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Nietzsche em _ Da utilidade e desvantagem da história para vida _ discursa no

parágrafo primeiro acerca da felicidade. Para ele nenhum filósofo tem mais razão do
que o cínico, que é o símbolo de pessoa livre; alguém que não se importa; aquele que se
sente feliz como um animal livre na natureza . desse modo ,
Nietzsche em _ Da utilidade e desvantagem da história para vida _ inicia no
parágrafo primeiro seu discurso falando acerca da felicidade. Utilizando-se de um
paradoxo, afirma que nenhum filósofo tem mais razão do que o cínico], o mesmo
entendido como pessoa debochada, pessoa livre; alguém que não se importa; aquele que
se sente feliz como um animal livre na natureza. O sujeito cínico age a-historicamente;
age de acordo com a [desrazão] em um sentido de não estar vivendo, ou seja, concordando
com a razão hegemônica predominante.
Deste modo, para Nietzsche a felicidade é algo simples e não interrupta como em
um instante de gozo (também em um sentido amplo), um imenso prazer ou rasteiramente
falando um inexplicável sentir “satisfeito”. A felicidade para o autor também está
diretamente ligada ao bom humor, já que uma pessoa bem humorada é considerada uma
pessoa feliz, então podemos considerar essa pessoa como alguém que foi capaz de realizar
os seus anseios.
Já alguém mal humorado normalmente é tido como pessoa infeliz, e se infelicidade
tivesse um sabor certamente seria o amargo. Tal indivíduo pode ser representado como
alguém que se reprime constantemente, não conseguem esquecer e superar o tempo
passado. Agora, neste ponto, felicidade e história se encontram de uma forma não muito
agradável – podemos dizer [um encontro um tanto negativo], pois Nietzsche diz: quem
não é capaz de manter-se sobre um ponto como uma deusa de vitória, sem vertigem e
medo nunca saberá o que é felicidade e, pior ainda, nunca fará algo que torne outros
felizes.
Indivíduos incapazes de superar o passado e que vivem remoendo o mesmo, terão
grande dificuldade de ser feliz. Para o autor, o homem histórico o qual trata o passado
como um concreto e real no sentido de ainda existir é um homem infeliz. O homem
histórico é possuidor de um passado determinista, tem inclusive uma formula, a seguinte:
o estudo da história/passado serve para entender o presente e imaginar um futuro. Ora,
como pode um acontecimento que passou e não mais existente ainda interferir
diretamente no tempo presente? Isso só seria possível se o homem histórico tivesse
assassinado Heráclito e o devir não existisse.
Por isso, Nietzsche diz que todo agir requer esquecimento: assim como a vida de
tudo o que é orgânico requer não somente luz, mas também escuro. Com isso, podemos
entender que o homem histórico não precisa viver exclusivamente do passado/ou da
história, mas especialmente do aqui e do agora; viver o tempo presente; viver o presente
com vontade de potência, vivê-lo a-historicamente.

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