→ Tanque de Betesda e o Anjo que
Agitava as Águas – Lenda?
I S R A E
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M 6 BM L E, E ON V GT A S N G E, N L O H V O O D T E E S J T O A Ã MO
Realmente, essa é uma das passagens mais belas do Novo Testamento. E quais seriam
as Revelações, os Ensinos que estariam conectados com a Cura do Paralítico no
Tanque de Betesda? Como a descrição que o Apóstolo João traz no capítulo 5 do seu
Evangelho pode nos ajudar a entender essa passagem?
Para que possamos compreender essa narrativa, e as partes consideradas
“problemáticas” pelos Teólogos (como a descida do anjo que movia as águas), teremos
de dividir este estudo em alguns tópicos:
A contaminação do povo de Israel com a idolatria e a imoralidade fez com que a ira de
Deus os expulsasse da Terra Prometida, quando foram levados para o cativeiro
Babilônico por Nabucodonosor.
Normalmente, a Lei de Deus (a Torá constituída dos cinco primeiros livros da Bíblia),
exigia a purificação com água, somente quando um indivíduo fosse adentrar o Templo
em Jerusalém. Porém, como parte dessa tentativa de evitar um novo exílio, foi
expandida o entendimento da abrangência do local santo, não ficando restrito ao
Templo, mas foi aumentada para toda a cidade de Jerusalém.
O arqueólogo Shimon Gibson tem sustentado que esse tanque era usado para o ritual
de purificação dos Judeus, na época do segundo Templo, desde o segundo século
antes de Cristo.
“ “Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.
E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia
muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
João 5:1-8
ָׁ ּ על ָה ל ִירו
1 של ַיִם ַ ּ שו
ָ ע ׁ ֵ הי ְהו ִּדים ו ְי
ַ חג
ַ הי ָה
ָ אל ֶ ּה
ֵ ה
ָ ה ְד ּבָר ִים
ַ חר ֵי ַ .
ֲ א
A FESTA DESCONHECIDA
“Depois disto havia uma festa entre os judeus ” – A cura do Paralítico do Tanque de
Betesda ocorreu, provavelmente durante a festa conhecida como Shavuot, ou Festa
das Semanas, que é celebrada cinquenta dias após a Páscoa. Nesta festa os Judeus
comemoram a revelação da Lei de Deus para Moisés e o povo de Israel, no evento do
monte Sinai, também chamado em Hebraico de Matan Torah.
O Evangelista João não cita, no início do capítulo 5 (que trata da cura do paralítico de
Betesda), o nome desta festa porque o tema principal do livro de João é apresentar
Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
Por isso João dá ênfase à Festa da Páscoa , onde a função do cordeiro tem
proeminência. Veja que João não retrata toda a vida de Jesus, como os demais
evangelhos fazem, mas inicia logo do Seu batismo, e dá saltos na sua narrativa,
tratando já no capítulo dois, da Páscoa – “E estava próxima a páscoa dos judeus, e
Jesus subiu a Jerusalém.” João 2:13.
“Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha
ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?”
João 6:5
João é o evangelista que mais dá detalhes da última Páscoa que Jesus participou com
seus discípulos, que ficou conhecida como a última ceia. Do capítulo 12 em diante, ele
passa a descrever os eventos que antecederam a morte de Jesus, relacionada com a
Páscoa, e que apresenta Jesus como o Cordeiro Pascal – o sacrifício perfeito e eterno.
“ “Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o
que falecera, e a quem ressuscitara dentre os mortos.” João 12:1
A PALAVRA DE DEUS NA ÉPOCA DE JESUS
O TANQUE DE BETESDA
Há autores que tomam esta informação, e também alguns achados arqueológicos que
remetem à divindade chamada de Asclépio, (da mitologia Grega e Romana, deus da
medicina e da cura), para afirmar que o Tanque de Betesda era um local de adoração
pagã.
Serápis ou Asclépio, o deus Romano da Medicina e da Cura.
Na nossa opinião, Betesda não poderia ser associada com a adoração a esse deus
Greco-romano, porque foi somente depois da destruição do Templo de Jerusalém
pelos Romanos (ocorrido no ano 70 DC), e mais, após 100 ou 200 anos, que os Romanos
construíram uma “Casa de Banhos” dedicada ao deus Asclépio, justamente por
causa da tradição que houve cura nas águas deste tanque.
A dedicação Romana deste tanque a sua divindade pagã, é portanto uma reflexão dos
anos anteriores, da época de Jesus e de João.
No segundo Século Antes de Cristo, o ritual de purificação com água , que era prescrita
somente para os Sacerdotes, foi considerado importante por toda a população.
Todas as pessoas de Israel consideravam que tinham que se purificar, especialmente
quando iriam entrar na cidade de Jerusalém.
Outro mikveh, um pouco menor do que os de Siloé e Betesda, foi encontrado por
Benjamin Mazar, ao sul do Monte do Templo. Este tanque deve ter sido reservado para
uso privativo dos Sacerdotes do Templo.
