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Ausência do dízimo nos escritos dos chamados pais da Igreja.

Nos escritos dos


pais da Igreja e dos apologistas cristãos, praticamente não encontramos nada
sobre ele. Eles falaram apenas acerca de ofertas. Alguns até falaram contra o
dízimo.

∙ Entre o I e o II século da era cristã, surgiu o Didaquê (Instrução dos Doze


Apóstolos) falando de instrução moral, da liturgia, da disciplina e dos ofícios
eclesiásticos, além de uma exortação sobre a volta de Jesus e a ressurreição dos
mortos. Nele não encontramos nada a favor da prática do dízimo. [27]
∙ Para Irineu (Século II) era coisa da lei que não deve ser requerido dos cristãos.
(Haer. 4, 18, 2). [28], [29]
∙ Hipólito, em sua obra Tradições Apostólicas do século III, em 215, deixou uma
série de instruções para a Igreja, mas não disse nada sobre o dízimo. [30]
∙ Orígenes (Século III) considerava o mesmo como algo ultrapassado. ((In Num.
Hom. 11). [31], [32]
∙ Cipriano (século III) tentou implantar essa prática em Cartago, no norte da África.
Mas não foi avante. Suas idéias foram desprezadas. Esse acabou entregando os
seus bens aos pobres. [33], [34]
∙ No século IV, alguns se manifestaram a favor do dízimo para o sustento do clero,
como o bispo Agostinho de Hipona e o autor de “Constituições Apostólicas”, mas
também não se concretizou. [35], [36]

Século I
Século II
Século III
Século IV
Sem dízimo
Sem dízimo
Sem dízimo
Sem dízimo

O dízimo medieval. A partir do século V, a prática do dízimo foi resgatada, embora


não exatamente como era no Antigo Testamento.

∙ No século V, alguns cristãos piedosos pagavam o dízimo. [37]


∙ No século VI, logo depois do início da Idade Média, no Sínodo de Tours, no
território onde hoje é a França, em 567, o dízimo se tornou obrigatório na região.
[38]
∙ Logo em seguida, no Sínodo de Macon, também na mesma região, em 585, ficou
decidido que os cristãos deveriam pagar o dízimo sob pena de excomunhão. [39]
∙ Em 785, na Europa, Carlos Magno, o rei dos francos, através de um decreto,
instituiu o dízimo como uma lei civil para o sustento da Igreja Católica. [40], [41]
∙ Na época do feudalismo, ele foi utilizado também pelos senhores feudais. [42]
∙ Com a Reforma protestante no século XVI, em muitos países, o dízimo continuou
sendo cobrado.
Século V e VI
Século XVI
Séculos seguintes
Origem do dízimo medieval na Igreja Católica.
Com a Reforma protestante, muitas coisas mudaram, mas a cobrança de dízimo
permaneceu.
Surgiram milhares de novas igrejas mantendo o dízimo medieval.

Essa prática acabou virando doutrinas de muitas igrejas protestantes e


evangélicas. Todavia, o dízimo praticado nas igrejas é o dízimo medieval. Não tem
nada a ver com o dízimo da Bíblia. Na Bíblia, no Antigo Testamento, buscaram
apenas alguns pontos interessantes e possíveis como: a porcentagem de dez por
cento, as promessas de bênçãos relacionadas ao seu pagamento, as exortações de
Malaquias 3.8-12, que mesmo não sendo para a igreja, mas para o hebreus do
século VI antes de Cristo, se tornou a ferramenta preferida para ameaçar
psicologicamente as pessoas. [43] Do Novo Testamento, usam Mateus 23.23 e
Lucas 11.42, não deixando as pessoas perceberem que Jesus, nesses versos, não
falava com seus discípulos, mas com os fariseus. [44] Assim, muitas igrejas
praticam o dízimo medieval, que não tem nada a ver com o dízimo de Moisés e que
nunca foi determinado por Jesus.

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