊNCIA

Primeiramente, vamos diferenciar os dois conceitos. A coesão


refere-se aos vínculos que se estabelecem entre as partes de um enunciado ou
de uma sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de
coesão, diz respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade
de um texto. Podemos nos valer do quadro abaixo para melhor entender esses
conceitos:

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Coesão Coerência

Articulação entre palavras e Manutenção da sequência lógica de


enunciados do texto. argumentação.

Elementos coesivos (advérbios, Não deve haver contradições e


conjunções, preposições, pronomes mudanças bruscas no rumo do
etc.). pensamento.

Relação sintática. Relação semântica.

Observem o exemplo abaixo.

Comprei três laranjas e coloquei-as no freezer, pois tencionava


fazer uma salada de frutas bem geladinha com elas; mas, como
fui à rua e me demorei muito, não pude aproveitá-las na salada
porque ficaram todas congeladas.

Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem


ligação entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações;
enfim, são elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos.
Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos
sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto.

Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de


vida humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada.

Como você pode perceber, o que permite dar um sentido ao


texto é a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica
(SENTIDO) ou pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da
sequência. Assim sendo, é possível admitir que a coerência é mais relevante
do que a coesão para a construção de um texto, embora os dois fatores sejam
características importantes de todo bom texto.

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• Processos de coesão textual

Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser


interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em
função da referência que estabelecem com outros itens. Um item
referencial tomado isoladamente é vazio e significa apenas: procure a
informação em outro lugar. Observem o exemplo seguinte:

João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há


outro que o supere.

Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome


“o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância
de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma
anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora.
Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por
meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar
a deturpação do sentido do texto.
Que tal treinarmos o emprego dos mecanismos de coesão a partir
do texto abaixo? Vamos lá?

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois


tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um
avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de
Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua
Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta
das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências.

Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que
foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta
página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo

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Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur
Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e
Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de
Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores


compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7)
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira.

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de


Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20
e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma
espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das
avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se
conhecem as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a
torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no
mínimo 60 dias para ser concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em


cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9)
atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos
graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos,
Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de
Santa Cecília.

1. REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto.


Observem que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido

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o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição


é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua
natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A
repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão.

2. REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição


parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se,
uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um
acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo
parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s)
sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos,
artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização
por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o
prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à
prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos
costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que os
sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem
com mais propriedade.

3. ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido


pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1)
o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito
de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o
co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi
necessário repetir-se a palavra “avião” logo após as palavras “piloto” e “co-
piloto”. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto
será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de
automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse:
Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1)
ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas

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escoriações e queimaduras. Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão


de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o
verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

4. SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um


elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de
palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os
principais elementos de substituição:

4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou


acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a
idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4),
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6),
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma
Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído
com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o
marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as
três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não
sofreram ferimentos graves.

Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes:

a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para
que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a ideia,
expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à
corrida);

b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada


recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome

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demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira


assinada);

c) (...) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao


reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo
que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu
ao reagir a um assalto...);

d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa,


ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas
Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa).

4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em


que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode
ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo
que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O


presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado...
(o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia
usar, como exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o


ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes
retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as
formas: jogador do século, número um do mundo).

4.3 Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou


muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos).

4.4 Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa


por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.

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Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida


Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento dos impostos. A
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de
paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
exemplo).

4.5 Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um


elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas
de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a
maneira encontrada... (protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação
-, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao
lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações
que se podem atribuir a eles).

4.6 Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de


lugar. Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...
(o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que
comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos
que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.
Bem, creio que devem estar cansados. Mas não parem agora, pois
já estamos chegando ao final desta aula introdutória. Aprenderemos agora a
diferenciar vários tipos de textos e a identificar suas respectivas
características.

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(...)
Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,
paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações
humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação
de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana
complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera
do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,
entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,
mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.
(...)
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) O advérbio Aí, no quinto


parágrafo, refere-se ao processo compreendido nas etapas assim
apresentadas pelo autor.

(A) situação humana / múltiplos fatores / demandas


(B) liberdade / decisão / avaliação
(C) decisão / possibilidade / liberdade
(D) decisão / possibilidade / avaliação
(E) múltiplos fatores / demandas / ações humanas

Comentário – Esta é uma questão que trata da coesão referencial


estabelecida entre elementos textuais. O advérbio “Aí” retoma a ideia anterior,
em que estão contidas as seguintes etapas: decisão Æ possibilidade e
necessidade de estimar Æ avaliação. Entendo que a segunda etapa está mal
representada, mas não vejo motivo para que alguém brigasse com a banca e
exigisse a anulação da questão. Afinal, a letra D traz, mesmo resumidamente,
a indicação dessa etapa
Resposta – D

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16. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas alternativas a seguir,


ambas as expressões servem essencialmente à articulação sequencial das
ideias do texto, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) pois / porque (4º parágrafo).


(B) assim / entretanto (5º parágrafo).
(C) quando / eis por que (6º parágrafo).
(D) mas também / então (9º parágrafo).
(E) por aí / sempre (11º parágrafo).

Comentário – Outra vez estamos às voltas com elementos (conjunções,


advérbio e palavra de designação) que promovem a coesão entre segmentos
do texto intitulado As categorias da ética e expressam explicação, tempo,
conclusão, oposição, adição. A única exceção é o advérbio “sempre”. Leia a
passagem em que ele foi empregado: “Por aí se vê também que a liberdade e
a ética não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre
dimensões sociais, históricas e objetivas.” Esse advérbio de tempo é
meramente para indicar que o processo designado pelo verbo ter é contínuo,
não se interrompe.
Resposta – E

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas atuais condições em que


exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus
critérios no discurso da esquerda "moderada". (L.54-56)

A palavra seus no trecho acima tem valor:

(A) anafórico.
(B) anastrófico.
(C) catafórico.
(D) hiperbólico.

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(E) paragramático

Comentário – O pronome possessivo “seus” retoma a expressão anterior


“direita moderada” e lhe atribui a posse dos “critérios” (= critérios da direita
moderada). Portanto não há dúvidas: a função coesiva do pronome tem valor
anafórico.
Resposta – A

TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia Textual designa uma espécie de sequência teoricamente


definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).

Ex.: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção.

Para efeito de prova, usaremos as terminologias: texto expositivo e


texto argumentativo (ou dissertação expositiva e dissertação
argumentativa).

Veja com mais detalhes cada um deles.

Texto descritivo (“retrato” verbal)


É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um
determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem. Apresenta
elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”.

Exemplo: Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o
sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de
sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma
fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.

Despertem para as características desse tipo de texto:

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1) Predomínio de adjetivos.
2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e
visíveis; não há opinião do autor sobre o tema.
3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o
assunto.
4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais
como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo, etc.
5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da
pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta,
generosa, etc.
6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a
apresentação pura e simples do estado a ser descrito em um
determinado momento.
7) Aqui, a matéria é o objeto.

Texto narrativo
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorrem
em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.

Exemplo: Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão


caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência.
Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam,
atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se
tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava
encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa.

Note as características do tipo narrativo:

1) O fato narrado pode ser real ou fictício.

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2) A descrição insere-se na narração, dada a importância de se


caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que
ela se desenvolve.
3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que
se envolve nos acontecimentos ao mesmo tempo em que conta o caso
(uso dos pronomes nós, eu).
4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de
quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não
participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)).
5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar
envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho
impessoal e direto.
6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os
acontecimentos desencadeiam nos personagens.
7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é
essencial para o desenvolvimento da trama.
8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora,
uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback,
é a memória do narrador).

Texto argumentativo (dissertação argumentativa)


É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da apresentação
de argumentos que as comprovem. Tem por objetivo a defesa de um
ponto de vista, por meio da persuasão.

Exemplo: Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema


educacional brasileiro. Argumenta-se que ele deve ter por objetivo despertar
no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e
relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para

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a compreensão dos problemas socioeconômicos e que despertasse no aluno a


curiosidade científica seria por demais desejável.

Ainda que de forma sutil, defende-se aqui uma mudança no atual


sistema de ensino do país. Como forma de convencer o leitor a respeito dessa
necessidade, o autor sustenta que ela é compartilhada por outras pessoas, que
já discutem o assunto.

Texto expositivo (informativo; dissertação expositiva)


O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor. Nesse tipo textual,
não se faz, categoricamente, a defesa de uma ideia. Encontrado em
livros didáticos e paradidáticos (material complementar de ensino),
enciclopédias, jornais, revistas (científicas, informativas, etc.).

Exemplo: A história do celular é recente, mas remonta ao passado – e às


telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais
conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que
estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).

Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada
com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação
desgastante foi o interesse pela tecnologia.

Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que
alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados por
inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a idéia: um sistema no qual duas
pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse
interrompida. Era a base dos celulares, patenteada em 1940.

Repare agora que, diferentemente da intenção do autor do texto


acima, este aqui não tem a presunção de convencer ninguém a respeito de
algo. Limita-se apenas a transmitir ao leitor uma informação sobre o
surgimento do aparelho celular, de forma imparcial e objetiva.

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Texto injuntivo (instrucional)


Indica como realizar uma ação; aconselha. É também utilizado para
predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e
simples. Há predomínio da função conativa ou apelativa (o emissor procura
influenciar o comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao
receptor, é comum o uso de tu, você, nós, ou o nome da pessoa, além dos
vocativos e imperativos; usada nos discursos, sermões e propagandas que
se dirigem diretamente ao consumidor – instruções de uso de um aparelho;
leis; regulamentos; receitas de comida; guias; regras de trânsito).

Exemplo: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo)


"Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente do indicativo)
"Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo)

Agora, tenta-se, por meio de uma linguagem persuasiva, fazer com


que o leitor execute certas ações a fim de obter o efeito desejado.

18. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Assinale a alternativa que identifique a


composição tipológica do texto “Jeitinho”.

(A) Descritivo, com sequências narrativas.


(B) Expositivo, com sequências argumentativas.
(C) Injuntivo, com sequências argumentativas.
(D) Narrativo, com sequências descritivas.
(E) Argumentativo, com sequências injuntivas

Comentário – Os teóricos argumentam que dificilmente haverá um texto


homogêneo, ou seja, puramente descritivo, expositivo, argumentativo,
narrativo e injuntivo. A característica que mais sobressai é a que determina o
tipo de texto.

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Falando especificamente do texto intitulado Jeitinho, o que


se observa acentuadamente são passagens que transmitem ao leitor
informações sobre o que o antropólogo Roberto DaMatta escreveu sobre o
jeitinho. As sequências argumentativas ficam por conta do ponto de vista dele
sobre o tema. Por exemplo: “Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é
também exercida por esferas de influência superiores.”; “No entendimento de
Roberto DaMatta, de qualquer forma, um ‘jeitinho’ foi dado.”
Resposta – B

ADEQUÇÃO DE LINGUAGEM

• Modalidades linguísticas

Você já percebeu que a língua é um código de que se serve o


homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Interessante ainda é
perceber que, para realizar seu objetivo, a língua utiliza modalidades
diferentes. São basicamente duas modalidades:

Língua popular ou língua Língua culta ou língua-


cotidiana: é mais espontânea e padrão: compreende a língua
dinâmica. Usada muitas vezes literária. Utilizada pelas
em situações informais: emissoras de rádio e televisão;
conversa entre amigos ou em jornais, revistas, empresas,
família. São exemplos as gírias, órgãos públicos, etc. Está
os dialetos e os jargões. associada à escola (gramática).

• Tô preocupado. • Estou preocupado.


• Fiquei grilado. • Fiquei pensativo.
• E aí, beleza? • E aí, tudo bem?
• Gelinho, sacolé, chup- • Suco de frutas
chup congelado dentro de
um saco plástico
• Abrir o bico • Contar a verdade
• Peticionar • Pedir ao juiz
• Deletar • Apagar
• Câmbio • Negociação de moeda
estrangeira

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• O conceito de erro

Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos


de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma
culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discurso, diz: "Ninguém
deixou ele falar", não comete propriamente erro; na verdade, transgride a
norma culta.
Importa considerar, assim, o momento do discurso:

O momento íntimo (informal) O momento formal é o do uso


é o das liberdades da fala. No da língua-padrão, que é a língua
recesso do lar, na fala entre da Nação. Tomam-se por base
amigos, parentes, namorados, aqui as normas estabelecidas na
etc., portanto, são consideradas gramática, ou seja, a norma
perfeitamente normais culta. Assim, aquelas mesmas
construções do tipo: construções se alteram:

a) Eu não vi ela hoje. a) Eu não a vi hoje.

b) Ninguém deixou ele falar. b) Ninguém o deixou falar.

c) Deixe eu ver isso! c) Deixe-me ver isso!

d) Eu te amo, sim, mas não d) Eu te amo, sim, mas não


abuse (você)! abuses (tu)!

e) Não assisti o filme nem vou e) Não assisti ao filme nem vou
assisti-lo. assistir a ele.

f) Sou teu pai, por isso vou f) Sou seu pai, por isso vou
perdoá-lo. perdoar-lhe.

No momento íntimo, a informalidade prevalece sobre a


norma culta, deixando mais livres os interlocutores.

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Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal,


qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante em
que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico,
registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não
tenha amparo na rigidez gramatical.
O vocábulo têxtil, que significa rigorosamente aquilo que se pode
tecer, em virtude do seu significado, não poderia ser adjetivo associado à
indústria, já que não existe indústria que se pode tecer. Hoje, porém, temos
não só a indústria como também o operário têxtil, em vez da indústria de fibra
têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil.
Uma frase “correta”, portanto, não é aquela que se
contrapõe a uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma padrão.
Importante é sabermos que o nível da linguagem, a norma
linguística, deve variar de acordo com a situação em que se
desenvolve o discurso.

O ambiente sócio-cultural determina o nível da linguagem a


ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a entoação
variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma criança como se
estivesse dizendo missa, assim como uma criança não fala como um adulto.
Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala,
para colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo
nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.

• A Gíria

Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não constitui um


flagelo da linguagem. Quem, um dia, já não usou “bacana”, “bizu”, “cara”,
“cuca”? O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma permanente de
comunicação, desencadeando um processo não só de esquecimento, como de

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desprezo do vocabulário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um


elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande
criatividade, desde que, naturalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao
receptor.
Veja esta tira:

Agora me responda:
a) qual nível de linguagem é utilizado pelo locutor? Justifique sua
resposta com elementos do texto.
b) que modificações podem ser feitas para transformar a
linguagem empregada em culta ou popular, conforme o caso?
Acertou se respondeu, primeiramente, “nível popular”, com base
nas expressões “filar” (segundo quadrinho) e “né” (último quadrinho).
Poderíamos reescrever o texto e alterar as palavras destacadas
para comer e não é, por exemplo.

(...)
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".
60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para
promover a transformação das relações de produção e o
crescimento das forças produtivas.

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(...)
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A expressão na crista de uma


onda (L.61) tem origem no registro:

(A) burocrático.
(B) culto.
(C) inculto.
(D) informal.
(E) regional.

Comentário – A expressão é um exemplo de gíria, que se enquadra no


registro informal da língua e que pode significar na moda, em momento de
sucesso ou evidência, no ápice de uma situação.
Resposta – D

PARÁFRASE E PARÓDIA

E por falar em “reescrever o texto”, esclareço que toda vez que


uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza
de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas, só
que com uma outra “roupagem”: a paráfrase. Também farei distinção entre
ela e a paródia (outra forma de intertextualidade). Inicialmente, darei a
vocês um exemplo de cada umas dessas manifestações. Depois, comentarei as
características que as distinguem.

Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam

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Não gorjeiam como lá.


(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!


(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).

Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do


texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras,
mas também com outra estruturação sintática.
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a
coesão (correção gramatical) e a coerência (significado original do
texto) foram mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam
respeitados na hora de parafrasear o texto original.

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Em nossa primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há


mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas em
relação à paródia, há uma mudança significativa na coerência. O nome
“palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras. Há um
contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo liderado
por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do texto
primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à
obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:

Finalmente, entraremos na parte final da aula de hoje. Você deve


estar ainda mais cansado. Mas não desista agora, pois estamos no último
tópico deste encontro. Falta só um pouquinho. Trataremos de tipos de
discurso.

DISCURSOS DIRETO E INDIRETO

• Discurso Direto

No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da


própria personagem. É comum aparecerem neste tipo de discurso os
chamados verbos de elocução, ou “de dizer” (dicendi) – falar, dizer,
responder, retrucar, indagar, declarar, exclamar etc. Além disso, usam-se
algumas notações gráficas que marquem tais falas:

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a) travessão;
b) dois pontos,
c) aspas.

Exemplos:
1. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria: “Às
vezes, sinto morosidade por parte da Justiça”. (por encerrar todo o período, o
ponto final deve ficar fora das aspas)

2. O advogado disse: “Às vezes, sinto morosidade por parte da Justiça”.


(esta forma deve ser evitada, sendo preferível a que se segue)

3. O advogado disse:
– Às vezes, sinto morosidade por parte da Justiça.

4. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria. “Às


vezes, sinto morosidade por parte da Justiça.” (repare que agora o ponto final
está dentro das aspas, pois encerra apenas a fala do personagem)

5. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria. “Às


vezes, sinto morosidade por parte da Justiça”, declarou ele.

6. Para o advogado, o processo não vem correndo como deveria. Segundo


ele, “Ás vezes, nota-se morosidade por parte da Justiça”.

• Discurso Indireto

O discurso indireto apresenta as palavras das personagens


através do narrador, que reproduz o que ouviu, podendo suprimir ou
modificar o que achar necessário. A estruturação desse discurso não carece
de marcações gráficas especiais, uma vez que sempre é o narrador que
detém a palavra. Usualmente, a estrutura traz verbo dicendi e oração
subordinada substantiva com verbo num tempo passado em relação à
fala da personagem.

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Exemplos:
1. Fala do personagem: – Preciso estudar mais.
Discurso indireto: Disse que precisava estudar mais.

2. Fala do personagem: – Não quebrei nada desta sala.


Discurso indireto: A criança afirmou à mãe que não tinha quebrado
(quebrara) nada daquela sala.

Atenção! Note as alterações feitas nas estruturas gramaticais da transcrição


indireta do discurso, como no tempo verbal (preciso, precisava; quebrei, tinha
quebrado ou quebrara), nos pronomes (desta, daquela).

Confira a tabela de transposição do discurso direto para o indireto:

Discurso Direto Discurso Indireto


1. Enunciado em primeira ou em 1. Enunciado em terceira pessoa:
segunda pessoa: "Eu não confio O detento disse que (ele) não
mais na Justiça"; "Delegado, o confiava mais na Justiça; Logo
senhor vai me prender?" depois, perguntou ao delegado se
(ele) iria prendê-lo.
2. Verbo no presente: "Eu não 2. Verbo no pretérito imperfeito
confio mais na Justiça" do indicativo: O detento disse que
não confiava mais na Justiça.
3. Verbo no pretérito perfeito: 3. Verbo no pretérito mais-que-
"Eu não roubei nada". perfeito (simples ou composto)
do indicativo: O acusado defendeu-
se, dizendo que não tinha roubado
(que não roubara) nada.
4. Verbo no futuro do presente: 4. Verbo no futuro do pretérito:
"Faremos justiça de qualquer Declararam que fariam justiça de

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maneira". qualquer maneira.


5. Verbo no imperativo: "Saia da 5. Verbo no pretérito imperfeito
delegacia", disse o delegado ao do subjuntivo: O delegado ordenou
promotor”. ao promotor que saísse da delegacia.
6. Pronomes este, esta, isto, 6. Pronomes aquele, aquela,
esse, essa, isso: "A esta hora não aquilo: O gerente da empresa
responderei nada". tentou justificar-se, dizendo que
àquela hora não responderia nada à
imprensa.
7. Advérbio aqui: "Daqui eu não 7. Advérbio ali: O grevista
sairei tão cedo". certificou os policiais de que dali não
sairia tão cedo.

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

20. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que


se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão
para o discurso indireto.

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(A) O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a
fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste.
(B) O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o dele.
(C) O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.
(D) O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu.
(E) O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.

Comentário – Quanto aos elementos gramaticais, não se percebe erro. As


transposições estão adequadas.
O problema surge em relação ao aspecto discursivo. Com
exceção da letra A, em todas as demais há ambiguidade causada pelo
emprego dos pronomes possessivos “seu” e/ou “dele” após dois referentes
capazes de satisfazerem a coesão textual (o filho com fitinha azul é do rico ou
do pobre?). Como o examinador exigiu a melhor resposta, esse aspecto deve
ser observado.
Para desfazer a tal ambiguidade, devemos utilizar outro
recurso coesivo: os demonstrativos aquele e este. Aquele retoma o primeiro
elemento mencionado, o que está mais distante (o homem rico); este retoma
o último elemento, o que está mais próximo (o homem pobre).
Resposta – A

Um grande abraço e fique com Deus!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...)
A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa
liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo
axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade
a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.
Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a
consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,
pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o
melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras
possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.
(...)
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A escolha, a decisão, que é


manifestação de nossa liberdade, só é possível tendo por fundamento o
mundo axiológico.

Considerando o contexto da frase, o vocábulo sublinhado tem significado


equivalente a:
(A) das normas.
(B) dos mercados.
(C) dos indivíduos.
(D) das liberalidades.
(E) das verdades.

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2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com o contexto,


observa-se emprego não-literal de vocábulo ou expressão em:

(A) Isso não ocorre com os animais brutos.


(B) supõe a avaliação de múltiplos fatores.
(C) Na escolha não pode haver indiferença.
(D) o caminho escolhido mata outras possibilidades.
(E) O fenômeno ético não é um acontecimento individual.

(...)
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações
75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a
debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
(...)
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

3. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) A palavra inexorável (L.73) só


não pode ser substituída, no texto, sob pena de alteração de sentido, por:

(A) implacável.
(B) indelével.
(C) inelutável.
(D) perituro.
(E) sempiterno.

(...)

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Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também


exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",
45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,
buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma
sanção.
(...)
(Jeitinho. In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

4. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Observando a frase “buscará dissuadir a


autoridade ‘menor’ de aplicar-lhe uma sanção” (L.46-47), assinale a
alternativa em que a substituição da palavra sublinhada mantenha o
sentido que se deseja comunicar no texto.

(A) obrigar.
(B) desaconselhar.
(C) persuadir.
(D) convencer.
(E) coagir.

As categorias da ética

A vida humana se caracteriza por ser fundamentalmente


ética. Os conceitos éticos "bom" e "mau" podem ser predicados a
todos os atos humanos, e somente a estes. Isso não ocorre com
os animais brutos. Um animal que ataca e come o outro não é
5 considerado maldoso, não há violência entre eles.
Mesmo os atos de caráter técnico podem ser qualificados
eticamente. Esses atos sempre servem para a expansão ou
limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o que importa

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nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou


10 eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética
desses resultados.
A eficiência técnica segue regras técnicas, relativas aos
meios, e não normas éticas, relativas aos fins. A energia nuclear
pode ser empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela
15 é investigada, apurada e criada para algum resultado, que lhe
confere validade. Não vale por si mesma, do ponto de vista ético.
Pode valer pela sua eventual utilidade, como meio; mas o uso de
energia nuclear, para ser considerado bom ou mau, deve referir-
se aos fins humanos a que se destina.
20 Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações
humanas. Isso ocorre porque o homem é um ser livre,
vocacionado para o exercício da liberdade, de modo consciente.
Sem liberdade não há ética. A liberdade supõe a operação sobre
alternativas; ela se concretiza mediante a escolha, a decisão, a
25 consciência do que se faz. Isso implica refugir à determinação
unilinear necessária, à determinação meramente causal. É a
afirmação da contingência, da multiplicidade. Diante da
multiplicidade de caminhos a nossa disposição, avaliamos e
escolhemos.
30 Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,
paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações
humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação
de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana
35 complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera
do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,

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entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,


mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.
Sob o ângulo especificamente ético, não haverá escolha,
40 exercício da liberdade, definição ética quando não houver
avaliação, preferência a respeito das ações humanas. Eis por
que na base da ética, como dissemos, encontram-se
necessariamente a liberdade e a valoração; a ética só se põe no
mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.
45 A escolha, a decisão, que é manifestação de nossa
liberdade, só é possível tendo por fundamento o mundo
axiológico, tanto quanto este tem por condição de possibilidade
a liberdade. Não se pode estimar sem alternativas possíveis.
Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a
50 consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho,
pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o
melhor em relação a outro; o caminho escolhido mata outras
possibilidades. Na escolha não pode haver indiferença. Ela está
dirigida à ação, à exteriorização, à tomada de posição. Isto
55 significa que a escolha, a decisão, nos leva à determinação
normativa ou imperativa de uma via em detrimento de outra.
O mundo oferece resistências e determinações necessárias
e, por meio destas, as ações éticas se realizam precisamente
enquanto as contrariam. As ações éticas brilham justamente
60 quando se opõem às tendências "naturais" do homem. Assim, a
liberdade não só se contrapõe à necessidade, como sua
negação, mas também existe em função desta. Não há liberdade
sem necessidade. Não há ética sem impulsão, sem desejo.
A melhor prova da liberdade é o esforço de superação da
65 necessidade, afirmando-a e negando-a dialeticamente, a um só

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tempo. Então, o mundo ético só é possível no meio social, no


bojo das determinações sociais.
O fenômeno ético não é um acontecimento individual,
existente apenas no plano da consciência pessoal. Isso porque o
70 ente singular do homem só se manifesta, como ser autêntico, em
suas relações universais com a sociedade e com a natureza.
Esse fenômeno é resultante de relações sociais e históricas,
compreendendo também o mundo das necessidades, da
natureza. A ética só existe no seio da comunidade humana.
75 e os meios de circulação econômica dos bens possuem maior
liberdade do que aqueles que não têm o poder desse controle.
Por aí se vê também que a liberdade e a ética não se reduzem a
fenômenos meramente subjetivos; elas têm sempre dimensões
sociais, históricas e objetivas.
80 Há, assim, um grande esforço, um esforço ético-político para
se obter uma distribuição igualitária dos direitos entre os
homens, quer dentro das comunidades, quer entre as
comunidades. Na verdade existe uma ética sobre a ética, uma
meta-ética. A meta-ética é utópica, crítica, subversiva e
85 transcende as condições mais imediatas da vida social. No
entanto, ela precisa ser possível no mundo dos fatos sociais, sob
pena de se perder como uma utopia de meros sonhos.
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. In: www.centrodebate.org)

5. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A partir da tese defendida pelo


autor, é correto afirmar que:

(A) a ética é condicionante da existência humana e fundamenta qualquer tipo


de ação que envolva uma escolha entre “certo” e “errado”.

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(B) o conceito de ética aplica-se sobretudo aos seres humanos que praticam
atos de natureza técnica e atuam profissionalmente.
(C) a violência entre animais brutos decorre da inexistência de uma noção
ética que regule suas relações.
(D) as noções de “bom” e “mau” estão na base das organizações sociais,
sejam elas humanas ou não.
(E) o princípio ético que orienta os atos técnicos está menos nos seus
resultados e mais na própria concepção desses atos.

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação aos terceiro e


quarto parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O objetivo principal do terceiro parágrafo é conceituar regras técnicas e


normas éticas.
II. O plano do terceiro parágrafo inclui uma exemplificação para sustentar a
tese anteriormente explicitada.
III. O início do quarto parágrafo apresenta uma conclusão acerca das ideias
apresentadas no terceiro.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da compreensão adequada de


conceitos apresentados pelo texto, analise as afirmativas a seguir.

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I. O senso-comum de liberdade é reconstruído e passa a incluir a noção de


que nem todos são livres na mesma medida.
II. O conceito de ética fundamenta-se numa perspectiva naturalista e põe em
segundo plano seu viés social.
III. As ideias de liberdade e obrigação não são concepções excludentes; ao
contrário, envolvem implicação necessária.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Da leitura do quarto parágrafo,


deduz-se que o autor:

(A) afirma-se perplexo ante a unilateralidade das escolhas.


(B) contraria a ideia de liberdade como ação racionalmente concebida.
(C) opõe-se à aceitação do determinismo como fonte das ações humanas.
(D) defende a vocação como forma de realização pessoal.
(E) situa na determinação causal a origem da infelicidade humana.

Esquerda e direita no Brasil, hoje

Ninguém pode pretender negar diversos progressos no


movimento da história. A humanidade, hoje, se beneficia de
conquistas importantes na área da medicina, por exemplo.
Podemos ser operados com anestesia, suavizar dores com

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5 analgésicos. Dispomos de meios de transporte rapidíssimos,


helicópteros, aviões. Nossas casas têm luz elétrica, água
encanada, esgoto. Vemos filmes, acompanhamos seriados na
TV, ouvimos rádio. E, cada vez mais, utilizamos os
computadores, a internet.
10 Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do
mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de
"economia de mercado", e outros, de "capitalismo". Até hoje,
não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a
economia. As experiências feitas em nome do socialismo não
15 manifestaram força própria suficiente para competir, no plano
do crescimento econômico, com o capitalismo.
O modo de produção capitalista não tem vocação suicida,
e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte
natural. Seus representantes na arena política recorrem à
20 repressão quando necessário e fazem concessões quando
conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas
significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem
saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de
trabalho de 12 horas.
25 Parte dos trabalhadores – mais que no passado – chega
mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho
que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz
parte da lógica do sistema, contudo, que as massas
permaneçam excluídas. A cooptação de setores da
30 representação política das classes médias está sendo mais
resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas
confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à
sedução das classes dominantes.

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Temos uma situação histórica favorável ao bloco


35 conservador. Nas atuais condições, a direita vem
administrando suas contradições internas. A política
econômica do governo do PT, as posições neoliberais do
PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB
tranqüilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no
40 PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à
esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram
marginalizados.
A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União
Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15
45 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta
dolorosamente diversas organizações socialistas.
No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas
de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no
PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem
50 partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloísa Helena, o
PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que
se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado
por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.
Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a
55 direita "moderada" conseguiu infiltrar seus critérios no discurso
da esquerda "moderada". Os "moderados" dão o estilo. O
conteúdo é dado pela "leitura" oficial da economia.
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".
60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para

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promover a transformação das relações de produção e o


crescimento das forças produtivas.
65 A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu
para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes
derrotas. Duras lições da história política
convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade
interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela
70 superação das desigualdades.
A economia é um nível essencial da realidade histórica;
nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam
iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos.
Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações
75 dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a
debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com
eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial
dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da
80 economia e passava a acreditar que possuía a chave da
compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos
afligem no presente.
Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da
ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a
85 ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos
convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não
há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi
tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades
precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente,
90 chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira
cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e

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promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de


melhores condições materiais de cidadania, tal como
aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os
95 computadores, que demoraram, mas vieram.
Permito-me perguntar: vieram mesmo?
(Leandro Konder. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

9. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa que


apresente comentário pertinente ao texto

(A) O texto apresenta um desabafo a respeito da situação política do Brasil,


apontando, perspicazmente, por comparação, os motivos por que não
teria êxito a instauração de um regime socialista.
(B) O texto discorre sobre a situação histórico-política internacional,
objetivando analisar especificamente o caso brasileiro no tocante à falta
de espaço para o surgimento de partidos políticos renovadores, capazes
de revelar o discurso falho da extrema direita.
(C) O texto reafirma a ineficácia do socialismo como forma de governo e
aponta, no capitalismo, tanto no cenário internacional quanto no
doméstico, a supremacia dos blocos moderados, de esquerda e direita,
ditando falaciosamente a democracia ao povão.
(D) O texto aponta, no cenário político doméstico, o processo de
desarticulação da esquerda, como resultado do fim do modelo socialista e
da supremacia da direita ao ditar a interpretação da economia.
(E) O texto questiona se os valores apontados como conquistas pela direita de
fato aconteceram, observando que a interpretação falaciosa da realidade
atraiu antigos esquerdistas a sobejarem teorias que explicassem as falhas
no processo democrático historicamente.

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10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) O nono parágrafo, em


relação ao oitavo, apresenta-se como:

(A) explicação.
(B) exemplificação.
(C) complemento.
(D) desdobramento.
(E) oposição.

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

11. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Ao associar-se a charge com o


seu título, percebe-se que a interpretação é possível pela via:

(A) alegórica.
(B) fática.
(C) lúdica.
(D) metonímica.
(E) sofística.

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Jeitinho

O jeitinho não se relaciona com um sentimento revolu-


cionário, pois aqui não há o ânimo de se mudar o status quo.
O que se busca é obter um rápido favor para si, às escondidas e
sem chamar a atenção; por isso, o jeitinho pode ser também
5 definido como "molejo", "jogo de cintura", habilidade de se "dar
bem" em uma situação "apertada".
Em sua obra O Que Faz o Brasil, Brasil?, o antropólogo
Roberto DaMatta compara a postura dos norte-americanos e a
dos brasileiros em relação às leis. Explica que a atitude
10 formalista, respeitadora e zelosa dos norte-americanos causa
admiração e espanto aos brasileiros, acostumados a violar e a
ver violadas as próprias instituições; no entanto, afirma que é
ingênuo creditar a postura brasileira apenas à ausência de
educação adequada.
15 O antropólogo prossegue explicando que, diferente das
norte-americanas, as instituições brasileiras foram desenhadas
para coagir e desarticular o indivíduo. A natureza do Estado é
naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é inadequada
à realidade individual. Um curioso termo – Belíndia – define
20 precisamente esta situação: leis e impostos da Bélgica, realidade
social da Índia.
Ora, incapacitado pelas leis, descaracterizado por uma
realidade opressora, o brasileiro buscará utilizar recursos que
vençam a dureza da formalidade se quiser obter o que muitas
25 vezes será necessário à sua sobrevivência. Diante de uma
autoridade, utilizará termos emocionais, tentará descobrir alguma
coisa que possuam em comum - um conhecido, uma cidade da

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qual gostam, a “terrinha” natal onde passaram a infância – e


apelará para um discurso emocional, com a certeza de que a
30 autoridade, sendo exercida por um brasileiro, poderá muito bem
se sentir tocada por esse discurso. E muitas vezes conseguirá o
que precisa.
Nos Estados Unidos da América, as leis não admitem
permissividade alguma e possuem franca influência na esfera
35 dos costumes e da vida privada. Em termos mais populares, diz-
seque, lá, ou “pode” ou “não pode”. No Brasil, descobre-se que
é possível um “pode-e-não-pode”. É uma contradição simples:
acredita-se que a exceção a ser aberta em nome da cordialidade
não constituiria pretexto para outras exceções. Portanto, o
40 jeitinho jamais gera formalidade, e essa jamais sairá ferida após
o uso desse atalho.
Ainda de acordo com DaMatta, a informalidade é também
exercida por esferas de influência superiores. Quando uma
autoridade "maior" vê-se coagida por uma "menor",
45 imediatamente ameaça fazer uso de sua influência; dessa forma,
buscará dissuadir a autoridade "menor" de aplicar-lhe uma
sanção.
A fórmula típica de tal atitude está contida no golpe
conhecido por "carteirada", que se vale da célebre frase "você
50 sabe com quem está falando?". Num exemplo clássico, um
promotor público que vê seu carro sendo multado por uma
autoridade de trânsito imediatamente fará uso (no caso, abusivo)
de sua autoridade: "Você sabe com quem está falando? Eu sou
o promotor público!". No entendimento de Roberto DaMatta, de
55 qualquer forma, um "jeitinho" foi dado.
(In: www.wikipedia.org – com adaptações.)

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12. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) De acordo com o texto, é correto


afirmar que:

(A) o jeitinho brasileiro é um comportamento motivado pelo descompasso


entre a natureza do Estado e a realidade observada no plano do indivíduo.
(B) as instituições norte-americanas, bem como as brasileiras, funcionam sem
permissividade porque estão em sintonia com os anseios e atitudes do
cidadão.
(C) a falta de educação do brasileiro deve ser atribuída à incapacidade de o
indivíduo adequar-se à lei, uma vez que ele se sente desprotegido pelo
Estado.
(D) a famosa “carteirada” constitui uma das manifestações do jeitinho
brasileiro e define-se pelo fato de dois poderes simetricamente
representados entrarem em tensão.
(E) nos Estados Unidos da América, as leis influem decisivamente apenas na
vida pública do cidadão, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as leis
logram mudar comportamentos no plano dos costumes e da vida privada.

13. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Com relação à estruturação do texto e


dos parágrafos, analise as afirmativas a seguir.

I. O primeiro parágrafo introduz o tema, discorrendo sobre a origem


histórica do jeitinho.
II. A tese, apresentada no segundo parágrafo, encontra-se na frase iniciada
por no entanto.
III. O quarto parágrafo apresenta o argumento central para a sustentação da
tese.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

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(B) se somente a afirmativa II estiver correta.


(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

14. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Mesmo os atos de caráter


técnico podem ser qualificados eticamente. Esses atos sempre servem
para a expansão ou limitação do ser humano. Sob a perspectiva ética, o
que importa nas ações técnicas não é a sua trama lógica, adequada ou
eficiente para obter resultados, mas sim a qualificação ética desses
resultados.

No trecho acima, está implícita uma posição contrária à concepção de


neutralidade atribuída aos atos de caráter técnico. O instrumento
linguístico que permite a construção desse implícito é o emprego do
vocábulo:

(A) qualificados.
(B) limitação.
(C) mesmo.
(D) não.
(E) mas.

(...)
Na verdade, somos obrigados a escolher. Somos obrigados
a exercer a liberdade. Assim, a decisão supõe a possibilidade e,
paradoxalmente, a necessidade de estimar as coisas e as ações
humanas para atender as nossas demandas; supõe a avaliação
de múltiplos fatores que perfazem uma situação humana
complexa. Aí, portanto, temos também compreendida a esfera

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do valor. Não há liberdade sem valoração. Essa esfera,


entretanto, é muito ampla, pois envolve não só o mundo da ética,
mas também o da utilidade, da estética, da religião etc.
(...)
(Adaptado de ALVES, Alaôr Caffé. As categorias da ética. In: www.centrodebate.org)

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) O advérbio Aí, no quinto


parágrafo, refere-se ao processo compreendido nas etapas assim
apresentadas pelo autor.

(A) situação humana / múltiplos fatores / demandas


(B) liberdade / decisão / avaliação
(C) decisão / possibilidade / liberdade
(D) decisão / possibilidade / avaliação
(E) múltiplos fatores / demandas / ações humanas

16. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas alternativas a seguir,


ambas as expressões servem essencialmente à articulação sequencial das
ideias do texto, à exceção de uma. Assinale-a.

(A) pois / porque (4º parágrafo).


(B) assim / entretanto (5º parágrafo).
(C) quando / eis por que (6º parágrafo).
(D) mas também / então (9º parágrafo).
(E) por aí / sempre (11º parágrafo).

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Nas atuais condições em que


exerce a sua hegemonia, a direita "moderada" conseguiu infiltrar seus
critérios no discurso da esquerda "moderada". (L.54-56)

A palavra seus no trecho acima tem valor:

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(A) anafórico.
(B) anastrófico.
(C) catafórico.
(D) hiperbólico.
(E) paragramático

18. (FGV/BADESC/ADVOGADO/2010) Assinale a alternativa que identifique a


composição tipológica do texto “Jeitinho”.

(A) Descritivo, com sequências narrativas.


(B) Expositivo, com sequências argumentativas.
(C) Injuntivo, com sequências argumentativas.
(D) Narrativo, com sequências descritivas.
(E) Argumentativo, com sequências injuntivas

(...)
Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em
torno da economia, apoiados no "materialismo histórico".
60 Alguns chegaram a falar num "materialismo econômico".
Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda
que os empurrava inexoravelmente para adiante, para
promover a transformação das relações de produção e o
crescimento das forças produtivas.
(...)
(Leandro Konder. Esquerda e direita no Brasil, hoje. Folha de São Paulo, 13/04/2006)

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A expressão na crista de uma


onda (L.61) tem origem no registro:

(A) burocrático.

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(B) culto.
(C) inculto.
(D) informal.
(E) regional.

(Angeli. www2.uol.com.br/angeli)

20. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Assinale a alternativa em que


se encontre a melhor redação da transposição da fala do primeiro balão
para o discurso indireto.

(A) O homem rico disse ao homem pobre que o filho daquele era o com a
fitinha azul. E perguntou ao pobre qual era o deste.
(B) O homem rico disse ao homem pobre que o seu era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o dele.
(C) O homem rico disse ao homem pobre que seu filho era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.
(D) O homem rico disse ao homem pobre que o dele era aquele com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual filho era seu.
(E) O homem rico disse ao homem pobre que o filho dele era o com a fitinha
azul. E perguntou ao pobre qual era o seu.

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Olá! Como você passou a semana? Estudou muito?


Hoje iniciamos a aula 2 deste preparatório para o Senado
Federal. Falaremos sobre classes, emprego, estrutura e formação de
palavras. Também veremos nesta aula a flexão de nomes. Não se trata
das inúmeras regras de concordância nominal como estamos acostumados a
ver e que envolvem, por exemplo, o uso de mesmo, próprio, anexo,
bastante e meio. Na verdade, abordaremos aqui a variação de gênero,
número e grau de substantivos, adjetivos e advérbios.
Esclareço ainda que, na aula de hoje, estudaremos oito das dez
classes gramaticais da Língua Portuguesa: pronomes e verbos ficarão para o
próximo encontro.
Então, vamos lá!

ESTRUTURA DE PALAVRAS

Vamos iniciar com um breve conceito sobre morfemas


(elementos estruturais das palavras). Observe: escol-a; pré-escol-a;
escol-inh-a. Percebeu que todas as palavras têm pelo menos um elemento
comum entre si: escol? Além disso, percebeu que cada elemento destacável
é responsável por um aspecto diferente do significado delas? Assim:

escol-: elemento básico da palavra, considerada sob o aspecto


gramatical e prático, dentro da Língua Portuguesa atual;
a-: elemento que, junto ao anterior, forma o tema do nome
“escola”;
pré-:indica aquilo que vem antes;
-inh-: denota ideia de diminutivo (em alguns casos, confere
valor depreciativo: povinho, gentinha).

As unidades mínimas de significação que compõem uma palavra


são chamadas de morfemas.

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• CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS

1. RADICAL – Morfema comum a uma mesma família de palavras e que


possui a significação básica delas. As palavras que possuem o mesmo radical
são chamadas de cognatas (pertencem à mesma família etimológica).

Ex.: ferro, ferreiro, ferradura – terra, terreno, terreiro – carro,


carroça, carruagem.

2. AFIXO (ou morfema derivacional) – Morfema capaz de alterar a


significação básica de um radical, podendo também alterar a classe
gramatical. Divide-se em prefixo (antes do radical) e sufixo (após o
radical).

Ex.: desleal – infeliz – feliz (adj.) + mente = felizmente (adv.) –


favor (subst.) + ecer = favorecer (verbo).

3. VOGAL TEMÁTICA – Morfema que serve de ligação entre o radical e as


desinências; classifica-se em: nominal (“a”, “e”, “o”, quando átonas finais)
e verbal (“a”, “e”, “i”, designam as três conjugações verbais). O conjunto
radical + vogal temática denomina-se tema.

Ex.: lata, combate, livro – cantar (1ª conjug.), vender (2ª


conjug.), partir (3ª conjug.).

ATENÇÃO! 1 – Sofá, café, cipó, paz, lápis: os nomes terminados em vogais


tônicas, bem como os terminados em consoante, não possuem vogal
temática, tudo é radical.

2 – O verbo PÔR e seus derivados pertencem à segunda


conjugação: “pôr” vem do latim “poer”, cuja vogal temática é “e” (2ª
conjug.).

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4. DESINÊNCIA (ou morfema flexionaL) – Morfema que indica as flexões


das palavras variáveis, também se dividindo em: nominal (indica o gênero
e o número) e verbal (indica modo-tempo e número-pessoa).

Ex.: menino – menina; garoto – garota: desinência nominal


de gênero (conceito sustentado por Cegalla, Ernani Terra, Celso Cunha,
Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto, por exemplo; outros autores, como
João Domingos Maia e Luiz Antônio Sacconi, dizem que a letra “o” em
menino, por exemplo, é vogal temática – as bancas não costumam entrar
nessa discussão, mas fica aqui o registro).

Ex.: mar – mares; giz – gizes: desinência nominal de número


(de acordo com Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto; já Luiz Antônio
Sacconi diz que a letra “e” classifica-se como vogal temática).

Ex.: estudá-va-mos: va = desinência verbal modo-temporal


(pretérito imperfeito do indicativo); mos = desinência verbal número-
pessoal (1ª pessoa do plural).

Ex.: vende-ríe-is: rie = desinência verbal modo-temporal; is =


desinência verbal número-pessoal.

ATENÇÃO! Desinência Nominal de Gênero X Vogal Temática Nominal.

Ex.: moço – moça: as desinências nominais de gênero fazem


clara distinção entre masculino e feminino; mesa, dente, livro: como
percebemos, isso não acontece com as vogais temáticas nominais.

5. VOGAL E CONSOANTE DE LIGAÇÃO – na verdade, não chegam a ser


essencialmente morfemas; pois não acrescentam nenhum significado à
palavra, mas apenas facilitam a sua pronúncia.

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Ex.: guri + ada = gurizada – pau + ada = paulada – café + eira


= cafeteira

ágil + dade = agilidade – gás + metro = gasômetro

1. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa


em que a palavra contenha o mesmo número de radicais que
beligerâncias.

(A) brasileira
(B) unilaterais
(C) livremente
(D) convivência
(E) civilizadamente

Resposta – B
Comentário – Beligerância é o estado de beligerante (adjetivo que qualifica
algo ou alguém que está ou promove guerra). Nota-se a presença de dois
elementos que trazem a significação básica do vocábulo: beli (bélico = que é
referente à guerra ou próprio dela) e ger (que também é encontrado em
gerar; gerente; gerir = dar existência, origem; causar).
Alternativa A: brasil é o único radical presente; eira é sufixo.
Alternativa B: aqui também temos dois elementos que
trazem a significação básica da palavra unilaterais (uni + lateral).
Alternativa C: o único radical é o elemento livr; e é vogal
temática e mente é sufixo.
Alternativa D: viv é o radical; con é prefixo que denota
companhia; ência é sufixo e indica resultado da ação de conviver.
Alternativa E: o radical é civ; il, ada e mente são sufixo; iz
representa vogal e consoante de ligação.

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2. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Na


palavra fotografia, há dois radicais: "luz" + "escrever". Assinale a
alternativa em que tenha havido erro na indicação do sentido do
primeiro radical.

(A) antropografia – corpo humano


(B) bibliografia – livro
(C) braquigrafia – redução
(D) cinegrafia – movimento
(E) datilografia – mão

Resposta – E
Comentário – com exceção do elemento datilo, todos têm seu significado
expresso corretamente. Datilo (do grego dátktylos) tem a ver com dedo. O
examinador foi capcioso e disse “mão”.

3. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a


alternativa que não apresente a classificação correta de um dos
elementos mórficos do vocábulo deixasse

(A) deix- = radical


(B) -e = desinência número-pessoal
(C) -a = vogal temática verbal
(D) deixa = tema
(E) -sse = desinência modo-temporal

Resposta – B
Comentário – Perceba que não há como as alternativas B e E estarem
corretas ao mesmo tempo. A letra e não pode ser analisada separadamente,
pois integra o morfema -sse, o qual designa o tempo e modo verbal:

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pretérito imperfeito do subjuntivo. Portanto a letra B não apresenta


classificação correta.

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a


alternativa em que o prefixo tenha o mesmo sentido que o de
imigrantes

(A) imberbe
(B) imergir
(C) incréu
(D) iníquo
(E) inválido

Resposta – B
Comentário – O prefixo referido é i-; que integra o grupo in-, en-, em-, e-.
Todos indicam movimento para dentro, conversão em, tornar (ingerir,
imerso, engarrafar, entristecer, engolir, embarcar, emudecer). Assim sendo,
Se, por exemplo, um estrangeiro entra em nosso país, ele é considerado
pelos brasileiros um imigrante. Imergir significa mergulhar, afundar,
adentrar.
Fique atento, porque in-, im- e i- podem indica negação,
carência, ausência, falta (indelével, infelicidade, ilegal, irracional, irredutível,
impune). É isso o que ocorre nas demais palavras:
– imberbe: que não tem barba;
– incréu: que não tem fé;
– iníquo: que não tem senso de justiça;
– inválido: que não tem validade.

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5. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Em xenofobia, há a seguinte


combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a alternativa
em que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não
tenha sido feita corretamente.

(A) pantofobia (pantera)


(B) estasiofobia (permanecer de pé)
(C) fotofobia (luz)
(D) ictiofobia (peixe)
(E) gamofobia (casamento)

Resposta – A
Comentário – Apenas o elemento “panto–” está com seu sentido indicado
erroneamente. Ele, na verdade, significa tudo, todo e provém do grego
pan–, pantós–. Está presente, por exemplo, nas palavras panteísmo,
pantógrafo, panacéia. Pantofobia expressa o estado de ansiedade que induz
o indivíduo a ter medo de tudo.

6. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Assinale o par de vocábulos em


que seus elementos mórficos destacados NÃO tenham o mesmo
sentido.

(A) metropolitana – metrologia


(B) economia – ecologia
(C) telecomunicações – telepatia
(D) petróleo – petrificar
(E) sintonia – sinergia

Resposta – A
Comentário – Alternativa A: “metropolitana” remete-nos à metrópole
(cidade grande, principal, importante; do grego méter/metrós + pólis: mãe

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+ cidade). Já “metrologia” (estudo e descrição dos sistemas de pesos e


medidas) nos lança de volta ao grego métron (medida), também presente,
por exemplo, nas palavras métrico, quilômetro, termômetro. É esta a
resposta da questão.
Alternativa B: o radical “eco–” traduz a ideia de casa;
habitação; meio ambiente; residência; bens; propriedade. Também está
presente nas seguintes palavras: ecodesenvolvimento, ecólogo, ecônomo,
ecosfera, ecossistema, ecossociológico, ecotoxicologia, ecoturismo,
ecoturista etc.
Alternativa C: o radical “tele–” significa longe,
distanciamento.
Alternativa D: o radical “petr–” traduz a ideia de pedra,
rochedo: pétreo; petrificação.
Alternativa E: o prefixo “sin–” (ou sim–, si–) indica
conjunto, simultaneidade (sintaxe, síntese, sinfonia, simpatia, simetria etc.)

7. (FGV/SAD-PE/ANALISTA EM GESTÃO ADMINISTRATIVA/2008) Essas


pessoas, portanto, costumam ser vítimas de si mesmas e de um estilo
de vida estressante auto-produzido.

Assinale a alternativa que contenha um vocábulo cuja forma auto


assuma valor diferente do que é veiculado em auto-produzido.

(A) autobiografia
(B) autodidata
(C) auto-estrada
(D) auto-esterilidade
(E) auto-extermínio

Resposta – C

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Comentário – Em “auto-produzido”, utilizou-se o prefixo auto–, que


significa por si mesmo ou de si mesmo; próprio, independente e com ele se
podem formar muitas palavras: autobiografia, autodidata, autoesterelidade,
autoextermínio, autossuficiência (grafias conforme o novo Acordo
Ortográfico), autocombustão, autodomínio etc.
Em “auto-estrada” (a grafia também de acordo com o novo
sistema ortográfico é sem hífen: autoestrada), o elemento “auto” é forma
reduzida de automóvel e está presente com a mesmo ideia nas palavras:
autódromo, autoescola, autopista, autorama etc.

PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Com relação ao radical, as palavras podem ser:

1. SIMPLES – possuem apenas um radical: velho, novo, Brasil, pé

2 COMPOSTA – possuem mais de um radical: ferro-velho, girassol

Quanto à origem de formação, as palavras podem ser:

1. PRIMITIVAS – não derivam de outras da Língua Portuguesa, mas podem


dar origem a outras palavras: pedra, pobre, ferro.

2. DERIVADAS – originam-se de outras palavras da Língua: pedreiro,


empobrecer, ferradura.

OS PROCESSOS PRINCIPAIS

1. DERIVAÇÃO

1.1 PROGRESSIVA – com o acréscimo de afixos, dividindo-se em:

a) PREFIXAL – com o acréscimo de prefixo: desleal, infeliz, pré-história,


vice-diretor.

