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#OBJETIVOS
EPIDEMIOLOGIA
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Na investigação de um tema, três estratégias independentes de abordagem são utilizadas por profissionais da
área da saúde: o estudo de caso; a investigação experimental em laboratório; e a pesquisa populacional.
1. ESTUDO DE CASO
Observação de um ou poucos indivíduos com a mesma doença e, a partir da descrição dos seus casos traça-se um
perfil de suas principais características. Quando se estuda um numero maior de pessoas (no mínimo 10) caracteriza-se
uma série de casos.
POSITIVOS NEGATIVOS
Fácil Alta seletividade de indivíduos
Baixo custo Observação de situações atípicas
Possibilidade de observação intensiva (ou não)
Os indivíduos observados costumam ser altamente selecionados e a observação se restringe a situações incomuns
ou de evolução atípica ou de resultado terapêutico inesperado.
Certa subjetividade na observação dos fatos, pois depende somente do observador que já pode ter uma idéia
preconcebida dos fatos e a faz predominar. Alem disso tem a falta de indivíduos controle para comparar resultados,
tornando difícil identificar simples coincidências.
2. INVESTIGACAO EXPERIMENTAL DE LABORATÓRIO
São estudos experimentais realizados em laboratório, cujo foco da avaliação geralmente são animais, por motivos
éticos. Exemplos: estudo com camundongos, macacos, entre outros.
ASPECTOS POSITIVOS
Menor grau de subjetividade devido a adoção de rigorosos controles que também servem de parâmetro
comparativo na comparação dos resultados.
ASPECTOS NEGATIVOS
Como os estudos são realizados em animais o problema esta na extrapolação dos resultados para humanos.
3. PESQUISA POPULACIONAL
Pesquisa realizada em populações de humanos. É a abordagem central da epidemiologia.
CRITERIOS PARA A CLASSIFICACAO DOS METODOS EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA
Entre os principais critérios utilizados, estão:
1. O propósito geral
Estudos descritivos e analíticos
2. O modo de exposição das pessoas ao fator em foco
Estudos de observação e de intervenção
3. Direção temporal das observações
Estudos Prospectivos (de coorte); retrospectivos (caso-controle); e transversais
4. Unidades de observação
Divide as pesquisas em dois tipos: as que a unidade de observação é o individuo e as que a unidade são um grupo
de indivíduos.
OBS) há outros critérios que geram outras classificações como: Longitudinal x Transversal; Estudo controlado x Não-
controlado; Randomizado x Não-randomizado; Experimental x Quase-experimental.
ESTUDOS DESCRITIVOS
Esse tipo de investigação tem como objetivo informar quantitativamente sobre a distribuição de um evento na
população. Essas distribuições podem ser de incidência (casos novos) ou de prevalência (total de casos) e não há
formação de grupos-controle para comparação de resultados. A população aqui utilizada pode ser composta de só
doentes (investigações hospitalares), de só sadios (cobertura de uma vacina) ou de uma mistura entre esses (morbidade
domiciliar). Exemplo: a incidência de infecção chagásica em habitantes rurais.
ASPECTOS METODOLOGICOS
Para traçar o perfil do tema em questão deve-se apenas observar como o evento ocorre, em uma ou mais
populações e expressar essas freqüências apropriadamente. Para isso deve obter uma base de dados (de mortalidade,
morbidade, pessoas expostas aos riscos, etc.) e quanto melhor for a base de dados, em termos de abrangência da
população e qualidade do seu conteúdo, mais precisos os quadros clínicos. Quando as informações inexistem ou são
julgadas imprecisas ou incompletas, realizam-se investigações para obtê-las, seja de forma prospectiva, retrospectiva ou
transversal. Nesse caso uma nova coleta de dados é um processo demorado e dispendioso e para realizá-lo deve se levar
em consideração o custo-benefício.
USOS DOS RESULTADOS
A inspeção da distribuição das freqüências de um evento, seja disposta em tabelas, gráficos ou outra forma,
possui o objetivo de: identificar os grupos de risco (segmentos da população que poderiam se beneficiar de medidas
saneadoras – prevenção); sugerir explicações para as variações de freqüências nos diferentes segmentos.
