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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO

DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA

DIVISÃO DE ENSINO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A influência do trabalho em turnos na percepção da


capacidade para o trabalho dos graduados da Seção de
Manutenção do ESM-SM
TÍTULO DO ARTIGO

SAÚDE E TRABALHO: a importância de estudos acerca da dinâmica


vivenciada por militares em seu contexto de trabalho
LINHA DE PESQUISA

REGINALDO KNUPP SOARES Cap Esp Av


NOME

CAP 2/2014
Curso e Ano
PLANO DE PESQUISA REVISADO

A influência do trabalho em turnos na percepção da


capacidade para o trabalho dos graduados da Seção de
Manutenção do ESM-SM
Título do Plano

SAÚDE E TRABALHO: a importância de estudos acerca da dinâmica


vivenciada por militares em seu contexto de trabalho
LINHA DE PESQUISA

17 DE NOVEMBRO DE 2014

DATA

IDENTIFICAÇÃO DO PLANO

Este documento é o resultado dos trabalhos do aluno do Curso de


Aperfeiçoamento da EAOAR. Seu conteúdo reflete a opinião do autor, quando
não for citada a fonte da matéria, não representando, necessariamente, a
política ou prática da EAOAR e do Comando da Aeronáutica.
1 ASPECTOS INICIAIS

A Base Aérea de Santa Maria (BASM) é uma Organização Militar


subordinada ao Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) que tem por
missão prestar apoio às Unidades Aéreas (UAE) e Unidades de Aeronáutica (UAer)
sediadas em suas instalações ou que nela operem. Como parte dessa missão, o
Esquadrão de Suprimento e Manutenção (ESM-SM) é o órgão da BASM
responsável por prestar esse apoio na área da logística operacional.
O ESM-SM realiza as inspeções programadas e as manutenções não
programadas das aeronaves A-1 (AMX) dos esquadrões 1° e 3°/10° Grupo de
Aviação, respectivamente Esquadrões Poker e Centauro, bem como apóia a
manutenção do Esquadrões Pantera e Hórus que operam, respectivamente, as
aeronaves H-60L (Black-Hawk) e RQ-900 (Hermes), com os serviços de Supervisão
Técnica, Suprimento Técnico e das Subseções de Lavagem, Pintura, Corrosão,
Equipamentos de Apoio de Solo (EAS), Ferramentaria, Metalurgia e Estruturas.
Particularmente em relação à aeronave A-1, como a BASM sedia duas UAE
que operam esse mesmo vetor aeronáutico, a Diretoria de Material Aeronáutico e
Bélico (DIRMAB) optou pela concentração da manutenção no ESM. Essa decisão
levou em consideração, entre outros fatores, a economia de meios, a otimização da
capacitação dos especialistas e o compartilhamento dos EAS.
Nos idos do ano de 2001, visando atender à demanda criada pelo
cumprimento do esforço aéreo dessas Unidades, foi necessário que o ESM
adotasse o critério de funcionamento por turnos de trabalho.

Os setores Linha de Revisão de PAMA, de Manutenção de G/ESM e


Subseção de Manutenção de Operador terão consciência do valor que
representa um bom planejamento em distribuir as atividades ao longo do
tempo, a fim de evitar a ociosidade ou carga excessiva de trabalho nas
EINSP (Equipes de Inspeção). (BRASIL, 2014)

A divisão do efetivo da manutenção em três equipes possibilitou o suporte


ao voo e às rotinas de inspeção no período das 07:00h às 23:00h, durante os dias
úteis. Essa divisão de horários perdurou até abril de 2014, quando foi necessário
implementar nova alteração. O esquadrão passaria a operar das 08:00h às 22:00h,
com apenas dois turnos, um das 08:00h às 15:00h e o outro das 15:00h às 22:00h.
A mudança almejou resolver o problema da falta de graduados de algumas
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especialidades para compor a equipe do período noturno, pois em decorrência


dessa deficiência, prestava um apoio precário às saídas das aeronaves dos
esquadrões apoiados. Além disso, a medida também procurou atender ao
preconizado nas Diretrizes Administrativas para o COMGAR – 2012.

Setores específicos, como ESM, hospitais e ranchos, entre outros, devem


receber atenção especial pelas características que induzem ao trabalho por
turnos, muitas vezes desnecessário. Caso indispensável, fazer os ajustes
para que o total de horas de trabalho seja o mesmo do restante do efetivo.
(BRASIL, 2012)

Diante desse quadro, deparou-se com o seguinte questionamento: Em que


medida a mudança dos turnos, de três para dois, influencia os resultados da
atividade do ESM-SM?
Assim, a presente pesquisa teve como Objetivo Geral investigar se havia
relação entre os resultados apresentados pela atividade desenvolvida pelo ESM-SM
antes e após a mudança dos turnos.
Na busca pelo esclarecimento dessa problemática, foi necessário investigar
as questões norteadoras que seguem:
QN1 – Quais as características do ambiente do ESM-SM?
QN2 – Quais os valores apresentados pelos indicadores de disponibilidade e
de indisponibilidade das aeronaves A-1, em Santa Maria, antes e depois da
mudança de turnos?
QN3 – Qual a disponibilidade mínima de mão de obra especializada
necessária para apoio às saídas das aeronaves A-1?
QN4 – Qual a percepção dos graduados da Seção de Manutenção do ESM-
SM quanto a sua Capacidade para o Trabalho?
Orientados para a solução do questionamento proposto, pretendeu-se atingir
os Objetivos Específicos (OE) descritos:
OE1 – caracterizar o ambiente do ESM-SM;
OE2 – analisar os indicadores de disponibilidade e de indisponibilidade das
aeronaves A-1, em Santa Maria, antes e depois da mudança de turnos;
OE3 – identificar a disponibilidade mínima de mão de obra especializada
necessária para apoio às saídas das aeronaves A-1; e
OE4 – analisar o Índice de Capacidade para o Trabalho – ICT (Work Ability
Index) percebido pelos graduados da Seção de Manutenção do ESM-SM.
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2 TEORIAS APLICADAS À METOLOGIA

Para cumprir o OE1 foram utilizados os conceitos de Osterwalder e Pigneur,


traduzidos na utilização do modelo de negócio, Business Model Generation (BMG),
do ESM-SM. O uso de modelo de negócio tem a vantagem de se caracterizar por
ser um método que permite a rápida visualização de todo o negócio em um mesmo
plano e também por permitir a visualização do relacionamento entre as áreas de
interesse da Organização. Neste contexto, os autores definem o BMG como “um
modelo de negócios que descreve a lógica de como uma organização cria, entrega e
captura valor.” (OSTERWALDER - PIGNEUR, 2009)
É importante ressaltar que ao assumir as proposições como hipótese, os
idealizadores do modelo recomendam que estas devem ser continuamente testadas,
atualizadas e medidas quanto a sua ocorrência ou atendimento, o que não deixa de
ser uma forma de planejamento e controle.
Em seguida foram utilizados os conceitos de Norton e Kaplan (1997)
sintetizados no BSC (Balanced Scorecard), que apresentou utilidade para o caso,
por ser uma forma metodológica já comprovada e amplamente utilizada nas
atividades de gestão por ter as características de facilitar a comunicação interna,
clarificar os objetivos estratégicos, permitir o registro do raciocínio construído,
facilitar a participação de todos os colaboradores no processo e que se propõe a
aproximar o campo estratégico do campo da prática por meio da eleição das
perspectivas e pelo acompanhamento dos indicadores de desempenho. Nessa
atividade de construção do BSC foram identificados os objetivos estratégicos
deduzidos da Missão do ESM e, em seguida, foram medidos indicadores adequados
para os objetivos estratégicos que poderiam ser influenciados pela divisão em turnos
ou não.
Na seqüência, os conceitos do ICT de Tuomi (1997) suportaram a análise da
percepção da capacidade para o trabalho tomada diretamente junto à população sob
observação, por meio de questionário específico, e os dados coletados foram
confrontados com a classificação desenvolvida por estudiosos do Instituto Finlandês
de Saúde Ocupacional, liderados por Tuomi. Uma vez identificado o ICT do grupo
que trabalha por turnos, foi possível verificar que o mesmo guarda relação com a
nova distribuição dos períodos de trabalho mediante comparação com o ICT
atribuído aos que trabalham no expediente (grupo de controle).
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O conhecimento do operário a respeito de seu trabalho e de seu impacto


sobre a saúde é, sem dúvida, muito rico e oferece uma compreensão da
problemática em grande medida resgatável unicamente a partir da ótica
operária. (LAURELL E NORIEGA, 1989)

