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O Brasil e as

Macrotendências mundiais
José Ricardo Roriz Coelho
2° Vice-Presidente da FIESP e do CIESP

2019
Apresentação

• Já que o mundo passa por grandes transformações que vão do crescimento da renda e
das populações à mudanças no modo de produzir, consumir, se locomover e se
relacionar;

• Quais serão os impactos das mudanças na estrutura da demanda mundial e quais são
as oportunidades para o Brasil?

• Se, por um lado, o crescimento populacional levará ao aumento da demanda por


produtos básicos nos países menos desenvolvidos (ex. África subsaariana), o aumento
da renda no Leste Asiático e Pacífico impulsionará a procura por produtos
manufaturados sofisticados.

• Neste contexto, apresentaremos 8 megatendências mundiais de longo prazo que


moldarão a indústria e a sociedade e que são oportunidades para as empresas
brasileiras crescerem. Estes são temas complementares às tecnologias-chave que o
estudo Indústria 2027 e que podem, portanto, ser analisados e debatidos em conjunto.

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Drivers de mudança mundial até 2030
Crescimento populacional e crescimento da renda
América do Norte Europa Ocidental
Leste Asiático
Elevado crescimento
América do Norte e populacional e da
Europa: Baixo renda per capita.
crescimento
populacional e
crescimento marginal da
renda per capita.
Sul da Ásia
Elevado crescimento
populacional e da
Oriente Médio renda per capita.
Elevado crescimento
América Latina populacional e baixo
Baixo crescimento crescimento da renda
populacional e da per capita
renda per capita África Subsaariana
(“armadilha da Elevado crescimento populacional
renda média” e da renda per capita.

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Drivers de mudança mundial até 2030
Crescimento populacional e crescimento da renda
América do Norte Europa Ocidental
Leste Asiático

Sul da Ásia

Oriente Médio

América Latina

África Subsaariana

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Crescimento da renda
No total, o PIB mundial (em PPC, preços de 2011) deverá aumentar US$ 80 trilhões:
de US$ 107 trilhões em 2015 para US$ 187 trilhões em 2030.

Chama a atenção o excelente posicionamento da Ásia (Leste e Sul) e o desempenho


moderado de regiões que historicamente impulsionaram a economia mundial, como a
América do Norte e Europa.

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Crescimento da população
Em 2015, a população mundial atingiu 7,35 bilhões de pessoas e, espera-se que, em
2030, sejam 8,7 bilhões de pessoas, ou 1,35 bilhão a mais.

A taxa de crescimento da população mundial entre 2015 e 2030 será baixa como um todo,
mas principalmente na América do Norte e Europa, enquanto as maiores variações se
concentrarão na África Subsaariana, Oriente Médio e Sul da Ásia.

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7
O ambiente econômico mantém um alto nível de
desigualdade, que impacta no potencial de consumo
IDH = Suriname
Botswana
90% mais pobres
Renda per capita 30% maior
($ PPP/ano) que Índia
121,3 milhões 44,6% da 7,9 mil
renda total 10% maior
que Palestina

Potencial de
consumo
($ PPP bi /
Habitantes com + de 20 anos ano)
960 1/5 da Índia
Fonte: World Inequality Database. Elaboração: FIESP. Dados de 2012. OBS: habitantes com idade a partir de 20 anos.
Impactos da desigualdade de renda
IDH = Rússia
9% mais ricos* Renda per capita
($ PPP/ano)
12,1 milhões 27,7% da 49 mil EUA
renda total
Potencial de consumo
($ PPP bi / ano)
596 5% dos
EUA
1% mais ricos Renda per capita (...) IDH = Japão
1,35 milhões 27,7% da ($ PPP/ano)
renda total 443 mil 9 x EUA

Potencial de consumo
($ PPP bi / ano) 5% dos
Habitantes com + de 20 anos 597
EUA

Fonte: World Inequality Database. Elaboração: FIESP.


Dados de 2012. OBS: habitantes com idade a partir de 20 anos. *antes dos 1% mais ricos.
Com esse cenário, a Ásia e África
terão grande atração para
investimentos. Quais as
alternativas para o Brasil crescer
a renda já que a população está
crescendo menos e a renda é
concentrada?

