Você está na página 1de 13

4300 Diário da República, 1.ª série — N.

º 161 — 22 de agosto de 2018

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA de utentes em dormitório seja superior ao número de


utentes em quarto.
Lei n.º 62/2018 7 — Consideram-se ‛quartos’ a exploração de alo-
jamento local feita na residência do locador, que cor-
de 22 de agosto responde ao seu domicílio fiscal, sendo a unidade de
alojamento o quarto e só sendo possível, nesta modali-
Altera o regime de autorização de exploração dos estabelecimen- dade, ter um máximo de três unidades.
tos de alojamento local, procedendo à segunda alteração ao
Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto. Artigo 4.º
A Assembleia da República decreta, nos termos da [...]
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: 1— .....................................
2— .....................................
Artigo 1.º
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Objeto
b) Estando mobilado e equipado, neste sejam ofere-
A presente lei procede à segunda alteração ao Decreto- cidos ao público em geral, além de dormida, serviços
-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, que aprova o regime complementares ao alojamento, nomeadamente limpeza,
jurídico da exploração dos estabelecimentos de alojamento por períodos inferiores a 30 dias.
local.
3— .....................................
Artigo 2.º 4 — Não pode haver lugar à instalação e exploração
Alteração ao Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto de ‛hostels’ em edifícios em propriedade horizontal nos
prédios em que coexista habitação sem autorização dos
Os artigos 2.º, 3.º, 4.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 11.º, 12.º, condóminos para o efeito, devendo a deliberação respe-
13.º, 14.º, 17.º, 18.º, 19.º, 21.º, 23.º, 28.º e 31.º do Decreto- tiva instruir a comunicação prévia com prazo.
-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, que aprova o regime
jurídico da exploração dos estabelecimentos de alojamento
Artigo 5.º
local, alterado pelo Decreto-Lei n.º 63/2015, de 23 de abril,
passam a ter a seguinte redação: [...]
1 — O registo de estabelecimentos de alojamento lo-
«Artigo 2.º cal é efetuado mediante comunicação prévia com prazo
[...] dirigida ao Presidente da Câmara Municipal territorial-
mente competente, nos termos do artigo seguinte.
1 — Consideram-se ‛estabelecimentos de alojamento 2 — A comunicação prévia com prazo é realizada
local’ aqueles que prestam serviços de alojamento tem- exclusivamente através do Balcão Único Eletrónico pre-
porário, nomeadamente a turistas, mediante remunera- visto no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
ção, e que reúnam os requisitos previstos no presente julho, que confere a cada pedido um número decorrido o
decreto-lei. prazo previsto no n.º 9 do artigo 6.º, o qual constitui, para
2— ..................................... efeitos do presente decreto-lei, e em caso de não oposi-
ção, o número de registo do estabelecimento de aloja-
Artigo 3.º mento local, e que remete automaticamente ao Turismo
[...] de Portugal, I. P., para os efeitos previstos no artigo 10.º
3 — A comunicação prévia com prazo é obrigatória
1— ..................................... e condição necessária para a exploração de estabeleci-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mentos de alojamento local.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 6.º
d) Quartos. Comunicação prévia com prazo

2— ..................................... 1 — Da comunicação prévia com prazo dirigida ao


3— ..................................... Presidente da Câmara Municipal devem obrigatoria-
4 — Considera-se ‛estabelecimento de hospedagem’ mente constar as seguintes informações:
o estabelecimento de alojamento local cujas unidades a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de alojamento são constituídas por quartos, integrados b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
numa fração autónoma de edifício, num prédio urbano c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ou numa parte de prédio urbano suscetível de utilização d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
independente. e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 33.º, f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
os ‛estabelecimentos de hospedagem’ podem utilizar g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
denominação ‛hostel’ se obedecerem aos requisitos pre-
vistos no número seguinte e na portaria a que se refere
2 — A comunicação prévia com prazo deve obrigato-
o n.º 5 do artigo 12.º
riamente ser instruída com os seguintes documentos:
6 — Considera-se ‛hostel’ o estabelecimento cuja
unidade de alojamento predominante seja o dormitório, a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
considerando-se predominante sempre que o número b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018 4301

c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 — O número anterior não se aplica em caso de


d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sucessão.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 8.º
f) Ata da assembleia de condóminos autorizando a
instalação, no caso dos ‛hostels’; [...]
g) A modalidade de estabelecimento prevista no n.º 1 1 — A câmara municipal territorialmente competente
do artigo 3.º em que se vai desenvolver a atividade de realiza, no prazo de 30 dias após a apresentação da
alojamento local. comunicação prévia com prazo, uma vistoria para veri-
ficação do cumprimento dos requisitos estabelecidos no
3— ..................................... presente decreto-lei, sem prejuízo dos demais poderes
4 — A cessação da exploração do estabelecimento de fiscalização que legalmente lhe assistem.
de alojamento local é comunicada através do Balcão 2— .....................................
Único Eletrónico no prazo máximo de 10 dias após a
sua ocorrência. Artigo 9.º
5 — O titular da exploração do estabelecimento de
alojamento local comunica às plataformas eletrónicas de [...]
reservas, no prazo máximo de 10 dias, o cancelamento 1 — O Presidente da Câmara Municipal territo-
do registo e ou a interdição temporária da exploração rialmente competente pode determinar, precedido de
dos estabelecimentos de alojamento local. audiência prévia, o cancelamento do registo do respetivo
6 — (Anterior n.º 5.) estabelecimento nas seguintes condições:
7 — A comunicação prévia com prazo à qual não
haja oposição e as comunicações previstas nos n.os 3 a) Quando exista qualquer desconformidade em re-
e 4 são remetidas, automaticamente, para o Turismo lação a informação ou documento constante do registo;
de Portugal, I. P.. b) No caso de instalação de novo alojamento local em
8 — (Anterior n.º 7.) violação de áreas de contenção estabelecidas nos termos
9 — Pode haver oposição à comunicação prévia com do artigo 15.º-A, após a respetiva definição;
prazo se, num prazo de 10 dias contados a partir da sua c) Por violação dos requisitos estabelecidos nos ar-
apresentação ou num prazo de 20 dias no caso dos hos- tigos 11.º a 17.º
tels, o Presidente da Câmara Municipal territorialmente
competente, com faculdade de delegação nos vereadores 2 — No caso de a atividade de alojamento local ser
ou dirigentes, se oponha ao registo, com os fundamentos exercida numa fração autónoma de edifício ou parte de
identificados de seguida: prédio urbano suscetível de utilização independente, a
assembleia de condóminos, por decisão de mais de me-
a) Incorreta instrução da comunicação prévia com tade da permilagem do edifício, em deliberação funda-
prazo; mentada, decorrente da prática reiterada e comprovada
b) Vigência do prazo resultante de cancelamento de de atos que perturbem a normal utilização do prédio,
registo, nos termos do artigo 9.º; bem como de atos que causem incómodo e afetem o
c) Violação das restrições à instalação decididas pelo descanso dos condóminos, pode opor-se ao exercício da
município, nos termos do artigo 15.º-A, ou falta de au- atividade de alojamento local na referida fração, dando,
torização de utilização adequada do edifício. para o efeito, conhecimento da sua decisão ao Presidente
da Câmara Municipal territorialmente competente.
10 — A oposição prevista no número anterior obsta 3 — O Presidente da Câmara Municipal territorial-
à atribuição do número de registo. mente competente, com faculdade de delegação nos
vereadores, decide sobre o pedido de cancelamento.
Artigo 7.º 4 — (Anterior n.º 2.)
[...] 5 — Nos casos em que o município verifique que o
estabelecimento é explorado sem registo para o efeito
1 — O documento emitido pelo Balcão Único Ele- comunica o facto à Autoridade de Segurança Alimentar
trónico dos serviços contendo o número de registo do e Económica (ASAE).
estabelecimento de alojamento local constitui o único 6 — A cessação de exploração implica:
título válido de abertura ao público e publicitação do
estabelecimento. a) O cancelamento do registo do estabelecimento, se
2 — O número de registo do estabelecimento de alo- a este tiver havido lugar;
jamento local, nas modalidades de ‘moradia’ e ‘aparta- b) Quando esteja em causa o cancelamento nos ter-
mento’, localizado em áreas de contenção nos termos mos do n.º 2, a impossibilidade de o imóvel em questão
do artigo 15.º-A é pessoal e intransmissível ainda que ser explorado como alojamento local, independente-
na titularidade ou propriedade de pessoa coletiva. mente da respetiva entidade, por um período fixado na
3 — Nos termos do número anterior, o título de aber- decisão, num máximo de um ano.
tura ao público caduca em caso de:
7 — O cancelamento do registo deve ser imediata-
a) Transmissão da titularidade do registo, cessação de mente comunicado pela câmara municipal territorial-
exploração, arrendamento ou outra forma de alteração mente competente ao Turismo de Portugal, I. P., e à
da titularidade da exploração; ASAE, competindo ao primeiro proceder à comunicação
b) Transmissão do capital social da pessoa coletiva às plataformas eletrónicas que disponibilizem, divul-
titular do registo, acumulada ou não, em percentagem guem ou comercializem alojamento de que o registo
superior a 50 %. do estabelecimento foi cancelado.
4302 Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018

