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N.

º 03
junho 2006

ENTREVISTA ‘DOBRADINHA’
ANTÓNIO DO ADRO CAMPINENSE JUNTA
PRESIDENTE DO LOULETANO SUBIDA À TAÇA

2ª DIVISÃO FUTSAL
MESSINENSE FESTEJA UNIVERSIDADE
FEITO INÉDITO COM BOAS NOTAS

Futebol algarvio
Desporto
APOIO AO ASSOCIATIVISMO DESPORTIVO
Associação Académica da Universidade do Algarve
Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais
Associação Cultural e Desportiva da Coobital
Associação Cultural Recreativa Desportiva Nexense
Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral
Associação de Montanhismo e Escalada do Algarve
Associação do Centro de Ténis do Algarve
Associação Portuguesa de Kempo
Casa do Benfica de Faro
Centro de Estudos Espeleológicos e Arqueológicos do Algarve
Clube dos Amadores de Pesca
Clube de Ciclismo de Estoi
Clube de Danças da Escola Secundária João de Deus
Clube de Futebol “Os Bonjoanenses”
Clube de Natação de Faro
Clube de Petanca de Faro
Clube de Surf de Faro
Clube de Ténis da Quinta do Eucalipto
Clube Desportivo do Montenegro
Clube Desportivo Faro XXI
Clube União Culatrense
Futebol Clube “Os 11 Esperanças”
Futebol Clube São Luís
G. D. e C. Jograis António Aleixo
Ginásio Clube Naval
Grupo de Operações de Paintball
Grupo Desportivo da Torre Natal
Grupo Desportivo dos Salgados
Instituto D. Francisco Gomes
Judo Clube do Algarve
Ju-Jutsu Clube de Faro
Karaté Clube de Faro
Motoclube de Faro
Moto Malta de Faro
Núcleo de Xadrez de Faro
Núcleo Sportinguista de Faro
Off Road 4X4 Club, Clube TT de Faro
São Pedro Futsal Clube
Sociedade Columbófila de Faro
Sport Faro e Benfica
Sporting Clube Farense
Sociedade Recreativa Agricultora do Patacão
União dos Amigos da Pesca

INICIAÇÃO DESPORTIVA
A.C.D. Coobital
Futebol Clube de São Luís
Judo Clube do Algarve
Karaté Clube de Faro
Casa do Benfica de Faro
Clube de Amadores de Pesca de Faro
Centro Espeleológico e Arqueológico do Algarve
Clube Kempo de Faro
Clube de Surf de Faro
PROTOCOLOS COM ATLETAS
Sporting Clube Farense DE ALTA COMPETIÇÃO
Ginásio Clube Naval Ana Dias | Casa do Benfica de Faro
GimnoFaro Ginásio Clube José Monteiro | Casa do Benfica de Faro
G. Folclórico Infantil de Faro Ana Cachola | Judo Clube do Algarve
G. D. e C. Jograis António Aleixo Jorge Costa | Clube Desportivo dos CTT
Clube Desportivo de Montenegro Adélia Elias | Sporting Clube Farense
Sport Faro e Benfica Ricardo Colaço |

www.cm-faro.pt
Sumário
4 - Abertura

5 – Mensagem do Presidente da AF Algarve

7 – Futsal: escreve Luís Conceição

8 – Associação Académica: êxito no futsal

10 – Os nossos campeões de futsal

11 – Jogador local: escreve Carlos Pereira

12 – Campinense sobe à 3ª Divisão

15 – Os nossos campeões de futebol

16 – Lusitano soma feitos no futebol juvenil

18 – Messinense promovido à 2ª Divisão

21 – Armacenenses vai à Taça de Portugal

23 – A actividade das nossas selecções

25 – Árbitro Nuno Brito sobe aos nacionais

27 – Taça AF Algarve: 2ª edição avança

29 – O futebol como escola: escreve João Leal

30 – Entrevista com António do Adro

32 – Clubes escolhem dirigentes

33 – Manuel José: ‘faraó’ no Cairo

34 – Actividades e breves

Ficha Técnica
Revista AF Algarve Fotos: Carlos Vidigal Jr, Mira, Nuno Eugénio, José Carlos Campos,
Nº3 – Junho de 2006 Vasco Célio, arquivos dos jornais Correio da Manhã e Record
Director: José Manuel Viegas Ramos e arquivo da Associação de Futebol do Algarve
Sub-director: José Faísca Montagem e impressão: Gráfica Comercial, Parque Industrial, Loulé
Coordenador editorial: Armando Alves Propriedade: Associação de Futebol do Algarve, Complexo
Textos de: Armando Alves, Carlos de Deus Pereira, Desportivo, 8000 FARO
Luís Conceição e João Leal Depósito legal: 242121/06
Colaboração: António Martins, João Barbosa, Luís Baptista Distribuição gratuita
e Luís Rosário


Abertura

No centro das atenções

do Campeonato do Mundo no passado Mesmo em tempo de férias, o Algarve,


mês de Junho, pois a Inglaterra escolheu no que ao futebol diz respeito, continua
o complexo turístico de Vale do Lobo, no no centro das atenções. E o regresso da
concelho de Loulé, para a realização de bola aos relvados não tarda – a Taça AF
um estágio preparatório de uma semana, Algarve promete emoções fortes no início
trazendo até nós largas dezenas de jor- de Agosto, com a participação das equi-
nalistas, atraídos pela presença de figuras pas mais representativas da nossa região,
como Beckham, Lampard, Terry e as res- e, antes disso, Benfica e Sporting vão pro-
pectivas esposas e ainda o conhecido Sven porcionar, em Vila Real de Santo António,
Goran Eriksson, um treinador com fortes um ‘derby’ inédito em terras algarvias, no
ligações ao Algarve desde os tempos em âmbito do Torneio do Guadiana, prova or-
que, no comando do IFK Goteborg da sua ganizada por uma empresa privada.
Suécia, natal aqui preparou (na Torralta) a
equipa que viria, surpreendentemente, a
conquistar a Taça UEFA em 1982.
COLABORAÇÃO
Boa parte dos jogadores portugueses
Esta revista, cujo terceiro número está
aproveitaram a única folga concedida
nas suas mãos, é um projecto destinado
durante o estágio da nossa selecção em
essencialmente aos clubes algarvios – e
Évora para visitarem o Algarve, onde cos-
a todos os que neles trabalham ou cola-
tumam passar férias e têm amigos, e por
boram, desde dirigentes a técnicos, joga-
aqui encontram-se muitos dos atletas de
dores e demais elementos essenciais ao
O Campeonato do Mundo desenrola-se primeiro plano que não foram chamados
desenvolvimento de um leque apreciável
na Alemanha, a alguns milhares de qui- para a prova, alguns dos quais com par-
de tarefas.
lómetros do Algarve, mas a nossa re- ticipação garantida nos inevitáveis jogos
Sendo uma publicação para todos é, tam-
gião vive, com entusiasmo, as peripécias que sempre têm lugar neste período. bém, de todos. Nesse sentido, vimos
da grande competição, na esperança de Vários dos nossos melhores futebolistas apelar a uma participação activa, com su-
vermos Portugal rubricar uma prestação já fizeram investimentos vultuosos no gestões, envio de notícias (assembleias
brilhante, depois da presença na final do Algarve – casos de Rui Costa e Figo – ou gerais, eleições, tomadas de posse, fes-
Campeonato da Europa de 2004. preparam-se para dar esse passo (Deco, tas, convívios e torneios particulares, en-
O Mundial também passou por aqui e o Cristiano Ronaldo, Costinha, Paulo Ferrei- tre outros exemplos) e demais colabora-
Algarve esteve no centro das atenções ra , Ricardo Carvalho e Tiago, sócios num ção que constitua um enriquecimento da
quando, em Setembro do ano passado, projecto previsto para Alvor), muitos pre- revista.
Portugal bateu o Luxemburgo por escla- sidentes de clubes e outros dirigentes têm Dada a periodicidade mensal da revista,
recedores 6-0, dando um passo muito aqui negócios e o já referido Sven Goran com saída a meio de cada mês e fecho
importante rumo à qualificação. O está- Eriksson vai construir no interior do conce- da edição no dia 5, todo o material deverá
dio encheu e o nosso incentivo e apoio lho de Lagos (Corte do Bispo, freguesia de ser enviado com a antecedência neces-
constituiu um valioso contributo para o Bensafrim, perto da barragem da Bravu- sária para o mail revista@afalgarve.pt ou
expressivo sucesso da equipa das quinas. ra) um complexo turístico-desportivo de para a sede da Associação de Futebol do
O Algarve voltou a fazer parte da rota grande dimensão. Algarve.

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Mensagem

– Balanço positivo da prestação das equipas algarvias nos diversos campeonatos


nacionais de futebol. Em dados momentos perspectivou-se um quadro bem mais
agradável, pois o Olhanense frequentou durante várias jornadas os lugares da subi-
da na Liga de Honra e o Louletano liderou a Série D da 2ª Divisão por largos meses,
mas a verdade é que, chegados à última jornada, várias equipas – nada menos de
quatro – corriam riscos de descida. Felizmente, todas asseguraram a permanência.

2 – Importa, antes de mais, dar os parabéns à União Desportiva Messinense, que


alcança um feito inédito no seu historial, com a subida à 2ª Divisão. Notável a cam-
panha da formação de S.Bartolomeu de Messines, sobretudo de atendermos ao
mau início de campeonato: após a oitava jornada estava na zona de despromoção,
com apenas seis pontos, correspondentes a uma vitória, três empates e quatro
derrotas. A partir daí, seguiu-se uma recuperação impressionante – 24 jogos sem
derrotas. O empate na última jornada, nas Ferreiras, permitiu uma festa imensa
que extravasou os limites da vila e se estendeu a todo o concelho de Silves, de
parabéns por esta relevante conquista.

3 – O que tiveram em comum, na época agora concluída, Portimonense (Liga de


Honra), Imortal (2ª Divisão), Lagoa e Ferreiras (3ª Divisão)? Todos garantiram na
última jornada a permanência nos respectivos campeonatos. O objectivo traçado
acabou por ser atingido, não sem grande sofrimento, pois, nalguns casos, foi preci-
so esperar por uma conjugação de resultados favoráveis ou por um golo salvador
para respirar de alívio.

