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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Colegiado de Engenharia Elétrica

Introdução à Eletrônica de Potência


Prof. Dr. Adeon Pinto
Eletrônica Industrial

Eletrônica Industrial – Prof. Adeon Pinto Juazeiro - BA / 2017


Introdução à Eletrônica de Potência

 As aplicação da eletrônica de estado sólido no campo da potência tem crescido


acentuadamente;

 O termo eletrônica de potência surgiu nos anos 60 com o advento do SCR (Silicon
Controlled Rectifier – Retificador Controlado de Silício);

 O desenvolvimento de novos dispositivos capazes de chavear elevadas correntes


de maneira eficiente em altas tensões fez com que este ramo da engenharia
alcançassem várias aplicações.

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Definições de Eletrônica de Potência

1. Eletrônica de Potência é a tecnologia associada com a conversão eficiente,


controle e condicionamento de potência elétrica através de interruptores
estáticos de uma fonte disponível na entrada numa saída desejada;

2. Eletrônica de Potência pode ser definida como uma ciência aplicada dedicada ao
estudo dos conversores estáticos de energia elétrica. Este último pode ser
definido como um sistema constituído por elementos passivos (R, L e C) e
elementos ativos (chaves estáticas), tais como diodos, tiristores, transitores,
GTOs, Triacs, IGBT e MOSFETs, associados segundo uma lei preestabelecida;

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Definições de Eletrônica de Potência (Cont.)

3. Entende-se que Eletrônica de Potência é uma área da Engenharia Elétrica que


tem a finalidade de estudar e construir conversores de potência visando o
controle de energia elétrica;

4. Eletrônica de Potência é uma ciência aplicada que aborda a conversão e o


controle de fluxo de energia elétrica entre dois ou mais sistemas distintos, através
de conversores estáticos de potência.

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Finalidades da Conversão de Energia

 Aplicações diferentes conforme a forma;

 Dificuldades de armazenamento;

 Dificuldades de transmissão;

 Alteração/adaptação de amplitudes, formas e quantidades;

 Reaproveitamento de energia.

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Conversores Estáticos

Conversor Rotativo: é aquele que converte energia usando mecanismos móveis


(gerador-motor-gerador);

Conversor Estático: é um dispositivo eletrônico que converte energia sem usar


componentes móveis (giratórios).

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Conversores Estáticos  Eletrônica de Potência

Conversor Estático: termo usado no começo do processamento eletrônico de energia,


muito ligado à acionamento de máquinas elétricas e geração de eletricidade;

Eletrônica de Potência: termo mais moderno e genérico, utilizado para designar toda
gama de dispositivos de potência que controlam o fluxo de energia.

Grande área: Engenharias


Área: Engenharia Elétrica
Subárea: Eletrônica Industrial
Especialidades: Acionamentos, etc.

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Aplicações da Eletrônica de Potência

 Fontes chaveadas;
 Controle de motores de corrente contínua e alternada;
 Conversores para soldagem;
 Alimentação de emergência;
 Carregadores de bateria;
 Retificadores para eletroquímica;
 Transmissão em corrente contínua;
 Reatores eletrônicos;
 Filtros ativos;
 Compensadores estáticos;
 Processamento de energias alternativas;
 Amplificadores de potência;
 Controladores de temperatura;
 Entre outras.
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Interdisciplinaridade da Eletrônica de potência

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Chaves Semicondutoras de Potência

Estas são os elementos mais importantes empregados em circuitos da eletrônica de


potência. As principais chaves estáticas (interruptores) são:

 Diodos;
 Transistores bipolares de junção (TBJs ou BJTs - Bipolar Junction Transistors);
 Transistores de efeito de campo metal-óxido-semicondutor (MOSFETs - metal-
oxide-semiconductor field-effect transistors);
 Transitores bipolares de porta isolada (IGBTs - insulated-gate bipolar transistors);
 Retificadores controlados de silício (SCRs - Silicon controlled rectifiers);
 Triacs;
 Tiristores de desligamento por porta (GTOs - Gate turn-off thyristors);
 Tiristores controlados MOS (MCTs - MOS Controlled Tiristors).

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Chaves Semicondutoras de Potência Ideais

Uma chave ideal satisfaz as seguintes condições:


 Liga e desliga instantaneamente;
 Quando está ligada, a queda de tensão sobre ela é nula (zero);
 Quando está desligada, a corrente que flui através dela é nula (zero);
 Não dissipada potência.

Além disso, as seguintes condições são desejáveis:


 Quando ligada, possa suporta correntes elevadas;
 Quando desligada, possa suportar tensões altas;
 Que utilize pouco potência para o controle da operação;
 Que seja altamente confiável;
 Que seja pequena e leve;
 Que tenha baixo custo;
 Que não requeira manutenção.
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Uso de Chaves Semicondutoras como Dispositivo de Controle

Proposição: Como podemos realizar está conversão?