ESTUDOS ANALÍTICOS
Os estudos analíticos são metodologicamente diferente dos descritivos e são a 2º etapa no processo de obtenção
do conhecimento (o descritivo é a primeira). As pesquisas analíticas geralmente estão subordinadas a uma ou mais
questões cientificas, as hipóteses, que relacionam uma causa (exposição) a um efeito (doença). Essas hipóteses podem
ser formuladas previamente (guiar o planejamento, coleta e analise de dados) ou posteriormente (ser testada em uma
base de dados); ou pode não haver hipótese explicita, e sim a busca por fatores que contribuam para o aparecimento da
doença. Exemplos: obesidade-diabetes; fumo-câncer; vacina-prevenção; OBS)
TIPOS DE ESTUDO ANALITICO
A principal diferença entre os estudos analítico e descritivo é a presença de um grupo-controle, formado
simultaneamente ao grupo de estudo e que serve para comparação de resultados. Porem em muitas situações essa
delimitação é falha, pois as investigações analíticas tem uma fase descritiva, enquanto a base de dados, formada durante
o estudo descritivo, pode ser utilizada para testar uma hipótese, característica analítica. De acordo com a formação dos
grupos-controle gera diversos tipos de estudos analíticos. Observa-se 4 tipos básicos:
ESTUDO EXPERIMENTAL: O ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO
Nesta modalidade inicia-se a investigação a partir da causa/exposição para verificar o aparecimento do
efeito/doença, porem a seleção dos participantes para formar os grupos (de estudo e controle) é aleatória, cujo objetivo
é formar grupos com características semelhantes. Em seguida, em apenas um dos grupos, submete-se uma intervenção, a
qual se tem o objetivo de avaliar os resultados, sendo o outro grupo para comparação de resultados. Exemplo: teste de
vacinas e drogas.
O ensaio clínico randomizado é considerado o padrão de excelência (padrão ouro), ou seja, é o melhor entre
todos os métodos de investigação utilizados em epidemiologia, pois é o que produz evidências mais diretas e inequívocas
para esclarecer uma relação de causa-efeito entre dois eventos. Possui alta credibilidade cientifica. Sua característica
marcante de excelência é a possibilidade de subdividir um grupo de participantes em dois ou mais subgrupos idênticos.
Os dados são interpretados tomando por base o risco relativo (incidência em um grupo dividida pela incidência no
outro grupo). Exemplo: 2 grupos de 100 pessoas aleatórias são expostos a uma doença, em 1 é administrado uma vacina
em 2 não. Observa-se em 1 (2 casos da doença) em 2 (10 casos). Risco relativo= 0,2 ou 20%; eficácia da vacina 80%.
DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES
Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de serem portadores de
características especificadas previamente e de interesse para a hipótese em estudo, se selecionados ele é informado
sobre os detalhes da pesquisa incluindo os riscos envolvidos, se consente em participar ele é incluído no estudo. Termo
de consentimento.
2. RANDOMIZAÇÃO E INTERVENÇÃO
Cada individuo incluído no estudo é colocado por processo aleatório em um dos grupos (estudo/controle), com o
objetivo de formar dois grupos com características semelhantes, onde o grupo estudo recebe uma intervenção e o
controle não.
3. ACOMPANHAMENTO DOS PARTICIPANTES E VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS
Cada participante independente do grupo é acompanhado, observado ou examinado de maneira semelhante. Um
dos cuidados essenciais consiste em não promover diferenças entre os grupos pelo simples fato de se acompanharem e
examinarem as pessoas. Seu objetivo é introduzir um único fator de diferença entre os grupos (a intervenção) e verificar o
impacto diferencial dessa através da comparação dos resultados entre os grupos. Exemplo: eficácia de uma vacina.