4 – Feitas as contas, apenas uma equipa do Algarve desceu: o Silves regressa à 3ª


Divisão, com a curiosidade do seu lugar no escalão secundário ser preenchido pelo
vizinho Messinense, numa troca entre equipas do mesmo concelho. O Farense foi
desclassificado na série F da 3ª Divisão mas a vaga será preenchida pelo Campi-
nense, vencedor da 1ª Divisão da Associação de Futebol do Algarve. A nossa região
Época
com
terá na época 2006/07 a mesma representatividade que em 2005/2006. O saldo
não se apresenta tão risonho como gostaríamos mas, num quadro de dificuldades,
com várias equipas em risco de descida na última jornada, acaba por ser positivo.

5 – O Juventude Sport Campinense viveu uma das épocas mais brilhantes do seu
historial, juntando a vitória na 1ª Divisão da AF Algarve à conquista da Taça do

final
Algarve, numa saborosa (e inédita) ‘dobradinha’, pois nunca uma formação conse-
guira triunfar nas duas competições, na mesma temporada. Um duplo sucesso que
premeia um clube há longo tempo nas mãos da mesma família fora e dentro do
campo e que tem a particularidade de contar nos seus corpos sociais com vários
elementos do sexo feminino, numa prova de que o futebol é um desporto de e
para todos.

6 – Neste balanço não pode ficar de fora o relevante sucesso da Juventude Despor-
tiva Fontainhas, vencedora da série D da 3ª Divisão de futsal, garantindo a promo-
ção ao escalão secundário, onde o Algarve voltará a contar com um representante
a partir da próxima época. A formação do concelho de Albufeira está agora empe-
nhada na luta pelo título nacional, podendo – oxalá tal aconteça – terminar a época
feliz
com uma conquista inédita para o Algarve. Sapalense e Sonâmbulos continuam na
3ª Divisão e a descida do Gejupce será compensada com a promoção da Universi-
dade do Algarve.

7 – Nas camadas jovens, realce para a subida do Lusitano Futebol Clube à 1ª Divisão
de Juniores, numa demonstração de que a cidade raiana continua a produzir talen-
tos, e para as presenças de Farense (juvenis), Louletano e Portimonense (iniciados)
nas segundas fases dos campeonatos nacionais das respectivas categorias, numa
época muito positiva neste sector.

José Manuel Viegas Ramos


Presidente da Direcção da Associação de Futebol do Algarve


FUTSAL

Sugestão de conteúdos tácticos


nas várias etapas da formação
Este é um texto específico de futsal, diri- ETAPA DA APRENDIZAGEM (11-14 anos) táctico, físico ou psicológico. Nota-se por
gido a todas as pessoas que pretendem - Nesta fase, deve-se ensinar os ele- parte dos atletas uma grande facilidade
confrontar os seus pensamentos e conhe- mentos de base da técnica e da táctica e em assimilar conteúdos técnico/tácticos
cimentos desta modalidade, e também melhorar as qualidades físicas gerais. De- bastante complexos.
aos muitos que se interessam com a for- vemos criar exercícios de aprendizagem
mação dos jovens praticantes de futsal. com exigências elevadas nas tomadas de DEFESA
Para que os mais novos tenham uma decisão e de ritmo, que são importantes · Aperfeiçoamento do sentido de cobertu-
correcta evolução, há que respeitar vá- na disputa com o adversário. Nesta fase ra (quem cobre quem de acordo com os
rias etapas de formação. A seguir sugiro os jovens já assimilam com alguma faci- corredores e as linhas defensivas);
alguns conteúdos tácticos, relacionados e lidade os conteúdos tácticos e é impor- · Saber que as linhas são alternadas cons-
indicados para a respectiva faixa etária, a tante, na criação das unidades de treinos, tantemente, de acordo com o ataque ad-
saber: construir exercícios com pouca complexi- versário, procurando o equilíbrio suficiente
dade, mas de uma forma integrada, onde para tentar desarmar o adversário nos di-
PRIMEIRA ETAPA (4-6 anos) se procure no mesmo exercício integrar ferentes espaços do campo.
- Denominada fase de familiarização com as outras vertentes do jogo (técnico, físi- · Domínio completo dos conceitos dos vá-
bola, onde o mais importante é recorrer co e psicológico). O futsal, como todas as rios tipos de marcação (individual, zona e
a jogos ou exercícios onde se lhes pos- outras modalidades, e os jovens, reque- mista).
sa ensinar o mais básico (contacto com a rem de métodos próprios, adaptados à · Organização defensiva mais complexa.
bola), nesta idade as crianças são fáceis realidade, e para os encontrar há que os Fácil analise da organização ofensiva da
de motivar, mais uma razão para se intro- procurar, através da pesquisa e do estudo equipa adversária e adaptação a esta.
duzir a bola como um novo brinquedo. do jogo.
ATAQUE
SEGUNDA ETAPA (7-10 anos) DEFESA · São reconhecidos pela sua qualidade em
- Nesta etapa a criança apresenta uma · Cobertura dos corredores; determinada posição, mas reúnem infor-
grande vontade em jogar, de se movi- · Identificação do último homem; mação para identificar o básico de todas
mentar, aplicando-se com alegria em · Identificar as diferentes linhas de defesa elas.
todas as tarefas propostas. Deve-se de- de acordo com a linha da bola; · Sistemas e organização de ataque mais
senvolver o toque de bola (passe, recep- · Entender as variantes bola – homem complexos. Conhecimento dos diferentes
ção, etc) e o interesse pela modalidade – espaço, quando a bola está na posse do esquemas tácticos que estão de acordo
e ainda criar bases de atitude em jogo. É adversário; com a defesa adversária (futsal é dinâmi-
essencial, começar a introduzir-se alguns · Aprendizagem da marcação à zona e co);
aspectos de organização do jogo ( defen- mista. · Ser capaz de ler e entender o jogo, prin-
sivos e ofensivos), tais como: cipalmente o do adversário.
ATAQUE
DEFESA · Especializar nas diversas posições saben-
· Aprendizagem da marcação individual; do que o futsal é dinâmico e exige conhe-
· Princípios do conceito de cobertura; cimento por parte do atleta das diferentes
· Marcação em situações de bola parada posições no campo;
(cantos, livres, lançamentos, etc.); · Diversos posicionamentos em relação
· Aquisição da posição defensiva nas dife- aos companheiros e adversários;
rentes zonas do campo. · Utilizar sistemas de jogo pouco com-
plexos (ex: jogar no pivot, quando é que
ATAQUE deve meter a bola, quem apoia, a que
· Noção de espaço e de tempo; tempo, quem faz cobertura).
· Diferentes tipos de passe;
· Não especializar nas diferentes posições ETAPA DO APERFEIÇOAMENTO (15-18)
em campo; - Os atletas nesta idade, devem ser possu- Prof. Luís Miguel Conceição
· Combinação de jogadas com pouco tem- ídos de uma boa cultura, leitura e análise Seleccionador Distrital
po de execução. do jogo nas diferentes vertentes, técnico, Treinador da Associação Inter-Vivos Martinlongo


Futsal
Associação Académica da Universidade do Algarve

Estudantes dão lição


e sobem à 3ª Divisão

A Associação Académica da Universida- sões de captação e apareceram mais de blemas. Ao nível da exigência no treino
de do Algarve alcançou esta época o seu 500 estudantes. Daí formou-se um grupo e da assiduidade – muitos elementos do
maior feito de sempre, no âmbito despor- de 15 que, na época seguinte, estreou-se plantel não residiam no Algarve -, por
tivo – a equipa sénior de futsal venceu o na 2ª Divisão da AF Algarve.” exemplo. Cheguei a colocar em causa a
campeonato da 1ª Divisão da AFA e ga- Uma equipa constituída “a 100% por alu- minha continuidade e, numa reunião com
rantiu a subida à 3ª Divisão nacional, com nos”, incluindo, mais tarde, o próprio Nuno a direcção, fiz sentir que teria de haver
o técnico Nuno Xabregas a liderar um Xabregas, que iniciara o mestrado e com- uma definição: ou queríamos uma equipa
grupo maioritariamente constituído por petira oficialmente noutros clubes, sen- apenas para preencher os tempos livres
estudantes. do ainda relevante participação de outro dos alunos ou, se houvesse algum tipo de
“Este projecto começou há cerca de qua- professor, Nuno Rodrigues, também com pretensão competitiva, teriam de regis-
tro anos e não esperávamos chegar aqui ligações anteriores à modalidade. “Na tar-se alterações”, conta Nuno Xabregas.
em tão curto espaço de tempo”, refere o prática, enquadrávamos os mais novos, Foi, então, tomada uma medida. “Abriu-
treinador da Académica. “De início foram transmitindo-lhes alguma experiência.” se uma quota de 15% (dois jogadores)
abertas as portas a todos os estudantes Um quarto lugar, a um ponto do terceiro, para não estudantes. A participação na 1ª
que quisessem praticar a modalidade e, dois do segundo e quatro do vencedor, Divisão começou mal mas em Dezembro,
ainda hoje, há uma forte ligação à ideia num campeonato de 14 equipas, consti- quando estávamos praticamente ‘conde-
inicial, a qual serve de fio condutor.” tuiu desfecho “muito interessante” para nados’ à descida, surgiu a possibilidade de
Nuno Xabregas lembra as dificuldades dos a época de estreia. O S.Luís entretanto contarmos com um jogador experiente,
primeiros tempos. “Apareceram muitos desistiu, abriu-se uma vaga na 1ª Divisão, que havia saído de um clube vizinho, e as
jovens sem qualquer tipo de formação na e a Associação Académica, convidada a coisas mudaram – oito vitórias consecuti-
modalidade e que nunca tinham compe- preencher o lugar deixado em aberto, deu vas e um terceiro lugar final, a um ponto
tido. Mas num universo de mais de dez um passo fundamental para a sua afirma- do segundo classificado.”
mil estudantes sempre pensamos que a ção na modalidade. Nesta campanha, “tínhamos como ob-
quantidade daria origem a alguma quali- “A filosofia inicial, de contarmos apenas jectivo evitar o que acontecera na fase
dade. Em três meses fizemos apenas ses- com estudantes, encerrava alguns pro- inicial da época anterior e garantir a per-