Para mensurar esses indicadores foram utilizadas como ferramentas a


disponibilidade de aeronaves (1), a disponibilidade de mão de obra especializada
por sistema durante a operação dos usuários/clientes (2) e a percepção da
capacidade para o trabalho dos especialistas, em função de sua atividade em turnos
ou não (3).
Dessa forma restou clara a existência de uma medida quantitativa pós
manutenção (1), uma medida quantitativa pré manutenção (2) traduzida pela
disponibilidade do conhecimento e da habilidade técnica em “sobreaviso” para
atender necessidades que possam vir a ocorrer (este ponto poderá fustigar futuras
pesquisas para avaliar se efetivamente houve perda de saídas em função dos
horários que deixaram de ser cobertos, além de se medir as ocorrências reais que
deixariam de ser cobertas caso não houvesse a divisão de turnos, mas apenas a
disponibilidade dos técnicos nos horários de expediente) e uma medida qualitativa
da capacidade mental, física e social para o trabalho, mais especificamente, uma
medida da percepção de qualidade dos fatores psicossociais e de saúde, durante o
trabalho a ser prestado ou oferecido (3). A primeira se relaciona com o processo
inteiro, a segunda apenas com a parte de apoio de especialistas para as saídas das
aeronaves para os voos e a terceira apenas com a parte de manutenção.

Assim, empregar o menor tempo possível ao efetuar manutenção não é


uma opção, é uma necessidade, já que o preparativo da luta se faz quando
não se tem hostilidades. Assim, é fundamental àqueles envolvidos com o
setor de Manutenção que saibam sempre:
a) a quantidade de tempo despendido para realizar cada tarefa estabelecida
no Plano de Manutenção;
b) a porção de tempo perdido na espera de entrega de partes e outros
suprimentos;
c) o tempo de cada aeronave parada no solo por motivo de manutenção;
d) a variação na disponibilidade de mão de obra; e
e) o tempo desperdiçado devido à canibalização de partes.
Tais dados têm a faculdade de ser usados de diferentes modos:
a) na programação das diversas inspeções, por consumá-las de maneira
mais acurada, se os requisitos de tempo próximos ou iguais ao real forem
conhecidos em vez do tempo estimado ou calculado;
b) na disposição das partes no local e tempo apropriados, de modo que
arranjos tenham a viabilidade de ser realizados pelos setores gerenciais
para minimizar faltas e reduzir tempo adicional;
c) na variação da quantidade de pessoal por motivo de férias, dispensa,
serviço e outros mais, o que possibilita afetar o tempo de cumprimento da
inspeção a realizar e deve ser incluído no planejamento; e
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d) no impedimento ou redução da canibalização de conjuntos maiores, a


qual obriga uma tarefa ter de ser feita mais de uma vez, já que implica na
retirada e colocação de um acessório em duas aeronaves, disponibilizando
uma de imediato e a outra quando chegar a parte faltante. (BRASIL, 2014)

3 METODOLOGIA

Conforme Gil (2007), esta pesquisa classifica-se como descritiva, na medida


em que descreve as características da população em estudo, os 71 graduados da
Seção de Manutenção do ESM da BASM, dos quais 50 trabalham sob o regime de
turnos e 21 sob o regime de expediente. Todos os indivíduos executam serviços de
manutenção de aeronaves e foram submetidos a um questionário para a verificação
do Índice de Capacidade para o Trabalho – ICT (TUOMI et al. 1997).
Ainda segundo a classificação de Gil (2007), uma vez que não houve
controle das variáveis coletadas e analisadas, foi adotada a pesquisa por
levantamento de dados, quanto ao seu delineamento.
O instrumento de coleta de dados escolhido para efetuar a pesquisa foi o
questionário.
Na pesquisa social, é muitas vezes difícil, ou até impossível, coletar dados
sobre as pessoas através da observação. Em tais situações, utilizam-se
geralmente entrevistas e questionários para obter essas informações.
(SELLTIZ-WRIGHTSMAN-COOK, 2005)

Como forma de estruturar o problema de pesquisa proposto, o Esquema 1


ilustra o caminho metodológico que segue descrito nos outros itens desta seção.

Esquema 1 – Estrutura do Problema

MODELO DE NEGÓCIO –
caracterizar o ESM e seu
ambiente.

BSC – identificar os
objetivos estratégicos
deduzidos da missão.

Selecionar os OE
influenciados pela divisão em
turnos.

Disponibilidade de aeronaves Disponibilidade de Mão de ICT – medida qualitativa


– medida quantitativa pós obra – medida quantitativa sobre fatores humanos
atividade. pré / sobre expectativa de durante atividade.
atividade.

Fonte: Autor (2014).


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3.1 BMG

O modelo de negócio do ESM caracteriza e planifica as áreas de interesse


do esquadrão, as quais, para objetivo deste estudo, mereceram destaque os
campos do valor, das atividades e dos recursos chaves.
Compõem os recursos chaves, os componentes tangíveis que deverão estar
reunidos na quantidade suficiente, na qualidade determinada e no momento
oportuno para desempenhar as atividades de manutenção das aeronaves,
concorrendo para que a missão da Organização seja cumprida de maneira eficiente.

Quadro 1 - Modelo de Negócio do ESM-SM


PARCERIAS ATIVIDADES VALOR RELACIONAMENTO CLIENTES
(MISSÃO)
-PAMAGL -Manutenção -Conhecimento e -A Força Aérea
-PAMALS programada e não -Capacidade de prestar valorização dos Brasileira; e
-PAMB programada das apoio logístico às serviços prestados à -O povo brasileiro.
-EMBRAER aeronaves. Unidades Aéreas sediadas sociedade.
RECURSOS em suas instalações ou que CANAIS
CHAVES nela operem.
-Divulgação interna e
-Equipamentos de externa ao COMAER
apoio (bancadas de pelos meios de
teste); comunicação.
-Equipes de
manutenção; e
-Suprimento.
ESTRUTURAS DE CUSTOS FONTES DE RECEITAS
- Manutenção e suprimento; e - Receitas vindas do pagamento de impostos ao Governo
- Treinamento dos mantenedores. Federal pelos contribuintes.
Fonte: Autor (2014).

3.2 BSC

Alinhado com o Modelo de Negócio do ESM, o BSC apresentado norteou o


gerenciamento e a análise dos indicadores de desempenho, os quais demonstraram
o nível de satisfação do objetivo estratégico atingido, dentro da perspectiva dos
processos internos.
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Quadro 2 – Balance Scorecard do ESM-SM


Perspectiva Objetivo Estratégico Indicadores de desempenho Possíveis ações
- Sensibilizar a opinião - Pesquisa de opinião quanto ao - Comunicação social –
pública quanto à relevância reconhecimento e à satisfação. divulgação das atividades
Clientes dos serviços prestados pela desempenhadas (prestação de
FAB. contas).

