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Setor de Ciências Exatas - Departamento de Química


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MANUAL DE PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA.

VERSÃO 06 – JUNHO DE 2003.

PROF. FERNANDO WYPYCH


Prof. Adjunto IV
Departamento de Química - UFPR.
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Procedimentos no laboratório e itens de segurança.


Todos laboratórios que manipulem substâncias químicas são potencialmente perigosos.
Embora na Química Analítica Inorgânica, sejam poucos os solventes combustíveis, na maioria dos
casos, são corrosivos e voláteis, o que acarreta grandes possibilidades de intoxicação por inalação
ou queimaduras por respingos. Existe uma regra geral que deve ser seguida neste ambiente ou seja,
toda substância desconhecida é potencialmente perigosa até que se prove o contrário. Todo
trabalho com produtos químicos em laboratório deve ser precedido por pesquisa sobre as
propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos mesmos e sobre seu manuseio seguro e medidas
de primeiros socorros em caso de acidentes.
No laboratório evite usar saias, bermudas, shorts, roupas com tecidos sintéticos,
braceletes, correntes, anéis ou outros adereços e calçados abertos, cabelos longos devem ser
mantidos presos durante a permanência em laboratórios de pesquisa ou didáticos. É necessário ter
calma na realização de experimentos em laboratórios e em eventuais situações de emergência,
evite movimentos bruscos e conheça o local e como operar equipamentos de segurança básicos.
Laboratório não é lugar para brincadeiras, concentre-se no que estiver fazendo. Como
regras gerais alguns procedimentos básicos podem ser adotados, que minimizam riscos de
possíveis intoxicações: lave as mãos antes e após os experimentos, não esfregue as mãos no rosto
e olhos, não cheire diretamente frascos de nenhum produto químico, evite sentar-se ou debruçar-
se na bancada e use sempre equipamentos de proteção. Apesar de tentador para os principiantes,
não misture ou manuseie sólidos e líquidos desconhecidos apenas por curiosidade. Leia
cuidadosamente o procedimento antes de iniciar o experimento e o rótulo do frasco antes de
utilizá-lo. Ao utilizar uma substância sólida ou líquida dos frascos de reagentes, pegue-o de modo
que sua mão proteja o rótulo e incline-o de modo que o fluxo escoe do lado oposto ao rótulo, em
caso de contato, o rótulo poderá ser danificado ou inutilizado. Muito cuidado com as tampas dos
frascos, não permita que ele seja contaminada ou contamine-se, normalmente estas são
posicionadas sobre as bancadas com a boca para cima. Para transferências de líquidos utilize
pipetas, buretas ou Béqueres, para o caso de sólidos, espátulas adequadas. Para o caso de
pesagens de sólidos, faça uso de vidros de relógio, papéis de alumínio, pesa-filtros, etc. Os
cuidados com o descarte de frascos vazios de reagentes não devem ser menores que os cuidados
adotados com o descarte de soluções que eles dão origem. As principais vias de absorção do
agente tóxico pelo organismo são a ingestão, inalação e absorção cutânea. Alguns itens de
segurança básicos e suas funções são descritos a seguir:

1 – Óculos de segurança.
Óculos de segurança com proteção lateral são itens indispensáveis em laboratórios de
química, seja laboratórios de graduação ou de pesquisa. Esse item de segurança vai protegê-lo de
quaisquer respingos de produtos químicos agressivos e fragmentos de vidros, eventualmente
produzidos na quebra de qualquer item de vidraria. Lentes de contato não são recomendadas
porque vapores corrosivos ou líquidos podem ficar presos entre elas e seus olhos, o que irá agravar
o problema. Normalmente os óculos são fabricados em policarbonato, nylon ou acetato, as lentes
são em cristal oftálmico, resina ou policarbonato, incolores ou coloridas e devem ser altamente
resistentes a impactos e riscos.

2 – Guarda-pó.
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O guarda-pó tem a função de protegê-lo de respingos de produtos químicos e queimaduras


com líquidos quentes e por chama direta. Para maior proteção devem ter mangas longas,
comprimento até o joelho, de preferência serem confeccionados em tecido de algodão e possuirem
sistemas de fechamento com botões de pressão na frente e nas mangas, para eventual retirada
rápida, em caso de emergência. O tecido de algodão é escolhido por reter melhor os respingos e ser
pouco inflamável em comparação com os tecidos sintéticos (guarda-pós de tecidos sintéticos são
totalmente desanconselhados). A cor branca é a mais utilizada em laboratórios de química.

3 – Capela de exaustão.
Muitos produtos químicos emitem vapores nocivos à temperatura ambiente ou se
apresentam na forma de pós muitos finos que podem ser inalados. Devido a sua periculosidade,
sempre que esses produtos são manipulados ou envolvidos em reações químicas, os frascos devem
ser abertos em um ambiente com exaustão. A capela possui um efeito de sucção do ar do
laboratório permitindo que os gases sejam retirados do meio ambiente e desta forma se tornam não
inaláveis. Os gases são ainda diluídos com o ar antes de serem eliminados para o meio ambiente
externo. Em caso de necessidade de manipulação de pós finamente divididos fora da capela, uma
máscara respiratória deverá ser sempre utilizada. Embora muitos tipos de luvas sejam permeáveis a
alguns solventes, o seu uso é indispensável em várias situações em um laboratório de Química.

4 – Caderno de laboratório.
Primeiramente, como o caderno de laboratório vai ser manuseado no laboratório,
transportado para a sala de balanças, posicionado na bancada do laboratório e na sala de
equipamentos, etc., deve possuir algumas características ou seja: ser pequeno o suficiente para
caber no bolso do guarda-pó, ter capa dura e lavável, ter páginas numeradas e encadernação do
tipo que não permite a retirada de páginas (sem espiral). A principal função do caderno do
laboratório é o registro do que você fez e do que você observou e os resultados do experimento,
suas anotações devem ser totalmente compreensíveis por outra pessoa. Normalmente o caderno é
utilizado quando da necessidade de se fazer um relatório sobre o experimento ou quando outra
pessoa necessita reproduzir o experimento. Na necessidade de realizar medidas instrumentais
durante o experimento, é muito importante registrar além das características do equipamento e
condições de medida, o código do arquivo da medida, qual disquete foi utilizado, etc. Normalmente
os arquivos não permitem maiores comentários, os quais deverão ser anotados no caderno de
laboratório. Quando planejar um experimento é muito importante relacionar todos os reagentes e
vidraria necessários para que jamais durante o experimento um ou outro item esteja faltando.
Muitas vezes esses itens devem estar a mão no mesmo instante que um reagente deve ser
adicionado ou que uma temperatura deve ser lida ou uma filtração deve ser feita.
Muitas vezes pequenos acidentes ou derramamentos ocorrem no laboratório, estes deverão
ser imediatamente removidos para evitar que outras pessoas entrem em contato com o produto
químico. No caso de respingos, a primeira providência normalmente adotada é lavar o local com
água corrente por alguns minutos e procurar se informar quais as providências posteriores a serem
tomadas. Sempre que abandonar o laboratório, retire o seu equipamento de segurança e lave as
mãos imediatamente.
Normalmente os laboratório de química possuem lava-olhos, chuveiros de emergência,
extintores de incêndio para várias funções, máscaras de respiração autônoma, etc. É muito
importante que se conheça e se possa operar esses equipamentos em caso de emergência. Evite
trabalhar sozinho no laboratório e evite descartar os resíduos dos seus experimentos na pia, esses
são classificados, agrupados e posteriormente inativados através de procedimentos de descarte
padrões. Quando deixar um experimento em andamento, deixar sempre um bilhete com
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informações do tipo: duração e condições do experimento, nome e telefone da pessoa que está
realizando o experimento e como proceder em caso de emergência. Esse é um procedimento
padrão quando várias pessoas utilizam um mesmo laboratório, principalmente de pesquisa.
Após os seu experimento, lave os materiais e coloque-os para secar, lembre-se de que ao
iniciar o experimento sempre é bom encontrar todo o material limpo e seco. Rotule o seu material
de síntese colocando: data, código anotado no caderno, uma identificação do provável composto e
quem realizou a síntese. Jamais coma e fume no laboratório, é comum em muito laboratórios um
espaço reservado para preparar lanches, cafés, chás, sucos, etc., essa é uma prática condenável e
jamais deve ser permitida em qualquer laboratório de Química. Familiarize-se com os símbolos
abaixo, comumente utilizar para classificar as substâncias em classes de riscos químicos.

Corrosivo: substância que causa ataque químico local e destruição de superfície e tecidos
atingidos. Evite contato com a pele.
Tóxico: substância que perturba ou destrói as funções do organismo. A inalação, ingestão e contato
com uma substância tóxica ou os seus vapores podem resultar em distúrbios no organismo,
queimaduras, ferimentos graves e até a morte. Evite inalar, ingerir e contato com a pele.
Explosivo: substância ou mistura de substâncias capaz de reagir e sofrer reações em cadeia de
grande velocidade, liberando calor e ocasionando um repentino aumento de pressão, acompanhadas
normalmente de forte ruído e de ações destruidoras nos arredores, por ondas de choque.
Oxidante: substância com elevada capacidade de oxidar uma outra. Acelera a combustão e pode se
decompor explosivamente quando aquecida. Evite manipular substâncias oxidantes próximas de
fontes de calor.
Inflamável: substância combustível, seus vapores formam misturas explosivas com o ar. Evite
manipular substâncias inflamáveis próximas de fonte de calor.
Radioativo: substância que possui a propriedade de emitir espontaneamente partículas e/ou
radiação eletromagnética perigosa, devido ao seu elevado poder de penetração e de ionização.
Nunca manipule substâncias radioativas sem estar devidamente protegido e em local adequado.

Química Analítica
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A química analítica se restringe basicamente em estudar os princípios e a teoria dos métodos


de análise química que nos permitem determinar a composição química das substâncias ou de
misturas das mesmas. A química analítica clássica se divide basicamente em dois tópicos principais,
a química analítica qualitativa e a quantitativa. A análise qualitativa permite-nos determinar a
composição qualitativa da substância em estudo (identificar os elementos ou íons que a constituem)
e a quantitativa, composição quantitativa (estabelecer as proporções entre os elementos ou íons
que já tinham sido identificados).
Os métodos analíticos utilizados podem ser classificados em dois tipos básicos, métodos
clássicos (também conhecidos como via úmida) ou métodos instrumentais. Apesar dos métodos
clássicos serem cada vez mais raros em laboratórios de análise, eles são muito úteis para fins
didáticos. Na maioria dos laboratórios, métodos de análise clássica tem sido gradativamente
substituídos por métodos instrumentais, os quais tiveram um grande impulso fundamentados
principalmente nos avanços da eletrônica e computação, além do conhecimento de fenômenos
químicos ou físicos acumulados ao longo dos séculos.
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Prática 01 - Determinação gravimétrica de Umidade e Cinzas em material orgânico.

1 - Preparo do Cadinho
O cadinho de porcelana deverá ser limpo a seco (se o cadinho estiver molhado, deverá ser
seco em estufa antes da calcinação (120°C por 2 horas ou mais) para evitar quebra) e livre de
material orgânico ou inorgânico, na forma de contaminação. Para livrar o cadinho de eventuais
contaminações orgânicas este deverá ser aquecido a uma temperatura aproximada de 900°C,
esfriado até a temperatura ambiente em um dessecador * (atmosfera relativamente seca) e pesado
em balança analítica (mínimo de 4 casas decimais). Para retirar materiais inorgânicos, ferver o
cadinho com uma mistura de ácido clorídrico e ácido nítrico e posteriormente, várias vezes com
água destilada. O procedimento de calcinação deverá ser repetido até que o peso do cadinho não
varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança de 0,1 mg). Como o tempo envolvido
para a prática é relativamente curto, somente um processo de aquecimento será executado. A
variação de erro envolvido será computado no momento da correção dos resultados e respectiva
atribuição de nota.
* - O material utilizado no interior do dessecador consiste de sílica gel normalmente com um
indicador de umidade. O indicador de umidade é o cloreto de cobalto que muda de cor se está na
forma anidra (livre de umidade - azul) ou na forma hidratada (rosa). A variação de cor azul para
rosa indica o processo de hidratação enquanto que sob aquecimento o composto retorna a sua
forma anidra (azul).

CoCl2.6H2O  CoCl2 + 6 H2O


Rosa  azul

2 – Ocorrência de águas em sólidos


Praticamente todos os sólidos cristalinos ou não, possuem água em maiores ou menores
proporções. Os teores de água variam de material para material, sua composição, tamanho de
partículas (área superficial), umidade relativa do ar, temperatura e pressão. Os teores de água são
extremamente importantes principalmente no que consiste a conservação do material e consistem
nos primeiros ensaios de controle de qualidade de um produto. Teores de água altos induzem a
processos de decomposição química e microbiológica, além de promover gastos no processo de
secagem e obviamente, aumento de peso do material.
Para efeitos didáticos podemos dizer que os tipos de águas são classificadas e duas classes
principais:

1 – Essenciais
Nesse tipo, a água existe como parte integrante da composição química do sólido. A retirada
desse tipo de água faz com que o sólido perca as suas características, através da destruição do seu
retículo cristalino.

1.1 – Águas de cristalização ou hidratação.


Esse tipo de água ocorre nos hidratos cristalinos na forma de águas de cristalização (ou
hidratação). As moléculas de água estão na forma de unidades discretas H2O que ocupam posições
específicas no retículo cristalino do material, estando covalentemente ligadas e ocorrendo sempre
com uma estequiometria definida (número inteiro de moléculas de água para a fórmula mínima do
composto). A sua retirada provoca uma total destruição do retículo cristalino do material e
consequentemente, alteração das propriedades físicas. As temperaturas necessárias para a sua
retirada são características de cada material envolvido.
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Ex.: BaCl2.2H2O; CaC2O4.2H2O; CuSO4.5H2O; CuSO4.H2O.

Observe-se que nos últimos dois casos, embora os materiais possuam fórmulas semelhantes
apresentam estruturas cristalinas diferentes e cores diferentes, o primeiro é um sólido azul piscina e
o segundo, verde-azulado claro. Ainda no caso do sulfato de cobre, existem o tetrahidratado, o
trihidratado, o dihidratado e o monohidratado. Todos podem ser obtidos (os mais facilmente
obtidos são o pentahidratado e o monohidratado) através do tratamento térmico da fase
pentahidratada. Os intermediários com menos que 5 moléculas de água (incluindo o anidro) não
podem ser rehidratados ao números de moléculas de água imediatamente superior, entretanto se
qualquer um deles for dissolvido em água e cristalizado, o sulfato de cobre pentahidratado será
regenerado.

1.2 – Águas de constituição


Nesse caso, as moléculas de água não ocorrem como unidades discretas no material mas
este deve necessariamente possuir os elementos que a formam. Outro fato importante a observar é
que a relação estequiométrica de 2 mols de hidrogênio para 1 mol de oxigênio como na molécula
de água, não necessariamente precisa ser mantida. Nesse caso também existe a destruição do
retículo cristalino do material e a obtenção de um novo composto. As temperaturas necessárias
para a retirada das águas de constituição são características de cada material envolvido.

Ex.: 2 NaHCO3  Na2CO3 + H2O + CO2 (~ 300°C)


Ca(OH)2  CaO + H2O (~ 800°C)
2 Al(OH)3  Al2O3 + 3 H2O (~ 450°C)
2 Fe(OH)3  Fe2O3 + 3 H2O (~ 1000°C).

2 – Não essenciais
Como o nome sugere, as moléculas de água ocorrem como unidades discretas, sendo que ao
serem retiradas não afetam o retículo cristalino e consequentemente, propriedades físicas e
químicas do material. Os tipos de ocorrência classificam as águas essenciais como:

2.1 – Águas de adsorsão


Nesse caso, as moléculas de água estão adsorvidas na superfície dos cristais e ocorrem
principalmente nas ligações insaturadas presentes nas superfícies dos cristais. As ligações
envolvidas são de caráter eletrostático de baixa energia e permitem a adsorsão de várias camadas
de moléculas de água através dos seus dipolos. Como estas estão em contato com o meio ambiente,
o teor depende de: umidade relativa do meio ambiente (quanto maior a umidade relativa, maior o
teor de água); temperatura (quanto maior a temperatura, menor o teor de água); área superficial ou
grau de subdivisão (ao quebrarmos um cristal novas áreas passam a ser expostas ao meio ambiente
de tal forma que quando maior a área superficial, maior o teor de água); pressão (quando maior a
pressão, maior o teor de água). Já que o tipo de ligação envolvida é relativamente fraca, as
temperaturas necessárias para a retirada dessas moléculas está próxima do ponto de ebulição da
água (entre 105 – 110°C). Observe-se que após o aquecimento, as moléculas de água tendem a
retornar à superfície de tal forma que o material totalmente anidro dificilmente pode ser obtido.

2.2 – Águas de absorção


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Esse tipo de água ocorre principalmente em substâncias coloidais e de baixa ou nenhuma


cristalinidade (amorfos). Como os materiais coloidais tendem a formar flocos, as moléculas de água
estão nesses espaços vazios entre as partículas ou nos chamados interstícios ou capilares do
colóide. Como essas moléculas de água estão em contato com o meio ambiente, estão sujeitas a
influência da umidade relativa, temperatura, grau de subdivisão e pressão, como no caso das
moléculas de águas adsorvidas e podem ser retiradas em temperaturas entre 105 e 110°C.
Evidentemente que além das moléculas de água absorvidas, moléculas de água adsorvidas estão
simultaneamente presentes.

2.3 – Águas de oclusão


As moléculas de água estão retidas no interior de cavidades distribuídas aleatoriamente nos
cristais. Esses “bolsões” de água se formam durante o processo de cristalização rápido do material.
Vários cristais vão cimentando as suas paredes até que as moléculas de água podem ficar presas no
interior do cristal. Se houver água suficiente e o material for parcialmente solúvel, haverá na
verdade uma solução saturada no interior do cristal. Como as moléculas de água não estão em
contato com o meio ambiente, não estão sujeitos à fatores externos como umidade relativa,
pressão, grau de subdivisão e temperatura. Quando o material é aquecido, as moléculas de água
são submetidas a uma pressão excessiva que provoca a ruptura do cristal, fenômeno conhecido
como decripitação (facilmente observado quando durante preparação de churrasco, cristais de sal
grosso caem sobre uma chapa aquecida ou sobre o fogo). A temperatura necessária para a sua
retirada vai depender do retículo cristalino envolvido sendo normalmente muito superior à 100°C.

3 - Determinação de umidade.
Aquecer o cadinho de porcelana em uma mufla (forno elétrico) a uma temperatura
aproximada de 900°C, por 30 minutos. Cuidado: não olhar diretamente para a mufla aberta, a
radiação infravermelha poderá danificar os olhos. Com o auxílio de uma pinça metálica grande,
luvas de amianto e um óculos de proteção para bloquear a radiação, retirar o cadinho da mufla,
transferir para um dessecador grande até um prévio resfriamento e em seguida para um dessecador
pequeno (vidro de compota com sílica gel e um triângulo de porcelana), até a temperatura
ambiente. Para verificar se o cadinho está em condições de ser pesado proceder da seguinte forma:
colocar o dedo indicador no interior do cadinho (sem tocar as bordas), se sentir calor espere mais
um pouco. Se não perceber a sensação de calor, retirar o cadinho com a pinça metálica e tocar o
fundo do cadinho sutilmente no dorso da mão. Pesar o cadinho o mais rápido possível, longos
períodos ao ar poderão alterar o peso do cadinho pela incorporação de água (adsorsão e absorção)
ou gases no material poroso. Anotar o peso do cadinho com quatro casas decimais (décimos de
miligrama).

* Em todas as operação de transferência do cadinho fazer uso de uma pinça metálica limpa, tocar o
cadinho com as mãos poderá alterar o seu peso pela incorporação de umidade, gordura ou
impurezas, o que irá prejudicar a análise.
Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra, anotar o número da amostra e o número ou identificação do cadinho. Pesar cerca de
1g de material (precisão aproximada de 5%) a analisar em uma cadinho previamente preparado
(calcinado, seco e pesado). Pesar o mais rápido possível para evitar incorporação ou perda de
umidade (não esquecer que a amostra foi acondicionada em condições de atmosfera controlada) e
subsequente alteração do peso da mesma. Nas condições ideais de pesagem, o cadinho deverá ser
pesado em no máximo 3 minutos. Se a massa da amostra foi muito maior que o estipulado, jogar o
material fora e reiniciar o procedimento com um novo cadinho.
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Levar o cadinho com o material para um estufa a uma temperatura entre 105 e 110°C onde
deverá permanecer por 1,5 horas. Nessa temperatura, águas de adsorsão e absorção serão
retiradas.

Material (H2O adsorvida + absorvida)  Material seco + H2O (vapor)


Levar o cadinho com o material seco para o dessecador pequeno (vidro de compota) e
esfriá-lo até a temperatura ambiente. Pesar o mais rápido possível, em balança analítica.

Cálculos - Expressar o resultado da análise em g% (m/m), 100 gramas de amostra úmida


possui “x” g de umidade.

(cadinho + material úmido) - (cadinho calcinado vazio) = material úmido ( xg (cerca de 1 g))
(cadinho + material úmido) - (cadinho + material seco) = umidade (yg)

xg de material úmido - yg de umidade


100g de material úmido - g% de umidade (m/m).

O resultado é expresso em percentagem (massa/massa) ou seja, gramas de umidade contidas


em 100g de amostra, com duas casas decimais.

PS.: O material resultante não é agressivo ao meio ambiente e poderá ser descartado no cesto de
lixo ou local adequado indicado pelo professor. Limpar o cadinho com papel toalha, e deixá-lo
sobre a bancada, evitar a lavagem para que este não se quebre quando for calcinado a altas
temperaturas.

4 - Determinação de cinzas
Cinzas de uma substância pode ser definido como o material resultante do processo de
combustão (queima na presença de oxigênio). Os materiais constituintes das cinzas consistem de
óxidos de metais no seu mais elevado estado de oxidação. Se o processo de queima for efetuado
em atmosfera pobre de oxigênio, parte (ou todos) os metais podem sofrer processos de redução
pelo carbono, levando a estados de oxidação reduzido ou em alguns casos, ao estado metálico.
Temperaturas muito altas devem ser evitadas para que reações no estado sólido (entre óxidos
constituintes da amostra) não ocorram, o que pode conduzir a compostos com composições
indefinidas.
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Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar


uma amostra, anotar o número da amostra e o número ou identificação do cadinho.
Pesar cerca de 1g de material (precisão aproximada de 5%) a analisar em uma cadinho
previamente preparado (calcinado, seco e pesado). Pesar o mais rápido possível para evitar
incorporação ou perda de umidade (não esquecer que a amostra foi acondicionada em condições de
atmosfera controlada) e subsequente alteração do peso da mesma. Nas condições ideais de
pesagem, o cadinho deverá ser pesado em no máximo 3 minutos. Se a massa da amostra foi muito
maior que o estipulado, jogar o material fora e reiniciar o procedimento com um novo cadinho.
Alojar o cadinho sobre o triângulo de porcelana, sobre o tripé metálico. Inclinar o cadinho
até cerca de 45°, posicionando o bico de gás na parte posterior do cadinho, com uma chama baixa.
Regular a entrada de oxigênio do bico para melhor queima do gás e obtenção de chama mais
quente. Queimar o material em chama baixa até eliminação total de fumaças e em seguida em
chama mais alta até a queima completa da matéria orgânica (se houver material preto
principalmente condensado nas laterais do cadinho, girá-lo para que este seja totalmente
eliminado). A inclinação do cadinho permite o acesso do oxigênio à amostra, evitando a presença
de carbono, de difícil queima e com alto poder redutor. O ideal é a presença de metais com seu
estado de oxidação mais alto, o que facilitará o processo de calcinação.
Após a queima completa do material, o cadinho deverá ser transferido com auxílio de uma
pinça metálica (apoiar o cadinho sobre uma tela de amianto), para uma mufla à uma temperatura
entre 550 e 600°C, por um período de 1 hora.

Material orgânico  CO2 + H2O + gases + óxidos metálicos (cinzas)


Com o auxílio de uma pinça metálica grande e sob a proteção de um óculos de segurança
contra radiação Infravermelha e luvas de amianto, retirar o cadinho da mufla, transferir para um
dessecador grande até um prévio resfriamento e em seguida para um dessecador pequeno (vidro de
compota com sílica gel e um triângulo de porcelana) até a temperatura ambiente (normalmente um
cadinho aquecido até 900°C e estando sozinho dentro de um dessecador, esfria em cerca de 30
minutos). Pesar o mais rápido possível, em balança analítica.
- Cálculos - Expressar o resultado da análise em g% (m/m), 100 gramas de amostra úmida possui
“x” g de cinzas.

(cadinho + material úmido) - (cadinho calcinado vazio) = material úmido ( xg (cerca de 1 g))
(cadinho + material calcinado) - (cadinho calcinado vazio) = cinzas (yg)

xg de material úmido - yg de cinzas


100g de material úmido - g% de cinzas (resultado).

O resultado aqui obtido não corresponde ao teor de cinzas real da amostra, para esse caso, a
amostra deveria ter sido seca previamente. O resultado consiste então de cinzas de uma amostra
úmida (a massa da amostra real seria menor do que o determinado). Resultado com duas casas
decimais.

PS.: O material resultante não é agressivo ao meio ambiente e poderá ser descartado no cesto de
lixo ou outro local indicado pelo professor. Limpar o cadinho com papel toalha, e deixá-lo sobre a
bancada. Não lavá-lo para que não se quebre quando este for calcinado a altas temperaturas
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Prática 02 - Determinação gravimétrica de ferro.


