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DELEGAÇÃO REGIONAL DO CENTRO

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VISEU

Doenças da pele

As doenças da pele são muito frequentes e motivo de procura de ajuda, mas nem sempre o
Dermatologista é a opção inicial.
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Algumas doenças são autoresolutivas e não necessitam de qualquer intervenção terapêutica, mas o
diagnóstico tranquilizador do Dermatologista pode ser decisivo para o paciente. (Pitiríase rosada).

Algumas doenças representam apenas um defeito estético que pode ser corrigido por técnicas de
dermocosmética (Lêntigos actínicos e outros sinais do fotoenvelhecimento).

Outras são doenças crónicas e motivo de grande impacto na qualidade de vida e, mesmo que não
tenham cura definitiva, o tratamento dermatológico pode aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de
vida (Psoríase).

Outras doenças cutâneas podem ser fatais se não for feito um diagnóstico dermatológico atempado
(Melanoma e fasceíte necrosante).

Outras lesões cutâneas podem ser importantes, não por si, mas porque são reveladoras de doença
interna grave (Eritema facial em asa de borboleta do Lúpus eritematoso).
Com o aumento da longevidade e da qualidade de vida no idoso os problemas do fotoenvelhecimento
requerem cada vez mais atenção e são cada vez mais causa de procura do Dermatologista em busca de
solução para os “excessos” da juventude.

Os tumores da pele (basalioma e carcinoma espinho celular) e as lesões que os precedem (queratoses
actínicas) são particularmente frequentes e devem ser tratados numa fase precoce antes de surgirem
complicações.

A plurimedicação está muitas vezes associada a reacções adversas medicamentosas ou alergias


medicamentosas da pele (link para alergias medicamentosas) que nem sempre são fáceis de
diagnosticar. O diagnóstico correcto pode ser importante para prevenir a reutilização do fármaco
responsável e para indicar possíveis fármacos alternativos.

A pele do idoso fica mais seca e não tolera alguns excessos de higiene de outros tempos,
particularmente quando associados à fisioterapia em piscinas ou a medicação que susceptibiliza a pele.

As varizes e outras alterações circulatórias das pernas, são muitas vezes responsáveis por eczema ou
dermatite de estase (manchas castanhas, crostas e comichão nas pernas) a que se podem associar
úlceras varicosas cujo tratamento, nomeadamente a escolha do penso, pode beneficiar da consulta do
Dermatologista.

UFCD 8909 Formadora Dulce Sousa 1


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As Dermatites de Contacto ou eczemas de contacto são frequentes e representam a principal forma de


alergia da pele ao contacto com substâncias do exterior. Surgem no local de contacto com o alergénio,
por vezes desenham mesmo a área de contacto, e manifestam-se por comichão, vermelhidão e
borbulhas, algumas com conteúdo líquido formando pequenas bolhas de água, ou pequenas feridas e | 2
crostas na pele. É importante referir que estas reacções não são imediatas; surgem, no mínimo, 1 ou 2
dias após o contacto e não ocorrem pela primeira vez que se contacta com a substância; são
habitualmente necessárias várias exposições até o indivíduo se tornar alérgico.

Estas dermatites de contacto alérgicas apresentam-se sob diversos aspectos dependendo do alergénio e
do local e forma como este contacta com a pele. Os principais alergénios são os metais, medicamentos
tópicos, perfumes e outros cosméticos e os produtos profissionais. Mas os alergénios são muitos e
variados, sendo frequentemente detectadas novas substâncias capazes de causar alergia de contacto.
Uma das situações mais frequentes e que afecta mais de 20% dos jovens em Portugal é a alergia ao
metal níquel: ocorre, por exemplo, na orelha pelo contacto com brincos de fantasia (não de ouro), junto
ao umbigo pelo contacto com o botão das calças de ganga ou fivela do cinto, ou no punho pele fivela da
correia do relógio.

