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Aula 00 Demonstrativa
Administração Financeira e Orçamentária (AFO)
Professor Fabio dos Santos
AULA 00 Demonstrativa
Administração Financeira e
Orçamentária (AFO)
Sumário
Apresentação do Professor Fabio dos Santos ................................... 03
Dicas de Estudo ................................................................................ 04
Planejamento de estudo (estratégia) ............................................... 05
Sobre o concurso para o TRE ............................................................ 11
1 Papel do Estado e atuação do governo nas finanças públicas .................. 14
2 Teoria das Finanças Públicas .............................................................. 14
3 Formas e dimensões da intervenção da administração na economia ........ 18
3.1 Formas de Intervenção do Estado na Economia ................................. 18
3.2 Evolução do estado e a ordem econômica ......................................... 18
3.3 Meios de atuação do estado na economia .......................................... 21
3.3.1 Exploração direta da atividade econômica pelo Estado ..................... 22
3.3.2 Exploração indireta da atividade econômica pelo Estado .................. 26
4 O fomento ao desenvolvimento humano pelas políticas sociais no estado
intervencionista .................................................................................. 32
4.1 Intervenção Direta no domínio econômico ......................................... 33
4.2 Intervenção Indireta no domínio econômico ...................................... 35
5 Funções do orçamento público ........................................................... 43
Questões comentadas ...................................................................... 47
Referências Bibliográficas ................................................................ 73
Olá, caro aluno. Tudo bem? Antes de mais nada gostaria de dizer que procurei
fazer apostilas diferenciadas para você. Procurei ser minucioso na teoria e nos
exercícios, em uma linguagem acessível. Selecionei muitas questões para você
(muitas mesmo), todas resolvidas e comentadas no detalhe e mostrando mais
de uma resolução quando necessário. Já fui concurseiro, sei como é difícil:
apostilas sem conteúdo e feitas às pressas, exercícios mal explicados, somente
com o gabarito “seco”. Mas não verá isto nestas apostilas, pois farei valer seu
investimento. Lembre-se, vencedores são INCANSÁVEIS.
Uma coisa que gosto de ressaltar: não confie em “resuminhos” ou cursos que
afirmam prometer pôr na apostila “só o que vai cair na prova”, prometendo ao
aluno preparação rápida e fácil, ou “caminho mais curto”. NÃO EXISTE ISSO!!
Existe, sim, estudo planejado, direcionado, sério, com treinamento. Mas ele
nunca será fácil. Não se iluda. Se fosse assim qualquer um passaria.
Minhas apostilas são grandes e completas porque eu não engano o aluno. Eu
ponho teoria detalhada e exercícios, desde simples até complexos. Pois eu viso
a preparação do aluno, para que ele possa competir com os inúmeros
concorrentes altamente preparados. Eu quero que meus alunos passem na
prova com louvor, com certeza de uma boa classificação, para que possam
também escolher boas vagas.
Dicas de Estudo
Tenha uma estratégia, um estudo muito bem planejado. Cada vez mais as
provas de concursos abrangem um conteúdo maior e mais complexo devido à
crescente competitividade. Não adianta lamentar, é assim. Você tem de se
adaptar e competir também, pois se outros conseguem, você consegue. Por
isso a necessidade de um estudo sem perda de tempo, com foco, seriedade e
perseverança. VOCÊ, CANDIDATO, PRECISA SER INCANSÁVEL! Não se dê
desculpas nem justificativas para desistir, pois isso é o que fazem os fracos,
eles se iludem. Não se iluda, encare a realidade. Você já viu esses barcos,
grandes ou pequenos, em tempestades de ondas gigantes? Muitos atravessam
oceanos por semanas, de um continente a outro, indo e vindo, enfrentando
tempestades inacreditáveis. Sabe o que fazem para não afundar? ENCARAM AS
ONDAS DE FRENTE, pois se eles forem abalroados de trás ou de lado,
afundam. Assim, o melhor que têm a fazer é encarar as ondas de frente. Você,
Exemplo:
Jan 2017 Erros Acertos
Matemática 12 questões (60%) 8 questões (40%)
Direito Adm. (...) (...)