Na geologia, o termo gravimetria está relacionado com medições da força da gravidade, que
varia ao longo da crosta terrestre. Na química, gravimetria também está relacionada com a força da
gravidade porém especificamente define-se como: separação de um constituinte a determinar
presente no material a ser analisado, na forma de uma fase pura que é então pesado. Conhecendo-
se o volume ou massa da amostra original e o do peso do material final, calcula-se a concentração
do constituinte desejado na amostra. Os processos de separação podem ser: precipitação química,
eletrodeposição, sublimação, extração, troca iônica, etc. Para o caso do ferro iremos utilizar o
processo de separação através da precipitação química.
Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra, anotar o número da amostra e o número ou identificação do cadinho. A prática de
determinação gravimétrica de ferro envolve os procedimentos de precipitação química, ou seja,
adição de um agente precipitante à uma solução de ferro (estado oxidado), respeitando-se os
requisitos para condições ótimas de precipitação e crescimento dos cristais. Nesse caso o
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precipitado não se apresenta na forma de um composto com estequiometria definida e precisará ser
convertido em uma fase com composição definida, através de um processo de calcinação.

1 - Preparo do Cadinho
O cadinho de porcelana deverá ser limpo a seco (se o cadinho estiver molhado, deverá ser
seco em estufa antes da calcinação para evitar quebra) e livre de material orgânico ou inorgânico,
na forma de contaminação. Para livrar o cadinho de eventuais contaminações este deverá ser
aquecido a uma temperatura aproximada de 900°C, esfriado até a temperatura ambiente em um
dessecador (atmosfera relativamente seca) e pesado em balança analítica. O procedimento deverá
ser repetido até que o peso do cadinho não varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança
de  0,1 mg). Como o tempo envolvido para a prática é relativamente curto, somente um processo
de aquecimento será executado.

2 - Solubilidade de sais
Como a determinação quantidade de metais exige que a precipitação seja quantidade ou
seja, a solubilidade do sal deve ser tão baixa que as perdas sejam desprezíveis, faremos uma breve
discussão da solubilidade de sais, enfocando principalmente o Fe(OH)3.

Fe(OH)3  Fe+3 + 3OH-


O equilíbrio acima é representando pela equação: Keq = [Fe+3] [OH-]3 / [Fe(OH)3], porém a
solubilidade do sólido independe do teor de sólido na solução sendo uma constante K.
Multiplicando-se K.Keq = [Fe+3] [OH-]3 temos uma nova constante chamada de constante de
produto de solubilidade que depende da temperatura e pressão. (K ps Fe(OH)3 = 4x10-38). [] =
mol/L.

Ex.: Quantos gramas de Fe(OH)3 são solubilizados por litro de água?


Como um mol de hidróxido férrico gera um mol de íons férrico e 3 mols de íons hidroxila
teremos:

Fe(OH)3  Fe+3 + 3OH-


Kps = 4x10-38 = [Fe+3] [OH-]3 = [Fe+3](3[Fe+3])3 = 27[Fe+3]4  [Fe+3] = 4Kps/27 = 1,962x10-10
mol/L. Como o mol do Fe(OH)3 é 106,867g teremos que a solubilidade de 2,097x10-8 g. Como
balança utilizada é de 4 casas e o volume de solução de aproximadamente 100 mL, a precipitação
pode ser considerada quantitativa.
Já para o hidróxido ferroso teremos: Kps = 8x10-16 e a solubilidade será:

Fe(OH)2  Fe+2 + 2OH-


Kps = 8x10-16 = [Fe+2] [OH-]2 = [Fe+2](2[Fe+2])2 = 4 [Fe+2]3  [Fe+3] = 3Kps/4 = 5,919x10-6 mol/L.
Como o mol do Fe(OH)2 é 89,861g teremos que a solubilidade de 5,319x10-4 g. Nesse caso o erro
por solubilização poderia eventualmente ser detectado pela balança analítica utilizada (depende do
volume de solução envolvido na precipitação).
Se tivermos que optar entre precipitar o hidróxido de Fe+3 e o Fe+2 iremos pelo Fe+3, não
só pela menor solubilidade do Fe(OH)3 mas também que ele já se encontra no estado oxidado, que
irá facilitar o processo de calcinação.

3 - Determinação de ferro
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Na precipitação de Fe3+ com amônia devem estar ausentes os íons Al3+, Ti4+, Zr4+, Cr3+,
AsO e PO43-, porque estas espécies precipitam juntamente com o Fe(OH) 3. Para evitar
4
3-

interferentes, absorvidos e/ou parcialmente precipitados como carbonatos, faz-se uma purificação
do hidróxido de ferro através de várias reprecipitações.
Transferir 10 mL da solução amostra através do uso de uma pipeta volumétrica e um
pipetador de borracha (pêra). A amostra deve estar isenta de outros íons interferentes, no caso da
presença desses, proceder conforme a técnica para eliminá-los até níveis aceitáveis. Antes do uso, a
pipeta deverá ser lavada com água destilada, seca por fora e o excesso de água destilada do seu
interior deverá ser removido. Em seguida a pipeta deverá ser ambientada com a solução a pipetar,
para tal, cerca de 3 mL da solução são succionados para o interior da pipeta com o pipetador de
borracha, em seguida a solução é deslocada por todo o interior da pipeta de modo a lavá-la
internamente. Descartar a solução de lavagem para a pia e proceder a pipetagem.

PS.: Nem sempre as soluções poderão ser descartadas diretamente na pia, em caso de dúvida utilize
o frasco de descarte de metais ou pergunte ao professor responsável pela disciplina.

Succionar a solução para a pipeta volumétrica acima do traço de 10 mL, retirar o pipetador
e secar a parte externa da pipeta com um papel toalha. Observar se a pipeta é do tipo escoamento
ou de transferência total, se for de escoamento (mais comum), zerar a pipeta e com um ângulo
aproximado de 90° com a parede interna do Béquer, retirar alguma eventual gota que esteja presa
na ponta da pipeta, tocando suavemente a parede do frasco da amostra e deixar a solução escoar.
No final do processo tocar a ponta da pipeta na parede do Béquer até o deslocamento de mais um
pequeno volume, o restante deverá permanecer na pipeta e não deverá ser retirado através de
sopros ou outros métodos. O volume que sobrou não faz parte do volume pipetado. Se a pipeta for
do tipo escoamento total, a última gota deverá ser retirada. Diluir a solução com cerca de 100 mL
de água destilada.
Acidificar a solução com 1 mL de HNO 3 e 3 mL de HCl concentrados (água régia),
posicionar o Béquer em uma tela de amianto sobre um tripé metálico e ferver por 5 minutos,
marcar o tempo a partir do aparecimento das primeiras bolhas desprendidas do fundo do recipiente.
A mistura com alto poder oxidante oxidará os íons ferro ao estado de oxidação mais alto (+3) e a
solução se tornará um pouco mais amarelada (solução de íons Fe +2 levemente esverdeada e solução
de íons Fe+3, levemente amarelada, dependendo da concentração). O HCl é utilizado para prevenir a
hidrólise dos íons ferro que poderão precipitar prematuramente, aderindo-se nas paredes do Béquer
o que torna a transferência quantitativa difícil senão impossível. Para evitar esse fenômeno, as
soluções estoque (que dão origem as amostras por diluição) são conservadas na presença de uma
certa concentração de HCl concentrado. Cuidado com os vapores emitidos, altamente tóxicos e
corrosivos.

Fe+2, +3 + HNO3 + HCl  Fe+3 + ...


O precipitado na presença de aquecimento e um eletrólito forma um material floculado que
facilita o processo de filtração. O material floculado resultante é formado através do agrupamento
de partículas coloidais (*). Parte dos íons e um grande volume de água serão também incorporados
ao material floculado através de um processo de adsorsão superficial ou absorção nos interstícios
do colóide.
* Colóide por ser definido como partículas de dimensões entre 1 e 100m e constam nos
primeiros cristais formados na precipitação. Normalmente essas partículas de dimensões coloidais
interagem fortemente com a solução ocorrendo vários fenômenos superficiais. Se a interação com a
solução é favorável temos os colóides liofílicos (tem grande afinidade pelo solvente, se o solvente
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for água são chamados de hidrofílicos) ou repelentes ao solvente (liofóbicos ou hidrofóbicos). A


interação ocorre quando íons hidratados interagem com as ligações insaturadas na superfície dos
cristais formando a primeira camada de adsorsão. Para cristais hidrofílicos, a primeira camada é
fortemente ligado ao cristal o que atrai uma outra camada (contra-camada) que normalmente
neutraliza a superfície. A interpenetração dessas camadas em cristais diferentes permitem o
processo de coagulação e consequentemente, formação dos flocos ou um gel. Durante o processo
de lavagem com água ou aquecimento, as contra-camadas podem ser removidas e como os cristais
passam a ser carregados, os flocos revertem ao estado coloidal (processo de peptização). A adição
de um eletrólito favorece a manutenção do estado coagulado ou seja, não reversão ao estado
coloidal.
Quando a superfície é hidrofóbica, a primeira camada de íons solvatados é fracamente ligada
e cristais diferentes são repelidos mantendo o estado coloidal.

Esfriar a solução até cerca de 70°C, posicionando o Béquer sobre a bancada de cerâmica.
Para verificar se a temperatura se aproxima da desejada, suspender o Béquer pelas bordas por
alguns segundos e encostar na palma da mão com cuidado, se a temperatura for suportável, está
adequada para a precipitação. Se esfriar demais, a solução deverá ser reaquecida sempre
observando que o volume não diminua muito por evaporação. Nesse momento, juntar aos poucos
(sob intensa agitação com bastão de vidro com ponta de látex) uma solução de NH 4OH de
concentração aproximada de 12%, até leve excesso de hidróxido.

PS - A solução de NH4OH concentrada é preparada borbulhando-se gás amônia em água destilada,


a concentração atingida em soluções comerciais é de 25%.

O excesso é percebido quando a solução apresentar um leve cheiro amoniacal (cuidado: não
aproximar o nariz diretamente do Béquer e sim deslocando os vapores em direção ao nariz). O
procedimento da agitação lenta, sob aquecimento e agitação permite uma maior homogeneização
da solução e desta forma um maior contato dos reagentes o que minimiza os efeitos de regiões
supersaturadas e crescimento de cristais pequenos, mal formados e contaminados.

Fe+3 + 3 NH4OH  Fe(OH)3.nH2O (Pptado) + 3 NH4+

* Se a solução for de cloreto férrico, o produto solúvel será o NH4Cl.

O precipitado se apresenta na forma de um colóide hidratado com composição indefinida.


Na tentativa de secá-lo, parte da água desse hidrato seriam eliminadas e um material de composição
indefinida (óxi-hidróxido) seria gerado. Devido a essa problemática, o precipitado deverá ser
convertido numa forma de pesagem com composição química definida, como descrito a seguir.
A solução de NH4OH utilizada na precipitação é preparada pela diluição da solução
comercial com água destilada na proporção 1/1, ou seja, a solução resultante terá uma composição
nominal de 12,5%. Observar se a solução é recente, já que esta perde amônia ao ser exposta ao ar
repetidamente, baixando desta forma a sua concentração nominal.

NH4OH  NH3 (gás) + H2O

Deixar a solução em repouso por 30 minutos e filtrá-la em papel filtro quantitativo


granulometria grossa (faixa preta). O repouso da solução é extremamente importante já todos os
processos de aperfeiçoamento do cristal ocorrem nesse período.
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No processo de filtração, dobrar o papel de filtro adequadamente, encaixá-lo no funil de


vidro (somente no momento da filtração) através do uso de uma solução de NH 4OH a 1%
(preparar cerca de 50 mL em um pisseti de polietileno). Filtrar de início somente o sobrenadante da
solução tomando o cuidado de usar o bastão de borracha e o bico do Béquer e não ultrapassar 2/3
da capacidade do funil e no final o precipitado. Lavar imediatamente o Béquer com a solução de
NH4OH, usando pequenas porções de cada vez (cerca de 5mL e 5 a 6 vezes) tomando o cuidado de
transferir o precipitado quantitativamente para o papel de filtro. Não deixar o precipitado secar no
Béquer correndo o risco de não poder retirá-lo posteriormente. No final do processo lavar o
precipitado deslocando-o totalmente para o fundo do papel de filtro. A função da solução de
NH4OH pode ser descrita como: presença de íon comum o que facilita o processo de não
solubilização e não destruição do flocos de colóide (peptização) que permitiriam a passagem dos
pequenos cristais através do filtro de papel. Outra função está associada a presença de íons
hidroxila que irão por competição eliminar os íons cloreto o que poderia ocasionar perdas de ferro
no processo de calcinação já que o FeCl3 é volátil.
Em virtude da pequena resistência mecânica do papel de filtro sem material inorgânico
(ausência de cinza após calcinação) enquanto úmido, a operação de retirada do papel requer
bastante cuidado. O perigo de ruptura do papel de filtro é bastante reduzido quando se seca o papel
de filtro por um certo tempo diretamente sobre o funil. Essa operação consiste em deixar o papel
de filtro em repouso por alguns minutos ou até levá-lo até a estufa por alguns minutos a uma
temperatura de 100°C. Quanto maior o tempo de repouso do papel de filtro com o precipitado,
menor o risco de quebra do cadinho na chama do bico de Bunsen.
Retirar o papel de filtro do funil, dobrar o papel e colocá-lo dentro de um cadinho de
porcelana previamente tarado (é importante posicioná-lo no fundo do cadinho para evitar o
desdobramento deste no início do processo de secagem e calcinação - usar o bastão de vidro sem
furar o papel). Alojar o cadinho com o material sobre o triângulo de porcelana, sobre o tripé
metálico. Inclinar o cadinho até cerca de 45°, posicionando o bico de Bunsen na parte posterior do
cadinho, com chama baixa. Regular a entrada de oxigênio do bico para melhor queima do gás e
obtenção de chama mais quente. Aquecer o material em chama baixa para eliminar o restante de
água, em seguida queimar o material em chama baixa até eliminação total de fumaças e finalmente
em chama alta até a queima completa da matéria orgânica (se houver material preto principalmente
condensado nas laterais do cadinho, girá-lo para que este seja totalmente eliminado). A inclinação
do cadinho permite o acesso do oxigênio à amostra, evitando a presença de carbono de difícil
queima e com alto poder redutor. O ideal é a presença de metais com seu estado de oxidação mais
alto, o que facilitará o processo de calcinação. O papel de filtro contém somente matéria orgânica a
qual será totalmente eliminada, apresentando cinzas na quinta casa decimal da balança sendo desta
forma desprezível no que se refere ao aumento de peso da amostra (erro da balança em uso  0,1
mg). Após a queima completa do material, o cadinho deverá ser transferido com uma pinça
metálica sobre uma tela de amianto, para uma mufla à uma temperatura aproximada de 900°C, por
um período de 1 hora.
* Em atmosfera redutora (posicionamento incorreto do cadinho ou queima incompleta do papel de
filtro), processos de redução poderão ocorrer o que irá acarretar erros na análise, pela presença de
óxidos de ferro no estado de oxidação inferior (FeO e Fe3O4) ou até estado de oxidação zero (ferro
metálico).

2 Fe(OH)3.nH2O  Fe2O3 + H2O (em atmosfera oxidante)*



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Com o auxílio de uma pinça metálica grande, óculos de proteção e luvas de amianto, retirar
o cadinho da mufla, transferir para um dessecador grande até um prévio resfriamento e em seguida
para um dessecador pequeno (vidro de compota com sílica gel e um triângulo de porcelana) até a
temperatura ambiente. Pesar o mais rápido possível, em balança analítica. O tempo de esfriamento
do cadinho não pode ser especificado de uma maneira geral pois esse tempo depende da
temperatura inicial do cadinho, do tamanho deste, da espessura da parede, do tamanho do
dessecador, etc.

- Cálculos: Expressar o resultado da análise em g% (m/v), 100 mL de amostra possui xg de Fe+3.


(Na verdade após a análise o resultado será expresso da forma desejada, o que importa é que se
conheça o volume da amostra inicial e a massa e a estequiometria do composto pesado).

2 Fe+3 (amostra)  Fe2O3


111,690g 159,687g
x=0,03322g Ex.: 0,0475g

0,03322g de Fe+3 - 10 mL de solução


y=0,332g% (m/v) - 100 mL de solução

O resultado é expresso em percentagem massa/volume, significa que 100 mL de solução


contém 0,332g de ferro. Se houver necessidade de expressar em g% de FeCl3 substitui-se a espécie
FeCl3 no lugar de Fe+3 e procede-se os cálculos normalmente. Resultado com três casas decimais.

PS.: O material resultante não é agressivo ao meio ambiente e poderá ser descartado no cesto de
lixo. Limpar o cadinho com papel toalha, e deixá-lo sobre a bancada. Não lavá-lo para que não se
quebre quando este for calcinado a altas temperaturas

4 – Contaminação dos cristais


Os processos de contaminação dos cristais podem ser classificados como:
– Coprecipitação por adsorsão superficial – íons hidratados presentes na solução são adsorvidos
na superfície dos cristais em ligações insaturadas do retículo cristalino. Além da camada primária de
íons hidratados fortemente ligados que são parte do cristal, uma segunda camada difusa fracamente
ligada é formada de tal forma a neutralizar o cristal. O teor de íons adsorvidos é normalmente
muito pequeno em cristais grandes porém é muito significativo quando os cristais são de dimensões
coloidais (1 a 100m).
– Coprecipitação por inclusão isomórfica – íons de carga e raio iônico semelhantes irão substituir
os íons do retículo cristalino do cristal original. Como os íons contaminantes ocupam posições
específicas do retículo cristalino, o seu processo de remoção é difícil e ocorre normalmente pela
solubilização do cristal num solvente adequado ou novo processo de abertura dos cristais seguidos
de re-precipitação.
– Coprecipitação por inclusão não isomórfica – íons de mesma carga porém com dimensões
ligeiramente distintas (maiores ou menores) serão incorporados no retículo cristalino o que irá
gerar tensões e defeitos nos cristais.
– Coprecipitação por oclusão – durante o processo de maturação dos cristais, processos de
cimentação poderão conduzir a oclusão de soluções ou cristais de sais solúveis no interior dos
cristais do precipitado cristalino.
– Precipitação simultânea – se houver na solução íons precipitáveis como o mesmo agente
precipitante, atingido o valor da constante de produto de solubilidade de cada substância, eles irão
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precipitar simultaneamente ao precipitado desejado. Em caso de diferentes solubilidades,


eventualmente precipitações fracionadas poderão ser realizadas.
– Pós-precipitação – Alguns precipitados apesar de atingidos as condições de precipitação (K ps)
formam soluções supersaturadas e tendem a precipitar em tempos variados. No caso da
precipitação de oxalato de cálcio e oxalato de magnésio, o oxalato de cálcio precipita
imediatamente e o oxalato de magnésio, precipita posteriormente. Como se trata de um problema
cinético, se o precipitado de oxalato de cálcio não for filtrado imediatamente, o oxalato de
magnésio irá pós precipitar contaminando o oxalato de cálcio.

5 - Envelhecimento dos cristais.


- Maturação de Ostwald – Através do equilíbrio dinâmico estabelecido, cristais pequenos
possuindo uma maior energia superficial tendem a ser dissolvidos e cristais maiores tendem a
crescer.
- Cimentação das partículas – As camadas de solvatação compartilhadas associadas ao equilíbrio
dinâmico permitem o processo de cimentação de partículas que irá formar aglomerados de cristais.
- Aperfeiçoamento dos cristais – cristais com arestas e formatos irregulares formados durante a
precipitação rápida tendem a formar cristais com arestas regulares, características da simetria do
retículo cristalino.
- Transformações químicas – materiais amorfos ou de baixa cristalinidade são instáveis tendendo
se transformar em materiais cristalinos, arranjos com energia minimizada.
- Transformações de fase – Arranjos cristalinos ou hidratados cristalinos metaestáveis
precipitados rapidamente tendem a se transformar nas fases termodinamicamente estáveis.

6 - Solubilidade da presença de íon comum


Ao lavarmos o hidróxido férrico utilizamos o hidróxido de amônio, quantitativamente
podemos exemplificar como:
Ex.: Qual a solubilidade do Fe(OH)3 na presença de NaOH 0,01 mol/L?

Fe(OH)3  Fe+3 + 3OH-


NaOH  Na+ + OH-
Observe-se que utilizamos no processo de lavagem uma solução de hidróxido de amônio
que é uma base fraca e portanto não se ioniza totalmente. Para efeito de cálculo vamos considerar
o hidróxido de sódio que se ioniza totalmente, ou seja a concentração inicial é a concentração de
íons hidroxila em solução.

Kps = 4x10-38 = [Fe+3] [OH- + excesso ]3. Para simplificar os cálculos verificamos que a
concentração de íons hidroxila em água pura era de 3x[Fe+3] = 1,962x10-10 x 3 = 5,886x10-10 mol/L
(pH = 4,77) e que nesse caso o íon comum iria inibir a ionização portanto [OH -] é menor que
5,886x10-10 mol/L. Quando se soma esse termo com 0,01 mol/L teremos aproximadamente 0,01
mol/L, então:

Kps = 4x10-38 = [Fe+3] [0,01]3  [Fe+3] = 4x10-32 mol/L ou seja a solubilidade na presença de 0,01
mol/L de NaOH a solubilidade é 6,79x10-23 x menor que em água pura.
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Prática 03 - Determinação gravimétrica da estequiometria de hidratos de sulfato de cobre.

1 - Preparo do Cadinho
Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
a amostra (todos terão a mesma amostra), anotar o número ou identificação do cadinho. Proceder
como descrito na prática de determinação gravimétrica de ferro.

2 - Determinação de estequiometria
O sulfato de cobre pentahidratado (CuSO4.5H2O) é um sal extremamente estável e pertence
a classe dos hidratos cristalinos. Como as moléculas de água estão relacionadas com a
estequiometria do composto e essas ocupam posições específicas no retículo cristalino, a retirada
de uma molécula, duas, três, quatro ou até cinco ocorrem com a destruição do retículo cristalino e
conduzem desta forma a compostos com estruturas e propriedades físicas diferenciadas. O
processo de desidratação correm, como descrito acima, em passos e podem ser acompanhados por
métodos térmicos. As fases obtidas no processos de desidratação na seqüência CuSO 4.5H2O 
CuSO4 anidro são irreversíveis, entretanto a fase pentahidratada poderá ser regenerada a partir de
qualquer uma das fases, através de um processo de solubilização e cristalização. Nesse processo a
fase pentahidratada é a fase termodinamicamente estável.
Como algumas etapas do processo de desidratação ocorrem em temperaturas muito
próximas entre si o que impedirá a determinação da estequiometria de todas as fases intermediárias,
somente duas fases serão monitoradas e em seguida a amostra será calcinada à óxido, no intuito de
verificar qual o óxido estável ou seja, CuO ou Cu2O.

Primeira etapa
Pesar cerca de 250 mg da amostra de CuSO 4.5H2O, em um cadinho de porcelana,
previamente calcinado e pesado. Aquecê-lo em uma mufla até 170°C por um período mínimo de 30
minutos (ideal 45 minutos). Observar que a mufla a ser utilizada deverá ser aquecida com uma
velocidade controlada de cerca de 5°C/min não devendo desviar mais do que 5°C da temperatura
programada. Transcorrido o tempo, retirar o cadinho da mufla, transferi-lo para o dessecador
pequeno (vidro de compota com sílica-gel), esperar atingir a temperatura ambiente e em seguida
pesá-lo com uma precisão de 0,1mg. O tempo de esfriamento do cadinho não pode ser especificado
de uma maneira geral pois esse tempo depende da temperatura inicial do cadinho, do tamanho
deste, da espessura da parede, do tamanho do dessecador, etc. O procedimento deverá ser repetido
até que o peso do cadinho não varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança de  0,1
mg). Como o tempo envolvido para a prática é relativamente curto, somente um processo de
aquecimento será executado.

- Cálculos:
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Sabendo-se que a amostra original era de CuSO 4.5H2O e que o novo composto, após o
aquecimento perde uma ou mais moléculas de água da estequiometria e que o sulfato se mantém
intacto, a expressão poderá ser escrita como:

CuSO4.5H2O  CuSO4.yH2O + 5-y H2O


249,683g  159,609g + y 18,0148g
M.inicial M. após etapa 1

(M. após etapa 1 x 249,683) / M.inicial = 159,609 + y18,0148

Isolando-se “y” da expressão acima teremos que a nova estequiometria após aquecimento à
170°C por 30 minutos será: CuSO4.yH2O. Resultado com duas casas decimais.

Segunda etapa
Pegar a amostra obtida na etapa anterior e aquecê-lo em uma mufla até 450°C por um
período mínimo de 30 minutos (ideal 45 minutos). Observar que a mufla a ser utilizada deverá ser
aquecida com uma velocidade programada de cerca de 5°C/min não devendo desviar mais do que
5°C da temperatura programada. Transcorrido o tempo, retirar o cadinho da mufla, transferi-lo
para o dessecador grande até um resfriamento prévio e em seguida para um dessecador pequeno
(vidro de compota com sílica-gel), esperar atingir a temperatura ambiente e em seguida pesá-lo
com uma precisão de 0,1mg. O procedimento deverá ser repetido até que o peso do cadinho não
varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança de  0,1 mg). Como o tempo envolvido
para a prática é relativamente curto, somente um processo de aquecimento será executado.

- Cálculos:
Sabendo-se que a amostra original era de CuSO 4.5H2O e que o novo composto, após o
aquecimento perdia uma ou mais moléculas de água da estequiometria, a expressão poderá ser
escrita como:

CuSO4.5H2O  CuSO4.zH2O + 5-z H2O


249,683g  159,609g + z 18,0148g
M.inicial M. após etapa 2

(M. após etapa 2 x 249,683) / M.inicial = 159,609 + z18,0148

Isolando-se “z” da expressão acima teremos que a nova estequiometria após aquecimento à
450°C por 30 minutos será: CuSO4.zH2O. Resultado com duas casas decimais.

Terceira etapa
Pegar a amostra obtida na etapa anterior e aquecê-lo em uma mufla até 950°C por um
período mínimo de 30 minutos (ideal 45 minutos). Nessa etapa a temperatura não necessariamente
precisará ser controlada com a precisão das etapas anteriores. Transcorrido o tempo, retirar o
cadinho da mufla, transferi-lo para o dessecador grande até um resfriamento prévio e em seguida
para um dessecador pequeno (vidro de compota com sílica-gel), esperar atingir a temperatura
ambiente e em seguida pesá-lo com uma precisão de 0,1mg. O procedimento deverá ser repetido
até que o peso do cadinho não varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança de  0,1
20

mg). Como o tempo envolvido para a prática é relativamente curto, somente um processo de
aquecimento será executado.