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É grande o potencial de
investimentos em infraestrutura no
Brasil!
Evolução dos investimentos em infraestrutura,
vários anos, % PIB
• O investimento em (fonte: Frischtak 2014)
infraestrutura no Brasil, em 16,0% 16,0%
Tailândia [2003] = 15,4; ΔPIB* = 7,14% •
2012, foi estimado em
2,33% do PIB**, ou R$ 102 14,0% 14,0%
bilhões. Apenas o China [2010] = 13,4; ΔPIB* = 10,45% •

investimento público 12,0% 12,0%


representou 1,03% do PIB,
ou R$ 45 bilhões em 4,5 X Vietnã [2009] = 10,3; ΔPIB* = 5,40%•
10,0% 10,0%
valores de 2012.
• Naquele ano, era 33% 8,0% 8,0%
menos do necessário para 3X
manter o estoque de capital 6,0% 6,0%
per capita existente e 2,1 X Chile [2008-11] = 5,10 ; ΔPIB* = 3,46% •
Índia [2009-10] = 4,80; ΔPIB* = 9,37% •
progressivamente 4,0% 4,0%
33%
universalizar os serviços
de água, saneamento e 2,0% • Brasil [2010-12] = 2,25 ; ΔPIB* = 3,77% 2,0%
• Brasil [2007] = 1,84; ΔPIB* = 6,10%
eletricidade.
• Calcula-se que a relação 0,0% 0,0%
investimento em Manter o estoque de Alcançar os níveis Impulsionar o
capital per capita existente, atuais da Coreia do Sul crescimento econômico
infraestrutura/PIB deveria, e progressivamente e outros praíses e se aproximar em 15-
pelo menos, duplicar no universalizar os serviços industrializados do 20 anos das economias
de água/saneamento e Leste da Ásia. emergentes avançadas.
médio-prazo, e triplicar eletricidade.
em prazo mais longo
(Frischtak e Davies, 2014). Aproximadamente 3% Entre 4% e 6% Entre 5% e 7%
Obs.: ΔPIB* é o crescimento real do PIB; fonte WB e BCB

** Estudo feito pelo economista Cláudio Frischtak estimou taxa de investimento em infraestrutura de 2,45% PIB.
Fonte do Gráfico e do Estudo: Frischtak e Davies (2014) O investimento privado em infraestrutura e seu
12
financiamento. Em: Castelar e Frischtak. Gargalos e Soluções na Infraestrutura de Transportes, Editora FGV.
...E também temos um enorme
Potencial para suportar a demanda
Mundial por Alimentos!
E também é alto o potencial de produzir alimentos
Projeção da Produção de Alimentos até 2026/27 | Brasil fecha a conta
% aumento da produção
7%

12%
9%

10% 15%

41%
9%

O USDA projeta que o mundo deverá aumentar a produção de alimentos para atender o crescimento da demanda
até 2026/2027. O Brasil é o país que mais ampliará a produção, com previsão de aumento de 41% no período.
Fonte: USDA Agricultural Projections to 2026. Long-term Projections Report No. OCE-2017-1. Fev. 2017.

14
Mas isso não será suficiente...

Se não agregarmos valor aos nossos


Recursos Naturais, Matérias Primas,
Insumos e Serviços e termos uma
maior participação no Comercio
Mundial!

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O Brasil precisa de uma inserção internacional competitiva.
Qual é o Brasil que queremos para o futuro?
AGREGAÇÃO DE VALOR Cada 1 kg de
Com mesma quantidade de produto, obtém-se maior produção de café em
arrecadação tributária. No exemplo, a arrecadação na cápsula gera
produção de café em cápsula é 97 vezes maior do R$ 128,67 de tributos
que com a produção de café em grão.
Café em cápsula (expresso)
Cada 1 kg de
R$ 329,0 / kg
produção de café (R$ 1,81/cápsula
em grão gera c/ 5,5 gr. de pó de café)
R$ 1,32 de tributo Valor adicionado
aumenta 37 vezes
Café em Grão (café verde tipo 6) + Tributo
Finos a Extra-finos + Emprego
+ Salários
R$ 8,6 / Kg.
+ P&D
+ Tecnologia
+ Investimento

Preço por Kg.


Notas: valores de referência de mercado. Saca café fino e extra-fino 60 Kg. mercado físico Santos em 19/05/2016
Cápsulas café: site Nespresso e Nescafé Dolce Gusto em 20/05/2016.
Carga tributária estudo Decomtec/FIESP: produto da agropecuária = 15,4%, produto industrial = 39,1%

16
Agregando valor aos: Produtos + Serviços

17
Para importar 1 tonelada de CHIP (de menor preço)
O Brasil precisa exportar 6,4 toneladas de SOJA
SOJA
CHIP
U$ 22,23/ton
U$ 141,58 / ton

Fonte: Preços de Novembro de 2018: Soja - Indicador da Soja ESALQ/BM&FBOVESPA – PARANAGUÁ. CHIP: COMEX-STAT – MDIC. Elaboração FIESP.