Como você fará muitos exercícios, marque os mais difíceis com algum tipo de
sinal, um asterisco, uma caveirinha... É importante ter estes exercícios
marcados para você ter fácil acesso e refazê-los de tempos em tempos, para
você não esquecer. Também vale copiar em um caderno separado. Eu tinha
um colega que tinha um caderno só com os exercícios mais difíceis de
Matemática e Física. Ele chamava de “caderninho de magia negra”.
Faça simulados constantemente. Faça simulados grandes (com o tempo total
da prova), mas faça também simulados pequenos. Você precisa se testar o
tempo todo para saber o seu nível e buscar as melhorias. Por exemplo, se uma
prova tem 100 questões em 4 horas (240minutos), faça simulados de 10
questões em 24 minutos, especialmente nas matérias em que você é mais
fraco. Será útil para que você tenha noção do tempo para cada questão.
Tenha metas de estudo, para cada matéria, para cada assunto. Tenha metas
de leitura e de exercícios também. Esteja sempre testando seus limites. Metas
fáceis não são metas. Se você lê um assunto muito complicado, estabeleça
uma meta de 50 páginas por dia, por exemplo. Na medida em que este
assunto se tornar mais fácil, aumente a meta de leitura diária. Se você faz
exercícios de matemática, por exemplo. Tenha uma meta de acordo com sua
realidade em termos de exercícios diários, e se você melhorar, aumente a
meta, Sempre buscando um novo limite. Obviamente há assuntos e tópicos
que gerarão metas diferentes, e com o tempo você saberá dosar. Mas esteja
sempre se aprimorando e estabelecendo novas metas, da mesma forma como
faz um atleta. Não entre em “zona de conforto”, achando que já está bom, que
já atingiu o nível da prova.
Grupos de estudo são um problema, obviamente porque tendem a virar “bate
papo”. Quando eu era de grupos de estudo, sentávamos separados para não
conversar, tínhamos metas diárias, e trocávamos questões resolvidas,
compartilhávamos os caderninhos de “magia negra”, resolvíamos exercícios e
dávamos dicas uns para os outros. Um se espelhava no que o outro tinha de
melhor. Para isso é grupo de estudo, para um puxar o outro para cima (e não
para baixo).
Fuja de todos os tipos de distrações durante seu período de estudo. Aquela
“rapaziada do chopinho”? Melhor esquecer. A família faz muito barulho em
casa? Ponha ear plugs (tampões) no ouvido, se tranque no banheiro, vá
estudar na pracinha. Qual a importância do seu objetivo para você? Veja, não
me leve a mal, sou um pouco conservador neste sentido, mas Facebook e
WhatsApp não têm serventia para concursos, mesmo aos que dizem trocar
questões, resoluções e experiências. O melhor método para aprovação em
concursos ainda é o de 30 anos atrás: se isolar com caderno, livros e
apostilas. Por mais que haja simulados on line, a internet e o celular são um
“prato cheio para distração”. Se vai usar o PC, tablet ou laptop para resolver
questões, recomendo salvar os exercícios e materiais e desativar a internet.
Eu sou tradicional (para infelicidade da floresta amazônica), gosto de material
impresso, para ler sublinhar, rabiscar, anotar, que possa usar na rua, em
bibliotecas, em casa... Pois o concurseiro estuda em tudo quanto é lugar, ele
almoça em 5 minutos e estuda até na cabine do banheiro, na hora do almoço,
no intervalo... Se ele tem um intervalo de 15 minutos e puder resolver 5
questões neste tempo, isso vale muito!
Quando a prova estiver próxima, reveja os assuntos destacados como mais
difíceis. Idem para os exercícios mais difíceis, faça-os novamente repetidas
vezes. Cada exercício tem de ser refeito até estar na “massa do sangue”.
