Abraão era a décima geração de Noé mediante Sem, e nasceu 352 anos após o Dilúvio,
em 2018 AEC. Embora seja alistado primeiro entre os três filhos de Tera, em Gênesis
11:26, Abraão não era o primogênito. As Escrituras mostram que Tera tinha 70 anos
quando nasceu seu primeiro filho, e que Abraão nasceu 60 anos depois, quando seu pai,
Tera, tinha 130 anos. (Gên 11:32; 12:4) Evidentemente, Abraão é alistado primeiro entre
os filhos de seu pai devido à sua notável fidelidade e proeminência nas Escrituras, prática
seguida no caso de vários outros notáveis homens de fé, tais como Sem e Isaque. — Gên
5:32; 11:10; 1Cr 1:28.
Abraão era natural da cidade caldéia de Ur, próspera metrópole situada na terra de
Sinear, perto da atual confluência dos rios Eufrates e Tigre. Estava situada a cerca de 240
km a SE da outrora cidade real de Ninrode, Babel ou Babilônia, tão notória por sua
inacabada Torre de Babel.
No tempo de Abraão, a cidade de Ur estava mergulhada na idolatria babilônica e na
adoração de seu deus-lua padroeiro, Sin. (Jos 24:2, 14, 15) Todavia, Abraão mostrou ser
homem de fé em Deus, assim como seus antepassados, Sem e Noé; e, em consequência,
granjeou a reputação de “pai de todos os que têm fé enquanto na incircuncisão”. (Ro
4:11) Visto que a verdadeira fé se baseia em conhecimento exato, Abraão talvez
obtivesse seu entendimento pela associação pessoal com Sem (suas vidas coincidiram
durante 150 anos). Abraão conhecia e usava o Nome de Divino; para citá-lo: “Yehowah,
o Deus Altíssimo, Produtor do céu e da terra”, “Yehowah, o Deus dos céus e o Deus da
terra”. — Gên 14:22; 24:3.
Enquanto Abraão ainda vivia em Ur, “antes de fixar residência em Harã”, Yehowah
ordenou que se mudasse para uma terra estranha, deixando para trás amigos e
parentes. (At 7:2-4; Gên 15:7; Ne 9:7) Lá naquele país que Ele mostraria a Abraão, Deus
disse que faria dele uma grande nação. Nessa época, Abraão era casado com sua meia-
irmã, Sara, mas não tinham filhos e ambos já eram idosos. Assim, era preciso grande fé
para obedecer, mas ele deveras obedeceu.
Tera, então com cerca de 200 anos e ainda o chefe patriarcal da família, concordou em
acompanhar Abraão e Sara nesta longa jornada, e é por este motivo que se atribui a
Tera, como pai, a mudança em direção a Canaã. (Gên 11:31) Parece que o órfão Ló,
sobrinho de Abraão, fora adotado por seu tio e sua tia sem filhos, e, assim acompanhou-
os. A caravana se moveu em direção ao noroeste, por uns 960 km, até alcançarem Harã,
importante junção das rotas comerciais E-O. Harã se encontra onde dois uádis se juntam
para formar um ribeirão que no inverno alcança o rio Balique, a uns 110 km acima do
ponto em que o Balique desemboca no rio Eufrates. Abraão permaneceu ali até à morte
de seu pai, Tera
Abraão foi filho de Terá, e sua família era natural da cidade de Ur dos Caldeus,
localizada na Mesopotâmia. Após a morte do irmão de Abraão, a família saiu de Ur em
direção à terra de Canaã. Eles foram até Harã, e habitaram ali (Gênesis 11:31). Tanto
Ur quanto Harã, eram cidades pagãs e centros de adoração ao deus da lua.
Saindo do Egito, Abraão subiu para o lado do sul, e retornou para as proximidades de
Betel. Tanto Abraão quanto Ló eram muito ricos. Por isso houve até mesmo contenda
entre seus servos, porque a terra ali não comportava os dois habitando juntos. Ló e
Abraão então se separaram. Ló preferiu residir nas planícies verdes do Jordão, onde as
cidades de Sodoma e Gomorra estavam situadas. Já Abraão viajou para uma planície
nas montanhas, chamada Manre (Hebrom) ao sul.
Inicialmente Abraão se chamava “Abrão”, que significa “pai exaltado” ou “grande pai”.
Em Gênesis 17 o nome do então Abrão, é mudado para Abraão, dando maior ênfase à
ideia de exaltação, significando “pai de muitos” ou “pai de uma multidão”. Abraão
tinha noventa e nove anos quando teve seu nome mudado por Deus.
Não foi apenas o nome de Abraão que foi mudado naquela ocasião, mas o nome de
sua esposa também. De Sarai, ela passou a se chamar Sara, porque também seria mãe
de uma grande nação.
Tais mudanças nos nomes tem a ver com a promessa feita por Deus a Abrão,
começando ainda em Gênesis 12. Depois, já no capítulo 15 de Gênesis, Deus promete a
Abraão que ele ainda seria pai, e que seu servo Eliézer não seria o herdeiro de sua
casa. Sua descendência seria incontável como as estrelas do céu.
Ló, sua família e seus bens, foram tomados após uma guerra na região em que ele
morava. Uma pessoa que escapou conseguiu avisar Abrão do que havia acontecido.
Então Abrão, juntamente com trezentos e dezoito criados, recuperou Ló e sua família
das mãos dos mesopotâmios.
Após esse episódio, Abraão foi abençoado por Melquisedeque, rei de Salém.
Melquisedeque também era sacerdote de El Elyon, o Deus Altíssimo, possuidor dos
céus e da terra, e Abraão lhe deu o dízimo de tudo.
Isaque foi o filho da promessa que nasceu quando Abraão já tinha cem anos. O nome
Isaque significa “rir” ou “riso”. Isaque se tornou o centro de toda esperança de Abraão
em relação às promessas que Deus havia feito, porém Deus pediu Isaque em sacrifício
a Abraão.
O maior dilema que Abraão poderia ter enfrentado era que, além do amor que sentia
por seu filho, o fato de que a promessa de Deus poderia não se cumprir. Mas não foi
isso que aconteceu, ao contrário, a Bíblia diz que Abrão confiou totalmente na
fidelidade de Deus, e considerou que Deus poderia fazer com que Isaque ressuscitasse
dos mortos para que a promessa fosse cumprida.
Por fim, a fidelidade de Abraão foi demonstrada, e Deus preparou um cordeiro para
substituir Isaque naquele