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Reabilitação e Reforço de Estruturas

Mestrado em Engenharia Civil


2011 / 2012

Reabilitação e Reforço de Estruturas


Fernando G. Branco
Prof. Aux. DEC/FCTUC
Aula 15: Reforço por colagem de chapas de aço.

Fernando G. Branco

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

Em que consiste:

• Fixação de armaduras exteriores, por colagem, a


estruturas pré-existentes:
- Chapas de Aço
- Laminados Compósitos

• Reabilitação de edifícios e obras de arte:


- Deterioração: diminuição da capacidade
resistente
- Reconversão: adaptação a novas exigências

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

Fases de Desenvolvimento do Método

• Fase I
• Aparecimento (França): Início dos anos 70.
• Uso corrente em diversos países: meados anos 70.

• Fase II
• Anos 80: estudos teóricos (ligação, distribuições de tensões, etc.)
• Início da investigação em Portugal

• Fase III
• Anos 90: substituição da chapa de aço por compósitos

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

Aplicações do método das chapas coladas:

Objectivo: Aumentar a capacidade resistente à flexão simples e esforço


transverso

- Flexão
• Reforço de Vigas - Substituição/Complemento de estribos

• Reforço de Lajes
• Reforço de Pilares
• Condições de aplicação:

- Deficiência de armaduras
- Adequadas dimensões dos elementos
- Adequada qualidade do betão

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Vantagens/Desvantagens do método:

Vantagens:

• Permite uma melhoria significativa da capacidade resistente (até 50%)


• Manutenção da secção geométrica do elemento original
• Intervenções sem interrupção do uso da estrutura
• Rapidez de execução
• Evita demolição
• Estados Limites de Serviço:
- Controlo da fendilhação
- Reposição do monolitismo (eliminação de fendas p/ injecção)
• Ausência de ruído excessivo ou pó

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Vantagens/Desvantagens do método:

Desvantagens:
• Sensibilidade aos agentes atmosféricos
- Corrosão das chapas (humidade/sais)
- Deterioração da cola (temperatura)

• Possibilidade de descolamento da extremidade da chapa


• Sensibilidade a erros de construção
- Deficiência de rugosidade
- Erros de mistura do adesivo
- Deficientes condições do suporte

• Manuseamento dos elementos de reforço (Peso)

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Alternativas para ligação das chapas ao betão

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Reabilitação de estruturas
Vantagens:
aderência a diferentes tipos
de suporte
resistência mecânica
resistência à corrosão
rapidez de cura
uso de adesivos epóxidos

Desvantagens:
sensibilidade do adesivo a
aumentos de temperatura

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Características pretendidas no adesivo:

• retracção reduzida
• baixa fluência sob carga constante ao longo do tempo
• bom comportamento face a diferenças de temperatura
• adesão perfeita ao aço e betão
• estabilidade de características ao longo do tempo
• bom comportamento em serviço em atmosferas húmidas ou agressivas
• elevadas resistências mecânicas
• adequado módulo de elasticidade transversal

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Fases de Execução:
• Determinação das condições do suporte
- Ensaios de arrancamento de betão
- Remoção do betão deteriorado, caso necessário
• Descarregamento da estrutura

• Tratamento das superfícies a colar


- Redução de irregularidades
- Produção de rugosidade no suporte (martelo pneumático, jacto areia,…)
- Limpeza da superfície (escovagem, aspiração, ar comprimido,…)
- Decapagem das chapas (remoção da protecção)

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Fases de Execução:
• Aplicação da resina
• Colagem:
- pintura com resina
- aplicação da chapa (buchas metálicas ou prumos)
- aplicação de pressão (0.1 a 0.5 MPa) – controlo da espessura de cola

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Fases de Execução:

• Aplicação da resina

• Injecção
- aplicação e fixação da chapa
- selagem do contorno e cabeça das buchas (tubos de injecção; saída de ar)
-Injecção de resina de baixa viscosidade

-Precaução: garantir que a superfície a colar não se encontra mais fria que
as adjacentes, para evitar aparecimento de condensação.