Bem, você tem um objetivo agora. Serei realista: a primeira coisa que você tem
de sacrificar em prol de seu objetivo é o lazer. Se você seguir esse programa
que eu passei, para cada matéria, verá que lhe sobrarão pouquíssimas horas de
lazer. É o preço, e quem paga colhe os frutos no futuro. Agora, MÃOS À OBRA.
Os cargos ofertados
Para concorrer ao cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária será necessário
diploma de curso superior, em nível de graduação em Direito, fornecido por
Instituição de Ensino Superior reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).
Neste cargo, a pessoa terá como função de executar atividades privativas de
bacharel em Direito relacionadas com processamento de feitos e apoio a
julgamentos e execução de mandados.
Sobre a banca
Obviamente, um aspecto importantíssimo a ser levado em consideração na
preparação para qualquer concurso é conhecer os métodos da banca
examinadora. No caso, será a CEBRASPE (CESPE/UNB). Portanto, caro aluno,
torne-se um especialista em questões da CESPE. Pelo que se viu no edital
publicado, as questões serão de múltipla escolha, com 5 alternativas, sem
punição (perda de pontos) para palpites (chutes). Serão 60 questões objetivas,
sendo 20 de Conhecimentos Gerais e 40 de Conhecimentos Específicos. O
CESPE costuma adotar a sistemática de “questões erradas anularem questões
certas”, o que torna pouco atrativo o “chute”, valendo mais à pena deixar a
questão em branco em caso de dúvida, mas neste concurso resolveu adotar o
sistema de alternativas. Atente também para as famosas “pegadinhas”,
especialmente as que utilizam termos ou palavras que mudam completamente
o sentido da questão. Assim, pratique MUITO com questões da CESPE. Também
é usual do CESPE usar provas de Língua Portuguesa longas e exaustivas,
cobrando atualidades, lançando mão de textos adaptados da internet de
autores conhecidos. Por isso, conhecimento de atualidades por meio de leitura
assídua também é importante. Esteja atento também para o peso das matérias
na contagem de pontos, bem como nos critérios de desempate.
A teoria das finanças públicas trata dos fundamentos do Estado e das funções
de governo, bem como provê suporte teórico e fundamentação à intervenção do
Estado na economia. Portanto, a teoria das finanças públicas estuda:
não são passíveis de comércio pelo mercado (pois são indivisíveis e não
excludentes). Uma característica importante é o princípio da não-exclusão no
consumo desses bens. É impossível impedir que um determinado indivíduo
usufrua de um bem público (policiamento). Já os bens semipúblicos ou
meritórios são oferecidos tanto pelo Estado como pelo mercado porque não
possuem as características de indivisibilidade e de não exclusão. Assim, o
princípio da não-exclusão no consumo torna a solução de mercado, em geral,
ineficiente para garantir a produção da quantidade adequada de bens públicos
requerida pela sociedade. O comércio não pode ocorrer sem que haja o direito
de propriedade que depende da aplicação do princípio da exclusão.
Mas veja que quando se trata de atuação direta, o Estado atua na economia
de na forma de
Regime de monopólio
Participação em empresas do setor privado.
(...)
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza
e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida
para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e
industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização
e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de
culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)”
Além disso, ainda tratando-se de monopólio, o artigo 25, §2º, da CF/88, nos
termos da EC nº 05/1995, reserva aos Estados-membros a atividade de
distribuição de gás canalizado. Veja:
“CAPÍTULO III
Ocorre que, com a crise econômica gerada pelo Estado social, oriunda do seu
agigantamento no aspecto assistencial, surgiu um Estado regulador, o qual
transfere à iniciativa privada a atividade econômica, mas reserva para si a
função regulatória, com a finalidade de assegurar a livre concorrência dentro
permitir o equilíbrio das taxas de câmbio, dos juros, do lucro, do salário médio
e da inflação.