Mas são muitos outros os exemplos que podemos referir: as esteticistas que manipulam os acrilatos das
unhas de gel e, ocasionalmente as clientes, podem sofrer de dermatite das mãos e em redor das unhas;
as cabeleireiras e os indivíduos que pintam o cabelo, fazem alergia às tintas do cabelo que na
cabeleireira se manifesta nas mãos mas no indivíduo que pinta o cabelo pode dar apenas comichão ou
situações mais graves com inchaço da fronte e pavilhões auriculares ou toda a face ou bolhas no couro
cabeludo e que deitam uma “aguadilha”, situações que podem motivar a vinda a um serviço de urgência;
as crianças e jovens que pintam tatuagem temporárias na pele, neste caso mesmo num só contacto,
podem desenvolver alergias e contacto graves e que deixam marcar para toda a vida – nesta tatuagem,
dita de Henna, usam as tintas do cabelo em doses altas para pintar a pele e estas crianças podem tornar-
se alérgicas não só à tinta do cabelo mas também a produtos com estrutura química semelhante tais
como corantes do vestuário, anestésicos locais e outros medicamentos como as sulfamidas. Há ainda
dermatites de contacto causadas por perfumes, cremes cosméticos, plantas, materiais de vestuário e
calçado, medicamentos aplicados na pele, entre muitas outras…

A dermatite de contacto é também a doença profissional mais frequente, ainda não a mais grave, mas
obriga a grandes perdas de dias de trabalho, a mudanças de profissão com consequente reinvestimento
na formação profissional … tudo isto quando muito se pode prevenir.

Os testes para estas alergias de pele são os Testes Epicutâneos ou Provas de Contacto e não os testes das
“picadas” habitualmente feitos pelos alergologistas e pneumologistas (que tratam a asma ou a rinite
alérgica). Para estes testes aplicam-se nas costas do paciente, uma espécie de selos (adesivos com os
alergénios) e observa-se a pele ao fim de 2 dias para ver a quais alergénios a pele reage. O tratamento
passa pela evicção do ou dos alergénios detectados e, quando necessário, na utilização de cortisona em
cremes/pomadas ou em comprimidos.

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Nem todas as dermatites de contacto representam uma verdadeira alergia. Algumas podem resultar da
“irritação” da pele pelo contacto repetido com detergentes, champôs e outras substâncias que agridem
e alteram a estrutura protectora do estrato córneo da epiderme. Estas dermatites irritativas ou
traumáticas envolvem habitualmente as mãos que ficam secas, ásperas, por vezes com fissuras na pele
que causam mais ardor do que comichão. Ocorrem no pessoal da saúde, cabeleireiras, pessoal de
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limpeza, da restauração, sendo por vezes facilitada quando à tarefa profissional se associa uma
actividade doméstica extra (nascimento de um filho com contacto mais repetido com detergentes e
líquidos de higiene). Estas dermatites irritativas previnem-se e tratam-se evitando o contacto directo
com estes agentes e aplicando vários cremes protectores.

O cancro da pele é o tipo de cancro mais frequente nos indivíduos de raça branca (caucasiana). A sua
incidência tem vindo a aumentar progressivamente desde meados dos anos 60, sendo a excessiva
exposição ao Sol responsável por mais de 90% dos casos. O aumento da longevidade e a utilização de
medicamentos fotosensibilizantes ou de outros que diminuem as defesas contribuem também para o
aumento dos cancros de pele. Num estudo que abrangia os últimos 5 anos (2004/2008) foi
diagnosticado um novo caso de cancro de pele em cada 30 Consultas num Serviço de Dermatologia de
um Hospital Central do nosso país.

O cancro da pele tem elevadas taxas de cura quando diagnosticado e tratado nas fases iniciais, pelo que
a auto-vigilância e o diagnóstico precoce são essenciais. Existem três tipos mais frequentes de cancro da
pele, o Melanoma, o Basalioma e o Carcinoma Espinho-celular, mas na pele podem ocorrer outros
cancros como o carcinoma de Células de Merkel, o Sarcoma de Kaposi (relacionado ou não com a SIDA),
diversos tipos de linfomas, etc.. O Basalioma, é o cancro cutâneo mais frequente. Tem origem nas células
da camada basal da epiderme e atinge sobretudo os indivíduos de pele clara expostos cronicamente ao
sol: trabalhadores rurais, pescadores, trabalhadores da construção civil, etc. Surge habitualmente depois
dos 40 anos e localiza-se preferencialmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol: face, pescoço e
dorso.