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O saldo comercial em produtos de maior valor
agregado aprofundou seu déficit de 2001 a 2013.
O déficit comercial da indústria de alta e média-alta
tecnologia foi de US$ 17,5 bilhões para US$ 91,8 bilhões.

x14
Bens Não Industrias

x2
Indústria de Baixa e Média-
Baixa Tecnologia
x5
Indústria de Alta e Média-
Alta Tecnologia

Fonte: Funcex. Elaboração: Fiesp. 19


A baixa geração de valor agregado explica a baixa
participação do país nas exportações mundiais!
Participação das Exportações Brasileiras na Exportação Mundial
Em %

1,50
1,42 1,42
1,40

1,30
1,25
1,20

1,10

1,00

0,90

0,80 0,84

0,70
1980
1981
1982
1983

1988
1989
1990
1991
1992

1997
1998
1999
2000
2001

2006
2007
2008
2009
2010

2015
2016
2017
1984
1985
1986
1987

1993
1994
1995
1996

2002
2003
2004
2005

2011
2012
2013
2014
Fonte: UNCTAD

20
% PIB X Exportações - MUNDO

21
O Brasil esta preparado para capturar as
Oportunidades que virão pela frente?

2030

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Macrotendências mundiais

Maior demanda Maior demanda Expansão do Novas


por alimentos por energia entretenimento e tecnologias
turismo

Urbanização e Infraestrutura Aumento das


Envelhecimento da
megacidades moderna e tensões
população
competitiva geopolíticas

23
Maior demanda por
alimentos

24
Maior demanda por alimentos
Relacionado ao crescimento da população (principalmente nos países mais vulneráveis) e
aumento da renda.

Insumos do Alimentos
Água
Agronegócio processados

- Agricultura de precisão - Dessalinização( US$ 15,3 bilhões


- ($ 4,5 bi em 2020) em 2018) - Alimentos funcionais
- Biotecnologia genômica - Investimentos em saneamento - Alimentos com maior validade
- Nanotecnologia para reutilização de água - Consumo de alimentos com
- Automação e robótica para - Tratamento da água potável outros perfis (por ex, proteínas)
digitalização do campo - Soluções da indústria 4.0 para - Embalagens inteligentes
- Plasticultura para controle das redução do desperdício da coleta
variações do clima e distribuição de água

25
Oportunidades para o Brasil
• O foco em tecnologia e Agro 4.0 deve ser a prioridade.

Colheitadeiras
autônomas

Sensores em frutas avisam quando está


pronta para a colheita (monitoram
tamanho, níveis de clorofila e antocianina).
Smart collars:
monitoram a
Drones com
fertilidade, detectam
pulverizadores
sinais precoces de
de precisão
doenças, e passam
aplicam
essas informações
agroquímicos
para o celular do
somente onde
agricultor.
são necessários.

26
Aumento da demanda
por energia

27
Aumento da demanda por energia

Geração de Geração de Armazenamento


Distribuição de
energia energia não de energia
energia
renovável renovável
- Sistemas digitalizados
para distribuição - Baterias e capacitores
- Petróleo, gás natural e
inteligente: “smart ($ 400 bi)
- Eólica gás de xisto (US$ 4 tri)
grid” (US$ 65 bi em - Formas alternativas
- Fotovoltaica - Nuclear (geração,
2022) de estocagem de
- Hidroelétrica maq/eq e etc.: $677bi)
- Consumidores serão energia para
- Biomassa e resíduos - Geração distribuída de
produtores substituição do lítio
energia
simultaneamente (ex.: armazenamento
- Necessidade de químico – H2)
investimentos públicos
em infraestrutura
energética

28
Oportunidades para o Brasil
• O país já é referência em fontes renováveis.
Responde por 75% da energia gerada.
• Pesquisas avançadas em grafeno.

Brasil é o terceiro colocado em


capacidade instalada de hidrelétricas.

O armazenamento de energia deve trazer


as inovações mais disruptivas.
E o décimo em energia eólica.

29
Energia fotovoltaica
Oportunidades para o Brasil

Até 2040, espera-se que o setor


saia dos atuais 0,8% da matriz
elétrica para 32%¹

e os custos da geração caia mais


66%²

O Brasil foi um dos 10 países que mais acrescentou potência de


sistemas geradores fotovoltaicos à sua matriz elétrica em 2017.
Foram R$ 5,5 bilhões em novos investimentos privados no setor.

¹ Fonte: Absolar
² Fonte: Bloomberg New Energy Finance 30
Entretenimento e
Turismo

31
Entretenimento e Turismo
Crescimento da renda e novas tecnologias “poupadoras” de trabalho permitirão maior
tempo de lazer aos trabalhadores

Turismo Economia criativa

- Cultura
- Acomodação e alojamento
- Audiovisual e mídia editorial
(US$ 1 tri)
- Softwares e games
- Museus e galerias
- Design, arquitetura e
- Ecologia e aventura
publicidade

32
Oportunidades para o Brasil
• O setor já emprega 1 milhão de pessoas no Brasil.

• Há diversas oportunidades em games, publicidade, arquitetura, novas mídias,


design, moda, etc.

