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Faculdades Integradas Antônio Euf rásio de Toledo

Associação Educacional Toledo


Direito Econômico e Empresarial III
Prof essor Edson Frei tas de Oliveira

01/02/11

1. Capital Social

Capital social – Capital da sociedade

Os sócios revertem uma parcela de seu patrimônio em favor da


sociedade, que passa a ser proprietária deste quinhão, pois detém
personalidade jurídica e, assim, direitos e obrigações. Assim sendo,
formada a sociedade, os sócios terão direito à percepção dos lucros
(todos os sócios) e à valorização do capital social. Não poderão,
contudo, depois de formado o capital, retomar aquilo que depositaram em
favor da sociedade – por isso, a doutrina define que o capital social é
intangível.

Destinação de recursos: Co m o passar do tempo, o capital social pode ser


alterado, mas somente para aumentá -lo e jamais diminuí -lo. Outrossim,
pode ocorrer que os prejuízos acumulados ultrapassem o valor do capital
social; em razão disso, a mera existência do capital social não é g arantia
de sua liquidez (e, por conseguinte, de sua capacidade de honrar com
suas obrigações).

Fato: O legislador disciplina as SA (em detrimento da LTDA) com mais


rigor, pois tal sociedade pode atuar diretamente no mercado, captando ou
lançando ações; alé m disso, o número de seus acionistas é pulverizado –
assim, cabe a lei defender os interesses de todos (de fato, pode -se dizer
que a atuação da SA interessa a toda coletividade, haja vista o impacto
que causar na sociedade, a variar pelo seu tamanho). Cont udo, ainda
assim, o monte do capital social é um referencial importante, em razão
da intangibilidade.

Cumpre mencionar, ainda, que os sócios podem formar o capital social


mediante empréstimos, captação no mercado (e.g. lançamento das
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debêntures). Contudo, nem toda contribuição dos sócios vai para o


capital social, como o ágio, que vai para a reserva de capital.
Américo Ribeiro Magro
Direito – 5º Termo A
Presidente Prudente -SP
1º Semestre – 2011
Faculdades Integradas Antônio Euf rásio de Toledo
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Direito Econômico e Empresarial III
Prof essor Edson Frei tas de Oliveira

Formação do capital – Subscrito e integralizado

O capital subscrito nem sempre é totalmente integralizado. Assim, tem -


se o capital subscrito, o int egralizado e o capital a integralizar (conforme
o contrato social). Contudo, apesar de ainda não integralizado, o capital
subscrito será, em algum momento, obrigatoriamente transferido para o
capital.

A integralização (transferência para o capital) pode -se dar por bens ou


créditos (e.g. integralização de uma patente). De fato, qualquer bem
suscetível de avaliação econômica pode ser integralizado (em favor do
capital social).

Nesse jaez, quando a integralização se dá por bens, é necessário observar


que:

a) há necessidade de uma avaliação do bem para se saber quantas ações


ou cotas terá o sócio ou acionista (a LSA exige votação em assembléia
de laudo técnico de empresa especializada ou de três peritos);

b) se a transferência não for do bem, mas de direito de u so, o boletim de


subscrição 1 (ou o contrato social, em caso de LTDA, por exemplo) deve
mencionar isso expressamente;

c) após a transferência para a sociedade, deve haver o registro no órgão


competente (CR I, se for imóvel, etc.).

Já, quando se dá por créditos, deve observar -se que:

a) A integralização somente ocorre se aprovado pela companhia;

b) o subscritor responde pela existência do crédito e pela solvência do


devedor (LSA, art. 10, § único)

Reserva de capital
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Onde o acionista se obriga a subscrever.
Américo Ribeiro Magro
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Somente pode ser feito em pecúnia (dinheiro)

Destinação prevista em lei: Os recursos contabilizados em reserva de


capital somente podem ser aplicados:

a) no resgate ou reembolso de ações;

b) absorção de prejuízos (que obstem o recebimento de dividendos);

c) pagamento de dividendos preferen ciais (ações preferenciais: concedem


aos sócios portadores determinadas preferências, como na distribuição
dos lucros ou dividendos);

d) outras hipóteses legais (art. 200, LSA), isto é, criadas por lei
superveniente.

Mora do sócio

- Mora: Atraso no cumpri mento de obrigação.

- Leilão ou execução: A mora do sócio (ou acionista) se dá com a


ausência de integralização. Nesse jaez, é possível ação de execução
contra o acionista desidioso, respondendo este com seu patrimônio (pois
se trata de obrigação do sócio perante a sociedade) – nesse caso o
boletim de subscrição será o título executivo. Na SA, inclusive, é
possível, ao invés da execução, um leilão especial das ações : quem
arrematá-las torna-se acionista. Tal escolha é possível em razão de a SA
ter um capital mais aberto, isto é, facilmente negociável, ao contrário da
LTDA, que é mais restrita, fechada. Cumpre mencionar que, se a
sociedade opta pelo leilão, dispensa a execução.