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS
1. Alta credibilidade cientifica
2. Maior probabilidade de grupos comparáveis quanto as variáveis de confundimento
3. Não há dificuldade na formação do grupo controle
4. Intervenções e procedimentos decididos previamente e uniformizados
5. Alta qualidade dos dados sobre a intervenção e efeitos
6. A intervenção e a verificação dos resultados podem ser ocultadas com o uso do placebo e técnicas de aferição duplo-
cega, de modo que os examinadores e examinados não influenciam nos resultados
7. Interpretação simples dos resultados – sem variáveis de confundimento
LIMITAÇÕES
1. Por dificuldades praticas e éticas algumas situações não pode ser pesquisadas
2. O grupo investigado pode ser altamente selecionado, não representativo, devido as múltiplas exigências quanto as
características para participação do estudo
3. Impossibilidade de ajustar o tratamento em função das necessidades de cada individuo
4. Necessidade de estrutura administrativa e técnica de grande porte
ESTUDO DE COORTE
Nesta modalidade inicia-se a investigação a partir da causa/exposição para verificar o aparecimento do
efeito/doença, porem a seleção dos participantes para formar os grupos (estudo/expostos e controle/não-expostos) não
é aleatória. Os grupos são formados por observação de situações da vida real ou por distribuição arbitraria de uma
intervenção permitindo comparações entre os grupos, ou seja, não é feita uma intervenção intencional. Exemplo: obeso e
não-obeso. Exemplo: associação entre exercício físico e coronariopatias.
Os dados também são interpretados tomando por base o risco relativo. Tomando o exemplo citado, observa-se
um grupo 1 praticantes de exercício e o 2 sedentários, após a investigação o risco relativo foi de 2 (ou seja, para cada 2
sedentários que morreu por coronariopatias morreu 1 praticante de exercício) dessa forma os sedentários tem o dobro
de chance de morrer por coronariopatias.
OBS) esse estudo (assim como os demais a serem discutidos) possui limitações próprias devido a ausência de
distribuição aleatória, o que significa que os grupos comparados não têm semelhança que permitam a comparação entre
os resultados, podendo ter outros fatores de riscos contribuindo para as diferenças nos resultados, complicando a sua
interpretação, pois confundem as reais relações entre a causa e o efeito, são as variáveis confundidoras.
TERMO COORTE
Este termo é usado com dois significados: para designar um grupo (significa grupo de pessoas com características
comuns); ou um método (tipo de investigação que parte da causa para investigar os efeitos e contem um grupo controle
interno).
DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ESTUDO DE COORTE
1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES
Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de apresentar características que
possibilitem a investigação exposição-doença.
2. VERIFICAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
Por observação ou exame dos componentes da amostra, determina-se o nível de exposição a que estiveram
submetidos (exemplo: fumantes ou não). Deve-se certificar de que o individuo incluído não seja doente.
3. ACOMPANHAMENTO DOS PARTICIPANTES PARA VERIFICAÇÃO DOS EFEITOS
A incidência de desfechos clínicos em expostos e não expostos é determinada por acompanhamento periódico ou
por exame final dos participantes. Os resultados podem ser medidos em termos de um ou mais desfechos clínicos
(incidência da doença; mortalidade; qualidade de vida).
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS
1. Não há problemas éticos quanto a exposição das pessoas a fatores de risco (pois não tem intervenção)
2. A seleção dos controles é relativamente simples
3. Os dados referentes à exposição são conhecidos antes da ocorrência da doença
4. Muitos desfechos clínicos podem ser investigados simultaneamente
LIMITAÇÕES
1. Falta de comparabilidade entre as características dos grupos expostos e não-expostos (não aleatoriedade)
2. Alto custo
3. Na maioria das vezes os resultados só são obtidos após longo período de seguimento
4. A interpretação dos dados é dificultada devido a presença de variáveis de confundimento
MODALIDADES DE ESTUDOS DE COORTE
O estudo de coorte pode ser classificado em prospectivo ou retrospectivo e o critério para diferenciá-los é a
posição do investigador frente aos acontecimentos.
No estudo de coorte prospectivo (tipo mais comum) o investigador acompanha o desenrolar da investigação de
corpo presente. Como todo tipo de estudo de coorte determina primeiro a causa e depois o efeito, mas alem disso é em
direção ao futuro.
No estudo de coorte retrospectivo o investigador tem conhecimento de que tanto a exposição quanto a
exposição já ocorreram e que os dados de interesse para o estudo podem ser recolhidos por pesquisas em arquivos por
anamnese. Trata-se de uma investigação sobre o passado, mas conservando o principio de estudos de coorte (causa em
direção ao efeito). Sua maior vantagem é poder ser realizada em tempo reduzido, visto não exigir o seguimento, pelo
próprio investigador, dos indivíduos estudados.