- Instituir linhas paralelas de


- Cumprimento do Plano de - Taxa de conclusão de trabalho;
Trabalho Anual (PTA); cronogramas de inspeção
(SILOMS); - Trabalho por turnos; e
- Prestar apoio de
especialistas às saídas das - Índices de disponibilidade e - Plano de conscientização
Processos internos aeronaves para o voo; e indisponibilidade das aeronaves interna para criar um clima de
(SILOMS); comprometimento com a
- Buscar a excelência na qualidade.
qualidade do produto. - Índice de capacidade para o
trabalho (ICT); e

- Taxa de falhas.
- Palestras trimestrais sobre
segurança do trabalho;

- Implementar uma política - Taxa de acidentes; e - Afixação de cartazes sobre o


de segurança do trabalho; e tema em pontos estratégicos; e
- Análise de avaliação de
Aprendizado e
- Assegurar a excelência desempenho individual. - Desenvolver habilidades de
crescimento
organizacional. forma que as pessoas
construam segurança e
capacidade de receber e
construir críticas focadas na
melhoria.

- Priorização da utilização dos


- Taxa de utilização de materiais itens de consumo segundo a
de consumo por inspeção; e política first in first out; e

Financeira - Reduzir custos. - Taxa de utilização de mão-de- - Priorizar o planejamento de


obra (SILOMS). forma a evitar o retrabalho,
reduzindo assim o consumo de
mão-de-obra e de consumíveis
(ex: gaxetas).
Fonte: Autor (2014)

3.3 Disponibilidade

Os dados apresentados na tabela 1 ilustram as condições de disponibilidade


(DO) e indisponibilidade por suprimento (IS), por manutenção programada (II) e por
manutenção não programada (IN), antes e depois da mudança para apenas dois
turnos. Para facilitar o controle, a coleta de dados foi tomada utilizando-se o período
compreendido entre os meses de abril e setembro de 2013 e o mesmo período de
2014.
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Tabela 1 – Índice de Disponibilidade e Indisponibilidade de Aeronaves

Fonte: SILOMS (2014)

3.4 Mão de obra

O AMX é uma aeronave de caça-bombardeio com uma tecnologia


embarcada de alto grau de complexidade e que, portanto, requer uma análise
acurada quanto à confiabilidade dos seus sistemas. Em atenção aos rigorosos
padrões de segurança exigidos pela operação de aeronaves, é mandatória a
verificação de vários itens (check list) antes de cada saída, durante a qual, por
vezes, surgem não conformidades que necessitam de alguma intervenção por parte
do técnico especializado no sistema em suspeita. Com o intuito de viabilizar o
cumprimento da missão operacional, garantindo a saída da aeronave com
segurança e proporcionar confiança ao piloto quanto ao perfeito funcionamento do
sistema ou cientificá-lo das limitações impostas pelo problema, é imperioso que uma
equipe mínima de técnicos proficientes em suas áreas estejam a postos para dar
suporte às saídas.
Conforme apresentado na tabela 2, a quantidade mínima de técnicos
necessários para o atendimento às saídas das aeronaves e possíveis intervenções
de nível orgânico de manutenção distribuída por turnos revela que, na maioria das
especialidades, um indivíduo suficientemente capacitado é suficiente para realizar
serviços de baixa complexidade, exceção feita às especialidades de motor e
hidráulica, a primeira por exigir um técnico observando o funcionamento do motor
enquanto o outro executa o giro de manutenção e a segunda por demandar maiores
esforços físicos, como por exemplo, numa eventual troca de pneus ou para erguer a
aeronave em macacos. Para esclarecimento, observa-se que durante o turno
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intermediário, no caso dos 3 turnos, o segundo elemento destas especialidades


pode ser deslocado do expediente para auxiliar na execução do serviço.

Tabela 2 – Mínima Quantidade de Técnicos por Saída de Elemento (2 Aeronaves A-1)

Fonte: Autor (2014).

Já a tabela 3 apresenta a distribuição dos especialistas disponíveis levando


em conta os graduados existentes na data atual. A distribuição segue o princípio de
que os dois graduados mais antigos de cada oficina permanecem no expediente
para atuarem como elos entre seus setores e os outros da BASM, bem como para
garantirem uma perfeita passagem de serviço entre suas equipes, exceção feita à
oficina de estruturas por não apresentar efetivo suficiente. Observa-se, também,
que o sobreaviso presencial ofertado pelo regime de 3 turnos excede em 2 horas o
período coberto pelo de 2 turnos.

Tabela 3 – Distribuição de Técnicos Existentes por Especialidade

Fonte: Autor (2014).


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3.5 Índice de capacidade para o trabalho (ICT)

O indivíduo está constantemente sob a influência das condições de trabalho,


quer sejam de ordem ergonômica ou psíquica. A capacidade para o trabalho é
baseada no estilo de vida laboral, permeado pela vida social e no próprio ambiente
de trabalho do indivíduo, tais influências agirão sob o bem estar do trabalhador e
trarão conseqüências positivas e/ou negativas para a sua capacidade de trabalho.
Metzner & Fischer (2001) concluíram que o Índice de Capacidade para o Trabalho
(ICT) é afetado por fatores ligados diretamente ao trabalho por turnos fixos, quer
sejam diurnos ou noturnos. Os distúrbios do sono, a ingestão de bebida alcoólica e o
tempo de trabalho na função são coadjuvantes que incidem sinergicamente para o
aumento da fadiga e da alteração da percepção da capacidade laboral.

O conceito que o próprio trabalhador tem de sua capacidade para o trabalho


é tão importante quanto as avaliações dos especialistas. Em conjunto, essas
avaliações fornecem uma visão mais completa da capacidade para o
trabalho. (MARTINS, MARILÚ MATTÉI – 2002)

Os questionários (apêndice A) foram respondidos apenas pelos graduados


pertencentes à Seção da Manutenção do ESM que trabalham em turnos e pelos que
trabalham no expediente. Como os grupos estão inseridos no mesmo ambiente,
realizam as mesmas tarefas e estão expostos ao mesmo clima organizacional,
infere-se que os dados revelaram a percepção individual dos militares daquele grupo
em questão, naquele momento, o que possibilitou a sua comparação com o grupo
de controle (expediente).

O índice de capacidade para o trabalho (ICT) foi traduzido e adequado pelo


grupo “Brasilidade” formado por pesquisadores de instituições brasileiras
(BELLUSCI, 1998). É um instrumento que revela quão bem um trabalhador é
capaz de realizar seu trabalho. (MARTINS, MARILÚ MATTÉI – 2002)

Os dados compilados foram analisados de acordo com a classificação


sugerida por Tuomi:

Quadro 3 – Classificação de capacidade para o trabalho

Fonte: Tuomi et al. (1997).


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ARTIGO CIENTÍFICO

A influência do trabalho em turnos na percepção da


capacidade para o trabalho dos graduados da Seção de
Manutenção do ESM-SM
TÍTULO DO ARTIGO

SAÚDE E TRABALHO: a importância de estudos acerca da dinâmica


vivenciada por militares em seu contexto de trabalho
LINHA DE PESQUISA

REGINALDO KNUPP SOARES - CAP ESP AV


NOME

16/NOVEMBRO/2014
DATA

CAP2/2014

Curso e Ano

Este documento é o resultado dos trabalhos do aluno do Curso de


Aperfeiçoamento da EAOAR. Seu conteúdo reflete a opinião do autor, quando
não for citada a fonte da matéria, não representando, necessariamente, a
política ou prática da EAOAR e do Comando da Aeronáutica.
A influência do trabalho em turnos na percepção da
capacidade para o trabalho dos graduados da Seção de
Manutenção do ESM-SM

RESUMO
A capacidade para o trabalho é um indicador qualitativo usado como assunto principal desta pesquisa
científica que objetiva identificar se os resultados apresentados pelo ESM guardam relação com o
trabalho em turnos dos graduados da Seção de Manutenção do ESM da BASM, uma vez que os
indicadores quantitativos mostraram-se ineficazes para clarificar essa relação. Para tanto, a pesquisa
foi estruturada na caracterização do Modelo de Negócio do ESM (Business Model Generation)
segundo os conceitos de Osterwalter e Pigneur e em seguida foram estabelecidos os objetivos
estratégicos deduzidos da missão do ESM por meio dos conceitos de Norton e Kaplan sintetizados no
Balance Scorecard. Do SILOMS (Sistema Integrado de Logística de Materiais e Serviços) foram
colhidas informações a respeito dos índices de disponibilidade das aeronaves que auxiliaram nas
conclusões sobre os resultados finais. Uma quantidade mínima de especialistas proficientes
disponíveis para atendimento às saídas das aeronaves foi estabelecida para verificar a capacidade
do ESM em cumprir um dos objetivos estratégicos identificados no BSC. Por fim, as respostas dos
graduados ao questionário elaborado por Tuomi para analisar a percepção da capacidade para o
trabalho garantiram a transição dos dados à conclusão da inexistência de relação entre os resultados
apresentados pela atividade desenvolvida pelo ESM antes e após a mudança dos turnos.