A taxa de câmbio, ao influir na estratégia de produção dos empresários, é uma
variável que deve ser gerenciada em razão de seu impacto sobre o crescimento
e sobre a modernização da estrutura produtiva. Isso porque o valor de
equilíbrio da taxa de câmbio deve possibilitar a competitividade da indústria.
Para muitos liberais, taxa de câmbio não é relevante, e seu equilíbrio deve ser
definido pelas forças naturais de mercado. Nelson Marconi entende que não há
como ocorrer tal equilíbrio de mercado, pois para tanto a taxa de juros também
deveria oscilar de acordo com a oferta e a demanda de moeda, algo que não se
observa na maioria dos países que adotam regimes de metas de inflação.
Cabe aqui uma reflexão sobre tema recente, e que pode perfeitamente parecer
em concursos.
A política adotada no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff, não era
liberal nem novo-desenvolvimentista porque, ao estimular os gastos públicos
sem se preocupar com o equilíbrio fiscal, impossibilitou a desvalorização da
moeda e tentou compensar tal impossibilidade com políticas setoriais ineficazes,
quando o mais importante era o equilíbrio dos preços macroeconômicos. Dessa
forma, a demanda interna foi atendida com produtos importados, mais baratos
em função da valorização. Não havia como o país se desenvolver em tal
cenário, no qual a taxa de juros, após uma breve queda incompatível com a
elevação dos gastos públicos, retomou a trajetória de alta. Então, o nível de
atividade caiu, a arrecadação e a situação fiscal pioraram, da mesma forma que
a confiança dos empresários no cenário macroeconômico e político, que nesse
caso ainda pioraria com uma nova elevação dos gastos públicos, o que por sua
vez desestimularia ainda mais o investimento. Pode parecer um paradoxo, mas
apenas a redução de gastos correntes que pouco afetasse a atividade do setor
privado levaria à retomada do crescimento.
(...)
As empresas estatais só podem assumir duas formas, a de empresa pública
ou a de sociedade de economia mista;
O Estado, atuando como empresa pública ou sociedade de economia mista,
não pode ter benefícios fiscais que não tenham sido concedidos ao setor
privado concorrente (art. 173, §2º, CF/88);
“§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.”
Como sociedade de economia mista, o Estado deve necessariamente abrir
seu capital.”
Estado Regulador
Para a doutrina de José dos Santos Carvalho Filho, quando o Estado age como
regulador ele elabora normas, reprime abusos, interfere na iniciativa privada e
regula preços e abastecimento. Conforme visto linhas atrás, o Estado pode
intervir de forma direta na ordem econômica, só podendo fazê-lo em nome da
segurança nacional e do interesse coletivo para que não venha a ferir princípios
constitucionais como o da liberdade de iniciativa. Mas em sua atuação como
regulador o Estado impõe normas e mecanismos com o intuito de punir e/ou
prevenir condutas abusivas que possam vir a prejudicar a harmonia social.
Estado Executor
Ao atuar como executor, o Estado exerce atividade econômica. Há uma
intervenção direta na economia como Estado Empresário. Como executor o
Estado realiza atividades econômicas (estritamente) ou presta algum serviço
E conclui:
“A criação de oportunidades sociais traz um contribucto direto à expansão
das potencialidades humanas e da qualidade de vida (...). A expansão dos
cuidados de saúde, da educação, da segurança social, etc., contribui
directamente para a qualidade de vida e seu florescimento. Temos todas as
provas de que, mesmo com um rendimento relativamente baixo, um país
que garante a todos os cuidados de saúde e a educação pode realmente
conseguir resultados notáveis em termos de duração e de qualidade de
vida de toda a população. A natureza altamente geradora de trabalho dos
cuidados de saúde e da educação básica – e do desenvolvimento humano
em geral – torna-os comparativamente baratos nos primórdios do
desenvolvimento económico, quando os custos laborais são baixos.”
