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O evangelho de Lucas é um evangelho pela qual tenho certa admiração, apesar de assumir que se
trata do que leio com menor frequência. Gostaria de lembrar que a nossa ordem de textos sobre
os evangelhos, foi: O evangelho de Marcos, e os marcos do evangelho; O evangelho de Mateus
para que tudo se cumprisse; e Joãozinho, o evangelho da simplicidade.
Chegamos a Lucas, o médico. Aquele que apresenta melhor eloquência, elaboração na sua escrita
e que gosta dos detalhes, de realmente nos apresentar os fatos. Ele serve como uma apresentação
histórica de fatos, contextualização e riqueza de informações.
Por exemplo, Lucas é o único que fala à respeito do Sermão da Montanha, apresentado por ele
como “o sermão profético”. Lucas é o evangelho que apresenta maior “repetição” de fatos
relatados nos relatos de outros autores. Mas o que mais me prende a atenção é a sua capacidade
espetacular de acolher à realidade do Reino de Deus, os excluídos, os marginalizados, àqueles que
não tem por quem serem aceitos.
Vamos aos nossos tópicos.
E por último, o evangelho de Lucas me chama a atenção, pois Jesus está em nós agora.
O relato de Lucas 24.13-35 tem me acompanhado já algum tempo.
Aprendi com Ed René Kivitz, em seu livro “Talmdim (Talmidim 349 ao 352), algo que não está
em nenhum comentário bíblico. Uma verdade do evangelho que o autor aprendeu em meio à
alguns pescadores. Ele estava “fazendo missões” e numa conversa escuta deles que: “Jesus ao
desaparecer do meio dos discípulos, passou a morar em seus corações”.
Isso nos livra de qualquer tentação de querer encontrar o Cristo em igrejas, em ministros, em
experiências espirituais. Se trata de encontrar o Mestre agora na vida, no cotidiano e entender que
Ele é quem tem lugar primordial e central na nossa história.
Cristo em “mim”, não ao redor e nem além. Cristo em “mim”, em serviço ao outro.
Cristo em “mim”, se revelando ao semelhante. Cristo em “mim”, ensinando perdão,
através do próximo.
Assim, o livro nos revela o poder e a libertação que o evangelho traz, do consumismo
desenfreado, do orgulho e avareza do dinheiro e a bênção que pode ser depender de Deus,
literalmente, em alguns momentos.
Ainda, a graça de Deus se revela nesses escritos afirmando que Cristo é a única razão de
esperança: para o pobre, o gay, a lésbica, o viciado e todos nós, que apesar de sermos salvos pela
graça, tendemos a achar que somos melhores que eles e que temos o direito de julgar-lhes. Que
Deus nos perdoe.
Enfatiza também o poder e a necessidade da centralidade de Cristo ao invés do vazio e da
ausência de algo que O comprove em nossos corações.
Eu, particularmente, fico com Cristo. E que Deus nos guie. Em nome de Jesus.