• Desmontagem do sistema de aperto (após ±7dias)


• Aplicar protecção contra corrosão e acção do fogo

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Chapas coladas como alternativa a armaduras correntes


- Será possível substituir as armaduras convencionais por chapas exteriores?

- Ensaios em laboratório mostram que o comportamento de vigas com chapas


coladas é semelhante ao de vigas com armaduras convencionais

- Mas a substituição integral não se recomenda, por razões económicas (mão de


obra e material) e possibilidade de roturas frágeis.
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Exemplos de aplicação [Van Gemert (1989)]

Interior do apartamento danificado Estrutura suportada por macacos

Laje suportada com chapas de aço coladas Estado final da laje reparada

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Exemplos de aplicação - Ponte sobre canal Saint-Denis (França) [Sevene (1977)]

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Exemplos de aplicação

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Exemplos de aplicação

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Parâmetros que influenciam a resistência da colagem


• Rugosidade
- superfície específica / área de contacto cola/betão

• Temperatura
≅ 60ºC)
- deterioração da cola (≅

• Resistência do suporte
- resistência à tracção (arrancamento das chapas)

• Espessura da chapa e da resina


- concentração de tensões de arrancamento

• Largura da zona de colagem


- aumento de largura da colagem =>aumento de resistência

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Influência da Temperatura na Fixação de Chapas de Aço a Betão

• Estudo: Resistência ao corte

• Comportamento da colagem a esforços de corte;

• Influência da temperatura na resistência da colagem;

• Influência do tipo de betão na resistência da colagem;

• Influência da geometria da colagem.

• Previsível mau comportamento de juntas coladas face à temperatura


• Necessidade de readaptar ligações coladas (uso de parafusos)

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Esquema do Trabalho:
1. Modelação Numérica
• Preparação de ensaios - Interpretação de resultados

• Estudo da distribuição de tensões

• Evolução das temperaturas no interior dos provetes de ensaio.

2. Ensaios Laboratoriais
• Evolução da temperatura no interior dos provetes

• Ensaios de corte em provetes de betão com chapas coladas, com

diferentes geometrias, a diferentes temperaturas.

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Caracterização de Materiais

 Betão

 Adesivos epóxidos

 Aço

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Preparação dos provetes


• Fabrico e corte dos blocos de betão
• Introdução de fios termopares - chapas e betão
• Colagem
• Preparação das superfícies de colagem
• jacto de areia (betão)
• grenalhagem (aço)
• Delimitação da zona de colagem
• Mistura dos componentes da cola
• Alinhamento das chapas
• Aplicação da cola - aplicação de pressão
• Secagem

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Esquema de Ensaio

A B C E
D

F G

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Modelação numérica
τxz
σz τzy

150mm
Carga x z

250mm y

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Resultados a frio (20ºC)


140
140
120
120

Força de roturra (kN)


Força de roturra (kN)

100 100

80 80

60 60

40 40
Betão E Betão D
20 20
Betão D Betão E
0 0
0 20 40 60 80 100 0.27 0.6 1.07 2.4 3.75

Largura de colagem (mm) Relação largura/comprimento

Resistência do betão é factor determinante


Aumento da largura  aumento de resistência

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90

Unheated 30ºC 60ºC 90ºC 120ºC

Ensaios de corte 60

Strength (KN)
com aquecimento
Betão A
30

0
0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0

Displacement (mm)

90

Unheated 30ºC 60ºC 90ºC 120ºC

60
Strength (KN)

Betão B
30

0
0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0

Displacement (mm)

120
Unheated 30ºC 60ºC 90ºC 120ºC

90
Strength (KN)

60
Betão C
30

0
0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0 0.0 2.5 5.0

Displacement (mm)

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Resultados a quente
Betão alta resistência Betão corrente
dia na rotura (MPa)

dia na rotura (MPa)


12 12

10 A 10 A
B B
8 C 8 C
D D
E E
Tensão de corte méd

Tensão de corte méd


6 F 6 F
G G
4 4

2 2

0 0
0 30 60 90 120 0 30 60 90 120

Temperatura (ºC) Temperatura (ºC)