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Entrega de prémios aos campeões da 1ª Divisão da Associação de Futebol do Algarve de futsal, orientados pelo técnico (e também jogador) Nuno Xabregas

manência sem sobressaltos. Fomos mais a competir nos diversos campeonatos de tendemos desvirtuar algo que para nós,
consistentes e competitivos e vencemos futsal – e aí estamos nós, a preparar este representa algo de precioso e, mais uma
o campeonato da 1ª Divisão da AF Algar- desafio.” vez, o plantel será constituído na sua es-
ve, não sem alguma dificuldade, graças A linha condutora do projecto não será magadora maioria por estudantes. Isso
à ambição e capacidade revelada pelos alterada, apesar das solicitações vindas reflecte-se na política de reforços – serão
nossos jogadores. Impota deixar uma pa- do exterior. “Muitos jogadores querem apenas dois (Manu e Ricardo, ambos ex-
lavra para o S.Pedro, que ofereceu tenaz fazer parte deste grupo. Porém, não pre- Louletano), este último estudante.”
resistência e também teria sido um justo
vencedor.”
No cinco inicial, a Associação Académi-
ca conta com “85% de estudantes” e,
no plantel, essa percentagem “ronda os
78%”, com Nuno Xabregas a orgulhar-se
OS CAMPEÕES
de “termos construído uma equipa base-
ada no princípio que esteve na origem do
projecto.”
As contrapartidas oferecidas aos jogado-
res “são praticamente nulas” e os novos
campeões do Algarve apenas tiveram
direito “a prémio de jogo nos encontros
disputados fora de portas e um jantar nos
compromissos em casa”, valendo “um
forte espírito de grupo, cimentado por
todos, sendo fundamental o papel de-
sempenhado por dois dirigente, Bruno e
Patacão.”
Conquistado o título, Nuno Xabregas per-
guntou aos jogadores se estavam dis-
postos a enfrentar o passo seguinte, o
campeonato nacional da 3ª Divisão. “A
receptividade foi quase total, desde que
o objectivo fosse não apenas uma sim-
ples participação mas, sim, uma aposta
competitiva forte, na esperança de lutar-
mos pelos lugares cimeiros. A direcção
da Associação Académica deu o seu aval
– várias academias do país têm equipas


Os campeões do Algarve

Associação
Cultural e
Desportiva da
CHE Lagoense
Vencedoras
da Taça do
Algarve de futsal
feminino
Em cima, da esquerda para a direita: João Santos (adjunto), Henrique Coelho (director), Ana Paula, Sofia Gordinho,
Daniela Vicente, Raquel Barbosa, Mónica Viegas e Joana Faustino. Em baixo, pela mesma ordem: Ângela Louzeiro, Ana
Romão, Débora Costa, Daniela Alves, Irina Araújo, Carina Martins e Henrique Paulo (treinador).

Associação
Inter-Vivos de
Martinlongo
Campeões de Juvenis
futsal
Em cima, da esquerda para a direita: Luís Conceição (treinador principal), José Miguel, Artur, João Martins, Ruben,
João Simão, Igor e Pedro Martins (treinador de guarda-redes). Em baixo, pela mesma ordem: Ricardo, Bruno, Filipe, Jorge
Sousa, Fábio e Jorge Joaquim

Silves Futebol Clube


Campeões da 2ª
Divisão de futsal
Seniores masculinos
Em cima, da esquerda para a direita: Cidália Cabrita (directora), Dário Marreiros, Carlos Fernandes, Nuno André Pessa-
nha, Ricardo Quaresma, Paula Félix (fisioterapeuta) e Luís Vieira (treinador). Em baixo, pela mesma ordem: André Santos,
João Pedro Jóia, David Baptista, Marco Oliveira, Paulo Coelho, Bruno Cabrita, João Pedro Silva e Carlos Travanca. Também
foram campeões: Amílcar Fernandes e Edgar Rosa.

10 afalgarve 6.06
O conceito de jogador
“formado localmente”
Em carta datada de 14 de Setembro de dão da União goza do direito de circular senvolvimento do desporto em sentido
2005, o Secretário-geral da FIFA, Sr. Urs e permanecer livremente no território lato uma vez que, punha em causa todo
Linsi, comunicou ao Dr. Gilberto Madail, dos estados membros. o desporto de formação.
presidente da FPF, a necessidade de al- Subtrai-se do supra exposto que um dos Tal conceito não é genuinamente portu-
terar os estatutos deste organismo, por grandes princípios introduzidos pelo Tra- guês, porquanto a UEFA já o tinha adop-
força da alteração estatutária da própria tado da União Europeia foi o da cidada- tado nos seus regulamentos. Destarte, a
FIFA implementada em 1 de Janeiro de nia europeia, que proíbe qualquer discri- FPF em 13 de Maio de 2006, na supra
2004. minação em relação à nacionalidade. referida Assembleia Geral Extraordinária,
Na sequência, aconselhava-se em tal É público que algumas Federações Des- apreciou e votou favoravelmente a se-
missiva, que se recepcionasse inter- portivas, incluindo a de Futebol, mantêm guinte proposta de alteração:
namente um conjunto de conteúdos e nos seus regulamentos regras distintas “1. Os Clubes/SAD’s podem inscrever
princípios, de modo a que o normativo consoante se trate de praticantes de na- livremente jogadores profissionais e
nacional se coadunasse com o interna- cionalidade portuguesa e praticantes de amadores.
cional. outras nacionalidades, regras estas que 2. Sem prejuízo do disposto no número
Em 13 de Maio de 2006, via Assembleia podem conduzir a situações discrimina- anterior, os clubes têm obrigatoriamen-
Geral Extraordinária, apreciou-se e vo- tórias. te que inscrever pelo menos o seguinte
tou-se favoravelmente uma proposta de É manifesto que tais disposições regula- número de jogadores seniores, profissio-
alteração ao Estatuto da FPF, apresenta- mentares são violadoras das disposições nais ou amadores, formados localmen-
da pela própria instituição, que recepcio- constantes do Tratado da União Euro- te…
nava no ordenamento jurídico do futebol peia, as quais vigoram directamente na 4. Para efeitos do presente artigo enten-
nacional, as novas regras impostas pela ordem interna. de-se por “jogador formado localmente”
FIFA. Por outro lado, há que ter em conta que, aquele que tenha sido inscrito na Fede-
No que ao tema diz respeito, importa quer os Tratados internacionais celebra- ração Portuguesa de Futebol, pelo me-
apenas salientar duas das alterações es- dos pela República Portuguesa, quer os nos, durante 3 épocas desportivas entre
tatutárias: tratados celebrados pela União Europeia os 15 e os 21 anos de idade.”
- Art. 1.º, n.º 4 “A FPF rege-se pelos pre- com outros Estados, consagram normas Em suma, adopta-se uma definição de
sentes estatutos e pelas normas dos de reciprocidade que vinculam o Estado “local” deveras ampla porquanto, se
estatutos e regulamentos da FIFA e da Português. entende por local, o espaço nacional.
UEFA…”; Consequentemente, o Exmo. Sr. Secretá- Porém, não nos parece mal, aliás a AFA
- Art. 33.º, alínea v) “(novo) À Direcção rio de Estado da Juventude e do Despor- votou favoravelmente esta proposta,
compete a administração da FPF e de- to, Laurentino Dias, emitiu Despacho em uma vez que se tratam de jogadores se-
signadamente aprovar e executar, com 21 de Setembro de 2005, determinando niores e o mercado deve ser amplo. Esta
força obrigatória geral, os manuais e re- que o IDP oficiasse todas as Federações restrição terá todavia, a capacidade de
gulamentos que resultem de adaptações Desportivas titulares do estatuto de Uti- dar substância à formação de jovens jo-
dos manuais regulamentos e directivas lidade Pública Desportiva, no sentido de gadores tornando rentável a aposta dos
da FIFA e da UEFA de aplicação obrigató- que retirassem dos seus estatutos e re- clubes neste sector, quer sob o ponto de
ria nos países membros destas entida- gulamentos todas as normas que esta- vista economicista, quer sob o ponto de
des, nos termos do disposto no artigo 1.º belecessem regras distintas consoante vista social.
n.º 4 destes estatutos”. se tratassem de cidadãos com nacionali-
Salienta-se deste modo, a uniformização dade portuguesa, cidadãos comunitários
legislativa no panorama do futebol euro- ou cidadãos de países com os quais o
peu e mundial. estado Português ou a União Europeia
Tal uniformização legislativa vem sendo tenham acordos de reciprocidade, o que
aplicada em todos os países da União veio a acontecer em 19 de Outubro de
Europeia, fruto aliás do próprio Tratado 2005.
da CE que dispõe no seu art.º 12.º, 1.º Perante o quadro de limitação legislativa
§ que “no âmbito de aplicação do pre- imposta por interesses supranacionais e
sente Tratado e sem prejuízo das suas nunca deixando de ter presente a gene-
disposições especiais é proibida toda e ralidade e a abstracção como caracterís-
qualquer discriminação em razão da na- ticas fundamentais da norma, nasceu o
cionalidade”; Carlos de Deus Pereira
conceito do “jogador formado localmen- Vice-presidente da Associação de Futebol do
O Art. 17.º do mesmo diploma prevê “o te”, com o intuito de contornar a Lei que Algarve e professor universitário, especializa-
cidadão da União Europeia”; por sua vez, in casu se mostrava prejudicial ao de- do em Direito do Desporto pela Faculdade de
o art. 18.º preceitua que qualquer cida- Direito de Coimbra

11
VITÓRIA NA 1ª DIVISÃO DA AF ALGARVE

Campinense consegue
saborosa ‘dobradinha’

Uma festa depois de outra – época em teve a vencer em Salir, e beneficiando do o Campinense não participa em provas
cheio para o Juventude Sport Campinen- empate entre o Serrano e o Campinen- nacionais e lágrimas e muitas alegria as-
se, o primeiro clube da nossa região a se, a turma de Quarteira chegou a sonhar sinalaram o regresso. “Somos um clube
conseguir, na mesma campanha, o título com o regresso à 3ª Divisão. Mas, num pequeno em dimensão mas grande em
da 1ª Divisão da AFA e a vitória na Taça ápice, tudo se alterou: o Salir restabeleceu dedicação, vontade e coragem e a equipa
do Algarve. Dois feitos alcançados ao cair o empate e a turma da Campina dissipou absorveu esse espírito. Os jogadores for-
do pano, com grande sofrimento, e, talvez as dúvidas no último momento, marcan- maram um grupo de campeões, que fez
por isso, mais saborosos. do um golo que fez explodir de alegria as de princípios como a entreajuda, a capa-
Na última jornada do campeonato da 1ª suas gentes. cidade de luta e a crença a sua bandeira,
Divisão da AF Algarve, o Quarteirense es- Desde a época 87/88, há 18 anos, que proporcionando-nos esta saborosa con-

