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ACIDENTE DO TRABALHO E
SAÚDE DO TRABALHADOR
1ª edição — 2002
2ª edição — 2003
3ª edição — 2005
4ª edição — fevereiro, 2007
5ª edição — outubro, 2007
6ª edição — junho, 2009
7ª edição — novembro, 2010
8ª edição — 2012
9ª edição — 2013
10ª edição — 2014
11ª edição — 2015
12ª edição — 2017
TUFFI MESSIAS SALIBA
Engenheiro Mecânico; Engenheiro de Segurança do Trabalho; Advogado; Mestre em meio
ambiente; Ex-pesquisador da FUNDACENTRO-MG. Professor dos cursos de Pós-Graduação de
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho; Diretor Técnico da ASTEC Ltda.
LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA,
ACIDENTE DO TRABALHO E
SAÚDE DO TRABALHADOR
12ª edição
EDITORA LTDA.
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Fevereiro, 2017
Bibliografia.
16-00035 CDU-34:331.4(81)(094)
Índice para catálogo sistemático:
1. Acidentes do trabalho : Legislação : Brasil 34:331.4(81)(094)
2. Saúde do trabalhador : Legislação : Brasil 34:331.4(81)(094)
3. Segurança do trabalho : Legislação : Brasil 34:331.4(81)(094)
SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
• Lei n. 8.212, de 24.7.1991 — Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras
providências...................................................................................................................................................................................... 579
• Lei n. 8.213, de 24.7.1991 — Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências (dispositivos
relativos à segurança e saúde do trabalhador)................................................................................................................................. 580
• Decreto n. 3.048, de 6.5.1999 — Atualmente esse Decreto regulamenta o custeio e os benefícios da Previdência Social instituídos
pelas Leis ns. 8.212/91 e 8.213/91 (dispositivos relativos à segurança e saúde do trabalhador) .................................................. 584
• Lei n. 10.666, de 8.5.2003 — Dispõe sobre a concessão da aposentadoria especial ao cooperado de cooperativa de trabalho ou
de produção e dá outras providências.............................................................................................................................................. 627
• Lei n. 8.112, de 11.12.1990 — Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais (dispositivos relativos à segurança e saúde do trabalhador).............................................................. 627
• Decreto n. 97.458, de 15.1.1989 — Regulamenta a concessão dos adicionais de periculosidade e de insalubridade...................... 628
• Código Civil — Lei n. 10.406, de 10.1.2002 (dispositivos correspondentes às regras do Código Civil de 1916, bem como aqueles
acrescidos ou alterados, sobre a responsabilidade civil dos acidentes do trabalho)....................................................................... 629
• Código Penal — Decreto-lei n. 2.848, de 7.12.1940 (principais dispositivos relativos à responsabilidade penal por acidentes do
trabalho)............................................................................................................................................................................................ 630
• Portaria Interministerial n. 775, de 28.4.2004 — Proíbe a comercialização de produtos acabados que contenham “benzeno” em
sua composição, admitindo, porém, alguns percentuais.................................................................................................................. 631
• Portaria n. 99, de 19.10.2004 — Proíbe o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como abrasivo...... 632
• Portaria n. 3.523, de 28.8.1998 — Aprova o Regulamento Técnico contendo medidas básicas para garantir a qualidade do ar de
interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados..................................................................... 632
• Resolução — RE n. 9, de 16.1.2003 — Dispõe sobre os padrões referenciais de qualidade do ar interior, em ambientes climatizados
de uso público e coletivo .................................................................................................................................................................. 639
• Portaria n. 6, de 5.2.2001 — Dispõe sobre locais e serviços perigosos e insalubres para menores de 18 anos............................... 644
• Instrução Normativa n. 1, de 11.4.1994 — Dispõe sobre a Regulamentação Técnica sobre o uso de Equipamentos de Proteção
Respiratória....................................................................................................................................................................................... 646
• Instrução Normativa n. 1, de 20.12.1995 — Dispõe sobre avaliação da concentração de benzeno em ambientes de trabalho
referente ao Anexo 13-A, da NR-15, da Portaria n. 3.214/78........................................................................................................... 648
• Instrução Normativa n. 2, de 20.12.1995 — Dispõe sobre a vigilância da saúde dos trabalhadores na prevenção da exposição
ocupacional ao benzeno referente ao Anexo 13-A, da NR-15, da Portaria n. 3.214/78................................................................... 654
• Lei n. 7.410, de 27.11.1985 — Dispõe sobre a especialização de Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do
Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras providências................................................................. 656
• Decreto n. 92.530, de 7.4.1986 — Regulamenta a Lei n. 7.410, de 27.11.1985, que dispõe sobre a especialização de Engenheiros