 Maior temperatura  redução de resistência


 Betão alta resistência  quebra de resistência aos 40ºC
 Resistência do adesivo passa a ser o factor condicionante

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Modos de rotura observados

A frio Acima de 60ºC

A temperatura destroi a ligação

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Aparafusamento
complemento de outros métodos

Desvantagens:
concentrações de tensões
Vantagem:  tempo de execução
baixa sensibilidade a aumento
de temperatura

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Ensaios de tracção

Forno

 Resistência da ligação:
depende da resistência do
betão

Parafuso Betão
aumenta com o comprimento
embebido do parafuso
 Diâmetro do parafuso pouco
influente

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Ensaios de corte 80

70

Força de rotura média (kN)


60
Cola
F/2 F/2 50 Cola + HSA 6x65
Cola + HSA 8x57
40 Cola + HSA 8x75
HSA 6x65
30 HSA 8x57
HSA 8x75
20
F Aço
10

0
0 20 40 60 80 100
Temperatura (ºC)

Parafuso  A frio  resistência assegurada pela colagem


Betão  Degradação do adesivo com a temperatura
 Maior diâmetro  aumento de resistência

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Protecção da chapa colada face a aumento de temperatura

Técnicas de protecção
Própria (ex. lã de rocha)
Aumento da
Gerada ou aumentada pelo calor do
resistência térmica
incêndio (ex. pinturas intumescentes)
Inércia térmica (betão)
Absorção de calor Processo físico-químico (gesso)
Irrigação (estruturas irrigadas)

Retardamento do processo de combustão (ignífugos)

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Protecção da chapa colada face a aumento de temperatura


Efeito do aquecimento

Influência da temperatura nas Variação de temperatura num


propriedades do aço elemento de construção

Tensão de rotura

Módulo de
elasticidade

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Protecção da chapa colada face a aumento de temperatura


Tipos de materiais de protecção

• Materiais projectados
• menor custo, dentre todos os sistemas;
• maior velocidade de aplicação; http://www.tria.pt
• requerem limpeza após aplicação e controle de espessura na obra;
• desenvolvidos especificamente para a protecção de estruturas.

Os materiais projectados (ex.: argamassas húmidas) são os mais utilizados


mundialmente para a protecção de estruturas metálicas, sendo especificados para a
protecção dos maiores prédios do mundo.

Os materiais de protecção representam uma parcela signifi-


cativa do custo das estruturas metálicas.
Estes materiais, desenvolvidos, em sua maioria, para áreas
internas e abrigadas de intempérie, reduzem significativamente
prazos e custos de aplicação da protecção passiva contra fogo.

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Protecção da chapa colada face a aumento de temperatura


Tipos de materiais de protecção
• Mantas de fibra cerâmica e painéis de lã de rocha
• ideais para edificações em funcionamento;
• fornecidos prontos para instalação, necessitam de pinos de ancoragem
para fixação;
• aplicação limpa, sem controle de espessura na obra;
• alguns tipos de acabamentos disponíveis, sempre com baixa resistência
mecânica.

1 – perfil metálico
2- manta de lã de rocha

Imagens retiradas de http://www.guarutherm.com.br/

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

Protecção da chapa colada face a aumento de temperatura


Tipos de materiais de protecção

• Tintas intumescentes
• boas opções (comercialmente, devido ao preço do
material), até 60 minutos de protecção;
• excelente acabamento visual;
http://www.unifrax.com.br
• necessidade de mão de obra muito especializada;
• requerem controle rigoroso de espessura
(300µm a 6mm), condições climáticas e
prazos entre as demãos e acabamento;
• podem permanecer expostos, tendo excelente
resistência mecânica.

http://www.tria.pt

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

Protecção da chapa colada face a aumento de temperatura


Tipos de materiais de protecção
• Placas rígidas
• acabamento similar às placas de gesso
cartonado;
• permitem acabamento e pintura;
• boa resistência mecânica;
• ideais para pilares aparentes, com tempo de
protecção entre 90 e 120 minutos.
http://www.tria.pt

• Argamassas à base de vermiculite


• ideais para áreas industriais e equipamentos,
com testes para petroquímica;
• aplicação lenta, requerendo elementos de
ancoragem e limpeza posterior à
aplicação;
• podem permanecer expostos e suportam
intempérie.
http://www.guarutherm.com.br/

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Dimensionamento [30]
• Verificação de segurança da estrutura existente

- Estados limites de utilização:


- simular danos existentes e reforço
- correcção das propriedades (secções, inércia, etc.)

