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1. Introdução
A evapotranspiração é a forma pela qual a água da superfície terrestre passa para a
atmosfera no estado de vapor, tendo papel importantíssimo no Ciclo Hidrológico em
termos globais. Esse processo envolve a evaporação da água de superfícies de água livre
(rios, lagos, represas, oceano, etc.), dos solos e da vegetação úmida (que foi interceptada
durante uma chuva) e a transpiração dos vegetais [Sentelhas e Angelocci 2017]. A
Evapotranspiração Potencial (ETP) é um fator crucial a ser considerado para o plantio,
uma vez calculada, é possível estipular a demanda de água para a plantação em
determinados períodos do ano. Porém, o leque de aplicações capazes de efetuar o
cálculo é bastante pequeno, e as opções de metodologias ainda menores, sendo
necessário calcular através de planilhas eletrônicas, o que torna o processo lento e
desgastante.
Na Literatura foi encontrado apenas um software que realiza o cálculo da ETP
pelos métodos Priestley-Taylor e Penman-Monteith [Ferreira e Faria 2000], porém neste
software não é possível realizar o cálculo simultaneamente, sendo necessário selecionar
o método desejado, diferentemente do proposto neste trabalho.
Neste trabalho desenvolveu-se um software capaz de calcular a
evapotranspiração de forma ágil e prática, considerando três métodos, sendo possível
comparar os métodos entre si, além de realizar comparações entre diferentes locais. Um
dos objetivos foi consolidar uma base de dados forte o suficiente para servir de fonte de
informação para projetos futuros. De forma geral, o intuito deste trabalho foi
desenvolver um software gratuito e acessível para calcular a evapotranspiração potencial
pelos métodos de Priestley-Taylor, Penman-Monteith e Thornthwaite.
Este projeto foi desenvolvido utilizando o padrão MVC, cujo objetivo é separar
nitidamente as lógicas de negócio (model), interface de gráfica (view) e a aplicação
(controller). Desta forma, a aplicação pode ser migrada para diferentes plataformas
(web, mobile, etc.) sem a necessidade de alterar as lógicas de negócio e a aplicação
[Almeida 2016].
A escolha das metodologias acima foi feita com base na disponibilidade de
dados meteorológicos. Os dados foram cedidos pela Estação Agroclimatológica de
Pelotas. Baseado na proposta do projeto, o programa foi desenvolvido utilizando a
linguagem de programação Java, devido a sua grande portabilidade entre sistemas, ser
gratuito e a possibilidade de utilizar bibliotecas externas, e o banco de dados MySQL,
por ser um software gratuito para desenvolvimentos não comerciais.
Os dados meteorológicos necessários para calcular a evapotranspiração por esses
três métodos são: umidade relativa, precipitação pluviométrica, radiação solar,
insolação, temperatura máxima, temperatura mínima e velocidade média do vento em 2
metros de altura.
2. Metodologia e Desenvolvimento
Na seção 2.1 apresentam-se as metodologias propostas e a fonte de dados utilizados para
o cálculo da evapotranspiração potencial, tal como uma explanação breve das equações.
Na seção 2.2 aborda-se o desenvolvimento da aplicação.
Es= (7)
2
17,27∗T max
EsT =0,6108∗e
max
(8)
247,3+T max
17,27∗T min
EsT =0,6108∗e
min
(9)
247,3+T min
Ea : Pressão parcial de vapor (kPa) .
( UR∗Es)
E a= (10)
100
( 4098∗Es)
S= 2 (11)
(T +237,2)
2.2.3. Thornthwaite: Para se calcular a ETp pelo método de Thornthwaite é necessário
primeiro calcular a padrão (ETp,mm/mês) pela fórmula empírica. Este método
correlaciona precipitação e escoamento com a variável de temperatura, que possibilita a
estimativa da evapotranspiração [Pereira, Angelocci e Sentelhas 2002].