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b) SUFIXAL – com o acréscimo de sufixo: lealdade, felicidade,


historiador, diretoria.

c) PREFIXAL E SUFIXAL – com o acréscimo de prefixo e sufixo:


deslealdade, infelicidade, pré-historiador, vice-diretoria.

d) PARASSINTÉTICA – com o acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo:


empobrecer, ajoelhar, engavetar.

1.2 REGRESSIVA, DEVERBAL, PÓS-VERBAL – ocorre quando se retira a


parte final de uma palavra primitiva, obtendo por essa redução uma
palavra derivada; ocorre na formação de substantivos abstratos a partir
de verbos (principalmente com os da 1ª e 2ª conjugações), substituindo
a terminação verbal pela vogal temática nominal.

Ex.: buscar – busca; cortar – corte; perder – perda; vender –


venda; sacar – saque; tocar – toque

ATENÇÃO! Os substantivos deverbais são sempre nomes que denotam


ação. Isso é importante porque há casos em que o verbo se forma a partir
do substantivo. Quando a palavra denota algum objeto ou substância, o
verbo deriva do substantivo.

Ex.: planta (obj.) – plantar (verbo deriv.); perfume (subst.) –


perfumar (verbo deriv.); azeite (subst.) – azeitar (verbo deriv.)

1.3 IMPRÓPRIA – ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer


acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical;
também pode acontecer de a palavra mudar a sua classificação dentro
da própria classe gramatical.

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Ex.: Você aceita um não como resposta? (advérbio virou


substantivo)

O Dr. Leão é um bom médico. (substantivo comum virou


substantivo próprio)

José Oliveira (substantivo comum virou substantivo


próprio)

Ele é inteligente e lido (adjetivo a partir do particípio


verbal)

Ela pisava forte. (adjetivo virou advérbio)

Silêncio! Bravo! Viva! (substantivo, adjetivo e verbo


viraram interjeição)

Quer... quer...; Já... já... (verbo e advérbio viraram


conjunção)

2. COMPOSIÇÃO

2.1 JUSTAPOSIÇÃO – as palavras são colocadas lado a lado, não há


alteração fonética em nenhuma delas, ambas conservam seu acento
tônico: segunda-feira; passatempo, democracia, agricultura.

2.2 AGLUTINAÇÃO – ocorre quando os elementos sofrem alterações


fonéticas, fundindo-se num só; neste caso só há um acento tônico: em
+ boa + hora = embora; plano + alto = planalto; retilíneo; crucifixo;
ambidestro; demagogo.

OUTROS PROCESSOS

1 ABREVIAÇÃO, REDUÇÃO VOCABULAR – emprega-se parte da


palavra no lugar da sua totalidade.

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Ex.: cinematógrafo – cinema – cine; pneumático – pneu;


extraordinário – extra; pornográfico – pornô;
otorrinolaringologista – otorrino; poliomielite – pólio.

2 SIGLA – consiste na utilização das letras iniciais que formam a


expressão.

Ex.: FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

ONU – Organizações das Nações Unidas

Embratur – Empresa Brasileira de Turismo

3 ONOMATOPEIA – ocorre quando se forma uma palavra por meio da


imitação de sons; procura-se reproduzir um determinado som,
adaptando-o ao conjunto de fonemas de que a língua dispõe.

Ex.: miau, cacarejar, pingue-pongue, tique-taque, reco-reco,


zunzunzum, relinchar.

4 HIBRIDISMO – consiste na associação de elementos oriundos de


línguas distintas.

Ex.: abreugrafia (abreu – português; grafia – grego)

automóvel (auto – grego; móvel – latim)

sociologia (sócio – latim; logia – grego)

goiabeira (goiab – tupi; eira – português)

burocracia (buro – francês; cracia – grego)

sambódromo (sambo – africano; dromo – grego)

surfista (surf – inglês; ista – grego)

bígamo (bi – latim; gamo – grego)

endovenoso (endo – grego; venoso – latim)

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monóculo (mono – grego; culo – latim)

televisão (tele – grego; visão – latim)

Agora que você já tem uma base teórica adequada, podemos


resolver outros exercícios de provas anteriores. Vamos a eles!

8. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a


alternativa em que a palavra tenha sido formada pelo mesmo processo
que infra-estrutura

(A) nova-iorquina
(B) Paraisópolis
(C) planejando
(D) sobreviver
(E) embora

Resposta – D
Comentário – Como a questão é de 2006, a palavra “infra-estrutura”
deveria ser escrita com hífen. Diante de VOGAL, H, R e S, o prefixo infra-
ligava-se ao outro elemento por meio do hífen. Atualmente, o hífen será
usado se o segundo elemento iniciar por H ou por A (vogal idêntica à que
finaliza o prefixo).
Já deu, então, para você notar que o processo de formação
da palavra destacada é prefixação, semelhantemente ao que ocorre em
“sobreviver”. Nas outras opções, temos:
– “nova-iorquina”: composição por justaposição;
– “Paraisópolis”: sufixação;
– “planejando”: sufixação;
– “embora”: composição por aglutinação.

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9. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) A palavra


Emudecendo (verso 13) foi formada pelo processo de:

(A) composição por aglutinação.


(B) derivação prefixal.
(C) derivação parassintética.
(D) derivação sufixal.
(E) derivação imprópria.

Resposta – C
Comentário – A partir do substantivo mudo, foram acrescentados
simultaneamente o prefixo – e o sufixo –ecendo, o que caracterizou
derivação parassintética.

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em


que a palavra tenha sido formada por processo distinto das demais.

(A) autoconhecimento
(B) supersalários
(C) geométrica
(D) insatisfação
(E) imprecisas

Resposta – C
Comentário – Somente a palavra “geométrica” é formada por derivação
sufixal. O morfema ic(a)– foi adicionado à palavra geometria, já existente na
Língua.
Nos demais casos, o processo de formação de palavras é
derivação prefixal:
– “autoconhecimento”: acréscimo do morfema auto– à
palavra conhecimento.

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– “supersalários”: acréscimo do morfema super– ao


vocábulo preexistente salários.
– “insatisfação”: a prefixação foi feita por meio do
morfema in– adicionado ao substantivo satisfação.
– “imprecisas”: o prefixo im– foi adicionado à palavra
precisas.

11. (FGV/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ADMINISTRADOR DE BANCO DE


DADOS/2008)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pela união de


dois radicais, ou seja, bases de sentido das palavras.
(A) autogeridas
(B) descolonização
(C) superendividamento
(D) ecossistema
(E) desigualdades

Resposta – D
Comentário – Em “ecossistema”, houve uma composição híbrida formada
pelo radical grego eco (= casa, hábitat) e o substantivo “sistema”.
Alternativa A: “auto–” é prefixo, expressa ideia de por si
mesmo.
Alternativa B: “des–” é prefixo latino de valor semântico de
negação, contrariedade.
Alternativa C: o prefixo “super–” (= excesso, abundância)
foi acrescido ao substantivo “endividamento”, que é formado por
parassíntese a partir da substantivo dívida.
Alternativa E: novamente houve o acréscimo do prefixo
“des–”, que já foi objeto de comentário na presente questão.

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12. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Assinale a alternativa em que


a palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que as
demais.

(A) ilegais
(B) desacompanhado
(C) incompatíveis
(D) demográfica
(E) inter-regionais

Resposta – D
Comentário – O vocábulo “demográfica” decorre da união de dois radicais
de origem grega: dem (povo) e graf (escrita). Assim sendo, o processo de
formação dessa palavra é composição por justaposição.
Nos demais casos, temos acréscimo de prefixos:
– “ilegais” = i– + legais;
– “desacompanhado” = des– + acompanhado;
– “incompatíveis” = in– + compatíveis;
– “inter-regionais” = inter– + regionais.

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2009) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por


derivação sufixal.
II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados
por composição e derivação.
III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos
formados por composição.

Assinale:

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(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resposta – A
Comentário – Item I: certo. À palavra estrutura, foi adicionado o sufixo –
dor (que denota profissão, ofício, agente). Ao já existente vocábulo
civilização – que também é formado por sufixação –, foi posto o sufixo –al
(interessante que, para isso, a forma erudita foi evocada: civilizacion). Por
último, houve a utilização do sufixo –vel (que foi pluralizado em –veis) a
partir da forma verbal renovar.
Item II: errado. Não existe composição, que se caracteriza
pela união de dois radicais. O que existe é derivação sufixal (hominizar +
ção; dilapidar + ção) e derivação prefixal e sufixal (auto + destruir + ção).
Item III: errado. Já bastaria a explicação anterior para você
constatar que “autodestruição” não é formada por composição. Mas
analisemos também as demais palavras.
– “contrapartida”: houve o acréscimo do prefixo contra– ao
vocábulo partida.
– “responsabilidade”: houve o emprego do sufixo –(i)dade à
palavra preexistente responsável.

14. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.


II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra
utilitarista.

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III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a


partir do radical alfabet-.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resposta – C
Comentário – Item I: errado. Nem sempre os sufixos –(z)inho e –(z)ito
indicam diminuição física de algo. Às vezes, eles expressam o sentimento do
interlocutor em relação ao ser nomeado (amorzinho, docinho, benzinho
etc.); não é raro conferir valor semântico depreciativo (carrinho, golzinho,
povinho, gentinha, juizinho etc.), como também ocorreu aqui.
Item II: errado. Tal palavra é formada por sufixação, ou
seja, com o emprego do morfema –ista (participante, seguidor de doutrina,
escola, religião, esporte, profissão) ao vocábulo preexistente utilitário.
Item III: certo. Para efeito de esclarecimento, é bom saber
que o prefixo grego an– traz a ideia de negação, carência, e o sufixo grego
–ismo forma substantivo que traduz ciência, escola, sistema político,
religioso (romantismo, modernismo, socialismo, catolicismo etc.)

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2010) Quanto à estrutura e formação


do vocábulo meta-ética, é correto afirmar que:

(A) forma-se pelo processo de composição por aglutinação.


(B) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero
feminino.

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(C) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra


“metafísica”.
(D) apresenta uma vogal de ligação –a, necessária em razão do hífen.
(E) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

Resposta – C
Comentário – Alternativa A: errada. Na aglutinação, unem-se dois ou mais
vocábulos ou radicais e há supressão de um ou mais de um de seus
elementos fonéticos (fidalgo = filho de algo; quintessência = quinta
essência; boquiaberto = boca aberto etc.). Esse fato linguístico não ocorreu
na palavra “meta-ética”. Meta– é prefixo, não possui autonomia.
Alternativa B: errada. Muito cuidado aqui! Ética (conjunto de
princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se estabeleça
um comportamento moral exemplar) é substantivo feminino. Não é possível
fazer-se oposição de gênero (masculino/feminino); portanto o a é vogal
temática nominal. Não confunda o emprego desse vocábulo como adjetivo,
em que o a passa a ser desinência nominal de gênero feminino, pois é
possível estabelecer-se a distinção entre os gêneros: ele é ético/ela é ética.
Alternativa C: certa. O prefixo grego meta– pode exprimir
mudança, além, depois de, no meio (metamorfose, metáfora, metonímia,
metacarpo, metatarso).
Alternativa D: errada. Completamente descabida. Não existe
a tal vogal de ligação para unir palavras por meio do hífen. O “a” integra,
como já vimos, o prefixo.
Alternativa E: errada. Na justaposição ocorre a união de
duas ou mais palavras (ou radicais) sem que haja alteração em suas
estruturas. Como vimos, meta- é prefixo, não tem autonomia.

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16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que


seja formada pelo mesmo processo que megalópoles.

(A) internacional
(B) sustentabilidade
(C) saneamento
(D) obrigatoriedade
(E) olímpicos

Resposta – A
Comentário – A rigor, em “megalópoles” houve composição por
justaposição, pois os elementos mega– (= grande; presente em
megalomania, megaton, megaevento etc.) e –póles (= cidade; presente em
acrópole, Petrópolis, metrópole etc.) nos remetem aos radicais gregos
megás e polis. Entretanto, parece que, na passagem para o Português,
mega– cristalizou-se como prefixo (ou falso prefixo). E foi assim que a banca
entendeu para justificar o gabarito e evidenciar a derivação prefixal, como
em internacional (inter– + nacional). Nessas horas, o candidato deve
escolher a melhor resposta.
Nas demais alternativas, temos derivação sufixal:
– sustentável + –(i)dade;
– sanear + –mento;
– obrigatório + –(e)dade
– olimp– (ref. à cidade de Olímpia, na Grécia) + –ico.

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2008) Assinale a alternativa em que a


palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que injustiça.

(A) tecnologias
(B) auto-organização

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(C) antielisão
(D) ilícito
(E) internacional

Resposta – A
Comentário – A palavra “injustiça” é formada por derivação prefixal (in– +
justiça), bem como as palavras: “auto-organização” (auto–), “antielisão”
(anti–), “ilícito” (i–) e “internacional” (inter–).
A palavra “tecnologias” é formada por derivação sufixal:
teknos (radical grego) + log (outro radical grego) + –ia (sufixo nominal).

CLASSES E EMPREGOS DE PALAVRAS

Agora vamos tratar das classes gramaticais e seus


empregos. Comecemos com uma definição sucinta a respeito de cada classe
gramatical.

Classe gramatical Definição

É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,


Substantivo instituições, animais, entes de natureza espiritual
ou mitológica, etc.)

Tem a mesma forma para o singular e o plural:


lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será
Substantivo comum de
estabelecida por meio de outro elemento
dois números
linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus
etc.

Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.


Substantivo comum de Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de
dois gêneros qualquer outro determinante. Exemplos: o/a
colega, o/a agente, o/a lojista.

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Possui uma só forma e um só gênero a fim de


Substantivo designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a
sobrecomum pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro.

Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de


designar animais de ambos os sexos. Usam-se as
expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a
Substantivo epiceno
distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a
cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou
fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.

É a palavra que se antepõe ao substantivo,


servindo basicamente para generalizar ou
particularizar o sentido desse substantivo. Em
Artigo
alguns casos, o artigo é essencial na identificação
(definidos: o, a, os,
do gênero e do número do substantivo. Exemplos:
as; indefinidos: um,
Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à
uma, uns, umas)
aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi
demitida. – O pires quebrou. / Os pires
quebraram.

Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe


atribuir uma característica. Com ele concorda em
Adjetivo
número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros
bons, árvore alta, tapete novo etc.

Mantém a mesma forma tanto quando se refere a


substantivos masculinos quanto a femininos.
Adjetivo uniforme Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,
obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça
adorável.

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É a palavra que indica a quantidade ou a posição


dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem
(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo
Numeral
(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze
avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo
(multiplicativos).

É a palavra invariável que se refere a um verbo, um


advérbio ou a um adjetivo, indicando uma
circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:
Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal
Advérbio “chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu
bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude
menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
intensificando-lhe o sentido).

É a palavra invariável que exprime emoções ou que


procura agir sobre o interlocutor, levando-o a
Interjeição adotar certo comportamento sem que se faça uso
de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!

É a palavra invariável que conecta (liga) palavras


ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do
Preposição
céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu
para sair mais cedo.

É a palavra invariável que une orações ou termos


de uma oração. No desempenho desse papel, a
Conjunção
conjunção pode relacionar termos e orações
sintaticamente equivalentes (as chamadas orações

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coordenadas) ou relacionar uma oração principal a


uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:
Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e
Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.

É a partir do conhecimento das definições que reuniremos


subsídios para compreender o funcionamento de cada classe gramatical e o
nexo semântico que elas estabelecem com o restante do período em que
estão inseridas.

• Emprego de substantivos

Com frequência, as formas sintéticas (constituídas pelo


acréscimo de um sufixo) de aumentativo e diminutivo indicam valor
semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc.
Vezes há em que essas mesmas formas são empregadas para
traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona,
paizinho etc.
Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a
ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado
diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha,
folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc.

• Emprego de artigos com:

01) Ambos
Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,
caso este admita o seu uso.

Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é


substantivo que admite artigo.)

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Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite


artigo.)
Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento
que não admite artigo.)

02) Todos
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento
posterior, caso este admita o seu uso.

Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.


Todas as leis devem ser cumpridas.
Todos vocês estão suspensos.

03) Todo
Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar
integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para
indicar generalização.

Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, completamente.)


Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os
países.)

ATENÇÃO! Quando surge em prova, normalmente é perguntado se o


emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original.
Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como
ponto de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem
por algum motivo conserva o significado inicial.

04) Cujo
Não se usa artigo imediatamente após o pronome relativo cujo,
nem antes dele.

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Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e


não: cujas as bolsas.)

05) Pronomes Possessivos


Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo.

Ex.: Encontrei seus amigos no Shopping.


Encontrei os seus amigos no Shopping.

06) Nomes de pessoas


Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para indicar
afetividade ou familiaridade.

Ex.: O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso.

07) Casa
Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia) se a
palavra estiver especificada.

Ex.: Saí de casa há pouco.


Saí da casa do Gilberto há pouco.

08) Terra
Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo
quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo.

Ex.: Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do


comandante.
Os astronautas voltaram da Terra.

09) Nomes de lugar


Só se usa artigo diante da maioria dos nomes de lugar quando
estiver qualificado.

Ex.: Estive em São Paulo, ou melhor, estive na São Paulo de Mário de


Andrade.

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10) Nomes de jornais, revistas, obras literárias


Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do
nome de jornais, revistas, obras literárias.

Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de


São Paulo) – não recomendado
Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado

18. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) ...algumas iniciativas inovadoras


começam a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução
dessa experiência pelo país inteiro. (L.31-33)

No trecho acima, há quantos artigos?

(A) Um.
(B) Nenhum.
(C) Quatro.
(D) Três.
(E) Dois.

Resposta – E
Comentário – Os artigos são “a” (que acompanha o substantivo
“reprodução” em “motivar a reprodução”) e “o” (que se uniu à preposição
“per” em “pelo país”).
Eis alguns cuidados que você deve tomar:
– em “começam a apresentar”, o “a” é preposição que
articula a locução verbal (saiba que verbo repele artigo antes dele);
– em “o que”, há pronome demonstrativo (equivalente a
isso), o qual retoma por coesão anafórica toda a ideia anterior.

• Emprego de adjetivos

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Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O


primeiro é que também atingem o grau superlativo (eleva ou reduz a
qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de
outro ser) com a repetição do adjetivo:

Ex.: O filme foi muito lindo.


O final do filme foi lindo, lindo.

O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade


atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau,
mais grande e mais pequeno.
Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.
A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.

Mas quando comparadas qualidades diferentes do mesmo ser,


usamos a forma analítica desses adjetivos.

Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.


Seu comportamento é mais bom do que mau.

19. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) Assinale a alternativa em


que o termo sublinhado tenha função adjetiva.

(A) Característica da nação.


(B) Ameaça de colapso.
(C) Deterioração de valores.
(D) Instituição da escravidão.
(E) Uso de violência.

Resposta – A
Comentário – Apenas a locução “da nação” atribui ao substantivo com o
qual se relaciona uma qualidade, um atributo. As demais expressões
sublinhadas complementam o sentido dos respectivos substantivos,

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característica típica de complemento nominal. Anote uma importante


distinção entre locução adjetiva e complemento nominal (ambos surgem
preposicionados e podem se relacionar com substantivos):
– a locução adjetiva (que sintaticamente é adjunto
adnominal) representa a origem ou o agene causador do que se está
declarando: amor de Deus (Deus é a origem do amor; ele é o agente que
ama);
– o complemento nominal representa o objeto ou o paciente
do que se declara: amor a Deus (Deus agora é o objeto/alvo do amor; ele
recebe/sofre os efeitos desse amor).

• Emprego de numerais

a) Na designação de reis, imperadores, papas, séculos e capítulos de uma


obra, devemos usar o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante.

Ex.: D. Pedro I (primeiro) – João Paulo II (segundo) – século VIII


(oitavo) – Canto X (décimo) – Luís XV (quinze) – João XXIII
(vinte e três) – século XX (vinte) – Capítulo XI (onze)

b) Na enumeração de artigos, decretos e portarias, devemos usar o


ordinal até nove e o cardinal de dez em diante.

Ex.: artigo 1º (primeiro) – artigo 9º (nono) – artigo 10 (dez) – artigo


21 (vinte e um)

c) Quando nos referimos a dias do mês, número de casas, páginas,


cabines poltronas, folhas e quartos de hotel, devemos usar o cardinal.

Ex.: 13 maio 2003 (treze de maio de dois mil e três) – casa 15


(quinze) – página 1 (um)

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ATENÇÃO! Empregamos o ordinal quando o dia do mês for o primeiro. E


quando o numeral vier antes do substantivo, usaremos o ordinal: vigésima
casa, décima página.

• Emprego de advérbios

Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,


acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.

Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica


quando a ação verbal se realizou)
Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando o modo indicado pelo advérbio)
Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
adicionando-lhe valor semântico intensificador)

Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração


inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou
escreve sobre o conteúdo da oração.

Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.


As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.

Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a


adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar
o grau comparativo de superioridade.

Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.


Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.

Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam


a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.

Ex.: Chegaram agorinha.


Terminei a prova rapidinho.

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Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em


mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio (prevalece o
conjunto) ou em todos eles (destaca-se cada ideia).

Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.


Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os
ensinamentos.

ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados como


advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis.

Ex.: Não falem alto!


As aulas de português não custam caro.

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(...)

Mais adiante, afirma: “Não conhecemos as condições


60 suficientes para o crescimento. Podemos caracterizar as

economias bem-sucedidas do pós-guerra, mas não podemos


apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem
os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.”

Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos,


(...)
(Carlos Luque. Folha de São Paulo. 30 de setembro de 2008)

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) Assinale a


alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como
advérbio.

(A) livre (L.39)


(B) profunda (L.2)
(C) melhor (L.4)
(D) algo (L.64)
(E) após (L.7)

Resposta – D
Comentário – Alternativa A: tem-se adjetivo caracterizador do substantivo
“maneira”.
Alternativa B: tem-se outro adjetivo, agora caracterizador
do substantivo “recessão”.
Alternativa C: tem-se novamente um adjetivo, que
caracteriza o substantivo “operação”.
Alternativa D: normalmente, o vocábulo algo surge como
pronome indefinido: Coma algo antes de sair. (alguma coisa; coisa
indeterminada, não conhecida ou não especificada; qualquer coisa). Ocorre

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que ele também pode ser utilizado como advérbio para indicar intensidade
(um pouco; em algum grau ou medida): Estavam algo assustados. E foi
assim que surgiu no texto ao lado do adjetivo “perplexos”.
Alternativa E: tem-se preposição essencial (a, ante, até,
após, com, contra, de, desde, entre, para, por, perante, em, sem, sob,
sobre, trás).

• Emprego de preposições

Servem para conectar (ligar) palavras e orações, estabelecendo


uma relação de subordinação do termo consequente ao termo antecedente.

Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição


estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”,
pertencentes à mesma oração)
O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a
oração completiva nominal “fracassar”)

Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.


Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.

Ex.: Estou com você. (associação, a favor)


Estou contra você. (posição contrária)
Pus sob a mesa. (posição inferior)
Pus sobre a mesa (posição superior)
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)
Veio de casa. (origem)

• Emprego de conjunções

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Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse


papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente
equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração
principal a uma oração que lhe é subordinada.
Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma
oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as
conjunções, um vínculo de coordenação.

Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm


entre si uma relação de equivalência sintática)

Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi
ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um
vínculo de coordenação)

É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece


uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que
estudemos”)

Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de


conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais
importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus
contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem


aditivas
como

e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao


adversativas passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não
obstante, apesar disso, em todo caso)

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alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer

logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por


conclusivas
isso

explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

integrantes (introduzem orações


subordinadas que funcionam como
substantivos: subjetiva, predicativa, que, se
objetiva direta, objetiva indireta,
completiva nominal, apositiva)

adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias)

que, porque, pois, como porquanto, visto que, visto


causais como, já que, uma vez que, desde que, na medida em
que

como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou
comparativas
do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do
mesmo modo que), o mesmo que (= como)

embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda


quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por
concessivas
muito que, por menos que, se bem que, em que (pese),
nem que, dado que, sem que (= embora não)

se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=
condicionais
se não), a não ser que, a menos que, dado que.

conformativas como, conforme, segundo, consoante

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que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,


tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de
consecutivas
modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que
(não)

finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que

à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto


mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),
proporcionais
quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),
(tanto)... quanto

Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre


temporais que, assim que, desde que, antes que, depois que, até
que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que

21. (FGV/MEC/DOCUMENTADOR/2009) Nas alternativas a seguir, a frase


em que o vocábulo sublinhado pertence a uma classe gramatical
diferente de todas as demais ocorrências é:

(A) "Um relatório da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) revelou que, nos
últimos doze meses...".
(B) "Assim, um juiz que, de forma monocrática...".
(C) "...passa a constituir uma aberração dentro do poder que ele
representa...".
(D) "A frequência com que esse tipo de atitude...".
(E) "...defesa da liberdade de imprensa e do livre pensamento, que é
princípio fundamental dos regimes democráticos."

Resposta – A

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Comentário – Em “revelou que” (alternativa A), o vocábulo sublinhado é


conjunção integrante, pois introduz o complemento (objeto direto) do verbo
transitivo direto revelar.
Nas demais opções, o “que” é pronome relativo, pois se
refere a um termo antecedente (“juiz”; “poder”; “frequência”; “defesa da
liberdade de imprensa e do livre pensamento”), substituindo-o na oração
adjetiva que inicia.

22. (FGV/SEA-AP/Auditor da Receita do Estado/2010) A conjunção Contudo


(L.7) conecta:

(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém


falando.
(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os
fatos.
(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se
disse.
(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.
(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

Resposta – E
Comentário – Seja sinceros: você precisa mesmo do texto para responder
a esta pergunta? Releia atentamente o quadro das conjunções. Contudo não
estabelece relação de dependência (subordinação) entre as orações que
conecta (descarte as letras A e D). Essa conjunção, conforme o quadro
apresentado, expressa ressalva, contraste, oposição, adversidade (descarte
as letras B e C). Sobrou a última opção.

FLEXÃO NOMINAL

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Com sua licença, passo a trabalhar de forma diferente a partir de


agora. “Por quê”? – você deve ter se perguntado. Bem, este assunto (flexão
nominal) não é frequente nas provas da FGV (nem mesmo em outras bancas
semelhantes). Por isso sou obrigado a lançar mão de outros recursos
didáticos, a fim de que a teoria seja explicada adequadamente. Em vez de
apresentar já no início a parte teórica sobre o assunto, explicá-la-ei em
decorrência das questões (e são poucas as que considerei convenientes para
você!). Acredito que este tópico do programa não será explorado na sua
prova, mas devo cumprir o protocolo. Espero que você compreenda, pois
utilizarei questões de outra banca.

23. (FUNDATEC/EMATER-RS/ECONOMISTA/2008) Julgue as informações


que se seguem.

I – Ao se pluralizar a palavra equação na frase A equação contém os


ingredientes do sucesso. (l. 03), apenas duas outras palavras deveriam
sofrer ajustes para fins de concordância.
II – Se, em Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes
capitais, onde esbanjava suas riquezas. (l. 06-07), substituíssemos a
palavra empresário por administradora, ocorreria apenas uma outra
alteração no período.

Resposta – Itens corretos.


Comentário – É importante reescrever as passagens já com as alterações
sugeridas e compará-las como a forma original.
I – As equações contêm os ingredientes do sucesso.
II – Era uma administradora ausente do campo e presente
nas grandes capitais, onde esbanjava suas riquezas.
Em I, sofreram modificações de número o artigo A > As
(de singular a plural) e o verbo contém > contêm (note a substituição do

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acento agudo pelo circunflexo, que indica a terceira pessoa do plural: elas).
Em II, a mudança ocorreu no gênero do artigo: um > uma. Tudo isso foi
feito para preservar a harmonia com os substantivos equação > equações
e empresário > administradora.
O artigo inclui-se no conjunto das classes gramaticais
variáveis; sofre flexão de gênero e número, de acordo com o substantivo
que acompanha, como se percebe neste exercício.

24. (FUNDATEC/SEC. DA ADMIN. MUNIC. DE CAXIAS DO


SUL/ECONOMISTA/2007) Considere a seguinte proposta de alteração
em palavra do texto e assinale com V, se for verdadeira, ou com F, se
falsa.

( ) Se a palavra jornais (linha 11) fosse substituída por revista, apenas


três alterações seriam necessárias para manter a correção gramatical
do período em que está inserida.

11 (...) Os jornais ficaram mais estreitos para economizar papel, mas também porque
12 diminuiu a área para expansão dos nossos cotovelos. (...)

Resposta – Item verdadeiro.


Comentário – Como estamos novamente às voltas com substituição de
palavras do texto original, minha orientação continua a mesma: reescreva a
passagem já com as alterações propostas e faça a comparação.

11 (...) A revista ficou mais estreita para economizar papel, mas também porque
12 diminuiu a área para expansão dos nossos cotovelos. (...)

Dessa forma fica claro que realmente são apenas três


alterações necessárias: a do artigo (Os > A), a do verbo (ficaram > ficou)
e a do adjetivo (estreitos > estreita).

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O artigo, conforme comentário à questão anterior,


flexiona-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural)
para manter a harmonia com o substantivo a que se refere (revista).
Sobre a flexão do verbo, o comentário ficará para o
próximo encontro, uma vez que o propósito agora é tratar da flexão
nominal.
Já a flexão do adjetivo merece uma explicação mais
detalhada. Note que ele flexionou-se em gênero e número (estreitos >
estreita) em razão do novo substantivo: revista. Portanto a flexão do
gênero do adjetivo orienta-se pelo gênero do substantivo, procedendo-se às
alterações necessárias (adjetivos biformes):

aluno estudioso (masculino)


aluna estudiosa (feminino)

Todavia, há aqueles que têm somente uma forma


(uniformes) para relacionar-se com os substantivos:

aluno inteligente (masculino)


aluna inteligente (feminino)

Alguns adjetivos também merecem sua atenção. São eles:

Masculino Feminino
ateu atéia
plebeu plebéia
sandeu sandia
judeu judia
réu ré
motor motriz
gerador geratriz
incolor, bicolor, tricolor, maior, invariáveis

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menor, superior, inferior, anterior,


posterior

Uma observação ainda deve ser feita sobre a flexão dos


adjetivos. Se a palavra for um substantivo exercendo papel de adjetivo, ela
ficará invariável: colisões monstro, sapatos cinza, calças rosa, blusas
vinho etc.

25. (FUNDATEC/PETROBRÁS/ECONOMISTA/2004) Considere as seguintes


afirmações sobre a flexão de número de substantivos e adjetivos
retirados do texto.

I – O vocábulo profissionais (linha 04) foi formado pelo mesmo processo


que formaria o plural de trivial (linha 09) e desleal (linha 11).
II – O plural das palavras invisível (linha 10) e difícil (linha 24) não é
formado pelo mesmo processo.
III – Pluralizam-se as palavras vulgar (linha 12) e feliz (linha 17) da mesma
maneira.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a III.
D) Apenas a II e a III.
E) A I, a II e a III.

Resposta – Alternativa E.
Comentário – Tratou-se aqui do plural (flexão de número) de substantivos
e adjetivos simples. O plural destes obedece às regras daqueles, assim:

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1 – Terminados em VOGAL, DITONGO, TRITONGO ou HIATO, acrescenta-se


S:
Ex.: manga – mangas, história – histórias, economia – economias

2 – Terminados em ÃO, faz-se o plural de três formas:

2.1 – Mudando a terminação por ÕES:

Ex.: balão – balões, coração – corações, vulcão – vulcões, peão – peões,


leão – leões, etc.

2.2 – Mudando a terminação por ÃES:

Ex.: alemão – alemães, cão – cães, capelão – capelães, escrivão –


escrivães, tabelião – tabeliães, etc.

2.3 – Acrescentando-se S à terminação:

Ex.: cidadão – cidadãos, acórdão – acórdãos, cristão – cristãos, cortesão


– cortesãos, bênção – bênçãos, etc.

Obs.: Há palavras que possuem mais de um plural: alazão – alazães –


alazões, anão – anãos – anões, charlatão – charlatães – charlatões,
castelão – castelãos – castelões, guardião – guardiães – guardiões, vulcão
– vulcãos – vulcões, alão – alães – alãos – alões, aldeão – aldeães –
aldeões – aldeãos, ancião – anciãos – anciões – anciães, ermitão –
ermitãos – ermitões – ermitães, vilão – vilãos – vilões – vilães, etc.

3 – Terminados em AL, EL, OL ou UL, substitui-se o L por IS:

Ex.: carnaval – carnavais, jornal – jornais, papel – papéis, sol – sóis,


lençol – lençóis, taful – tafuis, paul – pauis, etc.
Exceções: mal – males, cônsul – cônsules.

4 – Se terminarem por IL, o plural será feito de dois modos:

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4.1 – Se for tônico, troca-se o L por S: ardil – ardis, barril – barris, funil –
funis, etc.

4.2 – Se for átono, troca-se a terminação por EIS: difícil – difíceis, fácil –
fáceis, fóssil – fósseis, etc.

Obs.: As palavras RÉPTIL e PROJÉTIL, como paroxítonas, fazem o plural


RÉPTEIS e PROJÉTEIS; como oxítonas, REPTIL e PROJETIL, fazem
REPTIS e PROJETIS.

5 – Terminados em R ou Z, acrescenta-se ES:

Ex.: mar – mares, rapaz – rapazes, açúcar – açúcares, raiz – raízes, etc.

Obs.: Caráter tem o plural caracteres.

6 – Terminados por S, faz-se o plural assim:

6.1 – Se forem paroxítonos, ficam invariáveis: o atlas – os atlas, o lápis – os


lápis, o oásis – os oásis, etc.

6.2 – Se forem oxítonos ou monossílabos, acrescenta-se ES: ás – ases, gás


– gases, revés – reveses, etc.

Exceções: cais – invariável, cós – invariável (ou coses).

7 – Terminados por M, troca-se essa letra por NS:

Ex.: bem – bens, homem – homens, jardim – jardins, etc.

8 – Terminados por N, acrescenta-se S ou ES:

Ex.: gérmen – germens (ou gérmenes), hífen – hifens (ou hífenes), pólen
– polens (ou pólenes), etc.

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São essas as poucas questões sobre flexão nominal que julguei


pertinentes. Reafirmo não acreditar que a instituição cobre algo sobre esse
tópico. Sugiro dar ênfase à formação de palavras, ao emprego de
conjunções.
Ficarei aguardando as dúvidas, as sugestões e os comentários.
Não deixe de interagir. O êxito deste curso também depende da sua
participação.

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Assinale a alternativa


em que a palavra contenha o mesmo número de radicais que
beligerâncias.

(A) brasileira
(B) unilaterais
(C) livremente
(D) convivência
(E) civilizadamente

2. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Na


palavra fotografia, há dois radicais: "luz" + "escrever". Assinale a
alternativa em que tenha havido erro na indicação do sentido do
primeiro radical.

(A) antropografia – corpo humano


(B) bibliografia – livro
(C) braquigrafia – redução
(D) cinegrafia – movimento
(E) datilografia – mão

3. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a


alternativa que não apresente a classificação correta de um dos
elementos mórficos do vocábulo deixasse

(A) deix- = radical


(B) -e = desinência número-pessoal
(C) -a = vogal temática verbal

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(D) deixa = tema


(E) -sse = desinência modo-temporal

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a


alternativa em que o prefixo tenha o mesmo sentido que o de
imigrantes

(A) imberbe
(B) imergir
(C) incréu
(D) iníquo
(E) inválido

5. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Em xenofobia, há a seguinte


combinação de sentidos: estrangeiro + aversão. Assinale a alternativa
em que a explicação do sentido do elemento que antecede -fobia não
tenha sido feita corretamente.

(A) pantofobia (pantera)


(B) estasiofobia (permanecer de pé)
(C) fotofobia (luz)
(D) ictiofobia (peixe)
(E) gamofobia (casamento)

6. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Assinale o par de vocábulos em


que seus elementos mórficos destacados NÃO tenham o mesmo
sentido.

(A) metropolitana – metrologia

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(B) economia – ecologia


(C) telecomunicações – telepatia
(D) petróleo – petrificar
(E) sintonia – sinergia

7. (FGV/SAD-PE/ANALISTA EM GESTÃO ADMINISTRATIVA/2008) Essas


pessoas, portanto, costumam ser vítimas de si mesmas e de um estilo
de vida estressante auto-produzido.

Assinale a alternativa que contenha um vocábulo cuja forma auto


assuma valor diferente do que é veiculado em auto-produzido.

(A) autobiografia
(B) autodidata
(C) auto-estrada
(D) auto-esterilidade
(E) auto-extermínio

8. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2006) Assinale a


alternativa em que a palavra tenha sido formada pelo mesmo processo
que infra-estrutura

(A) nova-iorquina
(B) Paraisópolis
(C) planejando
(D) sobreviver
(E) embora

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9. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) A palavra


Emudecendo (verso 13) foi formada pelo processo de:

(A) composição por aglutinação.


(B) derivação prefixal.
(C) derivação parassintética.
(D) derivação sufixal.
(E) derivação imprópria.

10. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Assinale a alternativa em


que a palavra tenha sido formada por processo distinto das demais.

(A) autoconhecimento
(B) supersalários
(C) geométrica
(D) insatisfação
(E) imprecisas

11. (FGV/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/ADMINISTRADOR DE BANCO DE


DADOS/2008)

Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido formada pela união de


dois radicais, ou seja, bases de sentido das palavras.
(A) autogeridas
(B) descolonização
(C) superendividamento
(D) ecossistema
(E) desigualdades

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12. (FGV/POLÍCIA CIVIL-RJ/INSPETOR/2008) Assinale a alternativa em que


a palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que as
demais.

(A) ilegais
(B) desacompanhado
(C) incompatíveis
(D) demográfica
(E) inter-regionais

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2009) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

I. estruturador, civilizacional e renováveis são adjetivos formados por


derivação sufixal.
II. hominização, dilapidação e autodestruição são substantivos formados
por composição e derivação.
III. autodestruição, contrapartida e responsabilidade são substantivos
formados por composição.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

14. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) Com relação aos processos de


formação de palavras, analise as afirmativas a seguir:

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I. Na palavra jeitinho, o sufixo -inho significa “diminuição”.


II. Denomina-se composição o processo de formação da palavra
utilitarista.
III. A palavra analfabetismo forma-se por derivação prefixal e sufixal, a
partir do radical alfabet-.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.


(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2010) Quanto à estrutura e formação


do vocábulo meta-ética, é correto afirmar que:

(A) forma-se pelo processo de composição por aglutinação.


(B) tem agregada ao radical étic- uma desinência nominal de gênero
feminino.
(C) contém um prefixo de origem grega também presente na palavra
“metafísica”.
(D) apresenta uma vogal de ligação –a, necessária em razão do hífen.
(E) constitui-se por meio da justaposição de dois substantivos.

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a palavra que


seja formada pelo mesmo processo que megalópoles.

(A) internacional
(B) sustentabilidade

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(C) saneamento
(D) obrigatoriedade
(E) olímpicos

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DO ICMS/2008) Assinale a alternativa em que a


palavra indicada não seja formada pelo mesmo processo que injustiça.

(A) tecnologias
(B) auto-organização
(C) antielisão
(D) ilícito
(E) internacional

18. (FGV/CODESP/ADVOGADO/2010) ...algumas iniciativas inovadoras


começam a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução
dessa experiência pelo país inteiro. (L.31-33)

No trecho acima, há quantos artigos?

(A) Um.
(B) Nenhum.
(C) Quatro.
(D) Três.
(E) Dois.

19. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) Assinale a alternativa em


que o termo sublinhado tenha função adjetiva.

(A) Característica da nação.


(B) Ameaça de colapso.

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(C) Deterioração de valores.


(D) Instituição da escravidão.
(E) Uso de violência.

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(...)

Mais adiante, afirma: “Não conhecemos as condições


60 suficientes para o crescimento. Podemos caracterizar as

economias bem-sucedidas do pós-guerra, mas não podemos


apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem
os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas.”

Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos,


(...)
(Carlos Luque. Folha de São Paulo. 30 de setembro de 2008)

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA DE SISTEMAS/2008) Assinale a


alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como
advérbio.

(A) livre (L.39)


(B) profunda (L.2)
(C) melhor (L.4)
(D) algo (L.64)
(E) após (L.7)

21. (FGV/MEC/DOCUMENTADOR/2009) Nas alternativas a seguir, a frase


em que o vocábulo sublinhado pertence a uma classe gramatical
diferente de todas as demais ocorrências é:

(A) "Um relatório da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) revelou que, nos
últimos doze meses...".
(B) "Assim, um juiz que, de forma monocrática...".
(C) "...passa a constituir uma aberração dentro do poder que ele
representa...".
(D) "A frequência com que esse tipo de atitude...".

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(E) "...defesa da liberdade de imprensa e do livre pensamento, que é


princípio fundamental dos regimes democráticos."

22. (FGV/SEA-AP/Auditor da Receita do Estado/2010) A conjunção Contudo


(L.7) conecta:

(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém


falando.
(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os
fatos.
(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se
disse.
(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.
(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

23. (FUNDATEC/EMATER-RS/ECONOMISTA/2008) Julgue as informações


que se seguem.

I – Ao se pluralizar a palavra equação na frase A equação contém os


ingredientes do sucesso. (l. 03), apenas duas outras palavras deveriam
sofrer ajustes para fins de concordância.
II – Se, em Era um empresário ausente do campo e presente nas grandes
capitais, onde esbanjava suas riquezas. (l. 06-07), substituíssemos a
palavra empresário por administradora, ocorreria apenas uma outra
alteração no período.

24. (FUNDATEC/SEC. DA ADMIN. MUNIC. DE CAXIAS DO


SUL/ECONOMISTA/2007) Considere a seguinte proposta de alteração

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em palavra do texto e assinale com V, se for verdadeira, ou com F, se


falsa.

( ) Se a palavra jornais (linha 11) fosse substituída por revista, apenas


três alterações seriam necessárias para manter a correção gramatical
do período em que está inserida.

11 (...) Os jornais ficaram mais estreitos para economizar papel, mas também porque
12 diminuiu a área para expansão dos nossos cotovelos. (...)

25. (FUNDATEC/PETROBRÁS/ECONOMISTA/2004) Considere as seguintes


afirmações sobre a flexão de número de substantivos e adjetivos
retirados do texto.

I – O vocábulo profissionais (linha 04) foi formado pelo mesmo processo


que formaria o plural de trivial (linha 09) e desleal (linha 11).
II – O plural das palavras invisível (linha 10) e difícil (linha 24) não é
formado pelo mesmo processo.
III – Pluralizam-se as palavras vulgar (linha 12) e feliz (linha 17) da mesma
maneira.

Quais estão corretas?

A) Apenas a I.
B) Apenas a II.
C) Apenas a I e a III.
D) Apenas a II e a III.
E) A I, a II e a III.

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VERBO (FLEXÃO E EMPREGO DE TEMPOS E MODOS)

Devo um pedido de perdão a você, que aguardou ansiosamente a


disponibilização desta aula. Quando você adquiriu este curso, não ficou
combinado que deveria aceitar os problemas, as dificuldades e outros
impedimentos do professor, não é verdade? Portanto você tem direito de
reclamar. Só quero deixar registrado que não enviei a aula antes em virtude
de alguns imprevistos e, principalmente, porque estava envolvido com a
elaboração de recursos para candidatos do concurso do MPU. Mesmo que isso
não justifique, acredito que você merece uma explicação.
Iniciarei a aula de hoje tratando do verbo – um tema que dá o que
falar (perdoe o trocadilho), pois é a classe de palavra mais rica em flexões:
tempo, modo, número, pessoa e voz. Além dessas categorias, há o aspecto
verbal, ou seja, o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa
pelo verbo. Pode ele considerá-la concluída (observada no seu término, no seu
resultado) ou não concluída (observada na sua duração, na sua repetição).
Começo com uma simples questão para testá-lo, em seguida
expondo alguns conceitos essenciais. À medida que outros exercícios de provas
anteriores surgirem, a explicação será estendida ou confirmada.

1. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Mas ainda não há um


programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa
conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela
direita.

Quantos verbos há no trecho acima?

(A) seis
(B) cinco
(C) quatro

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(D) três

(E) dois

Resposta – B
Comentário – Que tal? Acertou? Se sim, meus parabéns! Caso contrário,
confira quais são os verbos existentes no trecho acima:
1 – “há”;
2 – “se contraponha”;
3 – “aplicado”;
4 – “foi”;
5 – “aplaudido”.
Isso foi só um teste. A seguir existem explicações detalhadas
sobre o assunto, as quais farão você compreendê-lo melhor.

FLEXÕES VERBAIS

• Voz
1. ATIVA Î indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.
Ex.: Cabral descobriu o Brasil.

2. PASSIVA Î indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.
Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o


SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o
OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.

2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for


INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.
Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.

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As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz


passiva sem agente da passiva.

3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e


pronominal ou sintética.
Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal
no particípio = analítica.
Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO +
pronome SE = sintética.

Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela


síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’
(...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASIVA


Pacientes pelos pacientes
Agente da
Sujeito afetados pela afetados pela
passiva
síndrome síndrome
Locução verbal
Verbo transitivo ultrapassaram (o
(voz passiva foi ultrapassada
direto quê?)
analítica)
a fronteira da A fronteira da
Objeto direto adaptabilidade às Sujeito paciente adaptabilidade às
demandas demandas
Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:
a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =
sujeito indeterminado
b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =
sujeito indeterminado
c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO +
SE = sujeito indeterminado

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d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO


DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado

3. REFLEXIVA Î indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo


sujeito ao mesmo tempo.
Ex.: Não me considero tão importante.
Reservamo-nos o direito de ficar calado.
Ele se deu um presente.

ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo


vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e
representa a mesma pessoa do sujeito.

2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,


conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo
etc.
Ex.: Feri-me a mim mesmo.
Julgai-vos a vós mesmos.

3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.


Ex.: Os amigos se cumprimentaram.
Amavam-se um ao outro.

• Número e Pessoa
1ª 2ª 3ª
singular eu tu ele/ela
plural nós vós eles/elas

• Modo e Tempo

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Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.


Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento
(durante o ato da comunicação, antes ou depois dele).

MODOS TEMPOS SIMPLES


presente (tenho)

perfeito (tive)
pretérito imperfeito (tinha)
indicativo
mais-que-perf. (tivera)

do presente (terei)
futuro
do pretérito (teria)
presente (tenha)
subjuntivo pretérito imperfeito (tivesse)
futuro (tiver)
afirmativo (tem tu)
imperativo
negativo (não tenhas tu)

MODOS TEMPOS COMPOSTOS


Perfeito (tenho/hei cantado)
pretérito
mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)
Indicativo
do presente (terei/haverei cantado)
futuro
do pretérito (teria/haveria cantado)
Perfeito (tenha/haja cantado)
pretérito
mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)
Subjuntivo

futuro (tiver/houver cantado)

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ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos


compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou
haver, seguidos do particípio do verbo principal.
Ex.: Temos estudado muito.
Tinha posto a televisão na sala.
Havíamos chegado tarde.

2. Note que não há tempos compostos relativos ao


presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar,
respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito
composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.

3. O tempo composto da voz passiva é formado com o


emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio
do verbo principal.
Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.
O casal havia sido visto no restaurante.

2. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DO ICMS/2006) O que você quer?

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o


futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?


(B) O que vós quiserdes?
(C) O que vós queríeis?
(D) O que vós quereríeis?
(E) O que vós querereis?

Resposta – D
Comentário – O foco aqui é na conjugação do verbo querer, que vai se
flexionar na segunda pessoa do plural (vós) do futuro do pretérito do

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indicativo: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós quereríamos, vós


quereríeis, eles quereriam.
Nas demais opções, temos:
– letra A: segunda pessoa do singular do futuro de pretérito:
tu quererias (conforme visto acima);
– letra B: segunda pessoa do plural do futuro do subjuntivo
(quando eu quiser, quando tu quiseres, quando ele quiser,
quando nós quisermos, quando vós quiserdes, quando eles
quiserem);
– letra C: segunda pessoa do plural do pretérito imperfeito do
indicativo (eu queria, tu querias, ele queria, nós queríamos,
vós queríeis, eles queriam);
– letra E: segunda pessoa do plural do futuro do presente (eu
quererei, tu quererás, ele quererá, nós quereremos, vós
querereis, eles quererão)

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Assinale a alternativa em que


a alteração da estrutura “de as gerações presentes virem a exauri-los”
provocou correta mudança da forma do verbo vir.

(A) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes venham a


exauri-los
(B) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vissem a
exauri-los
(C) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vierem a
exauri-los
(D) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes viriam a
exauri-los

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(E) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vinham a


exauri-los

Resposta – A
Comentário – O verbo vir foi corretamente conjugado na terceira pessoa do
plural do presente do subjuntivo (que eu venha, que tu venhas, que ele venha,
que nós venhamos, que vós venhais, que eles venham). A conjunção “que”,
combinada com a ideia hipotética da declaração, impõe-nos essa flexão de
tempo e modo para que seja mantida a coerência textual.
Alternativa B: “vissem” corresponde à terceira pessoa do
plural do pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo ver (se eu visse, se tu
visses, se ele visse, se nós víssemos, se vós vísseis, se eles vissem).
Alternativa C: “vierem” representa a terceira pessoa do plural
do futuro do subjuntivo do verbo vir (quando eu vier, quando tu vieres,
quando ele vier, quando nós viermos, quando vós vierdes, quando eles
vierem), flexão que prejudica a correção da frase e a coerência textual.
Alternativa D: “viriam” é a conjugação do verbo vir na terceira
pessoa do plural do futuro do pretérito do indicativo (eu viria, tu virias, ele
viria, nós viríamos, vós viríeis, eles viriam); a relação entre as ideias não
suporta o emprego de um verbo indicativo de fato pretérito.
Alternativa E: “vinham” é a flexão do verbo vir na terceira
pessoa do plural do pretérito imperfeito do indicativo (eu vinha, tu vinhas, ele
vinha, nós vínhamos, vós vínheis, eles vinham); novamente, a tentativa de
empregar uma forma verbal tradutora de ideia passada prejudica os aspectos
gramaticais e semânticos da frase.

4. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Apesar das injeções maciças de liquidez


efetuadas pelos grandes bancos centrais, nunca se vira uma seca tão
severa de dinheiro nos mercados.”

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Assinale a forma verbal que poderia substituir o verbo destacado no


trecho acima, sem prejuízo gramatical ou semântico.

(A) tivera visto


(B) tinha visto
(C) viu
(D) via
(E) tem visto

Resposta – B
Comentário – A forma verbal “vira” é a conjugação do verbo ver na terceira
pessoa do singular do pretérito mais-que-perfeito (simples): eu vira, tu viras,
ele vira, nós víramos, vós ví eles viram . A forma “tinha visto” também é
pretérito mais-que-perfeito (composto), formada pelo verbo ter no pretérito
imperfeito + verbo principal no particípio. Logo, há equivalência entre as duas
formas.
Alternativa A: cuidado! Volte ao item 2 da “ATENÇÃO!” e
perceba que aqui o examinador tentou enganar você com uma falsa formação
do pretérito mais-que-perfeito composto. Eu disse imediatamente acima que
essa conjugação é formada com o verbo ter (ou haver) conjugado no pretérito
imperfeito.
Alternativa C: o verbo ver foi conjugado no pretérito perfeito
do indicativo.
Alternativa D: o verbo foi flexionado no pretérito imperfeito do
indicativo.
Alternativa E: tem-se o verbo ver conjugado no pretérito
perfeito composto do indicativo (presente do verbo ter + particípio do verbo
principal), que indica fato ocorrido com frequência ultimamente.

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5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉC. LEG.- ADMINISTRAÇÃO/2008) “A política de


Estado tem evoluído no sentido de encontrar respostas a tais
necessidades.”

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. A forma tem evoluído está no pretérito perfeito.


II. No período há somente um verbo em forma nominal.

Assinale:

(A) se as duas afirmativas estiverem corretas.


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se somente a afirmativa I estiver correta.
(D) se a afirmativa II estiver correta.

Resposta – C
Comentário – Item I: sim, a forma “tem evoluído” é a flexão do verbo evoluir
no pretérito perfeito composto. Observe que o verbo auxiliar (“tem”) está
conjugado no presente.
Item II: não, pois o verbo evoluir, no tempo composto,
apresenta-se no particípio regular; o verbo encontrar está empregado no
infinitivo.

6. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “O público


brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a respeito de
possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus governantes
chamam de dívidas ilegítimas.”

No trecho acima, as formas verbais estão, respectivamente, no:

(A) presente do indicativo e presente do indicativo.


(B) presente do indicativo e presente do subjuntivo.

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(C) presente do subjuntivo e presente do indicativo.


(D) pretérito perfeito do indicativo e presente do subjuntivo.
(E) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo.

Resposta – E
Comentário – Eis abaixo as formas verbais:
– “tem ouvido”: pretérito perfeito (composto) do indicativo; e
– “chamam”: presente do indicativo.

7. (FGV/PREF. DE CAMPINAS/COORDENADOR PEDAGÓGICO/2008) “A


palavra ‘bárbaro’ provém do grego antigo e significa ‘não grego’.”

Assinale a alternativa em que não se tenha flexão correta do verbo


destacado no trecho acima.

(A) provêm
(B) proveio
(C) provieste
(D) provisse
(E) provimos

Resposta – D
Comentário – Alternativa A: terceira pessoa do plural do presente do
indicativo do verbo provir (eu provenho, tu provéns, ele provém, nós
provimos, vós provindes, eles provêm). Flexão correta (você perceberá que
este verbo é derivado de vir).
Alternativa B: terceira pessoa do singular do pretérito
perfeito do indicativo do verbo provir (eu provim, tu provieste, ele proveio, nós
proviemos, vós proviestes, eles provieram). Flexão correta.

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Alternativa C: como exemplifiquei acima, provieste


corresponde à segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.
Flexão correta.
Alternativa D: a forma “provisse” não existe. Ou se diz
previsse (pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo prever: se eu previsse,
se tu previsses, se ele previsse, se nós prevíssemos, se vós prevísseis, se
eles previssem), ou proviesse (pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo
provir: se eu proviesse, se tu proviesses, se ele proviesse, se nós
proviéssemos, se vós proviésseis, se eles proviessem). Flexão errada.
Alternativa E: conforme indicado no comentário da
alternativa A, “provimos” corresponde à primeira pessoa do plural do presente
do indicativo do verbo provir. Flexão correta.

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase a seguir “A liberdade


supõe a operação sobre alternativas;”, o verbo irregular foi flexionado
corretamente.

Assinale a alternativa em que se apresenta flexão incorreta da forma


verbal.

(A) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado.


(B) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de seleção.
(C) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter eliminatório.
(D) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da revista será
certa.
(E) É necessário que atentemos para a questão da mudança de paradigma
científico.

Resposta – D

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Comentário – O verbo aludido é supor, conjugado como o verbo propor: eu


suponho, tu supões, ele supõe, nós supomos, vós supondes, eles supõem
(presente do indicativo).
Alternativa A: “impunham” representa a terceira pessoa do
plural do pretérito imperfeito do indicativo do verbo impor (eu impunha, tu
impunhas, ele impunha, nós impúnhamos, vós impúnheis, eles impunham).
Flexão correta.
Alternativa B: “interveio”, cujo paradigma é o verbo vir, é a
flexão do verbo intervir na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo (eu intervim, tu intervieste, ele interveio, nós interviemos, vós
interviestes, eles intervieram). Flexão correta.
Alternativa C: “quereria” é a terceira pessoa do singular do
futuro do pretérito do indicativo do verbo querer (eu quereria, tu quererias, ele
quereria, nós quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam). Flexão correta.
Alternativa D: no futuro do subjuntivo, o verbo dispor(-se),
que segue a conjugação do verbo propor, deve ser assim flexionado: quando
eu dispuser, quando tu dispuseres, quando ele dispuser, quando nós
dispusermos, quando vós dispuserdes, quando eles dispuserem. Flexão
incorreta.
Alternativa E: “atentemos”, que segue o verbo cantar, é a
segunda pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo atentar (que eu
atente, que tu atentes, que ele atente, que nós atentemos, que vós atenteis,
que eles atentem). Flexão correta.

LOCUÇÃO (OU PERÍFRASE) VERBAL

É o conjunto constituído de dois ou mais verbos, dos quais um é o


principal (o último), e os demais, auxiliares. As flexões de número, pessoa,
modo e tempo ocorrem no verbo auxiliar.

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Ex.: Ninguém poderá sair. – O juiz deixou de marcar a falta.


Nós estamos estudando. – Ninguém podia estar cantando.
Tínhamos estudado muito para a prova. A questão havia sido anulada
pela banca.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) “Nos Estados Unidos e na


Europa existem legislações em trâmite nos parlamentos...”

No trecho acima, o verbo destacado pode ser substituído, sem prejuízo de


ordem gramatical, por

(A) devem haver


(B) deve existir
(C) houveram
(D) deverão haver
(E) poderão existir

Resposta – E
Comentário – O verbo existir é pessoal; quando surge como verbo principal
de uma locução, é o seu auxiliar que se flexiona em número e pessoa para
concordar com o sujeito: “poderão existir” (verbo auxiliar + verbo principal).
O verbo haver pode ser usado com sentido de existir, mas
com flexão própria. Ele é impessoal e se mantém na terceira pessoa do
singular (...houve legislações...). Quando surge como verbo principal de uma
locução, transfere sua impessoalidade para seu auxiliar e o obriga a se manter
na terceira pessoa do singular (...deve haver...).

EMPREGO DOS MODOS VERBAIS

Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou passadas) ou


futuras que consideramos de ocorrência certa.

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AULA 3

Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes, pretéritos ou


futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.

Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que desejamos.

E por falar no “imperativo”, creio que a tabela abaixo o(a) ajudará


a compreender o processo de formação dele.

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

eu cant-o eu cant-e
tu cant-a-s (- s) cant-a tu tu cant-e-s não cant-e-s tu
ele cant-a cant-e você ele cant-e não cant-e você
nós cant-a-mos cant-e-mos nós nós cant-e-mos não cant-e-mos nós
vós cant-a-is (- s) cant-a-i vós vós cant-e-is não cant-e-is vós
eles cant-a-m cant-e-m vocês eles cant-e-m não cant-e-m vocês

10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Passando a fala "Adivinhe"


para a forma de tratamento vós, obtém-se:

(A) Adivinhais.
(B) Adivinhai.
(C) Adivinheis.
(D) Adivinhei.
(E) Adivinde.

Resposta – B
Comentário – A formar verbal “Adivinhe” está conjugada na terceira pessoa
do singular do imperativo afirmativo, que deriva do presente do subjuntivo.
Passando para a segunda pessoa do plural (vós), devemos recorrer ao
presente do indicativo e retirar o S: vós adivinhais > adivinhai vós.

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

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O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais


como:

1. fato que se realiza no momento do discurso.


Ex.: A turma toda estuda agora.

2. fato permanente
Ex.: O sol aquece a Terra.

3. fato habitual.
Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina intensamente.

4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar a


descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.
Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o caminho, a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).

5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá brevemente,


substituindo o futuro do presente.
Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.
linguagem
jornalística
Presidente americano chega amanhã ao Brasil.

ATENÇÃO! Esses dois últimos complicam muitos candidatos.

O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi


perfeitamente concluído.
Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.

Também é frequente em provas a discussão sobre os aspectos


indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores
semânticos desse tempo verbal:

1. indica fato que ocorria habitualmente;


Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.

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2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua uma


afirmação ou um pedido;
Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.

3. indica simultaneidade entre dois fatos passados;


Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi publicado.

4. denota consequência de um fato hipotético; substitui, nesses casos, o


futuro do pretérito.
Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato


passado e anterior a outro também passado.
Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já se fechara.

Pode também surgir em frases optativas:


Ex.: Quem me dera casar com ela...

O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um


fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:
Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.
“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)

Dentre os valores semânticos do futuro do pretérito do


indicativo, destaco:

1. o que indica ação futura em relação a outra no passado.


Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em casa.

2. aquele que indica um fato cuja realização está vinculada a uma condição
que não se concretizou antes e que, provavelmente, não se realizará. Nesse
caso, é reforçado o caráter hipotético da declaração.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

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CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou


no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas
modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese
que poderá ocorrer, ou não.
Caso estudemos mais, obteremos a classificação.
Se estudarmos mais, obteremos a classificação.

Em relação ao subjuntivo, note que os tempos podem indicar


hipótese, condição ou vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente,
no pretérito ou no futuro.
Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do subjuntivo)
Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito do
subjuntivo)
Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)

Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do


subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

11. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) O que está fora da sociedade


seria desumano.

O tempo verbal destacado constitui recurso expressivo adequado para


indicar:

(A) mudança ocorrida no momento em que se fala.


(B) ação conduzida no passado não concluído.
(C) situação tomada como hipotética.
(D) advertência sobre um fato futuro.
(E) fato passado de curso prolongado.

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Resposta – C
Comentário – O verbo ser foi flexionado no futuro do pretérito do
indicativo, o que reforça o caráter hipotético da declaração.

FORMAS NOMINAIS DO VERBO

São formas verbais que só exprimem tempo e modo através do


contexto e desempenham funções de substantivos, adjetivos e advérbios:
Ex.: O brincar alegra as crianças. (substantivo)
Cozida, a batata fica mais saborosa. (adjetivo)
Venceu na vida trabalhando. (advérbio)

1. Infinitivo Î É a forma como designamos os verbos. O infinitivo é


impessoal quando, não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical
e desempenha a função de substantivo. Por outro lado, será pessoal quando,
flexionado, referir-se a uma pessoa gramatical. Não transmite nenhuma noção
temporal.
Ex.: Minha diversão preta é dançar. (substantivo)
Estamos felizes por termos conseguido a vitória. (nós: sujeito)

2. Gerúndio Î Expressa a ação em desenvolvimento.


Ex.: Pessoas sorrindo compunham a foto. (adjetivo)
Chegando o dinheiro, viajou. (advérbio)

3. Particípio Î Assume valor de substantivo e de adjetivo.


Ex.: A chegada do avião foi pontual. (substantivo)
Os fogos de artifício tornaram a cidade iluminada. (adjetivo)

FORMAS NOMINAIS TEMPOS COMPOSTOS


infinitivo cantar ter/haver cantado
impessoal

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cantar ter/haver cantado


cantares teres/haveres cantado
infinitivo cantar ter/haver cantado
pessoal cantarmos termos/havermos cantado
cantardes terdes/haverdes cantado
cantarem terem/haverem cantado
gerúndio cantando tendo/havendo cantado
particípio cantado

ATENÇÃO! 1. Para as 2ª e 3ª conjugações, a terminação do particípio


é ido: vendido, partido.

2. Perceba que não há tempo composto relativo ao


particípio.

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS QUANTO À FORMA

a) Regular Î não apresenta irregularidade no radical nem nas desinências,


seguindo o paradigma de sua conjugação (cantar – 1ª conjugação; vender –
2ª conjugação; partir – 3ª conjugação)
Ex.: amar, aguar, averiguar, coar, mobiliar, optar, saudar, suar, viajar, beber,
unir, atribuir, etc.

ATENÇÃO! 1. Para sabermos se um verbo é regular, precisamos


conjugá-lo no presente e no pretérito perfeito do indicativo.
Ex.: toc-o, toc-a-s, toc-a, toc-a-mos, toc-a-is, toc-a-m / toqu-e-i, toc-a-ste,
toc-o-u, toc-a-mos, toc-a-stes, toc-a-ram

2. Os verbos terminados em IAR são regulares: vigiar,


arriar, etc.
Exceções: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar (MARIO) Î recebem
a letra E nas formas rizotônicas (= a sílaba tônica integra o radical)

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Ex.: arriar – arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam


odiar – odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam

b) Irregular Î apresenta irregularidades no radical e/ou nas desinências.


Ex.: caber, fazer, acudir, aderir, atrair, cear, construir, dizer, crer, poder,
prover, prever, saber, dar, rir, vir, etc.
perder = perco, perdes, perde
fazer = faço, fazes, faz
caber = caibo, cabes, cabe

ATENÇÃO! Os verbos terminados em EAR são irregulares, recebem a letra I


nas formas rizotônicas.

Ex.: arrear – arreio, arreias, arreia, arreamos, arreais, arreiam


passear – passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam

c) Anômalo Î É o verbo que apresenta grandes alterações no radical.


Segundo Luiz Antônio Sacconi, João Domingues Maia, Ulisses Infante e
Pasquale Cipro Neto, por exemplo, em português só existem dois: ser e ir.
Entretanto, Celso Cunha registra que a NGB também classifica como anômalo
os verbos ter, haver, estar, vir e pôr.

d) Defectivo Î É o verbo que não possui determinados tempos, modos e


pessoas. Incluem-se nesta categoria os verbos impessoais e unipessoais.
Ex.: reaver, precaver, falir, computar, abolir, haver (sentido de existir), nevar,
trovejar, trovejar, latir, rugir, etc.

ATENÇÃO! Quando se tratar de sentido conotativo, os verbos que indicam


fenômenos da natureza podem ser usados como pessoais.
Ex.: Os estudantes amanheciam para uma nova época.

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e) Abundante Î é o verbo que apresenta mais de uma forma equivalente,


geralmente no particípio.
Ex.: aceitar = aceitado, aceito – prender = prendido, preso – imprimir =
imprimido, impresso

ATENÇÃO! 1. O particípio regular é normalmente usado na voz ativa,


com os auxiliares ter ou haver.
Ex.: Ele não tinha aceitado as minhas desculpas.
2. O particípio irregular é normalmente usado na voz
passiva com os auxiliares ser ou estar.
Ex.: Minhas desculpas não foram aceitas por ele.
3. Admitamos, porém, que essas recomendações não são
rigorosamente seguidas, havendo numerosas formas irregulares que se usam
tanto na voz ativa como na passiva, e algumas formas regulares também
empregadas na voz passiva.

VOZ ATIVA VOZ PASSIVA


Tinha aceitado (aceito) o convite. Os convite foram aceitos.
Tinha elegido (eleito) os candidatos. Os candidatos são eleitos.
Tinha entregado (entregue) a carta. As cartas eram entregues.
Tinha ganhado (ganho) o prêmio. O prêmio foi ganho.
Tinha imprimido (impresso) a obra. Foi impressa a obra.
Tê-lo-iam pegado (pego) de surpresa. O ladrão foi pego pela polícia.
Tinha salvado (salvo) muitas vidas. A vida foi salva.

CORRELAÇÃO VERBAL

Termino a primeira parte da aula com explicações sobre


correlação verbal – coerência que, em uma frase ou sequência de frases,
deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja

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articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a


expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto,
combinar entre si. Veja este exemplo:

Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.

O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.


Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,
eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de
maneira a garantir que o período tenha lógica?
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia),
um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada
(que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e
que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já
que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de
uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.
Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.

Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está


conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre
outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que
jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a
uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do
subjuntivo) de dormir.
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são
concordantes:

1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:


Exijo que você faça o dever.

2. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

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Exigi que ele fizesse o dever.

3. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:


Espero que ele tenha feito o dever.

4. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do


subjuntivo:
Queria que ele tivesse feito o dever.

5. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:


Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

6. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:


Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

7. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito


composto do indicativo:
Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.

8. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:


Quando você fizer o dever, dormirei.

9. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:


Quando você fizer o dever, já terei dormido.

PRONOMES (EMPREGO, FORMAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO)

Na última parte da aula, o assunto a ser tratado é pronomes:


classificação, emprego e colocação. Eis uma breve exposição sobre a
classificação deles.

Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o


Pronome acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu
significado. Existem seis classes de pronomes:

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Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no


plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala;

3ª pessoa: de quem se fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas (do

caso reto). Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as (do caso
pessoal
oblíquo átono). Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco

(do caso oblíquo tônico). Também são pessoais os pronomes de

tratamento: você, senhor, senhora, vossa senhoria, vossa


excelência, etc.

Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de


algo: Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos,
possessivo
nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas,
seu, sua, seus, suas.

Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,


situando-os no tempo e no espaço.
demonstrativo 1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.
2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante

em oração anterior, chamado antecedente. Exemplo: O avião

relativo que chegou estava danificado. São pronomes relativos: que,

quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual,


os quais, as quais.

Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou


indefinido
exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem espera

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sempre alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e

número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum,


nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, todo, tudo, nada,
algo etc.

É aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta:


interrogativo
que, quem, qual, quanto.

12. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “Atinge toda a


região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a
efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o
impedirá de receber aquilo que lhe é devido.”

No trecho acima há:

(A) oito pronomes.


(B) sete pronomes.
(C) seis pronomes.
(D) cinco pronomes.
(E) quatro pronomes.

Resposta – C
Comentário – Vamos identificar cada pronome:
1 - “toda”: pronome indefinido;
2 – “si”: pronome pessoal do caso oblíquo tônico;
3 – “o”: pronome pessoal do caso oblíquo átono;
4 – “aquilo”: pronome demonstrativo;
5 – “que”: pronome relativo;
6 – “lhe”: pronome pessoal do caso oblíquo átono.

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EMPREGO DE PRONOMES

• Diferenças quanto ao emprego dos pronomes pessoais do caso reto e do


caso oblíquo:

a) Ele virou ela. – Na função de sujeito e de predicativo, o pronome


pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.

b) Quero falar com ele.


Sou útil a ele.
Vi-o na rua.
Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas
(complemento verbal, complemento nominal etc.).
Atente para o fato de que esses pronomes são frequentemente utilizados
para promover a coesão e a coerência textual.

c) Eu contei a ti o que acontecera.


Você terá de viajar com nós dois.
Você terá de viajar conosco. (= com + nós)

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com


nós ou com vós quando tais expressões vêm acompanhadas de elementos de
realce, numeral, pronome ou oração adjetiva.

CUIDADO! Não vá sem eu saber. / Todos saíram, exceto eu (saí).


Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado
quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico.

d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. (“deu” = VTDI; “um


presente” = OD)
Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. (“presenteou” = VTD)

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Como complementos verbais, O(S) e A(S) desempenham função de


objeto direto; LHE(S), de objeto indireto.

ATENÇÃO! O pronome oblíquo LHE pode equivaler-se a um possessivo, caso


em que transmitirá noção de posse: Pediu-lhe os brinquedos emprestados. /
Pediu os seus brinquedos emprestados / Pediu os brinquedos dele
emprestados.

e) Mandei-o sair da sala.


Fiz-lhes ver que estavam errados.

Em construções cujo verbo principal é causativo (mandar, deixar, fazer)


ou sensitivos (ver, ouvir, sentir), O(S) e A(S) desempenham função de sujeito
do verbo (infinitivo) da oração subordinada.

CUIDADO! LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto.


Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem
regência intransitiva.

13. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Analise o fragmento a


seguir.

Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos


norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros,
acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições.

Assinale a alternativa que apresente as propostas de substituição dos


trechos sublinhados nas quais se preserva a correção estabelecida pela
norma gramatical.

(A) Causa-lhe admiração e espanto / a vê-la violadas.


(B) Causa-os admiração e espanto / a ver-lhes violadas.

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(C) Causa-los admiração e espanto / a ver-lhe violadas.


(D) Causa-os admiração e espanto / a vê-as violadas.
(E) Causa-lhes admiração e espanto / a vê-las violadas.

Resposta – E
Comentário – O verbo causar possui dois complementos: “admiração e
espanto” (objeto direto) e “aos brasileiros” (objeto indireto). O primeiro pode
ser substituído pelo pronome oblíquo átono os (a forma los só se justifica
diante de verbos terminados por R, S ou Z: causar + os = causá-los); o
segundo, por lhes. O examinador optou por repetir o primeiro complemento
(objeto direto) e substituir o segundo (objeto indireto): “Causa-lhes admiração
e espanto”.
Em seguida, temos que analisar o regime do verbo ver. Ele é
transitivo direto, exige complemento sem preposição (objeto direto), que foi
representado pela expressão “as próprias instituições”. Esse complemento
pode ser substituído pelo pronome oblíquo átono as, que assume a forma las
porque o verbo termina em R: ver + as = vê-las.

• Pronomes possessivos

Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de


algo. Concordam em gênero e número com a “coisa” possuída.
Ex.: Eu trouxe meu caderno.
Tu trouxeste tuas canetas.

Meu(s), minha(s), nosso(s),


Primeira pessoa
nassa(s)
Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
Terceira pessoa Seu(s), sua(s)

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• Pronomes demonstrativos
Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,
situando-os no tempo e no espaço.

Pronomes Tempo Espaço


Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala
Passado próximo Perto da pessoa com
Esse (s), essa (s), isso
quem se fala
Aquele (s), aquela (s), Passado longínquo Longe de quem fala e da
aquilo pessoa com quem se fala

Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.


Este rapaz ao meu lado é meu amigo.
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.
O que é isso aí do teu lado?
Naquela época, a vida era melhor.
O que é aquilo atrás do carro?

Casos Especiais (empregados como elementos de coesão)

a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este e isto:


empregados quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão
textual conhecida como catafórica.).
Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse e isso:
empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual
conhecida como anafórica)

b) Comprei uma moto e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão;
aquela, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar

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elementos já citados e desfazer possíveis ambiguidades quanto à


compreensão do enunciado. Este diz respeito ao último termo; aquele,
ao primeiro.)

c) O que ele disse era verdade.


Passará a que for mais capacitada. a(s) e o(s) diante de que (pronome
relativo) – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos,
equivalendo-se a aquela(s), aquele(s), aquilo)
Cunha e Cintra (Nova gramática do português
contemporâneo, 2008, págs. 354-5) ensinam que o demonstrativo O (e suas
variações) pode ser empregado diante de uma oração ou, mais raramente, por
uma expressão adjetiva, e dão o seguinte exemplo:

Ingrata para os da terra,


boa para os que não são.
(C. Pena Filho)

14. (FGV/POTIGAS/CONTADOR/2006) A diplomacia é exatamente isto: a arte


de usar sinais e palavras para manifestar agrados e desagrados, defender
interesses e estabelecer limites, construir respeito recíproco e negociar
parcerias.

O pronome destacado no trecho acima exerce função:

(A) anafórica.
(B) dêitica.
(C) epanafórica.
(D) catafórica.
(E) díctica.

Resposta – D

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Comentário – Como o pronome “isto” antecipa o que será dito, sua função é
catafórica.
Função dêitica (ou díctica, tanto faz) é aquela que faz
referência exofórica1 (traz algo de fora para dentro do texto), sendo
responsável por situar algo no tempo ou no espaço. Exemplo: Esse rapaz é
meu amigo. Eu estou falando de que rapaz? Do que está próximo a mim ou de
outra pessoa ou outro lugar? Além disso, há diferenças no emprego de esse,
este e aquele. Repare:

- Esta é minha mãe. (ela está proximo a mim)


- Essa é minha mãe. (ela está próxima à pessoa com quem
falo)
- Aquela é minha mãe. (agora ela está distante de nós dois)

Como você pode notar, a referência espacial indicada pelos


pronomes em cada uma das frases é diferente.
Outro exemplo comum ocorre com o uso de advérbios:

Hoje estou escrevendo esta aula.

Você precisa agora saber em que dia o locutor


pronunciou/escreveu essa frase para situar no tempo a correta referência do
advérbio “Hoje”.
E que é função epanafórica? Na verdade não temos uma
função propriamente dita, mas sim uma figura de linguagem que se constitui
na repetição de palavras, semelhante à anáfora. Esse tipo de figura pode
surgir com outros nomes: epanadiplose, epanalepse, epanastrofe, epânodo.
Todas são tipos de repetição de palavras, quer no início, quer no fim das
frases.

1
Ao contrário, a função endofórica faz referência a termos que estão dentro do próprio texto.

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15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “O avanço deste não


acarreta necessariamente impacto positivo daquela”, os pronomes
demonstrativos exercem, respectivamente, função:

(A) anafórica e catafórica.


(B) catafórica e catafórica.
(C) anafórica e anafórica.
(D) catafórica e anafórica.
(E) dêitica e dêitica.

Resposta – C
Comentário – Bem, depois da explicação anterior, ficou fácil assinalar a
alternativa correta, não é mesmo? Os pronomes “este” e “aquele” retomam o
que foi dito anteriormente. O demonstrativo “este” se refere ao que foi
mencionado primeiro; “aquele” retoma o que foi dito por último. Portanto os
dois cumprem funções anafóricas.

16. (FGV/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2008) “Mas a co-relação de forças não


lhes permite ir mais longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos
bilaterais ou regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em
que o desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social e
ambiental.”

Os pronomes grifados no trecho acima têm, respectivamente, valor:

(A) catafórico e catafórico.


(B) anafórico e anafórico.
(C) dêitico e dêitico.
(D) anafórico e catafórico.
(E) catafórico e anafórico.
Resposta – B

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Comentário – De novo! O demonstrativo “essa” faz referência a ideia de


estagnação declarada no segmento anterior. Semelhantemente, o pronome
“isso” também retoma uma ideia anterior: “o retorno dos acordos bilaterais ou
regionais”. Ambos, portanto, têm valor anafórico.

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A energia nuclear pode ser


empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada,
apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale
por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual
utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado
bom ou mau, deve referir-se aos fins humanos a que se destina.

Considerando as estratégias de referenciação no trecho acima, assinale a


alternativa cujo pronome não se refere à expressão “energia nuclear”:

(A) ela.
(B) lhe.
(C) si.
(D) sua.
(E) que.

Resposta – E
Comentário – De fato, o pronome relativo “que” é o único que não retoma a
expressão “energia nuclear”. Ele substitui a expressão “fins humanos”, seu
antecedente.

• Pronomes indefinidos
São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado.

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Casos Particulares

a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido.


Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.

b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor
positivo, afirmativo, exprime possibilidade; é o contrário de nenhum, que
tem valor semântico negativo.
Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem significação negativa
mais enfática do que a expressa por nenhum, indica impossibilidade.

Na língua moderna, algum(a) cristalizou-se com


significação negativa (= nenhum) quando empregado depois de substantivo e
com valor positivo anteposto a ele. Antigamente não era assim, quando
algum(a) podia ter sentido afirmativo ou negativo independente de sua
posição, como se depreende dos versos de Camões, em Os lusíadas:

“Desta gente refresco algum tomamos


E do rio fresca água; mas com tudo
Nenhum sinal aqui da Índia achamos
No povo, com nós outros quase mudo.” (V, 69)
(“refresco algum” = algum refresco = sentido positivo)

“Vós a quem não somente algum perigo


Estorva conquistar o povo imundo” (VII, 2)
(“algum perigo” = nenhum perigo = valor negativo)

Mas, em geral, o pronome indefinido algum(a) adquire


mesmo valor negativo em frases onde já existem outras formas negativas,
como não, nem, sem:

“...é muito provável que ela não tenha problema algum.”

“...é muito provável que ela não tenha algum problema.”

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• Pronomes relativos

a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.

Eis o instrumento de que lhe falei.

O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir


coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais
sílabas e dispensa sem e sob.
Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo
deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal.
Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”,
em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o
“que” não é pronome relativo.

b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)

A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado)

ONDE é usado restritivamente em referência a lugar.

A escola onde estudo foi fechada.


A escola aonde vais é muito longe.
A escola donde vens é muito longe.

ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente,


como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com
onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o
vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma
pergunta que exprime a ideia de lugar.

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Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que


surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a
preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”,
usaremos “donde” (contração de de + onde).
Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não
permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que
exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua
Portuguesa não existe nonde, isto é, a suposta contração de em + onde.

c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.

O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades.


Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a
seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?

d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar.

O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de


posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em
gênero e número com a “coisa” possuída.
Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por
outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a
correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE.
NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso
anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este.
Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz.
O que acha? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o

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emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,
daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele.

e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo.

O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se


faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto,
se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA
DE DIZER “ARTIGO”.

f) Esqueci tudo quanto foi dito.


Podemos confiar em todos quantos estão presentes.
Podemos confiar em todas quantas estão presentes.

QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver


acompanhado de tudo (e variações).

g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo.


Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.

QUANDO e COMO serão pronomes relativos sempre que se


referirem a um termo antecedente (“hora” e “maneira”, nessa ordem). O
primeiro tem valor semântico de tempo; o segundo, de modo.

18. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) De acordo com a norma padrão,


o pronome relativo está corretamente empregado na seguinte alternativa:

(A) Esses são alguns autores sem cujas ideias ele jamais teria escrito o artigo.
(B) As características que um povo se identifica devem ser preservadas.
(C) Esse é o projeto cuja a meta principal é a reflexão sobre civismo no Brasil.
(D) Eis os melhores poemas nacionalistas os quais se tem conhecimento.

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(E) Aqueles são os escritores cujos foram lançados os romances traduzidos.

Resposta – A
Comentário – Devo chamar a sua atenção o uso de preposição para reger o
pronome relativo. Ela será usada de acordo com a regência do verbo (ou
nome) que surge após o relativo.
Alternativa A: ele jamais teria escrito o artigo sem o quê?
Sem as ideias de alguns autores. O pronome relativo “cujas” estabelece a
relação de dependência entre “alguns autores” (termo antecedente) e “ideias”
(termo conseqüente).
Alternativa B: um povo se identifica com o quê? Com as
características. Eis, então, a construção correta: As características com que
um povo se identifica devem ser preservadas;
i

Alternativa C: o erro aqui não tem a ver com a ausência da


preposição, mas sim com o emprego do artigo “a” após o relativo “cuja”. Como
já foi explicado, isso é proibido!
Alternativa D: quem tem conhecimento tem conhecimento de
algo. Onde foi parar a preposição de exigida pelo nome “conhecimento”? Eis a
:4

correção: Eis os melhores poemas nacionalistas dos quais se tem


conhecimento.
Alternativa E: além da má ordenação dos termos, que
prejudica a coerência da frase, o enunciado tem um “o” a mais. Note a
diferença: Aqueles são os escritores cujos romances traduzidos foram
lançados.

• Formas de Tratamento

Tratamento Abreviatura Uso


Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal
Você V. tratamento informal

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Vossa Alteza V. A. príncipes e duques


Vossa Eminência V. Emª cardeais
altas autoridades e
Vossa Excelência V. Exª
oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades
Vossa Majestade V. M. reis e imperadores
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral
Vossa Santidade V. S. papa
tratamento formal para
Vossa Senhoria V. Sª
pessoas graduadas.

As formas de tratamento designam indiretamente à 2ª pessoa do


discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem a concordância nominal e
verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o
caso.

• Particularidades

a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda


que por meio de correspondências)
Sua Excelência fez um belo discurso. (para falar da pessoa)

b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o


pronome possessivo correspondem à terceira pessoa e o adjetivo tende a
concordar com o gênero da pessoa referida – concordância ideológica)

c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)


Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os
outros pronomes para a terceira pessoa)

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Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos

Antes de apresentar os casos de colocação pronominal, cabe


lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que
não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge
após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela
presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com
verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito, é o emprego do
pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência
modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.).

Casos de Próclise
a) Palavras de sentido Nada me fará desistir.
negativo Ninguém me fará desistir.
b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves.
Talvez se cumprimentassem.
c) Conjunções Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito.
subordinativas e pronomes O livro que me deste é muito interessante.
relativos
d) Conjunções Ora se atribulava, ora se aquietava.
coordenativas alternativas Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu.
e) Pronomes e advérbios Quem lhe contou a verdade?
interrogativos Por que te afliges tanto?
f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado.
Alguém te contou a verdade?
g) Frases exclamativas e Como te atreves!
optativas Deus o abençoe, meu filho!
h) Preposição em + Em se tratando desse assunto, nada mudará.
verbo no gerúndio

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Casos de Mesóclise
a) Verbo no futuro do Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida
presente ou do pretérito, inteira.)
sem palavra atrativa Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.)

Casos de Ênclise
a) Antes de tentar decorar Levante-se e lute.
qualquer outra regra, é
Tratando-se desse assunto, nada mudará.
fundamental saber que a
Vendê-lo era o que mais importava.
tendência da língua
portuguesa recai sobre Aqui, fazem-se chaves.
o uso da ênclise.
Portanto, se não ocorrer
qualquer um dos casos
mencionados
anteriormente, usaremos a
ênclise.

Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:

1 – O particípio não admite ênclise.

Dada-me a resposta, calei-me. (errado)


Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)

2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise.

Direi-te a verdade. (errado)


Dir-te-ei a verdade (certo)

3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono.

Ambos se casarão amanhã.

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4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de


preposição ou palavra negativa.

Estou aqui para te servir (ou servir-te).


Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo).

5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será


possível se o pronome for o ou a.

Estamos a contemplá-la.
Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe).

Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a


existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a
uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal).

a) Verbo auxiliar + infinitivo


Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar)
Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal)
Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra
atrativa impede a ênclise)
Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio
“não” é insuficiente para impedi-la)

b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo


Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal)
Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal)

c) Verbo auxiliar + gerúndio


Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar)
Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal)

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Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra


atrativa, que impede a ênclise)
Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio
perde sua força atrativa)

d) Verbo auxiliar + particípio


Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise
do verbo principal por estar ele no particípio)
Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do
advérbio de negação)

Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do


que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar
“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como
atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos.

a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa)


b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós)
c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge
Amado)

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Em “exauri-los” e “poder-se-


á”, construiu-se corretamente a junção do pronome à forma verbal
Assinale a alternativa em que isso não ocorreu.

(A) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos


(B) permitireis + os = permiti-los-eis
(C) fizestes + lhes = fizeste-lhes
(D) encontraram + os = encontraram-nos
(E) aprenderás + as = aprendê-las-·ás

Resposta – C

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AULA 3

Comentário – Que tal recordar a forma correta de juntar pronomes oblíquos


átonos a verbos?
– me, te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos, vos:
a) associados a verbos terminados em –r, -s ou –z, e à palavra
eis, os pronomes o, a, os, as assumem as antigas formas
lo, la, los, las, caindo aquelas consoantes: Mandaram
prendê-lo. / Ajudemo-la. / Fê-los entrar. / Ei-lo aqui!
b) associados a verbos terminados em ditongo nasal (-am,
-em; -ão, -õe), os ditos pronomes tomam as forma no, na,
nos, nas: Trazem-no. / Ajudavam-na. / Dão-nos de graça.
/ Põe-no aqui.
c) associados a verbos conjugados no futuro do presente do
indicativo ou no futuro do pretérito do indicativo, os
pronomes “dividem” o verbo, sendo empregados logo após
o infinitivo e antes da desinência, respeitando as regras
anteriores: cantar + o + ei = cantá-lo-ei; dar + lhe + ei =
dar-lhe-ei.

Conclui-se, assim, que a forma correta é fizestes-lhes (sem a


necessidade de eliminar o S final do verbo).

20. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que contraria


a colocação pronominal exigida pelo padrão escrito culto é:

(A) os órgãos aos quais se destinam as verbas desenvolvem projetos de


segurança pública.
(B) dever-se-ia refletir sobre a construção histórica da violência.
(C) não põe-se em prática uma adequada política de prevenção ao crime.
(D) o jovem prefeito foi-se afirmando no cenário político.
(E) o secretário vai enviar-lhe os resultados da pesquisa no início da semana.

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Resposta – C
Comentário – Alternativa A: correta, pois o pronome relativo “os quais” atrai
o pronome oblíquo “se”. É um caso de próclise obrigatória.
Alternativa B: correta, pois com verbos no futuro do presente
ou futuro do pretérito, o pronome deve figurar no “meio” deles. É um caso de
mesóclise.
Alternativa C: o advérbio “não” atrai o pronome “se” (próclise
obrigatória), que não pode se empregado depois do verbo (ênclise).
Alternativa D: no meio de uma locução, o pronome pode surgir
depois do auxiliar com ou sem hífen, ou depois do principal com hífen
(ênclise).
Alternativa E: aqui, preferiu-se a ênclise do verbo principal da
locução “vai enviar” e colocou-se o pronome “lhe” depois dele.

Por hoje é só. Se tiver dúvidas, use o fórum.


Fique com Deus e até a próxima aula.

Professor Albert Iglésia

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AULA 3

QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Mas ainda não há um


programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa
conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela
direita.

Quantos verbos há no trecho acima?

(A) seis
(B) cinco
(C) quatro
(D) três

(E) dois

2. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DO ICMS/2006) O que você quer?

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o


futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?


(B) O que vós quiserdes?
(C) O que vós queríeis?
(D) O que vós quereríeis?
(E) O que vós querereis?

3. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Assinale a alternativa em que


a alteração da estrutura “de as gerações presentes virem a exauri-los”
provocou correta mudança da forma do verbo vir.

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AULA 3

(A) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes venham a


exauri-los
(B) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vissem a
exauri-los
(C) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vierem a
exauri-los
(D) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes viriam a
exauri-los
(E) colocando-se a possibilidade de que as gerações presentes vinham a
exauri-los

4. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Apesar das injeções maciças de liquidez


efetuadas pelos grandes bancos centrais, nunca se vira uma seca tão
severa de dinheiro nos mercados.”

Assinale a forma verbal que poderia substituir o verbo destacado no


trecho acima, sem prejuízo gramatical ou semântico.

(A) tivera visto


(B) tinha visto
(C) viu
(D) via
(E) tem visto

5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉC. LEG.- ADMINISTRAÇÃO/2008) “A política de


Estado tem evoluído no sentido de encontrar respostas a tais
necessidades.”

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

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I. A forma tem evoluído está no pretérito perfeito.


II. No período há somente um verbo em forma nominal.

Assinale:

(A) se as duas afirmativas estiverem corretas.


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se somente a afirmativa I estiver correta.
(D) se a afirmativa II estiver correta.

6. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “O público


brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a respeito de
possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus governantes
chamam de dívidas ilegítimas.”

No trecho acima, as formas verbais estão, respectivamente, no:

(A) presente do indicativo e presente do indicativo.


(B) presente do indicativo e presente do subjuntivo.
(C) presente do subjuntivo e presente do indicativo.
(D) pretérito perfeito do indicativo e presente do subjuntivo.
(E) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo.

7. (FGV/PREF. DE CAMPINAS/COORDENADOR PEDAGÓGICO/2008) “A


palavra ‘bárbaro’ provém do grego antigo e significa ‘não grego’.”

Assinale a alternativa em que não se tenha flexão correta do verbo


destacado no trecho acima.

(A) provêm
(B) proveio
(C) provieste

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(D) provisse
(E) provimos

8. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase a seguir “A liberdade


supõe a operação sobre alternativas;”, o verbo irregular foi flexionado
corretamente.

Assinale a alternativa em que se apresenta flexão incorreta da forma


verbal.

(A) Eles impunham condições para que o acordo fosse assinado.


(B) O julgador interveio na polêmica sobre os critérios de seleção.
(C) Não foi confirmado se a banca quereria dar à redação caráter eliminatório.
(D) Se os autores se disporem a ratear o valor, a publicação da revista será
certa.
(E) É necessário que atentemos para a questão da mudança de paradigma
científico.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) “Nos Estados Unidos e na


Europa existem legislações em trâmite nos parlamentos...”

No trecho acima, o verbo destacado pode ser substituído, sem prejuízo de


ordem gramatical, por

(A) devem haver


(B) deve existir
(C) houveram
(D) deverão haver
(E) poderão existir

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10. (FGV/SEFAZ-MS/FISCAL DE RENDAS/2006) Passando a fala "Adivinhe"


para a forma de tratamento vós, obtém-se:

(A) Adivinhais.
(B) Adivinhai.
(C) Adivinheis.
(D) Adivinhei.
(E) Adivinde.

11. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) O que está fora da sociedade


seria desumano.

O tempo verbal destacado constitui recurso expressivo adequado para


indicar:

(A) mudança ocorrida no momento em que se fala.


(B) ação conduzida no passado não concluído.
(C) situação tomada como hipotética.
(D) advertência sobre um fato futuro.
(E) fato passado de curso prolongado.

12. (FGV/SSP-RJ/PERITO DA POLÍCIA CIVIL-BIOLOGIA/2009) “Atinge toda a


região e a si mesmo, pois o Equador é credor no âmbito do CCR, e a
efetiva realização da ameaça de não honrar compromisso assumido o
impedirá de receber aquilo que lhe é devido.”

No trecho acima há:

(A) oito pronomes.


(B) sete pronomes.
(C) seis pronomes.

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(D) cinco pronomes.


(E) quatro pronomes.

13. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Analise o fragmento a


seguir.

Explica que a atitude formalista, respeitadora e zelosa dos


norte-americanos causa admiração e espanto aos brasileiros,
acostumados a violar e a ver violadas as próprias instituições.

Assinale a alternativa que apresente as propostas de substituição dos


trechos sublinhados nas quais se preserva a correção estabelecida pela
norma gramatical.

(A) Causa-lhe admiração e espanto / a vê-la violadas.


(B) Causa-os admiração e espanto / a ver-lhes violadas.
(C) Causa-los admiração e espanto / a ver-lhe violadas.
(D) Causa-os admiração e espanto / a vê-as violadas.
(E) Causa-lhes admiração e espanto / a vê-las violadas.

14. (FGV/POTIGAS/CONTADOR/2006) A diplomacia é exatamente isto: a arte


de usar sinais e palavras para manifestar agrados e desagrados, defender
interesses e estabelecer limites, construir respeito recíproco e negociar
parcerias.

O pronome destacado no trecho acima exerce função:

(A) anafórica.
(B) dêitica.
(C) epanafórica.
(D) catafórica.

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(E) díctica.

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “O avanço deste não


acarreta necessariamente impacto positivo daquela”, os pronomes
demonstrativos exercem, respectivamente, função:

(A) anafórica e catafórica.


(B) catafórica e catafórica.
(C) anafórica e anafórica.
(D) catafórica e anafórica.
(E) dêitica e dêitica.

16. (FGV/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2008) “Mas a co-relação de forças não


lhes permite ir mais longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos
bilaterais ou regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em
que o desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social e
ambiental.”

Os pronomes grifados no trecho acima têm, respectivamente, valor:

(A) catafórico e catafórico.


(B) anafórico e anafórico.
(C) dêitico e dêitico.
(D) anafórico e catafórico.
(E) catafórico e anafórico.

17. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) A energia nuclear pode ser


empregada para o bem ou para o mal. Na verdade, ela é investigada,
apurada e criada para algum resultado, que lhe confere validade. Não vale

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por si mesma, do ponto de vista ético. Pode valer pela sua eventual
utilidade, como meio; mas o uso de energia nuclear, para ser considerado
bom ou mau, deve referir-se aos fins humanos a que se destina.

Considerando as estratégias de referenciação no trecho acima, assinale a


alternativa cujo pronome não se refere à expressão “energia nuclear”:

(A) ela.
(B) lhe.
(C) si.
(D) sua.
(E) que.

18. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DO ICMS/2010) De acordo com a norma padrão,


o pronome relativo está corretamente empregado na seguinte alternativa:

(A) Esses são alguns autores sem cujas ideias ele jamais teria escrito o artigo.
(B) As características que um povo se identifica devem ser preservadas.
(C) Esse é o projeto cuja a meta principal é a reflexão sobre civismo no Brasil.
(D) Eis os melhores poemas nacionalistas os quais se tem conhecimento.
(E) Aqueles são os escritores cujos foram lançados os romances traduzidos.

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Em “exauri-los” e “poder-se-


á”, construiu-se corretamente a junção do pronome à forma verbal
Assinale a alternativa em que isso não ocorreu.

(A) cancelaríamos + as = cancelá-las-íamos


(B) permitireis + os = permiti-los-eis
(C) fizestes + lhes = fizeste-lhes
(D) encontraram + os = encontraram-nos
(E) aprenderás + as = aprendê-las-·ás

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20. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que contraria


a colocação pronominal exigida pelo padrão escrito culto é:

(A) os órgãos aos quais se destinam as verbas desenvolvem projetos de


segurança pública.
(B) dever-se-ia refletir sobre a construção histórica da violência.
(C) não põe-se em prática uma adequada política de prevenção ao crime.
(D) o jovem prefeito foi-se afirmando no cenário político.
(E) o secretário vai enviar-lhe os resultados da pesquisa no início da semana.

GABARITO

1) B 11) C
2) D 12) C
3) A 13) E
4) B 14) D
5) C 15) C
6) E 16) B
7) D 17) E
8) D 18) A
9) E 19) C
10) B 20) C

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Aula 4

Seja bem-vindo(a) à nossa aula 4! Hoje começamos a tratar da


sintaxe da oração e do período. Faremos isso dividindo o conteúdo em duas
aulas. Nesta, estudaremos as relações sintáticas entre os termos da oração;
na próxima, a sintaxe das orações do período.
E por falar em “período” e “oração”, você sabe identificar um(a)?
Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e
responda ao que se pede.

a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem?


b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado.

Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo


acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou.
Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo
enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma
informação satisfatória para a situação em que é utilizado.
Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas
frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo
ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um
enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto.
O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo
desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:

– Ai!
– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.

As frases de maior complexidade normalmente se organizam a


partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza
ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração.
Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não
há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal
“está” e constitui a única oração do diálogo.

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Aula 4

A frase organizada em orações constitui o período, que


pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado
por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é
marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por
vírgula ou ponto-e-vírgula. Veja os exemplos:

Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só


oração).
Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três
orações).

Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na


aula 5, ao estudarmos detalhadamente as orações, estabeleceremos
distinção entre período composto por coordenação, por subordinação e
período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz
sentido falar deles quando estivermos diante de uma oração.
O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e
resumida do que entendemos por termos da oração.

TERMOS DA ORAÇÃO

Essenciais Integrantes Acessórios

1 - Sujeito 1 – Complemento verbal 1 – Adjunto adverbial


2 - Predicado 2 – Complemento nominal 2 – Adjunto adnominal
3 – Agente da passiva 3 – Aposto

Eis os termos da oração! Sentiu a falta do vocativo? É que ele,


na verdade, não faz parte desse grupo, isto é, não faz parte da oração, é um

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Aula 4

termo independente dela. Não fique espantado. Os livros somente o


apresentam na mesma seção em que tratam dos termos da oração por uma
questão meramente didática. É isso que também farei aqui, principalmente
porque, em prova, é comum as bancas examinadoras induzirem os
candidatos a confundir o vocativo com o sujeito da oração.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

1. Sujeito Î é o termo do qual se declara alguma coisa; concorda


em número e pessoa com o verbo da oração (concordância verbal).
Frise-se que só faz sentido falar em sujeito quando estamos lidando com
orações, ou seja, quando é possível perceber uma relação entre um
determinado termo de uma oração e o verbo dessa mesma oração.

Nós estudamos muito.


José e Maria estudam muito.

Sujeito é uma função substantiva da oração, ou seja, são os


substantivos e as palavras de valor substantivo que atuam como
núcleos dessa função nas orações da Língua Portuguesa. Observe:

Os cidadãos
Todos
manifestaram sua insatisfação.
Ambos
Os covardes

Na sequência, temos: substantivo, pronome substantivo,


numeral substantivo e adjetivo substantivado exercendo a função de núcleo
do sujeito. Também é possível que o sujeito seja representado por uma
oração inteira.

Era forçoso que fosse assim.

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Aula 4

• TIPOS DE SUJEITO

1.1 Simples Î possui apenas um núcleo.

Todos aqueles estudantes participaram da manifestação.

1.2 Oculto, elíptico, implícito, desinencial Î é aquele que não está


materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela
desinência verbal ou pelo contexto.

Ficamos algum tempo sem falar. (o sujeito da oração é “nós”,


indicado pela desinência de primeira pessoa do plural “mos”).

“Soropita ali viera; na véspera, lá dormira”. (o contexto nos


permite afirmar que o sujeito da forma verbal “dormira” tem sua referência
em “Soropita”).

Hoje estudei muito. (o sujeito agora é representado pelo


pronome de primeira pessoa do singular “eu”).

“Guilhermina bocejou. Iria adormecer?” (outra vez, o contexto


nos auxilia na identificação do sujeito, que tem como referência o termo
“Guilhermina”)

1.3 Composto Î possui mais de um núcleo.

O professor, a diretora e eu saímos cedo.


O lazer e o esporte conduzem à saúde mental e física.

1.4 Indeterminado Î é aquele que não se pode ou não se quer


determinar, podendo ocorrer de duas maneiras basicamente:
a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que
haja referência a outro termo anteriormente identificado.

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Aula 4

Telefonaram para você.


Gritaram muito.

b) colocando o pronome oblíquo se (como índice de


indeterminação do sujeito) junto a verbos de ligação, intransitivos,
transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos diretos estejam
preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira pessoa do
singular:

Ficou-se feliz.
Vive-se bem.
Gosta-se de você.
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada
– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com
sujeito representado pelo termo “o vinho”).

1.5 Inexistente ou oração sem sujeito Î ocorre quando o fato


expresso na oração não pode ser atribuído a nenhum ser, surgindo um dos
chamados verbos impessoais, os quais ficam sempre na terceira pessoa
do singular (com raríssimas exceções). Observe os seguintes casos:
a) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, nevar,
gear, amanhecer, entardecer etc.

Está amanhecendo.
Trovejou violentamente.

ATENÇÃO! Choveram flores sobre os noivos. Î o verbo foi empregado com


sentido figurado (conotativo), por isso possui sujeito (simples).

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Aula 4

b) utilizando-se o verbo haver no sentido de existir,


acontecer, ou indicando tempo decorrido.

Aqui há alunos estudiosos.


Houve muitas brigas depois do jogo.
Há meses não o via.

ATENÇÃO! O verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser


empregado na oração quando indicar posse e possuir sujeito. Caso contrário,
será substituído pelo verbo haver no sentido de existir.
O aluno não teve aula. – correto
Não tem aula. – errado / Não há aula. – correto

c) utilizando-se o verbo fazer exprimindo fenômeno da


natureza ou tempo decorrido.

Faz muito calor aqui.


Faz anos que não o vejo.

ATENÇÃO! Fazem dois dias de vida os bebês. Î nesse exemplo, o fato


expresso na oração foi atribuído ao termo “os bebês”; sendo, pois, sujeito.

d) utilizando-se o verbo ir exprimindo tempo decorrido.

Vai para uns quinze anos escrevi uma crônica do Curvelo.

e) utilizando-se o verbo ser indicando distância ou tempo


decorrido.

Da minha casa à tua são dez quilômetros.


É uma hora e trinta minutos. // São duas horas.
Hoje são oito de maio. // Hoje é dia oito de maio.

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Observe que a verbo SER concorda com a expressão que indica


a distância ou o tempo decorrido.

2. Predicado Î é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito;


em termos práticos, equivale a tudo que é diferente do sujeito e do vocativo,
quando este ocorrer.

À noite, a temperatura diminuiu.


sujeito
predicado

Observação: Em todo predicado necessariamente existe um verbo, que é o


que de fato caracteriza uma oração, já que pode haver oração sem sujeito,
como você já perceberá.

• TIPOS DE PREDICADO
2.1 Verbal Î possui como núcleo um verbo nocional (ou uma
locução verbal), isto é, um verbo que exprime ação, acontecimento,
fenômeno natural, desejo, atividade mental (são mais conhecidos como
verbos transitivos e verbos intransitivos)

Ele está correndo.


Eu amo minha esposa.
Precisa-se de professores.
Dei um presente a ela.

2.2 Nominal Î possui como núcleo um nome (adjetivo, substantivo


ou outra palavra com valor substantivo), que desempenha a função de
predicativo do sujeito (termo que caracteriza o sujeito, tendo como
intermediário um verbo); seu verbo é não-nocional (mais conhecido como
verbo de ligação).

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Ele está cansado.


Você parece um monstro.
A vida é um constante retomar. (note que aqui o verbo
“retomar” foi substantivado pela presença do artigo indefinido “um”).

ATENÇÃO! Verbos podem variar de regime de acordo com o sentido que


possuem na oração. Esse é o caso, por exemplo, do verbo ESTAR. Em “Ele
está correndo”, o verbo “está” é auxiliar e integra uma locução verbal
indicativa de um processo, uma ação. Diferente é o seu emprego em “Ele
está cansado”, frase em que o mesmo verbo agora é tomado como não
nocional, ou de ligação. Na primeira frase, tem-se predicado verbal; na
segunda, nominal.
Variação semelhante pode ser observada também nos seguintes
exemplos: “A correnteza virou a canoa” e “A lagarta virou borboleta”. No
primeiro caso, o verbo “virou” indica uma ação; é, pois, nocional e núcleo do
predicado verbal. Já no segundo, se valor semântico indica uma mudança de
estado; sendo, portanto, não nocional e integrante de predicado nominal
cujo núcleo é o termo “lagarta”.

2.3 Verbo-Nominal Î apresenta dois núcleos: um verbo (que será


sempre nocional) e um nome (que funcionará como predicativo do sujeito
ou do objeto).