- Se não houver êxito na execução ou no leilão – caducidade: De tal


sorte que o valor das ações em leilão será o valor nominal, pode ocorrer,
contudo, que o valor mínimo (do capital que não foi integralizado) não
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seja atingido ou que não haja venda. No último caso, se as ações não
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forem vendidas, a sociedade deverá declará -las caducas .

Américo Ribeiro Magro


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- Ações em tesouraria e outras soluções : A sociedade poderá adquirir


as ações do sócio em mora, mantendo -as em tesouraria e tornando -se
dona das próprias ações. Poderá a companhia, ainda, fazer o resgate das
ações, cancelando -as, o que acabará por valoriza r as ações dos demais
acionistas (haja vista que, muito embora o capital seja o mesmo, haverá
menos ações que, assim, passarão a valer mais).

- Ação não integralizada pode ser onerada

- Se não tiver reservas ou lucros – Poderá declarar caídas em


comisso: Se ocorrer a caducidade das ações e a companhia não tiver
reservas, as ações deverão ser declaradas caídas em comisso, isto é, as
ações aguardarão, suspensas, durante o período de 01 ano para que algum
interessado as adquira. Contudo, caso ocorra que, após esse ínterim, as
ações não sejam adquiridas, não restará alternativa à sociedade senão a
redução do capital social, mediante alteração do estatuto social (pela
assembléia dos acionistas).

Aumento do capital social

- Capitalização: O aumento do capital so cial pode dar-se pela


capitalização, isto é, através do lançamento de novas ações. A
capitalização atrai novos recursos, aumentando os ativos e, por
conseguinte, o patrimônio líquido da companhia. Quando ocorre a
capitalização, a sociedade oferece uma subs crição ao mercado; na oferta
de ações, se há o lançamento de ações novas, a subscrição deve ser
integral.

- Debêntures conversíveis em ações : Outra possibilidade de aumentar o


capital social, sem a injeção de novos recursos, se dá através das
debêntures conversíveis em ação. Caso queira converter as debêntures
em ações, o credor das debêntures torna -se, então, acionista; assim,
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aumenta-se o capital social através de uma alteração da situação jurídica,


onde as debêntures convertem -se em ações 2.

- Lucros acu mulados: Tem-se, ainda, outra possibilidade de aumentar o


capital social: se há lucros acumulados, os acionistas podem optar por,
ao invés de distribuir os dividendos, reinvestir estes recursos na própria
companhia, aumentando o capital social.

- Capital autorizado: O aumento do capital demanda alteração do


estatuto e, para tanto, deve -se convocar os acionistas. Assim, diante da
dificuldade de convocar todos os acionistas, a companhia pode, em uma
assembléia de sócios, autorizar o conselho de administração a aumentar o
capital até certo limite, sendo que isso ainda não tenha ocorrido. Ou
seja, a companhia, através da assembléia, já autoriza, de antemão, o
aumento do capital social (pelo conselho) até certo limite, quando e se
isso eventualmente ocorrer. Tal previsão, contudo, deve constar da pauta
de discussão da assembléia e da ata de deliberação. Autorizada esta
possibilidade, o conselho de administração deverá tomar as medidas
cabíveis para efetuar o aumento do capital. Outrossim, o estatuto deverá
discriminar, para tanto, o limite para o aumento e os tipos de ações a
serem emitidas.

- Opção de compra de ações – Somente possível em capital autorizado:


A companhia pode outorgar aos membros da administração opção de
compra de ações. Caso o detentor da opção demonstre interesse, a
companhia terá que entregar -lhe as ações referentes à opção (tipo e
quantidade previstas no instrumento de opção). Se a companhia tiver
ações em tesouraria as venderá ao exercente da opção; caso não tenha,
deverá emiti-las, com aumento do capital social. Há, entretanto,
condições: a) autorização no estatuto; b) aprovação do Plano de
Concessão em assembléia geral; c) capital autorizado. Cumpridas as
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Cumpre mencionar que a CVM faz o controle destas deb êntures quando de sua emissão.

Américo Ribeiro Magro


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condições, os acionistas não terão direito de preferência na subscrição


das ações emitidas para outorga em opção de compra.

Redução do capital social

- A redução do capital é fenômeno extraordinário, haja vista que o


capital social é intangível. Desta forma, as hipóteses de redução do
capital são excepcionais.

- Art. 1.082, CC: Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a


correspondente modificação do contrato: I - depois de integralizado, se
houver perdas irreparáveis; II - se excessivo em relação ao objeto da
sociedade – Isto é, se o capital social é grande mais para a atividade
desenvolvida pela empresa.

- Requisitos - Art. 1.084: No caso do inciso II do art. 1.082, a redução


do capital será feita restituindo -se parte do valor das quotas aos sócios,
ou dispensando -se as prestações ainda devidas (como a obrigação
pendente de integralizar) , com diminuição proporcional, em ambos os
casos, do valor nominal das quotas.

§ 1º No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da


assembléia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título
líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado (pois o
credor quirografário tem como única garantia o patrimônio do devedor,
no caso, da companhia).

§ 2º A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no


parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o pa gamento
da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.

§ 3º Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente,


proceder-se-á à averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis,
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da ata que tenha aprovado a redução.