Palavras-chave: Turnos. Especialistas. Indicadores. Capacidade para o trabalho.

ABSTRACT
The ability to work is a qualitative indicator used as the main subject of this scientific research that
aims to identify whether the results presented by ESM is related to shift work of technicians of
Maintenance Section of ESM-SM, as quantitative indicators have proven ineffective to clarify this
relationship. Then, the research was structured in the characterization of the ESM’s Business Model
Generation, according to the concepts of Osterwalter e Pigneur, so the strategic objectives deducted
of the mission of the ESM by the concepts of the Norton e Kaplan synthesized on Balance Scorecard.
From SILOMS (Integrated System of Logistic Materials and Services) information about the levels of
availability of aircraft that helped in its conclusion on the final results are collected. A minimal amount
of proficient specialists available for assistance to the outputs of aircrafts was established to verify the
ability of the ESM to meet one of the strategic objectives identified in BSC. Finally, the responses of
the technicians to questionnaire developed by Tuomi to analyze the perceived work ability ensured the
transition of data to the finding of no relationship between the results presented by the activity
developed by ESM before and after the change of shifts.

Keywords: Shifts. Specialists. Indicators. Work ability.

1 INTRODUÇÃO

A Base Aérea de Santa Maria (BASM) é uma Organização Militar


subordinada ao Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) que tem por
missão prestar apoio às Unidades Aéreas (UAE) e Unidades de Aeronáutica (UAer)
sediadas em suas instalações ou que nela operem. Como parte dessa missão, o
2

Esquadrão de Suprimento e Manutenção (ESM-SM) é o órgão da BASM


responsável por prestar esse apoio na área da logística operacional.
O ESM-SM realiza as inspeções programadas e as manutenções não
programadas das aeronaves A-1 (AMX) dos esquadrões 1° e 3°/10° Grupo de
Aviação, respectivamente Esquadrões Poker e Centauro, bem como apóia a
manutenção do Esquadrões Pantera e Hórus que operam, respectivamente, as
aeronaves H-60L (Black-Hawk) e RQ-900 (Hermes), com os serviços de Supervisão
Técnica, Suprimento Técnico e das Subseções de Lavagem, Pintura, Corrosão,
Equipamentos de Apoio de Solo (EAS), Ferramentaria, Metalurgia e Estruturas.
Particularmente em relação à aeronave A-1, como a BASM sedia duas UAE
que operam esse mesmo vetor aeronáutico, a Diretoria de Material Aeronáutico e
Bélico (DIRMAB) optou pela concentração da manutenção no ESM. Essa decisão
levou em consideração, entre outros fatores, a economia de meios, a otimização da
capacitação dos especialistas e o compartilhamento dos EAS.
Nos idos do ano de 2001, visando atender à demanda criada pelo
cumprimento do esforço aéreo dessas Unidades, foi necessário que o ESM
adotasse o critério de funcionamento por turnos de trabalho.

Os setores Linha de Revisão de PAMA, de Manutenção de G/ESM e


Subseção de Manutenção de Operador terão consciência do valor que
representa um bom planejamento em distribuir as atividades ao longo do
tempo, a fim de evitar a ociosidade ou carga excessiva de trabalho nas
EINSP (Equipes de Inspeção). (BRASIL, 2014)

A divisão do efetivo da manutenção em três equipes possibilitou o suporte


ao voo e às rotinas de inspeção no período das 07:00h às 23:00h, durante os dias
úteis. Essa divisão de horários perdurou até abril de 2014, quando foi necessário
implementar nova alteração. O esquadrão passaria a operar das 08:00h às 22:00h,
com apenas dois turnos, um das 08:00h às 15:00h e o outro das 15:00h às 22:00h.
A mudança almejou resolver o problema da falta de graduados de algumas
especialidades para compor a equipe do período noturno, pois em decorrência
dessa deficiência, prestava um apoio precário às saídas das aeronaves dos
esquadrões apoiados. Além disso, a medida também procurou atender ao
preconizado nas Diretrizes Administrativas para o COMGAR – 2012.

Setores específicos, como ESM, hospitais e ranchos, entre outros, devem


receber atenção especial pelas características que induzem ao trabalho por
3
turnos, muitas vezes desnecessário. Caso indispensável, fazer os ajustes
para que o total de horas de trabalho seja o mesmo do restante do efetivo.
(BRASIL, 2012)

Diante desse quadro, deparou-se com o seguinte questionamento: Em que


medida a mudança dos turnos, de três para dois, influencia os resultados da
atividade do ESM-SM?
Assim, a presente pesquisa teve como Objetivo Geral investigar se havia
relação entre os resultados apresentados pela atividade desenvolvida pelo ESM-SM
antes e após a mudança dos turnos.
Na busca pelo esclarecimento dessa problemática, foi necessário investigar
as questões norteadoras que seguem:
QN1 – Quais as características do ambiente do ESM-SM?
QN2 – Quais os valores apresentados pelos indicadores de disponibilidade e
de indisponibilidade das aeronaves A-1, em Santa Maria, antes e depois da
mudança de turnos?
QN3 – Qual a disponibilidade mínima de mão de obra especializada
necessária para apoio às saídas das aeronaves A-1?
QN4 – Qual a percepção dos graduados da Seção de Manutenção do ESM-
SM quanto a sua Capacidade para o Trabalho?
Orientados para a solução do questionamento proposto, pretendeu-se atingir
os Objetivos Específicos (OE) descritos:
OE1 – caracterizar o ambiente do ESM-SM;
OE2 – analisar os indicadores de disponibilidade e de indisponibilidade das
aeronaves A-1, em Santa Maria, antes e depois da mudança de turnos;
OE3 – identificar a disponibilidade mínima de mão de obra especializada
necessária para apoio às saídas das aeronaves A-1; e
OE4 – analisar o Índice de Capacidade para o Trabalho – ICT (Work Ability
Index) percebido pelos graduados da Seção de Manutenção do ESM-SM.

2 TEORIAS APLICADAS À METOLOGIA

Para cumprir o OE1 foram utilizados os conceitos de Osterwalder e Pigneur,


traduzidos na utilização do modelo de negócio, Business Model Generation (BMG),
do ESM-SM. O uso de modelo de negócio tem a vantagem de se caracterizar por
4

ser um método que permite a rápida visualização de todo o negócio em um mesmo


plano e também por permitir a visualização do relacionamento entre as áreas de
interesse da Organização. Neste contexto, os autores definem o BMG como “um
modelo de negócios que descreve a lógica de como uma organização cria, entrega e
captura valor.” (OSTERWALDER - PIGNEUR, 2009)
É importante ressaltar que ao assumir as proposições como hipótese, os
idealizadores do modelo recomendam que estas devem ser continuamente testadas,
atualizadas e medidas quanto a sua ocorrência ou atendimento, o que não deixa de
ser uma forma de planejamento e controle.
Em seguida foram utilizados os conceitos de Norton e Kaplan (1997)
sintetizados no BSC (Balanced Scorecard), que apresentou utilidade para o caso,
por ser uma forma metodológica já comprovada e amplamente utilizada nas
atividades de gestão por ter as características de facilitar a comunicação interna,
clarificar os objetivos estratégicos, permitir o registro do raciocínio construído,
facilitar a participação de todos os colaboradores no processo e que se propõe a
aproximar o campo estratégico do campo da prática por meio da eleição das
perspectivas e pelo acompanhamento dos indicadores de desempenho. Nessa
atividade de construção do BSC foram identificados os objetivos estratégicos
deduzidos da Missão do ESM e, em seguida, foram medidos indicadores adequados
para os objetivos estratégicos que poderiam ser influenciados pela divisão em turnos
ou não.
Na seqüência, os conceitos do ICT de Tuomi (1997) suportaram a análise da
percepção da capacidade para o trabalho tomada diretamente junto à população sob
observação, por meio de questionário específico, e os dados coletados foram
confrontados com a classificação desenvolvida por estudiosos do Instituto Finlandês
de Saúde Ocupacional, liderados por Tuomi. Uma vez identificado o ICT do grupo
que trabalha por turnos, foi possível verificar que o mesmo guarda relação com a
nova distribuição dos períodos de trabalho mediante comparação com o ICT
atribuído aos que trabalham no expediente (grupo de controle).