Para Giacomoni:
“O bem privado é oferecido por meio dos mecanismos próprios do sistema
de mercado. Há uma troca entre vendedor e comprador e uma
transferência da propriedade do bem. O não-pagamento por parte do
comprador impede a operação e, logicamente, o benefício. A operação toda
é, portanto, eficiente. No caso do bem público, o sistema de mercado não
teria a mesma eficiência. Os benefícios geralmente não podem ser
individualizados nem recusados pelos consumidores. Não há rivalidade no
consumo de iluminação pública, por exemplo, e como tal não há como
excluir o consumidor pelo não-pagamento. Aqui, o processo político
substitui o sistema de mercado. Ao eleger seus representantes
(legisladores e administradores) o eleitor-consumidor aprova determinada
plataforma (programa de trabalho) para cujo financiamento irá contribuir
mediante tributos. Em função de regra constitucional básica, o programa
de bens públicos aprovado pela maioria será coberto também com as
contribuições tributárias da minoria.”
Os bens meritórios são bens que, apesar de possuírem natureza de bem
privado, predomina a sua característica de possuírem utilidade social,
justificando assim sua provisão (financiamento) pelo Governo. É o caso dos
subsídios ao trigo e ao leite, serviços de saúde e educação, etc.
Questões Comentadas
Resolução:
Funções do governo: alocativas, distributivas e estabilizadoras:
Função Alocativa: relaciona-se à alocação de recursos por parte do governo a
fim de oferecer bens públicos (ex. rodovias, segurança), bens semi-públicos
ou meritórios (ex. educação e saúde), desenvolvimento (ex. construção de
usinas), etc.;
Função Distributiva: é a redistribuição de rendas realizada através das
transferências, dos impostos e dos subsídios governamentais. Um bom
exemplo é a destinação de parte dos recursos provenientes de tributação ao
serviço público de saúde, serviço o qual é mais utilizado por indivíduos de
menor renda.
Função Estabilizadora: é a aplicação das diversas políticas econômicas a fim
de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da
incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos.
Resposta: Certo
Resolução:
Na Doutrina de Paludo, o governo intervém na economia para garantir
estabilidade, crescimento, correção de falhas de mercado, melhoria na
distribuição de renda, aumento do nível de emprego, entre outros. Essa
intervenção ocorre, principalmente, por meio das políticas fiscal, monetária,
cambial e regulatória, e tem como principal instrumento de intervenção o
orçamento público. Os orçamentos são o grande instrumento de intervenção do
governo via suas funções: Alocativa, Distributiva e Estabilizadora.
Além disso, conforme Abrúcio e Loureiro, “o orçamento é um instrumento
fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através
dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos
extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais,
conforme seu peso ou força política”. Considerando o orçamento como principal
instrumento de ação do Estado na economia, Richard Musgrave propôs uma
classificação denominada de funções fiscais. O próprio autor as considera
também como as próprias funções do orçamento: alocativa, distributiva e
estabilizadora.
Resposta: Certo
Resolução:
Na verdade, a função distributiva do orçamento visa à intervenção do governo
na economia, com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais no que se
refere ao acesso a renda, bens e serviços públicos e benefícios da vida em
sociedade.
Resposta: Errada
Resolução:
Essa intervenção do Estado na economia reflete uma das três funções clássicas
do orçamento: a alocativa. Por meio desta, o Estado provê a população de bens
Resposta: Certo
Resolução:
Analisemos as alternativas:
a): O governo pode exercer apenas a regulação dos monopólios naturais,
evitando assim uma perda ainda maior de bem-estar da sociedade. Importante
salientar que a atuação do estado no monopólio natural é no sentido de
incentivá-lo, já que o monopólio natural acarreta em aumento do bem-estar. Já
no monopólio comum, o estado atua tentando evitá-lo ou coibi-lo.
e):
Art. 99. São bens públicos (Código Civil Brasileiro):
I – Os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
Resposta: a)
Resolução:
Conforme Paludo, os Monopólios naturais são decorrente da impossibilidade
física de se exercer a mesma atividade por parte de outro agente. Tal
monopólio encontra barreiras de ordem financeira, técnica, de propriedade
intelectual (patente, p. ex.) e o governo acaba sendo obrigado a assumir a
produção ou criar agências que impeçam a exploração dos consumidores.