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- Art. 1.152: Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a


regularidade das publicações determinadas em lei, de acordo com o
disposto nos parágrafos deste artigo .

- Redução compulsória – Segundo a doutrina, ocorre em dois casos:

a) acionista dissidente reembolsado à conta de capital (e não de


reservas), isto é, quando o acionista que se retira da sociedade e é
reembolsado com o próprio capital social, implicando em sua
diminuição, tendo em vista não haver reservas. É chamada de re dução à
conta de capital;

b) ações caídas em comisso, após o prazo de um ano, sem que a cia.


tenha encontrado comprador para as ações – A Cia é obrigada a reduzir o
capital social (trata-se de imposição legal, como já visto).

Há, ainda, a possibilidade de redução pelos sócios, em razão de perdas


irreparáveis ou excesso de capital (este último, podendo ser impugnado
pelos credores)

- Recursos com a redução – Podem ser dirigidos para reservas: O


dinheiro resultante da redução do capital pode ser dirigido às reservas;
de fato, com tal manobra, esta monta deixa de ser intangível, passando a
ser reserva de livre uso, sem, contudo, “sangrar” a empresa, mas
voltando a ela de outra forma. Somente é possível na redução por
excesso.

 Subcapitalização

- Capitalização é injeção de recursos da sociedade via investimento dos


sócios, aumentando o capital social (e tornando -o intangível). Com a
capitalização, adquire-se a condição de sócio.

- A subcapitalização é quando se empresta recursos à sociedade,


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tornando-se, além d e sócio, credor.


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- Só é ilícita se os sócios ou acionistas “emprestam” dinheiro à


sociedade para absorver perdas ou para ampliar a atividade da sociedade
(e.g. investindo em novos negócios ou filiais)

- A legislação brasileira não pune a subcapitalização; contudo, se causar


prejuízos a terceiros, poderá ser reputada ilícita (observando -se,
evidentemente, o caso concreto).

08/02/2011

1. Constituição de S/A

Pode ser aberta ou fechada : É fechada quando não se busca


investidores no mercado, mas já se tem pessoas predeterminadas,
interessada em instituir a sociedade.

Condições (art. 80, LSA) – Aplicam-se tanto às abertas quanto


fechadas. São elas:

a) subscrição de todo o capital social por mais de uma pessoa (pelo


menos 03, para a aberta, em razão de demandar conselho de
administração que, in casu, é obrigatório; em capital fechado é
facultativo);

b) pagamento de pelo menos 10% das ações subscritas em dinheiro (salvo


se a lei exigir per centual maior – ex.: instituições financeiras – que são
sempre S/A: a integralização deve ser de, no mínimo, 50% em dinheiro);

c) depósito bancário dos valores pagos para integralização do capital


social. Assim, é necessária a prova do valor.

Unipessoalidade (uma pessoa)

- Existem duas situações, previstas em lei, que admitem o capital sob


controle de um sócio:
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a) subsidiária integral, que deve ser constituída por uma sociedade (art.
251, LSA) – Exemplo de subsidiária integral: Petrobras resolve instituir
companhia destinada à produção dos navios petrolíferos, para seu uso;
criando-a, a Petrobras poderá ser a única acionista (isto é, detentora do
capital)

b) Manutenção temporária de apenas um sócio, até que outro sócio seja


incluído (art. 206, I, d, LSA). Isto é, aguarda-se, com apenas um sócio,
até que outro seja incluído. Se dá em caráter temporário, contudo,
aguardando-se até a próxima assembléia. 3

Subscrição Pública

- A captação pública de ações, pelas companhias abertas, depende de


registro prévio na C omissão de Valores Mobiliários (CVM), sob pena de
ilegalidade

- A constituição por subscrição pública é aplicável para abertura de S/A.


de capital aberto. Nesse caso quem toma a iniciativa e “organiza” a
constituição da S/A é o seu fundador, que não necess ariamente precisa
ser o controlador, quando esta passar a existir;

- Meios de constituição por subscrição pública (com prévio registro na


CVM) - Art. 19, LCVM: 4

a) oferta ao público em geral, através de instrumentos de subscrição


(listas ou boletins) e inf ormações (folhetos, etc);

b) contratação de pessoas para procura de investidores interessados


(empregados, corretores, etc.)

c) manter loja, escritório ou semelhante aberto ao público ou utilização


de meios públicos de comunicação para a oferta.
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Também é aplicável à LTDA, conforme disposições específicas do Código Civil.
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Lei da CVM: Lei 6385/76.
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- Etapas para a subscrição pública:

a) 1ª Fase – Registro de emissão – Pela CVM: Ocorre quando há a


constituição (instituição) da S/A de capital aberto.

- Under writer (melhor esforço, garantia parcial ou total) – Contrato de


underwritting : Para lanças ações no mer cado, a companhia deve contratar
instituição financeiras responsável por colocar as ações no mercado –
esta instituição é denominada under writer, que, contudo, só é
obrigatória, de fato, na 2ª fase; ocorre que, em razão da burocracia,
costuma-se contratá-la na 1ª fase.