33
Novas Tecnologias

34
A quarta revolução industrial, ou Indústria 4.0, tem como característica o
desenvolvimento de novos produtos e serviços a partir da integração de
tecnologias.

✓ Big Data
✓ Cibersegurança
✓ Cloud computing
✓ Computação de alto desempenho
✓ Internet das Coisas (IoT)
✓ Manufatura aditiva
✓ Materiais avançados
✓ Realidade aumentada
✓ Robótica
✓ Simulação e design digital

35
Materiais Avançados

Exemplo: GRAFENO, um composto de átomos de carbono


densamente empacotados em uma rede cristalina em formato
de favo de mel.

Características do grafeno:
O composto mais forte
descoberto
O composto mais fino conhecido entre 100 e 300 vezes mais forte
pelo homem, com 1 átomo de que o aço
espessura Excelente condutor elétrico e
1 milhão de vezes mais fino que térmico
um cabelo humano permite que os elétrons fluam muito
mais rápido que o silício
Relativamente barato
comparado a outros materiais Extremamente flexível

O material mais leve


conhecido
1 m² pesa ~0,77 miligramas

36
Oportunidades para o Brasil
• Aproveitar o momento de reindustrialização do mundo para renovar a indústria.
Impressoras 3D já produzem peças de avião
Na Holanda, a Philips produz barbeadores
elétricos em uma fábrica com 128 robôs e
apenas 9 trabalhadores.

Manutenção preditiva: em usinas de aço,


p.ex, sensores informam a temperatura, a
velocidade e a vazão de cada máquina.

37
Mudança no padrão
de produção

38
Mudança no padrão de produção
Eficiência energética e diminuição da emissão de poluentes terão
cada vez mais importância no sistema de produção

Tendência horizontal que afeta todos os setores

• Crescimento econômico demandará


maior consumo energético.
• Restrições comerciais favorecerão
desenvolvimento de tecnologias não
poluentes.
• Crescente demanda por novas
tecnologias de controle ambiental.
• Brasil deve focar no desenvolvimento de
tecnologias mais eficientes.

39
Urbanização

40
Urbanização
+ 1,35 bilhões
Na população mundial até
• Cenário: aumento da urbanização, 2030
sobretudo em áreas que estão crescendo
muito rápido: Leste asiático e pacífico,
Sul da Ásia e África subsaariana
+ 1,29 bilhões
Estarão nas cidades

• Tendências:
- aumento da urbanização e sofisticação
tecnológica que darão origem a cidades
inteligentes (“smart cities”);

- Automação e integração dos sistemas de


transporte, energia, prevenção de acidentes,
saneamento, água, etc.

41
Urbanização - setores
Transporte urbano
Na Holanda, a Ericsson conectou
Gestão de trânsito com ¼ de todos os semáforos do país,
big data e foi capaz de reduzir em 10% o
(US$ 139 bilhões) congestionamento, com uso de
Sensores, câmeras e motoristas big data¹
conectados orientam fluxo de carros

Transporte público
interconectado
(US$ 139 bilhões)
Usuários são avisados sobre
localização de ônibus/trens e tempos
de espera

Veículos elétricos,
híbridos e autônomos
(US$ 800 bilhões)

¹https://www.ericsson.com/en/internet-of-things/solutions/off-the-shelf-solutions/connected-
urban-transport

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Urbanização - setores

Hospital Infraestrutura social


interconectado Sistemas de saúde digitalmente
interligados (US$ 233 bilhões)
- Identificação de pontos críticos de saúde;
-Diagnósticos remotos e monitoramento dos
cidadãos

Parques Plataformas de educação à


interconectados distância (US$ 240 bilhões)

Espaço urbano
Habitação de baixo custo
(US$ 8 trilhões)
Casas modulares ou pré-fabricadas

Áreas públicas e de lazer

Áreas comuns de entretenimento e lazer por


conta da melhora na segurança

43
Urbanização - setores
Câmeras e estruturas de
comando para segurança
Segurança

(US$ 248 bilhões) Brasil e Segurança pública:


Análise de dados e imagens sobre
crimes subsidia policiamento • Brasil é recordista mundial em assassinatos;
• Gasta 3,78% do PIB com segurança;
• Movimenta R$ 15,2 bi com mercados ilícitos;
• Custos Intangíveis:
✓ Menor qualidade de vida;
✓ Perda de produtividade;
✓ Interrupção dos negócios;
✓ Maiores custos logísticos e de transportes;
✓ Desestímulo a acumulação de capital, em
face às incertezas;
✓ Diminuição do turismo.

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No futuro, devem existir diversos tipos de cidades.