- Estados limites últimos:


 f* 
S d = γ * S ( F*) ≤ Rd = γ n ,R S R  *k 
F γ 
 m 
* ≠ projecto de obras novas

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Dimensionamento [30]
• Cálculo de esforços resistentes

- Modelação de danos existentes; simulação do elemento reforçado

- Método simplificado dos coeficientes globais

a) assumir elemento reforçado sem defeitos (c/º obras novas)

b) afectar os resultados por um coef. monolitismo γn,R < 1.0


- coef. monolitismo depende da tecnologia e tipo de reforço

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• Dimensionamento de vigas (método dos coeficientes globais)

• Assumir:

- coef monolitismo flexão: γn,M=1.0

- coef monolitismo esf. transverso: γn,V=0.9

- comportamento monolítico: aderência perfeita

- requisitos geométricos

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• Requisitos geométricos:

• Reforço à flexão

ts < 4mm ts < 12mm


tg < 2mm tg < 2mm
bs > 50mm bs > 80mm
tg tg
bs ts ts
bs
Sem buchas metálicas Com buchas metálicas

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• Requisitos geométricos:

• Reforço ao esforço transverso

ts < 3mm ts < 8mm


tg < 2mm tg < 2mm
dr dr > 100 ts dr dr > 100 ts

t g ts t g ts
Sem buchas metálicas Com buchas metálicas

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• Cálculo do Momento Resistente:


• Semelhante ao do Betão Armado (duas camadas de armadura)

M rd = γ n ,M M

• Camadas de armadura próximas:


- “armadura equivalente”

M rd = Aseq z eq f syd
i
= Asi z i f syd
i
+ Asr z r f syd
r

Aseq =>Área de aço “equivalente”


i
f syd =>Resistência de cálculo da armadura equivalente

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• Cálculo da armadura de reforço:

• Assumindo: z ≈ 0.9d
 f r 
i  i syd 
M rd ≈ Aseq 0.9d eq f syd
i
= f syd As 0.9d i + Asr 0.9d r i
 f syd 
 
• Armadura de reforço:
i
f  d eq
d i 
Asr = r  Aseq r − Asi r 
syd

f syd  d d 

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• Verificação de segurança da ligação aço/betão:


• Assumindo: distribuição plástica uniforme das tensões de corte

• Ligação sem buchas metálicas


L
Fsd = Asr f syd
r
≤ τ sd b
2
 f ct ,min
Fsdr = Asr f syd τ sd 
τ sd 2MPa
• Ligação com buchas metálicas

L
Fsd = Asr f syd
r
≤ nFb + γτ sd b
L/2 L/2 2
γτ sd ≈ 0.5MPa

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• Cálculo do Reforço ao Esforço Transverso: Corte Alçado

Ref. Chapa Contínua:


Vsd ≤ Vrdmax = τ 2 bw d i
- maior área a tratar
- dificuldade injecção

Vsd ≤ Vrd = Vcd + Vwd


Cantoneira

Ref. Chapa Descontínua:


Vcd = τ 1bw d i

 A i
A r  Cantoneira Vista inferior
Vwd 
= γ n ,V 0.9d i sw
f syd + 0.9d
i r sw r 
f syd
 s s 
 

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• Zonas de ancoragem:
A utilização de chapas largas e finas conduz a melhores resultados do que o uso de

chapas estreitas e espessas, exigindo menores comprimentos de ancoragem.