- A under writer pode ser contratada nas seguintes situações: I – para


melhor esforço, isto é, para envidar esforços na venda das ações; II –
para fazer garantia parcial ou total, quando a instituição garante a
aquisição do que sobrar das aç ões, a depender da quantidade de ações
faltantes (em razão da imposição legal de venda da totalidade das ações
postas no mercado).

- Documentos necessários (para registro pela CVM): a) estudo de


viabilidade econômica; b) prospecto (material de divulgação), onde
devem constar todas as informações referentes à subscrição das ações
(valor, direitos, etc.); c) projeto do estatuto social (que será
posteriormente submetido à assembléia), que será analisando pela CVM;
d) cópia do contrato de underwriting; e) model o do boletim de
subscrição a ser utilizado.

- Análise pela CVM: A CVM tem 20 dias úteis para a análise do projeto,
com a possibilidade de uma interrupção; após esse prazo o pedido de
registro será considerado aprovado.

b) 2ª Fase – Colocação das ações no mercado


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- Obtido o registro de emissão, podem as ações ser oferecidas aos


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investidores no mercado de balcão não organizado. Assim, o registro

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somente se aplica para a oferta no mercado de balcão não organizado.


Desta forma, para negociação em bolsa de val ores ou em mercado de
balcão organizado, há a necessidade de novos registros, como o registro
de negociação.

- Não pode haver sobras na subscrição.

- Pode ocorrer que, quando da oferta, haja menos ações que interessados
(ou vice-versa) – neste caso, proceder-se-á conforme previsto no
prospecto (normalmente, repartição das ações ou sorteio).

15/02/11

c) 3ª Fase – Assembléia de fundação

É composta por aqueles que subscreveram as ações, isto é, os


acionistas. É indispensável à formação e fundação da S/A .

Na assembléia de fundação, cada ação dá direito a 01 voto


(independentemente da classe ou tipo de ação); isso porque, ções
preferenciais, por exemplo, salvo na assembléia de fundação, não
conferem o direito a voto.

Regras para convocação, etc. – Arts. 124 e 125, LSA.

Quóruns de deliberação: Um é o quórum de instalação, que é o número


mínimo de presentes para instalação da sessão; outro é o quórum de
deliberação, que se traduz no número mínimo de votos para aprovação.
Eis os quóruns de deliberação:

a) Para avaliação de bens oferecidos para integralização do capital social


e para eleger administradores e fiscais: regra geral de deliberação, que é
a maioria simples (art. 129, LSA);
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b) para aprovação da constituição da companhia: inexistência de


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oposição de subscritores que representem mais da metade do capital


social (art. 87, § 3º, LSA);
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c) para aprovação do estatuto social: unanimidade (segundo Fábio Ulhoa


Coelho, isso porque não há na LSA previsão aparente de tal quórum; o
professor verificará a questão mais profundamente – vide doc.
“Esclarecimentos – Quóruns das S.A. ).

Subscrição particular

- Tende a ser mais simples que a subscrição pública. Na pública, busca -


se investidores no mercado; na particular, como o próprio nome diz,
particulares conseguem re unir, a partir de um círculo de pessoas, o
número de investidores para atingir o capital necessário. Assim sendo, a
subscrição particular, por não implicar em oferecimento no mercado de
ações, independe de fiscalização da CVM e pode ser feito através de:

a) realização de assembléia de fundação dos subscritores, observada a


necessidade de ata; ou

b) escritura pública lavrada no cartório de notas (na presença do


notário), que deverá ser assinada por todos os subscritores e conter os
requisitos previstos no ar t. 88, § 2º, LSA.

Desta forma, a subscrição particular somente pode ser feito na S/A


fechada, sendo mais simples que a subscrição pública previstas para S/A
aberta. De fato, tanto o é, que várias Cias têm optado pela constituição
na forma fechada, optando, posteriormente, pelo registro (primário) na
CVM, como S/A aberta.

Providências complementares

- Registro dos instrumentos na Junta Comercial. Em caso de constituição


por assembléia, anexar a ata, um exemplar do estatuto, relação dos
subscritores, recibos de depósito das integralizações; se constituída por
escritura, basta certidão do cartório.
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- É indispensável a participação de advogado na constituição de


sociedades (Estatuto da OAB, art. 1º, § 2º), a fim de atestar a
observância dos procedimentos legais .

- A Junta Comercial pode colocar “exigência” para o registro, caso haja


irregularidade sanável; se necessário, deverá ser realizada assembléia
para discussão do assunto (saneamento), que exige quorum qualificado
(concordância de acionistas que represente m pelo menos metade do
capital social), demandando convocação dos acionistas.

- Após o arquivamento na Junta Comercial, os administradores devem


providenciar a publicação em jornal oficial da sede da sociedade (até 30
dias após o arquivamento); somente a p artir desse momento é que a S/A
passa a oficialmente existir. De fato, até a publicação, a S/A não pode
iniciar suas operações, sob pena de reputar -se irregular, o que pode
acarretar em despersonalização da pessoa jurídica.

- Somente após a publicação a so ciedade poderá entrar em


funcionamento.