Outra prova de que o Tanque de Betesda era usado como local de purificação ritual
(semelhante ao Batismo Cristão), é a palavra hebraica para o termo Tanque, em João
5:2 , que é טבִיל ָה
ְ ִ לlitvilá – que significa “Tanque de Imersão” – onde se fazia a
ְ Tevilah – imersão.
טב ִיל ָה
“ “Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque ( טב ִיל ָה
litvilá), chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. João
5:2”
ְ ִל
E essa descrição era tão não usual ( um tanque de imersão tinha quarto entradas e
não cinco), como eram os Tanque de Siloé e o Birket Bani Isra’il (nome Árabe para
“Tanque dos Filhos de Israel”), que foi descoberto por Charles Warren’s em 1860 em
Jerusalém, como publicado pela revista BAS – Biblical Archaeology Society .
Por isso muitos estudiosos afirmavam no passado que o tanque em estudo, era uma
criação da imaginação de João.
Durante o Período do Primeiro Templo (que Salomão construiu) o tanque era chamado
“tanque superior”, um reservatório formado por uma represa construída no vale de
Beth-Zetha, para armazenar água da chuva.
Bezetha também foi mencionada por Flávio Josefo na sua obra Guerra dos Judeus,
livro II, Capítulo 19, seção 4..
João quer nos passar a mensagem que o Tanque de Betesda simboliza a Misericórdia
de Deus, e que há Cinco Entradas para a “Casa da Misericórdia” – os cinco livros de
Moisés, que representam a Palavra de Deus.
Jesus também é a Porta. Portanto, João reúne elementos como água, que simboliza a
purificação dos pecados, juntamente com a Porta das Ovelhas, que era usada para
levar estes animais para o Sacrifício expiatório.
Toda essa narrativa é um testemunho sobre o Sacrifício do Cordeiro de Deus que tira,
limpa e purifica o pecado do mundo. Essa é a Graça de Deus derramada entre os
homens!
Há quem diga que esta citação de João seria o reflexo de uma crendice, reproduzida
pelo nobre Apóstolo de Jesus. Para explicar este fato, gostaria de invocar a imagem de
um copo com água até a sua metade.
Como você enxergaria este copo? Ele está “meio cheio”, ou está “meio vazio”? Qual é a
sua visão da vida? Qual é a sua visão espiritual? Pessimista ou otimista?
Digo isso, porque aquele acontecimento era só um lembrete, um aviso, de que, se sem
exigir fé, apenas tomando a atitude de se lançar nas águas do Tanque de Betesda, já se
alcançava milagres!
Mesmo vendo que um anjo descia, movimentava as águas e quem entrasse era curado,
ainda assim aqueles homens não desenvolveram a fé que Deus poderia curar a TODOS!
Deus queria, na verdade, curar a todos aqueles enfermos, mas eles não desenvolviam a
fé necessária para isso! Mesmo vendo que o Eterno continuava a curar, que o poder
Dele era o mesmo!
Isso também acontecia com Jesus. Apesar de Jesus ter curado a muitos, ainda assim
houve ocasiões que Ele não pode fazer milagres, porque o povo insistia em não crer!
O PARALÍTICO DE BETESDA
Por isso mesmo, o Paralítico de Betesda estava naquela situação há trinta e oito anos!
Justamente, este é o tempo que foi acrescentado ao povo de Israel, para andar pelo
deserto, como punição por desprezar a Terra que Deus jurou que lhes daria:
E o povo de Israel, já estava no deserto há dois anos quando recebeu esta punição do
Eterno. Assim tiveram que ficar mais 38 anos em peregrinação, em estado de
Paralisia Espiritual, por causa dos seus pecados.
Estes outros estavam fora da “Casa da Misericórdia”. Não podiam entrar nela, pois
pra isso tinham que entrar por uma das Cinco Portas (alpendres), ou seja, tinham que
entrar por meio da Palavra de Deus. Mas eles estavam com os seus entendimentos
“cegados”, sofriam de um tipo de “miopia espiritual”.
A liderança religiosa de Israel, desde aquela época, acreditava mais na Tradição Oral,
do que na Torá Escrita por Moisés. Eles chegavam a invalidar os Mandamentos que o
Eterno deu ao Seu povo por meio da Torá e dos Profetas, para seguirem os
mandamentos de homens.
Yochanan, João, está ensinando, por meio da cura do Paralítico do Tanque de Betesda,
que a Porta de Entrada para a Graça não é a Tradição Oral, mas a Palavra de Deus.
Mas os líderes da religião não conseguiram ver que Yeshua (Jesus) era a Torá Viva,
o Profeta anunciado por Moisés, a própria Palavra de Deus, viva, a Porta de Entrada
para a Misericórdia e a Salvação.
“
Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu
sou a porta das ovelhas
João 10:7
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