Na Europa, Estados Unidos, China, Austrália e Canadá:


• Pouquíssimos carros (elétricos e compartilhados), muito metrô, ônibus, bicicleta e
pessoas andando à pé.
• Cidades bastante densas.
• Prédios baixos e fachada ativa , p.ex. comércio no térreo - isso gera mais segurança

Exceto Europa, as demais terão prédios mais altos.


• Atenção para que os prédios altos e distantes uns dos outros não atrapalhe a
mobilidade urbana.

• Expectativa para São Paulo:


• Há muito o que fazer! Aos poucos as questões de sustentabilidade ganharão
proeminência. Buscar-se-á uma cidade mais densa e mais caminhavel ao mesmo
tempo, além de mais transporte público e ciclovias.
• Espera-se melhoras no trânsito e trajetos mais rápidos.
• Mais praças e calçadas melhores e mais largas para caminhar.
• Ruas fechadas para usufruto de pedestres.
• Áreas centrais devem se valorizar e locais sem uso serão revitalizados e ocupados.

45
Oportunidades para o Brasil

• A maioria da população brasileira vive em meio


urbano.
• Iniciativas em cidades inteligentes podem
atenuar problemas de mobilidade e melhorar a
qualidade de vida
• Diferente da tendência mundial, no Brasil
crescem mais as cidades médias, com até
500 mil habitantes, e o país pode ser referência
nesse segmento.

O país investe pouco em habitação, saúde e educação. Será


necessário otimizá-los cada vez mais!

46
Infraestrutura

47
Infraestrutura
• Cenário:
Países em que ferrovias e portos estão Países em que, além de obsoletos,
obsoletos e precisam ser modernizados eles precisam se expandir para que
(Estados Unidos e Europa) os países possam competir
internacionalmente (América Latina)

• Tendências:

Modernização dos
Modernização
setores de energia
dos transportes
e telecomunicações
Segundo a McKinsey, no
transporte rodoviário, o
Infraestrutura monitoramento de
social, como mercadorias em tempo
educação real pode reduzir até
25% dos custos e
a escolha inteligente de
rotas, em até 20%

48
Infraestrutura

Transportes Comunicação Água e Insumos


integrados esgoto minerais

- Novas redes 5G - Integração de regiões


- Rodoviário hidrográficas
- Banda larga mais - Mineração em
- Ferroviário - Distribuição inteligente áreas difíceis
potente
- Hidroviário - Construção e - Reutilização e
(US$ 65 bilhões)
modernização da reciclagem de
- Aeroviário - Antenas conectando estrutura de saneamento
materiais
(US$ 15,5 trilhões) carros autônomos e - Sensores para detecção
robôs nas fábricas de vazamentos e emissão
de alertas instantâneos

49
Oportunidades para o Brasil
• De forma geral, a infraestrutura brasileira é insuficiente e defasada. O gasto em
infraestrutura no Brasil foi 33% menor que o necessário* para manter o estoque de capital
per capita e universalizar os serviços de água, saneamento e eletricidade.
• Principais restrições vêm da insegurança jurídica e do lado fiscal, já que os
investimentos em infraestrutura são geralmente feitos por empresas em conjunto com
governos.

Nos transportes, é preciso


modernização

Em telecomunicações, há
oportunidades na expansão de
sistemas em áreas remotas,
que são pouco exploradas por
países desenvolvidos
Expansão da infraestrutura
*Fonte: Frischtak e Davies (2014), com dados para o período 2010-12

50
A Indústria 4.0 depende da modernização da infraestrutura
brasileira, sobretudo a de comunicações, pois depende
essencialmente da interconexão entre fábricas e consumidores.

É imprescindível que se possam armazenar, processar e


comunicar elevadas quantidades de dados, acessíveis de qualquer
lugar.

51
Envelhecimento

52
Envelhecimento
• Cenário: envelhecimento das populações
608 milhões
(atuais)
836 milhões
Idosos em 2030
Pessoas vivendo
mais de 100 anos Famílias tendo
dentro de algum menos filhos 7,8% da
tempo população atual

11,4% da
população BR
Idosos em 2030

• Consequência: novo perfil demográfico será


determinante das transformações da demanda
mundial

53
Envelhecimento

Cosmética e Equipamentos Atendimento a


farmacêutica médico- domicílio
hospitalares

- Codificação do DNA - Diagnósticos avançados - Telemedicina


- Nano e biotecnologia - Equipamentos cirúrgicos; - Monitoramento por
(US$ 600 bilhões | US$ 3 - Sensores para rastreamento sensores e chips adesivos
trilhões) e programação de (US$ 43,4 bilhões)
- Etiquetas inteligentes em manutenção hospitalar
remédios para prevenção de - Demais equipamentos
falsificação
(US$ 278 bilhões)

54
Oportunidades para o Brasil

A população idosa brasileira envelhece


a uma taxa superior à média mundial
(3,6% a.a. versus 1,1% a.a.)
2018 2030

Os idosos apresentam elevado potencial de consumo por ser uma população com
renda maior do que os mais jovens.