- Devem ser providenciadas, ainda, as inscrições de natureza fiscal (e.g.


a inscrição no CNPJ, que é feita pela Receita Federal), previdenciária,
ambiental, etc, conforme o ramo de atividade.

- Enquanto não forem cum pridas todas as exigências, a S/A. é


considerada irregular;

- quantos aos bens eventualmente transferidos para a Cia em razão de


integralização, os administradores devem providenciar os registros
cabíveis, além dos alvarás de natureza estadual e municipal. Há, ainda,
as inscrições e licenças afetos a certos ramos especiais de atividade (e.g.
licença ambiental).
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Abertura e fechamento de capital


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- para abrir o capital, a S/A. de capital fechado deve providenciar o


registro na CVM (se há aumento de capital, r egistro de emissão; caso
contrário, há registro de negociação, em bolsa ou em mercado de
balcão);

- para o fechamento do capital (cancelamento do(s) registro(s) perante a


CVM) o processo é mais complexo, visando proteger os minoritários.
Nesse jaez, o fechamento pode se dar em razão da complexidade da
administração da S/A de capital aberto.

- no Brasil, o fechamento de capital não dá direito de recesso ao


acionista minoritário, mas lhe garante alguma proteção:

a) o acionista controlador tem que absorver as ações da Cia em


circulação no mercado (oferta pública de aquisição de ações);

b) compra das ações pelo controlador por um preço mínimo


correspondente à avaliação de mercado da Cia (mediante fiscalização e
supervisão da CVM);

c) possibilidade de nova avali ação, caso no mínimo 10% dos titulares das
ações se reúnam e requeiram nos 15 dias seguintes à oferta pública, haja
vista a possibilidade de prejuízo.

- após aprovação pela maioria da nova avaliação, se sobrarem ações


correspondentes a no máximo 5% das açõ es emitidas pela Cia, a S/A.
pode proceder ao resgate dessas ações (resgate aprovado em assembléia
especial para esse fim, com aprovação da maioria dos acionistas
envolvidos), procedendo a depósitos bancários em favor dos acionistas

- Observadas todas esta s providências a CVM cancela o registro,


tornando-se a Cia de capital fechado;
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- De fato, a CVM controla o mercado (e faz grandes exigências para o


fechamento do capital) para não deixar ocorrer o “fechamento branco”,
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que ocorre com a aquisição pelo contro lador de grande parte das ações
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em circulação; nestes casos a CVM também exige a oferta pública para


aquisição de ações.

15/02/11

Prova – 3,0 pts.

Dia 17/03

Conteúdo: Aulas 01, 02 e 03

1. Da ação

- Numa S/A a divisão do capital se denomina ação; em razão disso, o


sócio de uma Cia é denominado acionista (ao invés de quotista, como na
LTDA).

- Assim, a ação é a parcela do capital de uma S/A. Dá aos proprietários


direitos de sócios, como voto, participação nos lucros e dividendos.
Outrossim, é título negociáv el (aliás, facilmente negociável), que goza
de liquidez (isto é, disponibilidade financeira imediata).

Valor da ação

- Existem 05 formas de se valorar uma ação, isto é, de se vislumbrar o


valor de uma ação. São elas:

a) Valor nominal: É o resultado da divisão do capital social pelo número


de ações, independente do tipo de ação. Nesse jaez, a companhia pode
preferir adotar ações sem valor nominal (diz-se “valor-quociente” o
resultado da divisão nesses casos). Outrossim, a existência de valor
nominal declarado protege (parcialmente) o acionista quanto à diluição
da participação societária caso haja lançamento de novas ações (as ações
novas somente podem ser emitidas com preço de emissão igual ou
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superior ao valor nominal) . Ainda, o valor nominal também é levado em


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consideração para cancelar ações no caso de redução por excesso de


capital (o acionista receberá “de volta” o valor nominal).
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b) Valor patrimonial: É o valor do patrimônio líquido dividido pelo


número de ações. N esse caso, a diferença de valor entre o valor nominal
e o patrimonial dependerá de diversos fatores, e.g., da quantidade de
reservas. Contudo, no momento “zero” (isto é, o lançamento das ações,
primeiro negócio da Cia), o valor nominal e patrimonial serão iguais.

- pode ser contábil ou real. O valor contábil é resultado do registro


contábil da Cia. Já o valor real é definido no balanço de determinação;

- na liquidação da sociedade leva -se em consideração o valor patrimonial


(contábil? Dependerá se a liquida ção foi total ou parcial);

- o mesmo ocorre na amortização de ações, isto é, quando ocorre a


antecipação ao acionista do que ele receberia em caso de dissolução;
sendo o capital intangível, deve ser pago com os lucros e reservas.
Assim, em caso de amortiza ção, aplicar-se-á o valor patrimonial
contábil;

- o acionista dissidente de incorporação de sociedade (não concorda com


a incorporação) tem direito de receber o valor patrimonial real de suas
ações;

- o mesmo ocorre quando há operações de fusão, incorporaç ão e cisão


com transferência de controle.