Cálculos
Sabendo-se que a amostra original era de CuSO 4.5H2O e que o novo composto, após o
aquecimento era destruído até o óxido correspondente, a expressão poderá ser escrita como:

Alternativa 1 - CuSO4.5H2O  CuO + 5 H2O + gases de combustão



Alternativa 2 - CuSO4.5H2O  ½ Cu2O + 5 H2O + gases de combustão

Considerando-se que a massa molar do sal pentahidratado é de 249,683g, as massas molares
de CuO= 79,545g e Cu2O= 143,091/2 = 71,546g e baseado nos dados experimentais, teremos:

CuSO4.5H2O  CuO ou ½ Cu2O


249,683g 79,545g 71,546g
M. inicial M. após etapa 3

Verificando-se que a massa experimental se aproxima mais do Cu2O do que CuO conclui-se
qual o óxido final após a calcinação à 950°C. * Quando a temperatura é muito alta e a atmosfera de
SO2 não for retirada, parte do material pode ser reduzido a Cuo que será oxidado a Cu2O em
contato com ar.

PS.: O material resultante não é agressivo ao meio ambiente e poderá ser descartado no cesto de
lixo. Limpar o cadinho com papel toalha, e deixá-lo sobre a bancada. Não lavá-lo para que não se
quebre quando este for calcinado a altas temperaturas
21

Prática 04 - Determinação gravimétrica de Níquel.

Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar


uma amostra, anotar o número da amostra e o número ou identificação do cadinho. O método se
baseia na precipitação de íons Ni+2 com um agente complexante orgânico conhecido como
Dimetilglioxima (DMG), em pH levemente ácido, neutro ou levemente básico. O complexo
formado tem a composição Ni(DMG)2 onde cada íon níquel desloca um próton de cada molécula
de DMG. O complexo formado se dá através de pares de elétrons de cada nitrogênio formando
desta forma quatro pontes. O complexo além da sua composição definida e alta estabilidade térmica
será pesado diretamente, após um processo de secagem. Como a granulometria do material é
relativamente grande e o material não necessitará ser calcinado, o cadinho utilizado nesta prática
será um cadinho filtrante de vidro (Gooch) de porosidade fina. No caso de não se conhecer
exatamente a porosidade do cadinho, cortar discos de papel de filtro quantitativo faixa preta que se
encaixam perfeitamente ao fundo do cadinho. Esse conjunto deverá ser seco e pesado para
posterior filtragem do precipitado.

1 - Preparo do cadinho
O cadinho de vidro deverá ser lavado com uma solução de HCl concentrado para retirar
vestígios das práticas anteriores (o precipitado se decompõe na presença de ácidos), lavado várias
vezes com água destilada e seco em uma estufa a uma temperatura de 110°C, por um período de 24
horas. Em seguida o cadinho será transferido para um dessecador pequeno (vidro de compota com
sílica gel e um triângulo de porcelana) e pesado em balança analítica. O procedimento deverá ser
repetido até que o peso do cadinho não varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança de
 0,1 mg). Como o tempo envolvido para a prática é relativamente curto, somente um processo de
aquecimento será executado.

2 - Determinação de níquel
Pipetar 10 mL da solução amostra com auxílio de um pipetador de borracha, transferi-los
para um Béquer de 250 mL, adicionar cerca de 50 mL de água destilada e 5 mL de HCl 1:1 (a
solução de HCl concentrado é obtida borbulhando-se gás HCl em água destilada até a sua
saturação que ocorre quando a concentração atinge um limite de 37%, por isso no processo de
abertura de um frasco de HCl concentrado, os vapores de HCl são perdidos continuamente e a
concentração vai sendo reduzida progressivamente). A solução 1:1 possui então uma concentração
nominal de 19,5% em peso. Aquecer a solução até uma temperatura de 70 - 80°C, ou seja, início
dos desprendimento de vapores de água.
Adicionar 10 mL da solução de reativo de dimetilglioxima (solução etanólica a 1%) e em
seguida, juntar aos poucos (sob intensa agitação com bastão de vidro com ponta de látex) uma
solução de NH4OH a 12% até leve excesso de hidróxido. O excesso é percebido quando a solução
apresentar um leve cheiro amoniacal (cuidado: não aproximar o nariz diretamente do Béquer e sim
deslocar os vapores em direção ao nariz).

PS.: Tomar o cuidado de não adicionar um grande excesso de DMG porque o complexo poderá ser
parcialmente solubilizado pelo excesso de etanol presente na solução.
22

O procedimento da adição lenta, sob aquecimento e agitação constante, permite uma maior
homogeneização da solução e desta forma um maior contato dos reagentes o que minimiza os
efeitos de regiões supersaturadas e crescimento de cristais pequenos, mal formados e
contaminados. Deixar o precipitado em repouso por um período de 30 minutos, sem retirar o
bastão de vidro do Béquer.
Como o reativo de dimetilglioxima é pouco solúvel em água, utiliza-se uma solução
etanólica para a sua preparação. 1 mL da solução a 1% precipita 0,0025g de níquel (em função da
concentração de níquel da amostra, verificar se a concentração de dimetilglioxima é suficiente). É
importante não usar um grande excesso de reativo de dimetilglioxima, além de poder precipitar a
dimetilglioxima pura, o excesso poderá dissolver o precipitado, pelo excesso de álcool na solução
precipitante). A precipitação somente ocorre em meio básico.

Ni+2 + 2 C4H8O2N2  Ni(C4H7O2N2)2 + 2H+

O precipitado vermelho se apresenta na forma de flocos de densidade menor que da água


que faz que o material flutue em vez de sedimentar, o complexo (quelato) é formado pelo
deslocamento de dois prótons (1 de cada molécula de dimetilglioxima) e adquire carga neutra. O
material segue a nomenclatura de complexos e pode ser chamado de: bis dimetilglioxima Ni +2 ou
simplesmente dimetilglioximato de Ni+2.
Esvaziar o conteúdo do quitasato da filtração anterior e lavar o quitasato com água
destilada antes de proceder a filtração do material. O material de lavagem deverá ser descartado
adequadamente conforme recomendado pelo professor. Filtrar o material em um cadinho de Gooch
de porosidade fina, utilizando-se uma trompa de vácuo e um quitasato com conexão de borracha.
Para evitar perdas de material por falta de reativo, após a filtração adicionar pelas paredes sobre o
filtrado (com o auxílio de uma pipeta graduada) cerca de 0,5 mL de reativo de dimetilglioxima, se
houver uma precipitação ou turvação vermelha, retirar todo o filtrado e repetir o processo de
filtração (repricipitação). Outro fator importante é a porosidade do cadinho, para alguns casos
existe a possibilidade de que parte do precipitado seja carreado para o filtrado, nesse caso o
cadinho deverá ser substituído ou um pedaço de papel de filtro deverá ser recortado e alojado no
interior do cadinho antes do início da filtração. Obviamente o pedaço de papel deverá ser seco
junto com o cadinho e pesado, assim como descrito no procedimento de preparo do cadinho.
Lavar o material com água destilada em pequenas porções e em seguida secá-lo em estufa a
uma temperatura de 105-110°C por um período de 1 hora. Para o encaixe do cadinho no quitasato
e operação de transferência do cadinho para a estufa, utilizar um pedaço de papel toalha, tomando
sempre o cuidado de não tocá-lo com as mãos, para evitar contaminação com gordura ou
impurezas que não serão retiradas através do processo de secagem.
Transferir o cadinho para o dessecados pequeno com auxílio de uma pinça metálica, esperar
esfriar até a temperatura ambiente (proceder como para o caso da prática de ferro) e pesar o mais
rápido possível.

Cálculos - Expressar o resultado da análise em g% (m/v) com três casas decimais, 100 mL
de amostra possui “x” g de Ni+2.

Ni+2 (amostra)  Ni(C4H7O2N2)2


58,693g 288,9156
x=0,015135g 0,0745g
23

0,015135g de Ni+2 - 10 mL de solução


y= 0,151g% (m/v) - 100 mL de solução

PS.: O conteúdo do cadinho deverá ser lavado com HCl de forma que o níquel solúvel possa ser
descartado em frasco apropriado (o técnico do laboratório irá realizar a limpeza do cadinho).

Prática 05 - Determinação gravimétrica de cálcio e magnésio.

Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar


uma amostra, anotar o número da amostra e o número ou identificação do cadinho. A quantidade
de cálcio presente em uma solução pode, eventualmente, ser determinada por precipitação deste
cátion com oxalato de amônio a quente, na forma de oxalato de cálcio. Os metais que podem
24

formar oxalatos insolúveis (por exemplo, cobre, chumbo e zinco) não devem estar presentes. Este
fato não é grave para a presença de magnésio que precipita lentamente a temperaturas não muito
elevadas (por exemplo 60 °C), pois forma soluções supersaturadas bastantes estáveis. O excesso de
agente precipitante é benéfico para evitar a precipitação do magnésio, que forma um sal complexo
com o oxalato. Uma segunda precipitação é necessária no caso de uma relação muito grande entre
magnésio e cálcio. O precipitado começa a se formar em pH= 4, atinge precipitação total a pH= 5 e
ocorre a máxima precipitação a pH= 7.

Ca+2 + C2O4-2  CaC2O4.H2O

O cálcio não deve ser determinado nesta forma, pois ela é higroscópica e contém uma
elevada quantidade de oxalato de amônio co-precipitado. Se o precipitado for aquecido a uma
temperatura aproximada de 500°C, se decompõe em carbonato de cálcio, que não é higroscópico.

Ca C2O4.H2O  H2O + CO + CaCO3


Se o aquecimento for à maior temperatura (cerca de 900°C), o carbonato de cálcio será


decomposto novamente. Esse método é amplamente utilizado, porém, alguns autores não
consideram essa a melhor forma, devido à massa molar relativamente pequena e à absorção de
dióxido de carbono e água (higroscópico).

CaCO3  CO2 + CaO


1 - Preparo do cadinho
Proceder como descrito na prática de determinação gravimétrica de ferro.

2 - Determinação de cálcio.
Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra, anotar o número da amostra e o número ou identificação do cadinho. Pipetar 10 mL
da solução amostra, transferir para um Béquer de 250 mL e diluí-la com cerca de 100 mL de água
destilada. Acidificar com 3 mL de HCl concentrado (para evitar a precipitação imediata), juntar 10
mL de oxalato de amônio 5% e 6 gotas de vermelho de metila. Aquecer até ebulição (cobrir com
vidro de relógio) e em seguida, adicionar solução de NH4OH 1:1 gota a gota na solução quente até
mudança de cor do indicador (de róseo a amarelo). O excesso de hidróxido de amônio pode
provocar a precipitação do magnésio.
Deixar em repouso por 60 a 90 min e filtrar em papel de filtro analítico S&S vermelha (ou
equivalente, p.ex. Whatman n° 40 ou 540). Filtrar, inicialmente, a fração líquida (evitar o
entupimento dos poros do papel; pode ser a quente devido à baixa solubilidade do precipitado).
Lavar o precipitado com três porções de 5 mL de hidróxido de amônio 1%.
Guardar o filtrado que será utilizado para dosagem de magnésio. Para tal, acidificá-lo com
HCl concentrado até mudança de cor do indicador (de amarelo para róseo) e colocar 3 mL de HCl
de excesso.
Após a secagem, o papel de filtro será retirado do funil, dobrado e transferido para um
cadinho previamente preparado. Alojar o cadinho sobre o triângulo de porcelana, sobre o tripé
metálico. Inclinar o cadinho até cerca de 45°, posicionando o bico de Bunsen na parte posterior do
25

cadinho, com chama baixa. Regular a entrada de oxigênio do bico para melhor queima do gás e
obtenção de chama mais quente. Queimar o material em chama baixa até eliminação total de
fumaças e em seguida em chama alta até a queima completa da matéria orgânica (se houver
material preto principalmente condensado nas laterais do cadinho, girá-lo para que este seja
totalmente eliminado). A inclinação do cadinho permite o acesso do oxigênio à amostra, evitando a
presença de carbono de difícil queima e com alto poder redutor. O ideal é a presença de metais com
seu estado de oxidação mais alto, o que facilitará o processo de calcinação. O papel de filtro
contém somente matéria orgânica o qual será totalmente eliminado, apresentando cinzas na quinta
casa decimal da balança sendo desta forma desprezível no que se refere ao aumento de peso da
amostra.
Após a queima completa do material, o cadinho deverá ser transferido com uma pinça
metálica sobre uma tela de amianto, para uma mufla à uma temperatura aproximada de 900°C, por
um período de 1,5 horas.
Retirá-lo da mufla e resfriá-lo previamente no dessecador grande e em seguida no
dessecador pequeno até a temperatura ambiente. Pesar rapidamente o cadinho com material
calcinado.
Expressar o resultado da análise em g% (m/v) na forma de cálcio. 100 mL de amostra
possui “x”g de Ca. (Na verdade após a análise o resultado será expresso da forma desejada, o que
importa é que se conheça o volume da amostra inicial e a massa e a estequiometria do composto
pesado).

Ca+2 (amostra)  CaO


40,078g 56,077
0,05324g 0,0745g

0,05324g de Ca+2 - 10 mL de solução


y=0,532g% (m/v) - 100 mL de solução

O resultado é expresso em percentagem massa/volume, significa que 100 mL de solução


contém 0,532g de Ca. Expressar o resultado com três casas decimais.

PS.: O material resultante não é agressivo ao meio ambiente e poderá ser descartado no cesto de
lixo. Limpar o cadinho com papel toalha, e deixá-lo sobre a bancada. Não lavá-lo para que não se
quebre quando este for calcinado a altas temperaturas

3 - Preparo do Cadinho
Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
a amostra (todos terão a mesma amostra), anotar o número ou identificação do cadinho. Proceder
como descrito na prática de determinação gravimétrica de ferro.

4 - Determinação de magnésio
A quantidade de magnésio presente em uma solução pode ser determinada por precipitação
deste cátion com fosfato monoácido de amônio na forma de fosfato de magnésio e amônio
hexahidratado (Mg+2NH4PO4-2.6H2O), que precipita lentamente, pois forma soluções
supersaturadas. Deste modo, a solução deve permanecer muitas horas em repouso antes da
filtração.
26

Mg+2 + NH4+ + PO4-3  MgNH4PO4.6H2O

Se a precipitação ocorrer em presença de elevadas concentrações de sais de amônio, o


precipitado poderá conter Mg(NH4)4(PO4)2, que durante a calcinação formará o metafosfato de
magnésio (Mg(PO3)2). A presença de sais de sódio e de potássio em elevadas concentrações
também podem contaminá-lo, sendo necessário a re-precipitação.
O magnésio pode ser determinado nesta forma, após lavagem com etanol, seguido de éter
etílico e secado em dessecador (por 20 min). A exatidão é média, mas o método é rápido e evita a
difícil calcinação do precipitado. Se o precipitado for aquecido a 1000-1100°C, ele se decompõe
em pirofosfato de magnésio.

2.MgNH4PO4.6H2O  13.H2O + 2.NH3 + Mg2P2O7


A calcinação prévia do cadinho é essencial para evitar a redução do fósforo. Neste caso o
cadinho de platina é proibitivo, pois ele seria danificado, além de poder se obter um produto de cor
escura.
Reduzir o volume do filtrado da análise de cálcio por fervura (cuidado para não ocorrer
projeção de material) a ± 150 mL, colocar o cadinho de porcelana limpo e seco na mufla
Acidificar com 3 mL de HCl concentrado (para evitar a precipitação imediata) e juntar ± 1,0
g de fosfato ácido de amônio ou, alternativamente, 10 mL de (NH 4)2HPO4 à 10%. Aquecer a
solução até ebulição (cobrir com vidro de relógio) e em seguida (com a solução ainda quente
porém não superior à 60 - 70°C), adicionar solução de NH 4OH 1:1 até o aparecimento de uma
leve turvação; continuar agitando por mais 2 min e adicionar um excesso de 1 mL de NH 4OH 1:1 e
agitar intensamente. Deixar em repouso por 1 hora (na literatura chega-se a 6 a 8 horas) e filtrar em
papel de filtro analítico S&S azul (ou equivalente, p.ex. Whatman n° 42 ou 542). Filtrar,
inicialmente, a fração líquida (evitar o entupimento dos poros do papel; pode ser a quente devido a
baixa solubilidade do precipitado). Lavar o precipitado com hidróxido de amônio 5%. O filtrado
deverá ser descartado em frasco apropriado conforme recomendação do professor.
Após a secagem o papel de filtro será retirado do funil, será dobrado e transferido para um
cadinho previamente preparado.
Alojar o cadinho sobre o triângulo de porcelana, sobre o tripé metálico. Inclinar o cadinho
até cerca de 45°, posicionando o bico de Bunsen na parte posterior do cadinho, com chama baixa.
Regular a entrada de oxigênio do bico para melhor queima do gás e obtenção de chama mais
quente. Queimar o material em chama baixa até eliminação total de fumaças e em seguida em
chama alta até a queima completa da matéria orgânica (se houver material preto principalmente
condensado nas laterais do cadinho, girá-lo para que este seja totalmente eliminado). A inclinação
do cadinho permite o acesso do oxigênio à amostra, evitando a presença de carbono de difícil
queima e com alto poder redutor. O ideal é a presença de metais com seu estado de oxidação mais
alto, o que facilitará o processo de calcinação. O papel de filtro contém somente matéria orgânica o
qual será totalmente eliminado, apresentando cinzas na quinta casa decimal da balança sendo desta
forma desprezível no que se refere ao aumento de peso da amostra.
Após a queima completa do material, o cadinho deverá ser transferido com uma pinça
metálica sobre uma tela de amianto, para uma mufla à uma temperatura aproximada de 1000 -
1100°C, por um período de 1 a 1,5 horas.
27

Retirá-lo da mufla e resfriá-lo previamente no dessecador grande e em seguida no


dessecador pequeno até a temperatura ambiente. Pesar rapidamente o cadinho com material
calcinado.
Expressar o resultado da análise em g% (m/v) na forma de magnésio. 100 mL de amostra
possui “x”g de Mg. (Na verdade após a análise o resultado será expresso da forma desejada, o que
importa é que se conheça o volume da amostra inicial e a massa e a estequiometria do composto
pesado).

2 Mg+2 (amostra)  Mg2P2O7


48,61g 222,551g
x=0,02348g 0,1075g

0,02348g de Mg+2 - 10 mL de solução


y= 0,235g% (m/v) - 100 mL de solução

O resultado é expresso em percentagem massa/volume, significa que 100 mL de solução


contém 0,235g de Mg. Expressar o resultado com três casas decimais.

PS.: O material resultante não é agressivo ao meio ambiente e poderá ser descartado no cesto de
lixo. Limpar o cadinho com papel toalha, e deixá-lo sobre a bancada. Não lavá-lo para que não se
quebre quando este for calcinado a altas temperaturas

Prática 06 - Determinação titulométrica de ácido sulfúrico.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número. Antes de proceder qualquer análise titulométrica de
neutralização necessita-se de uma solução com concentração conhecida (solução padrão), que será
utilizada para titular a solução problema. Conhecendo-se as espécies envolvidas e a relação
estequiométrica entre elas, através de uma titulação, a concentração da espécie problema poderá
ser determinada. Para determinarmos a concentração real da solução titulante (se esta não consiste
de um padrão primário) abrimos mão de uma substância, conhecida como padrão primário.
No caso da titulação de ácido acético com uma solução padrão de hidróxido de sódio,
devemos padronizar a solução de hidróxido de sódio com um padrão primário ácido comum (Ex.:
biftalato de potássio ou ftalato ácido de potássio).

1 - Preparo de uma solução de hidróxido de sódio 0,1 Eq/L (concentração aparente)


28

Uma solução molar de hidróxido de sódio é obtida através da solubilização de um mol de


hidróxido de sódio em um litro de água destilada. Como o hidróxido de sódio possui somente uma
hidroxila por mol, o Eq grama é igual ao mol.

NaOH:
39,997g - 1000mL - 1 Mol/L = 1Eq/L
3,9997g - 1000mL - 0,1Eq/L

Como o hidróxido de sódio é uma substância carbonatável e higroscópica (portanto não


padrão primária), devemos preparar a solução com um pequeno excesso de hidróxido de sódio
(4,2g em vez de 3,9997g), avolumar em um balão volumétrico e após homogeneização, transferi-la
para um frasco de polietileno com tampa rosqueada e rotulá-lo pela metodologia padrão.
Imediatamente após a solução deverá ser padronizada, como descrito abaixo. Deixando a solução
em repouso por muito tempo, antes do uso, esta deverá ser padronizada novamente. A rigor os
teores de carbonato de sódio e hidróxido de sódio deveriam ser determinados (prática de dosagem
de carbonato e hidróxido de sódio) porém somente o processo de titulação até pH próximo a
neutro será conduzido.

2 - Padronização da solução 0,1 Eq/L de hidróxido de sódio, pelo biftalato de potássio.

C6H4.COOH.COOK + NaOH  C6H4.COONa.COOK + H2O

* O ponto final da reação será determinado através de um indicador (solução de fenolftaleína)

Conhecendo-se a estequiometria da reação, a pureza e a massa molar do biftalato de


potássio (MM= 204,22g) e o volume teórico de hidróxido de sódio que se pretende gastar na
titulação (Ex. 15 mL), calcula-se a massa de biftalato de potássio que deverá ser pesado.

204,2215g - 1000mL - 1 Mol/L


x= 0,306332g - 15mL - 0,1 Mol/L (solução de hidróxido de sódio)

Pesa-se então em uma balança analítica (precisão de 0,1 mg), sobre um pesa filtro ou papel
de alumínio, cerca de 0,3g de biftalato de potássio (pureza de 100%). Observe-se que o processo
de pesagem deverá ser rápido e que não é necessário pesar exatamente o peso teórico, aliás
desaconselha-se tal escolha já que a pesagem experimental será recalculada como descrito abaixo.
Ex.: Pesagem experimental 0,3091g.

Valor teórico : 0,306332g - 15 mL


Pesagem experimental: 0,3091g - 15,136 mL (volume teórico)

O volume teórico demonstra que se a solução de hidróxido de sódio for exatamente


0,1Eq/L, para a massa de 0,3091 g de biftalato de potássio serão gastos exatamente 15,136 mL da
solução de hidróxido. Transferir a massa de biftalato quantitativamente para um erlenmeyer de
250mL com o auxílio do pisseti de polietileno, adicionar em seguida água destilada até a marca de
100mL e 3 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. Não se preocupe se o biftalato de potássio
não for solubilizado imediatamente, já no início da titulação a solubilização ocorrerá por completo.
Alojar a solução de hidróxido de sódio à padronizar na bureta como descrito abaixo. (Como
a fenolftaleína é insolúvel em água, uma solução etanólica será utilizada. A concentração dessa
29

deverá ser baixa porque sendo um reativo irá consumir o reagente, no caso hidróxido de sódio,
provocando erro na titulação. Para uma solução a 1% e utilizando-se somente 3 gotas, o erro
associado é totalmente desprezível.)
Lavar a bureta com água destilada, escoar a água e em seguida ambientar a bureta com
cerca de 5 mL da solução de hidróxido de sódio, todo o seu interior e descartando a solução. Em
seguida preencher a bureta com a solução de hidróxido de sódio aferindo o volume em zero,
tomando o cuidado para eliminar todas as bolhas de ar principalmente pelo preenchimento do
volume após a torneira. Titular a solução sobre um fundo branco até a viragem da cor do indicador
de incolor para rosa claro. Conhecendo-se o volume teórico e esperando-se que a preparação da
solução ocorreu de uma forma satisfatória, adiciona-se cerca de 15 mL da solução diretamente
(observe-se o volume teórico) no erlenmeyer e sob agitação adicionar a solução gota a gota até
surgimento da cor rosa característica. Um pouco antes do final da titulação (ponto final) a cor
aparece e sob agitação volta a descorar, isso corre pela baixa concentração da solução de biftalato
de potássio e necessidade de permitir que as espécies reativas se encontrem para poder reagir.
Nesse instante anota-se o volume e em seguida com cuidado adiciona-se mais uma gota (as vezes
mais de uma) até surgimento da coloração persistente, porém de tonalidade bem fraca. Nesse ponto
anota-se novamente o volume (descartando-se o volume anterior). O volume assim determinado
(Ex.: 15,2 mL) passa a ser chamar, volume experimental. A diferença entre os volumes teórico e
experimental demonstra que a solução não está com a concentração exatamente igual a 0,1Eq/L e
deverá ser corrigida através de uma fator conhecido como fator de correção volumétrica (Fcv).

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Fcv = volume teórico (15,136 mL) / volume experimental (15,2 mL) = 0,9958

A concentração real da solução deverá ser determinada multiplicando-se a concentração


aparente (0,1Eq/L) pelo fator de correção volumétrico da solução (0,9958).

Concentração real = 0,1 x 0,9958 = 0,09958 Eq/L

A solução padronizada será utilizada para a titulação da amostra do ácido sulfúrico.

3 - Titulação da amostra
Embora o ácido sulfúrico tenha dois prótons, este não pode ser titulado em duas etapas
porque ao ser diluído em água, o primeiro hidrogênio é ionizado totalmente e o segundo,
parcialmente. No momento da titulação até pH levemente alcalino, os dois hidrogênios estão
completamente ionizados e podem ser titulados, utilizando-se a fenolftaleína como indicador. Como
se trata de uma titulação de ácido forte e base forte, o pH no ponto de equivalência será igual a 7.

H2O  H+ + OH-

Desse equilíbrio teremos: Kw = [H+] [OH-] = 1 x 10-14  [H+] = [OH-] = 1x10-7 mol/L ou
seja pH =7,0.
Pipetar 10mL da amostra, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100
mL de água destilada e 3 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína a 1%. Titular com a solução de
hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração rosa clara persistente (Ex.: 29,4
mL).
30

Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações


seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Cálculo 1

H2SO4 + 2 NaOH  Na2SO4 + 2 H2O


98,0788g 2x39,997g = 79,994g

Sabendo-se que 98,0788g de ácido sulfúrico reagem com 79,994g de hidróxido de sódio
(reação 1/2), calcula-se a partir do volume e a concentração do hidróxido de sódio, a massa de
hidróxido.

NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L = 1Eq/L
X= 0,117097g - 29,4 mL - 0,09958 Eq/L

H2SO4 + 2 NaOH  Na2SO4 + 2 H2O


98,0788g 79,994g
x=0,14357g 0,117097g

Os 29,4mL (média de duas determinações) de solução de hidróxido de sódio 0,09958Eq/L


titularam 0,14357g de ácido sulfúrico contidos em 10 mL de amostra.

0,14357g de H2SO4 - 10mL de amostra


x= 1,436g% (m/V) - 100mL de amostra

Cálculo 2:
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do NaOH é igual
à massa molar e o do ácido sulfúrico é a massa molar dividido por dois). Embora o ácido sulfúrico
reaja com o hidróxido de sódio na relação estequiométrica 1 / 2 (1 mol de ácido sulfúrico reage
com 2 mols de hidróxido de sódio), 1 equivalente de ácido sulfúrico reage com um equivalente de
hidróxido de sódio.

H2SO4:
98,0788g - 1000 mL - 1mol/L
49,0394g - 1000 mL - 1Eq/L
x= 0,00490394g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de NaOH utilizada)

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,00490394g de ácido sulfúrico.

1mL de NaOH - 0,00490394g de ácido sulfúrico


n° mL gastos da titulação x Fcv NaOH - “x” g de ácido sulfúrico
31

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x” g de ácido sulfúrico foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10.

“x” g de ácido sulfúrico - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado. Expressar o resultado com três casas
decimais.

Curva de titulação ácido forte com base forte.


Ex.: 100 mL de HCl 0,1 Mol/L são titulados com uma solução de NaOH 0,1 Mol/L. Nesse
caso refere-se às concentrações reais onde Creal (Eq/L) = Cap (rótulo) x Fcv . Fcv = fator de
correção volumétrico.

1 – pH inicial da solução.
Como se trata de ácido forte, o HCl está totalmente ionizado, portanto a concentração de
prótons é igual a concentração de HCl inicial ou seja 0,1 mol/L.

pH = -log [H+] = - log 0,1 = 1,00.

2 - Adição de 50 mL de base
Nesse caso 50% do prótons foram neutralizados por íons hidroxila e o volume foi
aumentado para 150 mL, teremos então:

[H+] = (Ca.Va – Cb.Vb) / Va + Vb = 0,1 x 100 – 0,1 x 50 / 150 = 3,33x10-2 Mol/L  pH = 1,477

Nesse caso, as concentrações devem ser utilizadas em mol/L de prótons ou Eq/L do ácido
(ou da base). Eq/L para ácido é a massa molar do ácido dividido pelo número de prótons ionizáveis
e para bases, massa molar da base dividido pelo número de hidroxilas ionizáveis.

3 – Adição de 75 mL de base

[H+] = (Ca.Va – Cb.Vb) / Va + Vb = 0,1 x 100 – 0,1 x 75 / 175 = 1,43x10-2 Mol/L  pH = 1,845

4 – Adição de 95 mL de base
32

[H+] = (Ca.Va – Cb.Vb) / Va + Vb = 0,1 x 100 – 0,1 x 95 / 195 = 2,56x10-3 Mol/L  pH = 2,591

5 – Adição de 100 mL de base


Nesse ponto como os volumes são iguais e as concentrações iguais, não temos nem prótons
derivado do ácido e nem íons hidroxila derivados da base. Esse ponto, na titulação de ácidos e
bases fortes chama-se de ponto de equivalência. O pH é calculado através da ionização da água.

H2O  H+ + OH-
Esse equilíbrio é representado pela equação: K = [H +].[OH-]/[H2O], entretanto a
concentração de água em mol/L em um litro de água é de aproximadamente 55,41 mol/L
(1000g/18,0148g = 55,51 mol/L). Multiplicando-se este valor pela consta de equilíbrio teremos a
expressão da constante de ionização da água (Kw) onde Kw = 1x10-14 (25°C) = [H+].[OH-]
Como a concentração de prótons é igual a concentração de íons hidroxila, teremos: Kw =
[H ] = [OH-]2 e desta forma [H+] = [OH-] = Kw = 1x10-7 mol/L e o pH = 7,00.
+ 2

5 – Adição de 101 mL de base


Nesse caso todo o ácido já foi neutralizado e teremos:
[OH-] = (Cb.Vb – Ca.Va) / Va + Vb = 0,1 x 101 – 0,1 x 100 / 201 = 4,98x10 -4 Mol/L  pOH =
3,303; como pH + pOH = 14, teremos: pH = 14 – pOH = 10,70.

6 – Adição de 105 mL de base

Nesse caso todo o ácido já foi neutralizado e teremos:

[OH-] = (Cb.Vb – Ca.Va) / Va + Vb = 0,1 x 105 – 0,1 x 100 / 205 = 2,44x10 -4 Mol/L  pOH =
2,613; como pH + pOH = 14, teremos: pH = 14 – pOH = 11,39.

A partir do ponto de equivalência teremos o pH aumentado até que com a adição de infinito
número de mL de base teremos a tendência a atingir o pH = 13,0, sem entretanto atingi-lo já que
existe 200 mL de água produzidos pela neutralização do ácido e da base.

14
Tende ao pH da sol. de NaOH
12

10 Rosa
9,4
Ponto Final (Ex.: pH=8,7) Fenolftaleína
8 8,2
Erro devido ao indicador Incolor
pH

Ponto de Equivalência pH= 7,00


6

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Volume de NaOH (mL)


33

Figura 1 – Curva de titulação de 100 mL de HCl 0,1 Mol/L c/ NaOH 0,1 mol/L.

Prática 07 - Determinação titulométrica de ácido acético em vinagre.

1 - Padronização da solução de hidróxido de sódio.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número. Proceder no descrito na prática número 6 (Ex.: Fcv= 1,0295).

2 - Titulação da amostra
Vinagre é amplamente utilizado na indústria alimentícia na forma de soluções diluídas de
ácido acético (entre 3,5 a 8% em peso). O vinagre pode ser obtido através de diluição de soluções
de ácido acético glacial (ácido acético concentrado) ou através da oxidação do álcool etílico.

CH3CH2OH + O2  CH3COOH + H2O

2.1 - Titulação do vinagre.


Pipetar 10 mL do vinagre, transferir para um balão volumétrico de 100 mL e aferir até a
marca com água destilada. Pipetar 10mL da amostra diluída, transferir para um erlenmeyer de 250
mL, adicionar cerca de 100 mL de água destilada e 3 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína a
1%. Titular com a solução de hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração rosa
clara persistente (Ex.: 8,2 mL).

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

CH3COOH + NaOH  CH3COONa + H2O

Cálculo 1
Sabendo-se que 60,0526g de ácido acético reagem com 39,997g de hidróxido de sódio
(reação 1/1), calcula-se a partir do volume e a concentração do hidróxido de sódio, a massa de
hidróxido.

NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
0,033765g - 8,2 mL - 0,10295 Eq/L
34

CH3COOH + NaOH  CH3COONa + H2O


60,0516g 39,997g
x= 0,050695g 0,033765g

Os 8,2 mL de solução de hidróxido de sódio 0,10295 Eq/L titularam 0,050695g de ácido


acético contidos em 10 mL da amostra diluída ou 1 mL do vinagre.

0,050695g de ácido acético - 1mL de vinagre (10 mL da amostra diluída)


x= 5,069 g% (m/V) - 100mL de vinagre

A resposta se apresenta na forma de concentração em m/V, significa que a cada 100 mL de


vinagre contém 5,069g de ácido acético (comparar os dados obtidos com o teor de ácido acético
indicado no frasco da amostra e na legislação). Resultado com três casas decimais.

Cálculo 2

CH3COOH:
60,0516g - 1000 mL - 1Eq/L
x= 0,00600516g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de NaOH utilizada)

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,00600516g de ácido acético.

1 mL de NaOH - 0,00600516g de ácido acético


n° mL gastos da titulação x fcv NaOH - “x” g de ácido acético

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x” g de ácido acético foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra concentrada ou seja, 10mL de amostra diluída
representam 1mL da amostra concentrada, o resultado final expresso em g% (m/v) será obtido
multiplicando-se por 100.

“x”g de ácido acético - 1mL (amostra concentra = 10mL da amostra diluída)


g% - 100 mL

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado. Expressar o resultado com três casas
decimais.

2.2 - Titulação de uma solução diluída de ácido acético


Pipetar 10mL da amostra, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100
mL de água destilada e 3 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína a 1%. Titular com a solução de
hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração rosa clara persistente (Ex.: 25,4
mL).
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
35

objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.
PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Cálculo 1
Sabendo-se que 60,0526g de ácido acético reagem com 39,997g de hidróxido de sódio
(reação 1/1), calcula-se a partir do volume e a concentração do hidróxido de sódio, a massa de
hidróxido.
NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
X= 0,10459g - 25,4 mL - 0,10295 Eq/L

CH3COOH + NaOH  CH3COONa + H2O


60,0516g 39,997g
x= 0,15703g 0,10459g

Os 25,4mL (média de duas determinações) de solução de hidróxido de sódio 0,10295 Eq/L


titularam 0,15703g de ácido acético contidos em 10 mL da amostra original. Resultado com três
casas decimais.

0,15703g de ácido acético - 10mL de amostra


x= 1,5703 g% (m/V) - 100mL de amostra

Cálculo 2
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso os equivalente do NaOH ou do
ácido acético são as massas molares (número de prótons e hidroxilas ionizáveis = 1,0).

CH3COOH:
60,0516g - 1000 mL - 1Eq/L
x= 0,00600516g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de NaOH utilizada)

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,00600516g de ácido acético.

1 mL de NaOH - 0,00600516g de ácido acético


n° mL gastos da titulação x fcv NaOH - “x” g de ácido acético

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x” g de ácido acético foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10. Resultado com três casas decimais.

“x” g de ácido acético - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado.


36

Curva de titulação de ácido fraco com base forte

Ex.: 50 mL de ácido acético 0,1 Mol/L são titulados com uma solução de NaOH 0,1
Mol/L.
O ácido acético sendo um ácido fraco (constante de ionização Ka=1,85x10-5) se ioniza
somente parcialmente em água, sendo que a extensão da ionização depende da concentração inicial
do ácido como descrito na equação abaixo. Como se trata de ácido fraco e concentração é uma
propriedade intrínseca da solução, o volume não desempenha papel nenhum nos cálculos que são
realizados para o pH inicial, como descrito abaixo.

1– pH inicial da solução.

CH3COOH  CH3COO- + H+
0,1 – x x x

Ka = [CH3COO-][H+] / [CH3COOH] = x2 / 0,1 – x

A determinação da concentração de prótons em solução conduz a uma equação do segundo


grau que tem como solução: x2 + Ka.x – 0,1 Ka = 0

x = (- Ka + (Ka)2 – 4(-Ka)) / 2 = 1,3509x10-3 mol/L e o pH= 2,869.

Como “x” é correspondente a concentração molar de prótons em solução que é igual a


concentração molar de íons acetato, o pH resultante será = 2,869. A concentração de ácido acético
não ionizado (0,1 – x) será de 0,0986 mol/L ou seja somente 1,35% do ácido acético inicial se
ionizou. Obviamente no caso de um ácido forte, a ionização seria de 100%, já que se trata de uma
ácido forte.
Outra forma de resolver a equação de segundo grau é o método das aproximações
sucessivas, que conduzem ao mesmo resultado.

Passo 1
Na equação Kh = [CH3COO-][H+] / [CH3COOH] = x2 / 0,1 – x, assumimos que a
concentração do ácido após o processo de ionização é a concentração inicial.

Ka = x2 / 0,1  x = (0,1 . Ka) = 1,3601x10-3 mol/L, o valor gerado vai para o passo 2 como
valor de “x” no denominador.

Passo 2
Ka = x2 / 0,1-1,3601x10-3  x = (0,1 . Ka) = 1,3509x10-3 mol/L, o valor gerado vai para o
passo 3 como valor de “x” no denominador.
37

Passo 3
Ka = x2 / 0,1-1,3509x10-3  x = (0,1 . Ka) = 1,3509x10-3 mol/L. Como o valor de x nos últimos
dois passo é igual, essa é a solução da equação de segundo grau (vide resolução completa).
2 - Adição de 1 mL de base
Nesse caso o ácido acético irá reagir com o NaOH produzindo o acetato de sódio que por
sua vez irá se ionizar e eventualmente hidrolizar.

CH3COOH + NaOH  CH3COONa + H2O


CH3COONa  CH3COO- + Na+
CH3COO- + H2O  CH3COOH + OH-
Ci – x x+exc. x
Exc. = concentração de ácido acético que irá influenciar no equilíbrio deslocando-o para a
esquerda, ou seja, inibindo a hidrólise.
O excesso de ácido vai se ionizar e o excesso de íons acetato (exc.) vai inibir a ionização do
ácido. Qualquer uma das duas equações poderá ser utilizada para o cálculo do pH.

Ex.: Uso da equação da ionização do ácido

CH3COOH  CH3COO- + H+
Ci – x x+exc. x
Exc. = concentração de íons acetato que irá influenciar no equilíbrio de ionização do ácido acético
deslocando-o para a esquerda, ou seja, inibindo a ionização.
Ci= Concentração de ácido acético restante na solução, após a adição do NaOH.

Ci = (Ca.Va – Cb.Vb) / Va + Vb = 0,1 x 50 – 0,1 x 1 / 51 = 9,608x10-2 Mol/L


Exc. = 1 x 0,1 / 51 = 1,9608x10-3 mol/L
Como no caso das titulações de ácidos e bases fortes, as concentrações devem ser utilizadas
em mol/L de prótons ou Eq/L do ácido (ou da base).

Aplicando na equação de ionização, teremos:

Ka = [CH3COO-][H+] / [CH3COOH] = (x+exc).x / Ci - x = (x+1,9608x10 -3).x / 9,608x10-2


– x e a equação de segundo grau dá o valor de x = [H+] = 6,709x10-4 mol/L  pH = 3,17.

3– Adição de 40 mL de base

Ci = (Ca.Va – Cb.Vb) / Va + Vb = 0,1 . 50 – 0,1 . 40 /90 = 1,111x10-2 Mol/L


Exc. = 0,1 x 40 / 90 = 4,444x10-2 mol/L

Aplicando na equação de ionização, teremos:

Ka = [CH3COO-][H+] / [CH3COOH] = (x+exc).x / Ci - x = (x+4,444x10-2).x /1,111x10-2 –


x e a equação de segundo grau dá o valor de x = [H+] = 4,677x10-6 mol/L  pH = 5,33.
Nesse caso algumas aproximações são possíveis ou seja, como existe um grande excesso de
íons acetato e a concentração de ácido é pequena podemos assumir que o processo de ionização do
ácido é pequeno. Desta forma os valores de x no numerador e denominador poderão ser cortados.
38

Ka = = exc.x / Ci  x = 4,625x10-6 mol/L e pH = 5,335

Esse tipo de procedimento é adotado em tampões verdadeiros ou seja concentrações de


ácidos e bases próximas entre si. Essa aproximação é conhecida na forma de uma equação
conhecida como equação de Henderson-Hasselbalch (pH = pKa + log [sal]/[ácido]).
Substituindo teremos:

pH = 4,733 + log [4,444x10-2]/[1,111x10-2] = 4,733 + 0,602 = 5,335.

4 – Adição de 50 mL de base
Como se trata de uma titulação de ácido fraco com base forte, no ponto de equivalência
teremos uma solução de acetato de sódio. Como o acetato é proveniente de um ácido fraco, sofrerá
o processo de hidrólise elevando o pH no ponto de equivalência acima do valor de 7,0. O cálculo
do ponto de equivalência poderá ser calculado como descrito abaixo.

[CH3COOHNa] = 50x01/100 = 0,05 mol/L

CH3COO- + H2O  CH3COOH + OH-


0,05 – x x x
O processo de hidrólise é descrito pela equação abaixo:

Kh = [CH3COOH][OH-] / [CH3COO-] = x2 / 0,05 – x

Como a constante de hidrólise não é dada na literatura, deverá ser calculada a partir da
constante de Kw e Ka do ácido produzido ou que deu origem ao sal. Multiplicando-se o numerado
e denominador da equação pela concentração de prótons teremos:

Kh = [CH3COOH][OH-][H+] / [CH3COOH][H+] = Kw / Ka = 1,x10-14 / 1,85x10-5 =


5,405x10-10

A determinação da concentração de íons hidroxila em solução conduz novamente a uma


equação do segundo grau que tem como solução: x2 + Kh.x – 0,05 Kh = 0.

x = (- Kh + (Kh)2 – 4(-0.05Kh)) / 2 = 5,198x10-6 mol/L

Como x é correspondente a concentração molar de íons OH - em solução que é igual a


concentração molar de ácido acético não ionizado, o pOH resultante será = 5,284 e o pH será =
8,716. A concentração de íons acetato não hidrolizados (0,05 – x) será de 4,999x10 -2 mol/L ou seja
somente 0,0104% serão hidrolizados.

Aproximações.
Em algumas situações particulares, algumas aproximações poderão ser realizadas:

Kh = [CH3COOH][OH-] / [CH3COO-] = x2 / 0,05 – x

Como se sabe que a concentração de íons hidroxila é muito pequena (x), o denominador
poderá ser reduzido a 0,05. Nesse caso, a equação é reduzida e a concentração de íons hidroxila
pode imediatamente ser calculado como:
39

X = (5,405x10-10 . 0,05) = 5,199 x 10-6 mol/L, pOH = 5,284 e o pH = 8,716. Veja que
nesse caso uma boa aproximação pode ser realizada, já que os resultados são idênticos. Esse
aproximação entretanto somente poderá ser realizada com critério e com segurança, somente a
resolução completa da equação de segundo grau conduzirá ao resultado correto.

No caso da titulação de ácidos fracos, é importante salientar que a escolha do uso dos
indicadores deverá levar em consideração os processos de hidrólise do ânions envolvidos. No caso
descrito acima, a fenolftaleína seria perfeitamente adequada. No caso da titulação da prática, as
amostras de ácido acético são mais diluídas o que faz que o pH no ponto de equivalência sejam
menos básicos porém sempre acima de pH=7,0.

5 – 50,1 mL de base
Nesse caso existe um excesso de base na titulação o que vai inibir o processo de hidrólise do
íon acetato.

[CH3COONa] = 50x01/100,1 = 0,04995 mol/L


[OH-] = 0,1 x 0,1 / 100,1 = 9,99x10-5 mol/L

CH3COO- + H2O  CH3COOH + OH-


0,04995 – x x x+9,99x10 -5
Kh = [CH3COOH][OH ] / [CH3COO-] = (x+9,99x10-5).x / 0,04995 – x
-

Resolvendo a equação de segundo grau teremos [OH -] = 4,186x10-7 mol/L, essa é a


contribuição do processo de hidrólise porém o teor de hidroxilas total será x + 9,99x10 -5 =
5,032x10-5 mol/L, isso quer dizer que a contribuição do processo de hidrólise é pouco significativa.
Desconsiderando hidrólise pH = 9,698 e considerando pH = 9,702.

6 – 51 mL de base
Já que com a contribuição de 0,1 mL a hidrólise é baixa com 1 mL e mais será muito menor
e o pH será calculado através do excesso de base.
[OH-] = 1 x 0,1/101 = 9,9x10-4 mol/L, pOH = 3,00 e pH = 11,0.

14
Tende ao pH da sol. de NaOH
12

10 Rosa
9,4
Ponto de Equiv. pH=8,72
Fenolftaleína
Ponto Final (Ex.: pH=9,0)
8 8,2
Incolor
pH

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Volume de NaOH (mL)


40

Figura 1 – Curva de titulação de 50 mL de ácido acético 0,1 Mol/L c/ NaOH 0,1 mol/L.

Em algumas situações particulares a concentração de prótons (ou íons hidroxila) é tão


pequena que é da mesma ordem de grandeza que a água, e dificuldades surgem quando calcula-se o
pH dessas soluções.

Ex.: Qual o pH de uma solução de NaOH 1x10-8 mol/L?


Obviamente que se calcularmos o pOH diretamente da concentração de OH -, o valor
encontrado será de 8 e o pH consequentemente 6,0. Isso não faz sentido já que uma solução de
NaOH não pode jamais ser ácida. Nesses cálculos estamos desconsiderando um fator importante
que é a contribuição do processo de auto-ionização da água, ou seja:

H2O  H+ + OH-
x x

Como adicionamos um teor de hidroxila de uma fonte externa (NaOH), o cálculo deverá ser
realizado, considerando-se o efeito do íon comum.

H2O  H+ + OH-
x x + 1x10-8

Kw = 1x10-14 = x . (x+1x10-8) = x2 + 1x10-8.x –Kw = 0

Resolvendo essa equação de segundo grau, onde x representa a concentração de prótons em


mol/L, teremos: x= 9,51x10-8 mol/L  pH = 7,02.
Uma outra forma menos sofisticada de resolver o problema seria aproximar a equação de tal
forma que o termo em parêntese fosse calculado sem a presença de íon comum, desta forma
teríamos:

1x10-14 = x . (1,1x10-7)  x = 9,09x10-8 mol/L  pH = 7,04. Embora essa não seja a


resolução da equação de segundo, o valor de pH de 7,04 é muito mais próximo do valor real de
7,02 do que a resposta errada (6,0).

O mesmo raciocínio vale para o caso de pequenas concentrações de ácidos, sendo nesse
caso o efeito do íon comum atribuído à presença de prótons na solução.
41

Hidrólise de sais.

1 – Sais provenientes de ácidos e bases fortes.

Ex.: NaOH + HCl  NaCl + H2O

O sal solubilizado irá produzir os íon hidratados em solução. Como eles são provenientes de
ácidos e bases fortes, o processo de hidrólise é inexistente e o pH final da solução deverá ser dado
a partir do processo da auto-ionização da água e o pH resultante será igual a 7,00.

2 – Sais provenientes de ácido forte e base fraca.

Ex.: HCl + NH4OH  NH4Cl + H2O

O sal solubilizado irá produzir os íons hidratados em solução. Como o sal é proveniente de
um ácido forte, o íon cloreto é uma base conjugada fraca e o íon amônio, um ácido conjugado
forte. O processo de hidrólise irá ocorrer com o ácido conjugado forte, tentando recuperar a base
que deu origem ao sal de tal forma que o pH da solução será ácido.

NH4Cl  NH4+ + Cl-


NH4+ + H2O  NH4OH + H+

O cálculo do pH se dará através da expressão da hidrólise descrita pela equação abaixo. Ex.:
Qual o pH de 100mL de uma solução contendo 2,75g de NH4Cl (MM=53,495)?
O primeiro passo nesse caso é calcular a concentração de cloreto de amônio em mol/L na
solução ou seja:

NH4Cl
53,495g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
5,3495g - 100 mL - 1 Mol/L
2,75g - 100 mL x= 0,5141 Mol/L

A partir da concentração, parte-se para o cálculo do pH.


NH4+ + H2O  NH4OH + H+
0,5141-x x x

Kh = [NH4OH][H+] / [NH4+] = x2 / 0,5141 – x

Como a constante de hidrólise não é dada na literatura, deverá ser calculada a partir da
constante de Kw e Ka do ácido produzido ou que deu origem ao sal. Multiplicando-se o numerado
e denominador da equação pela concentração de hidroxila teremos:

Kh = [NH4OH][H+][OH-] / [NH4+][OH-] = Kw / Kb = 1,x10-14 / 1,8x10-5 = 5,556x10-10

A determinação da concentração de prótons em solução conduz novamente a uma equação


do segundo grau que tem como solução: x2 + Kh.x – 0,5141 Kh = 0.
42

x = (- Kh + (Kh)2 – 4(-0.5141Kh)) / 2 = 1,69x10-5 mol/L

Como x é correspondente a concentração molar de prótons em solução que é igual a


concentração molar do hidróxido de amônio não ionizado, o pH resultante será = 4,77. A
concentração de íons amônio não hidrolizados (0,5141 – x) será de 0,51408 mol/L ou seja somente
0,00329% serão hidrolizados.

3 – Sais provenientes de ácido fraco e base forte.

Ex.: HCN + NaOH  NaCN + H2O

O sal solubilizado irá produzir os íons hidratados em solução. Como o sal é proveniente de
um ácido fraco, o íon cianeto é uma base conjugada forte e o íon sódio, um ácido conjugado fraco.
O processo de hidrólise irá ocorrer com a base conjugada forte, tentando recuperar o ácido que deu
origem ao sal de tal forma que o pH da solução será básico.

NaCN  Na+ + CN-


CN- + H2O  HCN + OH-

O cálculo do pH se dará através da expressão da hidrólise descrita pela equação abaixo. Ex.:
Qual o pH de 100mL de uma solução contendo 1,4703g de NaCN (MM=49,011)?
O primeiro passo nesse caso é calcular a concentração de cianeto de sódio em mol/L na
solução ou seja:
NaCN
49,011g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
4,9011g - 100 mL - 1 Mol/L
1,4703g - 100 mL x= 0,3 Mol/L

A partir da concentração, parte-se para o cálculo do pH.

CN- + H2O  HCN + OH-


0,3-x x x

Kh = Kw/Ka = [HCN][OH-] / [CN-] = 1x10-14/ 2,1x10-9 = 4,762x10-6 = x2 / 0,3 – x

A determinação da concentração de prótons em solução conduz novamente a uma equação


do segundo grau que tem como solução: x2 + Kh.x – 0,3 Kh = 0.

x = (- Kh + (Kh)2 – 4(-0,3Kh)) / 2 = 2,1798x10-3 mol/L

Como x é correspondente a concentração molar de íons hidroxila em solução, o pOH


resultante será = 2,66 e o pH= 11,34.

4 – Sais provenientes de ácido fraco e base forte.


Quando sais são gerados a partir de ácidos e bases fracos, várias são as hipóteses envolvidas
porém em cada caso teremos uma constante de ionização do ácido e uma constante de dissociação
da base.
43

A – Quando a constante de ionização do ácido é igual a constante da ionização da base (esse é um


caso bastante raro).
Nessa situação nem o ânion e nem o cátion tem força suficiente para hidrolizar e o pH
resultante será igual a 7,00.