COMPARACAO ENTRE O ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO E O ESTUDO DE COORTE
A principal diferença entre esses dois tipos de investigação esta na formação dos grupos de estudo e controle,
onde no ensaio clinico randomizado, os grupos ao formados com o uso da técnica da randomização (aleatoriamente,
formação de grupos semelhantes), o que não ocorre no estudo de coorte.
OBS) o grande problema das investigações é separar o efeito da exposição principal, dos produzidos pelos demais fatores
(variáveis extrínsecas), que são suspeitos de influenciarem no estudo, e quando influenciam são chamadas de variáveis
confundidoras.
O ESTUDO DE CASO-CONTROLE
Nesta modalidade inicia-se a partir do efeito/doença para investigar retrospectivamente a causa/exposição,
portanto essa só pode ser realizada após o efeito já ter ocorrido. Nesse caso há a formação de dois grupos iniciais os
doentes/casos e os não doentes/controle. Embora possua o mesmo objetivo do estudo de coorte (esclarecer a relação-
exposição/doença) ele é alcança de maneira oposta. Exemplo: associação entre toxoplasmose e debilidade mental.
Os dados também são interpretados tomando por base o risco relativo. Tomando o exemplo citado, observa-se
que há maior frequencia de toxoplasmose entre os casos (45 de 300) do que nos controles (15 de 300). O que aponta
para a existência de associação entre toxoplasmose e debilidade mental.
DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ESTUDO DE CASO-CONTROLE
1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES
Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de apresentar características que
possibilitem a investigação exposição-doença.
2. ESCOLHA DE CASOS E CONTROLES
Especifica-se, previamente, os critérios de inclusão/exclusão para definir o que seja um caso da doença. Em
condições ideais são todos os casos novos da população selecionada que preencham os critérios; a cada caso são
escolhidos seus controles adequados, cuja principal característica é não possuir a doença em estudo e terem rido a
mesma probabilidade de ser exposto ao fator de risco. Deve se evitar portadores de doenças associadas ao fator de risco
nos grupos controle.
3. VERIFICAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
Diversos meios são utilizados para obtenção de dados sobre a exposição previa das pessoas ao fator de risco,
como: anamnese, pesquisas em prontuários, atestados, resultados de exames laboratoriais. Em geral, se o método de
detecção tiver baixa validade, haverá grandes erros de classificação, ou seja, certo numero de expostos será considerado
não-expostos e vice-versa.
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS
1. Os resultados são obtidos rapidamente
2. Baixo custo
3. Muitos fatores de risco podem ser investigados simultaneamente
4. Não há necessidade de acompanhamento dos pacientes
5. O método é pratico para investigação etiológica de doenças raras
DESVANTAGENS
1. A seleção de grupo controle é de grande dificuldade
2. Falta de comparabilidade entre as características de casos controle
3. Os dados de exposição no passado podem ser inadequados (prontuários incompletos ou falhos)
4. Os dados de exposição podem ser viciados (os casos tem melhor noção de suas possíveis causas do que os controles)
5. A interpretação é dificultada pela presença de variantes de confundimento
COMPARACAO ENTRE ESTUDO DE COORTE E ESTUDO DE CASO CONTROLE
A estrutura de um estudo de coorte é a inversa daquela de um estudo de caso controle. A diferença fundamental
entre esses métodos deriva da maneira como os grupos são constituídos:
Se o critério para a constituição do grupo for o grau de exposição a um fator de risco é estudo de corte; se o
critério for o efeito e remonta-se no passado das pessoas na busca de fatores de risco é caso controle.
Em principio o estudo de coorte é considerado melhor que o de caso controle, visto que ele oferece maiores
possibilidade de controlar os vieses que podem diminuir a credibilidade das conclusões. Ambos os métodos se aplicados
corretamente podem ser igualmente potentes para alcançar seus objetivos. O que vai ditar a escolha de um ou outro
método são as circunstâncias do momento, onde observa-se as vantagens e limites para os escolher.
O ESTUDO TRANSVERSAL
Também chamado de seccional, corte ou prevalência representa a forma mais simples de pesquisa populacional.