O conhecimento do operário a respeito de seu trabalho e de seu impacto


sobre a saúde é, sem dúvida, muito rico e oferece uma compreensão da
problemática em grande medida resgatável unicamente a partir da ótica
operária. (LAURELL E NORIEGA, 1989)
5

Para mensurar esses indicadores foram utilizadas como ferramentas a


disponibilidade de aeronaves (1), a disponibilidade de mão de obra especializada
por sistema durante a operação dos usuários/clientes (2) e a percepção da
capacidade para o trabalho dos especialistas, em função de sua atividade em turnos
ou não (3).
Dessa forma restou clara a existência de uma medida quantitativa pós
manutenção (1), uma medida quantitativa pré manutenção (2) traduzida pela
disponibilidade do conhecimento e da habilidade técnica em “sobreaviso” para
atender necessidades que possam vir a ocorrer (este ponto poderá fustigar futuras
pesquisas para avaliar se efetivamente houve perda de saídas em função dos
horários que deixaram de ser cobertos, além de se medir as ocorrências reais que
deixariam de ser cobertas caso não houvesse a divisão de turnos, mas apenas a
disponibilidade dos técnicos nos horários de expediente) e uma medida qualitativa
da capacidade mental, física e social para o trabalho, mais especificamente, uma
medida da percepção de qualidade dos fatores psicossociais e de saúde, durante o
trabalho a ser prestado ou oferecido (3). A primeira se relaciona com o processo
inteiro, a segunda apenas com a parte de apoio de especialistas para as saídas das
aeronaves para os voos e a terceira apenas com a parte de manutenção.

Assim, empregar o menor tempo possível ao efetuar manutenção não é


uma opção, é uma necessidade, já que o preparativo da luta se faz quando
não se tem hostilidades. Assim, é fundamental àqueles envolvidos com o
setor de Manutenção que saibam sempre:
a) a quantidade de tempo despendido para realizar cada tarefa estabelecida
no Plano de Manutenção;
b) a porção de tempo perdido na espera de entrega de partes e outros
suprimentos;
c) o tempo de cada aeronave parada no solo por motivo de manutenção;
d) a variação na disponibilidade de mão de obra; e
e) o tempo desperdiçado devido à canibalização de partes.
Tais dados têm a faculdade de ser usados de diferentes modos:
a) na programação das diversas inspeções, por consumá-las de maneira
mais acurada, se os requisitos de tempo próximos ou iguais ao real forem
conhecidos em vez do tempo estimado ou calculado;
b) na disposição das partes no local e tempo apropriados, de modo que
arranjos tenham a viabilidade de ser realizados pelos setores gerenciais
para minimizar faltas e reduzir tempo adicional;
c) na variação da quantidade de pessoal por motivo de férias, dispensa,
serviço e outros mais, o que possibilita afetar o tempo de cumprimento da
inspeção a realizar e deve ser incluído no planejamento; e
d) no impedimento ou redução da canibalização de conjuntos maiores, a
qual obriga uma tarefa ter de ser feita mais de uma vez, já que implica na
retirada e colocação de um acessório em duas aeronaves, disponibilizando
uma de imediato e a outra quando chegar a parte faltante. (BRASIL, 2014)
6

3 METODOLOGIA

Conforme Gil (2007), esta pesquisa classifica-se como descritiva, na medida


em que descreve as características da população em estudo, os 71 graduados da
Seção de Manutenção do ESM da BASM, dos quais 50 trabalham sob o regime de
turnos e 21 sob o regime de expediente. Todos os indivíduos executam serviços de
manutenção de aeronaves e foram submetidos a um questionário para a verificação
do Índice de Capacidade para o Trabalho – ICT (TUOMI et al. 1997).
Ainda segundo a classificação de Gil (2007), uma vez que não houve
controle das variáveis coletadas e analisadas, foi adotada a pesquisa por
levantamento de dados, quanto ao seu delineamento.
O instrumento de coleta de dados escolhido para efetuar a pesquisa foi o
questionário.

Na pesquisa social, é muitas vezes difícil, ou até impossível, coletar dados


sobre as pessoas através da observação. Em tais situações, utilizam-se
geralmente entrevistas e questionários para obter essas informações.
(SELLTIZ-WRIGHTSMAN-COOK, 2005)

Como forma de estruturar o problema de pesquisa proposto, o Esquema 1


ilustra o caminho metodológico que segue descrito nos outros itens desta seção.

Esquema 1 – Estrutura do Problema

MODELO DE NEGÓCIO
– caracterizar o ESM e seu
ambiente.

BSC – identificar os
objetivos estratégicos
deduzidos da missão.

Selecionar os OE
influenciados pela
divisão em turnos.

Disponibilidade de Disponibilidade de Mão ICT – medida qualitativa


aeronaves – medida de obra – medida sobre fatores humanos
quantitativa pós quantitativa pré / sobre durante atividade.
atividade. expectativa de atividade.
Fonte: Autor (2014).
7

3.1 BMG

O modelo de negócio do ESM caracteriza e planifica as áreas de interesse


do esquadrão, as quais, para objetivo deste estudo, mereceram destaque os
campos do valor, das atividades e dos recursos chaves.
Compõem os recursos chaves, os componentes tangíveis que deverão estar
reunidos na quantidade suficiente, na qualidade determinada e no momento
oportuno para desempenhar as atividades de manutenção das aeronaves,
concorrendo para que a missão da Organização seja cumprida de maneira eficiente.

Quadro 1 - Modelo de Negócio do ESM-SM


PARCERIAS ATIVIDADES VALOR RELACIONAMENTO CLIENTES
(MISSÃO)
-PAMAGL -Manutenção -Conhecimento e -A Força Aérea
-PAMALS programada e não -Capacidade de prestar valorização dos Brasileira; e
-PAMB programada das apoio logístico às serviços prestados à -O povo brasileiro.
-EMBRAER aeronaves. Unidades Aéreas sediadas sociedade.
RECURSOS em suas instalações ou que CANAIS
CHAVES nela operem.
-Divulgação interna e
-Equipamentos de externa ao COMAER
apoio (bancadas de pelos meios de
teste); comunicação.
-Equipes de
manutenção; e
-Suprimento.
ESTRUTURAS DE CUSTOS FONTES DE RECEITAS
- Manutenção e suprimento; e - Receitas vindas do pagamento de impostos ao Governo
- Treinamento dos mantenedores. Federal pelos contribuintes.
Fonte: Autor (2014).

3.2 BSC

Alinhado com o Modelo de Negócio do ESM, o BSC apresentado norteou o


gerenciamento e a análise dos indicadores de desempenho, os quais demonstraram
o nível de satisfação do objetivo estratégico atingido, dentro da perspectiva dos
processos internos.
8

Quadro 2 – Balance Scorecard do ESM-SM


Perspectiva Objetivo Estratégico Indicadores de desempenho Possíveis ações
- Sensibilizar a opinião - Pesquisa de opinião quanto ao - Comunicação social –
pública quanto à relevância reconhecimento e à satisfação. divulgação das atividades
Clientes dos serviços prestados pela desempenhadas (prestação de
FAB. contas).