B – Quando a constante de ionização do ácido é maior do que a constante de ionização da base.


Nessa situação poderemos encarar a situação aproximadamente como sendo uma titulação
entre um ácido forte e uma base fraca e os cálculos poderão ser realizados como descrito para esse
caso.

C - Quando a constante de ionização do ácido é menor do que a constante de ionização da base.


Nessa situação poderemos encarar a situação aproximadamente como sendo uma titulação
entre um base forte e uma ácido fraco e os cálculos poderão ser realizados como descrito para esse
caso.

Fração Molar ().


Normalmente é importante conhecer a distribuição das concentrações das espécies em
função do pH, no caso pode ser um sistema tamponado. O caso do ácido fosfórico é um sistema
interessante a ser analisado.
Esse tipo de análise pode ser feita para qualquer sistema complexo e no caso de uma reação
química necessitando-se uma espécie iônica específica, é importante conhecer exatamente o pH em
que essa espécie prevalece.

Ex.: Necessitamos da espécie HPO4-2 para uma reação química e dispomos de um sal de sódio (Ex.:
NaH2PO4 ou Na2HPO4 ou Na3PO4) ou ao ácido fosfórico. Qual o pH que a reação deve ser
conduzida para que a concentração de HPO4-2 seja máxima?

Ex.: 50 mL de uma solução de H3PO4 0,1 mol/L vai ser titulado com NaOH 0,1 mol/L. Qual o pH
no segundo ponto de equivalência? (qual o pH em que a concentração de HPO4-2 seja máxima?).
Como a solução de ácido fosfórico é de 0,1 mol/L, independente do pH da solução, todas as
espécies derivadas do ácido fosfórico somadas, terão a concentração inicial (concentração analítica
= Ca).

Ca = 0,1 mol/L = [H3PO4] + [H2PO4-] + [HPO4-2] + [PO4-3]

Por definição chamaremos: 0= [H3PO4]/Ca; 1= [H2PO4-]/Ca; 2= [HPO4-2]/Ca e 3= [PO4-
3
]/Ca e 0 + 1 + 2 + 3 = 1,0 ou seja, somando-se as concentrações de todas as espécies teremos
a concentração inicial ou Ca.

Para colocar a equação de 0 em função de variáveis como Ka1, Ka2, Ka3 e [H+] teremos que
utilizar as equações abaixo:

H3PO4  H2PO4- + H+; Ka1 = 7,51x10-3 = [H3PO4-][H+] / [H3PO4]

H2PO4-  HPO4-2 + H+; Ka2 = 6,23x10-8 = [HPO4-2][H+] / [H2PO4-]


44

HPO4-2  PO4-3 + H+; Ka3 = 2,2x10-13 = [PO4-3][H+] / [HPO4-2]

Então colocando a equação em função da concentração de H3PO4 teremos:

Ca = 0,1 mol/L = [H3PO4] + [H2PO4-] + [HPO4-2] + [PO4-3]


[H2PO4-] = Ka1[H3PO4]/[H+] de Ka1 = 7,51x10-3 = [H3PO4-][H+] / [H3PO4]
[HPO4-2] = Ka1.Ka2[H3PO4]/[H+]2 de Ka1 = 7,51x10-3 = [H3PO4-][H+] / [H3PO4] e Ka2 =
6,23x10-8 = [HPO4-2][H+] / [H2PO4-]
[PO4-3] = Ka1.Ka2.Ka3[H3PO4]/[H+]3 de Ka1 = 7,51x10-3 = [H3PO4-][H+] / [H3PO4]; Ka2 =
6,23x10-8 = [HPO4-2][H+] / [H2PO4-] e Ka3 = [PO4-3][H+] / [HPO4-2]

Substituindo teremos:

Ca = 0,1 mol/L = [H3PO4] + Ka1[H3PO4]/[H+] + Ka1.Ka2[H3PO4]/[H+]2 + Ka1.Ka2.Ka3[H3PO4]/


+ 3
[H ] .

Colocando a concentração de [H3PO4] em evidência teremos:

Ca = 0,1 mol/L = [H3PO4] (1 + Ka1/[H+] + Ka1.Ka2/[H+]2)HPO4-2] + Ka1.Ka2.Ka3[H3PO4]/[H+]3)

Colocando na equação de 0= [H3PO4]/Ca e rearranjando teremos:

0= [H3PO4]/ [H3PO4] (1 + Ka1/[H+] + Ka1.Ka2/[H+]2)HPO4-2] + Ka1.Ka2.Ka3[H3PO4]/[H+]3)

Em seguida, a equação de 0 em função de Ka1,Ka2,Ka3 e [H+]:

0= [H+]3 / ([H+]3 + Ka1[H+]2 + Ka1.Ka2/[H+] + Ka1.Ka2.Ka3[H+])

Os valores de 0 em função do pH serão então:

pH=0  0 = 0,993
pH=1  0 = 0,93
pH=2  0 = 0,57
pH=3  0 = 0,13
pH=4  0 = 1,31 x 10-2
pH=5  0 = 1,32 x 10-3
pH=6  0 = 1,25 x 10-4
pH=7  0 = 8,2 x 10-6
pH=8  0 = 1,84 x 10-7
pH=9  0 = 2 x 10-9
pH=10  0 = 2,13 x 10-11
pH=11  0 = 2,09 x 10-13
pH=12  0 = 1,75 x 10-15
pH=13 0 = 9,52 x 10-18
pH=14  0 = 8,26 x 10-21
45

Como a concentração de ácido fosfórico para um determinado pH é calculada a partir do


valor de 0= [H3PO4]/Ca, teremos para o pH = 3; [H3PO4] = 0 . Ca = 0,57 . 0,1 = 0,057 mol/L.

Para o caso das concentrações de outras espécies derivados dos ácido fosfórico teremos por
uma dedução semelhante, as equações:

1= Ka1.[H+]2 / ([H+]3 + Ka1[H+]2 + Ka1.Ka2/[H+] + Ka1.Ka2.Ka3[H+])

2= Ka1.Ka2/[H+] / ([H+]3 + Ka1[H+]2 + Ka1.Ka2/[H+] + Ka1.Ka2.Ka3[H+])

3= Ka1.Ka2.Ka3[H+] / ([H+]3 + Ka1[H+]2 + Ka1.Ka2/[H+] + Ka1.Ka2.Ka3[H+])

E os respectivos valores de alfa em função do pH.

pH=0  1 = 7,45 x 10-3


pH=1  1 = 6,99 x 10-2
pH=2  1 = 0,429
pH=3  1 = 0,939
pH=4  1 = 0,987
pH=5  1 = 0,992
pH=6  1 = 0,941
pH=7  1 = 0,616
pH=8  1 = 0,138
pH=9  1 = 1,58 x 10-2
pH=10  1 = 1,6 x 10-3
pH=11  1 = 1,57 x 10-4
pH=12  1 = 1,32 x 10-5
pH=13 1 = 5,0 x 10-7
pH=14  1 = 6,0 x 10-9
pH=0  2 = 4,65 x 10-10
pH=1  2 = 4,3 x 10-8
pH=2  2 = 2,67 x 10-6
pH=3  2 = 5,85 x 10-5
pH=4  2 = 6,15 x 10-4
pH=5  2 = 6,18 x 10-3
pH=6  2 = 5,86 x 10-2
pH=7  2 = 0,384
pH=8  2 = 0,862
pH=9  2 = 0,983
pH=10  2 = 0,996
pH=11  2 = 0,979
pH=12  2 = 0,820
pH=13 2 = 0,312
pH=14  2 = 4,33 x 10-2
pH=0  3 = 1,02 x 10-22
46

pH=1  3 = 9,58 x 10-22


pH=2  3 = 5,88 x 10-17
pH=3  3 = 1,29 x 10-14
pH=4  3 = 9,24 x 10-12
pH=5  3 = 1,36 x 10-10
pH=6  3 = 1,2 x 10-8
pH=7  3 = 8,44 x 10-7
pH=8  3 = 1,9 x 10-5
pH=9  3 = 2,2 x 10-4
pH=10  3 = 2,2 x 10-3
pH=11  3 = 2,2 x 10-2
pH=12  3 = 0,18
pH=13 3 = 0,687
pH=14  3 = 0,953

Respondendo então à pergunta: Qual o pH que a reação deve ser conduzida para que a
concentração de HPO4-2 seja máxima?
R.: A condição na qual o 2 que relaciona a concentração de [HPO4-2] e Ca, seja máxima ou
seja: pH=10  2 = 0,996, nesse caso 99,6% da concentração inicial está na forma da espécie
HPO4-2.

Fazendo-se um gráfico dos valores de  em função de pH teremos a curva desejada ou seja


a distribuição de todas as espécies em função do pH.
0 2 4 6 8 10 12 14
1,0 1,0

0,9 0 3 0,9
2
2° ponto de equival.
1° ponto de equival.

0,8 0,8

0,7 0,7

0,6 0,6
Alfa

0,5 0,5

0,4 0,4

0,3 0,3
1
0,2 0,2

0,1 0,1

0,0 0,0
0 2 4 6 8 10 12 14

pH
Figura 3 – Curva de valores de  em função do pH para o ácido fosfórico.
47

Esse gráfico nos dá um panorama geral da distribuição das espécies em função do pH, veja
que a concentração do ácido fosfórico chega a um mínimo no pH próximo a 5,0 (valor próximo do
primeiro ponto de equivalência), enquanto que a concentração do íon H 2PO4-1 atinge um máximo.
Em seguida a concentração do íon HPO4-2 cresce a medida que a concentração do íon H2PO4-1 cai.
O máximo da curva está num valor de pH próximo de 10, em que se situa o segundo ponto de
equivalência. O terceiro ponto de equivalência jamais é atingido já que mesmo em pH=13 (pH da
solução do NaOH puro), o valor de 3 = 0,687 ou seja, a concentração da espécie PO 4-3 é igual a
0,0687 Mol/L, restando ainda 0,0312 mol/L de íons HPO4-2.

Cálculo dos pontos de equivalência da titulação do H3PO4.

Primeiro ponto de equivalência

Ex.: 50 mL de uma solução de H3PO4 0,1 mol/L vai ser titulado com NaOH 0,1 mol/L. Qual
o pH no primeiro ponto de equivalência? (o pH em que a concentração de H2PO4- seja máxima?).

Reações envolvidas:

H3PO4 + NaOH  NaH2PO4 + H2O


NaH2PO4  Na+ + H2PO4-

Sendo o H2PO4- um ácido fraco, ele irá se ionizar:

H2PO4-  H+ + HPO4-2

Por sua vez, o H2PO4- tendo características anfóteras poderá reagir com o próton.

H2PO4- + H+  H3PO4

No equilíbrio H2PO4-  H+ + HPO4-2, a concentração de prótons é igual a concentração


do íon HPO4-2 porém como parte dos prótons podem reagir com o H2PO4- para gerar o ácido
fosfórico, o balanço de cargas pode ser escrito como:

[H+] + [H3PO4] = [HPO4-2], colocando tudo em função de [H2PO4-], teremos:


[H3PO4] = [H2PO4-][H+]/Ka1 de H3PO4  H2PO4- + H+;

como Ka1 = 7,51x10-3 = [H3PO4-][H+] / [H3PO4], então:

[HPO4-2] = Ka2[H2PO4-]/[H+] de H2PO4-  HPO4-2 + H+; Ka2 = 6,23x10-8 = [HPO4-2][H+] / [H2PO4-]

Substituindo em [H+] + [H3PO4] = [HPO4-2] teremos:


[H+] + [H2PO4-][H+]/Ka1 = Ka2[H2PO4-]/[H+]
(Ka1.[H+] + [H2PO4-][H+]).[H+] = Ka1Ka2 [H2PO4-]  [H+] = Ka1Ka2 [H2PO4-]/ Ka1 + [H2PO4-].

Como temos 50 mL de ácido fosfórico e 50 mL de NaOH no primeiro ponto de


equivalência, a concentração de H2PO4- = 50 x 0,1/ 100 = 0,05 mol/L e o pH será:
48

[H+] = Ka1Ka2[H2PO4-] / Ka1 + [H2PO4-] = (7,51x10-3.6,23x10-8.0,05 / 0,05 + 7,51x10-3) = 


(2,339x10-11/ 0,0575) = 2,017x10-5 mol/L  pH = 4,70.

Outras equações aproximadas que podem ser utilizadas para o cálculo do ponto de
equivalência são:

[H+] =  Ka1Ka2 / 1 + Ka1 = 2,15x10-5 mol/L  pH = 4,67


ou ainda:
[H+] =  Ka1Ka2 = 2,16x10-5 mol/L  pH = 4,66

Segundo ponto de equivalência

Reações envolvidas:

H3PO4 + 2 NaOH  Na2HPO4 + 2 H2O


Na2HPO4  2 Na+ + HPO4-2

Sendo o HPO4-2 um ácido fraco, ele irá se ionizar:

HPO4-2  H+ + PO4-3

Por sua vez, o HPO4-2 tendo características anfóteras poderá reagir com o próton.

HPO4-2 + H+  H2PO4-
No equilíbrio HPO4-2  H+ + PO4-3, a concentração de prótons é igual a concentração do
íon PO4-3 porém como parte dos prótons podem reagir com o HPO 4-2 para gerar o H2PO4-, o
balanço de cargas pode ser escrito como:

[H2PO4-] + [H+] = Ka3 [HPO4-2]

Procedendo se forma semelhante ao primeiro ponto de equivalência teremos a equação:

[H+] =  Ka2Ka3 [HPO4-2]/ Ka2 + [HPO4-2]

Como temos 50 mL de ácido fosfórico e 100 mL de NaOH no segundo ponto de


equivalência, a concentração de H2PO4- = 50 x 0,1/ 150 = 0,0333 mol/L e o pH será:

[H+] =  Ka2Ka3 [HPO4-2]/ Ka2 + [HPO4-2]  (6,23x10-8.2,2x10-13.0,0333 / 0,0333 +


6,23x10-8) =  (4,564x10-22/ 0,0333) = 1,17x10-10 mol/L  pH = 9,93.

Outras equações aproximadas que podem ser utilizadas para o cálculo do ponto de
equivalência são:

[H+] =  Ka2Ka3 / 1 + Ka2 = 1,17x10-10 mol/L  pH = 9,93


ou ainda:
[H+] =  Ka2Ka3 = 1,17x10-10 mol/L  pH = 9,93
49

O terceiro ponto de equivalência não pode ser determinado porque o ácido HPO 4-2 é
extremamente fraco, provocando a hidrólise do íon PO4-3.

Prática 08 - Determinação titulométrica de ácido fosfórico.

1 - Padronização da solução de hidróxido de sódio


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número. Proceder no descrito na prática número 6 (Ex.: Fcv= 1,2257).

2 - Titulação da amostra
O ácido fosfórico é um ácido fraco atípico. Ele é triprótico e devido a distância entre as três
constantes de ionização, teoricamente os três prótons poderiam ser titulados independentemente.
Significa dizer que no momento da titulação completa do primeiro próton, o segundo e o terceiro
hidrogênios não se encontram ionizados. Desta forma, o primeiro e o segundo hidrogênios podem
ser titulados independentemente sendo que o terceiro por possuir uma constante de ionização
extremamente baixa (da mesma ordem de grandeza da água) não permite a sua titulação com uma
precisão desejável.

2.1 - Titulação do primeiro próton

Ionização do primeiro próton do ácido fosfórico:

H3PO4  H2PO4- + H+

Ka1 = 7,51x10-3 = [H3PO4-][H+] / [H3PO4]

H3PO4 + NaOH  NaH2PO4 + H2O

Pipetar 10mL da amostra, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100
mL de água destilada e 5 gotas de solução de indicador misto (mistura de alaranjado de metila e
verde de bromocresol - pH ácido = coloração antes da titulação – amarela e após a titulação -
azul). Titular com a solução de hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração azul
clara persistente (Ex.: 6,7 mL).
50

Como o ácido fosfórico é um ácido fraco e está sendo titulado por uma base forte, o íons
H2PO4- deveria hidrolizar porém a constante de hidrólise é muito baixa (Kh1 = 1,33x10 -12) para ser
considerada.
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Cálculo 1:
Sabendo-se que 97,9937g de ácido fosfórico reagem com 39,997g de hidróxido de sódio
(reação 1/1), calcula-se a partir do volume e a concentração do hidróxido de sódio, a massa de
hidróxido.

NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
x= 0,032846g - 6,7 mL - 0,12257 Eq/L

H3PO4 + NaOH  NaH2PO4 + H2O


97,9937g 39,997g
x=0,08047g 0,032846g

Os 6,7mL (média de duas determinações) de solução de hidróxido de sódio 0,12257Eq/L


titularam o primeiro próton do ácido fosfórico contidos em 10 mL de amostra. Para o cálculo da
percentagem:

0,08047g de ácido fosfórico - 10mL de amostra


x= 0,8047% (m/V) - 100mL de amostra

Cálculo 2:
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do NaOH e do
ácido fosfórico são iguais à massa molar dividido por 1).

H3PO4:
97,9937g - 1000 mL - 1mol/L = 1Eq/L
x= 0,00979937g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de NaOH utilizada)

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,00979937g de ácido fosfórico.

1 mL de NaOH - 0,00979937g de ácido fosfórico


n° mL gastos da titulação x Fcv NaOH - “x” g de ácido fosfórico
51

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x” g de ácido fosfórico foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10. Resultado com três casas decimais.

“x”g de ácido fosfórico - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado.

2.2 - Titulação do primeiro e do segundo próton simultaneamente

Ionização do segundo próton do ácido fosfórico:

H2PO4-  HPO4-2 + H+

Ka2 = 6,23x10-8 = [HPO4-2][H+] / [H2PO4-]

Como se trata de uma titulação de ácido fraco com base forte, no ponto de equivalência
teremos o processo de hidrólise. Ex.: Solução 0,1 Mol/L de Na2HPO4.

Na2HPO4  2 Na+ + HPO4-2

Como se trata da titulação do segundo próton do ácido fosfórico o cálculo da constante de


hidrólise deverá considerar a Segunda constante de ionização (Kh2 = Kw / Ka2 = 1,605x10-7).

HPO4-2 + H2O  H2PO4- + OH-


0,1 – x x x
Kh2 = [H2PO4 ][OH ] / [HPO4 ] = x2 / 0,1 – x
- - -2

Como a constante de hidrólise não é dada na literatura, deverá ser calculada a partir da
constante de Kw e Ka2 do ácido produzido ou que deu origem ao sal. Multiplicando-se o numerado
e denominador da equação pela concentração de prótons teremos:

Kh2 = [CH3COO-][OH-][H+] / [CH3COOH] [H+] = Kw / Ka2 = 1x10-14/6,23x10-8 = 1,605x10-7

Para o exemplo da concentração de Na2HPO4 = 0,1 mol/L teremos a determinação da


concentração de íons hidroxila em solução através de uma equação do segundo grau que tem como
solução: x2 + Kh2.x – 0,1 Kh2 = 0.

x = (- Kh2 + (Kh2)2 – 4(-Kh2)) / 2 = 1,26x10-4 mol/L

Como x é correspondente a concentração molar de íons OH - em solução que é igual a


concentração molar de ácido H2PO4- não ionizado, o pOH resultante será = 3,898 e o pH = 10,10.
A concentração de íons não hidrolizados (0,1 – x) será de 0,09987 mol/L ou seja somente 0,1266%
52

serão hidrolizados. No caso da titulação abaixo, as amostras de ácido fosfórico são mais diluídas o
que faz que o pH no ponto de equivalência seja, básicos porém menores que os descritos para o
exemplo acima (0,1 mol/L).

H3PO4 + 2 NaOH  Na2HPO4 + 2 H2O

Pipetar 10mL da amostra, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100
mL de água destilada e 3 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína a 1%. Titular com a solução de
hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração rosa clara persistente (Ex.: 13,4
mL).
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Cálculo 1:

Sabendo-se que 97,9937g de ácido fosfórico reagem com 79,994g de hidróxido de sódio
(reação 1/2), calcula-se a partir do volume e a concentração do hidróxido de sódio, a massa de
hidróxido.

NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
x= 0,065693g - 13,4 mL - 0,12257 Eq/L

H3PO4 + 2 NaOH  Na2HPO4 + 2 H2O


97,9937g 79,994g
x=0,080474g 0,065693g

Os 13,4mL (média de duas determinações) de solução de hidróxido de sódio 0,12257Eq/L


titularam o primeiro e o segundo próton do ácido fosfórico contidos em 10 mL de amostra. Para o
cálculo da percentagem:

0,08047g de ácido fosfórico - 10mL de amostra


x= 0,8047% (m/V) - 100mL de amostra

Os dois resultados apresentam o mesmo resultado com a utilização de dois indicadores.

Cálculo 2:
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do NaOH e do
ácido fosfórico são iguais à massa molar.
H3PO4:
97,9937g - 1000 mL - 1mol/L
48,99685g - 1000 mL - 1 Eq/L
x= 0,004899685g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de NaOH utilizada)
53

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,004899685g de ácido fosfórico.

1 mL de NaOH - 0,004899685g de ácido fosfórico


n° mL gastos da titulação x Fcv NaOH - “x” g de ácido fosfórico

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x”g de ácido fosfórico foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10. Expressar o resultado com três casas decimais.

“x” g de ácido fosfórico - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL
Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado.
54

Prática 09 - Determinação titulométrica de uma mistura de hidróxido e carbonato de sódio.

No momento em que preparamos uma solução de hidróxido de sódio, ela já está levemente
contaminada com carbonato de sódio, devido a facilidade com que o hidróxido de sódio reage com
o gás carbônico do ar.

1 - Padronização da solução de hidróxido de sódio.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número. Proceder no descrito na prática número 6 (Ex.: Fcv= 1,0345).

2 - Padronização da solução de HCl 0,1 Eq/L através do hidróxido de sódio padrão


Pipetar 10 mL da solução de HCl 0,1 Eq/L sob padronização, transferir para um erlenmeyer
de 250 mL, adicionar cerca de 100 mL de água destilada, cerca de 3 gotas de solução alcoólica de
fenolftaleína a 1% e titular com a solução de hidróxido de sódio padrão até surgimento de uma
coloração rosa clara.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

NaOH + HCl  NaCl + H2O

Com a relação estequiométrica é do tipo 1/1, uma fórmula simples poderá ser utilizada para
a determinação do fator de correção volumétrico da solução de HCl. Ex.: foram gastos 9,8 mL de
NaOH 0,10345 Eq/L para a titulação de 10 mL de HCl.

0,1 x 1,0345 x 9,8 = 10 x 0,1 x Fcv HCl; daqui temos que Fcv HCl = 1,0138

3 - Titulação da amostra
O hidróxido e o carbonato de sódio são dois dos reagentes alcalinos bastante utilizados na
indústria química. O uso combinado deles pode ser empregado, por exemplo, na produção de
sabonetes. O teor de cada um destes reagentes alcalinos em uma mistura pode ser determinado por
acidimetria (utilizando-se por exemplo uma solução de ácido clorídrico padrão), desde que sejam
escolhidos indicadores adequados. O indicador misto (alaranjado de metila (heliantina) + verde de
bromocresol) e fenolftaleína serão os melhores indicadores utilizados nessa metodologia.
Transferir 10 mL da solução amostra para um erlenmeyer de 250 mL com o auxílio de uma
pipeta volumétrica e um pipetador de borracha, adicionar cerca de 100 mL de água destilada, 3
gotas de fenolftaleína (1% em etanol) e titulá-la com a solução de ácido clorídrico padrão,
padronizado no item anterior. Como a solução é alcalina, a coloração da solução é rosa de uma
intensidade bastante forte. Titular até desaparecimento da coloração rosa (titular até uma coloração
rosa fraca a monitorar o desaparecimento da cor com uma precisão de cerca de 1 gota ou menos).
Anotar o volume gasto de solução de ácido clorídrico padrão (Ex.: V1 = 7,6 mL)
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.
55

As reações que se processam com o ácido clorídrico até a mudança de cor da fenolftaleína
são:

NaOH + HCl  NaCl + H2O


Na2CO3 + HCl  NaHCO3 + NaCl

Como duas espécies estão sendo tituladas ao mesmo tempo, com somente uma titulação não
seria possível a determinação dos teores de hidróxido e carbonato de sódio presentes (1 variável e
duas incógnitas). Observa-se entretanto que o volume gasto consiste de dois volumes nas quais a
segunda parcial do volume correspondente à titulação de metade da quantidade do carbonato de
sódio. Considerando-se que o volume de 7,6 mL (V1) corresponde a “x” mL gastos na titulação do
hidróxido de sódio e “y” mL gastos na titulação do carbonato de sódio, teremos:

V1 = x + y = 7,6 mL

Utilizando uma mistura de dois outros indicadores a titulação prossegue até que haja a
titulação total do carbonato de sódio, já que nesse instante todo o hidróxido de sódio havia sido
titulado. Adicionar à solução cerca de 8 gotas de uma mistura de alaranjado de metila e verde de
bromocresol (indicador misto). A solução adquire uma coloração azul intenso e será titulada com a
solução de ácido clorídrico padrão até o aparecimento de uma coloração amarela. Aquecer a
solução até a fervura por alguns minutos, se a solução retornar a coloração azul ou verde, resfriar a
solução e continuar titulando para retornar a cor amarela Não será necessário zerar a bureta porém
a primeira leitura já foi feita e a segunda leitura será feita a partir da primeira, incluindo o volume
gasto após a fervura, que será 1 ou 2 gotas no máximo. Volume gasto = 4,5 mL

(V2 = y = 4,5 mL).

Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações


seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.
Nessa segunda etapa, a reação poderá ser descrita como:

NaHCO3 + HCl  NaCl + H2O + CO2

Os 4,5 mL correspondem a titulação do bicarbonato de sódio à cloreto de sódio. Sabemos


entretanto que o volume total gasto na titulação total do carbonato de sódio é de 9,0 mL (4,5 na
titulação do carbonato à bicarbonato e 4,5 na titulação do bicarbonato à cloreto). Sabendo-se que
105,988g de carbonato de sódio reagem com 72,9218g de ácido clorídrico (reação 1/2), calcula-se
a partir do volume e a concentração do ácido clorídrico, a massa de ácido clorídrico e
consequentemente, a massa de carbonato de sódio.