- O valor nominal pode ser declarado, quando a Cia não pode lançar
ações novas com valor abaixo do valor nominal ou não declarado,
quando as ações podem ser lançadas com valor abaixo do nominal. Em
decorrência disso, poderá ocorrer a chamada diluição da participação
societária, quando lança -se novas ações, com valor nominal não
declarado, contudo: o que aumenta o valor do patrimônio líquido, mas
diminui a participação societária.
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Havendo valor nominal declarado, e a garantia de observância do valor


nominal mínimo, há proteção relativa contra a diluição da participação
societária.

c) Valor de negociação: É o valor de mercado (cotação) ou de negociação


privada; assim, difere do valor patrimonial. De todo modo, o valor de
negociação é o valor que se está disposto a pagar ou a vender, sendo
determinado por diversos fatores (extrínsecos e intrínsecos), como, v.g.,
a imagem da Cia no mercado. Nesse jaez, cumpre mencionar que, em
sede de mercado financeiro, se fala em “bolha ”, quando há uma
valorização fictícia de determinadas ações. Outrossim, tem -se que uma
Cia fechada somente pode fazer negociação privada, pois não atua no
mercado aberto.

d) Valor econômico: Geralmente empregado quando alguém quer


comprar toda a Cia. É res ultante de complexa avaliação, feita com base
em critérios técnicos, por profissionais especializados; assim, não se
leva em consideração o valor patrimonial ou contábil, mas baseia -se em
aspectos gerais, analisando -se a viabilidade do negócio (é bom
negócio?). O fluxo de caixa é a programação de expectativa de receitas,
fazendo-se uma projeção do quando se pode vender e receber.

Por exemplo, “fluxo de caixa descontado” (traz a valor presente os


recebimentos e desembolsos futuros da companhia, considerando -se,
inclusive, a expectativa de inadimplência e passivo oculto, isto é, os
possíveis prejuízos que se pode ter no futuro – ex. reclamações
trabalhistas que ainda não foram solucionadas: pode haver prejuízo com
as indenizações – assim, havendo passivo ocul to, é necessário um fundo
de provisão).

e) Valor de emissão: Também chamado de preço de emissão. É definido


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pela própria Cia, que levará em conta diversos fatores (e.g. preço
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atrativo aos compradores).

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- valor da ação no ato da subscrição, pago à companhia ;

- a companhia define o valor de emissão e as condições de integralização


(na constituição ou no aumento de capital social);

- se houver valor nominal declarado para as ações, novas ações devem


obedecer a esse valor como mínimo; os valores superiores ao v alor
nominal devem ser classificados como ágio, com destinação para a
reserva de capital;

- nas companhias com ações sem valor nominal deverá ser definido
quanto resultará em capital social e quanto resultará em reserva de
capital.

24/02/11

Classificação das ações

I – Quanto a espécie:

a) Ordinária: confere ao acionista (ordinarista) os direitos de sócio


(direitos de um sócio comum, daí ter o nome de ordinária). É a ação do
acionista comum, que é dono da Cia, tem direito a voto e toma
deliberações

b) Preferencial: Atribui ao acionista (preferencialista) alguma vantagem


sobre a ordinária; a vantagem é definida pelo estatuto da companhia,
geralmente patrimonial; outrossim, a preferência está prevista no
estatuto. A vantagem, assim, não pode ser somente políti ca, mas também
de outra ordem, como a patrimonial (ex. maior direito sobre dividendos).
De fato, a vantagem na maioria das vezes está relacionada aos
dividendos.

c) De fruição
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Preferencial – Dividendo:
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a) Fixo: Quando o acionista tem direito à uma fração fixa sobre o valor
da ação. Pago o dividindo fixo, caso ainda haja recursos, isto é, ainda
sobre lucro para distribuição, os ordinarialistas receberão mais do que os
preferencialistas; assim, caso ainda haja recursos a serem partilhados,
estes serão dividi dos entre os ordinarialistas.

b) Mínimo: Paga -se primeiro o valor mínimo destinado aos


preferencialistas, podendo o detentor de ação ordinária ficar sem receber
dividendos (ex.: 12% do preço de emissão – receberá no mínimo 12% por
cada ação); se houver rec ursos para pagar todos os preferencialistas com
relação ao dividendo mínimo, a sobre de recursos será utilizada para
pagar a todos os acionistas de forma igual. Assim, em sede de dividendo
mínimo, pode o acionista receber menos que um valor eventualmente
fixo, contudo, poderá receber mais, posteriormente, caso haja sobra de
recursos (depois de pagos os preferencialistas). De fato, nesse caso, os
ordinarialistas podem, até, ficar sem receber dividendos, haja vista serem
detentores de voto, sendo os verdadeir os administradores da Cia; nesse
caso, se não há uma boa gestão, pode sofrer os efeitos disto decorrentes.

c) Diferencial: vantagem oferecida ao preferencialista com relação aos


dividendos – ex. preferencialista receber 20% a mais que os
ordinarialista. Nã o é, contudo, obrigatório.