As compras governamentais do SUS têm o


potencial de impulsionar as empresas do setor, a
exemplo dos equipamentos médico hospitalares.

55
Tensões
geopolíticas

56
Tensões geopolíticas
• Cenário: turbulências políticas e econômicas mundiais recolocam a questão da
segurança nacional, abrindo espaço para a indústria da defesa e segurança

Escassez de recursos Crises econômicas


naturais (petróleo e água) Guerras civis

• Consequência: aumento dos gastos militares globais


US$ 1,73 trilhão
gastos em 2017
Os gastos militares em todo o mundo
totalizaram US$ 1,73 trilhão de dólares em (+1,1% ante 2016)
2017, o que representa aumento de 1,1% em
relação a 2016* = US$ 230 por
habitante da
Terra

*Fonte: Instituto Sueco de Pesquisa: https://www.sipri.org/

57
Tensões geopolíticas

Defesa Segurança Controle de


imigração

- Sistemas de identificação
- Cibersegurança
e localização
- Satélites e drones - Big data para controle
- Armamentos e
equipamentos bélicos para - Robôs para do fluxo migratório
segurança de fronteiras garantia da (US$ 57 bilhões)
segurança
- Equipamentos de
transporte (caças, etc) (US$ 173,9 bilhões)

(US$ 30 bilhões)

58
Oportunidades para o Brasil

• É indispensável ter uma indústria da defesa nacional porque os


países não comercializam suas tecnologias.

Reconhecimento facial online Drones para segurança pública e


controle de imigração

59
Entretanto, para que o Brasil aproveite as
oportunidades criadas pelas macrotendências,
será preciso superar as barreiras à
competitividade e ao crescimento econômico.

60
E o Brasil, como se insere neste cenário?

Em setembro de 2018 a FIESP e o CIESP


divulgaram documento com propostas
para o desenvolvimento socioeconômico
sustentado do país.

O documento contempla medidas para


superação das principais barreiras
mencionadas à competitividade e ao
crescimento da indústria.
Disponível em:
http://hotsite.fiesp.com.br/downloads/decomtec/201
80928/PROJETO-AGENDA-WEB.pdf

61
A transformação positiva precisa começar agora e deve
envolver toda sorte de fornecedores e parceiros

Situação 2017: Cenário longo prazo:

Lenta retomada da Transformações na


atividade econômica estrutura de demanda
Acúmulo de 13 milhões Aumento da
de desempregados concorrência externa
Incerteza no quadro Desenvolvimento tecnológico
político-eleitoral em países emergentes

• É compreensível que os investimentos em tecnologia e inovação não sejam as prioridades


entre o rol de necessidades a serem transpostas pelas empresas brasileiras no curto
prazo;
• Mas é preciso conhecer quais tecnologias estão à frente destes processos de
transformação e como a indústria pode incorporar esses novos elementos para buscar
responder a esse novo mundo digital;

62
Barreiras à competitividade e ao
crescimento

63
Principais barreiras à competitividade e ao crescimento
Na opinião da Indústria Paulista, as principais barreiras à competitividade e
ao crescimento da indústria estão concentradas nos seguintes temas:

1º 2º 3º 4º 5º
TRIBUTAÇÃO BUROCRACIA CRÉDITO PARA INVESTIMENTOS SEGURANÇA
CAPITAL DE GIRO JURÍDICA

83,0% 56,7% 39,2% 35,2% 31,6%

Fonte: Pesquisa Rumos da Indústria Paulista / FIESP.


Elaboração: FIESP.

64
Indústria de Transformação

E milhares de outros produtos presentes no nosso dia a dia....


65
Por conta dos juros e tributação, em base 100, o resultado líquido da
indústria no Brasil é 55% menor do que se tivesse as condições vigentes
nos Países com 76% do comércio brasileiro e 70% do PIB mundial

Geração de Resultado Resultado


caixa financeiro Tributos
líquido
100 23,1%
34% de IR s/
Brasil Juros
geração de caixa
menos o resultado 28,0
Médios financeiro

-57,6 -14,4

Países 100
com 76% do 4,9%
comércio 29% de IR s/ geração
brasileiro e Juros de caixa menos o 62,6
70% do PIB Médios* resultado financeiro
mundial

-12,4 -25,0
Fonte: IBGE, Banco Central, Receita Federal do Brasil. Elaboração FIESP
Resultado médio da indústria de 2013 a 2016 66
* Países comparáveis: Itália, Nova Zelândia, Chile, Suécia, Malásia, Japão
Famílias