( )
a
10∗Tn
ETp=16∗ 0<Tn<26,5 ºC (12)
I
ETp=−415,85+32,24∗Tn−0,43∗Tn2 Tn≥ 26,5 ºC (13)
Sendo:
Tn : Temperatura média do mês n em °C.
I : Índice que expressa o nível de calor disponível na região. O valor de I depende do
ritmo anual de temperatura, ou seja, integra-se o efeito térmico de cada mês.
a : também é um índice térmico regional.
12
I =∑ ( 0,2∗Tn)1,514 (14)
n=1
5ºN 1,02 0,93 1,03 1,02 1,06 1,03 1,06 1,05 1,01 1,03 0,99 1,02
0º 1,04 1,04 1,04 1,01 1,04 1,01 1,04 1,04 1,01 1,04 1,01 1,04
5º S 1,06 0,95 1,04 1,00 1,02 0,99 1,02 1,03 1,00 1,05 1,03 1,06
10º 1,08 0,97 1,05 0,99 1,01 0,96 1,00 1,01 1,00 1,06 1,05 1,10
15º 1,12 0,98 1,05 0,98 0,98 0,94 0,97 1,00 1,00 1,07 1,07 1,12
20º 1,14 1,00 1,05 0,97 0,96 0,91 0,95 0,99 1,00 1,08 1,09 1,15
22º 1,14 1,00 1,05 0,97 0,95 0,90 0,94 0,99 1,00 1,09 1,10 1,16
23º 1,15 1,00 1,05 0,97 0,95 0,89 0,94 0,98 1,00 1,09 1,10 1,17
24º 1,16 1,01 1,05 0,96 0,94 0,89 0,93 0,98 1,00 1,10 1,11 1,17
25º 1,17 1,01 1,05 0,96 0,94 0,88 0,93 0,98 1,00 1,10 1,11 1,18
26º 1,17 1,01 1,05 0,96 0,94 0,87 0,92 0,98 1,00 1,10 1,11 1,18
27º 1,18 1,02 1,05 0,96 0,93 0,87 0,92 0,97 1,00 1,11 1,12 1,19
28º 1,19 1,02 1,06 0,95 0,93 0,86 0,91 0,97 1,00 1,11 1,13 1,20
29º 1,19 1,03 1,06 0,95 0,92 0,86 0,90 0,96 1,00 1,12 1,13 1,20
30º 1,20 1,03 1,06 0,95 0,92 0,85 0,90 0,96 1,00 1,12 1,14 1,21
31º 1,20 1,03 1,06 0,95 0,91 0,84 0,89 0,96 1,00 1,12 1,14 1,22
32º 1,21 1,03 1,06 0,95 0,91 0,84 0,89 0,95 1,00 1,12 1,15 1,23
33º 1,22 1,04 1,06 0,94 0,90 0,83 0,88 0,95 1,00 1,13 1,16 1,23
34º 1,22 1,04 1,06 0,94 0,89 0,82 0,87 0,94 1,00 1,13 1,16 1,24
35º 1,23 1,04 1,06 0,94 0,89 0,82 0,87 0,94 1,00 1,13 1,17 1,25
3. Tecnologias utilizadas
Nesta seção serão apresentadas as tecnologias utilizadas para desenvolvimento do
software. Na seção 3.1 será apresentada a Linguagem JAVA e o diagrama de classes
resumido. Na seção 3.2 será abordado o banco de dados e por fim, na seção 3.3 a
biblioteca para gerar gráficos JfreeChart.
3.1. Java
É uma linguagem de programação Orientada a Objetos, gratuita, de fácil aprendizado,
multi-plataforma, robusta e com uma grande comunidade [Steet Directory 2017]. A
orientação a objetos é baseada no uso de classes, que por sua vez são formas abstratas de
representar objetos do mundo real [Ricarte 2014]. Na imagem a seguir, apresenta-se
parte da modelagem de classes utilizadas no desenvolvimento do projeto. Para que fosse
de mais fácil compreensão, partes da modelagem foram ocultadas. Este diagrama
apresenta a relação entre entidades do sistema para explicar as suas ações.
