Você está na página 1de 4

3 Conceitos de cristalografia e discordâncias

Destacam-se a seguir alguns tópicos considerados importantes para o estudo da deformação


plástica dos metais.

Estruturas Cristalinas de Metais:

 cúbica de face centrada (c.f.c.)


 cúbica de corpo centrado (c.c.c.)
 hexagonal compacta (h.c.)

Índices de Miller

Sistemas preferenciais de deslizamento

Estrutura No. de sistemas Plano preferencial Direção preferencial

c.f.c. 12 {111} <110>

h.c. 3 (0001) <1120>

(*) c.c.c. 48 {110} {112} e {123} <111>

(*) Apesar de apresentar um elevado número de sistemas, as tensões necessárias no c.c.c.


também são elevadas pois não existem planos compactos como no c.f.c. ou no h.c.

Discordâncias:

 linha de discordância e vetor de Burgers;

 discordância em cunha ou aresta, Taylor-Orowan (“edge”). Perpendicular ao vetor de


Burgers, positiva ou negativa (Figura 3.1);

Figura 3.1 - Representação da discordância em cunha

1
 movimentos por deslizamento perpendicular ao seu comprimento e por escalagem
(“climb”) pela difusão de átomos extras ou de lacunas;

 discordância em hélice ou espiral, Burgers (“screw”). Paralela ao vetor de Burgers


(Figura 3.2)

Figura 3.2 - Representação da discordância espiral

 movimento por deslizamento em planos que contêm a linha de discordância e o vetor de


Burgers correspondente: possibilidade de passagem de um plano de deslizamento a
outro mais favorável (deslizamento cruzado);

Interação de discordâncias: Formação, movimentação e travamento de degraus durante a


interação (Figura 3.3)

Figura 3.3 - Interação de discordâncias

2
Geração de discordâncias:

 mecanismo ou fonte de Frank-Read (figura 3.4)


 mecanismo de Orowan, por interação com partículas finas dispersas
 barreiras de Lomer-Cottrell (Figura 3.5)
 discordâncias parciais de “Shockley” (Figura 3.6):

A dissociação de uma discordância em duas parciais, apresenta-se energeticamente


favorecida, porém, causa uma falha na seqüência de empilhamento, gerando uma região h.c.
numa estrutura do tipo c.f.c.
A “energia de falha de empilhamento” (EDE) é tanto maior quanto menor for a distância
entre as discordâncias parciais. Como essas discordâncias tem seu movimento restrito ao
plano da falha, o deslizamento cruzado nesse caso é dificultado e exige condições energéticas
favoráveis, como é o caso dos metais com baixa EDE.
Esses materiais apresentam distâncias entre discordâncias parciais da ordem de 10 a 20
vezes o comprimento do vetor de Burgers, elevadas se comparadas às distâncias de uma vez
observadas nos materiais de alta EDE.
Nos metais de alta EDE, a recombinação das discordâncias parciais é efetuada com níveis
menores de tensão, facilitando o deslizamento cruzado.

Figura 3.4 -Geração de discordâncias pelo mecanismo de Frank-Read

Figura 3.5 – Representação de uma barreira de Lomer-Cottrell

3
Figura 3.5 - Representação de discordâncias parciais de Shockley

Você também pode gostar