Os excursionistas voltaram exaustos da caminhada.

O ato foi acusado de ilegal.

Consideramos inaceitável a proposta apresentada.

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Aula 4

1. (FGV/SSP-RJ/PERITO CRIMINAL – FÍSICA/2008) “Não vale a pena,


nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa, como se
fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo
eleitoral para daqui a dois anos.”

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional.


II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto.
III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional.

Assinale:

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.


(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos.
(C) se apenas os itens II e III estiverem corretos.
(D) se nenhum item estiver correto.
(E) se todos os itens estiverem corretos.

Gabarito – E
Comentário – Item I: para verificar a exatidão do que foi dito, você precisa
fazer a pergunta ao verbo: “O que não vale a pena?” Eis a resposta:
“fragilizar o governo e sua política externa”. Esse é o termo sobre o qual a
declaração foi feita. Note ainda que esse sujeito possui um verbo, que
caracteriza uma oração. Item certo.
Item II: o termo “elemento decisivo” qualifica o objeto direto
do verbo “tornar”: “esta matéria”. Se você quiser tirar a dúvida, substitua o
objeto direto por um pronome substantivo: ...torná-la (esta matéria)
elemento decisivo... Note que o atributo dele permanece inalterado. Item
certo.
Item III: o verbo aludido é “fosse” (pretérito imperfeito do
subjuntivo). Eu sugiro que você faça novamente à pergunta ao verbo:

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“Como se fosse possível o quê?” A resposta é o sujeito: “testar a matéria”,


que também traz um verbo em sua estrutura. Item certo.

2. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “...o Estado pode


considerar desnecessária a tradução dos documentos...”

No trecho acima, o termo destacado exerce função sintática de:

(A) adjunto adnominal.


(B) adjunto adverbial.
(C) complemento nominal.
(D) predicativo do objeto.
(E) predicativo do sujeito.

Gabarito – D
Comentário – O verbo “considerar” é transitivo direto. O termo “a tradução
dos documentos” é o seu objeto direto. O adjetivo “desnecessária” é a
característica desse objeto; sintaticamente é o predicativo dele. Confirme
isso substituindo o objeto direto por um pronome oblíquo átono:
...considerá-la desnecessária...

3. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR DE ORÇAMENTO/2008) (...) Ora,


o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000
interceptações telefônicas autorizadas (...)

O termo estupefato exerce a função de:

(A) predicativo do sujeito.


(B) adjunto adnominal.
(C) adjunto adverbial.
(D) predicativo do objeto.

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(E) aposto.

Gabarito – A
Comentário – O adjetivo “estupefato” atribui ao substantivo “país” uma
qualidade. Sintaticamente, esse substantivo funciona como sujeito da
locução “ter percebido” (infinitivo composto do verbo perceber); o adjetivo
funciona como predicativo desse sujeito.
Atenção! Quando antecipado ou intercalado, o predicativo
do sujeito surge sempre separado pela vírgula: Insatisfeita, a torcida vaiou
o time.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

1. Complemento Verbal Î termo que completa o sentido dos


verbos transitivos.

1.1 Objeto Direto (OD) Î completa o sentido de um verbo


transitivo direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição
não é obrigatória).

Quero glória e fama.


Os jornais nada publicaram.

Observações: Em alguns casos, o OD vem representado por uma oração (a


qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva direta).

Não quero que fiques triste.

Os pronomes oblíquos também representam complementos


verbais, porém os pronomes o, a, os, as só funcionam como OD.

Comprei-o hoje.
Puseram-na de joelhos.
Irei levar-te de carro.

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Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição (objeto


direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja como for,
esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição) que
determinará se o complemento é ou não objeto direto. Tome nota dos casos
mais frequentes:

a) Com verbos que exprimem sentimentos:


Amamos a Deus.
Não amo a ninguém.

b) Para evitar ambiguidade:


Ama-se aos pais.
Notadamente aos mais desfavorecidos atingem essas medidas.

c) Por motivo de ênfase:


A médico, confessor e letrado nunca enganes.
Cumpri com a minha palavra.

d) Diante de pronome oblíquo tônico:


“Rubião esqueceu a sala, a mulher e a si”.
O novo horário incomoda a mim.

Também pode o OD vir representado, repetidamente, por um


pronome oblíquo átono ou tônico. É o que chamamos de objeto direto
pleonástico (ODP)

Árvore, filho e livro, queria-os perfeitos.


OD ODP

Encontrou-nos a nós.
OD ODP

1.2 Objeto Indireto (OI) Î completa o sentido de um verbo


transitivo indireto e, normalmente, aparece preposicionado.

Preciso de ajuda.

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Duvidava da riqueza da terra.

Observações: Em alguns casos, o OI vem representado por uma oração (a


qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva indireta).

Preciso de que me ajude.

Já vimos que os pronomes oblíquos podem representar


complementos verbais, porém os pronomes lhe e lhes só funcionam como
OI:

Dei-lhe o livro.
As noites não lhes trouxeram repouso.
Não me pertencem os seus óculos.

Semelhantemente ao que acontece com o objeto direto, o objeto


indireto pode também ser representado, repetidamente, por um pronome
oblíquo átono ou tônico ou por pronome de tratamento (objeto indireto
pleonástico):

A mim, ensinou-me tudo.


Aos meus escritores, não lhes dava importância.
Quem lhe disse a você que estavam no palheiro?

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a


alternativa cujo termo sublinhado desempenhe função sintática distinta
dos demais.

(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua
Gregório Filho, cruzamento...”
(B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes, goiabeiras
e cupuaçuzeiro...”

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Aula 4

(C) “...tem dez novas seringueiras que em 15 anos vão estar chovendo
sementes no quintal...”
(D) “Na pirâmide de caixotes em que se guardam os livros...”
(E) “Foi comovente acompanhar o hasteamento das bandeiras...”

Gabarito – D
Comentário – Tomemos o segmento “em que se guardam os livros.” Notou
o pronome “se” acompanhado do verbo transitivo direto “guardam”? Isso o
faz lembrar-se de algo? Sim, da voz passiva sintética, não é mesmo? Ela
pode até ser transforma em voz passiva analítica: ...em que os livros são
guardados. Creio que agora não resta dúvida de que o termo “os livros”
funciona como sujeito (paciente) do verbo “guardam” (observe ainda a
concordância de número e pessoa entre eles).
Em todas as outras opções temos objetos diretos, que
complementam, respectivamente, os sentidos dos verbos “localiza” (letra A),
“tem” (letra B), “chovendo” (letra C – cuidado aqui, pois o verbo foi
empregado com sentido figurado ou conotativo), “acompanhar” (letra E).

5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) (...) Por isso


mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a anterioridade dessa relação ao
regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto das terras que
ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o
dever de zelar pela sua integridade (...)

No fragmento de texto acima, à União exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.


(B) objeto indireto.
(C) adjunto adnominal.
(D) complemento nominal.

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(E) agente da passiva.

Gabarito – B
COMENTÁRIO – Observe que o verbo “atribuiu” tem seu sentido
complementado por dois termos: (o quê?) “o pertencimento delas” (sem
preposição) e (a quem?) “à União” (termo preposicionado). O primeiro
complemento é objeto direto; o segundo, objeto indireto.

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “não


necessariamente impondo ônus adicionais às gerações futuras” , o
termo grifado exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.


(B) adjunto adnominal.
(C) complemento nominal.
(D) sujeito.
(E) objeto indireto.

Gabarito – E
Comentário – Duas perguntas simples e eficazes ajudam-nos a resolver
questões desse tipo: “Impondo o quê?” e “Impondo a quem?”. A primeira
resposta (“ônus adicionais”) revela-nos o objeto direto do verbo; a segunda
(“às gerações futuras”), o objeto indireto dele.

7. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com a norma


gramatical, o item em que se substituiu corretamente o complemento
verbal sublinhado por um pronome é:

(A) buscar a felicidade individual/ buscar-la.


(B) preocupa certos conservadores/ preocupa-lhes.

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(C) localizará as raízes de nosso analfabetismo político/ localizará elas.


(D) sabemos que é preciso uma educação politizada/ sabemo-lo.
(E) tenhamos visto um momento/ tenhamos-no visto.

Gabarito – D
Comentário – Preliminarmente, você deve saber que os pronomes oblíquos
átonos a(s) e o(s) só podem complementar verbos transitivos diretos,
exercendo a função de objeto direto deles. Já o pronome oblíquo lhe(s)
complementa verbos transitivos indiretos e funciona como objeto indireto
deles.
Alternativa A: ao se unir a um pronome oblíquo átono, os
verbos terminados em R, S ou Z perdem essas consoantes: buscá-la.
Alternativa B: o termo sublinhado é objeto direto, por isso
deveria ser substituído por os: preocupa-os.
Alternativa C: com verbos no futuro do presente ou do
pretérito, o pronome oblíquo que funciona como objeto direto ocupa a
posição mesoclítica, com as devidas acomodações: localizá-la-á. Conforme a
norma gramatical, os pronomes retos ele(s) e ela(s) não funcionam como
complementos verbais.
Alternativa D: o termo sublinhado é objeto direto do verbo
“sabemos” (o quê?) e pode ser substituído pelo pronome oblíquo o. A união
de ambos faz o S final do verbo ser desprezado e transforma o o em lo:
“sabemo-lo”.
Alternativa E: de acordo com a explicação anterior, a forma
correta é tenhamo-lo visto. O pronome oblíquo só recebe a consoante N
quando se une a verbos terminados em ditongo nasal: põe-no, cantam-na
etc.

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2. Complemento Nominal (CN) Î termo que integra ou limita o


sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece
sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente do processo.

Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque


complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”).

O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque


complementa o significado semântico do adjetivo “prejudicial”).

Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato


“confiança” que tem seu valor semântico complementado pelo termo em
negrito).

A função de CN é representada por um substantivo ou por


qualquer palavra substantivada, conforme se depreende dos exemplos
anteriores. Isso quer dizer que essa função sintática também pode ser
exercida por uma oração (subordinada substantiva completiva
nominal):

Estou com vontade de suprimir este capítulo.

A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e


não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas
importantes:

I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou


adjetivo é CN.
Ela mora perto do curso. (CN)

II. Substantivo concreto não admite CN.


Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)

III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN


se a preposição não for de.

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A alegria na paz é infinita. (CN)

IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN


quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e será ADJ.
ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a origem do
processo).

A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – note que a


expressão “da vacina” indica o que foi descoberto).

A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o


termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).

TEXTO II

8. (FGV/SEFAZ-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) Assinale a


alternativa que apresente, respectivamente, a correta função sintática
de medo e de abrir no texto II.

(A) adjunto adverbial – objeto indireto

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(B) predicativo do sujeito – complemento nominal


(C) predicativo do sujeito – adjunto adnominal
(D) objeto direto – adjunto adnominal
(E) objeto direto – complemento nominal

Gabarito – E
Comentário – O substantivo abstrato “medo” complementa o valor
semântico do verbo transitivo “tem”, servindo-lhe de objeto direto. Por sua
vez, o termo preposicionado “de abrir” complementa o sentido daquele
nome, sendo o alvo do “medo”. Logo, as funções sintáticas desempenhadas
pelos termos são, respectivamente, objeto direto e complemento nominal.

9. (FGV/FNDE/TÉCNICO EM FINANCIAMENTO/2007) “É precisamente nesse


contexto que surgem o direito à intercomunicação, a inteligência
coletiva...”

No trecho acima, se grafássemos o segundo A com acento indicativo de


crase (à inteligência coletiva), ocorreria uma mudança de função
sintática do termo à inteligência coletiva, que deixaria de ser:

(A) sujeito e passaria a ser objeto indireto.


(B) objeto direto e passaria a ser objeto indireto.
(C) complemento nominal e passaria a ser adjunto adverbial.
(D) sujeito e passaria a ser complemento nominal.
(E) objeto direto e passaria a ser complemento nominal.

Gabarito – D
Comentário – A relação original entre os constituintes sintáticos da oração
nos permite entender que “o direito à intercomunicação” e “a inteligência
coletiva” formam o sujeito composto do verbo “surgem”. Normalmente,
quando o sujeito vem depois do verbo, as pessoas tendem a confundi-lo

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com o objeto, pois a ordem natural dos termo é SVO. Experimente


reordenar os termos: É precisamente nesse contexto que o direito à
intercomunicação, a inteligência coletiva surgem... Ficou melhor?
Caso o acento grave fosse utilizado como o examinador
sugeriu, o sujeito “a inteligência coletiva” se tornaria complemento do
nome “direito”: ...direito à intercomunicação, à inteligência...

10. (FGV/DOCAS-SP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) Os mesmos quatro


setores seriam sensíveis a essas medidas no resto do mundo.

O termo sublinhado no trecho acima exerce a função sintática de

(A) objeto direto.


(B) complemento nominal.
(C) adjunto adnominal.
(D) adjunto adverbial.
(E) predicativo do sujeito.

Gabarito – B
Comentário – O termo sublinhado complementa o sentido do adjetivo
“sensíveis”. Repare que esse termo vem preposicionado (o “a” não recebe
acento grave indicativo de crase porque diante de “esse” ele é proibido).
Termo preposicionado que completa sentido de adjetivo exerce função de
complemento nominal.

3. Agente da Passiva Î termo que, na voz passiva, pratica a


ação expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.

As ruas foram lavadas pelas chuvas.


Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.

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Atenção! Como regra geral, a voz passiva é uma flexão privativa dos
verbos TD. Quando você tiver VTD + SE (às vezes, o pronome surge
anteposto ao verbo), o pronome será apassivador, e não índice de
indeterminação do sujeito.
O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por
preposição (por, per, de).
A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente da
ação expressa pelo verbo;
A voz passiva analítica (ou verbal) pode apresentar agente da
passiva, mas a voz passiva sintética (ou pronominal) nunca apresentará
agente da passiva.

Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa com sujeito simples:


“Cabral”).
O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva analítica; o
termo destacado é o agente).
Vendem flores. (voz ativa com sujeito indeterminado).
Flores são vendidas. (voz passiva analítica sem agente da
passiva).
Vendem-se flores. (voz passiva sintética sem agente da passiva).

11. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Não, a política externa


não pode se guiar por convicções e preferências partidárias.

O termo grifado acima desempenha função sintática de:

(A) complemento nominal.


(B) objeto indireto.
(C) adjunto adverbial.
(D) agente da passiva.

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(E) adjunto adnominal

Gabarito – D
Comentário – Vamos combinar uma coisa: quando você identificar um
pronome SE na frase, imediatamente analise o verbo ao qual ele está
atrelado. Se o verbo for TD, muito provavelmente essa construção
representa voz passiva sintética. Como toda voz passiva sintética pode ser
transformada em voz passiva analítica, faça a devida transformação e
comprove:
- Não, a política externa não pode se guiar por convicções
e preferências partidárias. (voz passiva sintética)
- Não, a política externa não pode ser guiada por
convicções e preferências partidárias. (voz passiva analítica)

Nos dois casos, o sujeito “a política externa” sofre ou


recebe a ação indicada pela locução verbal. E o termo em negrito é o
desencadeador ou agente desse processo. Este é, pois, agente da passiva.

12. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Assinale a alternativa em


que a classificação da palavra se, no trecho “a falta de caráter é algo
intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que se
desenvolvem neste país”, esteja correta.

(A) Pronome reflexivo.


(B) Partícula apassivadora.
(C) Índice de indeterminação do sujeito.
(D) Conjunção subordinativa condicional.
(E) Parte integrante do verbo.

Gabarito – B

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Comentário – Se você seguiu o meu conselho, deve ter verificado que o


“se” forma com o verbo “desenvolvem” (= transitivo direto) voz passiva
sintética (ou pronominal):

- ...na maioria das atividades que se desenvolvem neste


país. (voz passiva sintética)
- ...na maioria das atividades que são desenvolvidas neste
país. (voz passiva analítica)

Nos dois casos, o verbo concorda com o termo “na maioria


das atividades”, antecedente do pronome relativo “que” (este é o verdadeiro
sujeito do verbo – não se preocupe, por enquanto, com esse tipo de
concordância, pois será detalhada na aula específica). Repare que o agente
da passiva (que não é obrigatório) não está indicado no trecho.
Já que a questão nos permite, vamos estender a explicação
sobre as funções do SE.

• Valores morfológicos:

1. Parte integrante do verbo (acompanha os chamados verbos


reflexivos essenciais, os seja, expressam uma ação que o sujeito não
pode exercer efetivamente sobre outro ser)
Ex.: A turma queixou-se da prova.

2. Partícula expletiva ou de realce (usado simplesmente por uma


questão de estilo ou ênfase)
Ex.: Todos já se foram.
Ela riu-se com a pergunta.

3. Substantivo (acompanhado de artigo ou de pronome adjetivo)


Ex.: Nenhum “se” deixará de ser estudado.
O revisor retirou o se da frase.

4. Conjunção (conecta orações)

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Ex.: Não sei se ele virá. (integrante)


Se vier, traga uma garrafa de refrigerante. (condicional)
Se não me amas, só me resta partir. (causal)

5. Pronome apassivador (ocorre com verbos transitivos diretos ou


transitivos diretos e indiretos em estrutura de voz passiva sintética;
indica que a ação verbal é sofrida pelo sujeito)
Ex.: Vendem-se casas.
Doaram-se alguns livros à escola.

6. Índice de indeterminação do sujeito


Ex.: Precisa-se de ajudantes. (VTI + SE)
Brinca-se muito neste lugar. (VI + SE)
É-se feliz aqui. (VL + SE)
Ama-se a Deus. (VTD + SE + PREPOSIÇÃO)

• Sintaticamente, o SE (= pronome reflexivo) pode desempenhar


as seguintes funções, retomando por coesão anafórica o sujeito do
verbo, substituindo-o:

1. Objeto direto (indica que o agente e o paciente da ação verbal são os


mesmos)
Ex.: A vítima medicou-se.

2. Objeto indireto
Ex.: Ele impôs-se severo regime.

3. Sujeito (de verbo no infinitivo; faz parte de um período composto)


Ex.: Deixou-se ficar na cadeira de balanço.
Bem, estamos chegando ao fim desta aula. É compreensível que
você esteja meio cansado(a). Tenho consciência de que é muita informação
ao mesmo tempo. Mas, sinceramente, julgo importante este assunto. Se

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você não conseguir compreender a relação estabelecida entre os termos da


oração, terá dificuldades de responder corretamente às questões de prova e
de compreender algumas relações sintáticas entre as orações. Logo, avance
mais um pouquinho. Vamos lá!

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

1. Adjunto Adnominal Î é termo de valor adjetivo que serve


para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser
expresso por:

a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.


b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.
c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.
d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.
f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,
caíram-lhe pelo rosto.

Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado por


mais de um adjunto adnominal:

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram.

Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com


predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para
facilitá-lo a distinguir um e outro.
Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal
também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo
como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e
perceber que o adjunto adnominal também desaparece:

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O novo método facilitou os alunos despreparados.

AA AA Núc. do Suj. AA Núc. do OD AA

Ele facilitou-os.

Suj. OD

A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do


objeto:
Sua atitude deixou seus amigos perplexos.

AA Núc. do Suj. AA Núc. do OD POD

Ela deixou-os perplexos.

Suj. OD POD

13. (FGV/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) (...) Já


há evidências de que mudanças climáticas introduziram epidemias em
regiões anteriormente livres delas.(...)

Em relação à estrutura sintática do período acima, analise as


afirmativas a seguir:

I. Há, em todo o período, dois casos de complemento nominal.


II. Há, em todo o período, dois casos de objeto direto.
III. Há, em todo o período, dois casos de adjunto adnominal.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.

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(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Gabarito – B
Comentário – Item I: os dois complementos nominais são “...de que
mudanças climáticas...”, que complementa o sentido do substantivo abstrato
“evidências”, e “...delas”, que complementa o valor semântico do adjetivo
“livres”. Item correto.
Item II: os dois objetos diretos são “evidências”, que
complementa o significado da forma verbal “há”, e “epidemias”, que encerra
a significação do verbo “introduziram”. Item correto.
Item III: os dois adjuntos adnominais são representados
pelo adjetivo “climáticas”, que qualifica o substantivo “mudanças”, e pelo
adjetivo “livres”, que classifica o substantivo “regiões”. Item correto.

2. Adjunto Adverbial Î é termo de valor adverbial que denota as


circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso
por:

a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado.


b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós
começamos a dançar sob o sol do meio-dia.
c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não
havia mais ninguém por perto.

Os adjuntos adverbiais recebem diversas classificações, todas de


acordo com a circunstância que indicam. A seguir, há apenas uma pequena
relação:

a) causa: Por que lhes daria tanta dor?


b) companhia: Vivia com Daniela.

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c) condição: Sem estudar, não passará.


d) concessão: Apesar de tudo, estudamos muito.
e) dúvida: Acaso fizeste mesmo isso?
f) fim: Há homens para tudo.
g) instrumento: Bati-lhe com o chicote.
h) intensidade: Gosto muito de ti.
i) lugar: Veja aonde vai.
j) matéria: Esta é feita de barro.
k) meio: Voltamos de bote.
l) modo: Vagarosamente ela recolheu o fio.
m) negação: Não desanimem.
n) preço: O curso custa cem reais.
o) tempo: Estudaremos até as duas horas.

Observação: Às vezes não é possível precisar a circunstância


expressa pelo adjunto adverbial. Neste exemplo, é difícil distinguir se o
adjunto adverbial é de modo ou de intensidade:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

14. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) O ensino técnico


profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se
persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam
definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores.

O termo sublinhado no período acima exerce a função sintática de

(A) adjunto adverbial.


(B) agente da passiva.
(C) complemento nominal.
(D) adjunto adnominal.

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(E) objeto indireto.

Gabarito – A
Comentário – O termo sublinhado tem valor semântico de causa da perda
definitiva das oportunidades; sintaticamente, funciona como adjunto
adverbial.

3. Aposto Î é termo de caráter nominal que se junta a um


substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:

a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,


escreveu vários livros.
b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.
c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor
salário, assistência médica e redução da carga horária.
d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras
alegres.
e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo
era paixão.

O aposto também pode vir representado por uma oração


(oração subordinada substantiva apositiva).

Só quero uma coisa: que vocês estudem.

Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere


(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da
passiva, etc.).

Ela, Dora, foi muitíssimo discreta.


Suj

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As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das


propriedades.
Pred. do Suj.

O aposto especificativo não vem marcado por sinais de


pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é,
normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo
comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição.

A cidade de Lisboa é linda.


O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.
O mês de maio é o mês das noivas.

15. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a


alternativa que apresente caso de aposto.
(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua
Gregório Filho...”
(B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes, goiabeiras
e cupuaçuzeiro...”
(C) “...Uma varanda aberta, acolhedora, envolve a casinha de madeira
reformada...”
(D) “...ao alcance das mãos e olhos ávidos, curiosos, remexendo o acervo
dos livros...”
(E) “...troncos naturais polidos e cortados sustentam outras coleções como
mesas de apoio, enquanto os muito pequenos, sentados lado a lado em
esteiras de palha de bananeira, rolam as páginas coloridas...”

Gabarito – A
Comentário – O termo “Chico Mendes” (substantivo próprio) especifica o
“bairro” (substantivo comum) e funciona como aposto.

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Alternativa B: a expressão “canteiros verdes”, juntamente


com “cerca”, “goiabeiras” e “cupuaçuzeiro”, constitui o complemento
direto do verbo “tem”.
Alternativa C: o adjetivo “acolhedora” qualifica o substantivo
“varanda” (note a concordância de gênero e número entre ambos),
funcionando como adjunto adnominal dele.
Alternativa D: semelhantemente, o adjetivo “curiosos”
caracteriza os substantivos “mãos” e “olhos”, exercendo função típica
adjunto adnominal. A concordância com o masculino se dá por causa da
prevalência dele numa situação de concorrência com o gênero feminino (isso
será retomado na aula sobre regras de concordância).
Alternativa E: toda a expressão sublinhada é outro adjunto
adnominal dos “troncos”, termo subentendido na expressão “os (troncos)
muito pequenos”.

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) “O desenvolvimento


sustentável é política de governo em algumas cidades, e não apenas um
conjunto de medidas dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente
de Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI –
Governos Locais pela Sustentabilidade.

No trecho acima, há quantas ocorrências de aposto?

(A) Uma.
(B) Nenhuma.
(C) Três.
(D) Quatro.
(E) Duas.

Gabarito – E

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Comentário – Há apenas duas ocorrências de aposto:


- “diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI”,
que explica/esclarece quem de fato é “Laura Valente de Macedo”; e
- “Governos Locais pela Sustentabilidade”, que
explica/esclarece o significado de “ICLEI”.

17. (FGV/SSP-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que analisa


corretamente a função sintática do fragmento sublinhado é:

(A) “Portanto, a sociedade brasileira tradicional, a partir de um complexo


equilíbrio de hierarquia e individualismos...”– aposto.
(B) “A sociedade civil, por si só, é insuficientemente organizada para
enfrentar esses desafios e criar alternativas...” – objeto direto.
(C) “Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam
mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica
compartilhada.” – sujeito.
(D) “Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente,
pelo estabelecimento de uma política...” – adjunto adnominal.
(E) “A perda de credibilidade...” – objeto indireto.

Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: compare o que afirmou o examinador com o
que eu expliquei sobre as características de um aposto. Não há no
segmento nenhum termo que seja explicado, especificado,
esclarecido, desenvolvido ou resumido pelo termo sublinhado. Item
errado.
Alternativa B: objeto direto é termo que complementa
sentido de verbo transitivo direto. O particípio “organizada” é o próprio

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verbo, que com o auxílio do verbo “é” forma a voz passiva analítica. Item
errado.
Alternativa C: aqui, o cuidado que você deve tomar é não
confundir sujeito com objeto direto. O mais comum é realmente o sujeito
surgir anteposto ao verbo e o objeto, posposto a ele. Mais essa regra geral
às vezes não é seguida. Em “existiam mecanismos de controle social”, o
termo sublinhado é o sujeito da forma verbal (O que existia? Mecanismos
de controle social existiam.). Item certo.
Alternativa D: “inevitavelmente” é termo de valor adverbial
que denota a circunstância em que se desenvolve o processo verbal.
Funciona, portanto, como adjunto adverbial. É comum o sufixo –mente
unir-se a adjetivos para formar advérbios (infeliz + mente = infelizmente,
legal + mente = legalmente). Item errado.
Alternativa E: para ser objeto indireto, um termo tem que
complementar o sentido de um verbo. O vocábulo “perda” é substantivo
abstrato; seu significado é complementado pelo termo “de credibilidade”.
Faça o teste: a credibilidade perde ou é perdida? Ela é perdida, percebe?
Então, se é paciente, sua função sintática é complemento nominal. Item
errado.

Por fim, quero apresentar-lhe o vocativo. Ele é um termo


isolado, não faz parte dos termos essenciais, dos termos integrantes nem
dos termos acessórios. A função do vocativo é chamar ou interpelar a
pessoa a quem nos dirigimos. Vem sempre marcado por pontuação,
admite a anteposição de interjeição e não deve ser confundido com o sujeito
da oração.

Meu amigo, que horas são? (sujeito inexistente)

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A ordem, meus amigos, é a base do governo. (sujeito: “A


ordem”)

Ó minha amada, que olhos os teus! (frase nominal).

Por enquanto é só. Abaixo estão as questões sem os respectivos


comentários, para que você possa se exercitar durante a semana. Adiante
está o gabarito.
Fique com Deus e até a próxima aula.

Prof. Albert Iglésia

QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SSP-RJ/PERITO CRIMINAL – FÍSICA/2008) “Não vale a pena,


nessa conjuntura, fragilizar o governo e sua política externa, como se
fosse possível tornar esta matéria elemento decisivo para o jogo
eleitoral para daqui a dois anos.”

A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:

I. O sujeito do primeiro verbo do trecho é oracional.


II. O termo elemento decisivo tem função de predicativo do objeto.
III. O sujeito do verbo no subjuntivo é oracional.

Assinale:

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.


(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos.
(C) se apenas os itens II e III estiverem corretos.
(D) se nenhum item estiver correto.
(E) se todos os itens estiverem corretos.

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2. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “...o Estado pode


considerar desnecessária a tradução dos documentos...”

No trecho acima, o termo destacado exerce função sintática de:

(A) adjunto adnominal.


(B) adjunto adverbial.
(C) complemento nominal.
(D) predicativo do objeto.
(E) predicativo do sujeito.

3. (FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR DE ORÇAMENTO/2008) (...) Ora,


o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000
interceptações telefônicas autorizadas (...)

O termo estupefato exerce a função de:

(A) predicativo do sujeito.


(B) adjunto adnominal.
(C) adjunto adverbial.
(D) predicativo do objeto.
(F) aposto.

4. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a


alternativa cujo termo sublinhado desempenhe função sintática distinta
dos demais.

(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua
Gregório Filho, cruzamento...”

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(B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes, goiabeiras


e cupuaçuzeiro...”
(C) “...tem dez novas seringueiras que em 15 anos vão estar chovendo
sementes no quintal...”
(D) “Na pirâmide de caixotes em que se guardam os livros...”
(E) “Foi comovente acompanhar o hasteamento das bandeiras...”

5. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) (...) Por isso


mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a anterioridade dessa relação ao
regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto das terras que
ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o
dever de zelar pela sua integridade (...)

No fragmento de texto acima, à União exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.


(B) objeto indireto.
(C) adjunto adnominal.
(D) complemento nominal.
(E) agente da passiva.

6. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) No trecho “não


necessariamente impondo ônus adicionais às gerações futuras” , o
termo grifado exerce a função sintática de:

(A) adjunto adverbial.


(B) adjunto adnominal.
(C) complemento nominal.
(D) sujeito.
(E) objeto indireto.

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7. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) De acordo com a norma


gramatical, o item em que se substituiu corretamente o complemento
verbal sublinhado por um pronome é:

(A) buscar a felicidade individual/ buscar-la.


(B) preocupa certos conservadores/ preocupa-lhes.
(C) localizará as raízes de nosso analfabetismo político/ localizará elas.
(D) sabemos que é preciso uma educação politizada/ sabemo-lo.
(E) tenhamos visto um momento/ tenhamos-no visto.

TEXTO II

8. (FGV/SEFAZ-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) Assinale a


alternativa que apresente, respectivamente, a correta função sintática
de medo e de abrir no texto II.

(A) adjunto adverbial – objeto indireto

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(B) predicativo do sujeito – complemento nominal


(C) predicativo do sujeito – adjunto adnominal
(D) objeto direto – adjunto adnominal
(E) objeto direto – complemento nominal

9. (FGV/FNDE/TÉCNICO EM FINANCIAMENTO/2007) “É precisamente nesse


contexto que surgem o direito à intercomunicação, a inteligência
coletiva...”

No trecho acima, se grafássemos o segundo A com acento indicativo de


crase (à inteligência coletiva), ocorreria uma mudança de função
sintática do termo à inteligência coletiva, que deixaria de ser:

(A) sujeito e passaria a ser objeto indireto.


(B) objeto direto e passaria a ser objeto indireto.
(C) complemento nominal e passaria a ser adjunto adverbial.
(D) sujeito e passaria a ser complemento nominal.
(E) objeto direto e passaria a ser complemento nominal.

10. (FGV/DOCAS-SP/AUXILIAR PORTUÁRIO/2010) Os mesmos quatro


setores seriam sensíveis a essas medidas no resto do mundo.

O termo sublinhado no trecho acima exerce a função sintática de

(A) objeto direto.


(B) complemento nominal.
(C) adjunto adnominal.
(D) adjunto adverbial.
(E) predicativo do sujeito.

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11. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) Não, a política externa


não pode se guiar por convicções e preferências partidárias.

O termo grifado acima desempenha função sintática de:

(A) complemento nominal.


(B) objeto indireto.
(C) adjunto adverbial.
(D) agente da passiva.
(E) adjunto adnominal

12. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Assinale a alternativa em


que a classificação da palavra se, no trecho “a falta de caráter é algo
intrínseco e altamente difundido na maioria das atividades que se
desenvolvem neste país”, esteja correta.

(A) Pronome reflexivo.


(B) Partícula apassivadora.
(C) Índice de indeterminação do sujeito.
(D) Conjunção subordinativa condicional.
(E) Parte integrante do verbo.

13. (FGV/PREF. DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) (...) Já


há evidências de que mudanças climáticas introduziram epidemias em
regiões anteriormente livres delas.(...)

Em relação à estrutura sintática do período acima, analise as


afirmativas a seguir:

I. Há, em todo o período, dois casos de complemento nominal.


II. Há, em todo o período, dois casos de objeto direto.

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III. Há, em todo o período, dois casos de adjunto adnominal.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

14. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) O ensino técnico


profissionalizante de fato precisa hoje correr contra o relógio, pois, se
persistir a falta de pessoal qualificado, as oportunidades acabam
definitivamente perdidas pela desistência dos potenciais empregadores.

O termo sublinhado no período acima exerce a função sintática de

(A) adjunto adverbial.


(B) agente da passiva.
(C) complemento nominal.
(D) adjunto adnominal.
(E) objeto indireto.

15. (FGV/MINISTÉRIO DA CULTURA/ENGENHEIRO CIVIL/2006) Assinale a


alternativa que apresente caso de aposto.
(A) “...você localiza em Rio Branco, no bairro Chico Mendes, uma rua
Gregório Filho...”
(B) “...uma casa de encantamentos, tem cerca, canteiros verdes, goiabeiras
e cupuaçuzeiro...”

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(C) “...Uma varanda aberta, acolhedora, envolve a casinha de madeira


reformada...”
(D) “...ao alcance das mãos e olhos ávidos, curiosos, remexendo o acervo
dos livros...”
(E) “...troncos naturais polidos e cortados sustentam outras coleções como
mesas de apoio, enquanto os muito pequenos, sentados lado a lado em
esteiras de palha de bananeira, rolam as páginas coloridas...”

16. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) “O desenvolvimento


sustentável é política de governo em algumas cidades, e não apenas um
conjunto de medidas dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente
de Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do ICLEI –
Governos Locais pela Sustentabilidade.

No trecho acima, há quantas ocorrências de aposto?

(A) Uma.
(B) Nenhuma.
(C) Três.
(D) Quatro.
(E) Duas.

17. (FGV/SSP-AP/DELEGADO DE POLÍCIA/2010) A alternativa que analisa


corretamente a função sintática do fragmento sublinhado é:

(A) “Portanto, a sociedade brasileira tradicional, a partir de um complexo


equilíbrio de hierarquia e individualismos...”– aposto.
(B) “A sociedade civil, por si só, é insuficientemente organizada para
enfrentar esses desafios e criar alternativas...” – objeto direto.

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Aula 4

(C) “Na sociedade tradicional, com sua violência constitutiva, existiam


mecanismos de controle social que marcaram uma moralidade básica
compartilhada.” – sujeito.
(D) “Hoje um projeto capaz de mobilizar a nação passa, inevitavelmente,
pelo estabelecimento de uma política...” – adjunto adnominal.
(E) “A perda de credibilidade...” – objeto indireto.

GABARITO
1. E
2. D
3. A
4. D
5. B
6. E
7. D
8. E
9. D
10. B
11. D
12. B
13. B
14. A
15. A
16. E
17. C

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Aula 5

Na aula de hoje, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da


oração e do período, agora com o foco voltado para a relação existente
entre as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma
oração e o que é um período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei
minhas explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período?
Se você ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler a aula 4. Se
precisar, utilize também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos
etc.).
Tenho notado que muitos alunos sentem dificuldades de
responder às questões de provas sobre orações porque não compreendem
seus valores semânticos, muita vezes explicitados logo pela conjunção
introdutória, e suas corretas nomenclaturas. Mas devo dizer que sou contra
aquele tipo de “decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os
tempos escolares. É possível, por exemplo, que uma conjunção tipicamente
adversativa introduza uma oração de valor semântico aditivo, e vice-versa –
o que mudará, obviamente, a classificação da conjunção e, por
consequência, da própria oração.
Admito, porém, que há significativa importância nos estudos
“cartezianos” das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais
difícil de ser compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já
vão para a sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas
características e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco
semelhante, por isso iniciarei explicando cada uma delas separada e
detalhadamente.
De início, você deve observar que as orações surgem
organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou
composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou
uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

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Aula 5

Vive-se um momento social delicado.


Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso


em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade
(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o


verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já
que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba,
é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a
coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o
elemento “co-”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras
palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto,
adjunto adnominal, adjunto adverbial etc.) por qualquer das orações do
período.

É necessário que vocês estudem.

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações:


“É necessário” e “que vocês estudem”. Você já deve ter percebido que a
primeira oração é constituída por um verbo de ligação (“é”) e por um termo
(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde
está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração
(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque
a frase na ordem direta:

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Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício:


substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela


oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha
alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de
subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo
“sub-”, tradutor da noção de posição abaixo, dependência.
Às vezes, em um mesmo período, as orações que o compõem
articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

Eu disse que trabalho e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)


subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o
significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto
direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações
estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se
à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto,
ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a


economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento – e a
qualidade da educação continuar baixa.(...)

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A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a


seguir:

I. Há uma oração principal.


II. Há duas orações subordinadas adverbiais.
III. O período é composto por coordenação e subordinação.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas
(D) se nenhuma alternativa estiver correta
(E) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

Gabarito – E
Comentário – Sugiro que você sublinhe ou circule os verbos, pois eles
representam a quantidade de orações: “São”, “multiplicarão”, “continuar” e
“continuar” (ele se repete mesmo). Temos, portanto, quatro orações, assim
constituídas:
1 – “São numerosas oportunidades perdidas”
2 – “que se multiplicarão”
3 – “se a economia brasileira continuar com seu impulso de
crescimento”
4 – “e a qualidade da educação continuar baixa.”
Agora temos que analisar a relação existente entre elas. A
primeira oração é principal em relação à segunda. Esta é subordinada
(adjetiva) à primeria porque funciona como adjunto adnominal restritivo (o
“que” é pronome relativo e substitui a expressão “numerosas oportunidades
perdidas”). Mas a segunda oração é tamém princiapal em relação à terceira
e à quarta. Repare que estas exprimem as condições para que as numerosas
oportunidades perdidas se multipliquem. Sendo assim, a terceira e a quarta

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oração equivalem-se a adjuntos adverbiais condicionais e são verdadeiras


orações subordinadas adverbiais. Finalmente, a relação entre as duas
últimas orações é de coordenação; ambas são independentes
sintaticamente falando. Note que as ideias expressas por elas se somam e
não dependem uma da outra (a conjunção coordenativa “e” ajuda a
evidenciar essa relação).
Conclui-se, então, que existem duas orações principais,
duas orações subordinadas adverbiais e que o período é composto por
subordinaçaõ e coordenação (período misto).

2. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e


outras enfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm
sua incidência aumentada, tanto por causa das dificuldades de
saneamento nas secas, quanto por contaminação com esgotos, lixo e
dejetos de animais durante as enchentes.(...)

O período acima

(A) é composto por coordenação.


(B) é composto por subordinação.
(C) é composto por coordenação e subordinação.
(D) é simples.
(E) apresenta orações reduzidas.

Gabarito – D
Comentário – Esta questão é bem mais simples, não é mesmo? Porém é
possível que alguém se impressione por causa do tamanho do enunciado.
Saiba que tamanho não é documento! Conte quantos verbos ou locuções
verbais aparecem no período. E aí? Só um: “têm”, conjugado na terceira

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pessoa do plural do presente do indicativo! Então só existe uma oração, que


é chamada de absoluta, e o período é simples.

Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,


precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada
uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá
por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos
uma coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre
orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação
assindética (sem conjunção). Averiguemos!

ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS E SINDÉTICAS


As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem
conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações
coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe
nome semelhante ao da oração.

Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)


Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)
Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com
conjunção)

ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração


de um período composto por coordenação.
2 – O mesmo período pode ser composto por orações
coordenadas assindéticas e sindéticas.
“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à
primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da
conjunção “e”).

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• CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a ideia de soma, de


acrescentamento ao que já foi dito.

Ela falava, e eu ouvia.


Nossas crianças não fumam nem bebem.
Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro
lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)

b) Adversativas – exprimem fatos com valores semânticos de


oposição, ressalva, adversidade em relação ao que se declarou
antes; a ideia é de contraste.

Apressou-se, contudo não chegou a tempo.

Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no


entanto, não obstante, contudo.

3. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008)

(...) No entanto, o tema central do encontro - o desmatamento de uma


região que perde um Rio de Janeiro por mês de floresta – foi o que
menos parece ter mobilizado os participantes (...).

O conectivo “no entanto” pode ser substituído, mantendo-se o sentido


original, por:

(A) ainda que.


(B) entretanto.

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(C) portanto.
(D) visto que.
(E) pois.

Gabarito – B
Comentário – A utilização do conectivo no entanto evidencia o valor
adversativo do segmento textual. Esse mesmo valor pode ser preservado
por meio da conjunção entretanto.
As outras conjunções traduzem sentidos diferentes. Veja:
– ainda que: concessivo;
– portanto: conclusivo;
– visto que: causal;
– pois: explicação, conclusão e causa

4. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Em qualquer lugar (mesmo que seja um ônibus, por exemplo),


sempre há alguém falando sobre a crise na saúde, a crise na educação
e, inclusive, a crise ética na política brasileira.
Contudo, é preciso notar também que, muitas vezes, enquanto
cidadãos, nós mesmos raramente decidimos fazer alguma coisa pela
transformação da realidade (...)

A conjunção Contudo conecta:

(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém


falando.
(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os
fatos.
(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se
disse.

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(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.


(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

Gabarito – E
Comentário – O exercício comprava a minha explicação. Quando era de se
esperar um engajamento dos cidadãos para mudar a realidade, veio a
constatação de que isso raramente acontece. Portanto a ideia introduzida
pelo conectivo “Contudo” contraria a anterior.
Algumas observações são importantes:
– não existe oração subordinada aditiva (letra A);
– a conjunção contudo jamais introduz uma consequência
(letra B) ou uma conclusão (letra C);
– essa conjunção integra o rol das conjunções
coordenativas, por isso não pode introduzir oração subordinada (letra D).

5. (FGV/BADESC/ANALISTA DE RISCO DE CRÉDITO/2010) A natureza do


Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é
inadequada à realidade individual.

A respeito do uso do vocábulo porém no fragmento acima, é correto


afirmar que se trata de uma conjunção:

(A) subordinativa que estabelece conexão entre a oração principal e a


adverbial concessiva.
(B) integrante que estabelece conexão entre períodos coordenados com
valor de consequência.
(C) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo
oração de valor adversativo.
(D) integrante que estabelece conexão entre a oração principal e a oração
objetiva direta.

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(E) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo


oração com valor explicativo.

Gabarito – C
Comentário – Esta questão é parecida com a anterior. A conjunção “porém”
articula orações coordenadas; o sentido da segunda se opõe ao da primeira.

c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem


mutuamente.

Ora respondia, ora ficava mudo.


Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

ATENÇÃO! Embora a conjunção apareça na oração coordenada inicial, ela


não é classificada como sindética alternativa.
Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;
seja... seja...

d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a


partir dos fatos expressos na oração anterior.

Ele estuda; passará, pois.

ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando


aparece após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela
integra oração de cunho explicativo.
Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por
conseguinte, por isso, de modo que, em vista disso.

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e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem,


suposição, sugestão etc.

Fique calmo, pois ele já vem.


Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações


coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas
adverbiais causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a
gerou; uma causa é sempre anterior à consequência gerada. Além disso, as
orações explicativas normalmente aparecem após frases imperativas ou
optativas.
Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do
verbo da oração explicativa).

6. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “...a inflação


funcionou como uma crueldade superveniente, pois os títulos não
tinham correção monetária.”

A palavra grifada no trecho acima pode ser substituída sem provocar


perda de sentido por:

(A) porquanto
(B) portanto
(C) não obstante
(D) conquanto
(E) consoante

Gabarito – A

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Comentário – Se você prestou atenção no rol de conjunções, acertou


tranquilamente esta fácil questão. Registre-se que os demais conectivos
exprimem:
– portanto: conclusão;
– não obstante: adversidade;
– conquanto: concessão;
– consoante: conformidade.

7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009)

(...) A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade
seria desumano, pois ela nada mais é que a relação entre os
humanos.(...)

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se


afirmar que se trata de:

(A) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as orações


introduzindo valor de explicação.
(B) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativos
introduzindo valor de consequência.
(C) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações
introduzindo valor de alternância.
(D) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa,
retomando a expressão sociedade.
(E) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações
introduzindo valor de explicação.

Gabarito – E
Comentário – Não existe conjunção subordinativa explicativa (letra A); isso
é uma pegadinha do examinador para ver se você conhece a correta

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classificação das orações. O vocábulo pois não se apresenta como


preposição (letra B) nem como conjunção alternativa (letra C). Classificá-la
como pronome relativo é outro absurdo.
Enfim, note que ela surgiu antes do verbo da oração da qual
é parte integrante: “pois ela nada mais é que a relação entre os humanos”.

OBSERVAÇÕES – 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando


apenas a conjunção que a introduz.

Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.

Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva,


percebe-se que a segunda oração é coordenada sindética adversativa; pois,
nesse contexto, a conjunção ‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.”
(João Domingues Maia)
2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no
entanto, vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. (...) felizmente, essa
visão limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido
efetivo.” (Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)
3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem
claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo
subentendido.

Fiz o possível para previnir-lhes o perigo; ninguém me ouviu.


Fale baixo: não sou surdo.

A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do


segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já
que não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira

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tem valor semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a


segunda, explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).
Por isso convém insistir em que você se preocupe mais
com o uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às
vezes intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante
e Pasquale Cipro Neto, com adaptçaões)

Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas,


quero exemplificar o que foi dito anteriormente com um exercício.

8. Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de


adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos
deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

(A) Tem olhos, e não vê.


Tem boca, e não fala.
(B) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.
(C) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!
(D) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

Gabarito – D
Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela
conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração
“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato
mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa
apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da
realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em
que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”)
com a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas
livrai-nos do mal”, no comando da questão.

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Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise


fria e tradicional das conjunções durante o processo de classificação das
orações. É fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre
elas. Mas é bom trazer na mente os sentidos mais frequentes de alguns
conectivos.

CONECTIVOS COORDENATIVOS

e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem


adição
como, além disso, além do mais, ademais etc.

e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao


adversidade passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não
obstante, apesar disso, em todo caso etc.

alternância ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer

logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por


conclusão
isso

explicação que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)

9. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Ademais, como o mundo é obra


de um arquiteto universal (não exatamente o Deus judaico-cristão, mas
uma divindade criadora mesmo assim), desvendar os segredos do
mundo equivale a desvendar a "mente de Deus".

O termo destacado no trecho acima pode ser substituído, sem prejuízo


de sentido, por

(A) Além do mais


(B) Entretanto
(C) Conquanto
(D) Portanto

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(E) Consequentemente

Gabarito – A
Comentário – De acordo com o quadro acima, há correspondência entre os
conectivos aditivos ademais e além do mais. Os outros comunicam as
seguintes ideias:
– entretanto: oposição, ressalva, adversidade;
– conquanto: concessão;
– portanto, conclusão
– consequentemente: consequência.

10. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) (...) Mas, simultaneamente a


essa premência de curto prazo, espera-se que a cadeia de ensino no
país, da pré-escola à universidade, acelere ou implante programas que
possibilitem um substancial salto de qualidade.(...)

Assinale a alternativa que NÃO pode substituir o termo grifado no


período acima, sob pena de alteração de sentido.

(A) Não obstante


(B) Entretanto
(C) Porquanto
(D) Contudo
(E) No entanto

Gabarito – C
Comentário – O conectivo “Mas” imprime ao segmento o sentido de
adversidade. Entre as conjunções relacionadas nas alternativas, somente
porquanto não é capaz de comunicar a mesma ideia. Porquanto pode
exprimir causa ou explicação.

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A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que


podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.
Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei
um quadro-resumo delas.

Orações Subordinadas

Substantivas Adverbiais Adjetivas

1 – Subjetiva 1 – Causal 1 – Explicativa


2 – Predicativa 2 – Consecutiva 2 – Restritiva
3 – Objetiva Direta 3 – Condicional
4 – Objetiva Indireta 4 – Concessiva
5 – Completiva Nominal 5 – Comparativa
6 - Apositiva 6 – Conformativa
7 – Temporal
8 – Proporcional
9 – Final

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos
no período simples. Elas podem surgir em duas formas:

1. desenvolvidas Î ligam-se à oração principal por meio das


conjunções subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de
um pronome ou advérbio interrogativo.

É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)


Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)

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Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)


Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)

2. reduzidas Î apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas


por preposição.

É importante estudar com afinco.


Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.

11. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “Aqueles com aptidão a ajudá-los, se não
estimulados por cenários competitivos, estarão fadados a não encontrar
motivação para o exercício de suas funções.”

A respeito do período acima, analise os itens a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.


II. Há três orações reduzidas.
III. Há uma oração coordenada.

Assinale:

(A) se todos os itens estiverem corretos.


(B) se somente o item II estiver correto.
(C) se somente o item III estiver correto.
(D) se somente o item I estiver correto.
(E) se nenhum item estiver correto.

Gabarito – D
Comentário – Item I: certo. Para saber a quantidade de orações é preciso
contar quantos verbos e locuções verbais existem no período. São eles:
ajudar (em “ajudá-los”), ser (em “se não [forem] estimulados”) – note que

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ele foi ocultado, mas pode ser facilmente entendido no contexto –, estar
(“estarão fadados” e encontrar (em “encontrar motivação”).
Item II: errado. De fato, apenas dois verbos estão na forma
nominal: “ajudar” e “encontrar” (infinitivo), os outros estão flexionados no
futuro do subjuntivo (“se não [forem]estimulados”) e no futuro do presente
do indicativo (“estarão”).
Item III: errado. Não há oração coordenada no período.

• Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)

É fundamental a sua opinião sobre o assunto.


É fundamental que você opine sobre o assunto.
É fundamental você opinar sobre o assunto.

O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há


apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua
opinião sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais
fácil perceber isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.
Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a
expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma
desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida
(verbo opinar no infinitivo).

ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o


verbo da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

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1. verbo de ligação + predicativo Î é bom...; é conveniente...; é


claro...; está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.

É preciso que se adotem providências eficazes..


Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..

2. verbo na voz passiva sintética ou analítica Î sabe-se...; soube-se...;


comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.

Sabe-se que a prova está próxima.


Foi dito que a prova será adiada.

3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,


parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.

Convém estarmos aqui.


Urge que tomemos uma decisão.

• Objetiva Direta

Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da


oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição
obrigatória.
Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações
subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por
pronomes ou advérbios interrogativos.
Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem
perguntar, por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo

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possuem a mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente,


dois vocábulos introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas
diretas. Partindo da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções
integrantes, é possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se
dar conta de que pode estar diante de uma conjunção integrante e um
pronome interrogativo.

Todos sabemos que ele aceitará o convite.


como as coisas funcionam aqui.
onde fica a farmácia.
quanto custa o remédio.
quando acabam as aulas.
qual é a matéria da prova.

ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e


ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada
substantiva objetiva direta:

Ouvi-os bater.
Deixe-me entrar.

As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais


interessante é que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos
verbos no infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais
pronomes desempenham tal função sintática.

12. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em 1994, foi criado o


Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho
(National Economic Development and Labour Council – NEDLAC), cujo
principal objetivo consistia em promover a integração entre governo,

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empresários e trabalhadores, tornando as decisões econômicas mais


abrangentes para promover as metas do crescimento econômico e da
igualdade social.

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.


II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.
III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.

Assinale

(a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas
(c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(d) se nenhuma afirmativa estiver correta
(e) se todas as afirmativas estiverem corretas

Gabarito – D
Comentário – Item I: errado. É melhor prestar atenção na quantidade de
verbos e locuções verbais: “foi criado” (locução), “consistia”, “promover”,
“tornando”, “promover”. Verifica-se, assim, que existem cinco orações, duas
desenvolvidas e três reduzidas.
Item II: errado. Só existe uma ocorrência de predicativo do
objeto, a qual se encontra na oração “tornando as decisões econômicas mais
abrangentes”. O verbo tornar é transobjetivo, isto é, seu sentido requer,
além de um complemento-objeto, uma qualificação para esse complemento
(= predicativo do objeto). Na citada oração, o objeto direto é o termo “as
decisões econômicas” e o termo “abrangentes” é o predicativo dele.
Item III: errado. O que existe e recebe designação parecida
com a que foi usada pelo examinador é oração subordinada substantiva
objetiva indireta. A oração “em promover a integração entre governo,

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empresários e trabalhadores” complementa o sentido do verbo transitivo


indireto consistir (quem consiste consiste em algo).