Manifestar-se sob a forma de um nódulo rosado e brilhante de crescimento lento ou de uma ferida
superficial, que surge sem causa aparente e que não revela tendência para a cura espontânea. O
Basalioma é um tumor que pode crescer lateralmente e em profundidade mas não dá lesões à distância
(metástases). O tratamento, nas fases iniciais, é muito simples (cirurgia clássica com pequena margem
de segurança, criocirurgia, laser) e resulta quase sempre na cura do tumor (taxas de cura superiores a
95%).

Todavia, se for deixado evoluir sem tratamento durante anos pode tornar-se muito agressivo localmente,
invadindo e destruindo os tecidos circundantes, incluindo cartilagem e osso, e provocar grandes defeitos
e mutilações sobretudo em certas áreas anatómicas (nariz, pavilhões auriculares, pálpebras, etc.).
Mesmo nestas fases é muitas vezes possível curar o tumor recorrendo à cirurgia e à radioterapia. Só que
o doente pode ficar desfigurado para o resto da vida.
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O Carcinoma Espinocelular é o segundo tipo de cancro da pele mais frequente. Tem origem nos
queratinócitos das camadas intermédias da epiderme e envolve não só a pele, mas também as mucosas
(lábios, boca, língua, vulva, pénis). Atinge igualmente os grupos profissionais que estão cronicamente
expostos ao sol, mas de grupos etários mais avançados que no basalioma.
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No carcinoma espinhocelular outros factores cancerígenos além do Sol podem ser importantes: os
carcinogénicos químicos como os hidrocabonetos do tabaco, a radiação ionizante (raios X ou cobalto
terapia), alguns vírus como alguns tipos do vírus do papiloma humano (HPV). É o cancro das pessoas
idosas com a pele muito envelhecida pelo sol. Surge nas áreas do corpo mais expostas (face, lábio
inferior, pescoço, dorso das mãos e pernas) e quase sempre sobre lesões precursoras (dermatoses pré-
cancerosas). Na maior parte dos casos surge sobre as chamadas queratoses solares, ou queratoses
actínicas; mas também pode originar-se a partir de cicatrizes viciosas pós-queimadura, úlceras e fistulas
crónicas, radiodermites crónicas.

O carcinoma espinocelular é um tumor mais agressivo e de crescimento mais rápido que o basalioma.
Manifesta-se habitualmente sob a forma de um nódulo, de crescimento rápido, com tendência para
ulcerar e sangrar facilmente ou de uma ferida que cresce e não cicatriza apesar do tratamento. Além de
ser localmente invasivo pode, abandonado à sua evolução natural, dar origem a metástases à distância,
que podem invadir órgãos vitais (fígado, pulmões) e provocar a morte. Todavia, quando diagnosticado e
tratado a tempo tem elevadas taxas de cura.

As principais dermatoses pré-cancerosas, precursoras de carcinoma espinhocelular, são as queratoses


actínicas e a queilite actínica. As queratoses actinicas são lesões em que a epiderme inicia um processo
de desestruturação por agressão da radiação solar. São quase um cancro em início, mas ainda localizado
apenas à epiderme. Encontram-se mais frequentemente em pessoas com mais de 50 anos de idade, de
pele e olhos claros e em áreas de pele expostas ao sol como a face, o couro cabeludo, o dorso das mãos
e, por vezes, o pescoço e o decote. O seu aspecto inicial é uma mancha “vermelha” áspera de cerca de 2-
10 mm com escama aderente na sua superfície medindo que, ao longo do tempo, se não for tratada,
pode tornar-se mais infiltrada e com crosta mais espessa e saliente de cor acastanhada.

Geralmente identificam-se melhor passando um dedo e sentindo a sua rugosidade. São causadas pelo
efeito cumulativo da radiação ultravioleta, sendo vulgar a existência de várias no mesmo indivíduo. O
tratamento das queratoses actínicas inclui a aplicação de cremes que provocam a remoção das células
danificadas da epiderme ou diferentes técnicas, algumas realizadas em Consulta de Dermatologia como
a criocirurgia ( a lesão é “destruída” pelo frio do azoto líquido) ou aplicação de líquido cáustico que
efectua um “peeling”. Em lesões mais evoluídas pode ser importante realizar uma biopsia e efectuar
uma excisão cirúrgica ou destruição com LASER.