Cálculo 1 - Teor de carbonato de sódio

HCl:
36,461g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
56

X= 0,033268g - V2 x 2 = 9,0 mL - 0,10138 Eq/L

Na2CO3 + 2 HCl  2 NaCl + CO2 + H2O


105,988g 72,9218g
x= 0,048353g 0,033268g

A partir da massa de carbonato de sódio que existia em 10mL da amostra a concentração em


percentagem (relacionada a 100 mL da amostra) poderá ser calculada.

0,0483530g de carbonato de sódio - 10mL de amostra


x= 0,48353g% (m/V) - 100mL de amostra

Teor de hidróxido de sódio


O passo seguinte será o cálculo do teor de hidróxido de sódio, ora, se a titulação do
hidróxido total e metade do carbonato é dada por V1 e V2 corresponde à metade do carbonato, a
subtração dos dois valores gera 3,1 mL que correspondem à titulação do hidróxido de sódio.

V1 - V2 = 3,1.

HCl:
36,461g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
x= 0,011459g - V1 - V2 = 3,1 mL - 0,10138 Eq/L

NaOH + HCl  NaCl + H2O


39,997g 36,461g
x= 0,012570g 0,011459g

A partir da massa de hidróxido de sódio de sódio que existia em 10mL da amostra a


concentração em percentagem (relacionada a 100 mL da amostra) poderá ser calculada. Expressar
o resultado com três casas decimais

0,012570g de hidróxido de sódio - 10mL de amostra


x= 0,126g% (m/V) - 100mL de amostra

Cálculo 2 - Teor de carbonato de sódio.


Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do HCl e do
NaOH é igual à massa molar e o do Na2CO3 é a massa molar dividido por dois. Embora o
carbonato de sódio reaja com o ácido clorídrico na relação estequiométrica 1 / 2 (1 mol de
carbonato de sódio reaja com 2 mols de ácido clorídrico), as reações se processam equivalente a
equivalente ou seja: a reação se torna 1/1.

Na2CO3:
105,988g - 1000 mL - 1mol/L
52,994g - 1000 mL - 1Eq/L
x= 0,0052994g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de HCl utilizada)
57

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de HCl reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,0052994g de carbonato de sódio.

1 mL de HCl - 0,0052994g de Na 2CO3


n° mL gastos (V2 x 2) x fcv HCl - “x” g de Na2CO3

* Fcv HCl = Determinado na padronização com solução de NaOH padrão.

Os “x”g de carbonato de sódio foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra


diluída. Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o
resultado obtido deverá ser multiplicado por 10.

“x”g de carbonato de sódio - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Teor de hidróxido de sódio


NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1mol/L = 1 Eq/L
x= 0,0039997g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de HCl utilizada)

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de HCl reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L de NaOH
ou seja, contendo 0,0039997g de hidróxido de sódio.

1 mL de HCl - 0,0039997g de NaOH


n° mL gastos da titulação x fcv HCl = V1-V2 - “x” g de NaOH

* Fcv HCl = Determinado na padronização com solução de NaOH padrão.

Os “x”g de hidróxido de sódio foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra


diluída. Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o
resultado obtido deverá ser multiplicado por 10 sendo expresso com três casas decimais.

“x”g de NaOH - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Prática 10 - Determinação titulométrica de uma mistura de ácido clorídrico e ácido fosfórico.

Dois ácidos fracos com constantes de ionização diferentes ou um ácido fraco e um forte
podem ser quantificados titulometricamente utilizando-se diferentes indicadores. No caso da
mistura de HCl e H3PO4, o primeiro é totalmente titulado com NaOH em pH neutro e o segundo
pode ser titulado em duas etapas, o primeiro próton com o alaranjado de metila (pH próximo de
3,5) e o segundo utilizando-se a fenolftaleína (pH próximo a 9). Como a fenolftaleína é comum
58

para a segunda etapa da titulação, um sistema de equações poderá ser montado como para o caso
da titulação de uma mistura de carbonato de hidróxido de sódio (veja prática 9).

1 - Padronização da solução de hidróxido de sódio.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número. Proceder como descrito na prática número 6 (Ex.: Fcv=
0,9945).

2 – Titulação do primeiro próton do ácido fosfórico, sem titular o HCl.

H3PO4 + NaOH  NaH2PO4 + H2O

Pipetar 10mL da amostra, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100
mL de água destilada e 3 gotas de solução de alaranjado de metila (pH ácido, coloração vermelha).
Titular com a solução de hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração amarela
clara persistente (Ex.: V1 = 3,7 mL).
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Cálculo 1:
Sabendo-se que 97,9937g de ácido fosfórico reagem com 39,997g de hidróxido de sódio
(reação 1/1), calcula-se a partir do volume e a concentração do hidróxido de sódio, a massa de
hidróxido.

NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
3,9777g - 1000 mL - 0,09945 Eq/L
x= 0,014717g - 3,7 mL - 0,09945 Eq/L

H3PO4 + NaOH  NaH2PO4 + H2O


97,9937g 39,997g
x=0,03606g 0,014717g

Os 3,7mL (média de duas determinações) de solução de hidróxido de sódio 0,09945Eq/L


titularam o primeiro próton do ácido fosfórico contidos em 10 mL de amostra. Para o cálculo da
percentagem:

0,03606g de ácido fosfórico - 10mL de amostra


x= 0,361g% (m/V) - 100mL de amostra

Cálculo 2:
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do NaOH e do
ácido fosfórico são iguais à massa molar dividido por 1).
59

H3PO4:
97,9937g - 1000 mL - 1mol/L = 1Eq/L
x= 0,00979937g - 1 mL - 0,1 Eq/L (solução de NaOH utilizada)

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,00979937g de ácido fosfórico.

1 mL de NaOH - 0,00979937g de ácido fosfórico


n° mL gastos da titulação x Fcv NaOH - “x” g de ácido fosfórico

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x” g de ácido fosfórico foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10. Resultado com três casas decimais.

3 – Titulação dos dois prótons do ácido fosfórico e titulação total do HCl.

H3PO4 + 2NaOH  Na2HPO4 + 2 H2O

HCl + NaOH  NaCl + H2O

Pipetar 10mL da amostra, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100
mL de água destilada e 3 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína a 1%. Titular com a solução de
hidróxido de sódio padrão até o surgimento de uma coloração rosa clara persistente (Ex.: V2 =
12,4 mL).
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Cálculo 1:
Como o primeiro volume (V1) corresponde à titulação do primeiro próton do ácido
fosfórico e o segundo volume (V2) corresponde à titulação total do HCl e dos dois prótons do
ácido fosfórico, teremos que o volume para titular o HCl será:

V para o HCl = V2 – V1x2 = 12,4 – (3,7x2) = 5,0 mL

NaOH:
39,997g - 1000 mL - 1 Mol/L (1Eq/L)
3,9777g - 1000 mL - 0,09945 Eq/L
x= 0,019889g - 5,0 mL - 0,09945 Eq/L

HCl + NaOH  NaCl + H2O


36,461g 39,997g
60

x=0,01813g 0,019889g

0,01813g de ácido fosfórico - 10mL de amostra


x= 0,181% (m/V) - 100mL de amostra

Cálculo 2:

HCl:
36,461g - 1000 mL - 1 Mol/L (Eq/L)
0,0036461g - 1 mL - 0,1 Eq/L

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de NaOH reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L ou seja,
contendo 0,0036461g de ácido clorídrico.

1 mL de NaOH - 0,0036461g de ácido clorídrico


n° mL gastos da titulação x Fcv NaOH - “x” g de ácido clorídrico

* Fcv NaOH = Determinado na padronização com biftalato de potássio.

Os “x”g de ácido clorídrico foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10. Expressar o resultado com três casas decimais.

“x” g de ácido clorídrico - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado.

Prática 11 - Determinação titulométrica de ferro.


O uso do conceito de equivalente fica mais claro quando trabalhamos com reação que
envolvem variação de estado de oxidação (reações redox). Um breve exemplo irá certamente ser de
grande utilidade.

Ex.: Titulação de íons Fe+2 pelo permanganato de potássio em solução de ácido forte.

Fe+2 + KMnO4 (Mn+7)  Fe+3 + Mn+2


H+

A relação envolve a oxidação dos íons Fe+2 à íons Fe+3 e consequentemente redução do Mn+7
+2
à Mn . Se verificarmos que o processo de redução do manganês envolve 5 elétrons e que o
processo de oxidação do ferro, envolve um elétron conclui-se que: a cada manganês reduzido, 5
átomos de ferro são oxidados. A estequiometria da reação pode ser escrita como:

5 Fe+2 + 1 Mn+7  5 Fe+3 + 1 Mn+2


H+
61

O equivalente do KMnO4 é então a massa molar dividido por 5 e o equivalente do ferro é a


sua massa molar dividido por 1. Partindo-se então de soluções com essas concentrações, a reação
pode ser tratada como se fosse uma reação simples do tipo 1/1. 55,845g de ferro reagem com
31,6064g de KMnO4.

Fe+2 + Mn+7  Fe+3 + Mn+2


H+

1 - Preparo de uma solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número.
Para que possamos preparar uma solução 0,1Eq/L de KMnO4 precisamos conhecer em que
condições essa solução será usada ou seja: meio ácido forte, ácido fraco, neutro, fracamente ou
fortemente alcalino. Para cada uma das condições, um novo equivalente do KMnO 4 deverá ser
definido. Rigorosamente falando, seria mais adequado especificar a concentração molar da solução
de permanganato preparada já que a concentração em eq/L são associadas às condições específicas
em que a reação é processada.
Preparemos uma solução que será usada em meio ácido forte (redução do Mn+7 à Mn+2).

KMnO4:
158,032g - 1000mL - 1 Mol/L
15,8032g - 1000mL - 0,1 Mol/L
3,16064g - 1000mL - 0,1 Eq/L

Se o KMnO4 fosse um padrão primário seriam pesados 3,1606g e aferidos em um balão


volumétrico de 1000mL. Como o KMnO4 se apresenta contaminados com seus produtos de
degradação (principalmente MnO2), preparamos a solução com um pequeno excesso de KMnO4.
Pesar entre 3,2 à 3,5 g de KMnO4 em um vidro de relógio, transferir para um Béquer de 1.500mL,
adicionar cerca de 1000mL de água destilada e aquecer a solução até a ebulição. Filtrar a solução
em um cadinho filtrante contendo lã de vidro, aferindo o volume em um balão volumétrico de 1000
mL. Em seguida transferir o conteúdo do balão para um frasco âmbar com tampa de rosca, rotular
e padronizar sempre que necessário. O frasco âmbar deve ser mantido em um ambiente escuro para
evitar o processo de decomposição do KMnO4 à MnO2 ou outro precipitado.
A solução de permanganato é extremamente sensível, dificilmente obtida sem uma pequena
contaminação de MnO2, o qual inclusive acelera a decomposição de mais permanganato. A água
destilada comumente utilizada em laboratório normalmente contêm pequenas concentrações de
matéria orgânica que poderá ser oxidada pela solução de permanganato gerando mais
contaminantes. Outros contaminantes comuns poderão ser poeiras e gases redutores. Embora toda
essa problemática possa ser descrita, as soluções guardadas à ausência de luz, em frascos âmbar e
em frascos bem fechados, poderão ser conservadas por longos períodos de tempo.

2- Padronização da solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L.


A padronização da solução de KMnO4 aproximadamente 0,1Eq/L poderá ser feita
utilizando-se oxalato de sódio ou ácido oxálico (padrão primário), em meio de ácido forte. Nessas
condições o carbono é oxidado de +3 para +4 e o manganês é reduzido de Mn +7 para Mn+2. A
reação envolvida é a seguinte:
62

C2O4-2 + MnO4-  CO2 + Mn+2 + H2O


H+

Como cada carbono é oxidado com a liberação de um elétron que será utilizado para a
redução do permanganato teremos:

5 C2O4-2 + 2 MnO4-  10 CO2 + 2 Mn+2 + 8 H2O


H+

O equivalente do KMnO4 passa a ser a massa molar dividida por 5 e o equivalente de


oxalato será a massa molar dividida por 2 (usaremos o oxalato de sódio - MM= 133,998g). Para
que possamos ter uma idéia da massa a ser pesada para que gastemos cerca de 15 mL de solução
de KMnO4 0,1Eq/L teremos:

Na2C2O4:
133,998g - 1000mL - 1Mol/L
13,3998g - 1000mL - 0,1Mol/L
6,6999g - 1000mL - 0,1 Eq/L
0,100499g - 15mL - 0,1Eq/L

Pesar cerca de 0,1g de oxalato de sódio, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar
cerca de 100 mL de água destilada e 5 mL de solução de H 2SO4 ¼ e ferver a solução. Recalcular o
volume teórico de solução de permanganato em função da pesagem de oxalato de sódio.
0,100499g - 15 mL
0,1147g - x mL teóricos - ex.: 17,12mL

Titular a solução de oxalato de sódio com a solução de permanganato de potássio à


padronizar gota a gota para evitar a formação de compostos de manganês com estado de oxidação
variável o que poderá inutilizar o experimento.. Procedida a titulação adequadamente, anotar o
volume gasto na titulação (y mL experimental - Ex.: 16,6 mL). Observar que no início da titulação,
a reação se processa lentamente (aquecimento da solução acelera a velocidade da reação pelo
aumento da energia cinética dos íons envolvidos), nesse momento esperar que a primeira descore
para adicionar uma segunda e assim sucessivamente até que o descoramento passe a ser rápido. A
adição de várias gotas de solução de permanganato de potássio provocará uma supersaturação
localizada com alteração do pH local fazendo que um produto marrom insolúvel se forme
(principalmente devido a MnO2), inutilizando a titulação. No momento que uma pequena
concentração de íons Mn+2 são gerados, esses catalisam o processo de redução do Mn +7, fazendo
que o processo de descoramento seja acelerado.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

O cálculo do fator de correção volumétrico da solução de permanganato de potássio será:

Fcv KMnO4 = x mL teórico / y mL experimental = 17,12 / 16,6 = 1,0313

A concentração real da solução de KMnO4 será então: 0,1 x 1,0313 = 0,10313 Eq/L.

3 - Titulação da amostra contendo íons ferro


63

Transferir 10 mL da solução amostra através do uso de uma pipeta volumétrica e um


pipetador de borracha (pêra). A amostra deve estar isenta de outros íons interferentes, no caso da
presença desses, proceder conforme a técnica para eliminá-los até níveis aceitáveis. Antes do uso, a
pipeta deverá ser lavada com água destilada, seca por fora e o excesso de água destilada do seu
interior deverá ser removido. Em seguida a pipeta deverá ser ambientada com a solução a pipetar,
para tal, cerca de 3 mL da solução são succionados para o interior da pipeta com o pipetador de
borracha, em seguida a solução é deslocada por todo o interior da pipeta de modo a lavá-la
internamente. Descartar a solução de lavagem para a pia e proceder a pipetagem.

PS.: Nem sempre as soluções poderão ser descartadas diretamente na pia, em caso de dúvida utilize
o frasco de descarte de metais ou pergunte ao professor responsável pela disciplina.

Succionar a solução para a pipeta volumétrica acima do traço de 10 mL, retirar o pipetador
e secar a parte externa da pipeta com um papel toalha. Observar se a pipeta é do tipo escoamento
ou de transferência total, se for de escoamento (mais comum), zerar a pipeta e com um ângulo
aproximado de 90° com a parede interna do Béquer, deixar a solução escoar. No final do processo
tocar a ponta da pipeta na parede do Béquer até o deslocamento de mais um pequeno volume, o
restante deverá permanecer na pipeta e não deverá ser retirado através de sopros ou outros
métodos. O volume que sobrou não faz parte do volume pipetado. Se a pipeta for do tipo
escoamento total, a última gota deverá ser retirada. Diluir a solução com cerca de 100 mL de água
destilada.
Acidificar a solução com 3 mL de ácido clorídrico concentrado e acondicionar o erlenmeyer
sobre uma tela de amianto em um tripé e ferver por 3 minutos (contar 3 minutos após o surgimento
das primeiras bolhas no fundo do recipiente). O objetivo dessa fervura é de oxidar o ferro ao seu
estado de oxidação mais alto (Fe+3) e evitar o processo de hidrólise do ferro que iria precipitar na
forma de hidróxido. A solução se tornará um pouco mais amarelada (solução de íons Fe +2
levemente esverdeada e solução de íons Fe+3, levemente amarelada, dependendo da concentração).
Para evitar esse fenômeno, as soluções estoque (que dão origem as amostras por diluição) são
conservadas na presença de uma certa concentração de HCl concentrado. Cuidado com os vapores
emitidos, altamente tóxicos e corrosivos.

Fe+2, +3 + HCl  Fe+3 +


Como o processo de titulação com a solução de permanganato de potássio em meio ácido
oxida os íons ferro, obviamente o estado de oxidação +3 sendo o estado de oxidação mais alto
(nessas condições), não é o estado de oxidação adequado para a titulação.
Com a solução ainda quente, adicionar sob intensa agitação, gotas de solução de cloreto
estanoso (SnCl2) até o descoramento total da cor amarela. Cuidado, não adicionar excesso de
solução de SnCl2 correndo o risco de ter que repetir o experimento.

Fe+3 + Sn+2  Fe+2 + Sn+4

Como o processo de redução do ferro envolve um elétron e o processo de oxidação do


estanho, 2 elétrons a estequiometria deverá ser escrita como:

2 Fe+3 + Sn+2  2 Fe+2 + Sn+4

Nesse procedimento corre-se o risco de que um pequeno excesso de íons Sn+2 possam estar
presentes na solução o que iria consumir um pouco da solução de permanganato na sua oxidação
64

sendo que o mesmo não acontece para os íons Sn+4. Para evitar isso, o excesso de íons Sn+2 serão
eliminados através da reação com cloreto mercúrico.
Esfriar a solução em água corrente e adicionar cerca de 5 mL de solução de cloreto
mercúrico à 5%, devendo aparecer uma leve turvação branca ou a solução continua límpida.
Nesses dois casos prosseguir com a prática.

Sn+2 + 2 Hg+2  Hg2+2 + Sn+4

Surgindo entretanto uma coloração turva escura (presença de mercúrio metálico) a solução
deverá ser descartada para um frasco coletor de rejeitos e nova alíquota de amostra de solução de
ferro deverá ser tomada.

Sn+2 + Hg2+2  Sn+4 + 2 Hgo

Titular a mistura com a solução de permanganato de potássio até o surgimento de uma


coloração rosa clara, própria da solução de permanganato diluída. Nesse caso, devido a variação de
cores do íons manganês (Mn+2 - incolor, Mn+7 - lilás com uma concentração alta e rosa com solução
diluída), a solução é auto indicadora não necessitando de um indicador auxiliar. Repetir o
procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações seja menor ou
igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o objetivo. Para efeito
de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite estabelecido (Ex.: 12,4
mL).

PS.: Atenção especial deve ser dada à solução que contém o mercúrio, um metal extremamente
tóxico. Desta forma esta deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do
professor.

5 Fe+2 + 1 Mn+7  5 Fe+3 + 1 Mn+2


H+

O equivalente do KMnO4 é então a massa molar dividido por 5 e o equivalente do ferro é a


sua massa molar dividido por 1. Partindo-se então de soluções com essas concentrações, a reação
pode ser tratada como se fosse uma reação simples do tipo 1/1. 55,845g de ferro reagem com
31,6064g de KMnO4.

Cálculo 1:

KMnO4
158,032g - 1000mL - 1 Mol/L
31,6064g - 1000mL - 1 Eq/L
3,25957g - 1000mL - 0,10313 Eq/L
x= 0,040419g - 12,4 mL - 0,10313 eq/L

Os 12,4mL (média de duas determinações) de solução de permanganato de potássio contêm


0,040419g de KMnO4 que reage com:

Fe+2 + KMnO4  Fe+3 + Mn+2


65

55,845 31,6064
y=0,071415g 0,040419 (contido em 12,4 mL)

0,071415g de Fe - 10mL de amostra


x= 0,714g% (m/V) - 100mL de amostra

Expressar o resultado com três casas decimais.

Cálculo 2:
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do Fe é igual o
peso atômico e do permanganato de potássio é igual a massa molar dividido por 5 (número de
elétrons utilizados no processo de redução do Mn).
Fe:
55,845g - 1000mL - 1 Mol/L = 1 Eq/L
0,0055845g - 1mL - 0,1 Eq/L

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de KMnO4 reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L de Fe
ou seja, contendo 0,0055845g.

1 mL de KMnO4 - 0,0055845g de Fe
n° mL gastos da titulação x Fcv KMnO4 - “x”g de Fe

* Fcv do KMnO4 obtido da padronização com oxalato de sódio.

Os “x”g de ferro foram determinados no volume de 10 mL (pipetagem) da amostra diluída.


Como o objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado
obtido deverá ser multiplicado por 10. Expressar o resultado com três casas decimais.

“x”g de ferro - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado.


66

Prática 12 - Determinação titulométrica de água oxigenada (peróxido de hidrogênio).

1 - Preparo de uma solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número.

2 - Padronização da solução de KMnO 4 0,1 Eq/L.


Proceder como descrito na prática de dosagem de ferro por permanganimetria.

3 - Titulação da água oxigenada a 10 volumes


Antes do uso, a pipeta deverá ser lavada com água destilada, seca por fora e o excesso de
água destilada do seu interior deverá ser removido. Em seguida a pipeta deverá ser ambientada com
a solução a pipetar, para tal, cerca de 3 mL da solução são succionados para o interior da pipeta
com o pipetador de borracha, em seguida a solução é deslocada por todo o interior da pipeta de
modo a lavá-la internamente. Descartar a solução de lavagem para a pia e proceder a pipetagem.
PS.: Nem sempre as soluções poderão ser descartadas diretamente na pia, em caso de dúvida utilize
o frasco de descarte de metais ou pergunte ao professor responsável pela disciplina.
Succionar a solução para a pipeta volumétrica acima do traço de 10 mL, retirar o pipetador
e secar a parte externa da pipeta com um papel toalha. Transferir o conteúdo da pipeta para um
balão volumétrico de 100 mL, aferindo-o até a marca com água destilada. Homogeneizar a solução
e transferir 10 mL para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100 mL de água destilada e
acidificar a solução com 5 mL de ácido sulfúrico 1/4. Titular a amostra com a solução de
permanganato de potássio 0,1 Eq/L padronizada anteriormente até o aparecimento de uma
coloração rosa clara. Observar que como ocorre para o caso da padronização e para a titulação do
ferro, as primeiras gotas demoram a descorar. O aquecimento da solução não deverá ser utilizado
porque ocasionaria a decomposição da solução de água oxigenada.
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido (Ex.: 17,9 mL).

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

5 H2O2 + 2 MnO4-  O2 + Mn+2


H+
67

O equivalente do KMnO4 é então a massa molar dividido por 5 e o equivalente da água


oxigenada é a sua massa molar dividido por 2. Partindo-se então de soluções com essas
concentrações, a reação pode ser tratada como se fosse uma reação simples do tipo 1/1. 17,0069g
de água oxigenada reagem com 31,6064g de KMnO4.

Cálculo 1:

KMnO4:
158,032g - 1000mL - 1 Mol/L
31,6064g - 1000mL - 1 Eq/L
3,25957g - 1000mL - 0,10313 Eq/L
x= 0,0583463g - 17,9mL - 0,10313 eq/L

Os 17,9mL (média de duas determinações) de solução de permanganato de potássio contêm


0,0583463g de KMnO4 que reage com:

5 H2O2 + 2 KMnO4  O2 + Mn+2


17,0069g 31,6064g
y=0,031395g 0,0583463g (contido em 17,9mL)

0,031395g de H2O2 - 1mL de amostra concentrada (diluída 1/10)


x= 3,13952g% (m/V) - 100mL de amostra

Expressar o resultado com três casas decimais.

Cálculo 2:
Cálculo alternativo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente da
água oxigenada é igual a massa molar dividido por 2 (número de elétrons utilizados no processo de
oxidação) e do permanganato de potássio é igual a massa molar dividido por 5 (número de elétrons
utilizados no processo de redução do Mn).

H2O2:
34,0138g - 1000mL - 1 Mol/L
17,0069g - 1000mL - 1 Eq/L
0,00170069g - 1mL - 0,1 Eq/L

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de KMnO4 reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L de água
oxigenada ou seja, contendo 0,00170069g.

1 mL de KMnO4 - 0,00170069g de água oxigenada


n° mL gastos da titulação x fcv KMnO4 - “x”g de H2O2

* Fcv do KMnO4 obtido da padronização com oxalato de sódio.


68

Os “x”g de H2O2 foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída. Como o


objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra concentrada, o resultado obtido
deverá ser multiplicado por 100.

xg de H2O2 - 1mL (amostra concentrada e 10 mL da diluída)


g% - 100 mL

Uma outra unidade de concentração da água oxigenada é o VOLUME (V). Essa unidade
está relacionada com o volume de oxigênio gerado no processo de decomposição da água
oxigenada. Ex.: Uma solução de água oxigenada à 10 Volumes consiste de uma solução em que
1mL após decomposição produz 10 mL de oxigênio molecular.

2 H2O2  2 H2O + O2

2 mols de água oxigenada após decomposição total produzem um mol de oxigênio ou seja
22,4 L ou ainda 22400 mL, nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP). Calculando-
se os volumes da solução anteriormente determinada ou seja, contendo 3,13952g de H 2O2 em 100
mL se solução ou 0,031395g em 1 mL.

2 H2O2  2 H2O + O2
68,0276g - 31,998g
0,031395g (3,13952g%/100) - x= 0,014767g

Como 1 mol de O2 (31,998g) ocupam um volume de 22400 mL (nas CNTP) então


0,014767g de O2 ocuparam:

31,998g O2 - 22400 mL
0,014767 g - x= 10,338 Volumes (concorda com o rótulo que era de 10 Volumes).