67
Além disso, por conta da tributação e juros, em base 100, a renda
disponível das Famílias no Brasil é 14% menor que em Países
com 76% do comércio brasileiro e 70% do PIB mundial

Renda bruta Tributos* Gastos com Renda


juros disponível
100
Brasil 59,7

-32,9 -7,4

Países
com 76% do 100
comércio
brasileiro e 69,7
70% do PIB
mundial
-1,2
-29,1

Fonte: Banco Mundial, FMI, IMD e Banco Central. Elaboração: FIESP


* Considerando a Carga Tributária da Economia como a média de tributação no 68
salário das famílias.
Cerca de 64% dos recursos para financiamento são absorvidos
pelo setor público e sobram apenas cerca de 36% para o crédito
privado. Persistindo o desequilíbrio fiscal, principalmente o déficit
da previdência, haverá uma restrição ainda maior do crédito privado

Funding Crédito
Persistindo o déficit
primário, há
BANCOS
Concentração SETOR tendência de se
dos 5 maiores FUNDOS DE PÚBLICO reduzir ainda mais
INVESTIMENTO os recursos para o
bancos Part. = 64%
comerciais: FUNDOS DE
crédito privado
86% da carteira PENSÃO
de crédito FUNDOS DE
PREV. ABERTA
Por exemplo:
SETOR Déficit da
SEGURADORAS
PRIVADO Previdência:
OUTROS Part. = 36% 2,78% PIB em 2017
2,73% PIB jan/ago
2018

69
Fenômenos como a concentração bancária, a verticalização e as
dificuldades de financiamento das empresas no exterior, levam ao
racionamento e encarecimento do crédito.

Concentração bancária:
5 maiores bancos controlam 86% da carteira de
crédito

+
Verticalização:
5 maiores bancos controlam empresas com alto • Barreiras às
market share em capitalização, vida e alternativas de
previdência, seguros gerais e máquinas de financiamento
cartão
levam a um crédito
+
Dificuldades da obtenção de recursos no
caro e racionado

exterior:
Custo do hedge é proibitivo

70
Apesar da concessão de recursos pelo BNDES cair desde 2013,
apenas em 2017 começaram a crescer as emissões de
debêntures, alternativa pouco acessível a grande parte das
empresas de porte pequeno e médio.

Concessões BNDES (PJ) vs. Emissões Debêntures


300
R$ bilhões

240 244
250
189 183
200
153
150 170 169 134 49
124 57
100 74
134
50 97
70 75 65 61
0
2013 2014 2015 2016 2017 acum até
nov/18
Emissões de debêntures Concessões BNDES PJ

Fonte: BCB e Anbima

A soma das duas modalidades, ao redor de R$ 183 bi em nov/18,


ainda é inferior aos R$ 242 bi ofertados ao ano na média de 2013 e
71
2014, período anterior à crise.
Como recuperar o crescimento sustentado?

Equilíbrio fiscal Juros baixos


Reforma da Previdência

Demais medidas fundamentais:


Reforma tributária Condições para o
Crescimento
investimento voltar a
Spread bancário/crédito do PIB,
ser atrativo
Renda e
Burocracia/segurança jurídica emprego
Infraestrutura
Crescimento
Medidas p/ sustentado da
competitividade industrial indústria

72
Estratégia:
Propostas para o curto prazo e visão de futuro para o Brasil, que viabilizem:
❑ Ajuste fiscal p/ equilíbrio das contas públicas e macroeconômico como um
todo (incluindo câmbio e juros);
❑ Aumento da eficiência do Estado (meritocracia, gestão, tecnologia);
❑ Ambiente de negócios adequado para aumento dos investimentos (liderado
pelo setor privado);
❑ Crescimento da produtividade e da competitividade da economia.

Visão de conjunto dos principais entraves


à competitividade e crescimento da economia:
Agenda para o país, com previsibilidade, segurança jurídica,
execução consistente, disciplina fiscal e que gere confiança!
73
O que esperar para
2019?
Trabalhamos com um cenário de crescimento de 2,5% em 2019

1) Governo forma maioria e aprova a Reforma da Previdência em


2019 para sinalizar responsabilidade fiscal;

2) Com a sinalização, a incerteza econômica recua;


Um crescimento
mais robusto,
contudo, está
3) Prêmio de risco cai, juros se reduzem e bolsa aumenta; condicionado a
novas reformas
estruturais que
melhorem o
4) Confiança do empresariado e do consumidor se recuperam; ambiente de
negócios, como a
reforma tributária.
5) Investimentos e consumo voltam a expandir, e a economia
volta a crescer moderadamente.