Artigo 11.º Artigo 13.º


[...] [...]

1 — A capacidade máxima dos estabelecimentos de 1— .....................................


alojamento local, com exceção da modalidade de ‛quar- 2— .....................................
tos’ e ‛hostel’, é de nove quartos e de 30 utentes, sem 3 — Correm por conta do titular do alojamento local
prejuízo do disposto nos números seguintes. as despesas com obras que sejam realizadas nas partes
2 — Nas modalidades previstas nas alíneas a), b), c) e comuns para adaptar ou licenciar o locado para esse
d) do n.º 1 do artigo 3.º, a capacidade máxima é determi- fim.
nada pela multiplicação do número de quartos por dois, Artigo 14.º
acrescida da possibilidade de acolhimento de mais dois
utentes na sala no caso das modalidades ‛apartamentos’ «Hostel»
e ‛moradias’, nos termos dos indicadores do INE. (Revogado.)
3 — Nas modalidades previstas nas alíneas a), b), c)
e d) do n.º 1 do artigo 3.º, cada unidade, se tiver con- Artigo 17.º
dições de habitabilidade adequadas, poderá comportar,
no máximo, duas camas suplementares para crianças [...]
até aos 12 anos. 1— .....................................
4 — (Anterior n.º 2.) 2— .....................................
5 — (Anterior n.º 3.) 3 — Apenas os estabelecimentos de hospedagem que
6 — (Anterior n.º 4.) reúnam os requisitos previstos nos n.os 5 e 6 do artigo 3.º
7 — As entidades públicas competentes garantem podem utilizar a denominação ‛hostel’ no seu nome,
ao titular de dados o exercício dos direitos de acesso, publicidade, documentação comercial e merchandising.
retificação e eliminação, bem como o dever de velar 4 — Os ‛estabelecimentos de hospedagem’ e os
pela legalidade da consulta ou da comunicação de in- ‛quartos’ podem usar comercialmente a designação de
formação, nos termos e para os efeitos do artigo 11.º da ‛Bed & breakfast’ ou de ‛guest house’.
Lei n.º 67/98, de 26 de outubro.
Artigo 18.º
Artigo 12.º
[...]
[...]
1 — Nos ‛hostels’ é obrigatória a afixação, no exte-
1— ..................................... rior do edifício, junto à entrada principal, de uma placa
identificativa.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — Nas modalidades previstas nas alíneas b), c) e
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) do n.º 1 do artigo 3.º, é obrigatória a afixação, junto
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . à entrada do estabelecimento, de uma placa identifi-
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cativa.
3 — (Anterior n.º 2.)
2— .....................................
3— ..................................... Artigo 19.º
4— .....................................
5 — A regulamentação das condições para o funcio- [...]
namento e identificação de cada uma das modalidades 1— .....................................
de estabelecimentos de alojamento local, será feita por 2— .....................................
Portaria. 3 — O acesso e permanência no estabelecimento de
6 — Os estabelecimentos de alojamento local são alojamento local é reservado a hóspedes e respetivos
obrigados a ter um livro de informações sobre o fun- convidados.
cionamento do estabelecimento e respetivas regras de 4 — A entidade exploradora pode recusar o acesso
utilização internas, nomeadamente incluindo as regras ao estabelecimento a quem perturbe o seu normal fun-
sobre a recolha e seleção de resíduos urbanos, funcio- cionamento e ou desrespeite a ordem pública, incum-
namento dos eletrodomésticos, ruído e cuidados a ter prindo regras de urbanidade, funcionamento e ruído,
para evitar perturbações que causem incómodo e afetem aplicáveis.
a tranquilidade e o descanso da vizinhança, que deve 5 — As normas de funcionamento e as regras de ruído
conter também o contacto telefónico do responsável aplicáveis ao estabelecimento devem ser devidamente
pela exploração do estabelecimento. publicitadas pela entidade exploradora.
7 — O livro de informações a que se refere o número
anterior deve ser disponibilizado em português e inglês Artigo 21.º
e, pelo menos, em mais duas línguas estrangeiras.
[...]
8 — No caso de os estabelecimentos estarem inseri-
dos em edifícios de habitação coletiva, o livro de infor- 1 — Compete à ASAE e à câmara municipal terri-
mações deve conter também o regulamento com as prá- torialmente competente fiscalizar o cumprimento do
ticas e regras do condomínio que sejam relevantes para disposto no presente decreto-lei, bem como instruir os
o alojamento e para a utilização das partes comuns. respetivos processos e aplicar as respetivas coimas e
9 — O responsável do estabelecimento deve dispo- sanções acessórias.
nibilizar ao condomínio o seu contacto telefónico. 2— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018 4303