O lábio inferior está também particularmente exposto à radiação ultravioleta e precedendo o carcinoma
espinho celular do lábio surge frequentemente a queilite actínica (inflamação do lábio causada peloo
sol). Manifesta-se por uma placa de coloração mais esbranquiçada por vezes o lábio fica mais áspero, a
descamar ou com feridas ou erosões que não cicatrizam.
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Todos os anos surgem em Portugal cerca de 1000 novos casos de melanoma.

O melanoma é o tipo de cancro da pele mais agressivo e um dos tumores malignos mais agressivos da | 5
espécie humana, em particular quando não detectado na sua fase inicial.

O diagnóstico precoce é fundamental para o bom resultado do tratamento!

O melanoma resulta da transformação maligna dos melanócitos, as células produtoras de melanina e


responsáveis pela coloração da pele. Pode surgir sobre sinais pré-existentes (nevos pigmentados) que
sofrem alteracões da cor, tamanho ou bordos, ou como um sinal novo em pele aparentemente sã.
Localiza-se em qualquer parte do corpo (mais na face, tronco e pernas, nas mulheres) ou nas mucosas
(boca, recto, olho) e tende a envolver indivíduos mais jovens que os outros cancros de pele.

As pessoas com maior risco de desenvolver melanoma são as de pele clara, cabelo ruivo ou loiro, olhos
azuis ou esverdeados, dificuldade em bronzear, tendência para formar sardas e com muitos sinais de cor
castanha escura, irregulares disseminados pelo corpo.

Ao contrário dos outros tumores da pele, que estão relacionados com a exposição crónica ao sol, o
melanoma maligno parece estar mais associado à exposição solar intermitente, aguda e intempestiva,
muitas vezes acompanhada de queimaduras solares ("escaldões").

O aspecto inicial do melanoma é variado mas habitualmente caracteriza-se pelo aparecimento de um


pequeno nódulo ou mancha, de cor negra de alcatrão, sobre pele aparentemente sã ou sobre um sinal
preexistente. Obedece habitualmente à regra do “ABCD” – Assimetria da lesão, Bordo irregular e
esfumado nalgumas áreas, Cor heterogénea, Dimensão superior a 6 mm.

O melanoma tem uma fase precoce de crescimento superficial (fase de crescimento horizontal) que
pode durar meses, ou até anos, e uma fase mais tardia de crescimento em profundidade (fase de
crescimento vertical), em que o sinal cresce para o interior da pele e pode largar células que vão dar
metástases nos gânglios, fígado, pulmões ou cérebro.

O tratamento é quase sempre cirúrgico e, quando efectuado nas fases iniciais, em que o tumor ainda e
muito fino (espessura inferior a 0,75 mm), acompanha-se de elevadas taxas de cura. Todavia quando o
tumor já é mais espesso (maior que 1,5 mm) as probabilidades de cura ficam bastante reduzidas,
existindo o risco eminente de metastização à distância.

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento! O Dermatologista, apoiando-se


muitas vezes na Dermatoscopia, reconhece o Melanoma nesta fase precoce ou, perante qualquer
dúvida, realiza a excisão do sinal e procede ao seu estudo Dermatopatológico.

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Quais são os sinais de Alarme?

Aparecimento recente de um sinal de cor negra que até então não existia.

Modificação de um sinal já existente:


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Alteração do tamanho (crescimento recente);
Alteração da forma (contorno irregular).
Alteração da cor (várias tonalidades no mesmo sinal - negra, castanha, rosada, azulada).
Aparecimento de prurido (comichão) sobre o sinal.
Aparecimento de inflamação (vermelhidão).
Aparecimento de ulceração (ferida).
Aparecimento de hemorragia (sangra facilmente).

Faça a avaliação regular do seu corpo, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés e as zonas com
pêlos, como a área genital

A psoríase é uma doença inflamatória que se manifesta principalmente na pele, mas que também pode
atingir outras áreas, como as articulações ou as unhas. É relativamente frequente, afectando cerca de 2%
da população. Trata-se de uma doença não contagiosa, crónica, com evolução variável de doente para
doente. A sua causa continua mal esclarecida; sabe-se no entanto que estão envolvidos factores
genéticos e factores ambientais.