e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras
providências...................................................................................................................................................................................... 656
• Resolução n. 359, de 31.7.1991 — Dispõe sobre o exercício profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança
do Trabalho e dá outras providências............................................................................................................................................... 657
• Portaria n. 32, de 8.1.2009 — Disciplina a avaliação de conformidade dos Equipamentos de Proteção Individual e dá outras
providências...................................................................................................................................................................................... 658
• Portaria n. 452, de 20.11.2014. Estabelece as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios aplicáveis aos Equipamentos
de Proteção Individual — EPI enquadrados no Anexo I da NR-6 e dá outras providências............................................................ 659
• Portaria n. 702 de 28.5.2015. Estabelece requisitos para a prorrogação de jornada em atividade insalubre..................................... 668
• Portaria n. 944 de 8.7.2015. Estabelece as condições de segurança, sanitárias e de conforto nos locais de espera, de repouso e
de descanso dos motoristas profissionais de transporte rodoviário de passageiros e de cargas.................................................... 669
CONVENÇÕES E RECOMENDAÇÕES
II — que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Cons- II — proteção à maternidade, especialmente à gestante;
titucional n. 47, de 2005)
• Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
III — cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que 15.12.1998.
prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 47, de 2005) III — proteção ao trabalhador em situação de desemprego
involuntário;
Súmula Vinculante n. 33 do STF
• Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime 15.12.1998.
geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que
trata o art. 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição • A Lei n. 7.998, de 11.1.1990, regula o Programa do Seguro-Desemprego, o
Abono Salarial, e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador.
de lei complementar específica.
TÍTULO VIII IV — salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos
segurados de baixa renda;
DA ORDEM SOCIAL
• Inciso IV com redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
Capítulo II 15.12.1998.
DA SEGURIDADE SOCIAL V — pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge
Seção II ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
Da Saúde • Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
15.12.1998.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo me-
diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para
doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas
sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
......................................................................................................
física, definidos em lei complementar.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
• § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15.12.1998.
atribuições, nos termos da lei:
• V. art. 15 da Emenda Constitucional n. 20, de 15.12.1998.
• Sistema Único de Saúde — SUS: Leis ns. 8.080 e 8.142, de 28.12.1990.
• A Lei n. 9.797, de 6.5.1999, dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica ..........................................................................................................
reparadora da mama pela rede de unidades integrantes do Sistema Único de § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho,
Saúde — SUS, nos casos de mutilação decorrente de tratamento de câncer. a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência
I — controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de social e pelo setor privado.
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, • § 10 acrescentado pela Emenda Constitucional n. 20, de 15.12.1998.
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
• Acidente do Trabalho: Lei n. 8.212, de 24.7.1991, Lei n. 8.213, de 24.7.1991,
• As Leis ns. 9.677, de 2.7.1998, e 9.695, de 20.8.1998, incluíram na e Decreto n. 3.048, de 6.5.1999.
classificação dos delitos considerados hediondos determinados crimes
contra a saúde pública. Capítulo VI
II — executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem DO MEIO AMBIENTE
como as de saúde do trabalhador; • Danos ao meio ambiente: Lei n. 7.802, de 11.7.1989, e seu regulamento:
.......................................................................................................... Decreto n. 98.816, de 11.1.1990.
VII — participar do controle e fiscalização da produção, transporte, • Lei de Crimes Ambientais: Lei n. 9.605, de 12.2.1998. Regulamento:
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos Decreto n. 3.179, de 21.9.1999.
e radioativos; • Lei n. 9.649, de 27.5.1998: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
VIII — colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido Hídricos e da Amazônia Legal.
o do trabalho. • Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável através de organizações da sociedade civil de
.......................................................................................................... interesse público: Lei n. 9.790, de 23.3.1999.