3 — A ASAE pode solicitar ao Turismo de mente com recurso ao Balcão Único Eletrónico previsto
Portugal, I. P., a qualquer momento, a realização de nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
vistorias para a verificação do cumprimento do esta- julho, na redação atual, acessível através do Balcão
belecido no n.º 2 do artigo 2.º, e para a verificação da Único Eletrónico e nos sítios na Internet do Turismo
atualização da listagem de estabelecimentos de aloja- de Portugal, I. P.
mento local para efeitos de inscrição nas plataformas 2 — (Revogado.)
eletrónicas de reservas. 3 — (Revogado.)
4 — Se das vistorias referidas no presente decreto- 4 — (Revogado.)
-lei ou qualquer ação de fiscalização se concluir pelo 5 — (Revogado.)
incumprimento do estabelecido no n.º 2 do artigo 2.º, o 6 — (Revogado.)
Turismo de Portugal, I. P., fixa um prazo não inferior a 7 — (Revogado.)»
30 dias, prorrogável, para que o estabelecimento inicie o
processo de autorização de utilização para fins turísticos Artigo 3.º
legalmente exigido.
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto
5— .....................................
São aditados ao Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de
Artigo 23.º agosto, que aprova o regime jurídico da exploração dos
[...] estabelecimentos de alojamento local, alterado pelo Decreto-
-Lei n.º 63/2015, de 23 de abril, os artigos 13.º-A, 15.º-A
1— ..................................... e 20.º-A, com a seguinte redação:
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . «Artigo 13.º-A
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Solidariedade e seguro de responsabilidade civil
ii) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — O titular da exploração de alojamento local é
solidariamente responsável com os hóspedes relativa-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mente aos danos provocados por estes no edifício em
d) A violação do disposto no n.º 4 do artigo 4.º; que se encontra instalada a unidade.
e) [Anterior alínea d).] 2 — O titular da exploração de alojamento local
f) A violação do disposto nos n.os 1, 3 e 4 do artigo 11.º; deve celebrar e manter válido um seguro multirrisco
g) [Anterior alínea f).] de responsabilidade civil que o proteja dos seus ativos e
h) [Anterior alínea g).] reclamações no âmbito da sua atividade turística, deter-
i) [Anterior alínea h).]
minando a responsabilidade do titular da exploração do
j) [Anterior alínea i).]
estabelecimento, e que cubra riscos de incêndio e danos
k) [Anterior alínea j).]
patrimoniais e não patrimoniais causados a hóspedes
e a terceiros, decorrentes da atividade de prestação de
2 — As contraordenações previstas nas alíneas a) a c)
serviços de alojamento.
e nas alíneas e) e f) do número anterior são punidas com
3 — A falta de seguro válido é fundamento de can-
coima de € 2500 a € 4000 no caso de pessoa singular, e
celamento do registo.
de € 25 000 a € 40 000, no caso de pessoa coletiva.
3 — As contraordenações previstas nas alíneas d) e
g) do n.º 1 são punidas com coima de € 125 a € 3250, Artigo 15.º-A
no caso de pessoa singular, e de € 1250 a € 32 500, no Áreas de contenção
caso de pessoa coletiva.
4 — As contraordenações previstas nas alíneas h) a 1 — Com o objetivo de preservar a realidade social
k) do n.º 1 são punidas com coima de € 50 a € 750, no dos bairros e lugares, a câmara municipal territorial-
caso de pessoa singular, e de € 250 a € 7500, no caso mente competente, pode aprovar por regulamento e
de pessoa coletiva. com deliberação fundamentada, a existência de áreas
de contenção, por freguesia, no todo ou em parte, para
Artigo 28.º instalação de novo alojamento local, podendo impor
limites relativos ao número de estabelecimentos de
[...] alojamento local nesse território, que podem ter em
A ASAE e a Câmara Municipal territorialmente com- conta limites percentuais em proporção dos imóveis
petente podem determinar a interdição temporária da disponíveis para habitação.
exploração dos estabelecimentos de alojamento local, 2 — As áreas de contenção identificadas por cada mu-
na sua totalidade ou em parte, nos termos do n.º 5 do nicípio são comunicadas ao Turismo de Portugal, I. P.,
artigo 21.º ou quando a falta de cumprimento das dis- que introduz referência à limitação de novos registos
posições legais aplicáveis puser em causa a segurança nestas áreas no Balcão Único Eletrónico.
dos utilizadores ou a saúde pública, sem prejuízo das 3 — As áreas de contenção a que se refere o n.º 1
competências atribuídas por lei a outras entidades. devem ser reavaliadas, no mínimo, de dois em dois anos
e comunicadas as respetivas conclusões ao Turismo de
Artigo 31.º Portugal, I. P., para os efeitos do disposto nos números
anteriores.
[...]
4 — O Turismo de Portugal, I. P., e o Instituto da
1 — A tramitação dos procedimentos e formalidades Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P., disponibili-
previstos no presente decreto-lei é realizada informatica- zam anualmente dados desagregados sobre o número
4304 Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018

de estabelecimentos de alojamento local e de fogos de Artigo 7.º


habitação permanente. Norma revogatória
5 — A instalação de novos estabelecimentos de alo-
jamento local em áreas de contenção carece de autori- São revogados o artigo 14.º e os n.os 2, 3, 4, 5, 6 e 7 do
zação expressa da câmara que, em caso de deferimento, artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto.
promove o respetivo registo.
6 — Para evitar que a alteração das circunstâncias e Artigo 8.º
das condições de facto existentes possa comprometer a Entrada em vigor
eficácia do regulamento municipal a que se refere o n.º 1,
podem os municípios, por deliberação fundamentada da A presente lei entra em vigor 60 dias após a sua
assembleia municipal, sob proposta da câmara munici- publicação.
pal, suspender, por um máximo de um ano, a autorização Aprovada em 18 de julho de 2018.
de novos registos em áreas especificamente delimita-
das, até à entrada em vigor do referido regulamento. O Presidente da Assembleia da República, Eduardo
7 — Nas áreas de contenção definidas nos termos Ferro Rodrigues.
do presente artigo, o mesmo proprietário apenas pode Promulgada em 2 de agosto de 2018.
explorar um máximo de sete estabelecimentos de alo-
jamento local. Publique-se.
Artigo 20.º-A O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA.
Contribuições para o condomínio Referendada em 6 de agosto de 2018.
O condomínio pode fixar o pagamento de uma con- O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa.
tribuição adicional correspondente às despesas decor-
rentes da utilização acrescida das partes comuns, com ANEXO
um limite de 30 % do valor anual da quota respetiva, a (a que se refere o artigo 6.º)
deliberar nos termos do artigo 1424.º do Código Civil.»
Republicação do Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto,
Artigo 4.º que aprova regime jurídico
da exploração dos estabelecimentos de alojamento local
Avaliação do impacto do alojamento local
O Governo, em colaboração com as autarquias locais, CAPÍTULO I
apresenta à Assembleia da República, designadamente para Disposições gerais
os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 15.º-A do Decreto-
-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, um relatório anual de Artigo 1.º
avaliação do impacto do alojamento local.
Objeto
Artigo 5.º O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico da
Disposição transitória exploração dos estabelecimentos de alojamento local.
1 — Mantêm-se válidos os registos de estabelecimentos Artigo 2.º
de alojamento local no Registo Nacional de Alojamento Noção de estabelecimento de alojamento local
Local, realizados até à data da entrada em vigor da pre-
sente lei. 1 — Consideram-se «estabelecimentos de alojamento
2 — As alterações introduzidas no presente diploma local» aqueles que prestam serviços de alojamento tempo-
relativas a condições de acesso à atividade e requisitos de rário, nomeadamente a turistas, mediante remuneração, e
instalação apenas são aplicáveis para os estabelecimentos que reúnam os requisitos previstos no presente decreto-lei.
de alojamento local que se instalem após a entrada em 2 — É proibida a exploração como estabelecimentos
vigor da presente lei. de alojamento local de estabelecimentos que reúnam os
3 — Os estabelecimentos de alojamento local já exis- requisitos para serem considerados empreendimentos tu-
tentes dispõem do prazo de dois anos, a contar da data em rísticos, nos termos do Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de
vigor da presente lei para se conformarem com os restantes março, na sua redação atual.
requisitos previstos no presente diploma, nomeadamente
o previsto nos artigos 13.º, 13.º-A, 18.º e 20.º-A. Artigo 3.º
4 — Os proprietários de estabelecimentos de alojamento Modalidades
local que, na presente data, excedam o limite previsto no
1 — Os estabelecimentos de alojamento local devem
n.º 7 do artigo 15.º-A, não poderão, a partir da data de
integrar-se numa das seguintes modalidades:
entrada em vigor da presente lei, afetar mais imóveis à
exploração de alojamento local. a) Moradia;
b) Apartamento;
Artigo 6.º c) Estabelecimentos de hospedagem;
d) Quartos.
Republicação
É republicado no anexo da presente lei, da qual faz parte 2 — Considera-se «moradia» o estabelecimento de alo-
integrante, o Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto, jamento local cuja unidade de alojamento é constituída por
com a redação atual. um edifício autónomo, de caráter unifamiliar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018 4305