Chapas com espessura até 3mm apresentam bom comportamento. A espessura da

chapa poderá subir até 10mm, desde que sejam utilizados dispositivos de

ancoragem especiais. P/ ex:

- ancoragens laterais

- aparafusamento

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• Zonas de ancoragem:
A espessura da lâmina de cola não dever exceder 1.5mm.

Quando existam fendas de flexão na viga, devem ser injectadas com resina antes da

aplicação do reforço.

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• Zonas de ancoragem:
Distribuição teórica de tensões de corte na chapa de reforço: cos h (ω x )
τ x = Pω
sin h (ω x )
1/ 2
G l l 
ω =   +  
 d  E1t1 E2 t2 
- esforço aplicado por unidade de largura (P)
- módulo de elasticidade do aço (E1) e do
betão (E2)
Ensaios laboratoriais demonstram que as tensões - espessura da chapa (t1), do betão (t2) e da
de corte máximas reais são inferiores às teóricas, camada epóxida (d)
mas necessitam de uma maior força global de - módulo de elasticidade transversal da cola
transmissão e de um maior comprimento de (G)
ancoragem - comprimento da chapa (l) e distância ao
ponto de tensão de corte nula (x)

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• Zonas de ancoragem:
Distribuição de tensões de corte na chapa de reforço colada com resinas epóxidas

com diferentes módulo de elasticidade transversal:

Redução do valor do pico da tensão de corte.

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• Dimensionamento da zona de ancoragem


Garantir que não é ultrapassada a tensão limite de aderência para o máximo valor do

esforço de corte no extremo da chapa:

VSd ≤ d s bτ Rd ≈ 0.9ht bτ Rd τRd é a tensão limite de cálculo de aderência

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

• Dimensionamento da zona de ancoragem


Se se tiver em conta a contribuição das armaduras existentes:

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Reabilitação e Reforço de Estruturas

• Dimensionamento da zona de ancoragem


Recomenda-se que a tensão de corte máxima na união seja limitada pelo valor médio

da tensão de rotura do betão à tracção por flexão (fctm). De acordo com o REBAP:

 0.4  2/3  0.4 


τ Rd ≤ f ctm ( flexão ) ≈ f ctm (tracção simples ) *  0.6 +  ≈ 0.30 f ck  0.6 + 
 h1/ 4   h1/ 4 

fck – resistência à compressão do betão referida a provetes cilíndricos (MPa)


h – altura do elemento considerado (m)

VSd ≤ d s bτ Rd ≈ 0.9ht bτ Rd

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• Dimensionamento da zona de ancoragem


Se se admitir a utilização de ligadores com capacidade de redistribuição de esforços, a

força média de corte por unidade de comprimento é:

l0 FS , r AS , r f syd , r S
Flig
Sd = FS , r =2 =2 ou F lig
Sd = VRd
2 l0 l0 I
Fs,r – força última resistente de cálculo da armadura de reforço
AS,r - Área da secção da armadura de reforço
fsyd, r –valor de cálculo da tensão de cedência da armadura de reforço
VRd – esforço transverso máximo
S – momento estático da secção da armadura a ligar ao elemento existente
I – momento de inércia da secção reforçada
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Reabilitação e Reforço de Estruturas

• Dimensionamento da zona de ancoragem


Recomendação do CEB:

- em chapas coladas em toda a sua extensão:

f ctm ( flexão ) f ctm ( flexão )


τx ≤ =
γm 1.5

c/ τx calculado pela fórmula de Bresson. cos h (ω x )


τ x = Pω
sin h (ω x )

e +e
x −x e x − e− x
cosh( x) = sinh( x) =
2 2

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Conclusões
- Reforço com chapas coladas pode ser eficaz do ponto de vista de incremento

da resistência à tracção.

- É uma técnica de rápida execução, relativamente bem conhecida.

- Campo de aplicação essencialmente em vigas e lajes, principalmente no

reforço face a flexão simples

- Principais limitações: dificuldade de assegurar uma aderência perfeita e

permanente entre chapas e betão, zonas de ancoragem e sensibilidade ao

fogo.

- Se se garantir monolitismo, o comportamento é semelhante ao do betão

armado.

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