12 afalgarve 6.06
quista”, realça Ângela Matias, a presiden- Renato, permanecerá no comando técni-
te do emblema louletano. co, mantendo-se a política seguida pelo
Se na Taça do Algarve o triunfo surgiu clube nos últimos anos. “Esta subida é o
apenas no desempate por pontapés da resultado de um trabalho de várias épo-
marca da grande penalidade, no campe- cas, assente num bloco que sofre poucos
onato foi preciso esperar até ao último reajustamentos em cada campanha. Dis-
minuto. “O Serrano bateu-se bem e dig- pomos de um grupo muito forte e unido e
nificou o futebol, mas o Campinense lutou esse constitui o nosso principal argumen-
muito e os jogadores sentiram que não to”, sustenta o treinador.
podiam desperdiçar esta oportunidade. Nesse contexto, não se esperam grandes
Tínhamos de conseguir e acreditámos até mudanças no plantel. “Importa manter a
ao fim. Valeu a pena o enorme sofrimen- estrutura da equipa e, com quatro ou cin-

to – chorei lágrimas de alegria quando vi a co alterações, estaremos em condições


bola no fundo da baliza e senti que o título de ter uma presença digna na 3ª Divisão.
não nos fugiria...” Espera-nos uma nova realidade, mais exi-
No momento da vitória, Ângela Matias gente, mas conto com o empenho de to-
deixa “uma palavra de apreço para o dos – como sucedeu nesta época, com as
Quarteirense, um digno vencido na luta vitórias a começarem a desenhar-se no
pela subida. Foram adversários duros e balneário – para conseguirmos atingir os
persistentes, valorizando a competição, nossos objectivos.”
uma das mais disputadas dos últimos A caminho da oitava época no comando
anos. Mas só um pode subir e calhou-nos do grupo, Paulo Renato salienta “a coe-
a nós essa sorte...” rência do projecto do Campinense. Mes-
No início da época a promoção não era mo nos momentos mais difíceis o rumo
um objectivo. “A equipa tinha vindo a não foi alterado, por sabermos que está-
melhorar os seus resultados nas últimas vamos no caminho certo, e a paciência e
épocas e pretendíamos ficar nos lugares o apoio das pessoas solidificou uma es-
da frente. Com o decurso da competição, trutura forte, reforçada aqui e acolá em
o grupo sentiu que reunia condições para cada época, até chegarmos a este ponto.
lutar pelo título e deu uma resposta fa- Agora, importa aproveitarmos tudo o que
bulosa.” de bom foi feito e proceder às melhorias
Ângela Matias vai continuar na presi- possíveis.”
dência do Campinense e o marido, Paulo

13
Os campeões do Algarve

Sporting Clube
Olhanense
Campeões da 1ª
Divisão Infantis
Em cima, da esquerda para a direita: Carlos (director), Tozé (treinador), João, Thiago, Diogo, Domingos, Gonçalo, Edon,
Diogo, Pedro, André, Ruben, Patrick, Ângelo (treinador), Mascote (treinador) e Rossana (directora). Em baixo, pela mesma
ordem: Nuno, Ruben, Pedro, Tiago, Jorge, Gerson, Carlos, Ivan, Alexandre, Filipe e Diogo.

Sporting Clube
Farense
Vencedores
da série C do
Campeonato da 2ª
Divisão de Infantis
Jogadores: André Rachadinho, André Rodrigues, André Viegas, Daniel Fernandes, Diogo Freitas, Diogo Gonçalves, Diogo
Andrade, Diogo Pinto, Francisco Lima, João Rodrigues, João Carmo, João Martins, José Cunha, Marcelo Correia, Marcelo
Russo, Mateus Bolas, Pedro Queimado, Pedro Catulo e Hugo Teixeira. Treinadores: Miguel Beles e Ricardo Oliveira. Direc-
tores: Marco Ramos e Fernando Martins.

Clube de Futebol “Os


Armacenenses”
Campeões da 2ª
Divisão Iniciados
Jogadores: André Correia, André Santos, Bruno Moreira, Cláudio Figueiredo, Demian Nagler, Fábio Gonçalves, Fábio
Martins, Filipe Quaresma, João Martins, José Figueiredo, Leandro Santos, Luís Vieira, Miguel Correia, Miguel Ponciano,
Pedro Ferreira, Ricardo Jesus, Ricardo Duarte, Telmo Madeira, Tiago Cabrita e Visconde Leal. Treinadores: Fernando Cabrita
e Artur Cabrita. Massagista: José Henrique Silva.

15
Lusitano Futebol Clube

‘Cantera’ raiana em grande


com promoção dos juniores
É o maior feito da época do futebol juvenil Serra, após uma campanha marcada por trata da melhor e mais acertada política.
algarvzio: os juniores do Lusitano Futebol resultados “claramente positivos, incluin- Enquanto eu estiver na liderança do clube,
Clube, de Vila Real de Santo António, ga- do a formação sénior, que garantiu sem a linha de rumo está claramente definida
rantiram a promoção à 1ª Divisão nacio- sobressaltos a permanência na série F da e será sempre esta – aproveitar e valori-
nal, depois de uma notável campanha, 3ª Divisão, alcançando os objectivos tra- zar a gente da casa.”
com o clube a viver, num curto espaço çados.”
de tempo, nova festa – semanas antes os Nos últimos anos o Lusitano tem vindo ESTRUTURAS MAGNÍFICAS
juvenis haviam garantido o título de cam- a recorrer cada vez menos a elementos
peões algarvios e a consequente subida exteriores ao clube para formar o plantel O Lusitano beneficia das ímpares condi-
aos nacionais. principal. “90% da equipa sénior provem ções oferecidas pelo Estádio Municipal,
“A base fundamental da nossa aposta é a das nossas camadas jovens. Em parte so- um dos melhores parques desportivos do
formação e os resultados aí estão, à vista mos forçados a isso, devido à escassez de Algarve, e Vito Serra agradece à autarquia
de todos”, diz, satisfeito, o presidente Vito recursos, importando reconhecer que se “o esforço feito na criação de infra-estru-

16 afalgarve 6.06
turas”, lamentando, porém, a escassez
de receitas. “O País vive um quadro co-
nhecido de profunda crise e isso é ainda
mais evidente nas zonas fronteiriças – a
diferença no valor do IVA e nos preços
dos combustíveis, em relação a Espanha,
deixa muitos empresários em situação
complicada. Ora, dessa forma, as ajudas
ao clube estão longe do desejável e te-
mos de socorrer-nos de um grande ri-
gor na gestão para cumprirmos todos os
compromissos.”
Por isso, “no momento actual não te-
mos condições para sonhar com outros
voos, para além da 3ª Divisão. A pouca
capacidade financeira do clube leva a que
todas as épocas partam alguns atletas,
aliciados por propostas de valores muito
acima daquilo que podemos pagar, mas o
Lusitano, por força do excelente trabalho
desenvolvido nas camadas jovens, tem
uma grande capacidade de regeneração
e, na próxima época, mais alguns jovens
de grande qualidade estarão, seguramen-
te, a dar nas vistas, sem se notar a falta
de quem partiu.”
Vito Serra, presidente do Lusitano Futebol Clube de Vila Real de Santo António
DUPLO SUCESSO

O técnico Rui Caldeira, há 22 anos ligado


à formação no Lusitano (com um breve
APOSTA NAS ESCOLAS
interregno de dois anos, em que esteve
ao serviço do Beira Mar de Monte Gordo),
Cinco dos elementos da equipa júnior vão
iniciou a época no comando dos juniores
integrar os seniores e alguns outros joga-
e, a meio, foi também chamado a liderar
rão em clubes vizinhos, podendo, mais
os seniores, acabando por ter sucesso nas
tarde, voltar. “Isso já sucedeu com jovens
duas tarefas.
que ‘rodaram’ no Castromarinense e re-
“Atingi os objectivos e estou feliz mas
gressaram mais maduros e competitivos.
não pretendo repetir a dose... É muito
O Lusitano não fecha as portas a quem
cansativo orientar duas equipas, pratica-
por aqui passou.”
mente não parei em casa e a família so-
Nos seniores, Rui Caldeira dispõe de um
freu imenso com isso. Na próxima época,
plantel de velhos conhecidos. “Quase to-
vou concentrar-me apenas nos seniores”,
dos os jogadores passaram pelas minhas
adianta o treinador dos raianos.
mãos nos escalões de formação. Isso é
No comando da equipa principal, “a per-
uma vantagem e permite um trabalho
manência era a meta, numa época parti-
mais profícuo. Conheço-os como jogado-
cularmente difícil, dado o elevado número
res e também como pessoas, o que me
de descidas, na sequência da reorganiza-
ajuda bastante. Creio que teremos condi-
ção dos quadros competitivos. Consegui-
ções para rubricar uma campanha na li-
mos alguma estabilidade e o objectivo foi
nha da última, garantindo a permanência
alcançado sem grandes sobressaltos, com
sem dificuldades de maior.”
a colaboração e o empenho de todos os
Já os juniores, sem Rui Caldeira no banco,
componentes do grupo, incluindo a direc-
enfrentarão tarefa complicada. “Espera-
ção.”
os um campeonato com um andamento
Nos juniores, “desde cedo vimos que a
completamente diferente. Do ponto de
equipa tinha qualidade para aspirar aos
vista do crescimento dos atletas, isso é
primeiros lugares. Uma primeira meta,
bom, pois aprenderão imenso e ficarão
o apuramento para a segunda fase, foi
melhores jogadores; no aspecto competi-
alcançada e, aí chegados, os miúdos de-
tivo, esperamos que o grupo reuna condi-
ram uma prova notável da sua valia, ter-
ções para evitar a descida. Temos jovens
minando no segundo lugar do grupo C, o
com qualidade e o grande problema será
necessário para festejarem a subida à 1ª
mesmo o ritmo bem mais forte da 1ª Di-
Divisão nacional”, diz Rui Caldeira.
visão.”
Rui Caldeira, o treinador da subida à 1ª Divisão