3 — Considera-se «apartamento» o estabelecimento de gida ao Presidente da Câmara Municipal territorialmente


alojamento local cuja unidade de alojamento é constituída competente, nos termos do artigo seguinte.
por uma fração autónoma de edifício ou parte de prédio 2 — A comunicação prévia com prazo é realizada
urbano suscetível de utilização independente. exclusivamente através do Balcão Único Eletrónico pre-
4 — Considera-se «estabelecimento de hospedagem» o visto no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
estabelecimento de alojamento local cujas unidades de alo- julho, que confere a cada pedido um número decorrido
jamento são constituídas por quartos, integrados numa fra- o prazo previsto no n.º 9 do artigo 6.º, o qual constitui,
ção autónoma de edifício, num prédio urbano ou numa parte para efeitos do presente decreto-lei, e em caso de não
de prédio urbano suscetível de utilização independente. oposição, o número de registo do estabelecimento de alo-
5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 6 do artigo 33.º, jamento local, e que remete automaticamente ao Turismo
os «estabelecimentos de hospedagem» podem utilizar a de Portugal, I. P., para os efeitos previstos no artigo 10.º
denominação «hostel» se obedecerem aos requisitos pre- 3 — A comunicação prévia com prazo é obrigatória e
vistos no número seguinte e na portaria a que se refere o condição necessária para a exploração de estabelecimentos
n.º 5 do artigo 12.º de alojamento local.
6 — Considera-se «hostel» o estabelecimento cuja
unidade de alojamento predominante seja o dormitório, Artigo 6.º
considerando-se predominante sempre que o número de Comunicação prévia com prazo
utentes em dormitório seja superior ao número de utentes
em quarto. 1 — Da comunicação prévia com prazo dirigida ao
7 — Consideram-se «quartos» a exploração de aloja- Presidente da Câmara Municipal devem obrigatoriamente
mento local feita na residência do locador, que corresponde constar as seguintes informações:
ao seu domicílio fiscal, sendo a unidade de alojamento a) A autorização de utilização ou título de utilização
o quarto e só sendo possível, nesta modalidade, ter um válido do imóvel;
máximo de três unidades. b) A identificação do titular da exploração do estabele-
cimento, com menção do nome ou firma e do número de
Artigo 4.º identificação fiscal;
Prestação de serviços de alojamento c) O endereço do titular da exploração do estabeleci-
mento;
1 — Para todos os efeitos, a exploração de estabeleci- d) Nome adotado pelo estabelecimento e seu endereço;
mento de alojamento local corresponde ao exercício, por e) Capacidade (quartos, camas e utentes) do estabele-
pessoa singular ou coletiva, da atividade de prestação de cimento;
serviços de alojamento. f) A data pretendida de abertura ao público;
2 — Presume-se existir exploração e intermediação de g) Nome, morada e número de telefone de pessoa a
estabelecimento de alojamento local quando um imóvel contactar em caso de emergência.
ou fração deste:
a) Seja publicitado, disponibilizado ou objeto de inter- 2 — A comunicação prévia com prazo deve obrigatoria-
mediação, por qualquer forma, entidade ou meio, nomea- mente ser instruída com os seguintes documentos:
damente em agências de viagens e turismo ou sites da a) Cópia simples do documento de identificação do
Internet, como alojamento para turistas ou como aloja- titular da exploração do estabelecimento, no caso de este
mento temporário; ou ser pessoa singular, ou indicação do código de acesso à
b) Estando mobilado e equipado, neste sejam ofereci- certidão permanente do registo comercial, no caso de este
dos ao público em geral, além de dormida, serviços com- ser pessoa coletiva;
plementares ao alojamento, nomeadamente limpeza, por b) Termo de responsabilidade, subscrito pelo titular da
períodos inferiores a 30 dias. exploração do estabelecimento, assegurando a idoneidade
do edifício ou sua fração autónoma para a prestação de
3 — A presunção referida no número anterior pode ser serviços de alojamento e que o mesmo respeita as normas
ilidida nos termos gerais de direito, designadamente me- legais e regulamentares aplicáveis;
diante apresentação de contrato de arrendamento urbano c) Cópia simples da caderneta predial urbana referente
devidamente registado nos serviços de finanças. ao imóvel em causa, no caso de o requerente ser proprie-
4 — Não pode haver lugar à instalação e exploração tário do imóvel;
de «hostels» em edifícios em propriedade horizontal nos d) Cópia simples do contrato de arrendamento ou doutro
prédios em que coexista habitação sem autorização dos título que legitime o titular de exploração ao exercício da
condóminos para o efeito, devendo a deliberação respetiva atividade e, caso do contrato de arrendamento ou outro
instruir a comunicação prévia com prazo. não conste prévia autorização para a prestação de serviços
de alojamento, cópia simples do documento contendo tal
CAPÍTULO II autorização;
e) Cópia simples da declaração de início ou alteração
Registo de estabelecimentos de atividade do titular da exploração do estabelecimento
para o exercício da atividade de prestação de serviços de
Artigo 5.º alojamento correspondente à secção I, subclasses 55201 ou
55204 da Classificação Portuguesa de Atividades Econó-
Registo
micas, Revisão 3, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 381/2007,
1 — O registo de estabelecimentos de alojamento local de 14 de novembro, apresentada junto da Autoridade Tri-
é efetuado mediante comunicação prévia com prazo diri- butária e Aduaneira (AT);
4306 Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018

f) Ata da assembleia de condóminos autorizando a ins- 3 — Nos termos do número anterior, o título de abertura
talação, no caso dos «hostels»; ao público caduca em caso de:
g) A modalidade de estabelecimento prevista no n.º 1
do artigo 3.º em que se vai desenvolver a atividade de a) Transmissão da titularidade do registo, cessação de
alojamento local. exploração, arrendamento ou outra forma de alteração da
titularidade da exploração;
3 — O titular da exploração do estabelecimento é obri- b) Transmissão do capital social da pessoa coletiva
gado a manter atualizados todos os dados comunicados, titular do registo, acumulada ou não, em percentagem
devendo proceder a essa atualização no Balcão Único superior a 50 %.
Eletrónico no prazo máximo de 10 dias após a ocorrência
de qualquer alteração. 4 — O número anterior não se aplica em caso de sucessão.
4 — A cessação da exploração do estabelecimento de
alojamento local é comunicada através do Balcão Único Artigo 8.º
Eletrónico no prazo máximo de 10 dias após a sua ocor-
Vistoria
rência.
5 — O titular da exploração do estabelecimento de 1 — A câmara municipal territorialmente competente
alojamento local comunica às plataformas eletrónicas de realiza, no prazo de 30 dias após a apresentação da comu-
reservas, no prazo máximo de 10 dias, o cancelamento nicação prévia com prazo, uma vistoria para verificação
do registo e/ou a interdição temporária da exploração dos do cumprimento dos requisitos estabelecidos no presente
estabelecimentos de alojamento local. decreto-lei, sem prejuízo dos demais poderes de fiscali-
6 — As declarações ou termos de responsabilidade zação que legalmente lhe assistem.
assinados pelo titular da exploração do estabelecimento 2 — A câmara municipal pode solicitar ao Turismo de
de alojamento local que não correspondam à verdade são Portugal, I. P., a qualquer momento, a realização de vis-
puníveis nos termos do artigo 256.º do Código Penal. torias para a verificação do cumprimento do estabelecido
7 — A comunicação prévia com prazo à qual não no n.º 2 do artigo 2.º
haja oposição e as comunicações previstas nos n.os 3 e
4 são remetidas, automaticamente, para o Turismo de Artigo 9.º
Portugal, I. P..
8 — O titular da exploração do estabelecimento está Cancelamento do registo
dispensado da apresentação dos documentos previstos no
presente decreto-lei e que estejam na posse de qualquer 1 — O Presidente da Câmara Municipal territorialmente
serviço e organismo da Administração Pública, quando der competente pode determinar, precedido de audiência pré-
o seu consentimento para que a câmara municipal proceda via, o cancelamento do registo do respetivo estabeleci-
à sua obtenção através da Plataforma de Interoperabilidade mento nas seguintes condições:
da Administração Pública (iAP).
a) Quando exista qualquer desconformidade em relação
9 — Pode haver oposição à comunicação prévia com
a informação ou documento constante do registo;
prazo se, num prazo de 10 dias contados a partir da sua
apresentação ou num prazo de 20 dias no caso dos hos- b) No caso de instalação de novo alojamento local em
tels, o Presidente da Câmara Municipal territorialmente violação de áreas de contenção estabelecidas nos termos
competente, com faculdade de delegação nos vereadores do artigo 15.º-A, após a respetiva definição;
ou dirigentes, se oponha ao registo, com os fundamentos c) Por violação dos requisitos estabelecidos nos arti-
identificados de seguida: gos 11.º a 17.º
a) Incorreta instrução da comunicação prévia com 2 — No caso de a atividade de alojamento local ser
prazo; exercida numa fração autónoma de edifício ou parte de
b) Vigência do prazo resultante de cancelamento de prédio urbano suscetível de utilização independente, a
registo, nos termos do artigo 9.º; assembleia de condóminos, por decisão de mais de metade
c) Violação das restrições à instalação decididas pelo da permilagem do edifício, em deliberação fundamen-
município, nos termos do artigo 15.º-A, ou falta de auto- tada, decorrente da prática reiterada e comprovada de atos
rização de utilização adequada do edifício.
que perturbem a normal utilização do prédio, bem como
de atos que causem incómodo e afetem o descanso dos
10 — A oposição prevista no número anterior obsta à
atribuição do número de registo. condóminos, pode opor-se ao exercício da atividade de
alojamento local na referida fração, dando, para o efeito,
Artigo 7.º conhecimento da sua decisão ao Presidente da Câmara
Municipal territorialmente competente.
Título de abertura ao público 3 — O Presidente da Câmara Municipal territorialmente
1 — O documento emitido pelo Balcão Único Eletrónico competente, com faculdade de delegação nos vereadores,
dos serviços contendo o número de registo do estabeleci- decide sobre o pedido de cancelamento.
mento de alojamento local constitui o único título válido de 4 — O cancelamento do registo determina a imediata
abertura ao público e publicitação do estabelecimento. cessação da exploração do estabelecimento, sem prejuízo
2 — O número de registo do estabelecimento de alo- do direito de audiência prévia.
jamento local, nas modalidades de «moradia» e «apar- 5 — Nos casos em que o município verifique que o
tamento», localizado em áreas de contenção nos termos estabelecimento é explorado sem registo para o efeito
do artigo 15.º-A é pessoal e intransmissível ainda que na comunica o facto à Autoridade de Segurança Alimentar e
titularidade ou propriedade de pessoa coletiva. Económica (ASAE).
Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018 4307