4 - Titulação da amostra de água oxigenada


Transferir 10 mL da amostra para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar cerca de 100 mL de
água destilada e acidificar a solução com 5 mL de ácido sulfúrico 1/4. Titular a amostra com a
solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L padronizada anteriormente até o aparecimento de
uma coloração rosa clara. Observar que como ocorre para o caso da padronização e para a
titulação do ferro, as primeiras gotas demoram a descorar. O aquecimento da solução não deverá
ser utilizado porque ocasionaria a decomposição da solução de água oxigenada.
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido (Ex.: 10,4 mL).

Cálculo 1:
KMnO4:
158,032g - 1000mL - 1 Mol/L
31,6064g - 1000mL - 1 Eq/L
3,25957g - 1000mL - 0,10313 Eq/L
69

x= 0,0338995g - 10,4 mL - 0,10313 eq/L

Os 10,4mL (média de duas determinações) de solução de permanganato de potássio contêm


0,0338995g de KMnO4 que reage com:

5 H2O2 + 2 KMnO4  O2 + Mn+2


17,0069g 31,6064g
y=0,018241g 0,0338995g (contido em 10,4 mL)

0,018241g de Fe - 10mL de amostra


x= 0,182g% (m/V) - 100mL de amostra

Expressar o resultado com três casas decimais.

Cálculo 2:
Cálculo alternativo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente da
água oxigenada é igual a massa molar dividido por 2 (número de elétrons utilizados no processo de
oxidação) e do permanganato de potássio é igual a massa molar dividido por 5 (número de elétrons
utilizados no processo de redução do Mn).

H2O2:
34,0138g - 1000mL - 1 Mol/L
17,0069g - 1000mL - 1 Eq/L
0,00170069g - 1mL - 0,1 Eq/L

O objetivo desse cálculo é demonstrar que 1 mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L (fcv=
1,000) de KMnO4 reage quantitativamente com 1mL de uma solução exatamente 0,1 Eq/L de água
oxigenada ou seja, contendo 0,00170069g.

1 mL de KMnO4 - 0,00170069g de água oxigenada


n° mL gastos da titulação x fcv KMnO4 - “x”g de H2O2

* Fcv do KMnO4 obtido da padronização com oxalato de sódio.

Os “x”g de H2O2 foram determinados na pipetagem (10mL) da amostra diluída. Como o


objetivo é calcular o teor da amostra em g% (m/v) nessa amostra diluída, o resultado obtido deverá
ser multiplicado por 10. Expressar o resultado com três casas decimais.

“x”g de H2O2 - 10mL (tomada de amostra)


g% - 100 mL

Cálculo em volumes

2 H2O2  2 H2O + O2

2 mols de água oxigenada após decomposição total produzem um mol de oxigênio ou seja
22,4 L ou ainda 22400 mL, nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP). Calculando-
70

se os volumes da solução anteriormente determinada ou seja, contendo 0,1824g de H 2O2 em 100


mL se solução ou 0,001824g em 1 mL.

2 H2O2  2 H2O + O2
68,0276g 31,998g
0,001824g x= 8,58 x 10 -4 g

Como 1 mol de O2 (31,998g) ocupam um volume de 22400 mL (nas CNTP) então 8,58 x
10-4 g de O2 ocuparam:

31,998g O2 - 22400 mL
8,58 x 10-4 g - x= 0,601 Volumes.

Expressar o resultado com três casas decimais.

Prática 13 - Determinação titulométrica de ácido ascórbico.


Na titulação de uma solução de ácido ascórbico utilizaremos uma solução padronizada de
iodo 0,1 Eq/L. Baseando-se no fato de que o iodo não é um padrão primário este deverá ser
71

titulado com uma solução de um padrão primário. Uma das substâncias mais comumente utilizadas
na titulação de iodo é o tiosulfato de sódio. Como o tiosulfato de sódio também não atende os
requisitos de um padrão primário este deverá ser primeiramente padronizado com um padrão
primário (utilizaremos o dicromato de potássio) e a solução de tiosulfato padrão será utilizada para
padronizar a solução de iodo que por sua vez será utilizada para a titulação da amostra.

1 - Preparo da solução de amido a 1%.


O amido é uma macromolécula natural formada principalmente por dois constituintes
lineares, a amilose e a amilopectina. A relação entre as duas substâncias depende da matéria prima
na sua fabricação. Estas substâncias formam complexos de adsorsão com o iodo conferindo à
solução uma coloração azul (se o amido for rico em amilose) e marrom escuro (se o amido for rico
em amilopectina).
Triturar 10g de amido e 10 mg de iodeto mercúrico (como preservativo) em cerca de 50 mL
de água destilada, ferver sob agitação até dissolução completa e filtrar. Após filtração e
resfriamento, aferir em um balão volumétrico de 1000 mL e acondicionar em um frasco escuro.
Conservar na geladeira.

2 - Preparo de uma solução de tiosulfato de sódio.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número.
Como descrito anteriormente o tiosulfato de sódio (utilizaremos o sal pentahidratado por
ser o mais comum) não atende os pré-requisitos de um padrão primário por ser efloresceste e sofrer
decomposição na presença de luz é gases comuns na atmosfera. Para prepararmos a solução de
tiosulfato de sódio 0,1 Eq/L precisamos conhecer a reação envolvida.

2 Na2S2O3 + I2  Na2S4O6 + 2 NaI

Nessa reação o tiosulfato é oxidado pelo iodo se transformando em tetrationato de sódio e o iodo
sendo reduzido à iodeto. O iodo possui uma coloração castanha quando em grande concentração e
amarela quando em solução diluída e o íon iodeto é incolor. A monitoração da presença de iodo na
solução poderá ser feita através de um indicador bastante popular que é o amido. O amido forma
um complexo azul com o iodo podendo a coloração variar de marrom a preto devido a presença de
amilopectina no amido.
A massa molar do tiosulfato de sódio pentahidratado é de 248,183g e baseando-se na reação
envolvida calculamos o seu equivalente (MM/1 (variação do nox do S x 2):

248,183g - 1000mL - 1 Mol/L = 1 Eq/L


24,8183g - 1000mL - 0,1 Eq/L

Como o tiosulfato de sódio está normalmente contaminado com enxofre, em maiores ou


menores proporções dependendo do acondicionamento e idade da amostra, deveremos pesar cerca
de 25g, transferir para um Béquer de 1000mL e dissolver com cerca de 500 mL de água destilada.
Filtrar a solução em um papel de filtro quantitativo recebendo a solução em uma balão volumétrico
de 1000 mL. Lavar o Béquer e o funil com água destilada transferindo-a para o balão volumétrico
de 1000 mL. Aferir até a marca de 1000mL com água destilada e rotular o frasco.

3 - Padronização de uma solução de tiosulfato de sódio.


72

A padronização será realizada com o auxílio do dicromato de potássio na presença de iodeto


e ácido forte, a reação envolvida será a seguinte:

K2Cr2O7 + 6 KI + 14 HCl  8 KCl + 2 CrCl3 + 7 H2O + 3 I2

O cromo do dicromato sendo reduzido do estado de oxidação +6 à +3 oxida o iodeto à


iodo, obtendo-se uma quantidade de iodo proporcional à quantidade de dicromato utilizada.
Calcula-se então a partir da reação, a quantidade de dicromato que deveremos pesar para gastar um
volume de tiosulfato pré-determinado (Ex. 20mL).

K2Cr2O7:
294,181g - 1000mL - 1 Mol/L
294,181/6 = 49,03017g - 1000mL - 1 Eq/L
0,09806g - 20mL - 0,1 Eq/L

Como a solução de tiosulfato 0,1 Eq/L reage na proporção de 1/1 com a solução de iodo
0,1 Eq/L e por sua vez com a solução de dicromato 0,1 Eq/L podemos afirmar que:
20 mL da solução de Na2S2O3 reagem com o iodo produzido a partir de 0,09806g de
K2Cr2O7 Pesar então cerca de 0,1g de dicromato de potássio e recalcular o volume teórico como
descrito abaixo:

0,09806g de K2Cr2O7 - 20mL de Na2S2O3


pesagem - “x” mL teórico (da estequiometria)

Transferir a massa de K2Cr2O7 para um erlenmeyer de 250 mL de rolha esmerilhada (evita a


perda de iodo gerada já que este é sublimável), adicionar cerca de 100 mL de água destilada, 10 mL
de uma solução de iodeto de potássio à 10% livre de iodo e 10 mL de solução de ácido clorídrico 3
Mol/L. Imediatamente após a adição dos reagentes o frasco deverá ser tampado e colocado em um
ambiente escuro para repousar por cerca de 30 minutos.

A função dos reagentes é a seguinte:


K2Cr2O7 - padrão primário e oxidante para o iodo.
KI - fonte de iodo, como o iodo é praticamente insolúvel o excesso de iodeto é solubilizado
formando um complexo solúvel, o triiodeto de potássio (KI3).
HCl - a reação só ocorre em meio ácido forte.

Após o repouso de trinta minutos, titular a solução de iodo com a solução de tiosulfato de
sódio a padronizar até uma coloração amarelada (palha). Nesse momento adicionar 1 mL da
solução de amido a 1% o qual forma um complexo escuro o que facilita a visualização do ponto
final da titulação. O ponto final da titulação se caracteriza pela descoloração abrupta do complexo
de iodo-amido e obtenção de uma solução azul-esverdeada, pela presença de Cr +3, derivado do
dicromato de potássio.

PS.: O cromo é tóxico e a solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme
recomendação do professor.

I2 + amido  complexo solúvel + Na2S2O3  cor azul esverdeada


Ex.: volume gasto = 19,4 mL
73

Calcula-se então a partir do volume teórico (20 mL) e do volume experimental, o fator de
correção volumétrico da solução de tiosulfato de sódio 0,1 Eq/L.

Fcv = Volume teórico / volume experimental = 20/19,4 = 1,03093

4 - Preparo de uma solução de iodo 0,1 Eq/L.


A primeira providência é calcular a partir da reação envolvida, a massa de iodo que deverá
ser pesada por litro para preparar a solução 0,1 Eq/L.

2 Na2S2O3 + I2  Na2S4O6 + 2 NaI

I2:
253,80g - 1000mL - 1 Mol/L
253,8/2 = 126,9g - 1000mL - 1 Eq/L
12,69g - 1000mL - 0,1 Eq/L

O iodo é um sólido cristalino praticamente insolúvel em água (0,335g/L à 25°C), como


devemos proceder então para dissolver 12,69g/L? Como indicado anteriormente, para a sua
solubilização utilizamos um artifício químico na formação de um complexo solúvel ou seja, o sal
KI3. Obviamente a quantidade de KI deverá ser compatível com a quantidade de ido que
gostaríamos de dissolver:

I2 (insolúvel) + KI (solúvel)  KI3 (solúvel)

I2 + KI  KI3
253,8g 165,998
12,69 x= 8,3g

Pesar então 12,69g de iodo e no mínimo 8,3g de KI, avolumar a mistura em 1000 mL em
um balão volumétrico e rotular o frasco.
O íon I3- tem a característica de reagir com o tiosulfato exatamente como se fosse a
molécula de iodo portanto não desempenhando nenhum papel importante na reação a não ser a
própria solubilização do iodo. Baseado nesse fato a solução de triiodeto de potássio será tratada
como se fosse de iodo.

5 - Padronização da solução de iodo 0,1 Eq/L.


A padronização da solução de iodo será feita a partir da solução de tiosulfato de sódio
padronizada anteriormente.

2 Na2S2O3 + I2  Na2S4O6 + 2 NaI

Pipetar 10 mL da solução de tiosulfato de sódio 0,1 Eq/L padrão, transferir para um


erlenmeyer de 250mL, adicionar cerca de 100 mL de água destilada e 1 mL da solução de solução
de goma de amido a 1%. Titular com a solução de iodo à padronizar até o surgimento da primeira
74

coloração azul (ou marrom claro dependendo do amido utilizado). Anotar o volume e calcular o
fator de correção volumétrico da solução de iodo:
Ex.: gastos 10,2 mL

Fcv I2 = mL. Na2S2O3 x Fcv Na2S2O3 / mL I2 = 10/10,2 = 0,98039

6 - Titulação da amostra de ácido ascórbico.


O ácido ascórbico é de grande utilidade na indústria alimentícia e de medicamentos, entre
outras. O ácido ascórbico é um sólido cristalino de coloração amarelo-claro tendendo a escurecer
quando estocado por muito tempo. É comumente conhecido como vitamina “C”, entretanto um
comprimido de vitamina “C” contém além do ácido ascórbico uma série de outros componentes,
entre eles uma carga inerte.
Procedimento descrito na farmacopéia Brasileira II - o ácido ascórbico será oxidado pelo
iodo à ácido dehidroascórbico, sendo que o iodo é por sua vez reduzido a íons iodeto.

C6H8O6 + I2  C6H6O6 + 2 HI

Pesar cerca de 0,1g de vitamina “C”, transferir para um erlenmeyer de 250 mL, adicionar
cerca de 100 mL de água destilada, acidificar com cerca de 10 mL de ácido clorídrico 3 Mol/L e 1
mL de solução de goma de amido a 1%. Titular com a solução de iodo padrão até o aparecimento
de uma coloração azul persistente (ou coloração marrom dependendo da fonte do amido). O
surgimento da coloração detecta a presença de iodo na solução que não encontrou mais ácido
ascórbico para reagir, o que caracteriza o final da titulação (a cor deverá permanecer estável por no
mínimo 30 segundos, desaparecendo a cor antes disso, mais uma gota deverá ser adicionada).
Repetir o procedimento observando que o volume gasto depende da pesagem. Usar os dois
valores para o cálculo de percentagem não permitindo uma flutuação maior que 2% entre as
determinações.

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

Ex.: pesagem de 0,1067g e gastos 6,7 mL

Cálculo 1:
Calcula-se a partir do volume de solução gasto, o número de gramas de ácido ascórbico
titulado:

I2:
253,8g - 1000mL - 1Mol/L
12,69g - 1000mL - 0,1 Eq/L
0,085023g - 6,7mL - 0,1 Eq/L
x= 0,0833557g - 6,7mL - 0,1 Eq/L x 0,98039 = 0,098039 Eq/L

C6H8O6 + I2  C6H6O6 + 2 HI
176,1232g 253,8g
y= 0,057844g 0,0833557g
75

Portanto a massa determinada de 0,057844g de ácido ascórbico foi determinada em 0,1067g


de amostra (pesagem da amostra). Para expressar o resultado em percentagem faz-se a seguinte
conversão:

0,057844g de ácido ascórbico - 0,1067g de amostra


z= 54,21% - 100g de amostra

Cálculo 2:
Cálculo utilizando-se equivalente em vez de mol (nesse caso o equivalente do iodo e do
ácido ascórbico são iguais e a massa molar é dividida por 2 (número de elétrons utilizados no
processo de oxidação e redução.

Ac. Ascórbico:
176,1232g - 1000mL - 1 Mol/L
88,0616g - 1000mL - 1 Eq/L
0,00880616g - 1mL - 0,1 Eq/L

Como 1 mL da solução de iodo 0,1 Eq/L reage com 0,00880616 g de ácido ascórbico, o
número de mL gastos (6,7 mL) reagiu com:

1 mL de Iodo - 0,00880616g de Ac. Asc.


n° mL gastos na titulação x fcv I2 - x = 0,057844g

* Fcv I2 obtido da padronização com a solução da Na2S2O3 padrão.

0,057844g Ac. Asc. - 0,1067 g de amostra


x= 54,21g% - 100 g de amostra

Os dois cálculos conduzem ao mesmo resultado. Expressar o resultado com duas casas
decimais.

Prática 14 - Determinação titulométrica de hipoclorito de sódio. (Dosagem de cloro ativo).

1 - Preparo e padronização de uma solução de tiosulfato de sódio.


Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário, pegar
uma amostra e anotar o seu número.

2 - Padronização de uma solução de tiosulfato de sódio.


Proceder como descrito para a titulação de ácido ascórbico (Ex.:1,0314).

3 - Titulação da amostra de hipoclorito de sódio


O íon hipoclorito reage (em meio de ácido acético) com íons iodeto segundo a equação:

ClO- + 2I- + 2H+  Cl- + I2 + H2O


76

Transferir 10 mL da solução amostra para um erlenmeyer de rolha esmerilhada de 250 mL,


adicionar cerca de 100 mL de água destilada, 10 mL de solução de iodeto de potássio a 10% (livre
de iodo) e 2 mL de ácido acético glacial. Fechar o erlenmeyer e deixar a solução em repouso por
cerca de 30 minutos em um ambiente escuro. Titular o iodo liberado com uma solução de tiosulfato
de sódio padrão até uma coloração amarelo palha. Em seguida adicionar cerca de 1 mL de uma
solução de amido a 1% e continuar titulando até o desaparecimento de uma coloração azul (ou
marrom claro dependendo do amido utilizado).
Repetir o procedimento observando que a variação de volume entre as duas determinações
seja menor ou igual a 0,1 mL. Se der maior que 0,1 mL, titular uma terceira vez até atingir o
objetivo. Para efeito de cálculo utilizar a média das duas medidas que se situam dentro do limite
estabelecido (Ex.: 9,6mL).

PS.: A solução deverá ser descartada em frasco adequado conforme recomendação do professor.

2 Na2S2O3 + I2  Na2S4O6 + 2 NaI

Observando-se a estequiometria da reação sabe-se que um mol de iodo origina-se de um


mol de hipoclorito sendo titulado com dois mols de tiosulfato. Trabalhando-se com equivalentes:

NaClO:
74,4418g - 1000mL - 1 Mol/L
37,2209g - 1000mL - 1Eq/L
0,00372209g - 1mL - 0,1 Eq/L

Cl2:
70,906g - 1000mL - 1 Mol/L
35,453g - 1000mL - 1 Eq/L
0,0035453g - 1mL - 0,1 Eq/L

1 mL de Na2S2O3 - 0,00372209g NaClO ou 0,0035453g Cl2


n° mL gastos na titulação x Fcv Na2S2O3 - x= 0,036854g de NaClO ou 0,035104g de Cl2

* Fcv Na2S2O3 obtido através da padronização com a solução de I2 padrão.

Relacionando-se com a tomada de amostra teremos:

0,036854g NaClO ou 0,035104g Cl2 - 10 mL


x= 0,369g% ou 0,351g% - 100 mL

Expressar o resultado com três casas decimais.


77

Prática 15 – Análise completa do calcário.

1 - Preparo do Cadinho
O cadinho de porcelana deverá ser limpo a seco (se o cadinho estiver molhado, deverá ser
seco em estufa antes da calcinação para evitar quebra) e livre de material orgânico ou inorgânico,
na forma de contaminação. Para livrar o cadinho de eventuais contaminações este deverá ser
aquecido a uma temperatura aproximada de 900°C, esfriado até a temperatura ambiente em um
dessecador (atmosfera relativamente seca) e pesado em balança analítica. O procedimento deverá
ser repetido até que o peso do cadinho não varie na quarta casa decimal da balança (erro da balança
de  0,1 mg). Como o tempo envolvido para a prática é relativamente curto, somente um processo
de aquecimento será executado.

2 - Insolúveis em ácido.
Colocar o EPI (Equipamento de Proteção Individual), conferir o material do armário,
pegar uma amostra e um cadinho, anotar os números ou identificações.
Pesar analiticamente cerca de 0,5g de amostra do calcário sobre um vidro de relógio ou
papel de alumínio e transferi-la para um Béquer de 250 mL. Em seguida adicionar cerca de 20 mL
de água destilada e 10 mL de HCl concentrado (adicionar o ácido lentamente para evitar a reação
violenta com o calcário). Tampar o Béquer com um vidro de relógio e deixar a mistura em repouso
78

até cessar a efervescência. Em seguida fervê-la por cerca de 3 min e deixar esfriar. Nesse momento
a reação já se processou, os resíduos devem ser filtrados com papel de filtro faixa preta, recebendo
o filtrado em um balão de 100 mL. Lavar o resíduo várias vezes com pequenas porções de água
destilada, recebendo o volume da lavagem no balão volumétrico. Completar o volume do balão até
100 mL e guarde essa solução para análise de CaO, MgO e óxidos solúveis (normalmente se
expressa de forma coletiva na forma de R2O3).

CaCO3 + 2HCl  CaCl2 + CO2 + H2O

MgCO3 + 2HCl  MgCl2 + CO2 + H2O

O resíduo com o papel de filtro (normalmente SiO2 e TiO2) deve ser queimado sobre um
chama do bico de Bunsen e após eliminação total da matéria orgânica, calcinar em mufla à cerca de
900°C por um período de 1 hora. Após um prévio esfriamento no dessecador grande, transferi-lo
para o dessecador pequeno e esperar atingir a temperatura ambiente. Pesá-lo em balança analítica
com 4 casas decimais.
Cálculos:
Peso do cadinho com amostra – peso do cadinho vazio = peso da amostra

Peso do cadinho vazio – peso do cadinho calcinado = peso dos insolúveis.

Peso de insolúveis - “y” g de amostra (pesagem)


g% de insolúveis - 100 g de amostra

3 – Determinação do teor de Cálcio e Magnésio por EDTA.


Um agente orgânico que possui dois ou mais grupamentos capazes de complexar um íon
metálico é chamado de agente quelante e os complexos formado são chamados de quelatos. O
agente quelante é também genericamente chamado de ligante e as titulações envolvente agentes
quelantes são chamadas de titulações quelométricas que são parte de uma classe mais geral
chamada de titulações complexométricas.
O EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) é o agente quelante (hexadentado ou com seis
pontos de quelação) mais comumente utilizado e forma complexos com vários íons metálicos e
pertence a classe dos quelantes multidentados ou seja, possui mais de um centro quelante. Os
quelante multidentados formam normalmente complexos mais estáveis que os similares mono e
bidentados.
Genericamente o EDTA pode ser representado com um ácido tetraprótico com as quatro
constantes de ionização descritas abaixo: * na verdade além dos grupamentos carbonila descritos
abaixo, os nitrogênio também são protonáveis de tal forma que seis constantes de ionização podem
ser descritas.

HO2CCH2 ____ ____CH 2CO2H


____ NCH2CH2N ____
HO2CCH2 CH 2CO2H

H4Y  H+ + H3Y- com Ka1= 1,0x10-2 = [H+][H3Y-]/[H4Y]


79

H3Y-  H+ + H2Y-2 com Ka= 2,2x10-3 = [H+][H2Y-2]/[H3Y-]

H2Y-2  H+ + HY-3 com Ka= 6,9x10-7 = [H+][HY-3]/[H2Y-2]

HY-3  H+ + Y-4 com Ka= 5,5x10-11 = [H+][Y-4]/[HY-3]

Como a espécie Y-4 é normalmente utilizada para as reações de complexação, o equilíbrio de


complexação é fortemente afetado pelo pH. O H4Y é pouco solúvel em água de tal forma que
normalmente o sal disódico é utilizado (Na2H2Y4.2H2O), o qual inclusive se secado adequadamente
(80°C por 2 horas) pode ser usado diretamente com padrão primário, embora a padronização com
zinco metálico seja muito comum.
Considere a reação do EDTA com íons Ca+2.

Ca+2 + Y-4  CaY-2

A constante da formação do complexo pode ser descrita como: Kf = [CaY-2]/[Ca+2][Y-4]


O equilíbrio da equação envolvendo a complexação do cálcio é deslocada na direção da
regeneração do cálcio enquanto o pH é aumentado de tal forma que nessa reação o pH deve ser
mantido em um valor ideal mínimo.
Normalmente utiliza-se equações envolvendo as constantes de formação condicionais que
envolvem os valores de fração molar que depende do pH de tal forma que a mesma equação pode
ser escrita como:

Kf = [CaY-2]/[Ca+2][Y-4] = Kf.4 = K’f = [CaY-2]/[Ca+2] C H4Y

C H4Y é igual a somatória de todas as espécies envolvendo o ligante protonadas ou não (C


H4Y = [Y-4] + [HY-3] + [H2Y-2] + [H3Y-] + [H4Y].

No caso da determinação de íons cálcio e magnésio, a solução é tamponada (pH acima de


7) e sofre adição de um agente complexante (tartarato, citrato, trietanolamina, etc., que evita a
formação do hidróxido ou do sal básico). Na padronização, o zinco é tamponado (pH 10) com
amônia-cloreto de amônio e é titulado em presença de negro-de-eriocromo T passando de
vermelho-vinho para azul (ponto final da titulação).

Zn+2 + H2Ind  ZnInd- + H+

Após adição da solução de EDTA padrão teremos a competição do EDTA pelo metal com
o indicador, como o EDTA tem uma maior constante de formação (falando genericamente, o
complexo metal EDTA deve ser entre 10 e 100 vezes mais estável que o complexo indicador
metal), vai remover o íon metálico do indicador e complexá-lo liberando o indicador puro, de tal
forma que a solução passa de uma coloração vermelha vinho para azul.

Zn+2 + H2Ind  ZnInd- + H+


ZnInd- + H2Y-2  ZnY-2 + HIn- + H+
Vermelho incolor incolor azul

3.1 – Preparo de uma solução de EDTA 0,1 Mol/L.


80

Secar o sal de EDTA (Na2EDTA.2H2O = 372,2352g) por duas horas, nessa secagem as
águas de hidratação se mantém intactas.

372,2352 g - 1000 mL - 1Mol/L


37,2235g - 1000 mL - 0,1Mol/L

Pesar 37,2235g em uma balança analítica, transferir o conteúdo para um balão


volumétrico de 1000 mL e completar o volume para 1000 mL.