Seção III Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equi-
Da Previdência Social librado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
• Planos de Benefícios da Previdência Social: Lei n. 8.213, de 24.7.1991,
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
regulamentada pelo Decreto n. 3.048, de 6.5.1999.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
• A Lei n. 9.796, de 5.5.1999 (Lei Hauly), dispõe sobre a compensação
Público:
financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes de
previdência dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos • A Lei n. 9.985, de 18.7.2000, regulamenta o disposto neste parágrafo e em
Municípios, nos casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para seus incisos I, III e VII, bem como cria o Sistema Nacional de Unidades de
efeito de aposentadoria. Conservação da natureza (SNUC).
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a a sanções penais e administrativas, independentemente da
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução obrigação de reparar os danos causados.
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. • Lei de Crimes Ambientais: Lei n. 9.605, de 12.2.1998. Regulamento: Decreto
• Código de Mineração: Decreto-lei n. 227, de 28.2.1967. n. 3.179, de 21.9.1999. Responsabilidade das pessoas físicas e jurídicas: art. 3º
e parágrafo único.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, ..........................................................................................................
__________
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões
refere o art. 7º, I, da Constituição: internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato;
......................................................................................................
• Consolidação das Leis do Trabalho, arts. 163 e segs.
II — fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
• NR-5, Portaria n. 3.214/78 do MTE.
__________
CLT
TÍTULO I CAPÍTULO IV
INTRODUÇÃO DAS FÉRIAS ANUAIS
Art. 4º Considera-se como tempo de serviço efetivo o período em Seção I
que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando Do Direito a Férias e da sua Duração
ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente
consignada. Art. 131. Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do
artigo anterior, a ausência do empregado:
Parágrafo único. Computar-se-ão, na contagem de tempo de
serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em ..........................................................................................................
que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço III — por motivo de acidente de trabalho ou de enfermidade atestada
militar e por motivo de acidente do trabalho. pelo Instituto Nacional do Seguro Social — INSS, excetuada a hipóte-
.......................................................................................................... se do inciso IV do art. 133. (Redação dada pela Lei n. 8.726, de 5.11.1993)
TÍTULO II ..........................................................................................................
DAS NORMAS GERAIS Art. 133. Não terá direito a férias o empregado que, no curso do
período aquisitivo:
DE TUTELA DO TRABALHO
..........................................................................................................
CAPÍTULO II
IV — tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente
DA DURAÇÃO DO TRABALHO de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, em-
Seção II bora descontínuos.
..........................................................................................................
Da Jornada de Trabalho
Seção IV
..........................................................................................................
Da Remuneração e do Abono de Férias
Art. 60. Nas atividades insalubres, assim consideradas as constan-
tes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança e Medi- Art. 142. O empregado perceberá, durante as férias, a remunera-
cina do Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas por ato do ção que lhe for devida na data da sua concessão.
Ministro do Trabalho, quaisquer prorrogações só poderão ser acor- ..........................................................................................................
dadas mediante licença prévia das autoridades competentes em
matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, proce- § 5º Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre
derão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao
e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de cálculo da remuneração das férias.
autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem ..........................................................................................................
entrarão em entendimento para tal fim.
CAPÍTULO V
• V. CF, art. 7º, XIII e XXXIII.
DA SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
• NR-15, Portaria n. 3.214/78 do MTE.
Redação deste Capítulo dada pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977, DOU de
.......................................................................................................... 23.12.1977, LTr 42/111 — V. Portaria n. 3.214, de 8.6.1978, que aprovou as
Seção III Normas Regulamentadoras deste Capítulo. DOU Supl. de 6.7.1978, LTr 42/931
e Portaria GM/MTPS n. 3.435, de 19.6.1990, DOU de 20.6.1990, LTr 54-7/886.
Dos Períodos de Descanso
• V. CF, art. 7º, XXII.
..........................................................................................................
Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda Seção I
de seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para Disposições Gerais
repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e,
salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá • V. NR-1, Portaria n. 3.214/78.
exceder de duas horas. Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do dispos-
.......................................................................................................... to neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de
outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Mu-
ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, quando, ouvido o De- nicípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem
partamento Nacional de Higiene e Segurança do Trabalho (DNHST) como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
(atualmente Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho —
SSMT), se verificar que o estabelecimento atende integralmente às Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em
exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os matéria de segurança e medicina do trabalho:
respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho pror- I — estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a
rogado a horas suplementares. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 229, de aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos
28.2.1967 – DOU de 28.2.1967, LTr 31/137) no art. 200;
• Portaria n. 3.214/78 do MTE. II — coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e
.......................................................................................................... as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina
LTr CLT — CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO 13
do trabalho em todo território nacional, inclusive a Campanha na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir,
Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; as providências que deverão ser adotadas para prevenção de
infortúnios de trabalho.
III — conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou
de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do § 1º As autoridades federais, estaduais e municipais darão ime-
Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. diato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional do
Trabalho.
Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do
Trabalho, nos limites de sua jurisdição: § 2º A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço
competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por
I — promover a fiscalização do cumprimento das normas de agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.
segurança e medicina do trabalho; § 3º Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os in-
II — adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das teressados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âm-
disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, bito nacional competente em matéria de segurança e medicina do
em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
III — impor as penalidades cabíveis por descumprimento das nor- § 4º Responderá por desobediência, além das medidas penais ca-
mas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201. bíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo, ordenar
ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos seus
• V. Lei n. 8.422/92, DOU de 14.5.1992, LTr 56-06/694. setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prossegui-
Art. 157. Cabe às empresas: mento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
§ 5º O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso,
I — cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina
e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar a in-
do trabalho;
terdição.
II — instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto
§ 6º Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da inter-
às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho dição ou embargo, os empregados receberão os salários como se
ou doenças ocupacionais; estivessem em efetivo exercício.
III — adotar as medidas que lhe sejam determinadas pelo órgão Seção III
regional competente;
Dos Órgãos de Segurança e de
IV — facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Medicina do Trabalho nas Empresas
Art. 158. Cabe aos empregados: • V. NR-4, Portaria n. 3.214/78.
I — observar as normas de segurança e medicina do trabalho, Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas
inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços
II — colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste especializados em segurança e em medicina do trabalho.
Capítulo. Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo estabe-
Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa in- lecerão:
justificada: a) a classificação das empresas segundo o número de empregados
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na e a natureza do risco de suas atividades;
forma do item II do artigo anterior;
b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma
empresa. da alínea anterior;
Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministério do Traba- c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu
lho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou regime de trabalho;
municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas
quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. d) as demais características e atribuições dos serviços especiali-
zados em segurança e em medicina do trabalho, nas empresas.
Seção II
Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de
Da Inspeção Prévia e do Prevenção de Acidentes — CIPA, de conformidade com instruções
Embargo ou Interdição expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou
• V. NR-2, Portaria n. 3.214/78. locais de obra nelas especificadas.
Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades Parágrafo único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atri-
sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações buições, a composição e o funcionamento das CIPAs.
pela autoridade regional competente em matéria de segurança e
Art. 164. Cada CIPA será composta de representantes da empresa
medicina do trabalho.
e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser
§ 1º Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do ar-
substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a empre- tigo anterior.
sa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional
do Trabalho. § 1º Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes,
serão por eles designados.
§ 2º É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Dele-
gacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e respec- § 2º Os representantes dos empregados, titulares e suplentes,
tivas instalações. serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, indepen-
dentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados
Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo téc- interessados.
nico do serviço competente que demonstre grave e iminente ris-
co para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de § 3º O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1
serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando (um) ano, permitida uma reeleição.
14 CLT — CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO LTr
Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser exe- Art. 191. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocor-
cutados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for indis- rerá:
pensável à realização do ajuste. I — com a adoção de medidas que conservem o ambiente de
Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais trabalho dentro dos limites de tolerância;
sobre proteção e medidas de segurança na operação de máqui- II — com a utilização de equipamentos de proteção individual ao
nas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das partes trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a
móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e equi- limites de tolerância.
pamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho,
adequação e medidas de proteção exigidas, quando motorizadas
comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando
ou elétricas.
prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.
Seção XII • v. Súmulas ns. 80 e 289 do TST.
Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima
• V. NRs-5, 13 e 14, Portaria n. 3.214/78. dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Traba-
Art. 187. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral lho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%
que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento)
dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus
interna de trabalho compatível com a sua resistência. máximo, médio e mínimo.
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas com- Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na
plementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipien- forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho,
tes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem
localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições
de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou de risco acentuado.
equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada I — inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei
empregado. n. 12.740, de 2012)