Nesta modalidade, causa e efeito são detectados simultaneamente em um dado momento e nesse caso é somente a
analise dos dados que permite identificar os grupos de interesse, expostos/doentes e não-expostos/sadios, de modo a
investigar a associação entre a exposição e a doença. É um bom método para detectar freqüências da doença e de fatores
de risco, assim como identificar os grupos mais e menos afetados por essas. Exemplo: associação entre migração e
doença mental.
Os dados também são interpretados tomando por base a razão entre as prevalências. Tomando o exemplo citado
- doença mental mais freqüente em migrantes (6%) do que não-migrantes (3%)-, observa-se uma razão entre as
prevalências de 2, o que significa que naquele momento de coleta e naquela população, a existência de 2 vezes mais
doença mental em imigrantes do que nos não imigrantes.
DELINEAMENTO (ESBOÇO) DE UM ESTUDO TRANSVERSAL
1. SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES
Uma população, ou uma amostra desta, é selecionada para estudo em função de apresentar características que
possibilitem a investigação exposição-doença.
2. VERIFICACAO SIMULTANEA DA EXPOSIÇÃO E DA DOENCA
De cada membro que participa do estudo, coletam-se os dados pertinentes e somente após a analise desses
dados (onde se conhece o paciente expostos e não-expostos; sadios e doentes) é que se formam os grupos.
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
VANTAGENS
1. Simples e de baixo custo
2. Os dados podem ser coletados em baixo intervalo de tempo
3. Não há necessidade de seguimento das pessoas
4. Facilidade de obter amostra representativa da população
5. Único tipo de estudo possível de realizar, em numerosas ocasiões, para obter informação relevante, em limitação de
tempo e recurso
LIMITACOES
1. Condições de baixa prevalência exigem amostra grande o que implica em dificuldades praticas
2. Possibilidade de erros de classificação (caso e exposição podem não mais ser do momento)
3. Pacientes curados ou falecidos não aparecem na casuística dos casos: viés da prevalência
4. A relação cronológica entre os eventos pode não ser facilmente detectada
VIES DA PREVALENCIA
Os estudos transversais informam os casos existentes na população, o que pode fornecer uma imagem distorcida
da doença. Os agravos à saúde de curta duração (doenças agudas, de remissão periódica, sazonais) tem menos chances
de aparecerem nos resultados pois suas freqüências variam de acordo com a época de realização da coleta de dados;
ocorrendo assim uma representação excessiva de pacientes com evolução de longa duração, e não são incluídos os
falecidos e os curados. Dessa forma os indivíduos identificados são escolhidos de maneira não aleatória.
ESCLARECIMENTO DA ORDEM CRONOLOGICA DOS EVENTOS
O estudo transversal indica se existe associação entre a exposição e doença na população investigada em um
determinado momento, dessa forma a associação entre os eventos pode ser diferente de acordo com o momento.
Exemplo: associação entre migração e doença mental. Em um estudo transversal deste caso o problema esta em refazer a
ordem cronológica dos eventos, pois a migração pode ter tido papel importante na etiologia da doença mental (estresse,
fome, perdas, saudade) ou a doença mental pode ter sido o fator que motivou a migração (referencia).
Para evitar essa dificuldade varias alternativas são utilizadas, como: utilização de dados retrospectivos (no intuito
de refazer a seqüência lógica; dados como época da migração, inicio da doença); repetição de estudos transversais
(detecta mudanças com o passar do tempo, monitorando alteração relativas a prevalência); analise de coortes de
nascimento (comparação de coortes por data de nascimento)
COMPARACAO ENTRE O ESTUDO DE CASO-CONTROLE E O ESTUDO TRANSVERSAL
A principal diferença entre estes estudos esta na forma de incluir os indivíduos na investigação. No estudo de
caso controle o critério para a seleção das pessoas é a presença da doença em foco (caso) ou a sua ausência (controle) e
essa escolha é inclui preferencialmente somente os casos novos. No estudo transversal faz-se a seleção de um único
grupo de pessoas e o critério para reunião dessas é a época definida pelo investigador para realizar a pesquisa.
ESTUDO ECOLOGICO/DE GRUPOS/ESTATISTICOS/COMUNITARIOS/DE AGREGADOS (não é analítico)
Trata-se de uma pesquisa realizada com estatísticas que, ao invés de ter como unidade de observação ser o
individuo, tem um grupo de indivíduos como unidade de observação. Seu nome tem origem na utilização de áreas
geográficas como unidades de analises o que generalizou para um grupo de indivíduos. Exemplo: pesquisa internacional
de correlação entre o consumo de álcool e a incidência de câncer de estomago em diversos países.