- Instituir linhas paralelas de


- Cumprimento do Plano de - Taxa de conclusão de trabalho;
Trabalho Anual (PTA); cronogramas de inspeção
(SILOMS); - Trabalho por turnos; e
- Prestar apoio de
especialistas às saídas das - Índices de disponibilidade e - Plano de conscientização
Processos internos aeronaves para o voo; e indisponibilidade das aeronaves interna para criar um clima de
(SILOMS); comprometimento com a
- Buscar a excelência na qualidade.
qualidade do produto. - Índice de capacidade para o
trabalho (ICT); e

- Taxa de falhas.
- Palestras trimestrais sobre
segurança do trabalho;

- Implementar uma política - Taxa de acidentes; e - Afixação de cartazes sobre o


de segurança do trabalho; e tema em pontos estratégicos; e
- Análise de avaliação de
Aprendizado e
- Assegurar a excelência desempenho individual. - Desenvolver habilidades de
crescimento
organizacional. forma que as pessoas
construam segurança e
capacidade de receber e
construir críticas focadas na
melhoria.

- Priorização da utilização dos


- Taxa de utilização de materiais itens de consumo segundo a
de consumo por inspeção; e política first in first out; e

Financeira - Reduzir custos. - Taxa de utilização de mão-de- - Priorizar o planejamento de


obra (SILOMS). forma a evitar o retrabalho,
reduzindo assim o consumo de
mão-de-obra e de consumíveis
(ex: gaxetas).
Fonte: Autor (2014)

3.3 Disponibilidade

Os dados apresentados na tabela 1 ilustram as condições de disponibilidade


(DO) e indisponibilidade por suprimento (IS), por manutenção programada (II) e por
manutenção não programada (IN), antes e depois da mudança para apenas dois
turnos. Para facilitar o controle, a coleta de dados foi tomada utilizando-se o período
compreendido entre os meses de abril e setembro de 2013 e o mesmo período de
2014.
9

Tabela 1 – Índice de Disponibilidade e Indisponibilidade de Aeronaves

Fonte: SILOMS (2014)

3.4 Mão de obra

O AMX é uma aeronave de caça-bombardeio com uma tecnologia


embarcada de alto grau de complexidade e que, portanto, requer uma análise
acurada quanto à confiabilidade dos seus sistemas. Em atenção aos rigorosos
padrões de segurança exigidos pela operação de aeronaves, é mandatória a
verificação de vários itens (check list) antes de cada saída, durante a qual, por
vezes, surgem não conformidades que necessitam de alguma intervenção por parte
do técnico especializado no sistema em suspeita. Com o intuito de viabilizar o
cumprimento da missão operacional, garantindo a saída da aeronave com
segurança e proporcionar confiança ao piloto quanto ao perfeito funcionamento do
sistema ou cientificá-lo das limitações impostas pelo problema, é imperioso que uma
equipe mínima de técnicos proficientes em suas áreas estejam a postos para dar
suporte às saídas.
Conforme apresentado na tabela 2, a quantidade mínima de técnicos
necessários para o atendimento às saídas das aeronaves e possíveis intervenções
de nível orgânico de manutenção distribuída por turnos revela que, na maioria das
especialidades, um indivíduo suficientemente capacitado é suficiente para realizar
serviços de baixa complexidade, exceção feita às especialidades de motor e
hidráulica, a primeira por exigir um técnico observando o funcionamento do motor
enquanto o outro executa o giro de manutenção e a segunda por demandar maiores
esforços físicos, como por exemplo, numa eventual troca de pneus ou para erguer a
aeronave em macacos. Para esclarecimento, observa-se que durante o turno
10

intermediário, no caso dos 3 turnos, o segundo elemento destas especialidades


pode ser deslocado do expediente para auxiliar na execução do serviço.

Tabela 2 – Mínima Quantidade de Técnicos por Saída de Elemento (2 Aeronaves A-1)

Fonte: Autor (2014).

Já a tabela 3 apresenta a distribuição dos especialistas disponíveis levando


em conta os graduados existentes na data atual. A distribuição segue o princípio de
que os dois graduados mais antigos de cada oficina permanecem no expediente
para atuarem como elos entre seus setores e os outros da BASM, bem como para
garantirem uma perfeita passagem de serviço entre suas equipes, exceção feita à
oficina de estruturas por não apresentar efetivo suficiente. Observa-se, também,
que o sobreaviso presencial ofertado pelo regime de 3 turnos excede em 2 horas o
período coberto pelo de 2 turnos.

Tabela 3 – Distribuição de Técnicos Existentes por Especialidade

Fonte: Autor (2014).


11

3.5 Índice de capacidade para o trabalho (ICT)

O indivíduo está constantemente sob a influência das condições de trabalho,


quer sejam de ordem ergonômica ou psíquica. A capacidade para o trabalho é
baseada no estilo de vida laboral, permeado pela vida social e no próprio ambiente
de trabalho do indivíduo, tais influências agirão sob o bem estar do trabalhador e
trarão conseqüências positivas e/ou negativas para a sua capacidade de trabalho.
Metzner & Fischer (2001) concluíram que o Índice de Capacidade para o Trabalho
(ICT) é afetado por fatores ligados diretamente ao trabalho por turnos fixos, quer
sejam diurnos ou noturnos. Os distúrbios do sono, a ingestão de bebida alcoólica e o
tempo de trabalho na função são coadjuvantes que incidem sinergicamente para o
aumento da fadiga e da alteração da percepção da capacidade laboral.

O conceito que o próprio trabalhador tem de sua capacidade para o trabalho


é tão importante quanto as avaliações dos especialistas. Em conjunto, essas
avaliações fornecem uma visão mais completa da capacidade para o
trabalho. (MARTINS, MARILÚ MATTÉI – 2002)

Os questionários (apêndice A) foram respondidos apenas pelos graduados


pertencentes à Seção da Manutenção do ESM que trabalham em turnos e pelos que
trabalham no expediente. Como os grupos estão inseridos no mesmo ambiente,
realizam as mesmas tarefas e estão expostos ao mesmo clima organizacional,
infere-se que os dados revelaram a percepção individual dos militares daquele grupo
em questão, naquele momento, o que possibilitou a sua comparação com o grupo
de controle (expediente).

O índice de capacidade para o trabalho (ICT) foi traduzido e adequado pelo


grupo “Brasilidade” formado por pesquisadores de instituições brasileiras
(BELLUSCI, 1998). É um instrumento que revela quão bem um trabalhador é
capaz de realizar seu trabalho. (MARTINS, MARILÚ MATTÉI – 2002)

Os dados compilados foram analisados de acordo com a classificação


sugerida por Tuomi:

Quadro 3 – Classificação de capacidade para o trabalho

Fonte: Tuomi et al. (1997).