17
Messinense festeja
subida inédita à 2ª
A União Desportiva Messinense alcançou Um periclitante início de época – à oitava e este é marcante por tratar-se da primei-
o maior feito do seu historial, garantindo a jornada a equipa tinha apenas uma vitória ra subida do Messinense à 2ª Divisão”, diz
subida à 2ª Divisão nacional, feito inédito e estava na zona de despromoção – nada o técnico.
no historial do clube, celebrado num clima de bom augurava, mas, a partir daí, o O Silves “tem atrás de si uma longa his-
de grande alegria na última jornada da sé- Messinense registou um notável ciclo de tória, com muitas subidas, e a festa vivida
rie F do escalão terciário – um empate no 24 jogos sem derrotas e foi escalando po- na época passada foi mais uma, a juntar a
reduto do Ferreiras bastou para garantir a sições até, já na recta final do campeona- outros episódios marcantes do prestigio-
conquista do segundo lugar. to, instalar-se no segundo lugar, para de so percurso do clube; no Messinense, o
Fundada a 6 de Outubro de 1975 e com lá não mais sair, após luta apertada com momento acaba por ter contornos espe-
apenas 30 anos de vida, a colectividade Lusitano de Évora e Oeiras. ciais, por tratar-se de algo inédito.”
de S.Bartolomeu de Messines dá um sig- Na base do sucesso alcançado está o trei- Luís Coelho salienta as dificuldades da ta-
nificativo passo em frente, após apenas nador Luís Coelho, que alcança um sabo- refa. “À oitava jornada, estávamos entre
quatro anos nos escalões nacionais, e é, roso ‘bis’ – na campanha anterior havia os candidatos à descida e poucos acredi-
pela primeira vez na sua história, o repre- conduzido o Silves a igual patamar. “To- tariam na sensacional recuperação opera-
sentante maior do concelho de Silves nas dos os sucessos têm um sabor diferente da. Dentro do grupo, porém, nunca houve
competições de futebol.

18 afalgarve 6.06
descrença – sabíamos o valor deste gru- possível trabalhar em todo o campo, pois
po, formado por verdadeiros campeões, nos outros dias tinha de dividir o espa-
e, aos poucos, fomos escalando posições, ço com as camadas jovens. Trata-se de
graças à qualidade da equipa, que conse- uma situação a rever urgentemente, pois
guiu, em largos períodos da época, jun- o Messinense vai passar a competir num
tar resultados positivos a exibições muito escalão mais exigente.”
agradáveis.” Luís Coelho já tem um lugar na história
A subida acaba, para o técnico, “por ser do futebol no concelho de Silves – é o
algo natural, em função dos desempe- primeiro treinador a conduzir duas equi-
nhos do conjunto. Não perdemos com o pas da área do município à 2ª Divisão – e
vencedor da série, o Estrela de Vendas mostra-se orgulhoso. “Felizmente conheci
Novas, fomos a única equipa a ganhar no o sucesso nos últimos dois anos e fico fe-
reduto do Lusitano de Évora e a primeira liz por ver que o meu concelho continua
a bater o Oeiras no seu campo. Isso diz representado no escalão secundário do
bem da capacidade revelada pelo Messi- futebol nacional, pois a subida do Mes-
nense.” sinense compensa a descida do Silves.
Entre elogios ao grupo que comandou, Importa, contudo, haver um investimen-
Luís Coelho não deixa de tecer algumas to forte nas infra-estruturas, de forma a
críticas às condições de trabalho encon- que estes e outros clubes do município
tradas em S.Bartolomeu de Messines. “A possam dispor de melhores condições de
vila dispõe apenas de um recinto para a trabalho e incrementar a sua actividade,
prática do futebol, o que, manifestamen- pois dessa aposta surgirão, seguramente,
te, está longe de satisfazer as necessi- bons resultados.”
dades. Apenas uma vez por semana era

19
Armacenenses garante
vaga na Taça de Portugal

O Clube de Futebol “Os Ar-


macenenses” será o repre-
sentante dos campeona-
tos distritais do Algarve na
próxima edição da Taça do
Algarve, depois de ter ba-
tido o Parchalense (1-1 no
final do tempo regulamen-
tar e 5-4 no desempate por
pontapés da marca da gran-
de penalidade), num jogo
entre os semi-finalistas da
Taça do Algarve.
A realização desta partida
tornou-se necessária face
aos resultados conseguidos
nos respectivos campeonatos pelas equi- Grades defendeu o remate de Sandro e a
pas que disputaram a final da Taça do Al- turma do Armacenenses fez a festa.
garve: o Campinense sagrou-se campeão “Esta vitória e a presença na próxima
da 1ª Divisão da AFA, regressando às pro- edição da Taça de Portugal é um prémio
vas nacionais, e o Ferreiras assegurou a para os jogadores, que fizeram uma recu-
permanência na 3ª Divisão, com ambas peração notável no campeonato. Assumi Presenças na Taça
as formações a terem, por isso, presença o comando da equipa quando esta estava
garantida na Taça de Portugal. na zona da despromoção e conseguimos O Armacenenses apenas em duas
No encontro disputado em Lagoa o Ar- concluir a época num excelente 8º lugar, ocasiões participou na Taça de Por-
macenenses era apontado como favorito, trabalhando em condições precárias, num tugal, sempre na qualidade de re-
pois terminou melhor posicionado na 1ª campo que, há muitos anos, está longe presentante dos distritais do Algar-
Divisão da AF Algarve, e confirmou esse de oferecer as condições mínimas para a ve. Em 2006/07 será a terceira vez
estatuto logo aos cinco minutos, num prática do futebol”, refere o técnico José que tal sucederá. Registo das ante-
excelente golo de Paco. O Parchalense, Fernandes. riores presenças:
porém, teve valorosa reacção, a qual con- O responsável pela formação de Armação
tribuiu para um espectáculo emotivo e in- de Pêra agradece “o apoio da direcção e 83/84 – Armacenenses-Juventude
teressante. Na segunda parte, explorando dos adeptos, a quem dedico este apura- de Évora, 1-1 e 1-5
o contra-ataque, os homens de Armação mento para a Taça de Portugal” e conta 88/89 – Câmara de Lobos-Armace-
de Pêra desperdiçaram várias oportuni- com uma “presença condigna” na prova nenses, 2-1
dades para dilatarem a vantagem e Da- rainha do futebol português. “Temos al-
niel, num excelente remate, acabou por guns condicionalismos, pois os jogadores Em 83/83, aquando da recepção ao
empatar, premiando o empenho dos ho- são totalmente amadores e a maioria Juventude Évora, o Armacenenses
mens do Parchal. não tem grande disponibilidade no Verão, utilizou o Estádio Dr. Francisco Vieira,
No desempate por pontapés da mar- devido aos seus afazeres profissionais. A em Silves, podendo, agora, voltar a
ca da grande penalidade o Parchalense primeira eliminatória disputa-se no início recorrer ao recinto relvado da sede
teve duas oportunidades para resolver de Setembro e tentaremos reunir o grupo do concelho.
a questão a seu favor, na primeira série, umas duas semanas antes, a fim de não
mas desperdiçou-as. Depois, o guardião fazermos má figura.”

21
Sub-15 vão participar no Torneio Lopes da Silva
A selecção do Algarve de Sub-15 vai época passada e o terceiro lugar obtido
participar, de 24 a 30 de Junho, no com- em 94/95. Registo, ainda, para o troféu
plexo desportivo do Estádio Nacional, no de equipa mais disciplinada conseguido
Torneio Inter-Associações Lopes da Silva, em 2000/01 e para os feitos dos joga-
esperando-se uma boa participação, face dores Tiago Sousa (melhor marcador em
aos agradáveis resultados alcançados nos 2001/02) e Bruno Rodrigo (melhor guar-
últimos anos. da-redes em 2004/05).
Na época passada, recorde-se, a equipa Na edição deste ano do Lopes da Silva o
algarvia chegou à final, sendo batida ape- Algarve estreia-se diante de Braga, a 24
nas pela Selecção de Lisboa. No historial de Junho, defrontando depois Coimbra
da prova o Algarve conta com excelentes (25), Setúbal (26), Castelo Branco (28)
desempenhos, destacando-se o triunfo e Viseu (29). A jornada final disputa-se a
alcançado em 95/96, o segundo posto da 30 de Junho, tendo como palco o relvado
principal do Estádio Nacional.

Algarve triunfa em Monte Gordo Olhanense ganha


nos Machados
O Sporting Clube Olhanense venceu a 12ª
edição do Torneio de Futebol Juvenil do
Machados (Sub-15), ao bater no jogo da
final o clube organizador, por 2-1. A Selec-
ção do Algarve conquistou o terceiro pos-
to, na sequência da vitória, por 1-0, sobre
o Sporting.
Na jornada inaugural o Olhanense ultra-
passou a Selecção do Algarve (1-1 e 5-3
no desempate por pontapés da marca da
grande penalidade) e garantiu o apura-
mento para a final, enquanto o Machados
conseguiu um sensacional triunfo (2-1)
sobre o Sporting e o ‘passaporte’ para o
jogo decisivo da prova.
André Jesus (Selecção do Algarve) foi
distinguido como o melhor jogador, en-
quanto Tiago Silva (Selecção do Algarve)
recebeu o prémio destinado ao melhor
guarda-redes. Filipe Romeira (Olhanense)
destacou-se como o melhor marcador e
Peter (Sporting) foi o jogador mais jovem
do torneio, com o Olhanense a arrecadar
o prémio ‘fair-play’, numa competição
que é já um importante cartaz do futebol
juvenil algarvio.
A Selecção de Sub-13 do Algarve foi a plica oferecida pela selecção de Setúbal.
grande vencedora da etapa do Torneio Na retina ficou a excelente prestação dos
Inter-Associações disputada no Complexo nossos jovens na segunda jornada, com a
Desportivo de Monte Gordo, valendo-se goleada imposta à formação da Madeira.
da maior eficácia revelada na finalização Resultados: 1ª jornada – Algarve-Ponta
para superar Ponta Delgada e Setúbal, pois Delgada, 1-1; Setúbal-Madeira, 1-0; 2ª
as três equipas terminaram a prova com o jornada – Algarve-Madeira, 5-0; Ponta
mesmo número de pontos (cinco). Delgada-Setúbal, 0-0; 3ª jornada – Ponta
A equipa algarvia chegou ao último jogo Delgada-Madeira, 4-0; Algarve-Setúbal,
numa posição muito favorável – bastava- 1-1. Classificação: 1º Algarve, 5 pontos (7
lhe um empate para terminar no primeiro golos marcados e dois sofridos); 2º Ponta
posto – e acabou por atingir o objectivo, Delgada, 5 pontos (5-1); 3º Setúbal, 5 pon-
não sem alguma dificuldade, face à ré- tos (2-1); 4º Madeira, 0 pontos (0-10).