6 — A cessação de exploração implica: 3 — Nas modalidades previstas nas alíneas a), b), c) e d)
do n.º 1 do artigo 3.º, cada unidade, se tiver condições de
a) O cancelamento do registo do estabelecimento, se a
habitabilidade adequadas, poderá comportar, no máximo,
este tiver havido lugar;
duas camas suplementares para crianças até aos 12 anos.
b) Quando esteja em causa o cancelamento nos termos
do n.º 2, a impossibilidade de o imóvel em questão ser 4 — É vedada a exploração, pelo mesmo proprietário
explorado como alojamento local, independentemente da ou titular de exploração, de mais de nove estabelecimentos
respetiva entidade, por um período fixado na decisão, num de alojamento local na modalidade de apartamento, por
máximo de 1 ano. edifício, se aquele número de estabelecimentos for superior
a 75 % do número de frações existentes no edifício.
7 — O cancelamento do registo deve ser imediatamente 5 — Se o número de estabelecimentos de alojamento
comunicado pela câmara municipal territorialmente com- local for superior a nove no mesmo edifício, o Turismo
petente ao Turismo de Portugal, I. P., e à ASAE, compe- de Portugal, I. P., pode, a qualquer momento, fazer uma
tindo ao primeiro proceder à comunicação às plataformas vistoria para efeitos de verificação do disposto no n.º 2
eletrónicas que disponibilizem, divulguem ou comercia- do artigo 2.º, sem prejuízo dos restantes procedimentos
lizem alojamento de que o registo do estabelecimento foi previstos no presente decreto-lei.
cancelado. 6 — Para o cálculo de exploração referido no n.º 2,
consideram-se os estabelecimentos de alojamento local
Artigo 10.º na modalidade de apartamento registados em nome do
Informação cônjuge, descendentes e ascendentes do proprietário ou do
titular de exploração e, bem assim, os registados em nome
1 — A informação remetida automaticamente ao Tu- de pessoas coletivas distintas em que haja sócios comuns.
rismo de Portugal, I. P., nos termos do n.º 2 do artigo 5.º 7 — As entidades públicas competentes garantem ao
e do artigo 6.º, designadamente o nome e a capacidade do titular de dados o exercício dos direitos de acesso, reti-
estabelecimento, o artigo matricial do prédio no qual se ficação e eliminação, bem como o dever de velar pela
encontra instalado o estabelecimento, o nome ou a firma e legalidade da consulta ou da comunicação de informação,
o número de identificação fiscal do declarante, e, se distinto nos termos e para os efeitos do artigo 11.º da Lei n.º 67/98,
do declarante, o nome ou a firma e o número de identifi- de 26 de outubro.
cação fiscal do titular da exploração do estabelecimento, é
enviada, semestralmente, pelo Turismo de Portugal, I. P., Artigo 12.º
à AT, nos termos definidos por protocolo a celebrar entre Requisitos gerais
estas entidades.
2 — Antes da celebração do protocolo referido no 1 — Os estabelecimentos de alojamento local devem
número anterior o seu conteúdo deve ser comunicado à obedecer aos seguintes requisitos:
Comissão Nacional de Proteção de Dados para efeitos de a) Apresentar adequadas condições de conservação e
emissão de parecer prévio. funcionamento das instalações e equipamentos;
3 — A câmara municipal territorialmente competente b) Estar ligados à rede pública de abastecimento de água
garante ao titular de dados o exercício dos direitos de ou dotados de um sistema privativo de abastecimento de
acesso, retificação e eliminação, bem como o dever de água com origem devidamente controlada;
velar pela legalidade da consulta ou da comunicação de c) Estar ligados à rede pública de esgotos ou dotados de
informação, nos termos e para os efeitos do artigo 11.º da fossas sépticas dimensionadas para a capacidade máxima
Lei n.º 67/98, de 26 de outubro. do estabelecimento;
4 — A troca de informação referida nos números ante- d) Estar dotados de água corrente quente e fria.
riores é efetuada via Plataforma de Interoperabilidade da
Administração Pública.
2 — As unidades de alojamento dos estabelecimentos
5 — O Turismo de Portugal, I. P., disponibiliza no seu
de alojamento local devem:
sítio na Internet informação sobre os estabelecimentos de
alojamento local. a) Ter uma janela ou sacada com comunicação direta
para o exterior que assegure as adequadas condições de
ventilação e arejamento;
CAPÍTULO III b) Estar dotadas de mobiliário, equipamento e utensílios
Requisitos adequados;
c) Dispor de um sistema que permita vedar a entrada
Artigo 11.º de luz exterior;
d) Dispor de portas equipadas com um sistema de
Capacidade segurança que assegure a privacidade dos utentes.
1 — A capacidade máxima dos estabelecimentos de
alojamento local, com exceção da modalidade de «quartos» 3 — As instalações sanitárias dos estabelecimentos de
e «hostel», é de nove quartos e de 30 utentes, sem prejuízo alojamento local devem dispor de um sistema de segurança
do disposto nos números seguintes. que garanta privacidade.
2 — Nas modalidades previstas nas alíneas a), b), c) e 4 — Os estabelecimentos de alojamento local devem
d) do n.º 1 do artigo 3.º, a capacidade máxima é determi- reunir sempre condições de higiene e limpeza.
nada pela multiplicação do número de quartos por dois, 5 — A regulamentação das condições para o funcio-
acrescida da possibilidade de acolhimento de mais dois namento e identificação de cada uma das modalidades
utentes na sala no caso das modalidades «apartamentos» de estabelecimentos de alojamento local, será feita por
e «moradias», nos termos dos indicadores do INE. portaria.
4308 Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018