12

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Após uma breve familiarização com o Modelo de Negócio do ESM,


especificamente com as atividades e com os recursos chaves, cumpre lembrar que é
necessário que os elementos evidenciados no campo dos recursos chaves
(equipamentos e ferramental de apoio, equipes de manutenção e suprimento)
estejam disponíveis no momento oportuno, na qualidade determinada, na
quantidade suficiente e no local certo para que as atividades de manutenção
programadas e não programadas sejam realizadas a fim de cumprir a missão do
ESM. Estas características sintetizam, embora basicamente, o ambiente do
Esquadrão e cumprem o OE1, o qual responde a QN1.
Para atingir o OE2, e assim atender à QN2, foram analisados os índices IS,
IN, II e DO relativos à operação dos esquadrões Poker e Centauro, extraídos do
SILOMS no período compreendido entre os meses de abril e setembro de 2013 e o
mesmo período de 2014, e apresentados na tabela 1. Tais indicadores de
desempenho buscam satisfazer o objetivo estratégico de cumprir o Programa de
Trabalho Anual dentro da perspectiva dos processos internos conforme o BSC do
ESM.
A dificuldade encontrada pelos órgãos apoiadores, identificados como
parceiros pelo BMG (Parques e EMBRAER), para manter um fluxo de fornecimento
de itens que atenda à demanda apresentada pela atividade operacional, afeta
diretamente a disponibilidade da frota de aeronaves. Dessa forma, apesar dos
números demonstrarem um ligeiro aumento de DO, vale ressaltar que essa variação
sofre forte influência da diminuição do índice de IS. Além do que, a demora no
atendimento das emergências (solicitações de material demandadas pela
necessidade das ações de manutenção preventivas e/ou corretivas para as quais
não há material em estoque local) acaba por gerar retrabalhos quando induz a
prática de retirada de itens de aeronaves em inspeção (II) para a liberação de
aeronaves em pane (IN). Percebe-se, dessa forma, que o índice IS permeia os
outros índices e dificulta uma análise fidedigna dos resultados apresentados. Esta
rotina acaba por modelar os dados de maneira a não ser possível atestar,
categoricamente, se há relação entre os resultados apresentados pelos indicadores
e o trabalho desenvolvido em turnos duplos ou triplos.
13

As tabelas 2 e 3 alcançam o OE3 e, conseqüentemente, esclarecem a QN3.


A tabela 2 apresenta a quantidade mínima de técnicos proficientes necessária para
atender a cada saída de um elemento formado por duas aeronaves A-1. A tabela 3
apresenta a distribuição dos técnicos existentes no ESM e disponíveis para compor
o expediente e as equipes, segundo o regime de turno especificado. Estas
informações demonstram a capacidade de cumprir o objetivo estratégico de prestar
apoio às saídas das aeronaves para o vôo, segundo a perspectiva dos processos
internos evidenciada no BSC do ESM.
Os questionários respondidos pelos graduados da Seção de Manutenção do
ESM-SM demonstraram uma similaridade, entre o turno duplo e o expediente, nos
resultados avaliados como capacidade ótima para o trabalho, apresentando
respectivamente 23,68% e 23,08%. Mais da metade (61,54%) do efetivo do
expediente julgou-se com boa capacidade para o trabalho, enquanto nos turnos
essa afirmação caiu para 39,47%. Apenas 15,38% dos graduados do expediente
classificaram como moderada a sua capacidade para o trabalho, embora 36,84%
dos graduados dos turnos relatassem essa classificação.

Figura 1: Percepção da Capacidade para o Trabalho


Fonte: questionários respondidos pelos graduados da Seção de Manutenção do ESM

5 CONCLUSÃO

Esta pesquisa buscou esclarecer em que medida a mudança dos turnos, de


três para dois, influencia os resultados da atividade do ESM-SM e investigou a
14

relação entre os resultados apresentados pela atividade desenvolvida pelo ESM-SM


antes e após a mudança dos turnos.
O caminho seguido para alcançar os objetivos específicos propostos pelas
questões norteadoras apresentadas orientou a pesquisa no sentido de caracterizar o
ambiente do ESM-SM, analisar os indicadores de disponibilidade e de
indisponibilidade das aeronaves A-1, identificar a disponibilidade mínima de mão de
obra especializada necessária para apoio às saídas das aeronaves A-1 e, por fim,
analisar o ICT percebido pelos graduados da Seção de Manutenção do ESM-SM.
A caracterização do ambiente do ESM procurou identificar o modelo de
negócio (BMG) do esquadrão e facilitou o entendimento da lógica do fluxo de
trabalho executado para o cumprimento de sua missão.
A análise dos indicadores de disponibilidade e de indisponibilidade das
aeronaves A-1 apontou para que, no caso especifico do ESM-SM, não é possível
determinar se as divisões de turnos duplos ou triplos afetaram os índices colhidos,
uma vez que a indisponibilidade por suprimento e o retrabalho causado pela doutrina
de retirar itens das aeronaves em inspeção para restabelecer à operação as
aeronaves em pane acaba por nivelar todas essas opções.
A identificação da disponibilidade mínima de mão de obra especializada
necessária para apoio às saídas das aeronaves A-1 permitiu o entendimento de que
a divisão do efetivo da Seção de Manutenção, tanto em turnos duplos, quanto em
triplos, garantem a plena capacidade quanto à condição de sobreaviso para
atendimento a eventualidades ocorridas durante as saídas das aeronaves para o
vôo e, portanto, cumprem o objetivo estratégico da prestação de apoio técnico
conforme a perspectiva dos processos internos evidenciada no BSC do ESM.
A análise do Índice de Capacidade para o Trabalho levantado a partir da
percepção dos graduados da Seção de Manutenção do ESM-SM permitiu identificar
fatores qualitativos da condição da prestação de serviços em geral, sob a ótica dos
recursos humanos. A inexistência de resultados enquadrados na faixa de baixa
capacidade para o trabalho, bem como os 23% que manifestaram a percepção de
gozarem de ótima capacidade para o trabalho em ambos os grupos analisados,
demonstram o total alinhamento entre uma competente gestão da manutenção e do
capital humano na condução das tarefas impostas pela atividade fim do ESM.
Apesar desse cenário promissor, medidas de melhoria das condições de
trabalho podem ser implementadas para elevar o índice percebido pelos 61,54% do
15

efetivo do expediente e 39,47% dos que trabalham por turnos que julgaram-se
apresentar uma boa capacidade para o trabalho. Em contrapartida, medidas de
melhoria das condições de trabalho devem ser implementadas para o incremento do
índice dentro dos militares que classificaram como moderada a sua capacidade para
o trabalho.
Conclui-se ainda, que a disparidade entre os valores apresentados pelos
grupos (15,38% do expediente e 36,84% dos turnos) para a classificação como
moderada capacidade para o trabalho sugere que algumas medidas adotadas para
o grupo do expediente desviaram-se do objetivo quando não conseguiram atingir o
grupo dos turnos, as quais devem ser identificadas e atacadas de modo a
restabelecer o alinhamento desejado.
Muito embora a investigação do objetivo geral e a solução do problema de
pesquisa proposto tenham demonstrado a inexistência de relação entre os
resultados apresentados pela atividade desenvolvida pelo ESM antes e após a
mudança dos turnos, é evidente a necessidade de buscar as alternativas propostas
por Tuomi que viabilizem melhorias no ambiente de trabalho (ergonomia, higiene
ocupacional, segurança), no favorecimento de harmonia (relações interpessoais,
colaboração, gerência) e na melhoria da capacidade funcional (atividade física, estilo
de vida saudável e promoção das habilidades profissionais) e que,
conseqüentemente, culminem com o alcance de altos índices de qualidade do
trabalho e da produção.
16

REFERÊNCIAS

ALTOMAR, M. L. B. A qualidade de vida: um importante fator de gerenciamento


para a capacidade de trabalho. Escola de Comando e Estado-Maior da
Aeronáutica.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Diretrizes Administrativas para o COMGAR,


Brasília, DF, 2012.

______. Regimento interno da Base aérea de Santa Maria (RICA 21-33). Brasília,
DF, 2006.

______. Manual de Manutenção, Doutrina, Processos e Documentação de


Manutenção (MCA 66-7). Rio de Janeiro, RJ, 2014.

FILHO, G.. I. R. Síndrome da Má-Adaptação ao Trabalho em Turnos – Uma


Abordagem Ergonômica, Revista Produção, V 11 n°2, pág 69-87, abril de 2002.

FISCHER, F.; LIEBER, R. R. Trabalho em Turnos. 2. ed. Rio de Janeiro:


Atheneu, 2003.

FISCHER, F. M.; MORENO, C. R. C.; ROTENBERG, L. A Saúde do Trabalhador


na Sociedade 24 Horas. Revista São Paulo em Perspectiva, 17(1), pág 34-46,
2003.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

KAPLAN, R.; NORTON, D. A estratégia em Ação – Balanced Scorecard: Campus,


1997

LAURELL, A.C.; NORIEGA, M. Processo de produção e saúde. Trabalho e


desgaste operário. ed. São Paulo: Hucitec, 1989.