23
Arbitragem
Jovem Nuno Brito garante
subida à terceira categoria
À terceira foi de vez: segundo colocado passo significativo e que posso dar ou- regras fiscais. “Não é compreensível que
por duas vezes consecutivas, sem que tros, mas isso deverá suceder natural- tenhamos de passar recibos sobre valores
surgisse vaga para ascender aos escalões mente, sem qualquer tipo de obsessão. relativos a despesas, como deslocações e
nacionais, o jovem Nuno Brito conseguiu, Vou trabalhar arduamente para não ficar alimentação. Não somos profissionais e
finalmente, atingir a meta pretendida – por aqui – só posso prometer isso. Tudo estamos a pagar impostos sobre impos-
terminou a época liderando a classificação o resto depende de muitos factores, nos
tos. Isso afasta e desmotiva as pessoas e
do Conselho de Arbitragem da Associação quais se inclui a sorte. Ter observadores
compreendo o desalento dos mais jovens
de Futebol e saiu-se a contento nos tes- nos melhores jogos e não haver ninguém
e até de quem apita há já vários anos. Os
tes escritos entretanto realizados. a tomar notas nas piores prestações, por
“Sinto uma alegria imensa, pois concreti- exemplo...”, diz, entre sorrisos. incentivos já eram poucos e, assim, fica
zei um objectivo que perseguia há algum Nuno Brito sobe à terceira categoria no fi- ainda mais difícil chamar as pessoas para
tempo. Esta promoção dá-me força para nal de uma época particularmente dificil- a arbitragem. Só vem mesmo quem gos-
tentar chegar mais longe”, refere Nuno mente para a arbitragem, devido às novas ta muito...”
Brito, que entrou na arbitragem por influ-
ência familiar, já lá vão oito anos.
“De início até nem gostava... Trata-se de
uma tarefa ingrata e era muito jovem. Es-
tive um ano sem apitar mas depois voltei
e surgiram alguns elogios animadores,
que me levaram a continuar”, recorda o
árbitro de Portimão.
Nas duas últimas épocas Nuno Brito este-
ve à porta da subida, sem conseguir dar
o desejado em frente. “Fiquei algo frus-
trado, não o escondo, mas nunca me fui
abaixo e mostrei sempre grande vonta-
de interior e crença. Sabia que tinha va-
lor para atingir essa meta. Entretanto, e
como era um dos mais qualificados a nível
regional, atribuíram-me diversos jogos de
muita responsabilidade e isso ajudou-me
a melhorar – vou, agora, melhor prepara-
do para a terceira categoria.”
No momento de celebrar “um feito im-
portante”, Nuno Brito deixa uma palavra
de apreço a José Filipe, antigo presidente
do Conselho da Arbitragem da AF Algar-
ve, “sempre pronto a ajudar e a tirar dú-
vidas”, e enaltece o “excelente ambiente
vivido no seio do Núcleo de Árbitros do
Barlavento Algarvio, uma verdadeira se-
gunda família, onde impera a entreajuda.”
Gilberto Carvalho, que o auxiliou durante
toda a época também merece elogios
“pelo apoio incondicional”, assim como
“todos os outros que comigo trabalha-
ram.”
O árbitro portimonense prefere não aca-
lentar grandes sonhos. “Sei que dei um

25
26 afalgarve 6.06
Taça AF Algarve a 4 e 6 de Agosto
A 2ª edição da Taça AF Algarve vai dis- As cinco equipas algarvias participantes
putar-se nos dias 4 e 6 de Agosto, nos na Liga de Honra (Olhanense e Portimo-
mesmos moldes do ano de estreia, com a nense) e na 2ª Divisão (Louletano, Imortal
participação das melhores equipas algar- e Messinense) e a Selecção do Algarve
vias e da Selecção do Algarve. serão distribuídas por dois grupos de duas
A principal alteração, já acordada numa formações, jogando entre si no primeiro
reunião que contou com a presença de dia (4 de Agosto), com a classificação a
responsáveis dos clubes, é a duração dos definir o alinhamento dos jogos de 6 de
jogos: passam a ter 60 minutos, divididos Agosto.
em duas partes de 30 minutos. Recorde- A Associação de Futebol do Algarve vai
se que na época passada as partidas fo- oportunamente divulgar todos os porme-
ram de 45 minutos (corridos), à excepção nores relativos à prova, incluindo, natural-
da final, que teve o tempo normal de 90 mente, os locais dos jogos.
minutos.

Taça do Algarve com novas adesões


Responsáveis do Olhanense, Portimonen- a uma prova que, ano a ano, tem vindo a
se e Louletano, as três formações mais ganhar um espaço importante no nosso
cotadas do futebol da nossa região, mani- futebol, como o comprova o entusiasmo
festaram à Direcção da AFA a vontade de vivido nas duas últimas finais, assinaladas
participarem na edição da próxima época por uma forte presença de público.
da Taça do Algarve, o que, a concretizar- Face ao simbolismo da Taça e ao facto de
se, se traduzirá numa importante valori- se tratar de um feriado, o que possibilida-
zação da prova. de uma maior afluência de espectadores,
A Associação de Futebol do Algarve está a final da edição de 2006/07 da Taça do
a desenvolver esforços para que todos Algarve vai disputar-se a 25 de Abril do
os clubes participantes nos escalões na- próximo ano. É essa a data da “Festa do
cionais marquem presença na Taça do Futebol Algarvio”.
Algarve, dando um cariz mais abrangente

Clubes participam na planificação


A planificação e programação da próxima Na primeira reunião, com os clubes da 1ª
temporada está a decorrer de uma forma Divisão da AF Algarve (futebol), ficou de-
participada, com a presença dos clubes, cidido que o campeonato de 2006/07 co-
numa iniciativa da Associação de Futebol meçará a 30 de Setembro e terminará a
do Algarve, que decidiu chamar os diri-
5 de Maio. No encontro com os clubes da
gentes para destes ouvir sugestões e re-
2ª Divisão (futebol), definiram-se as datas
paros passíveis de suscitarem alterações.
O objectivo é simples: adequar as datas para início e fim da prova.
das competições de âmbito regional e ou- Seguem-se reuniões com os clubes par-
tros pormenores relativos à organização ticipantes na 1ª Divisão de juniores e nos
das mesmas às necessidades e desejos outros escalões de futebol e, ainda, qua-
da maioria dos clubes, através de um mo- tro reuniões com os clubes dos diversos
delo participado. escalões de futsal.

27
28 afalgarve 6.06
O futebol como factor
de motivação e aplicação
didáctico-pedagógica
Uma das mais persuasivas e bem su- ografia, as ciências naturais, a língua casa, o não cumprimento dos horá-
cedidas intervenções que realizei du- materna, a aritmética, as artes visu- rios escolares, comportamentos me-
rante as quase duas décadas em que ais, etc. nos desejados ou desejáveis, etc.
exerci a docência no ensino básico, Mas ia-o de encontro ao próprio Gerava-se em cada equipa um es-
quer em estabelecimentos escolares aproveitamento escolar, ao compor- pírito de grupo, de apoio, de ajuda,
localizados em Faro (Escola de São tamento nas aulas e nos recreios e de exigência colectiva no assumir in-
Luís) como na Fuzeta, foi a da apli- até à realização em moldes deseja- dividual das responsabilidades e de
cação da prática, melhor escreverei dos dos trabalhos para casa (tpc). grande motivação, com comprova-
do «universo do futebol», à prática Cito apenas alguns exemplos do dos resultados.
didáctico-pedagógica. que foi essa actuação pedagógica, No jornal da turma e noutras formas
Amante desta modalidade, nas múl- que recordo com marcante saudade, de «noticiário» afixado na Escola lá
tiplas vertentes, o que o se pode ser como referência talvez ao período de vinham as evoluções destes Campe-
(praticante, jornalista e dirigente clu- vida activa em que profissionalmen- onatos e fazia, porque na realidade
bista e da Associação de Futebol de te mais me senti realizado. o fazia, uma aprendizagem colectiva
Faro, mais tarde a actual Associação As lições de geometria eram dadas, – individualizada, participada e parti-
de Futebol do Algarve), entendi, quer bastas vezes, nos campos de futebol, cipativa, assumida com um interesse
pela ciência estudada como pela arte de modo maioritário do denominado em torno do futebol e pelo futebol,
da sua aplicação experimental, que «Campo Dr. Fausto Redondo Pinhei- mas onde a matéria escolar ia sendo
o futebol oferecia amplas e rasga- ro», na Fuzeta, onde mostrava atra- assimilada com interesse e prazer.
das avenidas para «levar a água ao vés do círculo de meio campo, dos Foi sem dúvida uma experiência ple-
moinho» que o mesmo é dizer sus- quartos de círculo (pontapés de can- namente válida e francamente enri-
citar nos alunos o gosto e o empe- to ou «corners»), da meia-lua da en- quecedora esta do futebol ao serviço
nho pela aprendizagem motivada e trada da grande área, etc. As noções da educação, transcendendo limites
participada. exactas dos ângulos plenos, rasos, curtos da mera instrução escolar.
Ao invés do que a muitos parecia en- círculos, meios círculos e quartos de
tender tal o era apenas na questão círculos, dos 360, 180 e 90 graus, das
J
de educação física, então um paren- linhas curvas, rectas, contínuas, etc.
te pobre, improvisado e bastas vezes Os hoje «cartões disciplinares» (ver-
mal olhado em relação a outras ma- melhos ou amarelos) e consequentes
térias escolares básicas («ler, escre- jogos de suspensão na participação
ver e contar», na indesejada trilogia dos campeonatos que então e sem-
que era tantas vezes o objectivo es- pre decorriam ao longo do ano esco-
sencial da escola). lar entre as várias equipas da turma
Transcendia esta chamada «oficial e na amálgama dos bons alunos com
ou oficiosa» do futebol, pelo me- os de menor ou reduzido aproveita-
nos assumida pelo jovem professor, mento, eram ditados, por «conselhos
responsabilizando-se perante outros de disciplina» formados pelos pró-
actores do processo (pais, colegas prios alunos e pelo professor como
e os clássicos e austeros «senhores «juiz principal» por motivos que se
João Leal
inspectores») a muitas outras maté- prendiam com: o não estudar as ma- Professor, Jornalista e Dirigente Desportivo
rias escolares, de modo próprio com térias, a má resolução dos exercícios, O futebol como factor de motivação
a geometria, a educação cívica, a ge- a não efectivação dos trabalhos de e aplicação didáctico-pedagógica