Figura 1. Diagrama de Classe
3.3. JfreeChart
É uma biblioteca gratuita para aplicações Java, capaz de gerar diversos tipos de gráficos
e gráficos combinacionais [Gilbert 2017]. Ademais, os gráficos gerados através desta
biblioteca possuem diversas funcionalidades propícias para a aplicação em questão. A
interatividade dos gráficos gerados permite ao usuário controlar cores, aumentar e
diminuir o zoom. Também há a possibilidade que o usuário salve as informações em
formato PDF, extensões de imagem e realizar a impressão do gráfico.
A escolha desta biblioteca foi devido à necessidade do usuário final, com a ideia
de que o usuário não fique preso a aplicação toda vez que precisar reproduzir o gráfico.
Além disso, a diversidade de alterações visuais e de opções de manuseio permite que o
gráfico se adéque as necessidades do usuário.
Figura 3. Modelo de aplicação com JfreeChart
4. Resultados
Nesta sessão será apresentada as telas do software e os resultados do cálculo da
evapotranspiração. Para os resultados serão avaliados os valores por cada metodologia.
A aplicação pode ser vista com mais detalhes nas figuras abaixo. Cada tela terá sua
função devidamente explicada, para melhor entendimento.
Na Figura 4, apresenta-se a tela de login. Durante o desenvolvimento do projeto
notou-se a necessidade de possuir um filtro de usuários, visto que todos os usuários
podem acrescentar dados, podendo prejudicar a integridade dos resultados.
Após inserir login e senha, o usuário é transportado para a tela principal (Figura
5). Nesta tela é possível abrir as telas de “novo registro”, “novo usuário”, “alterar
usuário”, “passo a passo” e “sobre”. Também é possível selecionar as cidades para
apresentação do gráfico, podendo apresentar um gráfico simples (apenas uma cidade) ou
comparativo.
6. Referencias
Almeida, R. R. Model-View-Controller Disponível em: <http://www.dsc.ufcg.edu.br/
~jacques/cursos/map/html/arqu/mvc/mvc.htm>. Acessado em Fevereiro/2017.
Ferreira, A. R.; Faria, R. T. Programa computacional para cálculo da evapotranspiração
potencial. Congresso e Mostra de Agroinformática, Ponta Grossa, out. 2000.
Disponível em: <http://infoagro2000.deinfo.uepg.br/artigos/pdf/info_089.pdf>.
Acessado em Março/2017.
Gilbert. D. The JFreeChart Class Library - Disponível em: <http://ktipsntricks.
com/data/ebooks/java/jfreechart-0.9.1-US-v1.pdf>. Acessado em Fevereiro/2017.
Oracle. Thread – Disponível em: <https://docs.oracle.com/javase/7/docs/api/java/
lan/Thread.html>. Acessado em Fevereiro/2017.
Oracle. Por que MySQL? - Disponível em: <http://www.oracle.com/br/
products/mysql/index.html>. Acessado em Setembro/2017.
Pereira, A. R; Angelocci, L. R.; Sentelhas, P.C. Agrometeorologia: Fundamentos e
aplicações práticas. Guaiba – RS – Brasil: Editora agropecuária, 2002.
Ricarte. I. L. M. O que é Classe? Disponível em: <http://www.iemss.org/sites/
iemss2014/papers/iemss2014_submission_146.pdf>. Acessado em Setembro/2017.
Sentelhas, P. C.; Angelocci, L. R. Climatológico Normal e Sequencial, de Cultura e para
Manejo da Irrigação, em: <http://www.lce.esalq.usp.br/aulas/lce306/ Aula9.pdf>.
Acessado em Junho/2017.
Steet Directory. Most Significant Advantages of Java Language Disponível em:
<http://www.streetdirectory.com/travel_guide/114362/programming/most_significan
tadvantages_of_java_language.html>. Acessado em Fevereiro/2017.