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OBS.: continuação dos quadros que começamos a fazer em sala de aula, na última 4ª feira, 1 de abril de 2015. Quadros já
feitos: Concepções dos primeiros pensadores (Sociedade e Sociologia) e o Conhecimento sociológico da realidade (Sociedade e
Sociologia)
Fonte: DURKHEIM, E. As regras do método sociológico; WEBER, M. A objetividade do conhecimento nas ciências e na política sociais; MARX,
K. Contribuição à crítica da economia política.
O que é modernidade?
A modernidade foi definida pelo filósofo alemão Karl Marx com a frase “tudo o que é sólido se
desmancha no ar” (Marx e Engels. Manifesto do Partido Comunista). A expressão faz referência às
intensas transformações das revoluções econômicas, política e do conhecimento, nos séculos XVIII e XIX, e
que romperam com as condições históricas anteriores representadas pela tradição. Por exemplo, no processo
da Revolução Industrial, quando populações rurais se dirigiam para as cidades, passaram a enfrentar uma
nova ordem social, em detrimento das condições sociais a que estavam habituadas.
O termo moderno foi usado pela primeira vez no século V para distinguir a Roma cristã da antiga
Roma pagã. Já a ideia de “modernidade” pode ser relacionada ao filósofo racionalista francês René
Descartes (1596-1650) e, posteriormente, ao positivismo (século XIX), que defendiam a crença na razão, nas
possibilidades do progresso linear (ascendente e evolutivo) e na formação de uma nova sensibilidade
racional diante da realidade.
No século XX, sob o impacto de transformações sociais cada vez mais aceleradas, a modernidade
passa a se relacionar com a ideia de efêmero, do fragmentado, da transição, da racionalidade, da cultura de
massa, da padronização do conhecimento e da produção, do planejamento racional, da tecnologia. Na
concepção atualizada de “modernidade” está embutido o sentido de tudo o que é recente, faz parte do hoje e
é passageiro.
(ARAÚJO, Silvia M.; BRIDI, Maria Ap.; MOTIM, Benilde L. Sociologia. 1ª. ed., São Paulo: Saraiva, 2013, p. 45)
O que é um moderno?
A modernidade possui tantos sentidos quantos forem os pensadores ou jornalistas. Ainda assim, todas
as definições apontam, de uma forma ou de outra, para a passagem do tempo. Através de um adjetivo
moderno, assinalamos um novo regime, uma aceleração, uma ruptura, uma revolução do tempo. Quando as
palavras “moderno”, “modernização” e “modernidade” aparecem, definimos, por contraste, um passado
arcaico e estável. Além disso, a palavra encontra-se sempre colocada em meio a uma polêmica, em uma
briga onde há ganhadores e perdedores, os Antigos e os Modernos. “Moderno”, portanto, é duas vezes
assimétrico: assinala uma ruptura na passagem regular do tempo; assinala um combate no qual há
vencedores e vencidos. Se há hoje tantos contemporâneos que hesitam em empregar este adjetivo, se o
qualificamos através de preposições, é porque nos sentimos menos seguros ao manter esta dupla assimetria:
não podemos mais assinalar a flecha irreversível do tempo, nem atribuir um prêmio aos vencedores. Nas
inúmeras discussões entre os Antigos e os Modernos, ambos têm hoje igual número de vitórias, e nada mais
nos permite dizer se as revoluções dão cabo do antigos regimes ou os aperfeiçoam.
(LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. 1ª. ed., São Paulo: Editora 34, 1994, p. 15)
Para você refletir: ao longo das aulas e das leituras dos textos até
indicados (Carlos B. Martins e Cristina Costa), você tem a oportunidade de
conhecer diferentes visões sobre os tempos modernos. Você também está a ler,
neste momento, Um Toque de Clássicos, de Quintaneiro e outros, especialmente
sobre a sociologia de Durkheim. Espero que reflita e procure desenvolver uma
opinião a respeito do que vem a ser “modernidade” e suas diversas
interpretações a partir de tudo que lemos e falamos até agora.
Bons estudos!
Prof. Rodrigo Furtado Costa
http://sociusnonsense.wordpress.com