Cumpre salientar que a atuação do estado no monopólio natural é no sentido de
Resposta: a)
Resolução:
Eu não diria que isso está dentro de AFO, mas sim de Direito Tributário. Mas
como são matérias que se confundem um pouco, e no enunciado da questão
consta “A respeito do orçamento público e da atuação do governo nas finanças
públicas”, resolvi pôr esta questão, pois conhecimento nunca é demais e o bom
concurseiro se prepara a para a guerra.
O Princípio da Progressividade é o princípio do direito tributário que estabelece
que os impostos devem onerar mais aquele que detiver maior riqueza
tributária. Trata-se de um princípio que consagra o aumento da carga tributária
pela majoração da alíquota, na medida em que há aumento da base de cálculo.
A progressividade tributária busca a realização da justiça fiscal, estando,
portanto, intimamente ligada aos princípios da capacidade contributiva e
isonomia. Aplica-se ao Imposto de Renda, ao Imposto Territorial Rural, ao
Imposto Predial Territorial Urbano, ao Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores e, segundo o Supremo Tribunal Federal, também às taxas.
Cumpre ressaltar que o Princípio da Progressividade não pode ser adotado de
Resposta: Errado
Resolução:
Cabe atentar, que a CESPE inseriu na questão um trecho da obra de James
Giaconomi: “A atividade estatal na alocação de recursos justifica-se naqueles
Resposta: Certa
Resolução:
Mais parece uma questão de economia, mas é de um concurso para analista de
planejamento e orçamento. Conforme Sergio Mendes, o mecanismo básico da
estabilização é a atuação sobre a demanda agregada, a qual representa a
quantidade de bens ou serviços que a totalidade dos consumidores deseja e
está disposta a adquirir por determinado preço e em determinado período. A
função estabilizadora visa manter a estabilidade econômica, diferenciando-se
das outras funções por não ter como objetivo a destinação de recursos. O
campo de atuação dessa função é principalmente a manutenção de elevado
nível de emprego e a estabilidade nos níveis de preços. Assim, a função
estabilizadora age sobre a demanda agregada de forma a aumentá-la ou
diminuí-la.
Vale ressaltar, é outra questão em que A CESPE deu um “copia e cola” da obra
de Giacomoni.
Resposta: Certa
Resolução:
Analisemos as alternativas:
a) Incorreta. A função alocativa relaciona-se à alocação de recursos por parte
do Governo a fim de oferecer bens e serviços públicos puros (ex.: rodovias,
segurança, justiça) que não seriam oferecidos pelo mercado ou seriam em
condições ineficientes, ou seja, se o serviço já é servido eficientemente pela
iniciativa privada, não há o que se falar em função alocativa.
b) Incorreta. A função distributiva tem por finalidade manter os níveis de
classes sociais de forma bem distribuída, de tal maneira que os pobres não
fiquem mais pobres e os ricos não fiquem mais ricos
c) Incorreta. Função estabilizadora é a aplicação das diversas políticas
econômico-financeiras a fim de ajustar o nível geral de preços, melhorar o nível
de emprego, estabilizar a moeda e promover o crescimento econômico,
mediante instrumentos de política monetária, cambial e fiscal, ou outras
medidas de intervenção econômica.
