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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

www.faculdadepadrao.com.br
Profamorgana@hotmail.com
Contabilidade Comercial
Semestre 2010/2 AULA 03
Professoras: MORGANA REGINA DOS SANTOS

PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS

As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica


poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real.

Poderão ser registrados como perda os créditos (Lei 9.430/96, art. 9°, § 1°):

a) em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em


sentença emanada do Poder Judiciário;

b) sem garantia, de valor:

Até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de 6 (seis) meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

Acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por
operação, vencidos há mais de 1 (um) ano, independentemente de iniciados os
procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança
administrativa;

Superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de 1 (um) ano, desde que
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

c) com garantia, vencidos há mais de 2 (dois) anos, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias;

d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,


relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar.

Nota: a concordata foi substituída pela recuperação judicial na nova lei de falências (Lei
11.101/2005). Entretanto, não há alterações de procedimentos para dedução dos créditos
não garantidos.

CONTABILIZAÇÃO
De acordo com a Lei 9.430/96, art. 10, o registro contábil das perdas será efetuado a
débito de conta de resultado e a crédito:
a) da conta que registra o crédito, quando este não tiver garantia e seu valor for de até
R$ 5.000,00, por operação, e estiver vencido há mais de seis meses, independentemente
de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b) de conta redutora do crédito, nas demais hipóteses.

Os valores registrados na conta redutora do crédito poderão ser baixados


definitivamente em contrapartida à conta que registre o crédito, a partir do período de
apuração em que se completar cinco anos do vencimento do crédito sem que o mesmo
tenha sido liquidado pelo devedor (Lei 9.430/96, art. 10, § 4º).

Exemplo:

1. Contabilização de duplicata incobrável no valor de R$ 4.000,00, sem garantia,


estando vencida há mais de 6 meses:

D – Perda no Recebimento de Créditos (Resultado)


C – Clientes (Ativo Circulante)
R$ 4.000,00

2. Crédito de R$ 20.000,00, vencido há mais de um ano, sob cobrança administrativa,


originalmente lançado na conta "Outros Valores a Receber":
a) no momento do registro da perda:
D – Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado)
C – Duplicatas vencidas e não recebidas (conta retificadora da conta "Outros Valores a
Receber”)
R$ 20.000,00

b) após 5 anos, sem que haja cobrança do crédito:

D – Devedores Incobráveis (conta retificadora do Ativo Circulante)


C – Outros Valores a Receber (Ativo Circulante)
R$ 20.000,00

3. Crédito de R$ 35.000,00, vencido há mais de um ano, sob cobrança judicial


a) no momento do registro da perda:
D – Perdas no Recebimento de Créditos (Resultado)
C – Duplicatas vencidas e não recebidas (conta retificadora da conta "Outros Valores a
Receber”)
R$ 35.000,00

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