• Objetiva Indireta

Completa o sentido de um verbo transitivo indireto da oração


principal. Normalmente vem introduzida por preposição, mas esta pode ser
omitida.

Lembro-me de que fizemos muitas visitas. (Mário Donato)


Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. (Clarice
Lispector)

• Completiva Nominal

Liga-se a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da


oração principal completando seu significado. É introduzida por preposição
(como todo complemento nominal). Aqui, o emprego da preposição não é
facultativo. A omissão dela implica erro de regência e revela falta de coesão.

Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar.


substantivo

A nova metodologia é útil para diminuir a margem de erro.


adjetivo

Está perto de fazermos a prova.


advérbio

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• Predicativa

Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal;


seu valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se
notar também a presença de um verbo de ligação na oração principal.

Nosso desejo era encontrares o teu caminho.


O triste é que não era uma planta qualquer.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase
nada retratam as necessidades de populações distintas.”.

A oração grifada no trecho acima classifica-se como:

(A) subordinada substantiva predicativa.


(B) subordinada adjetiva restritiva.
(C) subordinada substantiva subjetiva.
(D) subordinada substantiva objetiva direta.
(E) subordinada adjetiva explicativa.

Gabarito – A
Comentário – Observe que o verbo de ligação “é” relaciona o sujeito “o
fato” à sua respectiva característica: “que transparência deixou de ser um
processo de observação cristalina”. Se você preferir, substitua a oração
predicativa pelo pronome isso: Mas o fato é isso. Ficou melhor?

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• Apositiva

Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada


pela pontuação (vírgula, dois pontos). Seu significado amplia, explica,
desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se


rapidamente.
Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

‰ Características

I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,


finalidadde etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração
principal;

II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo


e são introduzidas por conjunção;

III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,


particípio).

‰ Classificações

I. Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.

Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em


português. (Clarice Lispector)

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Em julho de


1898, temendo por sua saúde, escreveu um testamento, deixando para
Carolina, sua esposa, entre outros bens, 7.000 contos em títulos da
dívida pública do empréstimo nacional de 1895.”

No período acima, a oração destacada tem valor:

(A) condicional.
(B) concessivo.
(C) causal.
(D) consecutivo.
(E) conformativo.

Gabarito – C
Comentário – O que motivou o marido a escrever um testamento? O temor
por sua saúde, ideia que foi apresentada sob a forma de oração reduzida,
com verbo no gerúndio.

II. Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração


principal.

Fiquei tão alegre com esta idéia que ainda agora me treme a pena
na mão. (Machado de Assis)

III. Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na


oração principal se realize.

Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de


Elpenor. (Augusto Meyer)

IV. Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o


acontecimento do que se declara na oração principal.

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(...) descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.


(Graciliano Ramos)

15. (FGV/PREFEITURA DE CAMPINAS/VICE-DIRETOR/2008) “...ainda que a


escola e a universidade estejam perdendo progressivamente seu
monopólio de criação e transmissão do conhecimento, os sistemas de
ensino públicos podem ao menos dar-se por nova missão a de orientar
os percursos individuais no saber e contribuir para o reconhecimento do
conjunto de know-how das pessoas, inclusive os saberes não-
acadêmicos.”

O termo grifado no trecho acima não pode ser substituído por:

(A) embora.
(B) não obstante.
(C) conquanto.
(D) porquanto.
(E) mesmo que.

Gabarito – D
Comentário – A locução introduz segmento textual com valor semântico
concessivo, de ressalva, que deveria obstruir ou mesmo impedir a realização
do fato declarado posteriormente. A mesma ideia de concessão pode ser
também introduzida pelas conjunções e locuções: embora, não obstante,
conquanto e mesmo que.
A conjunção porquanto figura em enunciados de valor
semântico de causal ou de explicação.

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V. Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.

Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)

Atenção! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial


comparativa está oculto.

As ideias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de


temporal (...). (Machado de Assis)

Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa


pode apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.

VI. Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é


dita na oração principal.

Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo


outro. (Mário Donato)

VII. Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente


ao que se diz na oração principal.

Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da


natureza. (Graça Aranha)

VIII. Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.

O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem


os quatro movimentos.

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16. (FGV/FNDE/TÉCNICO/2007)

(...) Sua marca será o poder que uma parcela cada vez maior da
humanidade terá para se livrar da condição de mero consumidor e
tornar-se, também, produtor de bens simbólicos. (...)

É correto afirmar que a oração para se livrar da condição de mero


consumidor aponta circunstância de:

(A) proporcionalidade.
(B) finalidade.
(C) causa.
(D) consequência.
(E) condição.

Gabarito – B
Comentário – A oração representa a finalidade do poder que uma parcela
cada vez maior da humanidade terá. Repare que não existe conjunção
introduzindo-a e que seu verbo está na forma nominal conhecida como
infinitivo.

IX. Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração


principal.
Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta (...).
(Lourenço Diaféria)

Observe que as três orações subordinadas abaixo apresentam


estruturas diferentes das anteriores. Nelas não há verbos desenvolvidos
(conjugados no modo indicativo ou subjuntivo) nem conjunções. Agora, os
verbos assumem uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e
particípio).

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Ao abrir o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (infinitivo)


Aberto o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (particípio)
Abrindo o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (gerúndio)

Uma vez estudadas as características e os valores semânticos


das orações subordinadas adverbiais, convém agora apontar as principais
conjunções que fazem a articulação entre elas e sua principal.

Porque; como; que; pois; porquanto; visto que; dado


Causais
que; já que; uma vez que; na medida em que; etc.
Consecutivas Que, de forma que, de maneira que, de modo que etc.
Que; (do) que; quanto; como; assim como; bem como;
Comparativas
etc.
Ainda que; embora; mesmo que; posto que; por mais
Concessivas que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto
etc.
Se; caso; sem que; contanto que; salvo se; desde que;
Condicionais
a menos que; a não ser que; que; etc.
Conformativas Conforme; como; segundo; consoante; etc.
Finais Para que; a fim de que; que; etc.
À medida que; à proporção que; ao passo que; quanto
Proporcionais mais... mais; quanto menos... menos; quanto maior...
maior; etc.
Quando; enquanto; antes que; depois que; desde que;
Tempo logo que; assim que; até que; que; apenas; mal;
sempre que; tanto que; etc.

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17. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Como foi a primeira perda desde o


lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994, o resultado teve efeito
de um terremoto financeiro, nos já violentamente traumatizados EUA.”

Assinale a alternativa em que o termo indicado não poderia substituir o


termo destacado no trecho acima sob pena de provocar alteração
gramatical e semântica.

(A) Já que
(B) Uma vez que
(C) Por que
(D) Dado que
(E) Visto que

Gabarito – C
Comentário – A conjunção destacada possui valor semântico causal (ela
integra segmento que traduz a razão ou o motivo do efeito do resultado).
Volte à primeira linha da tabela acima e observe que lá estão todas as
conjunções relacionadas pelo examinador. O detalhe fica por conta da
expressão Por que, escrita separadamente. Sendo conjunção causal, a
escrita correta não permite separação: Porque. Do jeito que foi apresentada
na letra C, a expressão é pronome interrogativo, muda o segmento textual
para uma indagação direta e exige o emprego do ponto de interrogação.

Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim


eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na
medida em que. A primeira introduz oração subordinada tradutora de valor
semântico de proporcionalidade; a segunda inicia oração subordinada que
expressa a causa de um fato. Já vi muito candidato bom “derrapar” por falta
de atenção a esse detalhe.

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18. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “Isso tem sua lógica, na medida em que essas
sociedades se preocupam também com os custos, mas se acostumaram
a lidar com dados sobre os quais quase nada é debatido por parte de
nossos mandatários da esfera política.”

Assinale a alternativa que poderia substituir a estrutura grifada, sem


incorrer em alteração semântica.

(A) à proporção que


(B) já que
(C) à medida que
(D) conforme
(E) ao ponto em que

Gabarito – B
Comentário – Gostou do primeiro conselho? Repare que, traiçoeiramente, o
examinador relacionou nas alternativas as locuções conjuntivas
proporcionais à proporção que e à medida que?
A locução conjuntiva na medida em que é bem
característica de circunstância adverbial de causa, assim como a locução já
que.
Conforme exprime circunstância de conformidade; e ao
ponto em que pode traduzir consequência: “As universidades públicas
federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para
pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ.”

Quer outro conselho? Não confunda oração subordinada


adverbial causal com oração coordenada sindética explicativa! Em
alguns momentos, elas podem apresentar semelhanças que dificultam a
análise correta. Por exemplo, ambas admitem as conjunções pois, que,

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porque, porquanto. Porém, um pouco de atenção para os aspectos que


vou assinalar pode ser de grande utilidade:

[Ele pegou a doença] [porque [Não ande descalço,] [porque


andava descalço.] você vai pegar uma doença.]
1. Há uma relação de causa 1. Não há relação de causa e
e consequência entre as duas orações. consequência: apenas é dado o
motivo para que não se ande
descalço.
2. A conjunção que introduz 2. Pode-se eliminar a conjunção
a oração causal não pode ser coordenativa explicativa: Não ande
eliminada. descalço, você vai pegar uma
doença.
3. A oração adverbial pode 3. Não se pode transformar a
ser transformada em oração reduzida oração coordenada em oração
de infinitivo: Ele pegou a doença reduzida.
por andar descalço.
4. O verbo da oração 4. A oração anterior à explicativa
principal não expressa dúvida ou geralmente possui verbo no
hipótese. imperativo ou tem caráter hipotético.
De outro modo, poderíamos dizer: Ele
deve ter andado descalço, pois
pegou uma doença.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,
semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,
atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem

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exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.


Observem:

Deve-se investir em soluções definitivas.


Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os
problemas.

Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no


segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”
discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico.
Além disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro
exemplo: ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo
“soluções”, que é núcleo do objeto indireto.

• ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as


orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:
restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,
realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.


Oraç. Subord. Adj. Restritivas
O homem que luta vence.

O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.


Oraç. Subord.
Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós. Adj. Explicativas

No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a


verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não

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constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza):


nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence
(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não
podem ser separadas do substantivo por vírgulas.
No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico
explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo
a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não
influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas
da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar
alteração semântica. Sendo assim, elas se assemelham a um aposto
explicativo.
Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas
apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome
relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome
relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função
sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função,
o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele
substitui (o antecedente).

Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver


sujeito
definitivamente os problemas.

Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os


sujeito
problemas.]

Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por


um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo
(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são
introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por

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preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo,


gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas.

Essas são as ideias tão valorizadas por ele.


Via-se um cartaz comunicando a falência.
Nosso argumento foi o primeiro a cair.

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Observe atentamente o


trecho a seguir:

(...) A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado


tão farta quanto aquela encontrada na economia. Isso se deve, talvez, à
associação feita ao tema dos efeitos na utilização de recursos entre
gerações especificamente na década de 70, quando o movimento
ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido,
angariando adeptos das mais variadas formações, em diversas partes
do planeta (...)

Analise sua estrutura sintática e avalie as afirmativas a seguir:

I. O primeiro período é composto por três orações.


II. No segundo período encontram-se orações reduzidas de particípio e de
gerúndio.
III. No segundo período ocorrem dois casos de oração coordenada.
IV. A oração “quando o movimento ambientalista passou a formular um
discurso jurídico mais sólido” classifica-se como subordinada adjetiva.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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(D) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.


(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – D
Comentário – Item I: certo. Eis o primeiro período, encerrado pelo ponto:
“A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado tão farta
quanto aquela encontrada na economia.” Observe bem: a primeira oração
se constitui em torno da locução verbal “se tem mostrado”, que é tempo
composto do verbo mostrar; a segunda oração é subordinada adverbial
comparativa e foi apresentada com o verbo oculto, como de costume:
“quanto aquela... (se tem mostrado)”; finalmente, a terceira oração é
subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio: “encontrada na
economia” (= que se encontra na economia).
Item II: item certo. A oração (subordinada adjetiva)
reduzida de particípio é a seguinte: “feita ao tema dos efeitos na utilização
de recursos entre gerações especificamente na década de 70”, que restringe
o significado do substantivo “associação”. A oração reduzida de gerúndio é:
“angariando adeptos das mais variadas formações, em diversas partes do
planeta”.
Item III: errado. Não se verifica nenhuma oração
coordenada no segundo período.
Item IV: certo. Se você respondeu com base apenas na
classificação tradicional da conjunção quando (conjunção subordinativa
adverbial temporal), deve ter errado. A oração “quando o movimento
ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido” constitui
uma explicação, um esclarecimento a respeito da “década de 70”, que foi
representada semanticamente pelo vocábulo “quando”, um
pronome-advérbio relativo. Veja a transformação: na década de 70

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(quando) o movimento ambientalista passou a formular um discurso jurídico


mais sólido.
Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como
você agiu semana passada.
- quando (= em que, nas indicações de tempo): Bons eram
os tempos quando podíamos jogar videogame. Sinto saudades da época em
que (quando) morávamos no exterior.
- onde (= em que, nas indicações de lugar): A casa onde eu
morava foi assaltada.

20. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Conduzo tua lisa


mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal /
Onde balança ao léu minh’alma”

Tomando o trecho acima como um período composto, há:

(A) três orações, sendo duas subordinadas.


(B) três orações, sendo uma subordinada.
(C) quatro orações, sendo duas coordenadas.
(D) quatro orações, sendo uma coordenada.
(E) duas orações, sendo uma coordenada.

Gabarito – B
Comentário – O período possui três orações e é misto, composto por
subordinação e coordenação ao mesmo tempo.
Entre as orações “Conduzo tua lisa mão / Por uma escada
espiral / E no alto da torre exibo-te o varal”, existe uma relação coordenada;
a segunda é aditiva.

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Entre as orações “E no alto da torre exibo-te o varal / Onde


balança ao léu minh’alma”, a relação é de subordinação; a primeira é a
principal e a segunda é sua subordinada adjetiva restritiva. Note que não há
pontuação separando-a da anterior e o pronome relativo “Onde” substitui o
antecedente “varal”.

Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos.


Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá
dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas,
principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu
conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor do
Senado Federal e, por isso mesmo, faça o que for preciso. O que muda a
nossa história é o que decidimos e fazemos, e não o que pensamos e
falamos. Se você quer mesmo trabalhar no Senado, vá em frente!
Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) São numerosas oportunidades perdidas que se multiplicarão, se a


economia brasileira continuar com seu impulso de crescimento – e a
qualidade da educação continuar baixa.(...)

A respeito da composição do período acima, analise as afirmativas a


seguir:

I. Há uma oração principal.


II. Há duas orações subordinadas adverbiais.
III. O período é composto por coordenação e subordinação.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas
(D) se nenhuma alternativa estiver correta
(E) Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

2. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e


outras enfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm
sua incidência aumentada, tanto por causa das dificuldades de
saneamento nas secas, quanto por contaminação com esgotos, lixo e
dejetos de animais durante as enchentes.(...)

O período acima

(A) é composto por coordenação.

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(B) é composto por subordinação.


(C) é composto por coordenação e subordinação.
(D) é simples.
(E) apresenta orações reduzidas.

3. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008)

(...) No entanto, o tema central do encontro - o desmatamento de uma


região que perde um Rio de Janeiro por mês de floresta – foi o que
menos parece ter mobilizado os participantes (...).

O conectivo “no entanto” pode ser substituído, mantendo-se o sentido


original, por:

(A) ainda que.


(B) entretanto.
(C) portanto.
(D) visto que.
(E) pois.

4. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010)

(...) Em qualquer lugar (mesmo que seja um ônibus, por exemplo),


sempre há alguém falando sobre a crise na saúde, a crise na educação
e, inclusive, a crise ética na política brasileira.
Contudo, é preciso notar também que, muitas vezes, enquanto
cidadãos, nós mesmos raramente decidimos fazer alguma coisa pela
transformação da realidade (...)

A conjunção Contudo conecta:

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(A) a oração subordinada aditiva à oração principal: sempre há alguém


falando.
(B) os parágrafos um e dois, introduzindo valor de consequência entre os
fatos.
(C) os parágrafos um e dois, apresentando uma conclusão acerca do que se
disse.
(D) a oração subordinada subjetiva à principal: é preciso notar.
(E) os parágrafos um e dois, informando contraste entre as ideias expostas.

5. (FGV/BADESC/ANALISTA DE RISCO DE CRÉDITO/2010) A natureza do


Estado é naturalmente coercitiva; porém, no caso brasileiro, é
inadequada à realidade individual.

A respeito do uso do vocábulo porém no fragmento acima, é correto


afirmar que se trata de uma conjunção:

(A) subordinativa que estabelece conexão entre a oração principal e a


adverbial concessiva.
(B) integrante que estabelece conexão entre períodos coordenados com
valor de consequência.
(C) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo
oração de valor adversativo.
(D) integrante que estabelece conexão entre a oração principal e a oração
objetiva direta.
(E) coordenativa que estabelece conexão entre as orações introduzindo
oração com valor explicativo.

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6. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “...a inflação


funcionou como uma crueldade superveniente, pois os títulos não
tinham correção monetária.”

A palavra grifada no trecho acima pode ser substituída sem provocar


perda de sentido por:

(A) porquanto
(B) portanto
(C) não obstante
(D) conquanto
(E) consoante

7. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009)

(...) A sociedade não tem lado de fora. O que está fora da sociedade
seria desumano, pois ela nada mais é que a relação entre os
humanos.(...)

A respeito do uso do vocábulo pois no fragmento acima, pode-se


afirmar que se trata de:

(A) uma conjunção subordinativa que estabelece conexão entre as orações


introduzindo valor de explicação.
(B) uma preposição que estabelece conexão entre períodos coordenativos
introduzindo valor de consequência.
(C) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações
introduzindo valor de alternância.
(D) um pronome relativo que introduz a oração relativa explicativa,
retomando a expressão sociedade.
(E) uma conjunção coordenativa que estabelece conexão entre as orações
introduzindo valor de explicação.

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8. Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de


adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos
deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

(A) Tem olhos, e não vê.


Tem boca, e não fala.
(B) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.
(C) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!
(D) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

9. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Ademais, como o mundo é obra


de um arquiteto universal (não exatamente o Deus judaico-cristão, mas
uma divindade criadora mesmo assim), desvendar os segredos do
mundo equivale a desvendar a "mente de Deus".

O termo destacado no trecho acima pode ser substituído, sem prejuízo


de sentido, por

(A) Além do mais


(B) Entretanto
(C) Conquanto
(D) Portanto
(E) Consequentemente

10. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) (...) Mas, simultaneamente a


essa premência de curto prazo, espera-se que a cadeia de ensino no
país, da pré-escola à universidade, acelere ou implante programas que
possibilitem um substancial salto de qualidade.(...)

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Assinale a alternativa que NÃO pode substituir o termo grifado no


período acima, sob pena de alteração de sentido.

(A) Não obstante


(B) Entretanto
(C) Porquanto
(D) Contudo
(E) No entanto

11. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “Aqueles com aptidão a ajudá-los, se não
estimulados por cenários competitivos, estarão fadados a não encontrar
motivação para o exercício de suas funções.”

A respeito do período acima, analise os itens a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.


II. Há três orações reduzidas.
III. Há uma oração coordenada.

Assinale:

(A) se todos os itens estiverem corretos.


(B) se somente o item II estiver correto.
(C) se somente o item III estiver correto.
(D) se somente o item I estiver correto.
(E) se nenhum item estiver correto.

12. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em 1994, foi criado o


Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho
(National Economic Development and Labour Council – NEDLAC), cujo

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principal objetivo consistia em promover a integração entre governo,


empresários e trabalhadores, tornando as decisões econômicas mais
abrangentes para promover as metas do crescimento econômico e da
igualdade social.

Em relação ao período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O período é composto por quatro orações.


II. Há duas ocorrências de predicativo do objeto.
III. Há um caso de oração subordinada substantiva objetiva direta.

Assinale

(a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas
(c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(d) se nenhuma afirmativa estiver correta
(e) se todas as afirmativas estiverem corretas

13. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase
nada retratam as necessidades de populações distintas.”.

A oração grifada no trecho acima classifica-se como:

(A) subordinada substantiva predicativa.


(B) subordinada adjetiva restritiva.
(C) subordinada substantiva subjetiva.
(D) subordinada substantiva objetiva direta.
(E) subordinada adjetiva explicativa.

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Em julho de


1898, temendo por sua saúde, escreveu um testamento, deixando para
Carolina, sua esposa, entre outros bens, 7.000 contos em títulos da
dívida pública do empréstimo nacional de 1895.”

No período acima, a oração destacada tem valor:

(A) condicional.
(B) concessivo.
(C) causal.
(D) consecutivo.
(E) conformativo.

15. (FGV/PREFEITURA DE CAMPINAS/VICE-DIRETOR/2008) “...ainda que a


escola e a universidade estejam perdendo progressivamente seu
monopólio de criação e transmissão do conhecimento, os sistemas de
ensino públicos podem ao menos dar-se por nova missão a de orientar
os percursos individuais no saber e contribuir para o reconhecimento do
conjunto de know-how das pessoas, inclusive os saberes não-
acadêmicos.”

O termo grifado no trecho acima não pode ser substituído por:

(A) embora.
(B) não obstante.
(C) conquanto.
(D) porquanto.
(E) mesmo que.

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16. (FGV/FNDE/TÉCNICO/2007)

(...) Sua marca será o poder que uma parcela cada vez maior da
humanidade terá para se livrar da condição de mero consumidor e
tornar-se, também, produtor de bens simbólicos. (...)

É correto afirmar que a oração para se livrar da condição de mero


consumidor aponta circunstância de:

(A) proporcionalidade.
(B) finalidade.
(C) causa.
(D) consequência.
(E) condição.

17. (FGV/TCM-PA/AUDITOR/2008) “Como foi a primeira perda desde o


lançamento de suas ações na Bolsa, em 1994, o resultado teve efeito
de um terremoto financeiro, nos já violentamente traumatizados EUA.”

Assinale a alternativa em que o termo indicado não poderia substituir o


termo destacado no trecho acima sob pena de provocar alteração
gramatical e semântica.

(A) Já que
(B) Uma vez que
(C) Por que
(D) Dado que
(E) Visto que

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18. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “Isso tem sua lógica, na medida em que essas
sociedades se preocupam também com os custos, mas se acostumaram
a lidar com dados sobre os quais quase nada é debatido por parte de
nossos mandatários da esfera política.”

Assinale a alternativa que poderia substituir a estrutura grifada, sem


incorrer em alteração semântica.

(A) à proporção que


(B) já que
(C) à medida que
(D) conforme
(E) ao ponto em que

19. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2007) Observe atentamente o


trecho a seguir:

(...) A reflexão jurídica sobre o assunto, contudo, não se tem mostrado


tão farta quanto aquela encontrada na economia. Isso se deve, talvez, à
associação feita ao tema dos efeitos na utilização de recursos entre
gerações especificamente na década de 70, quando o movimento
ambientalista passou a formular um discurso jurídico mais sólido,
angariando adeptos das mais variadas formações, em diversas partes
do planeta (...)

Analise sua estrutura sintática e avalie as afirmativas a seguir:

I. O primeiro período é composto por três orações.


II. No segundo período encontram-se orações reduzidas de particípio e de
gerúndio.
III. No segundo período ocorrem dois casos de oração coordenada.

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IV. A oração “quando o movimento ambientalista passou a formular um


discurso jurídico mais sólido” classifica-se como subordinada adjetiva.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas III e IV estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

20. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Conduzo tua lisa


mão / Por uma escada espiral / E no alto da torre exibo-te o varal /
Onde balança ao léu minh’alma”

Tomando o trecho acima como um período composto, há:

(A) três orações, sendo duas subordinadas.


(B) três orações, sendo uma subordinada.
(C) quatro orações, sendo duas coordenadas.
(D) quatro orações, sendo uma coordenada.
(E) duas orações, sendo uma coordenada.

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Aula 5

GABARITO

1. E
2. D
3. B
4. E
5. C
6. A
7. E
8. D
9. A
10. C
11. D
12. D
13. A
14. C
15. D
16. B
17. C
18. B
19. D
20. B

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AULA 6

PONTUAÇÃO

Começaremos a aula de hoje tratando do emprego dos sinais


de pontuação. O uso adequado deles é extremamente relevante para o
significado de uma frase.
Nas provas de concursos, o mais explorado é a vírgula. É
compreensível que seja assim, pois o uso dela requer atenção especial, em
virtude de sua variabilidade de aplicações e efeitos. Para você ter apenas
uma ideia do que isso significa, leia alguns exemplos extraídos da campanha
dos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI):
1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
– Não, espere.
– Não espere.

2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.


– R$ 23,4.
– R$ 2,34.

3 – Pode ser autoritária.


– Aceito, obrigado.
– Aceito obrigado.

4 – Pode criar heróis.


– Isso só, ele resolve.
– Isso só ele resolve.

5 – E vilões.
– Esse, juiz, é corrupto.
– Esse juiz é corrupto.

6 – Ela pode ser a solução.


– Vamos perder, nada foi resolvido.

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AULA 6

– Vamos perder nada, foi resolvido.

7 – A vírgula muda uma opinião.


– Não queremos saber.
– Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da
sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA


DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de


MULHER.

Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente


uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode
ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina
Isabella Nardoni:

O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina


Isabella Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta
(30/04) ao promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a
menina foi espancada e morta pelo pai, Alexandre e pela
madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O principal motivo,
segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação do
crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos.

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AULA 6

Familiares, vizinhos e importantes testemunhas revelaram a


conturbada vida conjugal de Alexandre e Anna Carolina. (Correio
Brasiliense, 30/04/2008 – internet).

A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado


pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da
conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,
Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma
explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria
vir ente vírgulas.
Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior
frequência nas provas de concurso, convém estudarmos os demais.

‰ VÍRGULA (assinala uma pequena pausa)

I. Entre os termos da oração, serve para:

a) separar elementos coordenados que possuem a mesma


função sintática:
Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a
mesa. sujeito composto
núcleo núcleo núcleo núcleo

Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os


elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir.
Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias.
objeto direto

b) assinalar a omissão do verbo, ou de outro termo


compreendido por meio do contexto (vírgula vicária):
Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas...
A vírgula substitui a forma verbal “há”

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AULA 6

c) separar adjuntos adverbiais deslocados:


Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga.
Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há
muitos gramáticos e escritores que não a empregam.

d) separar o aposto explicativo:


Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente
romancista.

e) separar o vocativo:
Ex.: Não toque nesses doces, menino!

f) separar datas de localidades:


Ex.: Brasília, 1º de março de 1985.

g) separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;


isto é; ou seja; a saber etc.):
Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho.

h) separar conjunções intercaladas:


Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando.

i) separar objetos pleonásticos:


Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó.
objeto direto objeto direto pleonástico

j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado:


Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente.
O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente.

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II. Entre orações, serve para:

a) separar orações coordenadas assindéticas


Ex.: Pare, olhe, siga.

b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as


aditivas.
Ex.: Vá, mas volte sempre.

Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas


sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção.
Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália.

sujeito sujeito
(inexistindo a conjunção, o ponto e vírgula é aconselhável)

E estuda, e trabalha, e dorme...

Atenção! Há casos em que as típicas conjunções aditivas


introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é
obrigatório.
Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e”
tem valor adversativo)

c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas


(quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo)
Ex.: Ao anoitecer, saíram.
Saíram ao anoitecer.
Saíram, ao anoitecer.

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d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas.


Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou.

e) separar as orações intercaladas:


Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido.
f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas:
Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir
renda e reconstruir o ensino público.

III. Não se usa vírgula

a) entre sujeito e predicado (mesmo quando o sujeito é muito


longo ou vem depois do predicado):
Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata destruíram meu jardim.
sujeito predicado

Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o predicado


deve ser marcada por vírgulas, uma antes e outra depois.
Ex.: Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do
sujeito predicado

presidente da República.

b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI):


Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante.
verbo OD OI

c) entre o nome e seu adjunto ou complemento:


Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores dos
nome
produtos que vendemos.
adjunto adnominal

Não há necessidade de tanta estupidez.


nome complemento nominal

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d) para isolar o agente da passiva


Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente.

e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto


a apositiva) da sua principal.
Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões
oração subordinada substantiva objetiva indireta
sociais.

‰ PONTO

I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de


cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases.

Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o


cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice
Lispector)

II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de


um conjunto de idéias a outro de natureza diversa.

Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio


dos Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua
esposa. E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas
magníficas.
As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de
vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo
foram interrompidas. (Graciliano Ramos)

‰ PONTO DE INTERROGAÇÃO

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I. Usado nas interrogações diretas.

Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro,


não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num
sábado à noite? (Fernando Sabino)

‰ PONTO DE EXCLAMAÇÃO

I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois


de interjeições, vocativos, verbos no imperativo.

Ex.: Que linda manhã!


Ai! Essa doeu.
Filho! Vem aqui.
Avançar!

‰ PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula)

I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do


contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu
uso:
a) para separar, numa série, elementos que já estão
anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia das
informações:
Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice;
Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados.

b) para separar enumeração após dois pontos:


Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras:

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– não fumar dentro do colégio;


– não fazer algazarras durante o intervalo;
– respeitar os funcionários e os colegas;
– trazer sempre o material escolar.

c) para separar as orações coordenadas sindéticas com


conjunção intercalada:
Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo.

‰ DOIS-PONTOS

I. Antes de uma citação.

Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida;


ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6)

II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso


direto.

Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz:


– Essa moleza vai acabar.

III. Antes de uma enumeração.

Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela


combinação e b) pela comutação.

IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito.

Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito.

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V. Para separar uma oração subordinada substantiva


apositiva.

Ex.: Só espero uma coisa: que você estude.

‰ RETICÊNCIAS

I. Para indicar certa indecisão, dúvida, surpresa na fala da


personagem.

Ex.: Jaó! Diga-me... você... me traiu?

II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma


personagem foi interrompida pela fala de outra.

Ex.: – Já que todos deram sua opinião...


– Um momento, seu presidente, ainda falta eu.

III. Para sugerir ao leitor que complete a frase dita.

Ex.: Quem não se comunica...

IV. Para indicar, em uma citação, que alguns trechos foram


suprimidos.

Ex.: “Vou contar aos senhores (...), principiou Alexandre


amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos)

‰ TRAVESSÃO

I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor.

Ex.: – Quais são os símbolos da pátria?

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– Que pátria?
– Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos)

II. Serve para isolar palavras, expressões explicativas, frases


intercaladas.

Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia,


parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter
avistado mais alguma coisa. (Mário Palmério)

Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas

Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso


confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja:

1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua


hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de
"aparecer", de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz)

2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal
compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre
ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se
pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra)

3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e


temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de
maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo)
permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos

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próprios ombros. (...) E seu governo, em vez de fazer certa a coisa -


destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o
crescimento -, optou por um choque de demanda: (...). (Marco Antonio
Rocha. O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007)

4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional)


decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste
15 de março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das
cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido.
In: Folha, 13/32007)

5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão


eliminando infecções que são das causas mais freqüentes de mortes – e com
isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a
contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças
crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a
vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008)

Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o


travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os
travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória.

‰ PARÊNTESES

I. Nas indicações bibliográficas.

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Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.”


(MEIRELLES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972,
p. 109.)

II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais.

Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos,


com os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo)
III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza
semântica explicativa.

Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo,


morrendo de fome.” (Clarice Lispector)

‰ ASPAS

I. Para indicar citações.

Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias.

II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias (uso


informal da língua) etc.

Ex.: Havia um “play-ground” excelente.


Ele era o que mais “colava” na prova.

III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas.

Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios.

IV. Para indicar ironia.

Ex.: Com um “amigo” desses...

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REGÊNCIA

Agora estudaremos a regência de alguns nomes e verbos. Digo


isso porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos
permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, no estudo da
regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar
a você.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo


ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação
é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei
de falar:
(A) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.
ADJ. COMP. NOMINAL

PREP.

(B) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão


mais perto da aprovação.
ADV. COMP. NOMINAL

PREP. (de + a)

(C) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!


SUBST. COMP. NOMINAL

PREP.

É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo


regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que
merecem sua atenção:

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Acessível a
Favorável a Ódio a ou contra
Acostumado a ou
com Fiel a Odioso a ou para

Alheio a Grato a Posterior a

Alusão a Hábil em
Preferência a ou por

Habituado a
Ansioso por Preferível a

Inacessível a
Atenção a ou para Prejudicial a
Indeciso em

Atento a ou em Próprio de ou para


Invasão de

Benéfico a Junto a ou de Próximo a ou de

Compatível com Leal a Querido de ou por

Cuidadoso com Maior de Residente em


Desacostumado a ou
Morador em Respeito a ou por
com

Natural de Sensível a
Desatento a

Necessário a Simpatia por


Desfavorável a

Necessidade de Simpático a
Desrespeito a

Nocivo a Útil a ou para


Estranho a

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Versado em
Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem
preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase.
Ex:. Você é favorável à volta da CPMF? (...favorável a + a
volta...)
A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome
regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao
Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes,
observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a
regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão:

(1) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com


fornecedores."
(2) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas
dificuldades de o respirar propende à sonolência."
(3) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo
procurava apenas uma achega."
(4) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus
projetos."

Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a


preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual
forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (3).
Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições
adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do
professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso
inadequado da preposição trazem prejuízo à frase.
Caso não tenha entendido alguma explicação, sugiro que volte a
ela imediatamente. Não prossiga sem que as dúvidas tenham sido

1
FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.

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esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência verbal (faremos isso


nas próximas linhas), é recomendável que você esteja seguro em relação ao
que acabamos de estudar. Outras informações serão acrescentadas. Não
deixe que as dúvidas se acumulem.

REGÊNCIA NOMINAL

Começo este tópico trazendo à memória conceitos de


transitividade verbal. Você se lembra disso?
Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos
indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.
Estão divididos em:
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)
não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;

(1) Quero água.


VTD OD

(2) A médico, confessor e letrado nunca enganes.


ODP VTD

Em (2), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo


de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.

b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos


indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto
quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);

(3) Gosto de água.


VTI OI

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(4) Custou-me entender o assunto.


VTI OI
c) transitivos diretos e indiretos (ou bitransitivos):
reúnem, ao mesmo tempo, objetos diretos e indiretos;

(5) Deram-lhe um presente.


VTDI OI OD

Há também verbos considerados de sentidos completos, por não


exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos
como intransitivos.

(6) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.


VI

Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor


semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade
mental).
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser
mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não
nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou
predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da
oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,
substantivos ou pronomes).

(7) Maria é feliz.


Suj. VL Pred.

Verbos de ligação denotam situação permanente, situação


transitória, mudança de situação.

(8) João é estudioso. (situação permanente)


(9) João está cansado. (situação transitória)

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(10) João ficou alegre. (mudança de situação)


Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,
não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo
direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou
de ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da
oração.

(11) João anda cansado.


(12) João anda depressa.

Em (11), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no


momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo
(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).
Em (12), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo
sujeito. É, pois, verbo nocional. Note que o vocábulo “depressa” não integra
o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação
é desenvolvida.
Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,
convém tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se ainda
que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com que
um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor
Décio Sena.

ASSISTIR
a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; seu
complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do
campeonato.

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b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,


TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não
assiste ao professor reclamar tanto.
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,
exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O
médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico
assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da
preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de
mesmo gênero gramatical).
d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há seis
anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida
pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse
termo com objeto indireto).

LEMBRAR/ESQUECER
É comum que algumas pessoas se atrapalhem com o uso desses
verbos. Isso ocorre porque eles apresentam variados regimes. Vamos a eles!
a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do
pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada
detalhe. Temos aqui:
I) sujeito oculto: eu e ele;
II) objeto direto: “o livro” e “cada detalhe”.

b) Transitivos indiretos quando conjugados


pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.
Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora?
I) parte integrante do verbo: “me” e “se”;
II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.

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c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a


coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente
representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:
Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba:
I) sujeito: “o livro” e “cada detalhe”;
II) objeto indireto: “me”.

RESPONDER
a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com
objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por
pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.
b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à
pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.
c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à
resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.

ATENDER
Pode ser trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige
preposição A). Por exemplo: Atendi o chamado imediatamente. ou Atendi ao
chamado imediatamene.
Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e
PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.

ASPIRAR
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do
campo.
b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao
cargo de gerente.

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CHAMAR
a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o
patriota (de patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).

CUSTAR
a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso:
Custou-me entender este assunto.
b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas
amargas.
c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.

IMPLICAR
a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo
implicou a tua reprovação.
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu
irmão.
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações
delicadas.

INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR
a) VTDI: Informei a prova ao aluno.
Informei o aluno da (de + a) prova.
Aqui, o que não pode acontecer é que coisa e pessoa sejam
objeto direto ou objeto indireto:
Informei a prova o aluno. (errado)
Informei-lhe da prova. (errado)

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PREFERIR
a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição
A): Prefiro cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO
– artigo de um lado, artigo também de outro lado!). Prefiro mais cinema do
(de + o) que televisão. (ERRADO).
Observação – O significado de PREFERIR não admite gradações
(mais... que; menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que
rege seu complemento indireto é, obrigatoriamente, A.

VISAR
a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom
ensino da linguagem.

MORAR/RESIDIR/SITUAR
a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha.
(CERTO) / Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)

OBEDECER/DESOBEDECER
a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus
pais.

CRASE

No último assunto da aula de hoje, vamos estudar os casos de


ocorrência (ou não) de crase, um fenômeno linguístico que consiste na

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pronúncia de vogais idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe


como isso se dá nos versos do poeta Casemiro de Abreu:

“Teu pensamento é como o Sol que morre


Há de cismando mergulhar-se em mágoas
Durante a noite quando o orvalho desce.”

Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos


de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação
gráfica específica (acento grave): À.

(A) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.

Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,
seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo
artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento
grave (`), como no exemplo acima.
Também merecem destaque os casos de crase que surgem do
encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes
demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=
aquela) pronome demonstrativo.

(B) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.


(C) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.

Em (B), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do


verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,
que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.
Em (C), o complemento indireto de “dado” é regido também pela
preposição A, que se aglutina com o pronome demonstrativo A (= aquela).

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CASOS OBRIGATÓRIOS

1. Nas locuções adverbiais femininas


(A) Sairás às pressas.
(B) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.

2. Nas locuções prepositivas femininas


(C) Vivia às expensas do (de + o) tio.
(D) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.

Observação – A crase será de rigor quando uma locução


prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que
acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.

“(...) Por outro lado, creio também que se


pode questionar, não somente quanto à aplicação de
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.”

3. Nas locuções conjuntivas femininas


(E) À medida que estudo, mais aprendo.
(F) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da
aprovação.

4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à


aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome
substantivo)
(G) Sou favorável à proposta dele e não à sua.
(H) Refiro-me a sua proposta e à minha.

5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as


palavras MODA, MANEIRA

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(I) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.


(J) Usava sapatos à (moda) Luís XV.

CASOS FACULTATIVOS

1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso


é proibido)
(A) Refiro-me a (à) Joana.
(B) Refiro-me a Joana d’Arc.

2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.

(C) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.

Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da


possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes
possessivos femininos que acompanham substantivos.

3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.

(D) Correu até a (à) árvore.

Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,


perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada
comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o
emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.

CASOS PROIBIDOS

1. Antes de nomes masculinos


(A) Comprou a prazo.
(B) Dei aquela calça a este homem.

2. Antes de verbo.

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(C) Começou a chover.

3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,


SENHORITA, MADAME)

(D) Referiu-se a Vossa Excelência.

4. Antes de pronomes oblíquos


(E) Dedico o meu trabalho a ela.

5. Antes de pronomes indefinidos


(F) Ofereci um presente a alguém desta sala.

6. Antes de artigo indefinido


(G) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.

Você deve comparar este exemplo com o que traz uma locução
adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase: Todos, à
uma, aplaudiram a decisão do professor. (pág. 24)

7. Quando o A precede palavras femininas no plural


(H) Respondeu a cartas pouco elogiosas.

Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência


da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)
precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance
semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte
estrutura: singular (a) + plural (cartas).

8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas


(I) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.

9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)


(J) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.

O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a


preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o

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pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o
acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.

10. Com pronome relativo QUEM


(K) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.

Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.

Atenção! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos


QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo
anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo
seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),
AQUELE(S), AQUILO

(L) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.

Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo


verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).

(M) Sou favorável à que chegou primeiro.

Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o


termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição
imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o
integra.

(N) A festa à qual nos dirigimos começará agora.

11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ


(O) Ele o esperava desde as oito horas.
(P) O trabalho ficará pronto após as seis horas.

12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens


históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas

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(Q) Refiro-me a Joana d’Arc.


(R) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.

13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA


(S) Chegamos a esta cidade há cinco anos.

14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido


(T) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.

15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação


(U) A vítima reconheceu o ladrão a distância.

16. Quando a palavra CASA vem sem nenhum determinante.


(V) Vou a casa imediatamente.

17. Quando a palavra TERRA se encontra em oposição a BORDO.


(W) Os marinheiros queriam ir a terra.

Agora já podemos resolver algumas questões de prova para ver


como tudo isso é cobrado pela FGV.

1. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)

(...) Uma vez que o ar mais quente retém mais água do que o frio, em
algumas regiões haverá muita chuva; em outras, as secas se
repetirão.(...)

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a


seguir:

I. A última vírgula do período se justifica por se tratar de zeugma.


II. A primeira vírgula do período se justifica por separar orações
sintaticamente equivalentes.

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III. O ponto e vírgula pode ser substituído por ponto, colocando-se a


palavra seguinte com a primeira letra em maiúscula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e II estiverem corretas.
(D) Se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – A
Comentário – Afirmativa I: certa. Zeugma é uma figura de linguagem que
consiste na omissão de um termo anteriormente mencionado. Na
declaração, o termo omitido é “regiões”, que foi substituído pela vírgula
vicária.
Afirmativa II: errada. As orações não são equivalentes. A
primeira é subordinada adverbial causal, e a vírgula marca a antecipação
dela.
Afirmativa III: certa. O ponto, em relação ao mesmo
parágrafo, é empregado no final de cada período para indicar uma pausa
mais longa entre as frases. A substituição do ponto e vírgula por ele não
gera prejuízo ao trecho, mas exige uma modificação ortográfica, conforme o
examinador indicou.

2. (FGV/CAERN/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010)

(...) Como a cultura escrita está reagindo às diferentes inovações? (...)

Na frase acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo do


fenômeno da crase.

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Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Estaremos prontos às 18 horas.


(B) O curso vai de segunda à sexta
(C) Iremos à Natal dos nossos antepassados
(D) Ele saiu à francesa.
(E) Responderemos às suas indagações.

Gabarito – B
Comentário – Em “...está reagindo às diferentes inovações?”, a preposição
A exigida pelo verbo REAGIR (transitivo indireto) aglutinou-se com o artigo
AS que acompanha o objeto indireto (“as diferentes inovações”).
Na alternativa A, temos um caso de crase obrigatória com
locução adverbial feminina.
Na alternativa B, a falta de paralelismo no segmento “de
segunda à sexta” impede a existência de crase. Note que de um lado da
expressão há somente preposição (“de”); do outro, há preposição e artigo (a
+ a). Eis a correção: “de segunda a sexta”. Isso também vale para as
indicações de horas: de 8h a 10h; das 8h às 10h.
Na alternativa C, é possível atestar a ocorrência da crase
usando um artifício: se vou a e volto da, crase há; se vou a e volte de, crase
para quê? Vamos conferir? Vou à Natal dos nossos antepassados, volto da
Natal dos nossos antepassados. Caso a cidade viesse sem especificação, a
crase não ocorreria: vou à Natal, volto de Natal.
Na alternativa D, existe outra locução adverbial feminina: “à
[moda ou maneira] francesa”, o que fundamenta o emprego do acento
grave.
Na alternativa E, o verbo RESPONDER é transitivo indireto e
exige preposição A, que se contraiu com o artigo definido AS pertencente ao
objeto indireto “as suas indagações”.

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3. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros


do assistencialismo, e as empresas, desassistidas (...).

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a


seguir:

I. A segunda vírgula se justifica por separar sujeitos de orações diferentes.


II. A terceira vírgula é caso de zeugma.
III. Ao se retirar o E do período, no lugar da vírgula imediatamente anterior
a ele seria melhor vir um ponto e vírgula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – D
Comentário – A primeira vírgula foi empregada porque uma oração
subordinada adverbial foi antecipada “Sem melhorar a educação pública”. A
segunda vírgula se justifica por separar orações que possuem sujeitos
distintos de orações diferentes: “milhões continuarão prisioneiros do
assistencialismo” e “e as empresas, desassistidas”. Lembre-se de que a
vírgula é recomendada mesmo diante da conjunção aditiva E, quando esta
introduz oração coordenada com sujeito diferente daquele da oração
anterior. No caso de inexistir a conjunção aditiva, realmente o emprego do
ponto e vírgula é aconselhável. Na dúvida, volte à página 5.

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4. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) De acordo com o estudo do Cindes, quatro setores seriam mais


sensíveis: papel, celulose e gráfica; refino de petróleo e petroquímico;
siderurgia; e produtos químicos.(...)

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O último ponto e vírgula é desnecessário, uma vez que já há a


conjunção E.
II. Os dois pontos introduzem uma enumeração.
III. Todas as ocorrências da conjunção E têm valor aditivo.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

Gabarito – E
Comentário – A única afirmativa errada é a primeira. O ponto e vírgula tem
papel importantíssimo na separação dos itens enumerados. Como existem
elementos interligados pela conjunção aditiva “e” que constituem um
conjunto (“papel, celulose e gráfica” e “refino de petróleo e petroquímico), a
retirada do ponto e vírgula daria a impressão de que “siderurgia e produtos
químicos” seriam elementos de um mesmo conjunto. Essa ideia
comprometeria a coerência textual, pois passaria a falsa noção de existirem
apenas três setores em vez dos quatro que foram mencionados.

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5. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) Em “À beira


do cais”, empregou-se corretamente o acento indicativo da crase.

Assinale a alternativa em que NÃO se seguiram as regras gramaticais


do emprego do acento da crase.

(A) A prova vai até as 17 horas


(B) O cartão não pode ser marcado a lápis
(C) O caderno de questões só pode ser levado a partir das 16 horas.
(D) Não é possível realizar a prova com aparelhos eletrônicos à tiracolo
(E) Cuidado para não chutar a carteira do candidato a sua frente

Gabarito – D
Comentário – Alternativa A: com a preposição até, a crase é facultativa.
Alternativa B: a crase é proibida diante de palavra
masculina.
Alternativa C: a crase também é proibida diante de verbo.
Alternativa D: a palavra tiracolo é um substantivo masculino,
portanto afasta a possibilidade de ocorrência de crase.
Alternativa E: com pronome possessivo adjetivo a crase
pode ou não ocorrer.

6. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em ...devido à


proximidade com o Porto de Santos... , empregou-se corretamente o
acento indicativo do fenômeno da crase. Assinale a alternativa em que
isso NÃO tenha ocorrido

(A) O horário de trabalho é das 8h às 18h, de segunda a sábado


(B) Fomos à Santos da modernidade portuária
(C) Estávamos face à face com o perigo
(D) Ele sempre compra à vista.

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(E) Preferimos nosso filé à Osvaldo Aranha

Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: compare as expressões “das 8h às 18h” e “de
segunda a sábado” e note que na primeira existe o emprego paralelo do
artigo “as”, o que fundamenta o uso do acento grave.
Alternativa B: utilize o artifício para comprovar o emprego
correto do acento grave: Fomos à Santos da modernidade portuária,
voltamos da Santos da modernidade portuária. Sem a locução adjetiva, o
acento torna-se proibido: Fomos à voltamos de Santos.
Alternativa C: é totalmente errado usar acento grave entre
palavras repetidas.
Alternativa D: a crase é obrigatória com locução adverbial
feminina.
Alternativa E: está subentendida a locução à moda de ou à
maneira de.

7. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) A construção da


frase “tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um
conhecido, uma cidade da qual gostam”, está correta em relação à
regência dos verbos possuir e gostar.

De acordo com a norma padrão, assinale a alternativa que apresente


erro de regência.

(A) Apresentam-se algumas teses a cujas ideias procuro me orientar.


(B) As características pelas quais um povo se identifica devem ser
preservadas.
(C) Esse é o projeto cujo objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade.
(D) Eis os melhores poemas nacionalistas de que se tem conhecimento.

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(E) Aquela é a livraria onde foi lançado o romance recorde de vendas.

Gabarito – A
Comentário – Alternativa A: quem se orienta se orienta por algo ou
alguém. Então, a preposição que rege o complemento do verbo orientar não
pode ser a preposição a: “a cujas ideias”. Eis a correção: Apresentam-se
algumas teses por cujas ideias procuro me orientar.
Alternativa B: use o mesmo raciocínio aqui também: quem
se identifica se identifica por (per). Com o vocábulo a que integra o pronome
relativo a qual, tem-se pelo, que rege o complemento do verbo,
semanticamente representado pelo pronome relativo.
Alternativa C: também não se verifica erro de regência
aqui. Note que agora não se faz necessária nenhuma preposição antes do
pronome relativo (“cujo”), pois o verbo da oração a que ele pertence (“cujo
objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade”) é de ligação.
Alternativa D: acertadamente, foi empregada a preposição
“de” antes do relativo “que”. Semanticamente, esse relativo representa o
complemento do nome “conhecimento”. Como todo complemento nominal,
deve ser precedido por preposição.
Alternativa E: a locução verbal “foi lançado” requereu a
preposição em para introduzir o adjunto adverbial que indica o lugar de
lançamento do romance: “a livraria”. Esse adjunto adverbial é
semanticamente representado pelo pronome relativo “onde”, que não se
contrai com a preposição em, esta desaparece diante dele.

8. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Na frase “é ingênuo


creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada”
foi corretamente empregado o acento indicativo de crase.

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Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está


corretamente empregado.

(A) O memorando refere-se à documentos enviados na semana passada.


(B) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência urgente.
(C) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pessoas já
desestimuladas.
(D) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta na lista.
(E) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível e são
responsáveis.

Gabarito – D
Comentário – Alternativa A: cometeu-se o erro de empregar o acento
grave indicativo de crase diante de palavra masculina. Além disso, não
existe crase na estrutura SINGULAR + PLURAL (lembra?).
Alternativa B: pronomes de tratamento também afastam a
ocorrência de crase.
Alternativa C: diante de verbo também está proibido o uso
do acento grave.
Alternativa D: houve correta contração da preposição “a”
exigida pela regência do verbo “falará” (falará a quem?) com o a inicial do
pronome demonstrativo “aquele”.
Alternativa E: acentuou-se erradamente o “a” que antecede
o pronome possessivo masculino “meus”. Observe que a estrutura
SINGULAR + PLURAL se repetiu.

9. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a


alternativa em que a vírgula está corretamente empregada.

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(A) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode ser considerado,


sem dúvida, um desvio de caráter.
(B) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora competente, nem
sempre conseguia resolvê-los.
(C) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento
geral, às vezes, era de frustração.
(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam
sanções diariamente.
(E) O tempo não para as transformações sociais são urgentes mas há quem
não perceba esse fato, que é evidente.

Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: errada. Faltou uma vírgula (depois de
“brasileira”) para isolar o aposto explicativo “essa instituição tipicamente
brasileira”, que se intercalou entre o sujeito “O jeitinho” e a locução verbal
“pode ser considerado”.
Alternativa B: errada. A ausência de uma vírgula após
“funcionário” fez com que o segmento de natureza adverbial concessiva
“embora competente” não fosse corretamente isolado e caracterizou
separação indevida entre o sujeito “o funcionário” e o verbo “conseguia”.
Alternativa C: certa. A primeira vírgula separa uma oração
subordinada adverbial antecipada; a segunda isola outro termo de valor
adverbial, que se intercalou entre o sujeito “o sentimento geral” e o verbo
“era”.
Alternativa D: errada. A primeira vírgula deveria ser
empregada após a conjunção integrante “que”, para demonstrar o
isolamento de uma oração subordinada adverbial condicional (“se fôssemos
levar a lei ao pé da letra”) intercalada. A conjunção introduz o sujeito

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oracional “que muitos sofreriam sanções diariamente” e não pode ser dele
separada por meio da vírgula.
Alternativa E: errada. Faltou uma vírgula para separar as
orações coordenadas com sujeitos diferentes “O tempo não para” e “as
transformações sociais são urgentes”, como também faltou um ponto e
vírgula para separar a oração coordenada adversativa introduzida pela
conjunção “mas”. A última vírgula está bem empregada, pois serve para
separar uma oração adjetiva explicativa.

10. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) O emprego correto da


vírgula verifica-se apenas em:

(A) A educação, saída ideal para diversos problemas sociais, requer


empenho coletivo, e a sociedade deve oferecê-lo.
(B) A administração do dinheiro público que é bem de todos, precisa ser
controlada, e regulada por leis adequadas.
(C) Embora sejam instrumentos democráticos as leis não garantem a ética
na gestão pública, fato incontroverso no Brasil.
(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam
sanções diariamente.
(E) O tempo não para, as transformações sociais são urgentes mas há
quem não perceba, que isso é evidente.

Gabarito – A
Comentário – Alternativa A: certa. A primeira e a segunda vírgula separam
adequadamente o aposto explicativo; a última separa uma oração
coordenada aditiva com sujeito diferente daquele da oração coordenada
inicial.
Alternativa B: errada. Faltou a primeira vírgula que contribui
para o isolamento da oração adjetiva explicativa “que é bem de todos”. A

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última vírgula, ao contrário, está sobrando. Como as orações são


coordenadas e têm o mesmo sujeito, ela não precisa ser usada.
Alternativa C: errada. Faltou uma vírgula para indicar a
antecipação da oração subordinada adverbial concessiva “Embora sejam
instrumentos democráticos”.
Alternativa D: errada. Opa! Acho que já vimos isso antes:
questão 9, alternativa D.
Alternativa E: errada. Esta também é conhecida nossa:
questão 9, alternativa E. O detalhe é que agora foi empregada corretamente
uma vírgula separando a oração coordenada aditiva com sujeito diferente
daquele da coordenada inicial. Mas continua faltando um ponto e vírgula
separando a coordenada adversativa introduzida pela conjunção “mas”.

11. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase “as ações que nós


reproduzimos em nosso cotidiano”, a regência do verbo em destaque é
a mesma de:

(A) Alguns atribuem valor positivo ao famoso jeitinho.


(B) Essa crítica, sem dúvida, cabe a todos os brasileiros.
(C) Prefiro oposição inteligente a adesões inseguras.
(D) Sem dúvida, a noção de civismo está na pauta de debates.
(E) O comodismo contamina o indivíduo cansado de lutar em vão.

Gabarito – E
Comentário – O verbo reproduzir possui regência transitiva direta; seu
complemento direto está representado pelo pronome relativo “que”, o qual
substitui o antecedente “as ações”.
Alternativa A: o verbo atribuir é transitivo direto e indireto.
O termo “valor positivo” é o seu objeto direto, e “ao famoso jeitinho” é seu
objeto indireto.

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Alternativa B: o verbo caber foi usado como transitivo


indireto. O termo “a todos os brasileiros” é seu objeto indireto.
Alternativa C: o verbo preferir, como já foi falado, é
transitivo direto e indireto.
Alternativa D: utilizou-se o verbo estar como intransitivo. O
termo “na pauta de debates” é adjunto adverbial.
Alternativa E: contaminar também é transitivo direto. O
termo seguinte é seu objeto direto.

12. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Ao substituir a expressão


sublinhada no fragmento “se reduz à crítica que não busca alterar a
realidade“, assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase
deve ser empregado.

(A) se reduz a mesma crítica.


(B) se reduz a certa crítica.
(C) se reduz a qualquer crítica.
(D) se reduz a alguma crítica.
(E) se reduz a toda crítica.

Gabarito – A
Comentário – Vamos verificar a ocorrência ou não de crase por meio de
outro artifício: se usarmos ao(s) diante de palavra masculina, usaremos à(s)
diante de palavra feminina.
Alternativa A: se reduz ao mesmo crítico; então há crase em
se reduz à mesma crítica.
Alternativa B: se reduz a certo crítico; então não há crase
em se reduz a certa crítica.
Alternativa C: se reduz a qualquer crítico; então não há
crase em se reduz a qualquer crítica.

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Alternativa D: se reduz a algum crítico; então não há crase


em se reduz a alguma crítica.
Alternativa E: se reduz a todo crítico; então não há crase
em se reduz a toda crítica.
13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Dos trechos transcritos do
texto, assinale aquele em que se poderia empregar opcionalmente o
acento indicativo de crase.

(A) Preferência a respeito das ações humanas.


(B) Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição.
(C) Na verdade, somos obrigados a escolher.
(D) Podem ser predicados a todos os atos humanos.
(E) Não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos.

Gabarito – B
Comentário – Alternativa A: caso proibido, pois estamos diante de nome
masculino (“respeito”).
Alternativa B: caso facultativo, pois estamos diante de
pronome possessivo adjetivo (“nossa”).
Alternativa C: caso proibido, pois estamos diante de verbo
(“escolher”).
Alternativa D: a crase é proibida diante de nome masculino,
pronome indefinido e na estrutura SINGULAR + PLURAL (“a todos”).
Alternativa E: novamente a crase é proibida, pois estamos
diante de nome masculino (“fenômenos”) e da estrutura SINGULAR +
PLURAL.

14. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “A evolução


das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de
hegemonia norte-americana são muito diferentes.”

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Os dois-pontos no trecho acima introduzem uma:


(A) enumeração.
(B) explicação.
(C) causa.
(D) explicitação.
(E) consequência.

Gabarito – D
Comentário – Há uma diferença sutil entre explicação e explicitação que a
FGV considera: a explicação é a ação de explicar ou fazer entender algo já
dito ou apresentado; a explicitação é a ação de revelar algo, fazê-lo
conhecido. Como a tal diferença só é dada a conhecer após os dois-pontos, a
melhor resposta realmente se encontra na letra D.

15. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “O


movimento altermundialista deverá também responder à nova situação
mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização
capitalista.”

No trecho acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo


de crase. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) Eles visaram à premiação no concurso.


(B) Sempre nos referimos à Florianópolis dos açorianos.
(C) Nossos cursos vão de 8h às 18h.
(D) A solução foi sair à francesa.
(E) Fizemos uma longa visita à casa nova dos nossos amigos.

Gabarito – C

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Comentário – Alternativa A: correta. O verbo visar é transitivo indireto no


sentido de almejar. A preposição “a” que rege seu complemento contraiu-se
com o artigo definido “a” que acompanha seu objeto indireto.
Alternativa B: correta. Quem se refere se refere a algo. A
preposição se contraiu com o artigo definido a admitido pelo substantivo.
Alternativa C: incorreta. Já comentamos aqui casos
semelhantes. Como não existe artigo em “de 8h”, também não dever existir
artigo em “a 18h”, o que inviabiliza o uso do acento grave. Compare com
“das 8h às 18h”, em que o acento está corretamente empregado.
Alternativa D: correta. Ocorreu aqui a elipse da palavra
moda ou maneira, das locuções à moda de, à maneira de.
Alternativa E: correta. Com a palavra casa, a crase só
ocorre quando esta vem determinada. Note a diferença: Vou a casa / Vou à
casa dos meus pais.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “Não só porque no


mundo todo cresce a convicção da importância dos povos tradicionais
para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua relação
específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade
do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da
diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.”

Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para


o trecho acima.

(A) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos


povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza –, mas
também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,

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não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio


desenvolvimento.
(B) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas também
porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção – não pode
prescindir da diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.
(C) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza mas também
porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção –, não
pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio
desenvolvimento.
(D) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais, para o futuro da humanidade, precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas,
também, porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção,
não pode prescindir da diversidade cultural, para seu próprio
desenvolvimento.
(E) Não só porque no mundo todo, cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza – mas
também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,
não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio
desenvolvimento.

Gabarito – A
Comentário – Alternativa A: certa. Os travessões marcam a intercalação de
uma oração entre as coordenadas “Não só porque...” e “...mas também...”.

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Nesse caso, é necessário haver dois travessões, um no início da intercalação


e outro no final dela. A primeira vírgula é empregada para separar a oração
coordenada aditiva pertencente à construção enfática expressa pelos
articuladores correlatos “Não só..., mas também...”. As duas vírgulas
seguintes isolam um aposto de natureza explicativa.
Alternativa B: errada. Faltou o segundo travessão para isolar
a oração intercalada. O isolamento do aposto por meio de travessões
sustenta-se nas normas de pontuação.
Alternativa C: errada. As duas primeiras vírgulas não
prejudicam a correção gramatical, pois isolam termo de natureza adverbial.
Mas a ausência de uma vírgula para isolar a oração intercalada
“precisamente em virtude de sua relação específica com a terra e a
natureza” fere as normas de pontuação. A vírgula após o segundo travessão
que isola o aposto também, pois causou indevida separação entre o sujeito
“a sociedade do conhecimento” e a locução verbal “pode prescindir”.
Alternativa D: errada. O complemento “para o futuro da
humanidade” foi isolado erroneamente do nome “importância”. Isolado o
vocábulo “também”, perde-se o caráter aditivo da expressão “mas também”,
e a conjunção “mas” assume seu natural valor semântico adversativo. No
lugar da penúltima vírgula, deveria ser utilizado outro travessão para
concluir o isolamento do aposto explicativo.
Alternativa E: errada. A primeira vírgula fragmentou
inadequadamente a oração coordenada inicial. A tentativa de isolar o
adjunto adverbial falhou por utilizar somente uma vírgula depois dele. Como
já foi assinalado, faltou uma vírgula após o segundo travessão.

17. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008)

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(...) Sob o pretexto de organizar a expulsão, batizada de


“afastamento”, o estrangeiro pode ser detido por até 18 meses. As
condições de detenção e expulsão são inaceitáveis: em princípio, há
espaços isolados denominados “centros de retenção” (os que já existem
lembram campos de concentração).(...)

No trecho acima, a função dos parênteses é:

(A) explicar a idéia anterior.


(B) exemplificar o dito anteriormente.
(C) especificar um elemento particular dentre os gerais.
(D) apresentar uma idéia que se deseja manter como observação à parte.
(E) ressalvar um dado dito anteriormente.

Gabarito – D
Comentário – Esse tipo de oração é também conhecida como oração
interferente (aquelas que se acrescentam à margem da frase, como
esclarecimento, observação, ressalva etc.) Elas são estranhas à estrutura do
período, por isso interferem na sequência lógica da frase. Exemplos:

"Se me atirasse às bananas (devo ter comido meia


dúzia), não poderia ter feito as milhares de coisas que fiz."
(Lígia Fagundes Teles)

"É bem feiozinho, benza-o Deus, o teu tal amigo," (Aluísio


de Azevedo)

"Tive (porque não direi tudo?), tive remorsos." (M. de


Assis)

No fragmento, destaca-se a intenção de se fazer uma


observação à parte.

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18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) Assinale a alternativa


em que não se tenha caso de regência verbal de acordo com a norma
culta.

(A) Ele preferia divertir-se a estudar.


(B) Assistimos nosso irmão no acidente.
(C) Eles esqueceram do livro.
(D) Visarei às metas traçadas pela equipe.
(E) No fim do mês, o patrão pagou ao empregado.

Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: certa. O verbo preferir é TDI, e seu objeto
indireto vem regido pela preposição a.
Alternativa B: certa. O verbo assistir pode ser transitivo
direto com sentido de prestar socorro, ajuda.
Alternativa C: errada. Observe que não foi usado o verbo
lembrar-se (pronominal). Ele é TI, mas lembrar (sem o pronome) é TD. A
construção correta é: Eles esqueceram o livro.
Alternativa D: certa. No sentido de almejar, ter como
objetivo, o verbo visar é TI e requer a preposição a para reger seu objeto
indireto.
Alternativa E: certa. Com o verbo pagar, a pessoa é o OI –
o verbo, é claro, é TI e exige a preposição a.

19. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008)

(...) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um “calote” completo


em 1937.(...)

A palavra “calote” foi grafada entre aspas porque:

(A) é uma palavra de uso informal.

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(B) corresponde a um estrangeirismo.


(C) é um neologismo.
(D) está sendo usada fora do seu sentido habitual.
(E) representa a fala de outra pessoa.

Gabarito – A
Comentário – A palavra é de uso informal, mais conhecida como gíria,
significa o ato ou fato de não pagar uma dívida; golpe, trapaça.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “É sabido que a


terra não pertence aos índios; antes, são eles que pertencem à terra.”

No período acima, utilizou-se corretamente o acento indicativo de crase


antes da palavra terra. Assinale a alternativa em que isso não tenha
ocorrido.

(A) Voltarei à terra natal.


(B) A sonda espacial retornará em breve à Terra.
(C) Quando chegamos à terra, ainda sentíamos em nosso corpo o balanço
do mar.
(D) Eu me referia à terra dos meus antepassados.
(E) Havendo descuido, a areia será misturada à terra.

Gabarito – C
Comentário – Apenas na frase “Quando chegamos à terra, ainda sentíamos
em nosso corpo o balanço do mar.”, a palavra “terra” foi empregada em
oposição a bordo. Isso proíbe o uso do acento grave indicativo de crase.

21. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “No entanto, o tema central


do encontro – o desmatamento de uma região que perde um Rio de

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Janeiro por mês de floresta – foi o que menos parece ter mobilizado os
participantes”.

Assinale a alternativa que apresenta o objetivo do emprego dos


travessões.

(A) Fazer uma enumeração.


(B) Esclarecer uma informação.
(C) Retificar um dado anterior.
(D) Definir um vocábulo.
(E) Apresentar um argumento.

Gabarito – B
Comentário – O segmento entre os travessões é aposto explicativo, cujo
valor semântico esclarece o sentido da expressão “o tema central do
encontro”.

Então, o que achou das questões? Não são difíceis, não é


mesmo? Espero que você tenha tido um bom desempenho.
A partir da próxima página, as questões encontram-se sem os
meus comentários. Aproveite-as para revisar o conteúdo durante a semana.
Fique com Deus um grande abraço.
Professor Albert Iglésia
QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)

(...) Uma vez que o ar mais quente retém mais água do que o frio, em
algumas regiões haverá muita chuva; em outras, as secas se
repetirão.(...)

A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a


seguir:

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I. A última vírgula do período se justifica por se tratar de zeugma.


II. A primeira vírgula do período se justifica por separar orações
sintaticamente equivalentes.
III. O ponto e vírgula pode ser substituído por ponto, colocando-se a
palavra seguinte com a primeira letra em maiúscula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e II estiverem corretas.
(D) Se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

2. (FGV/CAERN/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2010)

(...) Como a cultura escrita está reagindo às diferentes inovações? (...)

Na frase acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo do


fenômeno da crase.

Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.

(A) Estaremos prontos às 18 horas.


(B) O curso vai de segunda à sexta
(C) Iremos à Natal dos nossos antepassados
(D) Ele saiu à francesa.
(E) Responderemos às suas indagações.

3. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010)

(...) Sem melhorar a educação pública, milhões continuarão prisioneiros


do assistencialismo, e as empresas, desassistidas (...).

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A respeito da pontuação do período acima, analise as afirmativas a


seguir:

I. A segunda vírgula se justifica por separar sujeitos de orações diferentes.


II. A terceira vírgula é caso de zeugma.
III. Ao se retirar o E do período, no lugar da vírgula imediatamente anterior
a ele seria melhor vir um ponto e vírgula.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

4. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) De acordo com o estudo do Cindes, quatro setores seriam mais


sensíveis: papel, celulose e gráfica; refino de petróleo e petroquímico;
siderurgia; e produtos químicos.(...)

A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O último ponto e vírgula é desnecessário, uma vez que já há a


conjunção E.
II. Os dois pontos introduzem uma enumeração.
III. Todas as ocorrências da conjunção E têm valor aditivo.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas

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(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

5. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010) Em “À beira


do cais”, empregou-se corretamente o acento indicativo da crase.

Assinale a alternativa em que NÃO se seguiram as regras gramaticais


do emprego do acento da crase.

(A) A prova vai até as 17 horas


(B) O cartão não pode ser marcado a lápis
(C) O caderno de questões só pode ser levado a partir das 16 horas.
(D) Não é possível realizar a prova com aparelhos eletrônicos à tiracolo
(E) Cuidado para não chutar a carteira do candidato a sua frente

6. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Em ...devido à


proximidade com o Porto de Santos... , empregou-se corretamente o
acento indicativo do fenômeno da crase. Assinale a alternativa em que
isso NÃO tenha ocorrido

(A) O horário de trabalho é das 8h às 18h, de segunda a sábado


(B) Fomos à Santos da modernidade portuária
(C) Estávamos face à face com o perigo
(D) Ele sempre compra à vista.
(E) Preferimos nosso filé à Osvaldo Aranha

7. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) A construção da


frase “tentará descobrir alguma coisa que possuam em comum – um

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conhecido, uma cidade da qual gostam”, está correta em relação à


regência dos verbos possuir e gostar.

De acordo com a norma padrão, assinale a alternativa que apresente


erro de regência.

(A) Apresentam-se algumas teses a cujas ideias procuro me orientar.


(B) As características pelas quais um povo se identifica devem ser
preservadas.
(C) Esse é o projeto cujo objetivo principal é a reflexão sobre a brasilidade.
(D) Eis os melhores poemas nacionalistas de que se tem conhecimento.
(E) Aquela é a livraria onde foi lançado o romance recorde de vendas.

8. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Na frase “é ingênuo


creditar a postura brasileira apenas à ausência de educação adequada”
foi corretamente empregado o acento indicativo de crase.

Assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase está


corretamente empregado.

(A) O memorando refere-se à documentos enviados na semana passada.


(B) Dirijo-me à Vossa Senhoria para solicitar uma audiência urgente.
(C) Prefiro montar uma equipe de novatos à trabalhar com pessoas já
desestimuladas.
(D) O antropólogo falará apenas àquele aluno cujo nome consta na lista.
(E) Quanto à meus funcionários, afirmo que têm horário flexível e são
responsáveis.

9. (FGV/BADESC/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2010) Assinale a


alternativa em que a vírgula está corretamente empregada.

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(A) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode ser considerado,


sem dúvida, um desvio de caráter.
(B) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora competente, nem
sempre conseguia resolvê-los.
(C) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento
geral, às vezes, era de frustração.
(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam
sanções diariamente.
(E) O tempo não para as transformações sociais são urgentes mas há quem
não perceba esse fato, que é evidente.

10. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) O emprego correto da


vírgula verifica-se apenas em:

(A) A educação, saída ideal para diversos problemas sociais, requer


empenho coletivo, e a sociedade deve oferecê-lo.
(B) A administração do dinheiro público que é bem de todos, precisa ser
controlada, e regulada por leis adequadas.
(C) Embora sejam instrumentos democráticos as leis não garantem a ética
na gestão pública, fato incontroverso no Brasil.
(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam
sanções diariamente.
(E) O tempo não para, as transformações sociais são urgentes mas há
quem não perceba, que isso é evidente.

11. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Na frase “as ações que nós


reproduzimos em nosso cotidiano”, a regência do verbo em destaque é
a mesma de:

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(A) Alguns atribuem valor positivo ao famoso jeitinho.


(B) Essa crítica, sem dúvida, cabe a todos os brasileiros.
(C) Prefiro oposição inteligente a adesões inseguras.
(D) Sem dúvida, a noção de civismo está na pauta de debates.
(E) O comodismo contamina o indivíduo cansado de lutar em vão.

12. (FGV/SEFAZ-AP/FISCAL DE RENDAS/2010) Ao substituir a expressão


sublinhada no fragmento “se reduz à crítica que não busca alterar a
realidade“, assinale a alternativa em que o acento indicativo de crase
deve ser empregado.

(A) se reduz a mesma crítica.


(B) se reduz a certa crítica.
(C) se reduz a qualquer crítica.
(D) se reduz a alguma crítica.
(F) se reduz a toda crítica.

13. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Dos trechos transcritos do


texto, assinale aquele em que se poderia empregar opcionalmente o
acento indicativo de crase.

(A) Preferência a respeito das ações humanas.


(B) Diante da multiplicidade de caminhos a nossa disposição.
(C) Na verdade, somos obrigados a escolher.
(D) Podem ser predicados a todos os atos humanos.
(E) Não se reduzem a fenômenos meramente subjetivos.

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14. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “A evolução


das grandes regiões se diferencia: as respostas de cada uma à crise de
hegemonia norte-americana são muito diferentes.”

Os dois-pontos no trecho acima introduzem uma:


(A) enumeração.
(B) explicação.
(C) causa.
(D) explicitação.
(E) consequência.

15. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2010) “O


movimento altermundialista deverá também responder à nova situação
mundial nascida da crise escancarada da fase neoliberal da globalização
capitalista.”

No trecho acima, empregou-se corretamente o acento grave indicativo


de crase. Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.

(A) Eles visaram à premiação no concurso.


(B) Sempre nos referimos à Florianópolis dos açorianos.
(C) Nossos cursos vão de 8h às 18h.
(D) A solução foi sair à francesa.
(E) Fizemos uma longa visita à casa nova dos nossos amigos.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “Não só porque no


mundo todo cresce a convicção da importância dos povos tradicionais
para o futuro da humanidade, precisamente em virtude de sua relação
específica com a terra e a natureza, mas também porque a sociedade

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do conhecimento, acelerada construção, não pode prescindir da


diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.”

Assinale a alternativa que apresente pontuação igualmente correta para


o trecho acima.

(A) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos


povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza –, mas
também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,
não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio
desenvolvimento.
(B) Não só porque no mundo todo cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas também
porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção – não pode
prescindir da diversidade cultural para seu próprio desenvolvimento.
(C) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais para o futuro da humanidade, precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza mas também
porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção –, não
pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio
desenvolvimento.
(D) Não só porque, no mundo todo, cresce a convicção da importância dos
povos tradicionais, para o futuro da humanidade, precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza, mas,
também, porque a sociedade do conhecimento – acelerada construção,
não pode prescindir da diversidade cultural, para seu próprio
desenvolvimento.

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(E) Não só porque no mundo todo, cresce a convicção da importância dos


povos tradicionais para o futuro da humanidade – precisamente em
virtude de sua relação específica com a terra e a natureza – mas
também porque a sociedade do conhecimento, acelerada construção,
não pode prescindir da diversidade cultural para seu próprio
desenvolvimento.

17. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008)

(...) Sob o pretexto de organizar a expulsão, batizada de


“afastamento”, o estrangeiro pode ser detido por até 18 meses. As
condições de detenção e expulsão são inaceitáveis: em princípio, há
espaços isolados denominados “centros de retenção” (os que já existem
lembram campos de concentração).(...)

No trecho acima, a função dos parênteses é:

(A) explicar a idéia anterior.


(B) exemplificar o dito anteriormente.
(C) especificar um elemento particular dentre os gerais.
(D) apresentar uma idéia que se deseja manter como observação à parte.
(E) ressalvar um dado dito anteriormente.

18. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) Assinale a alternativa


em que não se tenha caso de regência verbal de acordo com a norma
culta.

(A) Ele preferia divertir-se a estudar.


(B) Assistimos nosso irmão no acidente.
(C) Eles esqueceram do livro.
(D) Visarei às metas traçadas pela equipe.
(F) No fim do mês, o patrão pagou ao empregado.

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19. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008)

(...) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um “calote” completo


em 1937.(...)

A palavra “calote” foi grafada entre aspas porque:

(A) é uma palavra de uso informal.


(B) corresponde a um estrangeirismo.
(C) é um neologismo.
(D) está sendo usada fora do seu sentido habitual.
(F) representa a fala de outra pessoa.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) “É sabido que a


terra não pertence aos índios; antes, são eles que pertencem à terra.”

No período acima, utilizou-se corretamente o acento indicativo de crase


antes da palavra terra. Assinale a alternativa em que isso não tenha
ocorrido.

(A) Voltarei à terra natal.


(B) A sonda espacial retornará em breve à Terra.
(C) Quando chegamos à terra, ainda sentíamos em nosso corpo o balanço
do mar.
(D) Eu me referia à terra dos meus antepassados.
(E) Havendo descuido, a areia será misturada à terra.

21. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “No entanto, o tema central


do encontro – o desmatamento de uma região que perde um Rio de

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Janeiro por mês de floresta – foi o que menos parece ter mobilizado os
participantes”.

Assinale a alternativa que apresenta o objetivo do emprego dos


travessões.

(A) Fazer uma enumeração.


(B) Esclarecer uma informação.
(C) Retificar um dado anterior.
(D) Definir um vocábulo.
(E) Apresentar um argumento.

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GABARITO
1. A
2. B
3. D
4. E
5. D
6. C
7. A
8. D
9. C
10. A
11. E
12. A
13. B
14. D
15. C
16. A
17. D
18. C
19. A
20. C
21. B

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AULA 7

Hoje nossa aula é sobre sintaxe de concordância. Essa


expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como
regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o
adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se
referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de
gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo,
como concordância nominal.
Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções
envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de
casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!

CASOS GERAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL

O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e


pessoa.

"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)


"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)

Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um núcleo,


verifica-se o seguinte:

1. (FGV/SERC-MS/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2006) “O


que você quer?”

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o


futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?


(B) O que vós quiserdes?
(C) O que vós queríeis?

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(D) O que vós quereríeis?


(E) O que vós querereis?

Gabarito – D
Comentário – Vamos ver como se conjuga o verbo querer no futuro do
pretérito do indicativo: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós
quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam.
Alternativa A: segunda pessoa do singular do futuro do
pretérito do indicativo: eu quereria, tu quererias, ele quereria, nós
quereríamos, vós quereríeis, eles quereriam.
Alternativa B: segunda pessoa do plural do futuro do
subjuntivo: (quando) eu quiser, tu quiseres, ele quiser, nós quisermos, vós
quiserdes, eles quiserem.
Alternativa C: segunda pessoa do plural do pretérito
imperfeito do indicativo: eu queria, tu querias, ele queria, nós queríamos,
vós queríeis, eles queriam.
Alternativa E: segunda pessoa do plural do futuro do
presente do indicativo: eu quererei, tu quererás, ele quererá, nós
quereremos, vós querereis, eles quererão.

2. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO – POLÍCIA


LEGISLATIVA/2008) “...a cédula com Machado deixa de circular por
valer menos de um centavo de dólar.”

Assinale a alternativa em que, passando-se o trecho acima para o


plural, manteve-se adequação à norma culta.

(A) ...as cédulas com Machados deixam de circularem por valerem menos
de centavos de dólares.

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(B) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valer menos de
centavos de dólar.
(C) ...as cédulas com Machados deixam de circular por valerem menos de
centavos de dólares.
(D) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valerem menos de
centavos de dólar.
(E) ...as cédulas com Machado deixam de circular por valerem menos de
centavos de dólar.

Gabarito – E
Comentário – Havendo uma locução verbal, cabe somente ao verbo auxiliar
a flexão de número e pessoa para concordar com o sujeito. Portanto, estão
erradas as alternativas A, B e D.
As locuções “com Machado” e “de dólar” não se flexionam,
pois os substantivos designam especificamente seres únicos:
respectivamente o ilustre Machado de Assis e a moeda americana.
Com sintagmas formados de um núcleo seguido de uma
locução adjetiva (“as cédulas com Machado”, “centavos de dólar”), apenas
o núcleo é pluralizado (corte de tecido/cortes de tecido, tipo de
carne/tipos de carne).
Mas às vezes o substantivo pertencente à locução deve, por
exigência de natureza semântica, ser pluralizado. É inadequado dizer, por
exemplo, uma caixa de sapato, porque a caixa contém mais de um item.
Diga, então, caixa de sapatos, caixa de fósforos, caixa de bombons, cesta
de frutas, loja de brinquedos, talão de cheques...

1. Representado por pessoas gramaticais diferentes Î a primeira pessoa


(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência
sobre a terceira (ELES).

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Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.


Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)
Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que
os pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são
frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o
verbo para a terceira pessoa)

2. Anteposto ao verbo Î o verbo ficará sempre no plural (concordância


rígida ou gramatical).

Pai e filho conversaram longamente.


As imagens e o som não estavam adequados.

3. Posposto ao verbo Î o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida


ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo
(concordância atrativa).

Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar


apenas com “uma flor”)

Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com


todos os núcleos)

Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os


núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)

ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser


feita no plural.

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Agrediram-se o deputado e o senador.


Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

3. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) “A crise


energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário.”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, sem


provocar mudança de sentido, manteve-se adequação à norma culta.

(A) A crise energética e climática revelam os limites do ecossistema


planetário.
(B) As crises energética e climática revelam os limites do ecossistema
planetário.
(C) A crise energética e climática revela os limites do ecossistema
planetário.
(D) As crises energética e a climática revelam os limites do ecossistema
planetário.
(E) As crises energética e climática revela os limites do ecossistema
planetário.

Gabarito – B
Comentário – Repare que, inicialmente, temos um caso de sujeito
composto (“a crise energética” e “a [crise] climática”). O artigo definido “a”,
que se repete, determina cada núcleo separadamente. A ideia, então, é a de
que existem dois tipos de crise: energética e climática. Nossa resposta deve
preservar o sentido e a correção gramatical.
Alternativa A: o artigo definido no singular indica que há
somente uma crise, qualificada ao mesmo tempo pelos adjetivos
“energética” e “climática”. Como o sujeito é simples e seu núcleo (“crise”)

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está no singular, o verbo deve se flexionar na terceira pessoa do singular:


revela.
Alternativa B: com o artigo e o núcleo no plural (“As
crises”) seguidos dos adjetivos “energética” e “climática”, preserva-se a
ideia inicial. A correção gramatical também é mantida com o verbo revelar
flexionado na terceira pessoa do plural em concordância com o núcleo do
sujeito: “crises”.
Alternativa C: a adequação à norma gramatical foi mantida
(o verbo concorda e número e pessoa com o núcleo do sujeito), mas a ideia
inicial foi prejudicada: há somente uma crise.
Alternativa D: para se manter a ideia inicial de existência
de duas crises e também a correção gramatical, duas opções são possíveis:

1 – As crises energética e climática revelam...;


2 – A crise energética e a climática revelam...

Alternativa E: a ideia inicial foi mantida, mas a correção


gramatical foi transgredida com o verbo no singular (“revela”), em total falta
de concordância com o núcleo “crises”.

CASOS PARTICULARES DE CONCORDÂNCIA VERBAL

1. Verbos impessoais Î não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa


do singular.

Choveu muito.
Verbos que indicam
Deve nevar muito naquelas regiões. fenômenos naturais

Aqui faz verões terríveis.

Deve fazer dez anos que eles chegaram.


Há anos não o vejo. Verbos que indicam
tempo decorrido
Ia para dez anos que não o via.
Já passava de dez horas.

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Verbo “haver” com sentido


Poderá haver alunos reprovados. de “existir”, “acontecer”,
“ocorrer”.

4. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE


PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa
em que, alterando-se a forma verbal do trecho que não existem nós
centrais, não se respeitou a norma culta.

(A) que não há nós centrais


(B) que não devem existir nós centrais
(C) que não devem haver nós centrais
(D) que não há de haver nós centrais
(E) que não hão de existir nós centrais

Gabarito – C
Comentário – O examinador quer a construção sintaticamente errada.
Quando houver uma locução verbal, fique de olho vem vivo no verbo
principal, pois e ele que vai dizer ser o auxiliar será ou não flexionado. Em
“devem haver” (letra C), o verbo principal (“haver”) foi usado com sentido
de existir. Nesse caso, ele é impessoal e sua impessoalidade é transmitida
ao seu auxiliar, que deve se flexionar obrigatoriamente na terceira pessoa
do singular.

5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “...há outras formas de garantir a
transparência...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, manteve-se


adequação à norma culta.
(A) ...há de existir outras formas de garantir a transparência...

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(B) ...hão de haver outras formas de garantir a transparência...


(C) ...devem existir outras formas de garantir a transparência...
(D) ...devem haver outras formas de garantir a transparência...
(E) ...podem haver outras formas de garantir a transparência...

Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: errada. O verbo “existir” – o principal –,
transfere sua pessoalidade para o seu auxiliar, que deve se flexionar na
terceira pessoa do plural (hão) para concordar com “formas”, núcleo do
sujeito.
Alternativa B: errada. Agora o verbo principal é o “haver”,
impessoal com sentido de existir, o que deve manter o verbo auxiliar na
terceira pessoa do singular (há).
Alternativa C: certa. O que deveria ter acontecido na
alternativa A ocorreu aqui: a flexão do verbo auxiliar, por influência da
pessoalidade do verbo principal (“existir”).
Alternativas D e E: erradas. Ocorreu o mesmo erro
presente na alternativa B.

2. Verbos unipessoais Î são os que possuem sujeito, ficando na terceira


pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,
caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer,
parecer, restar, urgir, etc.

Basta uma reflexão.


sujeito

Faltam apenas quatro linhas.


sujeito

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6. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Na frase “Não resta dúvida


de que esse tipo de pensamento aplaca muitas consciências”, a flexão
do vocábulo dúvida no plural:

(A) gera a obrigatoriedade de se flexionar mais um vocábulo apenas.


(B) mantém a frase da mesma forma como se encontra redigida.
(C) leva à flexão opcional de mais dois vocábulos.
(D) implica a flexão nominal e verbal de três vocábulos obrigatoriamente.
(E) obriga o emprego da primeira pessoa do plural na forma do verbo.

Gabarito – A
Comentário – O sujeito da forma verbal “resta” é o termo “dúvida”.
Obrigatoriamente, a passagem desse sujeito para o plural (dúvidas)
acarretaria a flexão do verbo na terceira pessoa do plural (restam). Como se
verá abaixo, mais nenhuma modificação precisaria ser feita:

Não restam dúvidas de que esse tipo de pensamento


aplaca muitas consciências

3. Sujeito oracional Î se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal


ficará no singular.

Falta fazer quatro linhas.


sujeito

Urge que tomemos uma atitude radical.


sujeito

4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito

Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos


e indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração –
“dá” – deve concordar com o sujeito – “aula”)

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Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo


deve flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua
como pronome apassivador)
Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha
verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se
índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar
na terceira pessoa do singular, situação que se repete com
verbos intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +
preposição)

5. Coletivo Î o verbo concordará com o coletivo, estando próximo a ele;


mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no singular ou no
plural, conforme se queira destacar mais a idéia dos indivíduos.

O povo não revelou nada.


O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou
reuniu).

6. Expressão partitiva Î quando o sujeito é formado por uma expressão


partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a
maior parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou
pronome no plural, o verbo pode ficar no singular, preferencialmente, ou
no plural.

A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)

A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa)

7. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “...a maioria dos policiais


procure...”; as gramáticas de língua portuguesa ensinam que com a

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expressão “a maioria de” seguida de substantivo plural, a concordância


se faz predominantemente no singular (concordando com maioria), mas
pode concordar no plural, em função do substantivo (Maria Helena de
Moura Neves, Guia de uso do português, Editora Unesp, SP, 2003, p.
493).

Assim sendo, pode-se dizer da concordância verbal feita nessa frase do


texto que ela:

(A) assume a única forma possível de concordância verbal.


(B) prefere uma das formas de concordância verbal possível.
(C) apresenta uma forma errada de concordância verbal.
(D) mostra preferência por uma concordância verbal menos utilizada.
(E) indica a utilização de uma forma verbal de concordância não estudada
nas gramáticas.

Gabarito – B
Comentário – A concordância com o núcleo da expressão (“maioria”) é a
predominante por ser a gramatical ou rígida, mas é licito concordar
atrativamente com a locução que especifica o substantivo: ...a maioria dos
policiais procurem...

8. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2010) De acordo com as


regras de concordância verbal do padrão escrito culto, assinale a
alternativa incorreta.

(A) A maioria dos brasileiros já viveram situações violentas no cotidiano.


(B) Sem dúvida, devem haver formas de combater pacificamente a
violência.
(C) No artigo em análise, trata-se de questões referentes à origem histórica
da violência.

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(D) Faz séculos que se verificam situações de opressão na sociedade


brasileira.
(E) Sempre existirão pessoas dispostas a resistir ao comodismo.

Gabarito – B
Comentário – Alternativa A: correta. Tanto está certa a concordância com o
termo “maioria” quanto a concordância com “brasileiros”. A banca preferiu
concordar com o segundo.
Alternativa B: incorreta. Na locução “devem haver”, a
impessoalidade do verbo “haver”, o principal, reflete no verbo auxiliar, que
deve flexionar-se na terceira pessoa do singular: deve.
Alternativa C: correta. O pronome “se” é índice de
indeterminação do sujeito. Nesse caso, o verbo concorda obrigatoriamente
na terceira pessoa do singular.
Alternativa D: correta. Usou-se o verbo fazer na indicação de
tempo, o que o faz permanecer invariavelmente na terceira pessoa do
singular. Já o verbo verificar, que foi usado na voz passiva sintética (note o
pronome “se”), tem como núcleo do sujeito o substantivo plural “situações”,
razão pela qual se flexionou na terceira pessoa do plural.
Alternativa E: correta. O verbo existir, que é pessoal, tem
como núcleo do sujeito o substantivo plural “pessoas”, razão que o faz
concordar obrigatoriamente na terceira pessoa do plural. Com respeito à
concordância do verbo “resistir”, adianto que ele também poderia se
flexionar na terceira pessoa do plural (resistirem) para concordar com
“pessoas”. A orientação é a seguinte:

– se o sujeito do infinitivo é igual ao do verbo da oração


principal, a flexão daquele é facultativa. Exemplo:

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os


problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

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Mais à frente sistematizarei as orientações a respeito da


flexão do infinitivo.

7. Quantidade aproximada Î quando houver uma quantidade aproximada


(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida
de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o
substantivo.
Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso.
(concordância rígida ou gramatical)

ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O


verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a
expressão surge repetida.

Mais de uma máquina estava parada.


Mais de um casal se agrediram.
Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.

8. Pronome relativo que Î se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo


concordará com o antecedente.

Fui eu que cheguei por último.

Foste tu que chegaste por último.

9. Pronome relativo quem Î o verbo concordará com o antecedente ou


ficará na terceira pessoa do singular.

Fui eu quem cheguei por último.

Fui eu quem chegou por último.

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10. Um dos que Î o verbo ficará na terceira pessoa do singular,


concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando
com os (dos = de + os).

Você é um dos que fala/falam menos.


O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta
equatorial.

ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no


singular.

É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no


teatro.
Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.

11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,


vós ou vocês Î o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se
este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome
pessoal.

Algum dentre vós sairá antes?

Quais de nós sairão (sairemos) antes?

Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).

12. Cada um Î o verbo ficará no singular.

Cada um de nós estudará para o concurso.


Cada um de vocês passará.

13. Pronome de tratamento Î o verbo concordará sempre na terceira


pessoa do singular ou do plural.

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Vossa Excelência é muito digno.


Vossas Senhorias são muito exigentes.

14. Fração Î rigorosamente, o verbo concorda com o numerador;


havendo parte inteira, o verbo concordará com ela.

Um terço dos alunos foi embora.


Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.

ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número


fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é
sustentada, por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da
Língua Portuguesa, 48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo,
2008, página 470)

“Um quinto dos homens eram de cor escura.”

Recomendo que você observe atentamente todas as opções


apresentadas pelo examinador.

15. Porcentagem Î o verbo concorda, a rigor, com o numeral.

Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.


Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.
Apenas 1,78% votou nesse candidato. (a concordância é com a parte
inteira)

ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,


ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens
modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a

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tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que


especifica a referência numérica”.

“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da


Copa.”

Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”

Aqui também recomendo que você observe atentamente todas


as opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as
duas possibilidades de concordância.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) Se essas restrições entrarem em vigor mundo afora, por volta de


20% das vendas externas brasileiras na configuração de hoje em
termos de destinos, volumes e preços seriam afetadas.(...)

Assinale a alternativa em que a alteração do sublinhado no trecho


acima NÃO tenha sido feita em respeito às normas gramaticais

(A) por volta de 12% das vendas seriam afetados


(B) por volta de 1,2% das vendas seria afetado
(C) por volta de 0,2% das vendas seriam afetadas
(D) por volta de 1,9% das vendas seriam afetados
(E) por volta de 0,99% das vendas seria afetado

Gabarito – D
Comentário – A FGV considera correta a possibilidade de concordância com
o numeral ou com a locução especificativa.
Alternativa A: certa. A concordância foi feita com o numeral,
que está no gênero masculino (doze) e indica plural.

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Alternativa B: certa. A concordância foi feita com o numeral,


cuja parte inteira (um) define a flexão de gênero e número.
Alternativa C: certa. A concordância agora é com vendas,
núcleo da expressão que especifica o numeral.
Alternativa D: errada. Optando-se pela concordância com o
numeral (1,9%), a forma correta é seria afetado, por causa da parte inteira.
Querendo-se concordar com o núcleo vendas, a flexão correta é seriam
afetadas.
Alternativa E: certa. A concordância foi estabelecida com a
parte inteira (zero), que transmite a ideia de masculino singular.

10. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Estima-se que


possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros...”

Assinale a alternativa em que se tenha mantido a concordância


adequada à norma culta ao se reescrever o trecho acima.

(A) Estima-se que possa ser expulso da Europa dez por cento dos
estrangeiros...
(B) Estima-se que possam ser expulsos da Europa milhares de pessoas...
(C) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1 milhão do grupo...
(D) Estima-se que possa ser expulso da Europa três quartos dos
estrangeiros...
(E) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1,98% do grupo...

Gabarito – B
Comentário – Em todas as alternativas o verbo “Estima-se” (voz passiva
sintética) está corretamente no singular porque o sujeito dele apresentou-se
sob a forma de oração (subordinada substantiva subjetiva).

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Alternativa A: a expressão “dez por cento dos estrangeiros”


não permite que os verbo fiquem no singular, pois a numeral “dez” e o
substantivo “estrangeiros” transmitem a ideia de plural. Eis a correção: ...
possam ser expulsos...
Alternativa B: está correta e merece sua total atenção.
Milhão, bilhão e milhar são substantivos masculinos, por isso devem
concordar no masculino os artigos, numerais e pronomes que os
precedem:

Os dois milhões de pessoas; uns três milhões de árvores,


aqueles bilhões de criaturas.

Já o verbo no particípio e o adjetivo podem concordar no


masculino ou no feminino com o substantivo feminino:

Dois milhões de sacas de soja estão ali armazenados (ou


armazenadas). Os outros cinco milhões de moedas serão
cunhados (ou cunhadas).

Portanto estaria igualmente correta a construção:

Estima-se que possam ser expulsas da Europa milhares de


pessoas...

Alternativa C: errada. Com milhão, bilhão e trilhão (no


singular), só haverá possibilidade de plural se esses substantivos
numéricos estiverem seguidos de substantivo no plural:

Um milhão de fiéis agruparam-se em procissão.

Alternativa D: errada: Na expressão “três quartos dos


estrangeiros” o numerador indica plural e o substantivo “estrangeiros
também”. Por isso a concordância adequada é: possam ser expulsos.

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Alternativa E: errada. Agora a indicação é somente de


singular, quer seja a parte inteira (“1”) do numeral percentual, quer seja o
substantivo especificativo dele (“grupo”). Por isso a concordância correta é:
possa ser expulso.

11. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Hoje, apenas 16% dos


192 milhões de brasileiros vivem na zona rural, de acordo com o IBGE.

Com base no conhecimento das regras de concordância, assinale a


alternativa em que se manteve correção gramatical ao se alterar a
estrutura acima.

(A) Hoje, apenas 0,99% vivem na zona rural


(B) Hoje, apenas 1,6 milhão vivem na zona rural
(C) Hoje, apenas um quarto vivem na zona rural.
(D) Hoje, apenas 1,6% vive na zona rural
(E) Hoje, apenas dois terços vive na zona rural

Gabarito – D
Comentário – Alternativa A: errada. A concordância verbal deve ser feita
com a parte inteira do numeral (zero), que indica singular.
Alternativa B: errada. A concordância verbal deve ser feita
com a parte inteira do numeral (um), que indica singular.
Alternativa C: errada. A concordância verbal deve ser feita
com o numerador da fração (um), que indica singular.
Alternativa D: certa. É a confirmação da regra.
Alternativa E: errada. A concordância verbal deve ser feita
com o numerador da fração (dois), que indica plural.

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16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em


gradação Î o verbo concorda gramaticalmente com todos os
núcleos ou atrativamente com o mais próximo.

Medo e temor me assusta/assustam.

Uma palavra, um movimento, um simples gesto


causava/causavam-lhe medo.

17. Aposto resumitivo Î se o sujeito composto for resumido por um


aposto (pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.

Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.


sujeito composto aposto resumitivo

Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.


sujeito composto aposto
resumitivo

18. Infinitivos antônimos ou determinados Î verbo no plural.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.


O andar e o nadar fazem bem à saúde.

ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem


determinados, o verbo ficará no singular.

Andar e nadar faz bem a saúde.


Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca
desanimou os professores.

19. Um e outro Î verbo no singular ou no plural.


Um e outro jogador foi/foram expulsos.

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ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro,


o plural é obrigatório.

Um e outro insultaram-se.

20. Um ou outro; nem um nem outro Î a corrente majoritária indica o


singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados
autores:

Um ou outro jogador fez gols.


Nem um nem outro garoto brigou na rua.

a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem


outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,
exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia
idealizado previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara,
porém, a construção com o verbo no plural quando as expressões se
empregam como pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam
questionar.” (Nova gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio
de Janeiro: Lexikon, 2008, página 527);

b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem


um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o
plural também seja praticado. (...) Não há uniformidade no tratamento dado
a essas expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua
portuguesa, São Paulo: Scipione, 1998, página 486);

c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para


o substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna
gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o
novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);

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d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e


outro e nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural.
Exemplos: Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima
gramática da língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2008, páginas 556 e 557).

ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar


questões desse tipo.

21. Sujeitos ligados por ou ou nem Î o verbo ficará, normalmente, no


plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia,
o verbo ficará no singular.

Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.


Pedro ou Paulo sairão mais cedo.
José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só
pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo –
risos)
Fulano ou Beltrano será o goleiro titular. (somente um goleiro
pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)
“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da
linguagem humana.”

ATENÇÃO! Se houver ideia de retificação, o verbo concordará com o mais


próximo.
O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.
Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.

12. (FGV/SERC-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) No trecho o


primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem , o verbo foi

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flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito


composto com núcleos ligados por OU.

Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo não


seria possível.

(A) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar.


(B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem bem.
(C) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta.
(D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notícia.
(E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia.

Gabarito – C
Comentário – Somente em C a ideia é de clara exclusão.

22. Sujeitos ligados por com Î o verbo fica no plural, dando ênfase a
todos os sujeitos.

O professor com o aluno montaram o equipamento.

ATENÇÃO! Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a


expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;
por isso o verbo fica no singular.

23. Haja vista Î essa expressão, no singular, está sempre certa; porém
pode variar se o seu referente estiver no plural:

Haja vista o caso.


Haja(m) vista os casos.
Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a
expressão varie)

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24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar Î a concordância é feita


levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.

Os Lusíadas pertencem a Camões.


Os Estados Unidos perderam muitos troféus.
Minas gerais ganhou todas as competições.

ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar


com o sujeito ou com o predicativo.

Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões.

25. Concordância do verbo ser Î em muitas situações, esse verbo deixa


de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em
outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo
que se quer enfatizar:

a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto.

Maria era as esperanças de todos.


O mundo são os homens.

b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome.


Os culpados éramos nós.
“O Estado sou eu”.

c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro


pronome.
Quem és tu?

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Tudo são flores.

ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos


pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a
concordância com o pronome.

Tudo é flores.

d) O plural tem precedência sobre o singular.


A casa eram umas folhas.
A sua paixão eram filmes de terror.

ATENÇÃO! Modernamente, já se aceita a concordância com o sujeito,


quando este é representado por coisa/objeto.

A casa era umas folhas.


Aquele amor é cacos de um passado.

e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas


expressões que indicam preço, valor, medida, peso.

Dois quilos é pouco.


Vinte mil cruzeiros é demais.
Três metros é mais do que preciso.

f) Nas indicações de distância, tempo (horas, data...), o verbo SER


concordará com a expressão designativa de distância e tempo.
Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.
Era uma hora e cinquenta e nove segundos.
Hoje são 21 de maio.

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13. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) “Foram 20 meses de muito poder...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se a forma grifada acima, não


se manteve adequação à norma culta.

(A) Há 20 meses de muito poder...


(B) Fazem 20 meses de muito poder...
(C) Havia 20 meses de muito poder...
(D) São 20 meses de muito poder...
(E) Completam 20 meses de muito poder...

Gabarito – B
Comentário – Os verbos haver e fazer (alternativas A e C) são impessoais
nas indicações de tempo e ficam, invariavelmente, na terceira pessoa do
singular. O verbo fazer (alternativa B) também deve seguir a mesma
orientação; como isso não aconteceu, feriu-se a norma gramatical. O verbo
ser (alternativa D), embora impessoal, concordou com a expressão “20
meses”. O verbo completar é pessoal, por isso deve se flexionar.

14. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – SUPERVISOR DE


PROGRAMAÇÃO DE TV/2008) “No próximo ano, completam-se 20 anos
da queda do Muro de Berlim...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, não se


manteve a adequação à norma culta.

(A) No próximo ano, faz 20 anos da queda do Muro de Berlim...


(B) No próximo ano, comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim...
(C) No próximo ano, serão 20 anos da queda do Muro de Berlim...
(D) No próximo ano, completar-se-ão 20 anos da queda do Muro de
Berlim...

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(E) No próximo ano, farão 20 anos da queda do Muro de Berlim...

Gabarito – E
Comentário – O que achou desta questão? Muito parecida com a anterior,
não é mesmo? Pois então vamos direto ao erro. Em “farão 20 anos”
(alternativa E), o verbo fazer é impessoal por estar indicando tempo
decorrido e deve se manter na terceira pessoa do singular, como na letra A.

26. Concordância com a expressão é que Î leia o que os ilustres


gramáticos Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre


o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim:
‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’”

Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve


ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o
verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a
concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos
outros verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se
aproveitaram do seu esforço.’
Ou este:
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’.”

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27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com


o infinitivo:

Os dias parecem voar. Î a forma verbal parecem é verbo


auxiliar de voar; Os dias é o sujeito da oração.

Os dias parece voarem. Î aqui houve uma inversão da ordem


dos termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo
parece é o verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem
os dias. Se desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que
os dias voam.

ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises


são possíveis.
O dia parece voar. Î não sabemos se aqui o verbo parece é
auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O
dia, ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia
voar sujeito do verbo Parece.

Para finalizar a parte de concordância verbal, tratemos da


concordância com verbo no infinitivo. A flexão do infinitivo para concordar
com o sujeito da oração é assunto que gera muitas discussões entre
estudantes, sejam eles professores ou alunos. Em geral podemos seguir as
orientações abaixo.
I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na
mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.

Não é necessário [vocês chegarem cedo].


sujeito

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II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o


infinitivo para evitar ambiguidade.

Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)


Está na hora [de começarmos o trabalho]. (nós)

III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da


oração anterior, também ocorrerá a flexão.

[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].

IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os


problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A


+ INFINITIVO, pois é possível tanto a flexão como a não flexão.

O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem


sujeito

VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.


As tarefas a serem feitas são essas.

VII. É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não é


representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo
infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir,
sentir). Veja um exemplo:
Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.

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VIII. Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito é


diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem
sensitivo. Veja um exemplo:
Esperei saírem todos.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

A partir de agora, trataremos da concordância nominal.


Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas
recentemente pela FGV. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia
os casos de concordância verbal. Por isso o alcance aqui será menor.
Meu intuito não é derramar sobre você uma avalanche de
informações “desnecessárias”, mas sim orientá-lo(a) quanto aos prováveis
questionamentos sobre concordância nominal feitos Pela FGV.
Nesse sentido, partiremos de algumas questões para a teoria.
Quando for conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos
de concordância nominal.

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) “... mostram que um terço


dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi
tributado apenas por aquela contribuição...”

Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo “um terço”, não se


tenha mantido a concordância em conformidade com a norma culta.
Desconsidere a possibilidade de concordância atrativa.

(A) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por intermédio de


instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

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(B) mostram que menos de 2% dos pagamentos realizados por intermédio


de instituições financeiras foram tributados apenas por aquela
contribuição.
(C) mostram que grande parte dos pagamentos realizados por intermédio
de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.
(D) mostram que três quartos dos pagamentos realizados por intermédio de
instituições financeiras foram tributados apenas por aquela contribuição.
(E) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados por intermédio de
instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

Gabarito – C
Comentário – A questão mistura concordância verbal com concordância
nominal. Com relação à concordância verbal, os casos surgidos aqui já são
conhecidos por você, por isso serei breve ao comentá-los. Só um alerta: ao
dizer para desconsiderar os casos de concordância atrativa, o examinador
proibiu-nos de levar em conta as locuções especificativas das expressões
partitivas, das porcentagens e dos numerais decimais.
Alternativa A: certa. “foi tributado” concorda com a parte
inteira do numeral (zero), que indica singular e masculino, em harmonia
com o gênero do substantivo “pagamentos”.
Alternativa B: certa. “foram tributados” concorda com o
numeral indicativo da porcentagem (dois), que indica plural e masculino, em
harmonia com o gênero do substantivo “pagamentos”.
Alternativa D: certa. “foram tributados” concorda com o
numerador (três) da fração, que indica plural e masculino, em harmonia com
o gênero do substantivo “pagamentos”.
Alternativa E: certa. “foi tributado” concorda com a parte
inteira do numeral (um), que indica singular e masculino, em harmonia com
o gênero do substantivo “pagamentos”.

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Alternativa C: errada. Por ser uma das formas nominais do


verbo e poder se comportar como um adjetivo, os verbos no particípio
flexionam-se em gênero e número para concordar com o substantivo a que
se referem. É possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de
outros verbos (auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses
casos, os verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, ficar) flexionam-se em
pessoa, número, tempo e modo. Exemplos:

Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)


Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)

– sujeito: as visitas diurnas


– núcleo do sujeito: visitas
– visitas: substantivo feminina plural
Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado)
Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)

– sujeito: o valor das moedas locais


– núcleo do sujeito: valor
– valor: substantivo masculino singular

Sendo assim, o particípio do verbo tributar deve concordar no


feminino com a expressão “grande parte”: foi tributada.

16. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE


PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa
em que a alteração do trecho os quase 6 bilhões de seres humanos
esteja em consonância com a norma culta.

(A) os quase 6 milhões de pessoas


(B) as quase 6 milhares de pessoas
(C) os quase 6 mil pessoas

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(D) as quase 6 bilhões de pessoas


(E) os quase 6 centenas de pessoas

Gabarito – A
Comentário – Anteriormente, expliquei a concordância nominal com
milhão, bilhão e milhar. Permita-me repetir a regra: milhão, bilhão e milhar
são substantivos masculinos, por isso devem concordar no masculino os
artigos, numerais e pronomes que os precedem:

Os dois milhões de pessoas; uns três milhões de árvores,


aqueles bilhões de criaturas.

Conclui-se que a letra A está certa e as letras B e D estão


erradas.
Alternativa C: errada. O artigo concorda com o substantivo
“pessoas”, devendo flexionar-se no feminino plural: as.
Alternativa E: errada. O artigo concorda com o núcleo da
expressão (“centenas”), ficando no feminino plural: as.

17. (FGV/POTIGÁS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2006)

(...) Não encontrou acolhida a hipótese de conservar tudo como estava,


pelo recurso de batizar de "planetas clássicos" os nove planetas
tradicionais e fechar as portas da família aos intrusos.(...)

No trecho acima, a palavra acolhida foi flexionada corretamente, para


concordar com o termo a que se refere (hipótese).

Assinale a alternativa em que a concordância não se fez segundo a


norma culta.

(A) A moça disse: "Obrigada."


(B) Ele pediu emprestado dez reais.
(C) Eles são tais qual o pai.

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(D) Eram motivos o mais interessantes possível.


(E) Ela ficou meio atormentada com a notícia.

Gabarito –B
Comentário – Alternativa A: certa. Mesmo, próprio, leso, incluso, obrigado,
quite concordam com o substantivo a que se referem.
Ele MESMO falou.
Elas MESMAS falaram.
Eles PRÓPRIOS falaram.
Ela PRÓPRIA falou.
Foi um crime de LESA-pátria.
Ela praticou um crime de LESO-patriotismo.
Seguem INCLUSOS os documentos.
Segue INCLUSA a cópia.
Muito OBRIGADO falou José.
Muito OBRIGADA falou Maria.
José está QUITE.
Nós estamos QUITES.

Alternativa B: errada. O adjetivo “emprestado” funciona


como predicativo do objeto “dez reais”. Nessa função e antecipado, pode
concordar gramaticalmente com todos os núcleos ou atrativamente com o
mais próximo. No nosso caso, o núcleo é um só: “reais”, que leva o adjetivo
para o plural: emprestados.
Alternativa C: certa. Tal qual significa exatamente igual, sem
diferença. A primeira palavra (tal) concorda com o elemento anterior a ela;
a segunda (qual) concorda com o elemento posterior a ela. Então as
possíveis concordâncias são:
Eles são tais quais os pais.
Eles são tais qual o pai.

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Ele é tal quais os pais.


Ele é tal qual o pai.

Alternativa D: certa. O adjetivo possível o adjetivo pode ter


as seguintes concordâncias:

a) se estiver precedido de o/a mais, o/a menos, o/a maior,


o/a menor, o/a melhor, o/a pior, quanto, o adjetivo ficará invariável,
concordando com o artigo.
Ex.: Cadernos o mais limpos POSSÍVEL.

b) se, no entanto, os artigos estiverem no plural, o adjetivo


ficará no plural.
Ex.: Cadernos os menos limpos POSSÍVEIS.

Alternativa E: certa. Meio = metade = numeral = variável.


Ex.: Ele comeu MEIA maçã.
MEIA classe terá que permanecer após MEIO-dia e MEIA.

Meio = mias ou menos, parcialmente = advérbio =


invariável.
Ela estava MEIO doente.
A porta estava MEIO aberta.

Lembre-se também de que, conforme a regra geral de


concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o
numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero
e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.


Art. Adj. Pron. Num.
Adj. Adj.

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Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,


verifica-se o seguinte:

1. Substantivos do mesmo gênero Æ o adjetivo ficará neste gênero e no


plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e livro bons. (ou bom)


Casa e cadeira lindas. (ou linda)

2. Substantivos de gêneros diferentes Æ o adjetivo ficará no masculino e


no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e casa bons. (ou boa)


Gravata e terno lindos. (ou lindo)

3. Substantivos antepostos Æ adjetivo no plural ou no singular, conforme


exemplos vistos até agora.
4. Substantivos pospostos Æ a concordância mais notável será a atrativa.

Tratava-se de inoportuno momento e lugar.


Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.

18. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) “Permanente é o país e


suas escolhas”.

Embora a palavra permanente se refira a país e suas escolhas, a


concordância se fez corretamente com o mais próximo.

Assinale a alternativa em que tenha havido inadequação à norma culta


da língua no que tange às regras de concordância.

(A) As alegrias da casa era ele.


(B) Compramos caras blusas e sapatos.

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(C) Ele pediu emprestado os livros com as anotações.


(D) Cheguei eu e ele para a festa.
(E) Marcamos ao meio-dia e meia.

Gabarito – C
Comentário – Alternativa A: certa. Como explicado antes, o verbo ser
deixou de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo, pois o
pronome pessoal (“ele”) tem precedência sobre o nome (“alegrias”).
Alternativa B: certa. Caro é advérbio quando indica uma
circunstância do processo verbal (A ignorância custa caro.). Nesse caso, fica
invariável. Mas também pode ser adjetivo. Nesse caso, exprime um atributo
do substantivo (A gasolina está cara!). Na frase “Compramos caras blusas e
sapatos.”, “caros” é adjetivo e concorda atrativamente com o substantivo
“blusas”.
Alternativa C: errada. O adjetivo “emprestado” funciona
como predicativo do objeto “livros com as anotações”. Nessa função e
antecipado, pode concordar gramaticalmente com todos os núcleos ou
atrativamente com o mais próximo. No nosso caso, o núcleo é um só:
“livros”, que leva o adjetivo para o plural: emprestados.
Alternativa D: certa. O verbo veio antecipado aos núcleos
do sujeito (“eu” e “ele”), situação que lhe permite concordar com o mais
próximo (“eu”). Isso justifica a flexão do verbo chegar na primeira pessoa do
singular.
Alternativa E: certa. Meio é advérbio quando se equivale a
mais ou menos, parcialmente (A porta está meio aberta.). Nesse caso,
refere-se a adjetivo e é invariável. É numeral quando significa metade (Comi
meia maçã. Meia porção é suficiente.), podendo flexionar-se em gênero e
número para concordar com o substantivo ao qual se refere. A frase

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“Marcamos ao meio-dia e meia.” é um bom exemplo: “meio-dia” é metade


do dia e “meia” significa meia hora (=metade da hora).

Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável:

Haja vista o silêncio.


Haja(m) vista os barulhentos.

Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra


“vistos” concorda com o substantivo a que se refere:

Ela cresce a olhos vistos.

Ela cresce a olhos vista.

Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas


expressões que merecem cuidado especial.

1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido Æ quando o


sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes
ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,
entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.
É proibido entrada.
Água é bom para a saúde.
Esta água é boa para a saúde.

2. Todo = totalmente Æ poderá flexionar-se em gênero e número para


concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.


Elas vinham todas de branco.

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CUIDADO! Eles são todo-poderosos.


Elas são todo-poderosas.
Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas
não o primeiro!!!

3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:


a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco
camisas amarelas

b) se a cor é representada por substantivo, não varia


(subentende-se a locução adjetiva cor de...);

sapatos cinza
camisas rosa

c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último


elemento varia;
blusas verde-claras
camisas azul-escuras

d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto


fica invariável.

blusas verde-limão
calças azul-piscina

19. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)


Esses raios infravermelhos acabam absorvidos pelos gases liberados
principalmente pelos combustíveis fósseis (metano, gás carbônico,

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óxido nitroso e outros), que deixaram de ser removidos da atmosfera


por causa do desmatamento e da produção excessiva.

No período acima, foi feita a concordância nominal correta com a


palavra infravermelho. Assinale a alternativa em que NÃO se tenha
obedecido às regras de concordância nominal.

(A) Buscou proteção contra raios ultravioleta.


(B) Compraremos camisas cinza
(C) Usaremos nossos uniformes azul-claros
(D) Gostamos de carros vermelhos-sangue
(E) Não sabemos onde foram parar as folhas rosa

Gabarito – D
Comentário – Alternativa A: certa. A palavra ultravioleta é invariável.
Alternativa B: certa. Está subentendida a expressão cor de,
o que torna o substantivo invariável.
Alternativa C: certa. Sendo o composto formado por adjetivo
+ adjetivo, somente o segundo varia.
Alternativa D: errada. A cor agora é formada por adjetivo +
substantivo, o que torna o composto invariável: carros vermelho-sangue.
Alternativa E: certa. Está subentendida novamente a
expressão cor de, o que torna invariável o substantivo rosa.

Por hoje é só. Bons estudos e que Deus o(a) abençoe!


Até a próxima aula.

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/SERC-MS/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2006) “O


que você quer?”

Passando-se o período acima para a forma de tratamento vós e para o


futuro do pretérito do indicativo, obtém-se:

(A) O que vós quererias?


(B) O que vós quiserdes?
(C) O que vós queríeis?
(D) O que vós quereríeis?
(E) O que vós querereis?

2. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO – POLÍCIA


LEGISLATIVA/2008) “...a cédula com Machado deixa de circular por
valer menos de um centavo de dólar.”

Assinale a alternativa em que, passando-se o trecho acima para o


plural, manteve-se adequação à norma culta.

(A) ...as cédulas com Machados deixam de circularem por valerem menos
de centavos de dólares.
(B) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valer menos de
centavos de dólar.
(C) ...as cédulas com Machados deixam de circular por valerem menos de
centavos de dólares.
(D) ...as cédulas com Machado deixam de circularem por valerem menos de
centavos de dólar.
(E) ...as cédulas com Machado deixam de circular por valerem menos de
centavos de dólar.

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3. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) “A crise


energética e a climática revelam os limites do ecossistema planetário.”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, sem


provocar mudança de sentido, manteve-se adequação à norma culta.

(A) A crise energética e climática revelam os limites do ecossistema


planetário.
(B) As crises energética e climática revelam os limites do ecossistema
planetário.
(C) A crise energética e climática revela os limites do ecossistema
planetário.
(D) As crises energética e a climática revelam os limites do ecossistema
planetário.
(E) As crises energética e climática revela os limites do ecossistema
planetário.

4. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE


PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa
em que, alterando-se a forma verbal do trecho que não existem nós
centrais, não se respeitou a norma culta.

(A) que não há nós centrais


(B) que não devem existir nós centrais
(C) que não devem haver nós centrais
(D) que não há de haver nós centrais
(E) que não hão de existir nós centrais

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5. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) “...há outras formas de garantir a
transparência...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, manteve-se


adequação à norma culta.
(A) ...há de existir outras formas de garantir a transparência...
(B) ...hão de haver outras formas de garantir a transparência...
(C) ...devem existir outras formas de garantir a transparência...
(D) ...devem haver outras formas de garantir a transparência...
(E) ...podem haver outras formas de garantir a transparência...

6. (FGV/BADESC/TÉCNICO DE FOMENTO/2010) Na frase “Não resta dúvida


de que esse tipo de pensamento aplaca muitas consciências”, a flexão
do vocábulo dúvida no plural:

(A) gera a obrigatoriedade de se flexionar mais um vocábulo apenas.


(B) mantém a frase da mesma forma como se encontra redigida.
(C) leva à flexão opcional de mais dois vocábulos.
(D) implica a flexão nominal e verbal de três vocábulos obrigatoriamente.
(E) obriga o emprego da primeira pessoa do plural na forma do verbo.

7. (FGV/SSP-RJ/OFICIAL DE CARTÓRIO/2008) “...a maioria dos policiais


procure...”; as gramáticas de língua portuguesa ensinam que com a
expressão “a maioria de” seguida de substantivo plural, a concordância
se faz predominantemente no singular (concordando com maioria), mas
pode concordar no plural, em função do substantivo (Maria Helena de
Moura Neves, Guia de uso do português, Editora Unesp, SP, 2003, p.
493).

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Assim sendo, pode-se dizer da concordância verbal feita nessa frase do


texto que ela:

(A) assume a única forma possível de concordância verbal.


(B) prefere uma das formas de concordância verbal possível.
(C) apresenta uma forma errada de concordância verbal.
(D) mostra preferência por uma concordância verbal menos utilizada.
(E) indica a utilização de uma forma verbal de concordância não estudada
nas gramáticas.

8. (FGV/SAD-AP/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/2010) De acordo com as


regras de concordância verbal do padrão escrito culto, assinale a
alternativa incorreta.

(A) A maioria dos brasileiros já viveram situações violentas no cotidiano.


(B) Sem dúvida, devem haver formas de combater pacificamente a
violência.
(C) No artigo em análise, trata-se de questões referentes à origem histórica
da violência.
(D) Faz séculos que se verificam situações de opressão na sociedade
brasileira.
(E) Sempre existirão pessoas dispostas a resistir ao comodismo.

9. (FGV/CODESP/AUXILIAR OPERACIONAL PORTUÁRIO/2010)

(...) Se essas restrições entrarem em vigor mundo afora, por volta de


20% das vendas externas brasileiras na configuração de hoje em
termos de destinos, volumes e preços seriam afetadas.(...)

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Assinale a alternativa em que a alteração do sublinhado no trecho


acima NÃO tenha sido feita em respeito às normas gramaticais

(A) por volta de 12% das vendas seriam afetados


(B) por volta de 1,2% das vendas seria afetado
(C) por volta de 0,2% das vendas seriam afetadas
(D) por volta de 1,9% das vendas seriam afetados
(E) por volta de 0,99% das vendas seria afetado

10. (FGV/SSP-RJ/INSPETOR DE POLÍCIA CIVIL/2008) “Estima-se que


possam ser expulsos da Europa 8 milhões de estrangeiros...”

Assinale a alternativa em que se tenha mantido a concordância


adequada à norma culta ao se reescrever o trecho acima.

(A) Estima-se que possa ser expulso da Europa dez por cento dos
estrangeiros...
(B) Estima-se que possam ser expulsos da Europa milhares de pessoas...
(C) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1 milhão do grupo...
(D) Estima-se que possa ser expulso da Europa três quartos dos
estrangeiros...
(E) Estima-se que possam ser expulsos da Europa 1,98% do grupo...

11. (FGV/CAERN/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Hoje, apenas 16% dos


192 milhões de brasileiros vivem na zona rural, de acordo com o IBGE.

Com base no conhecimento das regras de concordância, assinale a


alternativa em que se manteve correção gramatical ao se alterar a
estrutura acima.

(A) Hoje, apenas 0,99% vivem na zona rural

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(B) Hoje, apenas 1,6 milhão vivem na zona rural


(C) Hoje, apenas um quarto vivem na zona rural.
(D) Hoje, apenas 1,6% vive na zona rural
(E) Hoje, apenas dois terços vive na zona rural

12. (FGV/SERC-MS/AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL/2006) No trecho o


primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem , o verbo foi
flexionado corretamente no plural, observando o caso de sujeito
composto com núcleos ligados por OU.

Assinale a alternativa em que, no mesmo caso, a flexão do verbo não


seria possível.

(A) Esperávamos que ele ou o irmão viessem nos apanhar.


(B) Umidade intensa ou ressecamento excessivo não nos fazem bem.
(C) João Carlos ou Pedro se casariam com Marta.
(D) O jornal ou a revista podem apresentar detalhadamente a notícia.
(E) Podem ser entregues o original do documento ou sua cópia.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) “Foram 20 meses de muito poder...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se a forma grifada acima, não


se manteve adequação à norma culta.

(A) Há 20 meses de muito poder...


(B) Fazem 20 meses de muito poder...
(C) Havia 20 meses de muito poder...
(D) São 20 meses de muito poder...
(E) Completam 20 meses de muito poder...

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14. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – SUPERVISOR DE


PROGRAMAÇÃO DE TV/2008) “No próximo ano, completam-se 20 anos
da queda do Muro de Berlim...”

Assinale a alternativa em que, alterando-se o trecho acima, não se


manteve a adequação à norma culta.

(A) No próximo ano, faz 20 anos da queda do Muro de Berlim...


(B) No próximo ano, comemoram-se 20 anos da queda do Muro de Berlim...
(C) No próximo ano, serão 20 anos da queda do Muro de Berlim...
(D) No próximo ano, completar-se-ão 20 anos da queda do Muro de
Berlim...
(E) No próximo ano, farão 20 anos da queda do Muro de Berlim...

15. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2008) “... mostram que um terço


dos pagamentos realizados por intermédio de instituições financeiras foi
tributado apenas por aquela contribuição...”

Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo “um terço”, não se


tenha mantido a concordância em conformidade com a norma culta.
Desconsidere a possibilidade de concordância atrativa.

(A) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por intermédio de


instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.
(B) mostram que menos de 2% dos pagamentos realizados por intermédio
de instituições financeiras foram tributados apenas por aquela
contribuição.
(C) mostram que grande parte dos pagamentos realizados por intermédio
de instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.
(D) mostram que três quartos dos pagamentos realizados por intermédio de
instituições financeiras foram tributados apenas por aquela contribuição.

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(E) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados por intermédio de
instituições financeiras foi tributado apenas por aquela contribuição.

16. (FGV/FNDE/ESPECIALISTA EM FINANCIAMENTO E EXECUÇÃO DE


PROGRAMAS E PROJETOS EDUCACIONAIS/2007) Assinale a alternativa
em que a alteração do trecho os quase 6 bilhões de seres humanos
esteja em consonância com a norma culta.

(A) os quase 6 milhões de pessoas


(B) as quase 6 milhares de pessoas
(C) os quase 6 mil pessoas
(D) as quase 6 bilhões de pessoas
(E) os quase 6 centenas de pessoas

17. (FGV/POTIGÁS/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2006)

(...) Não encontrou acolhida a hipótese de conservar tudo como estava,


pelo recurso de batizar de "planetas clássicos" os nove planetas
tradicionais e fechar as portas da família aos intrusos.(...)

No trecho acima, a palavra acolhida foi flexionada corretamente, para


concordar com o termo a que se refere (hipótese).

Assinale a alternativa em que a concordância não se fez segundo a


norma culta.

(A) A moça disse: "Obrigada."


(B) Ele pediu emprestado dez reais.
(C) Eles são tais qual o pai.
(D) Eram motivos o mais interessantes possível.
(E) Ela ficou meio atormentada com a notícia.

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18. (FGV/POTIGÁS/ADMINISTRADOR JÚNIOR/2006) “Permanente é o país e


suas escolhas”.

Embora a palavra permanente se refira a país e suas escolhas, a


concordância se fez corretamente com o mais próximo.

Assinale a alternativa em que tenha havido inadequação à norma culta


da língua no que tange às regras de concordância.

(A) As alegrias da casa era ele.


(B) Compramos caras blusas e sapatos.
(C) Ele pediu emprestado os livros com as anotações.
(D) Cheguei eu e ele para a festa.
(E) Marcamos ao meio-dia e meia.

19. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS/FISCAL DE TRIBUTOS/2010)


Esses raios infravermelhos acabam absorvidos pelos gases liberados
principalmente pelos combustíveis fósseis (metano, gás carbônico,
óxido nitroso e outros), que deixaram de ser removidos da atmosfera
por causa do desmatamento e da produção excessiva.

No período acima, foi feita a concordância nominal correta com a


palavra infravermelho. Assinale a alternativa em que NÃO se tenha
obedecido às regras de concordância nominal.

(A) Buscou proteção contra raios ultravioleta.


(B) Compraremos camisas cinza
(C) Usaremos nossos uniformes azul-claros
(D) Gostamos de carros vermelhos-sangue
(E) Não sabemos onde foram parar as folhas rosa

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GABARITO

1. D
2. E
3. B
4. C
5. C
6. A
7. B
8. B
9. D
10. B
11. D
12. C
13. B
14. E
15. C
16. A
17. B
18. C
19. D

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Olá! Hoje é a última aula deste curso preparatório para o tão


esperado concurso do Senado Federal. Quero aproveitar para agradecer sua
companhia durante esses “encontros”. Sou grato pelas sugestões, críticas e
elogios. Tudo isso fez com que eu procurasse melhorar progressivamente o
conteúdo das aulas. Tenha a certeza de que o material que você possui
reflete a tendência da FGV. Com ele, você é capaz de fazer uma ótima prova
de Língua Portuguesa.
Resta-nos ainda tratar de um assunto importante:

REDAÇÃO OFICIAL

No último concurso do Senado, a banca examinadora cobrou dos


candidatos conhecimentos sobre o Manual de Redação da Presidência da
República e o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.
Nesta aula, partiremos das questões de provas anteriores para a
exposição do conteúdo teórico.

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que


não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o
uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada.
II. Não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o
uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. O jargão
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
compreensão limitada.
III. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de

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difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-
se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações
encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes
dirigidos aos cidadãos.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta
(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

Gabarito – C
Comentário – As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
sua compreensão dificultada.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a
língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma
imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com
outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por
essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as
transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas
de si mesma para comunicar.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a
um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que

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incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer


jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico
correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao
uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de
que o padrão culto é aquele em que
a) se observam as regras da gramática formal, e
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos
usuários do idioma.
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos
vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos.
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de
expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de
linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
linguagem próprios da língua literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um
“padrão oficial de linguagem” (preste muita atenção!); o que há é o uso
do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá
preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa
tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica,
necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem
burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois
terá sempre sua compreensão limitada.

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A linguagem técnica deve ser empregada apenas em


situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada
área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles
familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em
expedientes dirigidos aos cidadãos.

2. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, devem constar do cabeçalho ou
do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:

I. nome do órgão ou setor;


II. endereço postal;
III. telefone e endereço de correio eletrônico.

Analise os itens acima e assinale

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.


(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos
(C) se apenas o item I estiver correto
(D) se nenhum item estiver correto
(E) se todos os itens estiverem corretos

Gabarito – E
Comentário – Está tudo certo; mas quais são as “pegadinhas”? As
informações são do remetente (entendeu?) e elas devem constar no
cabeçalho ou no rodapé (o mais usual, na prática, é constar no cabeçalho;
mas o manual diz que pode ser em um lugar ou em outro).

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3. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Num diálogo com um


deputado federal, o pronome indicado para se dirigir a ele é

(A) Sua Excelência


(B) Vossa Excelência
(C) Ilustríssimo Senhor
(D) Vossa Eminência
(E) Sua Eminência

Gabarito – B
Comentário – Abaixo consta uma tabela com as designações adequadas
para o tratamento de diversas autoridades. Antes, porém, preciso ressaltar
uma coisinha: o examinador fez questão de dizer que o diálogo se dá
diretamente com a pessoa. Isso faz muita diferença. Quando falamos com
a pessoa, usamos Vossa; quando falamos da pessoa, usamos Sua. É por
isso que a primeira alternativa – creio que ela não está lá por acaso – não
serve como resposta.
FORMA DE
AUTORIDADES ABREVIATURA VOCATIVO
TRATAMENTO
Presidente da República;
Presidente do Congresso Nacional; Vossa ou Sua Excelentíssimo
V. Ex.ª
Presidente do Supremo Tribunal Excelência Senhor + cargo
Federal.
Vice-Presidente;
Ministros de Estado;
Chefe do Gabinete de Segurança
S

Institucional;
SS

Advogado-Geral da União;
Chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República; Vossa ou Sua
V. Ex.ª Senhor + cargo
Chefe da Corregedoria Geral da União; Excelência
Chefe da Casa Civil da Presidência da
República;
Governadores e Vice-Governadores de
Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;

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Secretários-Executivos de Ministérios e
demais ocupantes de cargos de natureza
especial;
Secretários de Estado dos Governos
Estaduais;
Prefeitos Municipais;
Deputados Federais e Senadores;
Membros de Tribunais;
Ministro do Tribunal de Contas da
União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Presidentes das Câmaras Legislativas e
Municipais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar;
Conselheiros dos Tribunais de Contas
Estaduais;
Ministros dos Tribunais Superiores.
Senhor + cargo
ou para
autoridade
Vossa ou Sua
Demais autoridades e particulares V. S.ª que não possuir
Senhoria
cargo:
Senhor Fulano de
Tal
Vossa ou Sua
Reitores de Universidades V. M. Magnífico Reitor
Magnificência
Vossa ou Sua
Papa V.S. Santíssimo Padre
Santidade
Vossa ou Sua Eminentíssimo
Eminência Senhor Cardeal
V. Em.ª
ou ou
Cardeais ou
Vossa ou Sua Eminentíssimo e
V. Em.ª Revm.ª
Eminência Reverendíssimo
Reverendíssima Senhor Cardeal
Excelentíssimo
Vossa ou Sua
ou
Arcebispos e Bispos Excelência V. Ex.ª Revm.ª
Reverendíssimo
Reverendíssima
Senhor + título
Sacerdotes, Clérigos e demais Vossa ou Sua
V. Rev. Reverendo
religiosos Reverência

ATENÇÃO! Não use o tratamento digníssimo (DD), pois a dignidade é um


pressuposto do cargo.

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O superlativo ilustríssimo (Ilmo.) também é dispensado.


Doutor (Dr.) não é forma de tratamento, mas sim título
acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. É admissível
apenas para quem concluiu curso universitário de doutorado.
Por força da tradição, o uso para advogados e médicos é
flexibilizado.

4. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de Redação


da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a


exijam, devendo-se evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a
determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com
eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em
expedientes dirigidos aos cidadãos.
II. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se
definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão
pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela
depende estritamente das demais características da redação oficial. Para
ela concorrem a impessoalidade, que evita a duplicidade de
interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista
dado ao texto; o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão; a formalidade e a padronização, que
possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; a concisão, que
faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe
acrescentam.

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III. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as


autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para
particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se
evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se empregá-
lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar
por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
formalidade às comunicações.

Assinale

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta

Gabarito – B
Comentário – Esta questão vem confirmar o que eu já disse até aqui. Vou
aproveitá-la para expandir o comentário sobre as características gerais do
texto administrativo, que incluem aspectos mencionados no item II.

1 – Impessoalidade

Tem relação com três aspectos:


a) Ausência de impressões individuais de quem
comunica:
b) Impessoalidade de quem recebe a comunicação:
cidadão (público) ou órgão público;

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c) – Caráter impessoal do assunto tratado: interesse


público.

Em outras palavras, isso quer dizer que a comunicação,


embora assinada por uma pessoa física competente para essa finalidade,
não deve conter o juízo que, possivelmente, ela faz do assunto tratado. Seja
quem for – o chefe do departamento, o diretor ou superintendente da
instituição, o garçom, o motorista etc. –, estará sempre agindo em nome da
Administração, sendo ele o representante dos interesses dela. Sua opinião
particular deve ser guardada para outra ocasião.
Além disso, a pessoa que recebe a comunicação – seja
pessoa física, seja pessoa jurídica – não deve ser tratada com informalidade,
favorecimento ou discriminação pelo fato de, eventualmente, manter algum
vínculo afetivo com a pessoa responsável pela emissão do documento
(signatário). O tratamento, para quem quer seja, deve ser igual, baseado
nos princípios da impessoalidade e da imparcialidade. Não convém nesse
tipo de redação a utilização de adjetivos, advérbios, diminutivos e outras
expressões que denotem carinho, admiração, submissão, ironia, desprezo.
Por fim, um agente púbico não deve usar a prerrogativa do
cargo nem se valer dos meios públicos para tratar de assuntos de seu
interesse particular. Deve ele sempre agir no interesse da Administração,
que é o bem comum, o bem público.

2 – Linguagem formal

Os textos oficiais devem permitir a compreensão de todo e


qualquer cidadão brasileiro. Por isso, evitam-se gírias, regionalismos
vocabulares, jargões técnicos e estrangeirismos. No lugar dessas
expressões, usa-se a norma padrão da língua, isto é, a gramática
normativa (aquelas regras ensinadas nas escolas, nos cursinhos...). Além

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disso, deve-se preferir um vocabulário simples (imagine o que o leitor do


seu texto sentiria se tivesse que lê-lo com um dicionário ao lado).
Entende-se que a norma padrão da língua está acima das
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos
vocabulares etc. Mas é importante ressaltar que:

a) simplicidade de expressão não é pobreza de


expressão – evita-se a linguagem rebuscada, os contorcionismos sintáticos e
as figuras de linguagem próprios da língua literária;
b) quanto à linguagem técnica, ela deve ser empregada
somente em situações que a exijam; portanto, seu uso indiscriminado deve
ser evitado.

3 – Formalidade e padronização

A formalidade de tratamento diz respeito tanto à polidez, à


civilidade no enfoque dado ao assunto, quanto ao uso adequado dos
pronomes de tratamento.
A padronização alcança ainda o tipo de papel usado para
o texto definitivo, a correta diagramação do texto. (Mais à frente
detalharei esse tópico para você, inclusive com exemplos extraídos do
próprio manual da PR)

4 – Concisão

Diz respeito à economia linguística. Dispensam-se


palavras inúteis, redundâncias ou repetições desnecessárias, que
servem apenas para “encher linguiça”.
Concisão não se confunde com economia de pensamento.
Passagens importantes do texto não devem ser eliminadas no afã de reduzir
o tamanho do texto. Portanto, atente para a hierarquia de ideias
(fundamentais X secundárias) e dispense as que não forem significativas.

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Pelo menos dois fatores contribuem para a concisão:

a) conhecimento do assunto a ser tratado e


b) uma boa revisão do texto escrito.

5 – Clareza

Refere-se à compreensão do texto pelo leitor. Aliás, só é


possível haver comunicação eficaz quando locutor e interlocutor se
entendem. Imagine, por exemplo, dois falantes de línguas distintas
conversando, sem que nenhum deles entenda a língua do outro e sem que
haja algum intérprete. Que confusão!
Se pretendemos ser compreendidos por quem lerá o nosso
texto, é fundamental que nos importemos com o significado das palavras
e expressões empregadas no texto, bem como com as construções
sintáticas elaboradas ao redigirmos.
Existem alguns fatores que comprometem a clareza e, por
isso mesmo, devem ser evitados:

a) ambiguidade;
b) passagens obscuras;
c) erros de ortografia e gramaticais.

Aqui vai um lembrete importante: esclareça os termos


técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
que não possam ser dispensados.
A partir da tabela1 abaixo, obtemos vários exemplos de
textos obscuros, os quais devem ser evitados. Combinando-se as
expressões das várias colunas, podem ser feitas várias “frases” com uma
característica comum: nenhuma delas tem sentido!

1
KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. p.18 - 19. Segundo o autor, o quadro consta da
obra de Cesare Marchi Impariamo Italiano (“Aprendamos o Italiano”) Milão, Rizzoli Ed., 1984, e teria sido elaborado por dois professores universitários italianos no
estudo “Prontuário de frases para todos os usos para preencher o vazio de nada”.

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COLUNA A COLUNA B COLUNA C COLUNA D COLUNA E COLUNA F COLUNA G


1. A se uma correta no interesse substanciando e numa ótica a
necessidade caracteriza relação entre primário da vitalizando, preventiva transparência
emergente por estrutura e população, e não mais de cada ato
superestrutura curativa, decisional.
2. O quadro prefigura a superação de sem não assumindo no contexto um
normativo cada obstáculo prejudicar o nunca como de um indispensável
e/ou resistência atual nível implícito, sistema salto de
passiva das integrado, qualidade.
contribuições,
3. O critério reconduz a a pontual com critérios potenciando e na medida o
metodológico sínteses correspondência não- incrementando, em que isso aplanamento
entre objetivos e dirigísticos, seja de
recursos factível, discrepâncias
e discrasias
existentes.
4. O modelo de incrementa o para além evidenciando e em termos a adoção de
desenvolvimento redirecionamento das explicitando, de eficácia e uma
das linhas de contradições eficiência, metodologia
tendências em e dificuldades diferenciada.
ato iniciais,
5. O novo tema propicia o numa visão ativando e a cavaleiro a redefinição
social incorporamento orgânica e implementando, da situação de uma nova
das funções e a não contingente, figura
descentralização totalizante, profissional.
decisional

6 – Coesão

É a relação linear entre as sentenças, ou seja, o perfeito


“ajustamento” entre palavras, expressões, frases, períodos e
parágrafos de um texto. Aponta para as relações sintáticas do texto.
Ela é obtida por meio do que chamamos de elementos coesivos:

a) advérbios (lá, aqui etc.);


b) locuções adverbiais (de vez em quando, em cima etc.);
c) conjunções coordenativas e subordinativas (mas, porque
etc.);
d) locuções conjuntivas (mesmo que, par que etc.);
e) preposições (de, para, com etc.);
f) locuções prepositivas (diante de, a partir de etc.);

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g) itens continuativos (então, daí etc.)

Imagine um montador que precisa aprontar um móvel – um


armário de parede, por exemplo – de um cliente. Sem dúvidas, ele fará isso
usando parafusos, arruelas, buchas etc. E não podem ser de qualquer
tamanho ou espessura. Cada item desses deve ser escolhido
adequadamente, de acordo com o peso do móvel e do que ele vai guardar.
Tudo para deixar seu armário bem ajustado, para não desmontar em
seguida!
Pois é assim que os elementos coesivos funcionam. Eles
“apertam”, ajustam, unem as partes do texto, dão sustentação a elas.

7 – Coerência

Enquanto a coesão diz respeito às relações sintáticas do


texto, a coerência aponta para a manutenção da sequência lógica
argumentativa. Isso quer dizer que não deve haver contradições e
mudanças bruscas no rumo do pensamento. As relações semânticas
entre as ideias do texto devem estar em perfeita harmonia.

8 – Uniformidade

É obtida com a padronização, que permite que


comunicações elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade.

5. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito da


redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a


certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e uso do
padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de

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tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto


emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade
de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a
comunicação.
II. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-
se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações
encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes
dirigidos aos cidadãos.
III. Não há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita.
Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer
alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as
transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se
apenas de si mesma para comunicar.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – A

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Comentário – Do que foi visto até agora, constata-se que o item III está
errado, mas apenas em um detalhe: em dizer que “Não há necessariamente
uma distância entre a língua falada e a escrita”. Eu disse ao comentar a
primeira questão que há necessariamente uma distância entre a língua
falada e a escrita. Acho que o examinador testou a atenção dos candidatos e
inseriu o advérbio de negação no primeiro período.

6. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito


dos documentos na redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente


idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais
autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos
oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do
ofício, também com particulares.
II. O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se,
portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode
ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por
determinado setor do serviço público.
III. Quanto à forma, o memorando não segue o modelo do padrão ofício,
além de ter seu destinatário mencionado pelo cargo que ocupa.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

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(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – A
Comentário – O erro foi ter dito que “o memorando não segue o modelo do
padrão ofício”. Os três documentos que seguem esse tal padrão são
memorando, ofício e aviso. A segunda parte da informação está correta.

O PADRÃO OFÍCIO

Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM


ANTES PELA FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o
memorando. Com o fito de uniformizá-los, adota-se uma diagramação única,
que siga o que chamamos de padrão ofício.
ƒ Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos
casos em que estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.

Quando não se
Quando se tratar de mero
Partes do texto tratar de mero
encaminhamento
encaminhamento
Apresentação do “Em resposta ao
assunto Aviso nº

Evite o uso das Deve ser feita 45/2010/SAJ-


formas: “Tenho a referência ao PR, de 1º de
Introdução honra de”; “Tenho documento que abril de 2010,
o prazer de”; solicitou a encaminho em
anexo cópia do
“Cumpre-me informação.
Ofício nº
informar que”.
34/2010/DGA-
Seja objetivo!

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PR, de 10 de
abril de 2010,
do
Departamento
Geral de
Administração,
que trata da
requisição do
servidor Fulano
de Tal.”
Havendo
Detalhamento do
necessidade de se
assunto
fazer algum
Havendo mais de
comentário sobre
uma ideia sobre o
Desenvolvimento o assunto,
assunto, cada uma
poderão ser
delas deverá ficar
acrescentados
em um parágrafo
parágrafos de
distinto (clareza).
desenvolvimento.
Reafirmação da
posição
Conclusão
recomendada
sobre o assunto.

ƒ Tipo da fonte: Times New Romam.


ƒ Tamanho da fonte: 12 para o corpo do texto; 11 para as
citações; 10 para as notas de rodapé.

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ƒ Espaçamento: simples entre linhas; 6 pontos entre


parágrafos; ou uma linha em branco se o editor de texto utilizado não
possuir tal recurso.
ƒ As páginas devem ser numeradas a partir da segunda.
ƒ Não se deve abusar de negrito, itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, relevo, bordas ou qualquer outra formatação que
afete a sobriedade do documento.
ƒ Impressão: cor preta e em papel branco (colorida somente
para gráficos e ilustrações necessários); tamanho A-4; pode ser feita em
ambos os lados do papel (neste caso as distâncias das margens serão
invertidas: “margem espelho”).
ƒ Documento de texto: preferencialmente, formato de
arquivo Rich Text.
ƒ Dentro do possível, preservar os documentos elaborados
para consulta posterior e aproveitamento de trechos em casos análogos.
ƒ Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
documento + palavras-chaves do conteúdo: Ex.: Of. 123 - relatório
produtividade ano 2002.

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Expedido por e para Quando o ofício for


as demais autoridades endereçado a mais de um

Ofício (órgãos distintos) destinatário, chama-se

Expedido também ofício-circular.


para particulares.
Expedido
exclusivamente por
Aviso ministros de Estado
para autoridade de
mesma hierarquia.
Comunicação entre Possui caráter Marcado pela agilidade
unidades administrativo. na tramitação e
administrativas de um Empregado para expor simplicidade
Memorando
mesmo órgão projetos, ideias, diretrizes, burocrática. Os
(comunicação etc. a serem adotados por despachos devem se
interna). determinado setor público. dados no próprio

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documento ou em folha
de continuação.
Expedido por Ministro. Serve para: Se envolver mais de um Segue o padrão

Dirigido ao presidente a) informar determinado Ministério, será assinada ofício se for

ou ao vice-presidente assunto; por todos os envolvidos informativo.


b) propor alguma medida; (interministerial)
da República. Se for para propor
Exposição c) submeter projeto de ato alguma medida ou
de Motivos normativo. submeter projeto
de ato normativo,
é acompanhado de
anexo em modelo
específico.
Ata Registro sucinto de Devem-se evitar as Verificando-se qualquer Assinam:
(não fatos, ocorrências, abreviaturas, e os números engano no momento da presidente,
abordado resoluções e decisões são escritos por extenso. redação, deverá ser secretário e
pelo Manual de uma assembleia, imediatamente membros (as

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da PR) sessão ou reunião. Escreve-se tudo retificado empregandose assinaturas destes


seguidamente (não há palavras retificadoras: podem constar em
divisões de parágrafos), “digo” uma lista ou livro
sem rasuras, emendas ou de presenças)
entrelinhas. Na hipótese de qualquer
omissão ou erro depois
de lavrada a Ata, farseá
uma ressalva: “em
tempo”.
“Na linha. , onde se
lê......, leia-se. ........”.
Instrumento de Mensagens mais usuais A mensagem, como os
comunicação entre os expedidas pelo Executivo demais atos assinados
Mensagem chefes dos Poderes. ao Congresso Nacional: pelo presidente da

a) encaminhamento de República, não traz


Obs.: minuta de projeto de lei; b) identificação de seu

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mensagem pode ser encaminhamento de signatário.


encaminha pelos medida provisória; c)
Ministérios à indicação de autoridades (o
Presidência da currículo do indicado,
República, a cuja devidamente assinado,
acessorias caberá a acompanha a mensagem);
redação final. d) pedido de autorização
para o Presidente ou o
Vice-Presidente se
ausentarem do País por
mais de 15 dias; e)
encaminhamento de atos
de concessão e renovação
de concessão de emissoras
de rádio e TV; f)
encaminhamento de

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prestação de contas de
exercício anterior; g)
mensagem de abertura da
sessão legislativa (o
portador da mensagem é o
Chefe da Casa Civil e vai
encadernada em forma de
livro para todos os
congressistas); h)
comunicação de sansão
(dirigida aos membros do
Congresso, por meio de
Aviso ao primeiro
secretário da Casa); i)
comunicação de veto
(dirigida ao presidente do

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Senado).
Trata-se de forma de Seu uso restringe-se aos Não há padrão rígido;
comunicação casos em que: sua forma e estrutura
dispendiosa aos cofres a) não seja possível o uso seguem os formulários
Telegrama de fax;
públicos e disponíveis nas agências
b) não seja possível o uso
tecnologicamente de correio eletrônico; e dos Correios e em seu
c) a urgência justifique.
superada. sítio na Internet.
Para transmissão O documento original, O arquivamento, se
antecipada de quando necessário, deve necessário, deve ser
mensagens e seguir posteriormente pela feito com cópia do fax,
documentos urgentes, via e na forma normal. pois o papel do próprio
Fax
quando não é possível fax se deteriora
o envio deles por rapidamente.
correio eletrônico.

Correio Principal forma de Flexibilidade: não interessa A mensagem que Sempre que

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Eletrônico comunicação para definir forma rígida para encaminha algum anexo disponível, utilizar
transmissão de sua estrutura. deve fornecer o recurso de
documentos, em informações mínimas “confirmação de
virtude do baixo custo Obs 1.: deve-se evitar o sobre o conteúdo dele. leitura”. Caso não
e da celeridade. uso de linguagem seja possível, pedir
incompatível com uma Para os arquivos confirmação de
comunicação oficial. anexados, deve ser recebimento.
utilizado, Nos termos da
Obs. 2: o campo “assunto” preferencialmente, o legislação em
deve ser preenchido de formato Rich Text. vigor, é necessário
modo a facilitar a existir certificação
organização documental digital do
tanto do destinatário remetente para
quanto do remetente. que a mensagem
tenha valor
documental.

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7. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Com base no


Manual de Redação da Presidência da República, analise as afirmativas
a seguir:

I. Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento


“digníssimo”. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer
cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
II. Em comunicações oficiais, é correto usar o vocativo “Excelentíssimo
Senhor Senador”.
III. É recomendável evitar expressões como “Tenho a honra de”.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

Gabarito – A
Comentário – Como já comentei nesta aula o fundamento do item I,
permita-me ressaltar apenas os outros dois.
De acordo com a tabela que se inicia na página 5, o
vocativo Excelentíssimo Senhor + Cargo é privativo dos chefes dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário. Para senador, o vocativo adequado é
apenas: Senhor Senador.
A respeito de algumas expressões que devem ser evitadas,
a tabela constante na página 16 esclarece a questão; mas é bom relacionar
outras que sofrem a mesma restrição, pois também caracterizam falta de
objetividade: “De ordem do(a)...”; “Aproveitamos o ensejo...”; “A presente
tem a finalidade de...”; “O assunto em epigrafe...”; “Vimos por meio

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desta...”; “Sem mais nada para o momento...”; “Estamos a sua inteira


disposição...”; e outras semelhantes.
O uso do gerúndio também deve ser comedido,
principalmente quando surge em uma locução verbal. Segmentos como
“estamos informando” pode ser escrito, de maneira concisa, assim:
informamos. E o que dizer, por exemplo, dos famosos “Vou estar
providenciando”, “Vou estar transferindo”, em que surgem a construção
INFIRNITIVO + GERÚNDIO? Melhor nem comentar!

8. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Assinale a


alternativa incorreta quanto ao uso de maiúsculas e minúsculas,
segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

(A) Moro na Capital.


(B) Procure o Decreto-Lei 292.
(C) O governante se comportou como um Nero.
(D) Eles estudaram no Colégio Pedro II.
(E) Devemos reler O Espírito das Leis, de Montesquieu.

Gabarito – C
Comentário – Além do emprego nas situações abaixo discriminadas, a
inicial maiúscula costuma ser utilizada para realçar determinados nomes,
sendo este um recurso estilístico valioso, especialmente se usado com
parcimônia. Lembre-se, a propósito, de que a apresentação do texto
também deve ser padronizada quanto à utilização de iniciais maiúsculas ou
minúsculas. Assim, se o autor opta por grafar “Estado” com maiúscula,
mesmo desacompanhado do seu determinante, esse uso deve ser mantido
em todo o texto.

Emprega-se a letra inicial maiúscula:

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a) no começo de período, artigo ou parágrafo de lei, verso


ou citação direta. Exemplos:
Disse o Padre Antônio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer
lugar, ainda que seja no Inferno, é estar no Paraíso”.

Art. 215. O Estado garantirá o pleno exercício dos direitos


culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a
valorização e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes
do processo civilizatório nacional.

Hoje quedamos sós. Em toda parte,


Somos muitos e sós. Eu, como os outros.
Já não sei vossos nomes nem vos olho
Na boca, onde a palavra se calou.
(Carlos Drummond de Andrade)

Observação – Alguns poetas usam, à espanhola, a minúscula no princípio de


cada verso, quando a pontuação o permite. Exemplo:
Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo-me rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
e esquecer o mundo inteiro.
(Castilho)

b) nos substantivos próprios de qualquer espécie:


antropônimos, topônimos, patronímicos, cognomes, alcunhas, tribos e
castas, designações de comunidades religiosas e políticas, nomes sagrados e
relativos a religiões, entidades mitológicas e astronômicas, etc. Exemplos:
José, Maria, Macedo, Freitas, Brasil, América, Guanabara, Tietê, Atlântico,
Antoninos, Afonsinhos, Conquistador, Magnânimo, Coração de Leão,

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Sem Pavor, Deus, Jeová, Alá, Assunção, Ressurreição, Júpiter, Baco,


Cérbero, Via Láctea, Canopo, Vênus.

Observação – Os nomes de povos escrevem-se com inicial minúscula, não só


quando designam habitantes ou naturais de um estado, província, cidade,
vila ou distrito, mas ainda quando representam coletivamente uma nação:
amazonenses, baianos, estremenhos, fluminenses, guarapuavanos,
jequieenses, paulistas, pontalenses, romenos, russos, suíços, uruguaios,
venezuelanos.

c) nos nomes próprios de eras históricas e épocas


notáveis. Exemplos: Hégira, Idade Média, Quinhentos (o século XVI),
Seiscentos (o século XVII).

Observação – Essa regra não se aplica à palavra século, grafada com inicial
minúscula sempre que não iniciar período.

d) nos nomes de vias e lugares públicos. Exemplos:


Avenida Rio Branco, Beco do Carmo, Largo da Carioca, Praia do Flamengo,
Praça da Bandeira, Rua Larga, Rua do Ouvidor, Terreiro de São Francisco,
Travessa do Comércio.

e) nos nomes que designam altos conceitos religiosos,


políticos ou nacionalistas. Exemplos: Igreja (Católica, Apostólica, Romana),
Nação, Estado, Pátria, País, Raça.

Observação – Esses nomes se escrevem com inicial minúscula quando são


empregados em sentido geral ou indeterminado.

f) nos nomes que designam artes, ciências ou disciplinas,


bem como nos que sintetizam, em sentido elevado, as manifestações do
engenho e do saber. Exemplos: Agricultura, Arquitetura, Educação Física,
Filologia Portuguesa, Direito, Medicina, Engenharia, História do Brasil,
Geografia, Matemática, Pintura, Arte, Ciência, Cultura.

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Observação – Os nomes idioma, idioma pátrio, língua, língua portuguesa,


vernáculo e outros análogos escrevem-se com inicial maiúscula quando
empregados com especial relevo.

g) nos nomes que designam altos cargos, dignidades ou


postos. Exemplos: Papa, Cardeal, Arcebispo, Bispo, Patriarca, Vigário,
Vigário-Geral, Presidente da República, Ministro da Educação, Governador do
Estado, Embaixador, Almirantado, Secretário de Estado.

Observações – Justifica-se o emprego de iniciais maiúsculas em tais nomes


pela deferência especial que merecem os ocupantes desses cargos,
dignidades ou postos. O emprego não se justifica, entretanto, quando os
termos são usados de modo vago ou geral: Sonha ser papa; Candidatou-se
a governador do Estado do Pará; Aspira ao cargo de presidente da república;
Será promovido a embaixador.
No caso de termos compostos, todas as palavras devem ser
grafadas com iniciais maiúsculas, exceto as partículas (artigos, preposições,
advérbios, conjunções e palavras inflexivas): Capitão-de-Mar-e-Guerra,
Consultor-Geral.

h) nos nomes de repartições, corporações ou


agremiações, edifícios e estabelecimentos públicos ou particulares.
Exemplos: Diretoria-Geral do Ensino, Inspetoria do Ensino Superior,
Ministério, das Relações Exteriores, Academia Paranaense de Letras, Círculo
de Estudos, “Bandeirantes”, Presidência da República, Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, Tesouro do Estado, Departamento Administrativo do
Serviço Público, Banco do Brasil, Imprensa Nacional, Teatro de São José,
Tipografia Rolandiana, Edifício Palácio do Rádio II.

i) nos títulos de livros, jornais, revistas, produções


artísticas, literárias e científicas. Exemplos: Imitação de Cristo, Horas
Marianas, Correio da Manhã, Revista Filológica, Transfiguração (de Rafael),

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Norma (de Belini), O Guarani (de Carlos Gomes), O Espírito das Leis (de
Montesquieu).