Resposta: e)
Resolução:
De acordo com o princípio da exclusividade, a lei orçamentária anual não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não
Resposta: Certo
Resolução:
a) Investimentos são despesas de capital, discriminadas na Lei de Orçamento
como dotações para planejamento e execução de obras, aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento de
capital. (Art.12 §4º Lei 4320/64). Veja:
“§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e
a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os
programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e
material permanente e constituição ou aumento do capital de emprêsas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro.”
b) Princípio da exclusividade
Regra: o orçamento deve conter apenas previsão de receita e fixação de
despesas.
Exceção: autorizações de créditos suplementares e operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita orçamentária.
e) Correta
Os bens públicos são aqueles cujo consumo/uso é indivisível ou "não-rival".
Assim, seu consumo por parte de um indivíduo ou grupo social não prejudica o
consumo do mesmo bem pelos demais integrantes da sociedade. Isto significa
que todos se beneficiam da produção de bens públicos, mesmo que,
eventualmente, alguns mais que outros (ex.: iluminação pública, bens como a
justiça, segurança pública e defesa nacional). Outra característica importante é
o princípio da não-exclusão no consumo desses bens. De fato, em geral, é difícil
ou mesmo impossível impedir que um determinado indivíduo usufrua de um
bem público.
Resposta: e)
Resolução:
As falhas de mercado são corrigidas nas 3 funções do orçamento:
Na Função distributiva há a distribuição de renda. Tal função se faz
necessária porque naturalmente, no mundo capitalista, a renda tende a se
concentrar de forma desproporcional, o que é uma falha de mercado.
Na função alocativa, o estado oferece bens ou serviços porque a iniciativa
privada não o faz, por diversas razões, o que também é uma falha de
mercado.
Na função estabilizadora, entre outras medidas, o estado intervém no
domínio econômico justamente para regular o setor e coibir o abuso do poder
econômico, essa também uma falha de mercado.
Resposta: c)
Resolução:
Conforme Paludo, sobre a existência de monopólios naturais:
Monopólios que tendem a surgir devido ao ganho de escala que o setor oferece
(ex.: água, energia). Considerando o bem-estar coletivo, o Governo acaba
assumindo a produção desses bens para assegurar preços razoáveis e acesso a
todos.
Resposta: d)
Resolução:
A assertiva quer nos conduzir à ideia de que mesmo que a sociedade não se
interesse, ou passe a deixar de se interessar, em produzir ou investir em
alguma função essencial à sua sobrevivência e desenvolvimento (por motivos
como complexidade, rentabilidade, retorno, etc...) é obrigação do Estado alocar
para si a execução desse serviço, para que ela se beneficie disso.
(Descentralizando ou desconcentrando a execução)
Exemplo: Imagine a situação em que todos os cidadãos de uma determinada
sociedade decidam se tornar jogadores de futebol. Qual será o impacto em
outras profissões? Cabe então ao Estado alocar para si a execução e
fomentação de outras atividades e profissões, intervindo de forma ativa e
pontual na sociedade.
Logo, a função do Estado que fica mais evidente na assertiva é a alocativa.
Resposta: Correta
Resolução:
Um governo possui funções alocativas, distributivas e estabilizadoras.
Função alocativa: relaciona-se à alocação de recursos por parte do governo a
fim de oferecer bens públicos (ex. rodovias, segurança), bens semi-públicos
ou meritórios (ex. educação e saúde), desenvolvimento (ex. construção de
usinas), etc.;
Função estabilizadora: é a aplicação das diversas políticas econômicas a fim
de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da
incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos.
Resposta: e)
Resolução:
Para fins orçamentários, a receita se classificam em orçamentárias e extra
orçamentárias. Entretanto, quanto à coercitividade, classificam-se em
originárias ou derivadas. As receitas derivadas são resultantes do poder
coercitivo do Estado, tributos por exemplo. As originárias são resultantes de
atividades não coercitivas.