29
O Louletano comandou a série D da 2ª Divisão durante larga fatia da temporada, assumindo o estatuto de
candidato à subida aos campeonatos profissionais, mas a ponta final constituiu uma decepção e, ao cair do
pano, a equipa viu-se superada pelo Olivais e Moscavide. Um revés que não faz o presidente António do
Adro, entretanto reeleito, baixar os braços: segue-se nova aposta na conquista do primeiro lugar, na certeza
de que o clube dispõe de condições invejáveis – joga habitualmente no Estádio Algarve e está inserido no
concelho mais poderoso da região, do ponto de vista económico - para dar o ambicionado passo em frente
e, inclusive, chegar à Liga.

ANTÓNIO DO ADRO
PRESIDENTE
DO LOULETANO
“O Algarve precisa
de regressar ao topo”

- O Louletano não conseguiu vencer a pois tudo fizemos para a alcançar o ob- ponto de vista económico, dispomos de
série D da 2ª Divisão. O que faltou? jectivo traçado. Factores que também um invejável conjunto de infra-estruturas
- Sem querer nisso encontrar desculpas fazem parte do futebol acabaram por desportivas, incluindo o Estádio Algarve,
para um final longo do que esperáva- trair o nosso esforço e ficou uma espinha e somos um dos maiores clubes, senão
mos, a verdade é que tivemos muito atravessada na garganta... Ainda assim, mesmo o maior, do litoral sul do país,
azar. Dois jogadores fundamentais vi- a equipa chegou à última jornada com com um leque apreciável de secções e
ram-se afastados da equipa com fractu- possibilidades de chegar ao primeiro uma situação financeira perfeitamente
ras nas pernas, o Atabu teve problemas lugar mas o jogo (com o Odivelas) não controlada. A isso junta-se o entusiasmo
num menisco e o Telmo Pinto terminou correu bem. Não gostei. e a participação activa dos sócios e dos
a carreira devido a uma lesão. Num plan- - Vem aí nova aposta na subida? patrocinadores, a quem ficamos a dever
tel de qualidade, mas pouco numeroso, - Estamos a trabalhar nesse sentido. a alegria da subida à Honra – não foi des-
foram problemas difíceis de superar. Os Acima de tudo, queremos aproveitar ta mas não vamos desistir...
momentos em que o Clemente (em Sil- tudo o que de bom foi feito na época - O Algarve continua sem estar represen-
ves) e o Telmo Lemos (diante do Benfica passada e melhorar o que não correu a tado no campeonato principal. Porquê?
B) sofreram lesões graves são o espelho nosso gosto, introduzindo, aí, as altera- - Numa perspectiva puramente econó-
da infelicidade do Louletano nesta cam- ções tidas por convenientes. Tudo isto mica, a Liga de Honra não interessa a
panha. A equipa ficou afectada e, a partir dentro de um grande rigor orçamental, nenhum clube e muito menos aos do
daí, não conseguiu voltar a mostrar a efi- pois o Louletano orgulha-se de cumprir Algarve, sujeitos a longas deslocações.
cácia até então revelada. os seus compromissos e não queremos Neste escalão, as despesas são equiva-
- Não havia volta a dar? ser notícia pelas piores razões. Por força lentes às do campeonato principal e as
- No momento em que esses problemas desses condicionalismos, o plantel será receitas insignificantes. Ficando na Honra
aconteceram, não tínhamos alternati- reforçado de acordo com um critério muitos anos, gastam-se rios de dinheiro,
vas. Se em Dezembro soubéssemos que muito apertado, que junte a qualidade sem qualquer benefício. Importa chegar
várias pedras influentes iriam ser afas- necessária para melhorar a equipa a aí e projectar, rapidamente, o salto se-
tadas por lesões graves, seguramente condições financeiras dentro dos nossos guinte – na Liga, as despesas não sobem
faríamos um esforço suplementar para parâmetros. muito e as receitas atingem valores im-
suprir essas baixas. Mas, na altura em o portantes, o que permite construir equi-
Clemente e o Tiago Lemos fracturaram CLUBE DOS 100 pas mais competitivas. A visibilidade é
as pernas, as inscrições já estavam fe- outra – televisão, jornais -, torna-se mais
chadas. - A Liga de Honra é o lugar do Louleta- fácil encontrar patrocinadores e um vas-
- Algum sabor a desilusão? no? to leque de actividades, desde a restau-
- Naturalmente. Foi uma pena... Desen- - Temos condições para estar nesse pa- ração à hotelaria, lucra imenso. É bom
volvemos um trabalho sério e honesto tamar ou até mais acima. Estamos no para todos contar com uma equipa no
me estamos de consciência tranquila, concelho mais poderoso da região, do escalão principal e o Algarve precisa dis-

30 afalgarve 6.06
so. A região deve fazer um esforço, a fim cessária a existência de um espaço de
ECLETISMO convívio, onde os sócios possam passar
de criar condições para ter duas ou três
equipas na Liga e melhorar a sua partici- os seus tempos livres e sentirem mais
- A equipa sénior é constituída, em boa
pação nos quadros nacionais. Quero, de de perto o pulsar do clube. Temos ain-
parte, por elementos provenientes dos
resto, saudar a subida do vizinho Campi- da outras ideias, como, por exemplo, a
escalões de formação. O clube continua
nense à 3ª Divisão, num feito importante instalação de uma clínica e de um infan-
a apostar forte nesse sector?
tário e, também, de um pequeno centro
para o concelho de Loulé. - É um dos nossos alicerces. Trata-se de de estágio, destinado em particular aos
- O Louletano pode chegar à Liga? um trabalho com um duplo sentido: por elementos da formação que não sejam
- Olhando para a realidade da região e um lado – e esse constitui o papel mais da zona do concelho. Tratam-se de pro-
até do país, diria que temos as condi- importante – oferecemos a largas deze- jectos a desenvolver ao longo dos pró-
ções ideais para chegarmos ao patamar nas de crianças o acesso à sua moda- ximos anos, de acordo com a disponibi-
superior do futebol português. Quantos lidade preferida, desempenhando uma lidade financeira que viermos a ter para
clubes portugueses têm as nossas con- tarefa de âmbito social, e, por outro lado, dar esses passos.
dições? Precisamos de mais ajudas e se não descuramos a vertente competitiva, - O Louletano não é só futebol: em tem-
todos perceberem que colaborando um procurando aproveitar os melhores valo- pos brilhou no ciclismo, agora consegue
pouquinho sairão beneficiados a tarefa res. Temos alcançado um sucesso apre- grandes resultados na natação...
torna-se mais fácil. Falta criar um envol- ciável nas duas áreas e somos, creio, a - A nossa grande força reside no ecletis-
vimento que mobilize os adeptos e os principal referência do futebol juvenil a mo e por isso digo que somos o maior
sul de Setúbal. Gostaria de enaltecer o clube do Algarve. Temos mais de dois
empresários. Temos dado alguns passos
trabalho voluntário de vários directores, mil atletas e a natação já nos deu várias
mas precisamos de dar ainda alguns ou-
autênticos ‘carolas’, que disponibilizam alegrias, com resultados significativos
tros. A esse respeito, saliento o sucesso
muito do seu tempo para estarem jun- a nível internacional. Contamos ainda
do “Clube dos 100”, uma iniciativa do com secções de polo aquático, ginásti-
to dos miúdos e levarem-nos a casa
Louletano: os sócios pagam mil euros por depois dos treinos, num trabalho pouco ca, musculação, futsal e artes marciais.
ano e já vamos em 53 adesões. Quere- visível mas de grande importância, pois, Mas, todos sabemos, o futebol é a mo-
mos alargar esse número rapidamente. sem eles, seria praticamente impossível dalidade com mais visibilidade. Por isso,
E, por uma questão de justiça, não posso manter toda a estrutura do futebol juve- acalentamos projectos que nos levem,
esquecer a ajuda da Câmara Municipal nil de pé. num espaço de tempo não muito distan-
de Loulé, dos empreendimentos Monte - A sede era um velho sonho e já está te, aos campeonatos profissionais. Loulé
da Quinta e Vale do Lobo e de várias em- erguida. Que se segue? merece chegar a esses patamares e o
presas que connosco colaboram. Quere- - Queremos avançar para uma segunda Algarve precisa de voltar a ter um papel
mos que mais se juntem a nós. fase, pois considero extremamente ne- de destaque no nosso futebol, por tudo
o que isso representa para a região.