Surge frequentemente no adulto jovem, mas pode aparecer em qualquer idade. A intensidade da
doença é variável, não sendo possível prever a sua evolução. Existem desencadeantes conhecidos: o
stress, as épocas do ano, o consumo de álcool e alguns medicamentos são exemplos bem ilustrativos do
papel do meio externo sobre a doença.

Existem vários tipos de psoríase, em função das características das lesões e do eventual atingimento das
unhas ou das articulações.

A forma mais frequente é a psoríase em placas, caracterizada pela presença de placas rosadas ou
avermelhadas, cobertas por escamas brancas ou de cor acinzentada ou prateada, por vezes com prurido
(comichão). As lesões são de dimensões variáveis e atingem preferencialmente a pele dos cotovelos, dos
joelhos e do couro cabeludo; no entanto qualquer área corporal pode estar afectada.

A psoríase ungueal também é frequente e associa-se habitualmente a outros tipos de psoríase. Embora
raramente, as unhas podem ser afectadas de forma exclusiva.

As alterações mais comuns são o descolamento parcial da unha do seu leito (onicólise), o espessamento
da unha que fica amarelada (por hiperqueratose subungueal), as alterações da cor e as irregularidades
da superfície ungueal, tal como a presença de ponteado na unha (depressões punctiformes), como se
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tivesse sido picada com um prego fino.

A psoríase artropática caracteriza-se pela presença de inflamação de uma ou mais articulações (artrite).
A doença articular provoca dor e limitação funcional, interferindo com a capacidade de executar
movimentos, por vezes de modo irreversível.
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Existem ainda outras formas particulares e mais raras de psoríase, de que são exemplo a psoríase em
gotas ou psoríase guttata (as manchas de psoríase são pequenas e dispersas no tronco como se tivessem
caído gotas de chuva na pele), a psoríase pustulosa (as manchas ficam cheias de “lagos” de pus, tornam-
se dolorosas e associam-se a mal estar e febre) e a psoríase eritrodérmica, em que todo o corpo fica
vermelho e a descamar sem se individualizarem as manchas da psoríase e sem, ou quase sem, se ver
pele normal.

Quanto ao tratamento, existem diversas modalidades de tratamento ao alcance do Dermatologista, que


ajudam a controlar esta doença, não sendo, todavia, curativas: tratamentos tópicos, os medicamentos
sistémicos, o tratamento com raios ultravioletas – fototerapia. Estes 2 fármacos últimos, assim como os
fármacos biológicos, devem ser utilizados com alguma cautela sob vigilância do Dermatologista.

A terapêutica tem de ser individualizada, consoante o tipo de psoríase e os tratamentos previamente


efectuados, a existência de outras doenças associadas (diabetes, Hipertensão arterial, “gordura no
sangue” e também consoante as capacidades da paciente e o impacto que a psoríase pode ter na sua
qualidade de vida.

As medidas gerais, integradas num conceito de estilo de vida saudável, também são benéficas. A
fototerapia consiste no tratamento com recurso à radiação ultravioleta (UV). A radiação UV também
existe na radiação solar e o seu uso doseado provoca a melhoria das lesões.

Este tipo de tratamento é comummente realizado em cabines, cujo interior é revestido por lâmpadas
especiais, produtoras deste tipo de radiação. As várias modalidades de fototerapia (PUVA, UVB, etc.)
exigem por norma algumas semanas de tratamento e várias sessões, habitualmente 3 ou 4 por semana
para a remissão da psoríase.

O acompanhamento médico é muito importante. Tendo em conta a longa evolução da doença, é possível
surgirem problemas relacionados com o uso inadequado de qualquer tratamento.

Finalmente, é essencial realçar o grande impacto que esta doença tem, na qualidade de vida de muitos
doentes.

Os órgãos de comunicação social podem ajudar a combater algum estigma social que persiste e também
a alertar a população para os perigos da publicidade enganosa. Como nota de optimismo, não esquecer
que a investigação científica não pára e o que futuro promete novidades.

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