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Uso de Chaves Semicondutoras como Dispositivo de Controle

Proposição: Como podemos realizar está conversão?


Resposta: Usando um resistor variável (reostato).

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Uso de Chaves Semicondutoras como Dispositivo de Controle

Proposição: Como podemos realizar está conversão?


Resposta: Usando comutação (chaveamento) em alta frequência.

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Perda de Potência em Chaves Semicondutoras Ideais

Sabe-se que a potência consumida pela chave é dada pelo produto da corrente que
flui através dela pela tensão sobre ela.

Chave ideal desligada Chave ideal ligada

PPerda Chave  VS .0  0 PPerda Chave  0.I L  0

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Perda de Potência em Chaves Semicondutoras Reais
Em uma chave semicondutora real tem duas fontes de perda de potência, a saber:
Perda na Condução e Perda por Chaveamento.

Perda na Condução
Quando a chave semicondutora está desligada (Bloqueada), mesmo assim passa por
ela uma pequena corrente denominada de corrente de fuga (ILEAK). A perda associada a
esta corrente (POFF), normalmente é muito pequena e não varia significativamente, por
isso normalmente é desprezada.

Quando a chave está conduzindo (ligada), ocorre uma pequena queda de tensão sobre
a mesma. Esta tensão é chamada tensão de saturação (VCE(sat)). Assim, a potência
devido esta tensão de saturação é dada por:
VS  VCE ( sat ) VS
PON  VCE ( sat ) .IC Sendo: IC  
RL RL

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Perda de Potência em Chaves Semicondutoras Reais

Perda na Condução (Cont.)


Como a função da chave é fica ligando e desligando, devemos determinar a potência
média, considerando o ciclo de trabalho. Assim temos:

tON
PON ( média )  VCE ( sat ) .IC .  VCE ( sat ) .IC .d Sendo: d
tON
T T

De modo semelhante, temos:


tOFF
POFF ( média )  VS .I LEAK .  VCE ( sat ) .IC .(1  d )
T
Como o ciclo de trabalho d é definido como o percentual do período no qual a chave
está ligada, temos:
tON t
d  ON
tON  tOFF T

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Perda de Potência em Chaves Semicondutoras Reais

Perda por Chaveamento


Como uma chave estática real não faz a comutação de um estado para outro
instantaneamente, isto provoca perda de potência durante o intervalo finito (tSW(ON))
para ligar e também para desligar (tSW(OFF)) . Normalmente tem-se que tSW(ON)> tSW(OFF).
No entanto, vamos supor que tSW(ON)=tSW(OFF) por questões didáticas. Diante destes
comentários, pode representar as formas de onda durante uma chaveamento da
seguinte forma:

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Forma de onda durante o chaveamento:
a) Tensão na chave; b) Corrente através da chave; c) Potência dissipada na chave.

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A potência dissipada máxima na passagem do estado desligado para o estado ligado é
dado por:

PSW ON ( max )  0,5VCE ( max ) .0,5IC ( max )


A curva da potência dissipada parece com uma senóide retificada. Assim, o valor da
potência média dissipada é dada por:
PSW ON ( med )  0,637 PSW ON ( max )

PSW ON ( med )  0,637 . 0,5VCE ( max ) . 0,5IC ( max )


1
PSW ON ( med )  0,167 . VCE ( max ) . IC ( max )  . VCE ( max ) . IC ( max )
6

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A energia consumida (potênciatempo) durante o fechamento é dada por:

WSW ON  PSW ON ( med ) .tSW (ON )

1
WSW ON  . VCE ( max ) . IC ( max ) . tSW (ON )  joules 
6
De acordo com a suposição feita anteriormente temos que a perda de energia durante
o desligamento é dada por:

1
WSW OFF  . VCE ( max ) . IC ( max ) . tSW (OFF )  joules 
6

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Portanto a perda de energia total durante um ciclo devido ao chaveamento é dada
por:

1
WSW  WSW ON  WSW OFF  . VCE ( max ) .IC ( max )  tSW (ON )  tSW (OFF ) 
6
A dissipação média de potência na chave é dada por:

WSW
PSW   WSW . f
T
1
PSW  . VCE ( max ) .I C ( max )  tSW (ON )  tSW (OFF )  . f
6
Sendo T o período de chaveamento e f a frequência do chaveamento.

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De acordo com a figura anterior temos:

T  tON  tSW (ON )  tOFF  tSW (OFF )

Como adotamos os tempos de chaveamento iguais tanto no fechamento quanto no


desligamento, temos:

tSW (ON )  tSW (OFF )  tSW


Após estas considerações, temos:

1
PSW  . VCE ( max ) .IC ( max )  2. tSW  . f
6

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Finalmente, a potência total perdida na chave é dada por:

PT  PON ( med )  POFF ( med )  PSW

PT  PON ( med )  PSW

1
PT  d . VCE ( sat ) .IC  . VCE ( max ) .IC ( max ) . tSW . f
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FIM
da Apresentação

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