Observação – Não se escrevem com maiúscula inicial as partículas


monossilábicas que se acham no interior de vocábulos compostos ou de
locuções ou expressões que têm iniciais maiúsculas: Queda do Império, O
Crepúsculo dos Deuses, Histórias sem Data, A Mão e a Luva, Festas e
Tradições Populares do Brasil.

j) nos nomes de tributos, acordos, cartas e declarações


internacionais. Exemplos: Imposto Sobre Produtos Industrializados, Taxa de
Limpeza Urbana, Convenção Americana de Direitos Humanos, Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, Carta das Nações
Unidas, Declaração Universal de Direitos Humanos.

l) nos nomes de fatos históricos e importantes, de atos


solenes e de grandes empreendimentos públicos. Exemplos: Centenário da
Independência do Brasil, Descobrimento da América, Questão Religiosa,
Reforma Ortográfica, Acordo Luso-Brasileiro, Exposição Nacional, Festa das
Mães, Dia do Município, Glorificação da Língua Portuguesa.

m) nos nomes de escolas de qualquer espécie ou grau de


ensino. Exemplos: Faculdade de Filosofia, Escola Superior de Comércio,
Ginásio do Estado, Colégio Pedro II, Colégio Marista de Brasília, Instituto de
Educação, Grupo Escolar de Machado de Assis.

n) nos nomes comuns, quando personificados ou


individualizados, e de seres morais ou fictícios. Exemplos: A Capital da
República, a Transbrasiliana, moro na Capital, o Natal de Jesus, o Poeta
Camões, a ciência da Antigüidade, os habitantes da Península, a Bondade, a
Virtude, o Amor, a Ira, o Medo, o Lobo, o Cordeiro, a Cigarra, a Formiga.

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Observação – Incluem-se nesta norma os nomes que designam atos das


autoridades públicas, quando empregados em correspondência ou
documentos oficiais, desde que devidamente identificados: A Lei de 13 de
maio, o Decreto-Lei nº 292, o Decreto nº 20.108, a Portaria de 15 de junho,
o Regulamento nº 737, o Acórdão de 3 de agosto.
Se o ato for designado por palavra composta, todos os seus
termos componentes (exceto as partículas) devem ser grafados com inicial
maiúscula: Decreto-Lei.

o) nos nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões.


Exemplos: os povos do Oriente; o falar do Norte é diferente do falar do Sul;
a guerra do Ocidente.

Observação – Os nomes dos pontos cardeais escrevem-se com inicial


minúscula quando designam direções ou limites geográficos: Percorri o país
de norte a sul e de leste a oeste; Portugal está limitado a leste pela Espanha
e a oeste pelo Atlântico.

p) nos nomes, adjetivos, pronomes e expressões de


tratamento ou reverência. Exemplos: D. (Dom ou Dona), Sr. (Senhor), Sra.
(Senhora); DD. ou Digmo. (Digníssimo), MM. ou Mmo. (Meritíssimo),
Revmo. (Reverendíssimo), V.Reva. (Vossa Reverência), S. E. (Sua
Eminência), V. M. (Vossa Majestade), V. A. (Vossa Alteza), V. Sa. (Vossa
Senhoria), V. Exa. (Vossa Excelência), V. Exa. Revma. (Vossa Excelência
Reverendíssima), V. Exas. (Vossas Excelências).

Observação – As formas que se acham ligadas a essas expressões de


tratamento devem ser também escritas com iniciais maiúsculas: D. Abade,
Exma. Sra. Diretora, Sr. Almirante, Sr. Capitão-de-Mar-e-Guerra, MM. Juiz
de Direito, Exmo. e Revmo. Sr. Arcebispo Primaz, Magnífico Reitor,
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Eminentíssimo Senhor
Cardeal, Sua Majestade, Sua Alteza Real.

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q) nas palavras que, no estilo epistolar, dirigem-se a um


amigo, a um colega, a uma pessoa respeitável, as quais, por deferência,
consideração ou respeito, se queira realçar. Exemplos: meu bom Amigo,
caro Colega, meu prezado Mestre, estimado Professor, meu querido Pai,
minha adorável Mãe, meu bom Padre, minha distinta Diretora, caro Doutor,
prezado Capitão.

Emprega-se a inicial minúscula

Por contraposição, os termos não referidos no tópico anterior


devem vir em minúscula (ou caixa baixa). As instruções abaixo buscam
facilitar o emprego da inicial minúscula:

a) nos nomes dos dias da semana, dos meses e das estações


do ano.

b) nos nomes de festas pagãs ou populares. Exemplos:


carnaval, saturnais, bumba-meu-boi, entrudo.

c) nos compostos em que o nome próprio torna-se comum,


formando uma só unidade semântica. Exemplos: castanha-do-pará,
pau-brasil, deus-nos-acuda, joão-ninguém.

d) nas palavras derivadas de nomes estrangeiros. Exemplos:


bachiano, kantismo, beethoveniano, byronismo, comtiano, freudiano,
goethismo.

Observação – Esses derivados permanecem na grafia original, exceto na


terminação.

e) nos intitulativos gerais de doutrinas, correntes e escolas


de pensamento, religiões e regimes políticos. Exemplos: positivismo,

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romantismo, barroco, marxismo, catolicismo, cristianismo, parlamentarismo,


presidencialismo.

f) na sequência de alíneas e de incisos, que devem ter início


na altura do parágrafo do texto. Exemplos:

São benefícios concedidos pelo IPC:


a) auxílio-doença;
b) auxílio-funeral;
c) pecúlio.

A escolha de seus membros compete:


I – ao Senado Federal;
II – à Assembléia Geral;
III – ao Conselho Deliberativo.

g) depois do sinal de dois-pontos que não precede citação ou


nome próprio e depois de pontos de interrogação ou exclamação, se o
sentido está incompleto até essas anotações (que valem, no caso, por
vírgula, ponto e vírgula e dois-pontos, cumulativamente). Exemplos:

Oh! não vale a pena repetir: é coisa de somenos.


Que é isso! que é que tem?
Quem és tu? que esse estupendo corpo certo me tem
maravilhado.
Vês, peralta? é assim que um moço deve zelar o nome dos
seus?

h) nas partículas intermediárias (artigos, preposições,


advérbios, conjunções e palavras inflexivas) monossilábicas dos onomásticos
compostos (título de obras, acordos, conferências, congressos, etc.).
Exemplos: Crônicas de Risos e Lágrimas, Ninguém Escreve ao Coronel,

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Triste Fim de Policarpo Quaresma, II Congresso Nacional de Biblioteconomia,


Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.

Observação – Assim, além de serem grafadas com inicial maiúscula quando


contam com duas ou mais sílabas, essas partículas também o são quando
abrem o onomástico composto: Os Sinos da Agonia, O General em seu
Labirinto, Com Açúcar e com Afeto, Convenção Sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação Contra a Mulher.

i) nos adjetivos gentílicos e pátrios e na designação de


grupos étnicos. Exemplos: brasileiros, ingleses, xavantes, tamoios,
paulistanos, mato-grossenses, mineiros.

Observação – Em Antropologia, recomenda-se o uso com inicial maiúscula, e


no singular, da designação de tribos e castas indígenas: os Maué, e não os
maués.

j) nos nomes próprios tornados comuns (por antonomásia).


Exemplos: O ditador daquele país comportou-se como um nero. A atriz
apresentou-se como uma eva. Cantava feito uma diva.

Observações – Quando, porém, os nomes próprios – empregados como


apelativos – indicam genericamente uma classe de indivíduos semelhantes
aos designados por aqueles nomes, a inicial é maiúscula: Vários poetas
têm-se comportado como se Homeros fossem.
Incidentemente, o plural é normal nos nomes próprios: os
Brasis, os Portugais, os Cabrais, os Salazares.

l) no substantivo que designa a espécie de acidente


geográfico e obra civil. Exemplos: oceano Atlântico, mar Mediterrâneo, rio
Amazonas, baía de Guanabara, cordilheira dos Andes, vale do Paraíba,
deserto do Saara, gruta de Maquiné, ilha do Bananal, floresta da Tijuca, lago
Paranoá, canal de Suez, ponte Rio–Niterói, viaduto do Chá, aeroporto de

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Cumbica, usina de Itaipu, rodovia BR-116 (Rio–Bahia), estrada Rio–


Petrópolis, túnel Rebouças, porto de barragem de Sobradinho.

m) nos epítetos dos topônimos, nas preposições que os


relacionam no espaço, bem como nos adjuntos que lhes delimitam a
extensão ocasional em que são tomados. Exemplos: alto Amazonas, médio
São Francisco, baixo Tapajós, além Atlântico, aquém Andes, Brasil
meridional.

Observações – Quando tais elementos se incorporam aos topônimos,


fazendo parte de seu nome oficial ou de nome consagrado pelo uso, grafam-
se com inicial maiúscula: Recôncavo Baiano, Pantanal Mato-Grossense,
Oriente Médio, Trás-os-Montes, África Equatorial Francesa, Coréia do Sul,
Planalto Central, Baixada Fluminense, Mata Atlântica, Floresta Amazônica.
Também as zonas geoeconômicas do Nordeste e as
designações de ordem geográfica ou político-administrativa são grafadas
com maiúscula: Meio-Norte, Zona da Mata, Agreste, Sertão, Amazônia
Legal, Polígono das Secas, Triângulo Mineiro. Porém, quando se trata de
adjetivo qualificativo, e não de designativo oficial, grafam-se com inicial
minúscula: região amazônica, floresta atlântica, hiléia amazônica, costa
atlântica.

n) na palavra raios, que deve ser sempre pluralizada.


Exemplos: raios X, raios alfa, raios beta, raios delta, raios gama, raios
infravermelhos, raios ultravioleta.

Observações – Grafa-se sempre com maiúscula o x, de raios X.


Nos adjetivos compostos designativos de cores, o segundo
elemento só varia se for adjetivo, o que explica a diferença entre raios
ultravioleta e infravermelhos: “violeta” é nome (de planta); “vermelho” é
legítimo adjetivo.

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o) nos seguintes termos desacompanhados de determinante


(adjetivo qualificador ou número): lei, decreto, projeto, resolução, medida
provisória, emenda, plano, simpósio, seminário, conferência, etc. Exemplos:

O projeto dispõe sobre o reajuste das mensalidades


escolares.
A resolução que determina o critério da proporcionalidade
partidária tem boas chances de ser aprovada.
Com essa medida provisória, o Governo pretende alterar a
legislação do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Foram abordados vários assuntos de interesse da população
durante o simpósio.
Observações – Lembre-se de que o texto da Lei Complementar nº 95, de 26
de fevereiro de 1998, que trata da elaboração, redação, alteração e
consolidação das leis, sugere o uso de inicial maiúscula para indicar
auto-referência em lei, medida que deve ser adotada no caso de minuta de
proposição legislativa. Exemplo: Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Vale enfatizar a obrigatoriedade do uso da inicial maiúscula
sempre que um dos termos retromencionados aparecer seguido de
determinante ou número: Medida Provisória nº 2.733/99, Lei de Combate ao
Crime Organizado, Lei Antitruste.

p) nas expressões senhor(es) e senhora(s) empregadas como


vocativo, devendo ser grafadas por extenso. Exemplos: senhor Presidente,
senhores Senadores, senhores representantes de sindicatos, senhores
visitantes, meus senhores, minhas senhoras...

q) nos seguintes termos quando não estiverem no início do


período: trópico, hemisfério, pólo, continente, meridiano, paralelo, equador,
latitude, longitude, círculo polar ártico e antártico, etc.

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9. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito das


regras para grafia de numerais, com base no Manual de Elaboração de
Textos do Senado Federal, analise os itens a seguir.

I. Não se inicia período com algarismo arábico, devendo o número ser


grafado por extenso, independentemente de ser cardinal ou ordinal.
II. Grafam-se por extenso os numerais expressos num único vocábulo e em
algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra para serem
veiculados.
III. Nas datas escritas por extenso, indicam-se o dia e o ano em algarismos
arábicos e o mês pelo nome correspondente. Nas abreviadas, os três
elementos são expressos em algarismos arábicos e aparecem separados
por hífen ou barra.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – E
Comentário – A questão tratou da escrita de numerais em textos
técnicos (estudos, pareceres, notas técnicas). Vamos expandir e
exemplificar o que diz o Manual do Senado. Preste muita atenção.

a) Não se inicia período com algarismo arábico, devendo o


número ser grafado por extenso, independentemente de ser cardinal ou
ordinal. Exemplos:
Dezesseis anos era a idade da moça que trazia o céu nos
olhos.

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Sexagésimo aniversário da fundação da escola era a


comemoração do dia.

b) Grafam-se por extenso os numerais expressos num


único vocábulo e em algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra
para serem veiculados. Exemplo:
Mais de quinhentas pessoas compareceram à cerimônia de
posse do Presidente da República, mas apenas 250 tinham
sido convidadas. Destas, apenas vinte representavam
Estados estrangeiros.

Observações – A mesma regra é válida para as percentagens, utilizando-se


a expressão “por cento” ou o símbolo “%” conforme o numeral seja
veiculado por uma ou mais palavras: quinze por cento, cem por cento, 42%,
57%. O símbolo, entretanto, deve vir grafado imediatamente depois do
algarismo, sem qualquer espaço em branco.
Especificamente para a transcrição de numerais acima do
milhar, pode-se recorrer tanto à aproximação do número fracionário quanto
ao desdobramento dos termos numéricos: 23,6 milhões ou 23 milhões e 635
mil.
Para maior garantia, os valores monetários devem ser
expressos em algarismos seguidos da indicação da quantia, por extenso,
entre parênteses: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Se o valor
mencionado estiver localizado no final da linha, não o separe: coloque o
cifrão em uma linha e o numeral na seguinte.

c) Nenhum numeral leva hífen, salvo postos e graduações


da hierarquia militar e da diplomacia. Exemplo:
Dois servidores deixaram de receber o adiantamento do
13° salário em junho: o 2º-tenente responsável pela segurança do prédio,

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Sr. Antônio Leite, e o 1º-secretário responsável pela chefia do cerimonial,


Sr. Camilo Marques.

d) Não se emprega artigo antes do numeral, a menos que


o numeral anteceda substantivo. Exemplos:
Todos quatro estudam.
Todos os quatro filhos dele estudam.

Observações – O pronome indefinido “todos” só se emprega de três em


diante.
Considerados numerais duais, os termos “ambos” e
“ambas” são usados no lugar de “dois” e “duas” e só dispensam o artigo que
ordinariamente os segue quando não acompanhados por substantivo:
Ambos os alunos são estudiosos.
Marido e mulher, ambos graduaram-se em Direito.

e) Tanto gráficos, gravuras, ilustrações, fotografias,


figuras, esquemas, tabelas e quadros constantes dos textos, como idades,
datas, escores de jogos, vereditos e contagem de votos devem ser
numerados com algarismos arábicos. Exemplos:
A Tabela 5 mostra a evolução da taxa de mortalidade nos
últimos meses.
Marcelo tem 30 anos.
No plebiscito, foram 200 votos contra a reeleição e 100 a
favor dela.
O Júri absolveu-o por 4 a 3.

Observações – Em tais casos, não se aplica a regra referida na letra “b”.


Lembre-se, porém, de que o decurso de tempo será sempre grafado por
extenso:
Marcelo nasceu há trinta anos.
A reunião durou duas horas e meia.

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f) Nas datas escritas por extenso, indicam-se o dia e o ano


em algarismos arábicos e o mês pelo nome correspondente. Nas abreviadas,
os três elementos são expressos em algarismos arábicos e aparecem
separados por hífen ou barra. Exemplos: 14 de março de 1997; 5 de julho
de 1995; 12 de outubro de 1984; 1º de maio de 1999; 13-12-41; 27/1/92.

Observações – Não se utiliza o zero à esquerda dos numerais que indicam


dia e mês nem se usa ponto para separar os algarismos que expressam ano.
O primeiro dia do mês – ao contrário dos demais que são
expressos na forma cardinal – é sempre indicado pela abreviatura do
número ordinal: 1º/11/98, 1º de fevereiro de 1915; 1º-1-2000.
Não se utiliza a forma abreviada da data quando só se faz
referência a ano ou a mês e ano: 1980; 2001; agosto de 1937; janeiro de
1989; junho de 1891; abril de 1713.

g) Embora sejam minoria, alguns numerais estão sujeitos à


flexão de número e gênero, desde que não apareçam substantivados.
Exemplo: Refiro-me à procuração que se encontra a folhas trinta e duas.

h) As frações são invariavelmente indicadas por algarismos


numéricos se decimais, mas também podem ser escritas por extenso quando
ambos os elementos designados estão entre um e nove. Exemplos: 0,3;
12,75; 4/12; 7/25; 5/6; dois terços; um quarto.

i) Os algarismos romanos são usados normalmente na


indicação de séculos; imperadores, papas; grandes divisões das Forças
Armadas; congressos, seminários, reuniões, e outros acontecimentos
repetidos periodicamente; dinastias; paginação de prefácio; numeração de
livro, título, capítulo, seção e subseção de diplomas legais. Exemplos: século
XIX, século IV a.C.; Filipe IV, Napoleão I, João XXIII; I Comando do
Exército, IV Distrito Naval; XV Bienal de São Paulo, XX Copa do Mundo; I
Dinastia Maia; Seção III do Capítulo I do Título V da Constituição Federal.

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Observações – Só se pode lançar mão do uso de caracteres minúsculos no


caso da numeração das páginas de prefácio: i, ii, iii, iv.
Para fins de leitura, os algarismos romanos de I a X são
tidos por ordinais, estejam eles antepostos ou pospostos ao termo que
qualificam. Já a partir do XI, eles só recebem tal leitura se antepostos:
século I (século primeiro) ou I século (primeiro século) século X (século
décimo); mas século XI (século onze) ou XI século (décimo primeiro século);
XX Salão do Automóvel (vigésimo); IV Bienal do Livro (quarta).
Na redação legislativa, entretanto, o número dez é sempre
cardinal, independentemente de aparecer sob a forma de algarismo arábico
ou romano: art. 10 (artigo dez), inciso X (inciso dez).

j) O Código de Endereçamento Postal (CEP) constitui-se


obrigatoriamente de cinco dígitos, sem ponto nem espaço entre eles,
seguidos de um hífen, mais três dígitos, que servem para indicar a
localização do logradouro, sendo arábicos todos eles. Exemplo: CEP
70165-900.

l) Utiliza-se o numeral ordinal abreviado para designar


artigos e parágrafos de leis e proposições legislativas até o nono, inclusive.
A partir daí, emprega-se o algarismo arábico, seguido de ponto. Exemplos:
arts. 2º e 7º; § 5º e 9º; art. 12.; § 10.; art. 227.

Observações: – Seja qual for o numeral empregado, os termos “artigo” e


“parágrafo” devem ser grafados de forma abreviada: “art.” e “§” para o
singular e arts. e §§ para o plural.
Não se usa, porém, a forma abreviada quando essas
palavras aparecem acompanhadas de adjetivo, motivo pelo qual não se
abrevia o termo “parágrafo” dentro da expressão “parágrafo único”.

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m) Utiliza-se o algarismo romano para designar os incisos


(desdobramentos de artigos e parágrafos), que se separam de seus
respectivos textos por travessão ladeado de espaços. Exemplos:

O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.

n) Indicam-se com algarismos arábicos, seguidos de ponto,


os itens (desdobramentos das alíneas). Exemplo:

Art. 4º Toda criança tem o direito de brincar.


§ 1º Compete à família, ao Estado e à sociedade:
I – prover a criança de:
a) condições de lazer que incluam:
1. local bem ventilado;
2. equipamentos seguros;
3. assistência de supervisor especializado.

o) muitas são as variações possíveis para a indicação de


horários por meio de algarismos. Exemplos: 19h; 22 horas; 20h30min;
1h17min5seg; cinco horas; às nove e meia da manhã; ao meio dia e meia.

Observação – Entre as variações possíveis, contudo, não se admite o uso da


forma inglesa, representada pelo emprego do sinal de dois-pontos entre o
indicador da hora e o dos minutos.

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10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito do


Padrão Ofício, conforme ensina o Manual de Redação da Presidência da
República, analise as afirmativas a seguir.

I. Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos


em papel ofício.
II. Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados
da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento +
palavras-chave do conteúdo.
III. Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto
em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – D
Comentário – Aprendemos isso quando tratamos dos documentos que se
conformam com o padrão ofício (páginas 16 a 18). Portanto o único
problema diz respeito ao “papel ofício”. O correto é papel A 4. Parece que o
examinador fez um jogo de palavras com as expressões padrão ofício e
papel ofício.

11. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais


citados, analise as afirmativas a seguir:

I. Ao elaborar pronunciamentos, proposições legislativas, pareceres,


estudos ou notas técnicas, o consultor há de ter em mente que o texto

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a redigir deve ser compreendido e aprovado pelo destinatário, mesmo


porque resulta, quase sempre, de solicitação por este formulada. Daí a
necessidade de uma interação equilibrada e harmoniosa entre a
Consultoria e quem lhe solicita o trabalho.
II. Se o uso sistemático de figuras de retórica é admissível nas peças
literárias e nos discursos, que amiúde se utilizam de linguagem refinada
e grandiloquente, ele se revela inadequado à redação de textos técnicos
e legais, que devem primar pela clareza e objetividade.
III. O princípio constitucional da publicidade, que também rege a feitura das
leis, está longe de esgotar-se na mera publicação do texto, estendendo-
se, ainda, ao alcance delas por todo e qualquer cidadão.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – A
Comentário – Em sua página 9, o Manual do Senado trata da tentativa de
alguns de justificarem o uso sistemático de figuras de retórica, de
expressões enviesadas e de tantos outros enfeites linguísticos que
normalmente comprometem a clareza do texto e dificultam sua
compreensão. Nesse sentido, os itens acima são verdadeiras observações
relativas a estilo. Todos estão corretos e constituem quase que a transcrição
literal de passagens do Manual. É bom lê-los com atenção.

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12. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais


citados, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Devem-se escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado


em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o
emprego de expressões regionais ou locais.
(B) É necessário articular a linguagem comum ou técnica para a perfeita
compreensão da idéia veiculada no texto.
(C) É necessário usar as palavras e expressões em seu sentido comum,
salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se
empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área.
(D) Preferencialmente deve-se manifestar o pensamento ou a idéia com as
mesmas palavras, podendo-se empregar a sinonímia com propósito
estilístico.
(E) Deve-se atentar para a construção de orações na ordem direta,
evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão
técnico, lugares comuns, modismos e termos coloquiais.
Gabarito – D
Comentário – Alternativa A: certa. Podemos ler na página 9 do Manual do
Senado que:

As comunicações que partem dos órgãos públicos federais


devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o
jargão técnico tem sua compreensão dificultada.

Alternativa B: certa. Fala-se aqui sobre um aspecto da


precisão que deve estar presente em textos técnicos ou legais: “articulação

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da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia


veiculada no texto” (página 10 do Manual do Senado).

Alternativa C: certa. Agora o examinador voltou à pagina 9


para abordar a linguagem a ser utilizada em textos técnicos ou legais: “uso
de palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando o assunto
for de natureza técnica, hipótese em que se empregarão a nomenclatura e
terminologia próprias da área”.

Alternativa D: errada. Ao tratar das exigências para que


haja precisão em um texto técnico ou legal, o Manual do Senado estabelece
que o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico deve ser
evitado (página 10).

Alternativa E: certa. Com respeito á clareza, o Manual do


Senado (página 9) esclarece que seja feito uso “da construção de orações na
ordem direta, evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas,
jargão técnico, lugares-comuns, modismos e termos coloquiais”.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Contemporaneamente, os


fechos para comunicação, com base nos manuais citados, são:

(A) somente “atenciosamente” e “respeitosamente”.


(B) preferencialmente “atenciosamente” e “cordialmente”.
(C) somente “cordialmente” e “respeitosamente”.
(D) preferencialmente “cordialmente” e “respeitosamente”.
(E) somente “atenciosamente” e “cordialmente”.

Gabarito – A
Comentário – O fecho tem a finalidade de marcar o final do texto e saudar
o destinatário. Ele, o fecho, não é numerado como os demais parágrafos.

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Além disso, os fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais são os


seguintes:
– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive
quando se tratar do presidente da República;
– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia
ou de hierarquia inferior.
Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades
estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.

14. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da
Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto


oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de
informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa
qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do
assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o
texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem
eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias.
II. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de
economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma
entendê-la como Economia de pensamento, isto é, não se devem
eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em
tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,
redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
III. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se
definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão

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pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela
depende estritamente das demais características da redação oficial.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – B
Comentário – Já expus nesta aula, nas páginas 10 e 11, o que devemos
compreender por concisão e clareza. Esta questão reforça o meu
comentário.

15. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras do Manual de Redação da
Presidência da República acerca da redação de atos normativos, analise
as afirmativas a seguir:

I. O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §. Também em relação ao


parágrafo, consagra-se a prática da numeração ordinal até o décimo (§
10º) e cardinal a partir do parágrafo onze (§ 11). No caso de haver
apenas um parágrafo, adota-se a grafia parágrafo único (ou “§ único”).
Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e
encerrados com ponto-final.
II. Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de artigo se o
assunto nele tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não
se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados por
algarismos romanos e as alíneas por letras.

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III. As alíneas ou letras constituem desdobramentos dos incisos e dos


parágrafos. A alínea ou letra será grafada em minúsculo e seguida de
parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento das alíneas faz-se com
números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – D
Comentário – Muita atenção, prezado(a) aluno(a). Está quase tudo certo,
quase tudo é transcrição fiel do Manual da Presidência (páginas 81 e 82). Os
únicos erros encontram-se na afirmativa I, observe:

O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §.


Também em relação ao parágrafo, consagra-se a prática da
numeração ordinal até o nono (§ 9o) e cardinal a partir do
parágrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um
parágrafo, adota-se a grafia Parágrafo único (e não “§
único”). Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra
maiúscula e encerrados com ponto-final.

Veja este exemplo extraído do art. 5º da Constituição:

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:

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(...)
LXXX – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas-data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
(...)
§ 1o As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) No âmbito da Consultoria Legislativa, segundo
o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal, ocorre preâmbulo
em:

(A) parecer, somente.


(B) relatório e parecer.
(C) requerimento, somente.
(D) parecer e requerimento.

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(E) projeto.

Gabarito – E
Comentário – A tabela abaixo esclarece os tipos de documentos que
contêm preâmbulo:
Parecer /
Projeto PEC Requerimento
Relatório
As Mesas da Câmara
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
dos Deputados e do
Preâmbulo – O CONGRESSO NACIONAL promulga: –
Senado Federal, nos
O SENADO FEDERAL resolve:
(...)

17. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras sobre uso de siglas e
acrônimos do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,
analise as afirmativas a seguir:

I. O uso de siglas e acrônimos deve ser parcimonioso e restringir-se


àqueles já existentes e consagrados.
II. As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo corpo do texto,
sem o uso de pontos intermediários ou finais.
III. Na primeira citação, a expressão designada deve vir escrita por extenso,
de forma completa e correta, antes ou depois da sigla ou do acrônimo
respectivo.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

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Gabarito – A
Comentário – Conforme o Manual do Senado, há relativo consenso acerca
de alguns pontos , a saber:
a) uso de siglas e acrônimos deve ser parcimonioso e
restringir-se àqueles já existentes e consagrados.
b) as siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo
corpo do texto, sem o uso de pontos intermediários ou finais. Exemplos:
OEA, ONU, OIT, Embrapa, Contran, Embratur, CDBs, Ufirs, GPs.
c) na primeira citação, a expressão designada deve vir
escrita por extenso, de forma completa e correta, sempre antes da sigla ou
do acrônimo respectivo, que deve estar entre parênteses ou travessões e
em letras maiúsculas. Exemplos:
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem mais
uma medida restritiva.

A discussão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)


pela Câmara ainda promete alongar-se por muito tempo.

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste


(Sudene) criou comissão de estudo para elaborar as normas
balizadoras do programa de investimento a ser instituído
ainda neste ano.

Observações – Pode-se dispensar a explicação apenas para a representação


do nome dos partidos políticos e das empresas comerciais, exceto públicas
ou estatais, quando a forma abreviada já se tornou sinônimo do próprio
nome: PMDB, PFL, PSDB, Varig, Vasp, Bradesco. De qualquer modo, em
caso de dúvida, deve-se transcrever o significado da sigla.
Recomenda-se cuidado extra para a transcrição dos
conectivos presentes nas expressões designadas, fonte principal de
equívocos, a exemplo do que acontece com o Instituto Brasileiro do (e não

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“de”) Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).


Entretanto, não se deve descuidar dos demais componentes das expressões,
pois a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) muitas vezes se
transforma em “Confederação” e o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) converte-se em instituto de “seguridade”.
Não se admite a separação silábica de sigla ou acrônimo
grafado com letras maiúsculas.

d) as siglas partidárias, seguidas das siglas dos Estados,


devem ser separadas por travessão, com espaço antes e depois dele
Exemplo: O Senador Eduardo Suplicy (PT – SP) pediu a palavra, pela ordem.
e) as siglas de até três letras devem ser escritas com letra
maiúscula. Exemplos: PM, TV, CPF, GP; BC, ONU, USP, PUC; PT, PV, PPS;
DF, RJ, AC, MG.
f) as siglas e os acrônimos com quatro letras ou mais são
grafados em maiúscula quando se pronuncia separadamente cada uma de
suas letras ou partes, mas recebem apenas a inicial maiúscula – a partir da
segunda aparição no texto – no caso de terem a pronúncia de vocábulo.
Exemplos: CNBB, CPFL, BNDES, Sudene, Cobal, Condephaat, Masp, Vasp,
Eletropaulo, Varig.
g) excepcionalmente, pode haver a concorrência de letras
maiúsculas e minúsculas na estrutura de sigla e acrônimo, a fim de evitar
confusão com outros termos assemelhados. Exemplos: CNPq16 (Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), UnB (Universidade
de Brasília), CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), SPTrans (São
Paulo Transporte S.A.)
h) via de regra, deve-se empregar as siglas e os acrônimos
dos órgãos estrangeiros na sua versão em português, que corresponde à
expressão original traduzida. Entretanto, adota-se a forma abreviada original

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quando o seu uso já é disseminado internacionalmente. De todo modo, a


expressão por ela designada deve ser necessariamente traduzida. Exemplos:
Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional
(FMI), Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird),
Agência Internacional de Desenvolvimento (AID), Estados Unidos da América
(EUA), Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep),
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO),
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(Unesco), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fifa (Federação
Internacional de Futebol Associado), Fisa (Federação Internacional de
Automobilismo Esportivo), Foca (Federação dos Construtores de Fórmula 1).
i) deve-se evitar, ao máximo, o emprego de abreviaturas
nos textos corridos, mesmo nos casos de transcrição de endereços.
Exemplos: O rapaz – que mora na Rua Augusta, 525 – andou doze
quilômetros para entregar a carta da tia ao amigo dela, morador da Avenida
Paulista, 171.
j) quando for imperiosa a necessidade de formar
abreviatura, deve-se fazer com que ela termine em consoante, seguida de
ponto, conservando-se todos os sinais gráficos existentes até o corte
efetuado. Exemplos: fil. ou filos. (filosofia), fís. (física), pág. (página), séc.
(século), etc. (et cetera).

Observações – Caso a palavra a ser abreviada tenha um grupo de


consoantes no ponto em que se quer estabelecer o corte, esse grupo deve
ser mantido: depr. (depreciativo), ópt. (óptica), obs. (observação), mons.
(monsenhor), asp. (aspirante), etc.
O termo “S. A.”, embora tenha a aparência de sigla,
constitui a abreviatura das palavras “sociedade” e “anônima”. Por isso, exige
o uso do ponto, que não pode ser substituído por barra em hipótese alguma.

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l) os plurais também comportam abreviatura, sendo


geralmente indicados pelo acréscimo da letra “s” antes do ponto que indica o
corte. Todavia, alguns plurais são indicados pela duplicação da letra.
Exemplos: sécs. XV e XVI; págs. 54 e 55; fls. 56 e segs.; srs.; dras.; S.
Sas.; V. Exas.; AA. (autores); EE. (editores).

Observações – Repare que o “S.” de “Sua Senhoria” e o “V.” de “Vossa


Excelência” ficam invariáveis nos exemplos acima. Isso porque não há forma
abreviada plural para os possessivos integrantes dos pronomes de
tratamento. Tampouco se pluraliza a abreviatura de “dons” ou “donas”.
Além do plural, a duplicação da letra pode também indicar o
superlativo: D. (digno), DD. (digníssimo).

m) não se abrevia nome geográfico fora de título


(manchete, nome de obra, etc.). Neste, contudo, têm livre curso a utilização
da abreviatura “S.” para “São”, “Santo” e “Santa” e a substituição dos
nomes das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e New York,
exclusivamente, por suas respectivas siglas (SP, BH e NY)

n) as abreviaturas do sistema de unidades de medida, ao


contrário das demais, não recebem ponto nem plural, são grafadas com
letras minúsculas e separadas por espaço do número que normalmente
acompanham. Exemplos: 289 t; 3 kg; 45 g; 130 m; 12 km; 1 h; 22 h; 7
min, 18 s; 50 l; 600 ml; 27 ha.

Observações – Só se suprime o espaço entre a abreviatura e o número


diante da possibilidade de fraude e no caso de transcrição completa de
horário (hora e minutos ou hora, minutos e segundos). Exemplos: 9h57min;
1h20min; 18h16min14s.
Não se abrevia unidade de medida não determinada e
tampouco se misturam abreviaturas com medidas transcritas por extenso.
Exemplo:

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Um letreiro próximo à rodovia dos Imigrantes indicava a


existência de um telefone de emergência a cada mil metros.
Todavia, ele já rodava há vinte minutos na estrada, numa
velocidade de 60 km/h, e não tinha visto um sequer.

18. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Depois de


alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em 1937. Nos
40 anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi
amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.”

Considerando que o trecho acima faça parte de um texto técnico,


assinale a alternativa em que ele estaria corretamente redigido,
segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

(A) Depois de alguns pagamentos em mil novecentos e trinta e quatro, veio


um ‘calote’ completo em mil novecentos e trinta e sete. Nos quarenta
anos entre mil oitocentos e noventa e cinco e mil novecentos e trinta e
cinco, menos de dezoito por cento do empréstimo foi amortizado, e os
juros foram pagos apenas em doze anos.
(B) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em
1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por
cento do empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em
doze anos.
(C) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em
1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do
empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em doze
anos.
(D) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em
1937. Nos 40 anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por cento do
empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.

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(E) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em


1937. Nos 40 (quarenta) anos entre 1895 e 1935, menos de 18%
(dezoito por cento) do empréstimo foi amortizado, e os juros foram
pagos apenas em 12 (doze) anos.

Gabarito – B
Comentário – Esta é uma boa questão para recordarmos alguns preceitos
sobre o que já foi exposto anteriormente: a escrita de numerais em um
texto técnico, segundo o Manual do Senado.
– Grafam-se por extenso os numerais expressos num único
vocábulo e em algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra para
serem veiculados. A mesma regra é válida para as percentagens,
utilizando-se a expressão “por cento” ou o símbolo “%” conforme o numeral
seja veiculado por uma ou mais palavras: quinze por cento, cem por cento,
42%, 57%. O símbolo, entretanto, deve vir grafado imediatamente depois
do algarismo, sem qualquer espaço em branco.
– Para maior garantia, os valores monetários devem ser
expressos em algarismos seguidos da indicação da quantia, por extenso,
entre parênteses: R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
– tanto gráficos, gravuras, ilustrações, fotografias, figuras,
esquemas, tabelas e quadros constantes dos textos, como idades, datas,
escores de jogos, vereditos e contagem de votos devem ser numerados com
algarismos arábicos. Exemplos:
A Tabela 5 mostra a evolução da taxa de mortalidade nos
últimos meses.
Marcelo tem 30 anos.
No plebiscito, foram 200 votos contra a reeleição e 100 a
favor dela.
O Júri absolveu-o por 4 a 3.

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Lembre-se, porém, de que o decurso de tempo será sempre


grafado por extenso:
Marcelo nasceu há trinta anos.
A reunião durou duas horas e meia.

19. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da
Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo


com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer
jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico
correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que
atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a
empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua.
II. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as
regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao
conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a
obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do
fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos.
III. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que
não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o

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uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos


contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua
literária.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – D
Comentário – Voltamos às características gerais do texto administrativo.
Elas já foram objeto do nosso comentário (principalmente nas questões 1 e
4). Levando-se em consideração ainda que todas as afirmativas aqui
apresentadas estão corretas, é desnecessário acrescentar mais alguma
coisa.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao que ensina o Manual de Redação
da Presidência da República acerca do uso dos pronomes de
tratamento, analise as afirmativas a seguir:

I. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a


arcebispos e bispos.
II. Vossa Reverendíssima é usado para monsenhores, cônegos e superiores
religiosos.
III. Vossa Senhoria Reverendíssima é empregado para sacerdotes, clérigos
e demais religiosos.

Assinale:

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(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

Gabarito – E
Comentário – O problema está no que se afirma no item III. Vossa
Senhoria Reverendíssima ou simplesmente Vossa Reverendíssima, como na
segunda sentença, servem para tratar monsenhores, cônegos e superiores
religiosos. Já sacerdotes, clérigos e demais religiosos são tratados por Vossa
Reverência. Consulte, se preferir, a tabela que se inicia na página 5.
A propósito do uso dos pronomes de tratamento, importa
ainda comentar as seguintes orientações:
– levam o verbo e os demais pronomes para a terceira
pessoa: Vossa Senhoria deve indicar seu substituto.
– quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, a
concordância deve coincidir com o sexo da pessoa: Vossa Excelência deve
estar satisfeita – se for mulher.

21. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) De acordo com o Manual de Redação da
Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de


Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo. As demais
autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo
respectivo.
II. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as
autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

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particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. No


entanto, é possível substituir excelentíssimo, nos casos em que se
aplicar, por digníssimo.
III. Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se
evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se
empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham
tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É
costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis
em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
confere a desejada formalidade às comunicações.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

Gabarito – A
Comentário – Já tratamos destes assuntos aqui na aula (páginas 5-7).
Frise-se que:
– somente para os chefes de Poder o vocativo é
Excelentíssimo Senhor + Cargo;
– tanto ilustríssimo quanto digníssimo estão abolidos pelo
Manual da Presidência, sem distinção.
– Doutor não é pronome de tratamento, e sim título
acadêmico, o qual pode ser usado para designar quem possui doutorado,
salvo raras exceções consagradas pelo uso, como acontece em relação aos
bacharéis em Medicina e Direito.

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22. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no que rege o Manual de Redação da
Presidência da República acerca da exposição de motivos, analise as
afirmativas a seguir:

I. Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão


ofício.
II. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
medida ou submeta projeto de ato normativo.
III. No caso da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto
ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o
modelo do padrão ofício, acompanhado da indicação de que medida
adotar.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Gabarito – D
Comentário – Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
padrão ofício. O item I é verdadeiro.
A exposição de motivo que tem caráter exclusivamente
informativo segue o modelo referido para o padrão ofício. A que propõe
alguma medida ou submeta projeto de ato normativo segue modelo
apropriado, que contém, inclusive, “formulário de anexo à exposição de
motivos, devidamente preenchido”. O item II também é verdadeiro.

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AULA 8

A indicação de que medida adotar consta na exposição de


motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão
de alguma medida ou que lhe apresente projeto de ato normativo. Na
introdução do texto, é apresentado o problema que está a reclamar a
adoção da medida ou do ato normativo proposto. No desenvolvimento, é
apontado o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal
para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes pra
equacioná-lo. Na conclusão, reforça-se qual medida deve ser tomada, ou
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. O item III
é falso.

23. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao uso do itálico, com base nas
orientações do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,
analise as afirmativas a seguir:

I. Recomenda-se o uso de itálico para indicar títulos de livros, revistas,


jornais e obras de arte em geral, bem como palavras e expressões
estrangeiras. Os títulos de acordos, conferências, congressos e
assemelhados não recebem itálico nem qualquer outra forma de
destaque gráfico no texto.
II. Pode-se utilizar a fonte em itálico nas citações longas, que aparecem
destacadas do texto, ou no caso da transcrição literal de ementas. Se a
ementa for pequena, ainda é possível transcrevê-la entre aspas.
III. Ao invés do itálico, ainda é possível utilizar o grifo com idêntica
serventia, mas não se recomenda o emprego desse artifício para o
destaque integral de citações longas. Quando se quer destacar apenas
um trecho delas, porém, o grifo revela-se a solução perfeita.

Assinale:

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AULA 8

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.


(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito – E
Comentário – Como tudo está de acordo com o referido Manual, creio que
não há muito o que dizer. Apenas solicito sua especial atenção para o
primeiro item.

Assim finalizamos este curso.


Desejo que Deus o(a) abençoe e que você obtenha o êxito que
almeja.
Professor Albert Iglésia

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AULA 8

QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que


não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o
uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada.
II. Não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o
uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. O jargão
burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
compreensão limitada.
III. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a
determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com
eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em
expedientes dirigidos aos cidadãos.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas


(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta
(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas

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AULA 8

2. (FGV/CODESP/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de


Redação da Presidência da República, devem constar do cabeçalho ou
do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:

I. nome do órgão ou setor;


II. endereço postal;
III. telefone e endereço de correio eletrônico.

Analise os itens acima e assinale

(A) se apenas os itens I e II estiverem corretos.


(B) se apenas os itens I e III estiverem corretos
(C) se apenas o item I estiver correto
(D) se nenhum item estiver correto
(E) se todos os itens estiverem corretos

3. (FGV/CODESP/TÉCNICO EM INFORMÁTICA/2010) Num diálogo com um


deputado federal, o pronome indicado para se dirigir a ele é

(A) Sua Excelência


(B) Vossa Excelência
(C) Ilustríssimo Senhor
(D) Vossa Eminência
(E) Sua Eminência

4. (FGV/CAERN/ADMINISTRADOR/2010) Com base no Manual de Redação


da Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a


exijam, devendo-se evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a

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AULA 8

determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com
eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em
expedientes dirigidos aos cidadãos.
II. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se
definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão
pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela
depende estritamente das demais características da redação oficial. Para
ela concorrem a impessoalidade, que evita a duplicidade de
interpretações que poderia decorrer de um tratamento personalista
dado ao texto; o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão; a formalidade e a padronização, que
possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos; a concisão, que
faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe
acrescentam.
III. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as
autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para
particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se
evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se empregá-
lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar
por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
formalidade às comunicações.

Assinale

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas

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(B) se todas as afirmativas estiverem corretas


(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta

5. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito da


redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a


certas regras de forma: além das exigências de impessoalidade e uso do
padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de
tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao correto
emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade
de certo nível; mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à
civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a
comunicação.
II. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-
se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações
encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes
dirigidos aos cidadãos.
III. Não há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita.
Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer
alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

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transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se


apenas de si mesma para comunicar.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

6. (FGV/MEC/ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS/2008) A respeito


dos documentos na redação oficial, analise as afirmativas a seguir:

I. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente


idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais
autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos
oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do
ofício, também com particulares.
II. O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se,
portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode
ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por
determinado setor do serviço público.
III. Quanto à forma, o memorando não segue o modelo do padrão ofício,
além de ter seu destinatário mencionado pelo cargo que ocupa.

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Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

7. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Com base no


Manual de Redação da Presidência da República, analise as afirmativas
a seguir:

I. Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento


“digníssimo”. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer
cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
II. Em comunicações oficiais, é correto usar o vocativo “Excelentíssimo
Senhor Senador”.
III. É recomendável evitar expressões como “Tenho a honra de”.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(D) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(E) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

8. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) Assinale a


alternativa incorreta quanto ao uso de maiúsculas e minúsculas,
segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

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(A) Moro na Capital.


(B) Procure o Decreto-Lei 292.
(C) O governante se comportou como um Nero.
(D) Eles estudaram no Colégio Pedro II.
(E) Devemos reler O Espírito das Leis, de Montesquieu.

9. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito das


regras para grafia de numerais, com base no Manual de Elaboração de
Textos do Senado Federal, analise os itens a seguir.

I. Não se inicia período com algarismo arábico, devendo o número ser


grafado por extenso, independentemente de ser cardinal ou ordinal.
II. Grafam-se por extenso os numerais expressos num único vocábulo e em
algarismos aqueles que exigem mais de uma palavra para serem
veiculados.
III. Nas datas escritas por extenso, indicam-se o dia e o ano em algarismos
arábicos e o mês pelo nome correspondente. Nas abreviadas, os três
elementos são expressos em algarismos arábicos e aparecem separados
por hífen ou barra.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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10. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA CONTÁBIL/2008) A respeito do


Padrão Ofício, conforme ensina o Manual de Redação da Presidência da
República, analise as afirmativas a seguir.

I. Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos


em papel ofício.
II. Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados
da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento +
palavras-chave do conteúdo.
III. Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto
em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

11. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais


citados, analise as afirmativas a seguir:

I. Ao elaborar pronunciamentos, proposições legislativas, pareceres,


estudos ou notas técnicas, o consultor há de ter em mente que o texto
a redigir deve ser compreendido e aprovado pelo destinatário, mesmo
porque resulta, quase sempre, de solicitação por este formulada. Daí a
necessidade de uma interação equilibrada e harmoniosa entre a
Consultoria e quem lhe solicita o trabalho.
II. Se o uso sistemático de figuras de retórica é admissível nas peças
literárias e nos discursos, que amiúde se utilizam de linguagem refinada

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e grandiloquente, ele se revela inadequado à redação de textos técnicos


e legais, que devem primar pela clareza e objetividade.
III. O princípio constitucional da publicidade, que também rege a feitura das
leis, está longe de esgotar-se na mera publicação do texto, estendendo-
se, ainda, ao alcance delas por todo e qualquer cidadão.

Assinale:

(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

12. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Com base nos manuais


citados, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Devem-se escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado


em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o
emprego de expressões regionais ou locais.
(B) É necessário articular a linguagem comum ou técnica para a perfeita
compreensão da idéia veiculada no texto.
(C) É necessário usar as palavras e expressões em seu sentido comum,
salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se
empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área.
(D) Preferencialmente deve-se manifestar o pensamento ou a idéia com as
mesmas palavras, podendo-se empregar a sinonímia com propósito
estilístico.

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(E) Deve-se atentar para a construção de orações na ordem direta,


evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão
técnico, lugares comuns, modismos e termos coloquiais.

13. (FGV/SENADO FEDERAL/ADVOGADO/2008) Contemporaneamente, os


fechos para comunicação, com base nos manuais citados, são:

(A) somente “atenciosamente” e “respeitosamente”.


(B) preferencialmente “atenciosamente” e “cordialmente”.
(C) somente “cordialmente” e “respeitosamente”.
(D) preferencialmente “cordialmente” e “respeitosamente”.
(E) somente “atenciosamente” e “cordialmente”.

14. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da
Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto


oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de
informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa
qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do
assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o
texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se percebem
eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias de idéias.
II. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de
economia lingüística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma
entendê-la como Economia de pensamento, isto é, não se devem
eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em

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tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,


redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
III. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se
definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão
pelo leitor. No entanto, a clareza não é algo que se atinja por si só: ela
depende estritamente das demais características da redação oficial.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

15. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras do Manual de Redação da
Presidência da República acerca da redação de atos normativos, analise
as afirmativas a seguir:

I. O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §. Também em relação ao


parágrafo, consagra-se a prática da numeração ordinal até o décimo (§
10º) e cardinal a partir do parágrafo onze (§ 11). No caso de haver
apenas um parágrafo, adota-se a grafia parágrafo único (ou “§ único”).
Os textos dos parágrafos serão iniciados com letra maiúscula e
encerrados com ponto-final.
II. Os incisos são utilizados como elementos discriminativos de artigo se o
assunto nele tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não
se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indicados por
algarismos romanos e as alíneas por letras.

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III. As alíneas ou letras constituem desdobramentos dos incisos e dos


parágrafos. A alínea ou letra será grafada em minúsculo e seguida de
parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento das alíneas faz-se com
números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

16. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) No âmbito da Consultoria Legislativa, segundo
o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal, ocorre preâmbulo
em:

(A) parecer, somente.


(B) relatório e parecer.
(C) requerimento, somente.
(D) parecer e requerimento.
(E) projeto.

17. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO LEGISLATIVO –


ADMINISTRAÇÃO/2008) Com base nas regras sobre uso de siglas e
acrônimos do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,
analise as afirmativas a seguir:

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I. O uso de siglas e acrônimos deve ser parcimonioso e restringir-se


àqueles já existentes e consagrados.
II. As siglas e os acrônimos devem ser escritos no mesmo corpo do texto,
sem o uso de pontos intermediários ou finais.
III. Na primeira citação, a expressão designada deve vir escrita por extenso,
de forma completa e correta, antes ou depois da sigla ou do acrônimo
respectivo.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

18. (FGV/SENADO FEDERAL/POLÍCIA LEGISLATIVA/2008) “Depois de


alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em 1937. Nos
40 anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do empréstimo foi
amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.”

Considerando que o trecho acima faça parte de um texto técnico,


assinale a alternativa em que ele estaria corretamente redigido,
segundo o Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal.

(A) Depois de alguns pagamentos em mil novecentos e trinta e quatro, veio


um ‘calote’ completo em mil novecentos e trinta e sete. Nos quarenta
anos entre mil oitocentos e noventa e cinco e mil novecentos e trinta e
cinco, menos de dezoito por cento do empréstimo foi amortizado, e os
juros foram pagos apenas em doze anos.

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(B) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em


1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por
cento do empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em
doze anos.
(C) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em
1937. Nos quarenta anos entre 1895 e 1935, menos de 18% do
empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em doze
anos.
(D) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em
1937. Nos 40 anos entre 1895 e 1935, menos de dezoito por cento do
empréstimo foi amortizado, e os juros foram pagos apenas em 12 anos.
(E) Depois de alguns pagamentos em 1934, veio um ‘calote’ completo em
1937. Nos 40 (quarenta) anos entre 1895 e 1935, menos de 18%
(dezoito por cento) do empréstimo foi amortizado, e os juros foram
pagos apenas em 12 (doze) anos.

19. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no Manual de Redação da
Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo


com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo,
podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore
expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer
jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico
correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que
atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a
empregamos. O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

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impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e


concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua.
II. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as
regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao
conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a
obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do
fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos.
III. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que
não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o
uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua
literária.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

20. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao que ensina o Manual de Redação
da Presidência da República acerca do uso dos pronomes de
tratamento, analise as afirmativas a seguir:

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I. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a


arcebispos e bispos.
II. Vossa Reverendíssima é usado para monsenhores, cônegos e superiores
religiosos.
III. Vossa Senhoria Reverendíssima é empregado para sacerdotes, clérigos
e demais religiosos.

Assinale:

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.


(B) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

21. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) De acordo com o Manual de Redação da
Presidência da República, analise as afirmativas a seguir:

I. O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de


Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo. As demais
autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo
respectivo.
II. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as
autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para
particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. No
entanto, é possível substituir excelentíssimo, nos casos em que se
aplicar, por digníssimo.
III. Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se
evitar usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, deve-se

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empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham


tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É
costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis
em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
confere a desejada formalidade às comunicações.

Assinale:

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

22. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Com base no que rege o Manual de Redação da
Presidência da República acerca da exposição de motivos, analise as
afirmativas a seguir:

I. Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão


ofício.
II. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
medida ou submeta projeto de ato normativo.
III. No caso da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto
ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o
modelo do padrão ofício, acompanhado da indicação de que medida
adotar.

Assinale:

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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O SENADO FEDERAL
TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 8

(A) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.


(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se todas as afirmativas estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

23. (FGV/SENADO FEDERAL/ANALISTA LEGISLATIVO – TRADUÇÃO E


INTERPRETAÇÃO/2008) Em relação ao uso do itálico, com base nas
orientações do Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal,
analise as afirmativas a seguir:

I. Recomenda-se o uso de itálico para indicar títulos de livros, revistas,


jornais e obras de arte em geral, bem como palavras e expressões
estrangeiras. Os títulos de acordos, conferências, congressos e
assemelhados não recebem itálico nem qualquer outra forma de
destaque gráfico no texto.
II. Pode-se utilizar a fonte em itálico nas citações longas, que aparecem
destacadas do texto, ou no caso da transcrição literal de ementas. Se a
ementa for pequena, ainda é possível transcrevê-la entre aspas.
III. Ao invés do itálico, ainda é possível utilizar o grifo com idêntica
serventia, mas não se recomenda o emprego desse artifício para o
destaque integral de citações longas. Quando se quer destacar apenas
um trecho delas, porém, o grifo revela-se a solução perfeita.

Assinale:

(A) se nenhuma afirmativa estiver correta.


(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O SENADO FEDERAL
TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 8

GABARITO

1. C
2. E
3. B
4. B
5. A
6. A
7. A
8. C
9. E
10. D
11. A
12. D
13. A
14. B
15. D
16. E
17. A
18. B
19. D
20. E
21. A
22. D
23. E

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