Bem, na verdade, a classificação da receita pública quanto à
coercitividade/procedência engloba um aspecto meramente tributário, ou seja,
não é utilizada como classificador oficial de receita pelo Poder Público. Não
consta, por exemplo, essa classificação de receita pública na lei 4.320/64. No
que se refere ao aspecto orçamentário, as receitas públicas podem ser
classificadas quanto à natureza (orçamentárias e extra orçamentárias) e quanto
à categoria econômica (receitas correntes e de capital). Portanto, a classificação
quanto à coercibilidade não é usado para fins orçamentários, já que não é uma
Resposta: Errada
d) permutativas;
e) primárias.
Resolução:
Receitas primarias são a soma de receitas correntes + receitas de capital,
exceto juro e operação de credito.
Receitas originárias têm sua origem do Patrimônio Público.
Resposta: c)
Resolução:
A teoria das finanças públicas, regra geral, está fundamentada na existência
das falhas de mercado. As falhas de mercado acabam gerando necessidades,
tais como presença do governo no mercado, estudo das funções do governo, da
teoria da tributação e do gasto público.
Falhas de Mercado
São distorções que impedem que o ótimo de Pareto se realize, tais como
existência de bens públicos, falhas de competição (existência de monopólios
naturais), externalidades, mercados incompletos, informação assimétrica,
desemprego e inflação.
Bens Públicos
Os bens públicos são caracterizados como bens cujo consumo por parte de um
indivíduo não prejudica o consumo dos demais indivíduos (consumo indivisível
ou não-rival), pois todos se beneficiam de sua produção. Uma vez produzidos,
os bens públicos irão beneficiar a todos os indivíduos, independentemente da
participação de cada um no rateio dos custos.
Externalidades
Há dois tipos de externalidades: as externalidades positivas e as externalidades
negativas.
Nas externalidades positivas, as ações de empresas ou indivíduos resultam
em benefícios diretos ou indiretos para outros indivíduos ou empresas. Por
exemplo, se uma indústria resolve, com o objetivo de utilizar água pura em
sua produção, realizar um processo de descontaminação das águas do rio
próximo a sua fábrica, ela estará beneficiando as pessoas que utilizam a
água do rio para consumo.
Já as externalidades negativas correspondem a situações em que a ação de
determinado indivíduo ou empresa prejudica, direta ou indiretamente, os
demais indivíduos ou empresas. Os exemplos mais comuns são o lixo
despejado por indústria químicas nos rios e mares e a poluição do ar pelas
indústrias em geral.
Resposta: Certo
Resolução:
A primeira parte da questão diz respeito à política de aplicação das agências
financeiras oficiais de fomento como, por exemplo, o BNDES, que tem como
principal função financiar empreendimentos cujo objetivo principal seja alguma
ação que propicie o desenvolvimento da nação como um todo. O financiamento
do BNDES propicia empréstimos a longo prazo e com juros bem menores do
que os fornecidos por outras instituições financeiras.
Já o segundo trecho da questão aborda a função alocativa do Estado. Segundo
Giacomoni, “a atividade estatal na alocação de recursos justifica-se naqueles
casos em que não houver a necessária eficiência por parte do mecanismo de
ação privada, como, por exemplo, nos investimentos na infra-estrutura
econômica (transporte, energia, armazenamento, etc.)”
Resposta: Certo
Bem, caro aluno, por enquanto isso é tudo. Esta foi a aula 00 do nosso curso de
Administração Financeira e Orçamentária para o concurso do TRE de Tocantins.
Espero que tenha gostado. Vemo-nos na próxima aula (01), sobre Orçamento
público (Conceito; Técnicas orçamentárias; Princípios orçamentários; Ciclo
orçamentário; Processo orçamentário). Agora, lembre-se:
Leia toda a teoria quantas vezes forem possíveis. Não é perda de tempo, mas
investimento. Seja incansável!
Faça e refaça todos os exercícios para que eles fiquem massificados.
Procure fazer cada questão sem ver a resposta.
Se possível, após responder os exercícios e fixar os comentários, tente reler a
teoria, pois isso o ajudará ainda mais na fixação do conteúdo.
Grande abraço.
Referências Bibliográficas
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