31
António do Adro continua na liderança do Louletano
Pinto, forçado a dar por tem claramente definidas as metas para
finda a carreira, devido o novo mandato: voltar a lutar pela su-
a lesão. bida aos campeonatos profissionais e dar
No acto da tomada de os passos necessários para o início dos
posse, muito participa- trabalhos da segunda fase da sede do
do, numa demonstração Louletano.
da força e da vitalidade
do emblema, o presi-
dente da mesa da As-
sembleia Geral, Sander
van Gelder, recordou
a sua primeira ligação
ao Louletano, através
do ciclismo, com re-
O Louletano Desportos Clube reelegeu sultados notáveis, afastando-se depois,
António do Adro para mais um ano de devida à pouca expressão, na altura, do
mandato, com a nova equipa directiva a futebol do clube. Agora, o empresário ho-
registar poucas mudanças em relação à landês mostra entusiasmo com o projecto
anterior, sendo uma das mais relevantes, em marcha, o qual tem merecido o seu
por se tratar de algo pouco habitual, a apoio.
inclusão no elenco do ex-jogador Telmo António do Adro, o presidente reeleito,

direcção, a presidente Ângela Matias, a Messinense


única mulher a comandar uma colectivi-
Ângela Matias dade da nossa região ligada ao futebol, elege José Araújo
não teve oposição, merecendo a unanimi-

reeleita por dade dos 45 sócios presentes na assem-


bleia geral eleitoral.
José Carlos Araújo está de regresso à
presidência da União Desportiva Mes-
Para além de vários elementos da mesma
unanimidade família figurarem nos corpos sociais, algo
que já é tradição no Campinense, desta-
sinense, após dois anos de interregno,
tendo merecido a confiança da esma-
gadora maioria dos sócios – 54 votos
que para a forte representação feminina:
a favor e quatro nulos -, que elegeram
cinco mulheres, incluindo as
uma nova equipa para os corpos sociais
presidentes da Direcção (Ân-
do clube.
gela Matias) e do Conselho
A insistência de amigos e de pessoas
Fiscal (Marta Cristina), algo
ligadas ao Messinense levaram José
senão inédito pelo menos
Carlos Araújo a dar por findo um pe-
pouco usual.
ríodo de descanso que pretendia mais
Assegurar a manutenção da
prolongado, tendo a tarefa de coman-
equipa de futebol sénior na
dar o clube na sua primeira experiên-
3ª Divisão nacional e con-
cia na 2ª Divisão nacional. O novo líder,
tinuar a crescer nas outras
recorde-se, comandou o emblema de
actividades são os propósitos
S.Bartolomeu de Messines há quatro
dos novos corpos sociais do
anos, aquando da conquista do título
Juventude Sport Campinense,
da 1ª Divisão da AF Algarve e da con-
que vão gerir o clube nos pró-
sequente subida à 3ª Divisão.
ximos dois anos. Na assem-
Assegurar a manutenção no escalão
bleia eleitoral foram ainda
secundário do futebol nacional e re-
apresentados (e aprovados)
novar o futebol juvenil apresentam-se
votos de louvor ao desem-
como as duas principais linhas de acção
As vitórias foram tantas ao longo da épo- penho da equipa principal,
do novo elenco da União Desportiva
ca – êxitos na 1ª Divisão da AF Algarve e pelo seu notável desempenho ao longo
Messinense.
na Taça do Algarve, numa campanha de da época.
sonho – que, na hora de eleger uma nova

32 afalgarve 6.06
MANUEL JOSÉ É BI-CAMPEÃO

Egípcios rendidos
a “faraó” algarvio
O treinador algarvio Manuel José juntou lo como futebolista.
mais um título de campeão egípcio ao Já na fase descendente da
seu vasto currículo – no Cairo, os adeptos carreira, representou o Fa-
do Al Ahly, considerado o melhor clube rense, tendo, a dado passo,
africano do século XX, tratam-no como recebido um convite para
um verdadeiro faraó, face às importantes acumular as funções de jo-
conquistas alcançadas nos últimos anos. gador e treinador. Recusou.
Manuel José havia passado uma primei- Mas pouco tempo depois,
ra vez pelo Al Ahly em 2001, deixando em Espinho, foi confronta-
a sua marca: ajudou o clube a sagrar-se do com a mesma proposta,
campeão africano, ao superar os sul-afri- endereçada pelo presiden-
canos do Mamelodi Sundows (1-1 fora e te Carlos Padrão, face aos
3-0 em casa), para pouco depois juntar maus resultados da equipa
a esse troféu a Supertaça de África (4-1 e à sua notória capacidade
diante de outra formação da África do Sul, de liderança. Tratava-se de
o Kaizer Chiefs). uma faca de dois gumes
De regresso ao Cairo em 2005, o sucesso – se a experiência corresse
foi ainda maior. Campeão do Egipto sem bem poderia sonhar com
derrotas (apenas dois empates, com o re- uma carreira enquanto téc-
gisto recorde de 74 pontos somados em nico mas de contrário...
78 possíveis), conduziu de novo o Al Ahly E foi o jogador Manuel José
à conquista da Taça dos Campeões Afri- a ajudar... o treinador Ma-
canos (0-0 fora e 3-0 em casa diante do nuel José! A história con-
Étoile de Sahel, da Tunísia) e da Supertaça ta-se em poucas palavras.
de África (0-0 e 4-2 no desempate por Num jogo em casa com
pontapés da marca de grande penalidade o Aliados de Lordelo (que
frente ao FAR de Rabat, de Marrocos). tinha em Jaime Pacheco
No final do ano passado Manuel José foi a sua principal figura) o
o primeiro treinador português a marcar encontro permanecia em-
presença num Mundial de clubes. O Al patado a zero a oito mi-
Ahly chegou ao Japão com o impressio- nutos do fim e os adeptos
nante registo de 55 jogos sem perder mas espinhenses assobiavam a
não teve sorte e somou duas derrotas (0- equipa. Surgiu, então, um
1 com o Al Ittihad, da Arábia Saudita, e 1-2 livre à entrada da área, cobrado na per-
com o Sidney, da Austrália), terminando feição pelo algarvio de Vila Real de Santo MANUEL JOSÉ Jesus Silva
no sexto e último posto. António... Os apupos deram lugar às pal-
Nascido a 9 de Abril de 1946 (60 anos) em Vila
mas.
POR ACASO Ainda assim, foi preciso que o irmão o
Real de Santo António.
Clubes como treinador: Espinho (80/81 e 81/82),
matriculasse no curso de treinadores. O Vitória de Guimarães (82/83), Portimonense
Jogador de craveira média, Manuel José alargamento no prazo de inscrições, por (83/84 e 84/85), Sporting (85/86 e 86/87), Braga
passou pelo Benfica, Covilhã, Varzim, Be- (86/87 e 87/88), Sporting (88/89 e 89/90), Espi-
dez dias, evitou que ficasse de fora. Aí nho (90/91), Boavista (91/92 a 95/96), Marítimo
lenenses, Beira Mar (jogando ao lado de Manuel José conheceu o já falecido Fer- (96/97), Benfica (96/97 e 97/98), União de Lei-
Eusébio), União de Tomar, Farense e Espi- nando Vaz, um homem e um treinador ria (99/00 e 00/01), Al Ahly (01/02), Belenenses
nho. Chegou à Luz com 16 anos, e lembra- que constitui a sua principal referência.
(02/03 e 03/04) e Al Ahly.
se de um momento vibrante nos juniores Títulos: Taça de Portugal (91/92), Supertaça de
Um clube algarvio, o Portimonense, aca- Portugal (92/93), Taça dos Campeões Africanos
– um golo a Damas, com um pontapé de bou por ser a sua grande rampa de lan- (2001 e 2005), Supertaça Africana (2001 e 2005)
muito longe. Chegado aos seniores, an- çamento como treinador: conduziu os e Campeão do Egipto (2005 e 2006). É o treinador
dou emprestado várias épocas, até re- no activo com maior número de jogos (560) na 1ª
alvi-negros ao quinto lugar na 1ª Divisão, Divisão/Liga portuguesa. Considerado o 16º melhor
gressar em 68/69. Disputou apenas uma em 84/85, e ao consequente apuramento treinador do Mundo em 2005 pela Federação da
partida (3-2 com a Académica, na Luz), o para a Taça UEFA. Um feito que lhe valeu a História e Estatística do Futebol.
suficiente para conquistar o seu único títu- ida para o Sporting.

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CALENDARIZAÇÃO DE PROVAS
Louletano vence Escolas A

O Louletano é o campeão do Algarve


no escalão de Escolas A, na sequên-
cia da vitória diante do Esperança de
Lagos, por 2-1, na final disputada no
relvado do Estádio da Nora, nas Fer-
reiras.
As duas equipas chegaram ao jogo de-
cisivo depois de campanhas notáveis,
com o Esperança de Lagos a vencer
categoricamente a Zona Barlavento
(larga vantagem sobre o segundo, o
Portimonense, e apenas uma derro-
ta registada), enquanto o Louletano
exerceu supremacia na Zona Sotaven-
to, marcando mais de 200 golos (mais
exactamente 221, média superior a
sete por jogo!). Os novos campeões
só perderam por uma vez (1-0, em
Olhão), no único jogo da época em
que não conseguiram marcar.
Levou vantagem, na final, a turma de
Loulé, não sem dificuldades, face à ex-
celente réplica oferecida pela equipa
de Lagos, num encontro que constituiu
uma autêntica festa do futebol dos
mais jovens, com expressiva participa-
ção dos pais dos atletas e de adeptos
das duas equipas.

Fontainhas conquista Taça


O Fontainhas juntou a Taça do Algarve
de futsal à subida à 2ª Divisão nacional, e o mérito dos resultados alcançados no
numa época recheada de êxitos. A turma decurso desta época, na qual têm en-
de Albufeira bateu a Associação Acadé- grandecido o futsal algarvio. Sub-16 no Algarve-Andaluzia
mica da Universidade Algarve, por 7-4,
em jogo disputado em S.Brás de Alportel, A selecção do Algarve feminina de
perante um público entusiasta. Sub-16, em futsal, vai participar a 24
Num duelo entre duas formações em e 25 de Junho no 11º Encontro Des-
festa – a Associação Académica garantira portivo Algarve-Andaluzia, iniciativa
dias antes a conquista do título da 1ª Divi- que este ano terá lugar na cidade de
são e a consequente promoção à 3ª Divi- Portimão.
são -, o espectáculo conheceu momentos A formação algarvia tem vindo a rea-
de grande interesse, valendo, no final, a lizar treinos de preparação em vários
maior experiência da formação do conce- pontos da região, de forma a que possa
lho de Albufeira, que conseguiu contornar apresentar-se nas melhores condições
uma situação adversa, pois os estudantes na recepção às vizinhas andaluzas.
chegaram a estar em vantagem, ofere- O futsal feminino é a única activida-
cendo tenaz resistência. de ligada à nossa modalidade que faz
Numa final emotiva e bem disputada, fi- parte do programa do 11º Encontro
cou provada a qualidade das duas equipas Desportivo Algarve-Andaluzia.

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