Elaboração: Fiesp
Expectativas das consultorias e bancos para o resultado do PIB em 2019
Instituição Projeção (%)
Banco Votorantim 2.0
4E Consultoria 2.0
Mogno Capital 2.0
OCDE 2.1
Rabobank 2.1
LCA 2.2
MB Associados 2.2
Instituição Fiscal
2.3
Independente (IFI)
FMI 2.4
Itaú 2.5
Banco Mundial 2.5
FIESP 2.5
MCM 2.8
Bradesco 2.8
Rosenberg 2.8
UBS 3.0
Santander 3.2
GO Associados 3.8
Média 2.5

Fonte: Diversos
Elaboração: Fiesp
Projeções 2019

4,0% 3,7%

2,7%
2,5%

2,0%

0,0%
PIB Investimento (FBCF) Ind. de Transformação

Fonte: IBGE
Elaboração e Projeções : Fiesp
Expectativa do mercado para a taxa Selic
Taxa SELIC
Fim de período (em %)
15,00 14,25

13,00

11,00
Selic atingiu sua mínima
histórica em março/18 (e
9,00 Projeções

7,00 6,50 8,0


7,0

5,00
2015 2016 2017 2018 2019

Fonte: BCB, Boletim Focus Elaboração: Fiesp


Expectativa do mercado para a taxa de câmbio
4,50
Taxa de Câmbio - Fim de Período
(em R$/US$)
4,13
4,04
4,00 3,87
Projeções
3,8FOCUS3,8
3,50 0 0

3,00

2,50 dez/19
dez/14

dez/15

dez/16

dez/17

dez/18
jun/15

jun/16

jun/17

jun/18
mar/15

set/15

mar/16

set/16

mar/17

set/17

mar/18

set/18
dez/20

Fonte: BCB, Boletim Focus


Elaboração: Fiesp
Demais projeções
Efetivo Projeções
INDICADORES
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Crescimento do PIB (% ) 4.0 1.9 3.0 0.5 -3.5 -3.3 1.0 1.1 2.5
PIB Indústria (% ) 4.1 -0.7 2.2 -1.5 -5.8 -4.6 0.0 0.7 2.4
Extrativa Mineral (%) 3.5 -1.9 -3.2 9.1 5.7 -1.2 4.3 0.2 3.6
Ótica da Oferta

Transformação (%) 2.2 -2.4 3.0 -4.7 -8.5 -4.8 1.7 1.5 2.7
Construção Civil (%) 8.2 3.2 4.5 -2.1 -9.0 -10.0 -5.0 -1.4 1.5
Serviços Industriais de Utilidade
5.6 0.7 1.6 -1.9 -0.4 6.5 0.9 2.8 2.8
Pública (SIUP) (%)
PIB Agropecuária (% ) 5.6 -3.1 8.4 2.8 3.3 -5.2 13.0 0.1 2.4
PIB Serviços (% ) 3.5 2.9 2.8 1.0 -2.7 -2.3 0.3 1.2 2.5
Consumo das Famílias (% ) 4.8 3.5 3.5 2.3 -3.2 -3.8 1.0 1.5 2.8
Demanda
Ótica da

Consumo do Governo (% ) 2.2 2.3 1.5 0.8 -1.4 0.2 -0.6 -0.5 -0.3
Formação Bruta de Capital Fixo (%) 6.8 0.8 5.8 -4.2 -13.9 -12.1 -1.8 1.9 3.7
Exportações de Bens e Serviços (% ) 4.8 0.3 2.4 -1.1 6.8 0.9 5.2 1.1 4.9
Importações de Bens e Serviços (% ) 9.4 0.7 7.2 -1.9 -14.2 -10.3 5.0 2.6 3.2
Exportações (US$ bilhões) 256.0 242.6 242.2 225.1 191.1 185.2 217.7 239.5 244.2
Externo
Setor

Importações (US$ bilhões) 226.2 223.1 239.6 229.0 171.5 137.6 150.7 181.2 206.2
Saldo da Balança Comercial (US$ bilhões) 29.8 19.5 2.6 -3.9 19.6 47.7 67.0 58.3 38.0
PIM - IBGE/Produção Física Brasil (% ) 0.4 -2.3 2.1 -3.0 -8.2 -6.4 2.5 1.4 2.9
INA - FIESP (%) 0.7 -4.1 1.8 -6.0 -6.2 -8.9 3.5 2.0 1.8
Emprego Industrial São Paulo - FIESP (%) -0.1 -2.0 -1.4 -4.9 -9.3 -6.6 -1.6 -1.6 0.4

Fonte: IBGE, Fiesp e Secex/MDIC Projeção: Fiesp


José Ricardo Roriz Coelho

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, COMPETITIVIDADE E TECNOLOGIA


+55 (11) 3549-4513
cdecomtec@fiesp.org.br

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