- É possível criar, dentre as classes de ações, uma que tenha direito de


veto – são as chamadas ações golden share. Isso se aplicava quando da
privatização de empresas públicas, quando o Estado tinha o temor de
que, sob direção privada, a Cia abandonasse suas diretrizes (ex. empresa
de pesquisa tecnológica); assim, o governo ficava com tais ações, de
forma que podia vetar algumas decisões, tomadas pela administração,
que poderiam desnaturar os objetivos ou rumos da Cia, por exempl o.
Assim, o acionista da golden share tem poder eminentemente político.
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Restrição ao direito de voto


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- A ação preferencial pode não ter direito de voto, mas isto deve estar
expressamente previsto no estatuto, sob pena de os preferencialistas
deterem tal direito (assim, com a omissão, garante -se o direito).

- Restituição (do direito de voto): Se o estatuo prevê a vedação ao


direito de voto, este pode ser restituído ao preferencialista, caso não lhe
seja pago os dividendos (cumulativos ou não) que lhe são de vidos, por
exemplo. Trata-se, com efeito, de verdadeira punição. Outrossim, a
restituição ocorrerá na mesma assembléia que decidiu não pagar os
dividendos devidos. Nesse jaez, cumpre mencionar que os dividendos
cumulativos são aqueles que, se acumulados, d evem ser pagos
integralmente; caso não sejam cumulativos, se pagar apenas um, a
despeito de estarem acumulados, o direito de voto já pode ser restrito.
Assim, nos dividendos cumulativos, só pode voltar a restringir o direito
de voto, caso pague todos os dividendos em atraso (uma parte não basta).

- Obrigatoriedade de voto: Há situações em que os preferencialistas irão


obrigatoriamente votar, como na assembléia de fundação e para a eleição
do conselho fiscal, haja vista que tais acionistas tem o direito de e leger
um membro deste órgão.

- Restrições podem ser parciais, isto é, pode se restringir o direito de


voto acerca de determinadas matérias

- Ações sem direito a voto podem constituir, no máximo, 50% do capital


social (antes era 75%). Assim, nesse caso, ten do em conta a totalidade
das ações e a parcela sem direito a voto, o acionista pode ser controlador
se deter, no mínimo, 25% do capital social.

Ações de fruição

- Fruir é colher frutos; nesse caso, receber dividendos.


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- São atribuídas aos acionistas cujas ações ordinárias ou preferenciais


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foram totalmente amortizadas (assim, só são atribuídas em caso de

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amortização integral). Amortização das ações é a antecipação do valor


que caberia ao acionista em caso de liquidação (pode ser parcial ou
total), feita do valor patrimonial contábil (patrimônio líquido dividido
pelo número de ações). A atribuição das ações de fruição se dá em favor,
especialmente, daqueles acionistas respeitados ou de grande notoriedade,
prestando-lhe espécie de deferência ou agrado. Assemel ha-se ao goodwill
of trade, que se traduz no pagamento aos acionistas que contribuirão
para o desenvolvimento da Cia.

- Limitações: há 03 limitações para as ações de fruição previstas em lei:

a) concorrem ao acervo líquido da companhia apenas após a


compensação em favor das ações não amortizadas;

b) ao exercerem direito de recesso, o reembolso das ações também é


objeto de compensação;

c) não têm direito ao recebimento de juros sobre o capital próprio.

- Direitos: O acionista detentor de ações de fruição te m direito: a) a


participar dos lucros da companhia; b) fiscalizar a administração; c)
preferência na aquisição de bônus de subscrição e valores mobiliários.

II – Quanto à forma

- Essa classificação baseia -se no ato pelo qual se transfere a ação:

- Podem ser:

a) nominativas – transferência através de registro no livro


“Transferência de Ações Nominativas”. Assim, quando pagar dividendos,
verificará aquele que constará do registro. Deveras, é bastante
burocrático.

b) escriturais – Assemelha-se à conta corrente em banco. De fato, são


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mantidas em contas abertas junto a uma instituição financeira autorizada


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pela CVM a prestar esse serviço, sendo a titularidade das ações


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controlada por este mesmo banco (é possível retirar uma espécie de


“extrato” discriminando as ações, sendo igualmente cabível a
transferência entre contas desta mesma espécie).

- não há emissão de certificado e a prova da titularidade das ações é feita


com a apresentação do extrato fornecido pela instituição financeir a;

- prejuízos causados pelo banco (deficiência na prestação de serviços)


serão suportados pela companhia, sendo cabível a ação regressiva contra
a instituição financeira (art. 34, § 3º, LSA).

Classe

- Uma Cia aberta só podem fazer a divisão em classe das ações


preferenciais; já as cias fechadas não podem ter ações ordinárias
divididas em classes; na sociedade de capital fechado, a divisão das
ações ordinárias é possível.

- nas companhias abertas, somente as ações preferenciais podem ser


divididas em class es, devendo o estatuto especificar os direitos e
restrições de cada uma das classes;

- as ações ordinárias somente podem ser divididas em classes nas


companhias fechadas (mesmo assim, somente: a) conversíveis em ações
preferenciais; b) nacionalidade do acionista; c) preenchimento de
determinados cargos de administração – ex. para ocupar determinado
cargo, é necessário determinadas ações).