DELINEAMENTO (ESBOÇO), VANTAGENS E LIMITACOES DE UM ESTUDO DE ECOLOGICO
Neste tipo de investigação não há a fase de coleta de dados, caso a caso, necessárias em estudos individuais;
usam-se estatísticas já prontas, no entanto deve-se saber como tais foram geradas.
VANTAGENS
1. Simplicidade e baixo custo
2. Os dados estão usualmente disponíveis, sob forma de estatísticas, para serem utilizados
3. As conclusões são facilmente generalizáveis
LIMITACOES
1. Não há acesso aos dados individuais, somente as informações estatísticas, o que abre a possibilidade de falácia
ecológica, que é a interpretação enganosa por atribuir a um individuo o que se observou em estudos estatísticos
2. Dificuldade em usar técnicas mascaradas de aferição das informações, o que aumenta o risco de viés
3. Dados de diferentes fontes, o que pode significar qualidade de informação variável
4. As correlações são em geral mais altas
5. Dificuldade de controlar os fatores de confundimento
MODALIDADE DE CORRELACAO ECOLOGICA
COMPARACOES GEOGRAFICAS
As comparações geográficas são muito utilizadas para identificar associações (levantar hipóteses e investigar
etiológica) como, por exemplo, entre a incidência de luz solar e o câncer de mama, onde comparações regionais, na
antiga união soviética, mostraram correlação negativa entre a incidência de luz solar e esse tipo de câncer. Porem
observa-se algumas variáveis confundidoras dos resultados (nível socioeconômico entre as regiões investigadas, religião,
etnias, padrões de comportamento). Dessa forma para esses resultados adquirirem credibilidade devem ser
constantemente observados e confirmados por outras investigações, principalmente as individuais.
São largamente utilizadas para avaliar o impacto de intervenções, como a avaliação de programas
governamentais.
COMPARACAO DE SERIES CRONOLOGICAS
A comparação de duas series de dados, de um fator de risco e de um agravo à saúde, dispostas em seqüência
cronológica permite suspeitar a presença ou não de associação entre eles. São altamente úteis para levantar hipóteses e
investigar a etiologia e avaliar intervenções. Exemplo: mortalidade por cirrose hepática (antes e depois da aplicação da lei
seca).
INTERPRETACAO DOS RESULTADOS
Os estudos ecológico são muito usados para levantar as possíveis relações casuais como também para testar
hipótese, investigar a etiologia e avaliar intervenções. A interpretação dos seus resultados deve levar em consideração: a
qualidade do diagnostico (diferentes critérios de diagnostico invalidam as comparações); as variáveis de confundimento
(dificuldades na interpretação dos resultados); o acaso como explicação (algumas associações significativas podem ser
simplesmente devidas ao acaso).
ESTUDO ECOLOGICO RANDOMIZADO
Um estudo ecológico pode ser planejado, incluindo no seu planejamento a randomização de áreas ou de
agregados (clientela de médicos, estabelecimentos de saúde). Após a randomização faz-se a intervenção em um grupo,
deixando outro como controle, onde não é realizada a intervenção.
Esse tipo de investigação é o padrão ouro para estudos baseados em estatísticas, pois é de baixo custo, possui
poucos problemas éticos, impossibilidade de realizar um ensaio a nível individual, porem possui um grande problema, a
difícil constituição de um grupo-controle apropriado para a pesquisa.
COMPARACAO ENTRE DUAS UNIDADES ECOLOGICAS (OU COMUNIDADES)
Utiliza-se com a seleção de apenas duas populações, uma a ser experimental e outra de testemunha. Exemplo:
flúor e carie dentaria.
COMPARACAO DE MAIS DE DUAS UNIDADE ECOLOGICAS (OU COMUNIDADES)
Utiliza-se um numero de comunidades simultaneamente maior que dois, o que implica em um maior risco de os
grupos (experimental e controle) não serem semelhantes com respeito a importantes características, sendo então
recomendado a utilização de outras técnicas como a estratificação ou o pareamento com o intuito de anular as variáveis
de confundimento.