MARTINS, M. M. Qualidade de vida e capacidade para o trabalho dos


profissionais em enfermagem no trabalho em turnos. Disponível
em:<nucidh.ufsc.br/files/2011/09/dissertação_marilu.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2014.

OSTERWALDER, A.; PIGNEUR, Y. Business Model Generation, Ed. (português),


2009.

SELLTIZ-WRIGHTSMAN-COOK. Métodos de pesquisa nas relações sociais. Vol.


2. 2005. Ed EPU.

TUOMI, K. et al. Índice da Capacidade para o Trabalho: Institute of Occupation


Health. Helsink: Harbra, 1992. Traduzido por Frida Maria Fisher. et al. São Paulo:
FSPUSP, 1997.
17

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
COMANDO DA AERONÁUTICA
UNIVERSIDADE DA FORÇA AÉREA
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA

Caro Especialista da Seção de Manutenção do ESM-SM,

Encontro-me realizando, na EAOAR-RJ, o Curso de Aperfeiçoamento de


Oficiais, no qual estou desenvolvendo uma pesquisa científica, cujo tema é: A
influência do trabalho em turnos na percepção da capacidade para o trabalho dos
graduados da Seção de Manutenção do ESM-SM.
O objetivo deste questionário é a coleta de dados sobre alguns fatores
relacionados à atividade laboral dos SO/SGT Especialistas da Seção de
Manutenção do ESM-SM que, à luz da teoria da verificação do Índice de
capacidade para o trabalho, de TUOMI, afetam de alguma maneira sua percepção
sobre sua própria condição para o desenvolvimento das suas atividades.
O questionário em pauta pretende não se apropriar de mais do que 10
minutos de seu tempo e a sua importância poderá refletir em mudanças de gestão
de pessoas no âmbito do COMAER. Lembro, ainda, que suas respostas serão
utilizadas exclusivamente para fins de tratamento estatístico na parte de
tabulação e interpretação dos dados do artigo científico.
Responda, por favor, todas as perguntas com o máximo de seriedade e
sinceridade possível, pois sua participação nesta etapa muito contribuirá para o
desenvolvimento deste trabalho. Será garantido o sigilo das respostas fornecidas.

Agradeço desde já pela atenção.


Reginaldo Knupp Soares – Cap. Esp. Av.
Aluno do CAP 2/2014 da EAOAR
18

I - QUESTIONÁRIO ÍNDICE DE CAPACIDADE PARA O TRABALHO


Este questionário é sobre como você percebe a sua capacidade para o trabalho.
Suponha que a sua melhor capacidade para o trabalho tem um valor igual a 10
pontos.
1- Capacidade para o trabalho atual comparada com a melhor de toda a vida:
Numa escala de 0 a 10, quantos pontos você daria para a sua capacidade de
trabalho atual?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ___ǀ

2- Capacidade para o trabalho em relação às exigências do trabalho:


Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às
exigências físicas do seu trabalho? (por exemplo, fazer esforço físico com partes do
corpo).
( ) muito boa
( ) boa
( ) moderada
( ) baixa
( ) muito baixa

Como você classificaria sua capacidade atual para o trabalho em relação às


exigências mentais do seu trabalho? Por exemplo, interpretar fatos, resolver
problemas, decidir a melhor forma de fazer.
( ) muito boa
( ) boa
( ) moderada
( ) baixa
( ) muito baixa

3- Número atual de doenças diagnosticadas por médico:


Na sua opinião, quais das lesões por acidentes ou doenças citadas abaixo você
possui atualmente. Marque também aquelas que foram confirmadas pelo médico.

LESÕES POR ACIDENTES OU DOENÇAS Em minha Diagnóstico


opinião Médico
01 Lesão nas costas
02 Lesão nos braços/mãos
03 Lesão nas pernas/pés
04 Lesão em outras partes do corpo
Onde?
Que tipo de lesão?
05 Doença da parte superior das costas ou região do pescoço,
com dores freqüentes.
06 Doença da parte inferior das costas com dores freqüentes
07 Dor nas costas que se irradia para a perna (ciática)
08 Doença musculoesquelética afetando os membros (braços e
pernas) com dores freqüentes
09 Artrite reumatóide
10 Outra doença músculo-esquelética? Qual?
11 Hipertensão arterial (pressão alta)
12 Doença coronariana, dor no peito durante exercício (angina
pectoris)
13 Infarto do miocárdio, trombose coronariana.
19

14 Insuficiência cardíaca
15 Outra doença cardiovascular? Qual?
16 Infecções repetidas do trato respiratório (incluindo
amigdalite, sinusite aguda, bronquite aguda)
17 Bronquite crônica
18 Sinusite crônica
19 Asma
20 Enfisema
21 Tuberculose pulmonar
22 Outra doença respiratória? Qual?
23 Distúrbio emocional severo (ex. depressão severa)
24 Distúrbio emocional leve (ex. depressão leve, tensão,
ansiedade, insônia)
25 Problema ou diminuição da audição
26 Doença ou lesão da visão (não assinale se apenas usa
óculos e/ou lentes de contato de grau)
27 Doença neurológica (avc, enxaqueca, epilepsia)
28 Outra doença neurológica ou dos órgãos dos sentidos?
Qual?
29 Pedras ou doença da vesícula biliar
30 Doença do pâncreas ou o fígado
31 Úlcera gástrica ou duodenal
32 Gastrite ou irritação duodenal
33 Colite ou irritação do colon
34 Outra doença digestiva? Qual?
35 Infecção das vias urinárias
36 Doença dos rins
37 Doença nos genitais e aparelho reprodutor (ex. problema nas
trompas ou na próstata)
38 Outra doença geniturinária? Qual?
39 Alergia, eczema.
40 Outra erupção? Qual?
41 Outra doença da pele? Qual?
42 Tumor benigno
43 Tumor maligno (câncer) Onde?
44 Obesidade
45 Diabetes
46 Bócio ou outra doença da tireóide
47 Outra doença endócrina ou metabólica Qual?
48 Anemia
49 Outra doença do sangue Qual?
50 Defeito de nascimento Qual?
51 Outro problema ou doença Qual?

4- Perda estimada para o trabalho devido às doenças:


Sua lesão ou doença é um impedimento para seu trabalho atual? Você pode marcar
mais de uma resposta nesta pergunta.
( ) não há impedimento/eu não tenho doenças
( ) eu sou capaz de fazer meu trabalho, mas ele me causa alguns sintomas
( ) algumas vezes preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou mudar meus métodos
de trabalho
( ) freqüentemente preciso diminuir meu ritmo de trabalho ou mudar meus métodos
de trabalho
( ) por causa de minha doença sinto-me capaz de trabalhar apenas em tempo parcial
( ) na minha opinião estou totalmente incapacitado para trabalhar
20

5- Faltas ao trabalho por doenças no último ano:


Quantos dias inteiros você esteve fora do trabalho devido a problema de saúde,
consulta médica ou para fazer exame durante os últimos 12 meses?
( ) nenhum
( ) até 9 dias
( ) de 10 a 24 dias
( ) de 25 a 99 dias
( ) de 100 a 365 dias

6- Prognóstico próprio sobre a capacidade para o trabalho daqui a dois anos:


Considerando sua saúde, você acha que será capaz de daqui a 2 anos fazer seu
trabalho atual?
( ) é improvável
( ) não está muito certo
( ) bastante provável

7- Recursos mentais:
Recentemente você tem conseguido apreciar suas atividades diárias?
( ) sempre
( ) quase sempre
( ) às vezes
( ) raramente
( ) nunca

Recentemente você tem se sentido ativo e alerta?


( ) sempre
( ) quase sempre
( ) às vezes
( ) raramente
( ) nunca

Recentemente você tem se sentido cheio de esperança para o futuro?


( ) continuamente
( ) quase sempre
( ) às vezes
( ) raramente
( ) nunca

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