6 — Os estabelecimentos de alojamento local são Artigo 15.º


obrigados a ter um livro de informações sobre o funcio- Estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços
namento do estabelecimento e respetivas regras de utili-
zação internas, nomeadamente incluindo as regras sobre Nos estabelecimentos de alojamento local referidos na
a recolha e seleção de resíduos urbanos, funcionamento alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º e desde que a autorização de
dos eletrodomésticos, ruído e cuidados a ter para evitar utilização o permita, podem instalar-se estabelecimentos
perturbações que causem incómodo e afetem a tranquili- comerciais e de prestação de serviços, incluindo os de
dade e o descanso da vizinhança, que deve conter também restauração e de bebidas, sem prejuízo do cumprimento
o contacto telefónico do responsável pela exploração do dos requisitos específicos previstos na demais legislação
estabelecimento. aplicável a estes estabelecimentos.
7 — O livro de informações a que se refere o número
anterior deve ser disponibilizado em português e inglês e, Artigo 15.º-A
pelo menos, em mais duas línguas estrangeiras.
Áreas de contenção
8 — No caso de os estabelecimentos estarem inseridos
em edifícios de habitação coletiva, o livro de informações 1 — Com o objetivo de preservar a realidade social
deve conter também o regulamento com as práticas e regras dos bairros e lugares, a câmara municipal territorialmente
do condomínio que sejam relevantes para o alojamento e competente, pode aprovar por regulamento e com delibe-
para a utilização das partes comuns. ração fundamentada, a existência de áreas de contenção,
9 — O responsável do estabelecimento deve disponibi- por freguesia, no todo ou em parte, para instalação de
lizar ao condomínio o seu contacto telefónico. novo alojamento local, podendo impor limites relativos
ao número de estabelecimentos de alojamento local nesse
Artigo 13.º território, que podem ter em conta limites percentuais em
Requisitos de segurança
proporção dos imóveis disponíveis para habitação.
2 — As áreas de contenção identificadas por cada mu-
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os nicípio são comunicadas ao Turismo de Portugal, I. P., que
estabelecimentos de alojamento local devem cumprir as introduz referência à limitação de novos registos nestas
regras de segurança contra riscos de incêndio, nos termos áreas no Balcão Único Eletrónico.
do disposto no Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de no- 3 — As áreas de contenção a que se refere o n.º 1
vembro, e do regulamento técnico constante da Portaria devem ser reavaliadas, no mínimo, de dois em dois anos
n.º 1532/2008, de 29 de dezembro, ambos na redação atual e comunicadas as respetivas conclusões ao Turismo de
2 — O disposto no número anterior não se aplica aos es- Portugal, I. P., para os efeitos do disposto nos números
tabelecimentos de alojamento local que tenham capacidade anteriores.
igual ou inferior a 10 utentes, os quais devem possuir: 4 — O Turismo de Portugal, I. P., e o Instituto da
a) Extintor e manta de incêndio acessíveis aos utilizadores; Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P., disponibilizam
b) Equipamento de primeiros socorros acessível aos anualmente dados desagregados sobre o número de esta-
utilizadores; belecimentos de alojamento local e de fogos de habitação
c) Indicação do número nacional de emergência (112) permanente.
em local visível aos utilizadores. 5 — A instalação de novos estabelecimentos de aloja-
mento local em áreas de contenção carece de autorização
3 — Correm por conta do titular do alojamento local as expressa da câmara que, em caso de deferimento, promove
despesas com obras que sejam realizadas nas partes comuns o respetivo registo.
para adaptar ou licenciar o locado para esse fim. 6 — Para evitar que a alteração das circunstâncias e
das condições de facto existentes possa comprometer a
Artigo 13.º-A eficácia do regulamento municipal a que se refere o n.º 1,
podem os municípios, por deliberação fundamentada da
Solidariedade e seguro de responsabilidade civil assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal,
1 — O titular da exploração de alojamento local é soli- suspender, por um máximo de um ano, a autorização de
dariamente responsável com os hóspedes relativamente aos novos registos em áreas especificamente delimitadas, até
danos provocados por estes no edifício em que se encontra à entrada em vigor do referido regulamento.
instalada a unidade. 7 — Nas áreas de contenção definidas nos termos do
2 — O titular da exploração de alojamento local deve presente artigo, o mesmo proprietário apenas pode explo-
celebrar e manter válido um seguro multirrisco de respon- rar um máximo de sete estabelecimentos de alojamento
sabilidade civil que o proteja dos seus ativos e reclamações local.
no âmbito da sua atividade turística, determinando a res-
ponsabilidade do titular da exploração do estabelecimento, CAPÍTULO IV
e que cubra riscos de incêndio e danos patrimoniais e não
patrimoniais causados a hóspedes e a terceiros, decorrentes Exploração e funcionamento
da atividade de prestação de serviços de alojamento.
3 — A falta de seguro válido é fundamento de cance- Artigo 16.º
lamento do registo. Titular da exploração do estabelecimento de alojamento local

Artigo 14.º 1 — Em todos os estabelecimentos de alojamento local


deve existir um titular da exploração do estabelecimento,
«Hostel»
a quem cabe o exercício da atividade de prestação de ser-
(Revogado.) viços de alojamento.
Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018 4309

2 — O titular da exploração do estabelecimento de alo- 5 — As normas de funcionamento e as regras de ruído


jamento local pode ser uma pessoa singular ou coletiva. aplicáveis ao estabelecimento devem ser devidamente
3 — Sem prejuízo de outras obrigações previstas no publicitadas pela entidade exploradora.
presente decreto-lei, o titular da exploração do estabeleci-
mento de alojamento local responde, independentemente Artigo 20.º
da existência de culpa, pelos danos causados aos destina-
Livro de reclamações
tários dos serviços ou a terceiros, decorrentes da atividade
de prestação de serviços de alojamento, em desrespeito ou 1 — Os estabelecimentos de alojamento local devem
violação do termo de responsabilidade referido na alínea b) dispor de livro de reclamações nos termos e condições
do n.º 2 do artigo 6.º estabelecidos no Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de se-
tembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007, de
Artigo 17.º 6 de novembro, 118/2009, de 19 de maio, 317/2009, de
Identificação e publicidade 30 de outubro, e 242/2012, de 7 de novembro, 74/2017,
de 21 de junho e 81-C/2017, de 7 de julho.
1 — Os estabelecimentos previstos no presente decreto- 2 — O original da folha de reclamação é enviado
-lei devem identificar-se como estabelecimentos de alo- à ASAE, nos termos previstos na legislação referida no
jamento local, não podendo, em caso algum, utilizar a número anterior.
qualificação de empreendimento turístico, ou de qualquer
tipologia de empreendimento turístico, nem qualquer sis-
Artigo 20.º-A
tema de classificação.
2 — A publicidade, a documentação comercial e o Contribuições para o condomínio
merchandising dos estabelecimentos de alojamento local
devem indicar o respetivo nome ou logótipo e número de O condomínio pode fixar o pagamento de uma contri-
registo, não podendo sugerir características que os esta- buição adicional correspondente às despesas decorrentes
belecimentos não possuam nem sugerir que os mesmos da utilização acrescida das partes comuns, com um limite
se integram num dos tipos de empreendimentos turísticos de 30 % do valor anual da quota respetiva, a deliberar nos
previstos no Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, na termos do artigo 1424.º do Código Civil.
sua redação atual.
3 — Apenas os estabelecimentos de hospedagem que CAPÍTULO V
reúnam os requisitos previstos nos n.os 5 e 6 do artigo 3.º
podem utilizar a denominação «hostel» no seu nome, pu- Fiscalização e sanções
blicidade, documentação comercial e merchandising.
4 — Os «estabelecimentos de hospedagem» e os «quar- Artigo 21.º
tos» podem usar comercialmente a designação de «Bed &
Fiscalização
breakfast» ou de «guest house».
1 — Compete à ASAE e à câmara municipal territorial-
Artigo 18.º mente competente fiscalizar o cumprimento do disposto
Placa identificativa no presente decreto-lei, bem como instruir os respetivos
processos e aplicar as respetivas coimas e sanções aces-
1 — Nos «hostels» é obrigatória a afixação, no exte- sórias.
rior do edifício, junto à entrada principal, de uma placa 2 — Compete à AT fiscalizar, nos termos da legislação
identificativa. em vigor, o cumprimento das obrigações fiscais decorren-
2 — Nas modalidades previstas nas alíneas b), c) e d) do tes da atividade exercida ao abrigo do presente decreto-lei,
n.º 1 do artigo 3.º, é obrigatória a afixação, junto à entrada nomeadamente através do uso da informação recebida nos
do estabelecimento, de uma placa identificativa. termos do artigo 10.º
3 — O modelo e as características das placas identifi- 3 — A ASAE pode solicitar ao Turismo de Portugal, I. P.,
cativas constam do anexo ao presente decreto-lei. a qualquer momento, a realização de vistorias para a ve-
rificação do cumprimento do estabelecido no n.º 2 do
Artigo 19.º
artigo 2.º, e para a verificação da atualização da listagem
Período de funcionamento de estabelecimentos de alojamento local para efeitos de
1 — Sem prejuízo de disposição legal ou contratual, os inscrição nas plataformas eletrónicas de reservas.
estabelecimentos de alojamento local podem estabelecer 4 — Se das vistorias referidas no presente decreto-lei
livremente os seus períodos de funcionamento. ou qualquer ação de fiscalização se concluir pelo incum-
2 — O período de funcionamento dos estabelecimentos primento do estabelecido no n.º 2 do artigo 2.º, o Turismo
de alojamento local previstos na alínea c) do n.º 1 do ar- de Portugal, I. P., fixa um prazo não inferior a 30 dias,
tigo 3.º deve ser devidamente publicitado, exceto quando prorrogável, para que o estabelecimento inicie o processo
o estabelecimento esteja aberto todos os dias do ano. de autorização de utilização para fins turísticos legalmente
3 — O acesso e permanência no estabelecimento de exigido.
alojamento local é reservado a hóspedes e respetivos con- 5 — Findo o prazo fixado nos termos do número ante-
vidados. rior sem que o estabelecimento tenha iniciado o processo
4 — A entidade exploradora pode recusar o acesso ao de autorização de utilização para fins turísticos, o Turismo
estabelecimento a quem perturbe o seu normal funcio- de Portugal, I. P., informa a ASAE para os fins previstos
namento e/ou desrespeite a ordem pública, incumprindo no artigo 28.º, a câmara municipal territorialmente com-
regras de urbanidade, funcionamento e ruído, aplicáveis. petente e a AT.
4310 Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018