Negociação com as próprias ações

- Uma Cia pode comprar ações de outra, fazendo -as constar de seus
ativos. Nesse jaez, a Cia pode também adquirir suas próprias ações, que
integrarão seus ativos. De fato, tal situação é peculiar, tendo que a regra
é a impossibilidade (art. 30, LSA). Razões para a proibição: a) impedir a
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redução disfarçada do capital (a sociedade estaria “devolvendo” dinheiro


do capital aos acionistas); b) evitar que a companhia provoque a
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valorização artificial das ações. Há exceções, contudo.

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- Exceções:

a) resgate de ações: retirada definitiva das ações do mercado. Assim, se


dá para o cancelamento das a ções, a fim de fechar o capital social e
tornar S/A fechada. Deveras, o cancelamento é aquisição compulsória;

b) reembolso de ações: em favor do acionista dissidente, isto é, que não


concorda com a incorporação da Cia ou com a fusão ou cisão que altera o
controle (assim, de certa forma, compra suas próprias ações).

c) amortização de ações: antecipação do valor cabível em caso de


dissolução. É a antecipação da restituição do capital. Nesse jaez, tem -se
que a restituição pode se dar em caso de liquidação da s ociedade;

d) compra de ações para manutenção em tesouraria : para cancelá-las ou


negociá-las futuramente; cabível apenas se adquiridas com recursos de
lucros e/ou reservas; também podem ser recebidas por doação; não dão
direito “de acionista” ao titular (a própria companhia, afinal); a venda
das ações em tesouraria também é permitida;

e) compra das ações em caso de redução do capital social quando o valor


de mercado é inferior ao valor nominal. Assim, uma Cia que detecta
capital excessivo para a atividade de senvolvida, reduzirá o capital e
restituirá a quantia correspondente aos sócios, no valor nominal. Nesse
caso, se o valor de mercado for inferior ao nominal, poderá a Cia
comprar as ações, ao invés de devolver o dinheiro.

f) compra de ação declarada caduca (em razão da não integralização de


capital subscrito; a Cia faz leilão, mas não obtém o valor e declara as
ações caducas) pela própria companhia, caso tenha lucros ou reservas.
Nesse caso, cumpre mencionar que, conforme já visto, se, em caso de
ações caducas, a Cia não tem reservas, poderá declarar as ações caídas
em comisso;

- Mesmo nas hipóteses excepcionais há fiscalização e procedimentos a


serem adotados perante a CVM.

- Suspensão de circulação: Pode se dar pela CVM ou pela Bolsa de


Valores. A suspensã o de certificado de ações não se confunde com a
suspensão de negociação dos papéis.
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Certificado de ações
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- Só para ações nominativas.


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- Requisitos para expedição: art. 24, LSA.

- É documento em papel que indica a existência de ações, sendo


aplicável para fins de prova da propriedade ou garantia

- Os certificados podem ser substituídos por Títulos múltiplos, que são


documentos, emitidos pela Cia, indicam diversos tipos de ações ou
cautelas de ações, que são documentos provisórios, que indicam a
propriedade das ações, sendo usados enquanto não é emitido o
certificado, que, saliente -se, já caiu em desuso.

- A Cia pode contratar um agente emissor de certificado, como um


banco, por exemplo. O agente emissor pode emitir o certificado de
depósito de ações (CDA), que é transferível por endosso em preto.

Custódia de ações

- Quando o banco é depositório das ações escriturais ou é agente emissor


pode ter custódia de ações. Pode dar -se as ações em garantia, mas ações
sob custódia são devolvidas quando finda a dívida, funcionando, assim,
de forma análoga ao penhor.

 Oneração das ações:

- Ações, sendo títulos, são bens móveis. Assim, podem ser penhoradas ou
dadas em garantia (penhor). Nesse caso, as ações podem ser dadas em
garantia livremente, mas, para produzir efeit os perante a Cia, deve haver
o registro; assim, não é necessária autorização da companhia emissora,
mas o ato somente se aperfeiçoa com o registro (no livro de ações
nominativas ou perante a instituição financeira depositária, em caso de
ações escriturais) . Para os demais ônus possíveis sobre as ações
(usufruto, fideicomisso 5 e alienação fiduciária 6, por exemplo), o registro
perante a companhia não é requisito de existência do ato, mas de sua
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Quando se dá, por disposição testamentária, um bem para uma pessoa, determinando que, após
determinado tempo, este o transfira para outra.
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Que é, em se tratando de ações, mais vantajosa que a hipoteca.
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eficácia perante a companhia (assim, sem o registro, não poderá


responsabilizar a Cia).

- Com relação à promessa de venda da ação (mediante documento de


promessa de venda da ação, a determinado tempo) ou de instrumento
concessivo de preferência o registro perante a companhia é condição de
oponibilidade perante terceiros (inclusive a própria S/A). 7

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Derivativo: título que deriva de ativo, isto é, ação. São papéis atrelados a ações específicas, cujo valor
muda conforme muda o valor da ação da qual deriva.
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