Artigo 22.º Artigo 25.º


Infrações tributárias Negligência e tentativa
O não cumprimento das obrigações fiscais decorren- 1 — A negligência é punível, sendo os limites mínimos
tes da atividade exercida ao abrigo do presente decreto- e máximos das coimas reduzidos para metade.
-lei constitui infração tributária, nos termos previstos no 2 — A tentativa é punível com a coima aplicável à con-
Regime Geral das Infrações Tributárias, aprovado pela Lei traordenação consumada, especialmente atenuada.
n.º 15/2001, de 5 de junho.
Artigo 26.º
Artigo 23.º
Regime subsidiário
Contraordenações
Às contraordenações previstas no presente decreto-lei
1 — Constituem contraordenações: aplica-se o regime geral do ilícito de mera ordenação social,
a) A oferta, disponibilização, publicidade e intermedia- constante do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro,
ção de estabelecimentos de alojamento local não registados alterado pelos Decretos-Leis n.os 356/89, de 17 de outubro,
ou com registos desatualizados; 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de dezembro,
b) A oferta, disponibilização, publicidade e intermedia- e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro.
ção de estabelecimentos de alojamento local em violação,
desrespeito ou incumprimento: Artigo 27.º
i) Do contrato de arrendamento; Produto das coimas
ii) Da autorização de exploração; O produto das coimas aplicadas reverte:
c) A prática de atos de angariação de clientela para a) 60 % para o Estado;
estabelecimentos de alojamento local não registados ou b) 40 % para a entidade fiscalizadora.
com registos desatualizados;
d) A violação do disposto no n.º 4 do artigo 4.º Artigo 28.º
e) A violação do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 6.º; Interdição de exploração
f) A violação do disposto nos n.os 1, 3 e 4 do artigo 11.º;
g) O não cumprimento pelo estabelecimento de aloja- A ASAE e a câmara municipal territorialmente com-
mento local dos requisitos previstos nos artigos 12.º a 14.º; petente podem determinar a interdição temporária da
h) A violação das regras de identificação e publicidade, exploração dos estabelecimentos de alojamento local, na
nos termos previstos no artigo 17.º; sua totalidade ou em parte, nos termos do n.º 5 do artigo 21.º
i) A não afixação no exterior da placa identificativa tal ou quando a falta de cumprimento das disposições legais
como previsto no artigo 18.º; aplicáveis puser em causa a segurança dos utilizadores ou
j) A não publicitação do período de funcionamento tal a saúde pública, sem prejuízo das competências atribuídas
como previsto no artigo 19.º; por lei a outras entidades.
k) A violação do disposto no n.º 4 do artigo 33.º
CAPÍTULO VI
2 — As contraordenações previstas nas alíneas a) a c) Disposições finais e transitórias
e nas alíneas e) e f) do número anterior são punidas com
coima de € 2500 a € 4000 no caso de pessoa singular, e de
Artigo 29.º
€ 25 000 a € 40 000, no caso de pessoa coletiva.
3 — As contraordenações previstas nas alíneas d) e g) Alteração ao Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março
do n.º 1 são punidas com coima de € 125 a € 3250, no
Os artigos 67.º, 70.º e 73.º do Decreto-Lei n.º 39/2008,
caso de pessoa singular, e de € 1250 a € 32 500, no caso
de 7 de março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 228/2009,
de pessoa coletiva.
de 14 de setembro, 15/2014, de 23 de janeiro, 128/2014,
4 — As contraordenações previstas nas alíneas h) a k)
de 29 de agosto, 186/2015, de 13 de setembro, e 80/2017,
do n.º 1 são punidas com coima de € 50 a € 750, no caso
de 30 de junho, passam a ter a seguinte redação:
de pessoa singular, e de € 250 a € 7500, no caso de pessoa
coletiva. «Artigo 67.º
Artigo 24.º [...]
Sanções acessórias
1— .....................................
Em função da gravidade e da culpa do agente, podem
a) A oferta de serviços de alojamento turístico sem
ser aplicadas as seguintes sanções acessórias:
título válido de abertura;
a) Apreensão do material através do qual se praticou b) (Revogada.)
a infração; c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) Suspensão, por um período até dois anos, do exercí- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cio da atividade diretamente relacionada com a infração e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
praticada; f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Encerramento, pelo prazo máximo de dois anos, do g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
estabelecimento ou das instalações onde estejam a ser pres- h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tados serviços de alojamento, de angariação de clientela ou i) A não afixação ou a afixação fora de prazo, no
de intermediação de estabelecimentos de alojamento local. exterior, da placa identificativa da classificação do em-
Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018 4311

preendimento turístico, tal como previsto nos n.os 7 e b) A oferta e reserva de serviços em empreendimentos
8 do artigo 36.º; turísticos sem título válido de abertura, e em estabeleci-
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mentos de alojamento local não registados, bem como
k) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a intermediação na venda de produtos de agentes de
l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . animação turística não registados.
m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
o) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4— .....................................
p) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5— .....................................
q) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6— . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .»
r) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 31.º
t) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sistema informático
u) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
v) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — A tramitação dos procedimentos e formalidades
x) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . previstos no presente decreto-lei é realizada informatica-
z) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mente com recurso ao Balcão Único Eletrónico previsto
aa) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nos artigos 5.º e 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26
bb) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de julho, na redação atual, acessível através do Balcão
cc) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Único Eletrónico e nos sítios na Internet do Turismo de
dd) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Portugal, I. P..
2 — (Revogado.)
2— ..................................... 3 — (Revogado.)
3— ..................................... 4 — (Revogado.)
4— ..................................... 5 — (Revogado.)
5— ..................................... 6 — (Revogado.)
7 — (Revogado.)
Artigo 70.º Artigo 32.º
[...] Regiões Autónomas
1— .................................... : 1 — O regime previsto no presente decreto-lei é aplicá-
a) À ASAE relativamente aos empreendimentos turís- vel às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem
ticos referidos nas alíneas a) a f) do n.º 1 do artigo 4.º; prejuízo das adaptações decorrentes da estrutura própria
b) Às câmaras municipais, relativamente aos em- da administração regional autónoma.
preendimentos turísticos referidos na alínea g) do n.º 1 2 — O produto das coimas cobradas nas Regiões Autó-
do artigo 4.º nomas no âmbito da aplicação do presente decreto-lei, na
percentagem correspondente ao Estado, constitui receita
2— ..................................... própria das Regiões Autónomas.

Artigo 73.º Artigo 33.º


[...] Disposições transitórias

A ASAE é competente para determinar a interdição 1 — O número de registo do alojamento local previsto
temporária do funcionamento dos empreendimentos no n.º 2 do artigo 5.º é disponibilizado pelo Balcão Único
turísticos, na sua totalidade ou em parte, quando a falta Eletrónico no prazo de 30 dias após a entrada em vigor do
de cumprimento das disposições legais aplicáveis pu- presente decreto-lei.
ser em causa a segurança dos utilizadores ou a saúde 2 — No caso dos estabelecimentos de alojamento local
pública, sem prejuízo das competências atribuídas por registados à data da entrada em vigor do presente decreto-
lei a outras entidades.» -lei, nos termos da Portaria n.º 517/2008, de 25 de junho,
alterada pela Portaria n.º 138/2012, de 14 de maio, as câ-
Artigo 30.º maras municipais territorialmente competentes ficam res-
ponsáveis pela inserção dos dados necessários no Balcão
Alteração ao Decreto-Lei n.º 61/2011, de 6 de maio Único Eletrónico e pela disponibilização aos respetivos
O artigo 40.º do Decreto-Lei n.º 61/2011, de 6 de titulares de um novo número de registo.
maio, alterado pelos Decretos-Leis n.os 199/2012, de 24 3 — Até à disponibilização do novo número de registo os
de agosto, e 26/2014, de 14 de fevereiro, passa a ter a estabelecimentos de alojamento local referidos no número
seguinte redação: anterior estão dispensados da obrigação de indicação do
número de registo na sua publicidade, sem prejuízo do
cumprimento das restantes obrigações previstas no n.º 2
«Artigo 40.º
do artigo 17.º
[...] 4 — Os titulares dos estabelecimentos de alojamento
1— ..................................... local referidos no n.º 2, que ainda não o tenham feito,
2— ..................................... devem, no prazo de 30 dias após a entrada em vigor do
presente decreto-lei, apresentar a documentação prevista na
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . alínea e) do n.º 2 do artigo 6.º, junto da câmara municipal
4312 Diário da República, 1.ª série — N.º 161 — 22 de agosto de 2018

territorialmente competente, que a remete ao Turismo de REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA


Portugal, I. P., para os efeitos previstos no artigo 10.º, não
lhes sendo aplicáveis os restantes requisitos previstos nos Assembleia Legislativa
n.os 1 e 2 do artigo 6.º
5 — Os requisitos previstos no artigo 11.º não se apli-
cam aos estabelecimentos de alojamento local referidos Decreto Legislativo Regional n.º 18/2018/M
no n.º 2, bem como àqueles que venham a registar-se nos
termos do n.º 4 do artigo 75.º do Decreto-Lei n.º 39/2008, Procede à alteração do Plano de Desenvolvimento Económico e
de 7 de março, na sua redação atual. Social Regional para o período 2014-2020 designado «Com-
6 — Os estabelecimentos de alojamento local referidos promisso Madeira@2020», aprovado pelo Decreto Legislativo
no n.º 2 que utilizem já a denominação «hostel» dispõem Regional n.º 2/2014/M, de 10 de abril.
do prazo de cinco anos, a contar da data da entrada em Nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do ar-
vigor do presente decreto-lei, para se conformarem com tigo 36.º do Estatuto Político-Administrativo da Região
os requisitos previstos no artigo 14.º Autónoma da Madeira, compete à Assembleia Legislativa
7 — O presente decreto-lei aplica-se aos procedimentos
Regional da Madeira aprovar o Plano de Desenvolvimento
em curso, sem prejuízo da salvaguarda dos atos praticados
Económico e Social Regional (PDES).
antes da sua entrada em vigor no âmbito de pedidos de
controlo prévio apresentados nas autarquias para poste- A 10 de abril de 2014, foi publicado o Decreto Legis-
rior exploração de um imóvel no regime do alojamento lativo Regional n.º 2/2014/M, de 10 de abril, que aprovou
local. o PDES para o período 2014-2020, designado «Compro-
misso Madeira@2020».
Artigo 34.º Em sede de parecer sobre a Conta da Região Autó-
Norma revogatória noma da Madeira de 2014, o Tribunal de Contas, pela sua
secção regional, recomendou que fosse efetuada quanti-
1 — São revogados o artigo 3.º, a alínea d) do n.º 2 do ficação do investimento previsto no PDES para o período
artigo 22.º e a alínea b) do n.º 1 do artigo 67.º, todos do 2014-2020, tal como aprovado pelo Decreto Legislativo
Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, na sua redação Regional atrás mencionado, em obediência ao disposto
atual. na alínea e) do n.º 1 do artigo 5.º do Decreto Legislativo
2 — É revogada a Portaria n.º 517/2008, de 25 de junho, Regional n.º 26/2003/M, de 23 de agosto.
alterada pela Portaria n.º 138/2012, de 14 de maio. A recomendação referida é pertinente e merece acolhi-
mento legislativo, o que implica um aditamento ao texto do
Artigo 35.º próprio PDES, publicado em anexo ao Decreto Legislativo
Entrada em vigor Regional n.º 2/2014/M, de 10 de abril.
Assim:
O presente decreto-lei entra em vigor 90 dias após a A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da
sua publicação. Madeira decreta, ao abrigo do disposto na alínea a) do
ANEXO n.º 1 do artigo 227.º e n.º 1 do artigo 232.º da Cons-
tituição da República Portuguesa, na alínea b) do n.º 1
(a que se refere o n.º 3 do artigo 18.º) do artigo 36.º e n.º 1 do artigo 41.º, ambos do Estatuto
A placa identificativa dos estabelecimentos de aloja- Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira,
mento local é de material acrílico cristal transparente, aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 de junho, e revisto pela
extrudido e polido, com 10 mm de espessura, devendo Lei n.º 130/99, de 21 de agosto, e pela Lei n.º 12/2000, de
observar as seguintes características: 21 de junho, o seguinte:
a) Dimensão de 200 mm × 200 mm;
b) Tipo de letra Arial 200, de cor azul escura (pan- Artigo 1.º
tone 280); Objeto
c) Aplicação com a distância de 50 mm da parede, atra-
vés de parafusos de aço inox em cada canto, com 8 mm É aditado ao Plano de Desenvolvimento Económico e
de diâmetro e 60 mm de comprimento. Social para o período 2014-2020, designado «Compro-
misso Madeira@2020», aprovado em anexo ao Decreto Le-
Modelo da Placa Identificativa gislativo Regional n.º 2/2014/M, de 10 de abril, o ponto 5
com a seguinte redação:

«5 — Plano de Financiamento 2014-2020

A concretização da estratégia de desenvolvimento


para Região Autónoma da Madeira para o período
2014-2020 exige, a par de uma atenta monitorização
política e técnica dos resultados alcançados, a mobili-
zação de importantes recursos humanos, organizativos
e materiais por parte quer das autoridades públicas da
Região, designadamente dos órgãos e serviços da ad-
ministração regional direta e indireta, quer dos agentes
(Alojamento Local) privados que intervêm e nalguns casos protagonizam o
111575179 processo de desenvolvimento regional.

Você também pode gostar