3.2 – Titulação simultânea dos íons cálcio e magnésio (dureza total da água).
Transferir 10 mL de amostra para um Béquer de 250 mL, adicionar cerca de 100 mL de
água destilada e 10 mL de tampão com pH= 10 (tampão amônia/cloreto de amônio). Já com a
solução sob agitação no agitador magnético adicionar uma ponta de espátula do indicador de negro
eriocromo T (como a solução de indicador 0,5% em etanol é instável, o indicador sólido é moído
com sulfato de sódio) até coloração vermelho vinho clara.
Cuidado deve ser tomado para não adicionar muito indicador já que a forma livre
(coloração azul) poderá se apresentar antes mesmo do início da titulação. O negro de eriocromo T
apresenta as colorações: H2In- é vermelho em pH menor que 6, Hin-2 é azul entre pH 6 e 12 e In-3 é
amarelo em pH maior que 12.
A solução tampão de pH=10 deve ser preparada dissolvendo-se 3,2g de NH4Cl em 10 mL
de água destilada, adicionar 29 mL de solução concentrada de amônia e avolumar em 50 mL,
estocar a solução em frasco de polietileno.
Titular a amostra com a solução de EDTA padrão até a mudança da cor do indicador de
vermelho para azul. Nessa titulação será utilizada uma bureta de pistão com leitura de volume de
centésimos de mL. Já que próximo ao ponto final da titulação a reação é lenta e consequentemente
a mudança da cor do indicador também, adicionar o reagente lentamente esperar alguns segundo e
proceder até a detecção do ponto final. Anotar o volume (V1).

V1 = “x” mL para o cálcio e “y” mL para o magnésio.

3.3 – Titulação do cálcio.


Transferir 10 mL de amostra para um Béquer de 250 mL, adicionar cerca de 100 mL de
água destilada, 10 mL de trietanolamina e KOH ou NaOH a 10% até pH mínimo de 12 (somente
adicionar a solução de base forte no momento da titulação). Em pH 12 ou superior ocorrerá a
precipitação do Mg(OH)2 que não será titulado com o EDTA.
Já com a solução sob agitação no agitador magnético adicionar uma ponta de espátula do
indicador calcon carboxílico até coloração vermelho vinho clara. Titular a amostra com a solução
de EDTA padrão até a mudança da cor do indicador de vermelho para azul. Nessa titulação será
utilizada uma bureta de pistão com leitura de volume de centésimos de mL. Anotar o volume (V2).

V2 = “x” mL para o cálcio

Cálculos:
Os teores de cálcio e magnésio na amostra são normalmente expressos em teores de CaO
e MgO de tal forma que considerando-se a reação com EDTA na proporção de 1/1, teremos:

Para o cálcio:
81

1mL de EDTA 0,1 mol/L - 0,0056077g de CaO


mL gastos da titulação (V2) x Fcv EDTA - “x” g de CaO

“x”g de CaO - pesagem da amostra/10


g% de CaO - 100g de amostra

Expressar o resultado com três casas decimais.

Para o magnésio:
1mL de EDTA 0,1 mol/L - 0,0040304g de MgO
mL gastos da titulação (V1-V2) x Fcv EDTA - “x” g de MgO

“x”g de MgO - pesagem da amostra/10


g% de MgO - 10g de amostra

A pesagem da amostra deve ser dividida por 10 porque a amostra foi pesada, a solução resultante
avolumada em 100 mL e somente 10 mL dessa foram titulados com EDTA. A massa titulada
corresponde então a 1/10 da pesagem da amostra.
Ex.: Para um calcário contendo somente aragonita (CaCO3.MgCO3)
Pesagem: 0,4957g

CaCO3.MgCO3  CaO
184,399g 56,077g
0,4957g x=0,150746g em 100 ml (0,0150746g em 10 mL)

1mL de EDTA 0,1 mol/L - 0,0056077g de CaO


V2= 2,688 mL de EDTA 0,01mol/L, Fcv=1,000 - 0,0150746g de CaO

CaCO3.MgCO3  MgO
184,399g 40,304g
0,4957g x=0,108345g em 100 ml (0,010834g em 10 mL)

1mL de EDTA 0,01 mol/L - 0,0040304g de CaO


V1-V2= 2,688 mL de EDTA 0,01mol/L, Fcv=1,000 - 0,010834g de CaO

Nesse caso V1= 5,376mL e V2=2,688mL.

Expressar o resultado com três casas decimais.

4 – Perda ao rubro.
Na perda ao rubro serão decompostos os carbonatos presentes na amostra e a matéria
orgânica será eliminada. Todos os metais contidos na amostra serão oxidados ao seu maior estado
de oxidação.

CaCO3  CaO + CO2


Mat. Orgânica  CO2 + H2O
Pesar em balança analítica cerca de 1,0g de amostra do calcário sob análise em um
82

cadinho previamente calcinado e tarado. Levá-lo à mufla e calciná-lo à cerca de 950°C por um
período de 1 hora. Após um prévio esfriamento no dessecador grande, transferi-lo para o
dessecador pequeno e esperar atingir a temperatura ambiente. Pesá-lo em balança analítica com 4
casas decimais.
Cálculos:

Peso do cadinho com material – peso do cadinho vazio = peso da amostra


Peso do cadinho com amostra – peso do cadinho calcinado = perda ao rubro.

Perda ao rubro - “y” g de amostra (pesagem)


g% de perda ao rubro - 100 g de amostra

Expressar o resultado com duas casas decimais.

5 - Cálculo do R2O3 (normalmente Al2O3, Fe2O3 e Mn2O3)


Este cálculo representa a presença de outros metais que não foram determinados através
da titulação com EDTA e são a diferença para os 100% restantes.

R2O3 = 100% - (% de insolúveis + % de perda ao rubro + % CaO + % MgO)

6 - Classificação de calcário.

O calcário é amplamente usado na agricultura como corretivo de solo. Ele também é uma
importante matéria prima para indústrias químicas, como a de cimento. O calcário é composto
basicamente de carbonato de cálcio e, freqüentemente, apresenta carbonato de magnésio. A calcita
pura (CaCO3) e a magnesita pura (MgCO3) são os extremos dos valores encontrados sendo a
dolomita o intermediário (CaCO3.MgCO3). A Legislação Brasileira, segundo a Portaria n° 03 de 12
de Junho de 1986, classifica-o comercialmente em:

Calcário Calcítico: 40-45% de CaO e 1-5% de MgO;


Calcário Magnesiano: 30-40% de CaO e 6-12% de MgO;
Calcário Dolomítico: 25-30% de CaO e 13-20% de MgO;
83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – N. Baccan; J.C. de Andrade; O.E.S. Godinho; J.S. Barone; Química Analítica Quantitativa
Elementar, 2ª Edição, Ed. Edgard Blücher Ltda., 1995.
2 – Ferrari, V.A., Práticas de Química Analítica Quantitativa, apostila mimeografada, UFPR, 1986.
3 – O.A. Ohlweiler, Química Analítica Quantitativa, 3a Edição, Livros técnicos e Científicos Ltda.,
1981.
4 – G.D. Christian, Analytical Chemistry, 5th Edition, John Wiley e Sons, Inc, New York, 1994.
84

LISTA DE EXERCÍCIOS DE GRAVIMETRIA

1) Uma amostra que contém 77% de cloreto de bário dihidratado é analisada no que consiste ao
seu teor de cloreto.
a) Qual a massa de amostra (em mg) deve ser tomada se o cloreto de prata produzido pesar 0,5 g?
R.: 553 mg.
b) Qual o volume de solução 0,15 Mol/L de nitrato de prata será necessário para precipitar o
cloreto de 0,6 g de amostra? R.: 25,22 mL
c) Qual o peso de cloreto de prata é produzido no item b? R.: 0,542 g

2) Que massa de oxalato de amônio dihidratado é necessária para precipitar o cálcio sob a forma de
oxalato de cálcio a partir de 200 mg de carbonato de cálcio? R.: 0,3198g

3) 2,46g de sulfato de magnésio cristalizado são dissolvidos em água e tratados com uma solução
de cloreto de bário em excesso, obtendo-se 2,33g do respectivo precipitado. Calcular o número de
moléculas de água de cristalização no sulfato de magnésio MgSO4.?H2O. R.: MgSO4.7H2O

4) Uma amostra contém 9,2% de estanho, 4,3% de zinco além de outras impurezas inertes. Se 0,6
g da amostra for analisado e partindo-se do princípio de que os elementos de interesse foram
isolados, precipitados e calcinados, calcule o peso das substâncias:
a) Oxido estanico. R.: 0,0701 g
b) Pirofosfato de zinco. R.: 0,0601 g

5) 50 mL de uma solução de íons férrico foram tratados com leve excesso de hidróxido de amônio.
.O precipitado após filtração e calcinação pesou 25,4 mg. Determine a concentração do sal de ferro
na forma de cloreto férrico hexahidratado. R.: 0,1719 g%

6) Na análise de 1,0 g de uma amostra de garnierita, um minério de níquel, obteve-se um


precipitado de dimetilglioximato de níquel Ni(C4H7N2O2)2 que pesou 0,3052 g. Calcule o teor de
níquel no minério analisado. R.: 6,2%

7) Magnésio pode ser determinado gravimetricamente por precipitação na forma de fosfato de


amônio e magnésio que vai ser transformado, por posterior calcinação em pirofosfato de magnésio
e assim pesado. Se 0,2g de um mineral de magnésio obtivermos 0,121 g de pirofosfato de
magnésio. Qual o teor de magnésio no mineral, expresso em g% de óxido de magnésio? R.: 21,92 g
%
85

8) Uma amostra de pirita FeS2 impura é oxidada com bromo e ácido nítrico a sulfato. O sulfato
obtido é pesado na forma de sulfato de bário. Se 0,331 g de pirita impura produziram 813 mg de
sulfato de bário, qual a percentagem de pirita na amostra? R.: 63,12 %

9) Que massa de oxalato de amônio dihidratado será necessária para precipitar o cálcio sob a forma
de oxalato de cálcio a partir de 200 mg de apatita [Ca3(PO4)2]3.CaF? R.: 324 mg

10) Que volume de solução 1 Mol/L de cloreto de bário será gasto para a precipitação do enxofre
sob a forma de sulfato de bário de 0,54 g de pirita? R.: 9 mL

11) Uma amostra contém 15% de clorato de sódio e 20% de perclorato de sódio. Se 1,0 g desse
material é reduzido a cloreto e precipitado com nitrato de prata, qual o peso de cloreto de prata
produzido? R.: 0,4361 g

12) 800 mg de um sulfeto são fundidos com peróxido de sódio para formar o sulfato e precipitado
como sulfato de bário. O precipitado pesou 0,5 g. Quantos mL de gás (nas CNTP) serão obtidos se
a amostra for tratada com ácido clorídrico, liberando sulfeto de hidrogênio? R.: 47,99 mL

13) Uma amostra contendo 30% de Aragonita CaMg(CO 3)2, 30% de Siderita (carbonato ferroso) e
40% de Apatita [Ca3(PO4)2]3.CaF foi dissolvida com uma mistura oxidante de ácido nítrico e ácido
clorídrico. Após a separação dos íons cálcio, estes foram precipitados com oxalato de amônio
dihidratado. Se 0,85 g de amostra foi utilizada, pergunta-se:
a) Qual o peso de oxalato de amônio dihidratado (em mg) foi utilizado na precipitação do cálcio na
forma de oxalato de cálcio? R.: 771 mg
b) Qual o peso (em mg) de óxido de cálcio será obtido após calcinação do oxalato de cálcio? R.:
270 mg

14) O cromo contido em um minério foi precipitado como hidróxido crômico e pesado como
Cr2O3. Se 0,55 g de amostra foram utilizados, pergunta-se:
a) Se o precipitado após calcinação pesou 0,204g, qual a percentagem de cromo na amostra? R.:
25,38 %
b) Se o precipitado é fundido com peróxido de sódio e oxidado a cromato, qual o peso em mg de
cromato de sódio será obtido? R.: 435 mg

15) 20 mL de uma solução de sal de alumínio foram tratados com leve excesso de hidróxido de
amônio. O precipitado, após filtração e calcinação pesou 0,0183 g. Determinar a concentração do
sal de alumínio em g% na forma de sulfato de alumínio hexahidratado. R.: 0,404 g %

16) 0,5 g de cloreto de sódio foram dissolvidos em água. À solução resultante adicionou-se um
excesso de nitrato de prata em meio de ácido nítrico. O precipitado seco pesou 1,148 g. Qual a
pureza do sal analisado? R.: 93,64 %

17) 0,35 g de uma amostra comercial de sulfato de sódio foram dissolvidos em água e tratados com
cloreto de bário em excesso. Obteve-se um precipitado branco que após secagem pesou 0,54 g.
Qual a pureza do sal analisado? R.: 93,9 %

18) Se 0,55 g de um sulfato solúvel após tratados com cloreto de bário produziram 0,6460 g do
respectivo sulfato, qual era a percentagem de enxofre na amostra? R.: 16,14 %
86

19) Uma amostra de 0,5 g que contém alumínio na forma de gibsita (hidróxido de alumínio)
produziu 0,2499 g de óxido de alumínio após calcinação. Calcule a percentagem de gibsita presente
na amostra. R.: 76,45 %

20) Analisou-se uma liga de Cu, Zn e Pb. A partir de 0,8 g de liga obteve-se eletroliticamente no
cátodo 0,6 g de cobre e 0,0185 g de óxido plúmbico por oxidação anódica. A partir do mesmo peso
da liga foram obtidos 428,8 mg de pirofosfato de zinco. Qual a composição da liga analisada? R.:
75 % de Cu, 2 % de Pb e 23 % de Zn.

21) 0,806 g de sulfato de sódio comercial com teor de pureza de 90%, após dissolução foram
tratados com leve excesso de cloreto de bário. Qual a massa de sulfato de bário será obtido? R.:
1,192 g

22) 5,5g de sulfato de alumínio cristalizado são dissolvidos em água e tratados com uma solução de
cloreto de bário em excesso, obtendo-se 8,553g do respectivo precipitado. Calcular o número de
moléculas de água de cristalização no sulfato de alumínio. R.: 6,0

23) Uma amostra de sulfeto de zinco e carbonato de cálcio foi oxidada com bromo e um ácido
oxidante a sulfato. O sulfato obtido foi precipitado com cloreto de bário em excesso. Se 500mg da
amostra produziram 331mg do respectivo precipitado, qual a percentagem de sulfeto de zinco na
amostra em g%? R.: 27,64g%

24) 0,5 g de um minério contendo FeS2 foram aquecidos na presença de hidrogênio. O sulfeto de
hidrogênio produzido foi retido quantitativamente numa solução de sulfato de Pb(II). O sulfeto
precipitado foi dessecado e pesou 0,2134g. Qual a percentagem de FeS2 na amostra em g%? R.:
10,7%
87

LISTA DE EXERCÍCIOS DE PRODUTO DE SOLUBILIDADE

1) Calcule a constante de solubilidade (Kps) das seguintes substâncias.


a) Brometo de prata sendo que sua solubilidade é de 0,118 mg/L. R.: 3,95 x 10-13 (mol/L)2.
b) Hidróxido ferroso sendo que sua solubilidade é de 0,154 mg/100 mL. R.: 2 x 10-14 (mol/L)3.
c) Carbonato de prata sendo que sua solubilidade é de 0,00298 mg/100 mL. R.: 5,039 x 10 -21
(mol/L)3.

2) O produto de solubilidade do hidróxido de magnésio a 25oC é de 1,8 x 10-11 (mol/L)3.


a) Calcule a solubilidade (mg/L) desse hidróxido em água pura. R.: 9,62 mg/L
b) Calcule o pH da solução do item a. R.: 10,52.

3) Calcule o Kps do carbonato de cálcio se 1 litro de solução saturado a 25 oC contém 6,93 x 10-2 g
desse sal. R.: 4,8 x 10-7 (mol/L)3.

4) O produto de solubilidade do hidróxido de magnésio é de 1,8 x 10-11 (mol/L)3.


a)Calcule a solubilidade desse hidróxido em uma solução que contém 1,5 g/L de nitrato de
magnésio R.: 2,11 x 10-5 mol/L.
b) Calcule o pH do item a. R.: 9,625.

5) O Kps do oxalato de cálcio é de 2,0 x 10-9 (mol/L)2. Qual a quantidade de água em litros é
necessária para dissolver 1 g de sal? R.: 174,58 litros.

6) A solubilidade do cromato de prata é de 0,0279 g/L a 25 oC Calcule o seu Kps. R.: 2,4 x 10-12
(mol/L)3.

7) À uma solução de um íon metálico R+3 é adicionado hidróxido de sódio sólido (sem alteração do
volume) até pH = 4,3. Nesse ponto o hidróxido R(OH)3 começa a precipitar.
a) Qual a constante do produto de solubilidade do hidróxido R(OH)3 ? R.: 5,28 x 10-40 (mol/L)4.
b) Qual a solubilidade molar do hidróxido? R.: 6,65 x 10-11 mol/L.

8) Quantos gramas de cloreto de chumbo(II) precipitarão quando misturamos 15,75g de nitrato de


chumbo (II) com 1,32g de cloreto de potássio num total de 750 mL de solução? Kps cloreto de chumbo (II) =
1,6x10-5 R.: 0,62g/750 mL

9) Considere que 0,1 g de oxalato de cálcio são adicionados em:


a- 200 mL de água destilada
b- 200 mL de uma solução com 0,1g de oxalato de amônio.
Pergunta-se: Qual a perda de oxalato de cálcio (em percentagem) em cada caso se o material for
filtrado, seco e pesado?
Kps oxalato de cálcio = 2,6xl0-9 Ra:1,306%; Rb: 0,017%

LISTA DE EXERCÍCIOS DE TITULOMETRIA


88

1) Quantos mL de ácido clorídrico concentrado serão necessários para preparar 100 mL de uma
solução 6,0 Mol/L. O ácido concentrado tem uma pureza de 37% e densidade d = 1,18 g/cm 3. R.:
50, 09 mL.

2) Calcule a concentração (em Eq/L) de uma solução de ácido sulfúrico a 20% em massa (100g de
solução, 20 g de ácido). A densidade da solução é de 1,14 g/cm3 . R.: 4,65 Eq/L.

3) Na padronização de uma solução de hidróxido de sódio 0,25 Eq/L pesou-se analiticamente


1,134 g de biftalato de potássio C6H4COOHCOOK e transferiu-se para um erlenmeyer de 250 mL.
Na titulação, gastou-se 21,8 mL do hidróxido. A seguir dosou-se 5 mL de uma solução de ácido
sulfúrico, sendo gastos 20,3 mL do hidróxido padronizado.
a) Calcule o fator de correção volumétrico (Fcv) do hidróxido de sódio. R.: 1,019.
b) Calcule a concentração da solução de ácido sulfúrico em g%. R.: 5,068 g/100 mL.

4) Quantos mL de ácido sulfúrico concentrado contendo 96% (em peso) de ácido sulfúrico e d =
1,84 g/cm3 devem ser tomados para preparar 5 litros de uma solução 0,1 Eq/L? R.: 13,87 mL.

5) 100 mL de uma amostra de vinagre são diluídos a 1000 mL em um balão volumétrico. 50 mL da


solução resultante foram titulados com 25 mL de uma solução de hidróxido de sódio 0,1 Eq/L e F cv
= 1,050 utilizando-se fenolftaleína como indicador. Calcule a percentagem de ácido acético no
vinagre analisado. R.: 3,152 g/100 mL.

6) Quantos gramas de hidróxido de bário estão presentes em 5,4 litros de uma solução 0,01 Eq/L e
Fcv = 1,200. R.: 5,554 g.

7) Quantos mg de hidróxido de bário contém uma solução se para a sua neutralização utilizou-se
20 mL de uma solução de ácido clorídrico 0,1245 Eq/L? R.: 213 mg.

8) Para a titulação de 3,204 g de ácido clorídrico concentrado utilizou-se 33,05 mL de uma solução
de hidróxido de sódio 1,01 Eq/L. Qual a percentagem do ácido na amostra? R.: 38%.

9) a)Quantos mg de ácido clorídrico (gás) devem ser dissolvidos em 150 mL de uma solução de
forma a obter uma solução de pH = 2,4? R.:21,76 mg.
b) Quantos mL de solução de ácido clorídrico serão necessários se d = 1,05 g/cm 3 e sua
concentração é de 36%? R.: 0,057 mL.

10) Para neutralizar 0,2 g de um ácido orgânico sólido utilizou-se 31,7 mL de uma solução de
hidróxido de potássio 0,1 Eq/L. Calcule o peso molecular do ácido analisado. R.: 63,1 g.

11) 12 mL de uma amostra de ácido sulfúrico foram completamente neutralizados com 18 mL de


uma solução de hidróxido de sódio 0,1 Eq/L e Fcv = 0,989.
a) Calcule a percentagem de ácido sulfúrico na amostra em g/100 L. R.: 0,727 g%.
b) A percentagem de ácido sulfúrico (mL/100 mL) sendo que sua densidade é de 1,065 g/cm 3 . R.:
0,685 mL/100 mL.
89

12) Quantos mg de ácido clorídrico devem ser dissolvidos em 150 mL de solução de forma a obter-
se uma solução de pH = 1,1? R.: 435 mg.

13) À 750 mg de ácido oxálico dihidratado foram adicionados 25 mL de uma solução de hidróxido
de potássio. O excesso de hidróxido foi titulado com 4 mL de uma solução de ácido clorídrico
0,1Eq/L e Fcv = 1,25.
a) Qual a concentração (em Eq/L) da solução de hidróxido de potássio? R.: 0,496 Eq/L
b) Qual o pH da solução antes da adição do ácido clorídrico? R.: 12,3.

14) Ácido clorídrico concentrado tem uma densidade de 1,19 g/cm3 e tem uma concentração de
37% em peso. Calcule a concentração (em Eq/L) do ácido. R.:12,07 Eq/L.

15) Qual o volume de solução de ácido clorídrico será necessário para a titulação de 20 mL de uma
solução de hidróxido de sódio que contém 3,5 g de base em 500 mL de solução. A solução de ácido
clorídrico tem uma concentração de 36,5% e uma densidade de 1,25 g/cm3. R.: 0,28 mL.

16) Na padronização de uma solução de hidróxido de sódio 0,2 Eq/L, pesou-se analiticamente
0,8297 g de biftalato de potássio previamente dessecado, o qual foi transferido para um erlenmeyer
de 250 mL e dissolvido com 100 mL de água destilada. Na titulação gastou-se 20,9 mL do
hidróxido. A seguir, titulou-se 5 mL de uma solução de ácido nítrico, tendo sido gastos 17 mL do
hidróxido padronizado. Pede-se o Fcv do hidróxido de sódio 0,2 Eq/L e a concentração do ácido
nítrico em g%. R.:0,9719 e 4,165 g%.

17) Na dosagem de 10 mL de uma solução de ácido clorídrico foram gastos 32,4 mL de NaOH
0,25 N e Fcv = 1,086. Qual a concentração do ácido clorídrico na amostra em g%? R.: 3,207 g%.

18) Que peso de biftalato de potássio seria necessário para reagir quantitativamente com 30 mL de
KOH 0,5 Mol/L e Fcv = 1,057? R.: 3,23 g.

19) 20 g de ácido sulfúrico foram diluídos a um volume de 750 mL. Qual a concentração (em
Eq/L) da solução resultante? R.: 0,5438 Eq/L.

20) 40 g de uma solução concentrada de ácido nítrico a 60% foram diluídos a 500 mL. Qual a
concentração (em Eq/L) da solução resultante? R.: 0,7617 Eq/L.

21) 350 mL de uma solução de ácido nítrico 0,25 Eq/L foram misturados com 150 mL de ácido
nítrico 2,0 Eq/L. Qual a concentração da solução resultante? R.: 0,775 Eq/L.

22) 400 mg de carbonato de sódio foram neutralizados com 25 mL de ácido sulfúrico 0,2 Eq/L e
Fcv = 1,257. Determine o teor de pureza do sal em g%. R.: 83,27 g%.

23) 400 mL de ácido clorídrico 0,2 Eq/L foram neutralizados parcialmente com 300 mL de
hidróxido de sódio 0,15Eq/L. Qual a concentração da solução de ácido clorídrico resultante
(desconsidere o cloreto de sódio formado)? R.: 0,05 Eq/L.
90

24) 26,5 mL de uma solução de ácido clorídrico foram neutralizados com 24,3 mL de hidróxido de
sódio. A solução resultante de cloreto de sódio foi precipitada completamente com 30 mL de uma
solução de nitrato de prata 0,09 Mol/L.
a) Qual a concentração (em Eq/L) das soluções de ácido clorídrico e hidróxido de sódio? R.:
0,1019 Eq/L e 0,1111 Eq/L
b) Qual o peso de cloreto de prata precipitado? R.: 0,387 g

LISTA DE EXERCÍCIOS DE ÁCIDOS E BASES FRACOS

1) Calcule o pH de uma solução de amônia 0,075 Mol/L. Kb = 1,76 x 10 -5. R.: 11,06.

2) Qual o peso em mg do carbonato de sódio devem ser pesados de modo que esta amostra seja
totalmente neutralizada por 18 mL de uma solução de ácido clorídrico 0,2 Eq/L e F cv = 1.05. R.:
200 mg.

3) 100 mL de uma solução ácida 0,1 Eq/L são misturados com 200 mL de uma solução 0,075 Eq/L
básica. Calcule a concentração (em Eq/L) da solução e seu pH. R.: 0,0167 Eq/L e 12,22.
91

4) Qual a concentração (em Eq/L) de uma solução de ácido clorídrico se para a titulação de 0,1946
g de carbonato de sódio quimicamente puro, utilizou-se 20,45 mL desta solução? R.: 0,18 Eq/L.

5) 500 mL de uma solução de cloreto de amônio 0,1 Mol/L foram adicionada a 500 mL de uma
solução de amônia 0,2 Mol/L em água. Calcule o pH da solução resultante em equilíbrio. Kb = 1,76
x 10 -5. R.: 9,55.

6) Calcule a percentagem de ionização de 0,2 Mols de ácido acético e 0,1 Mols de ácido clorídrico
o qual ioniza totalmente, em 1L de solução. R.: 0,02%

7) Calcule o pH de uma solução de amônia 0,1 Mol/L. Kb = 1,8 x 10 -5. R.: 11,12

8) Se em 1 litro de solução de amônia 0,1 Mol/L, 0,00135 mols de amônia ioniza, calcule o valor
da constante de equilíbrio da base Kb. R.: 1,84 x 10-5

9) A [H+] de uma solução 0,072 Mol/L de ácido benzóico C6H5COOH é 2,1 x 10 -3. Calcule a
constante de ionização do ácido Ka . R.: = 6,3 x 10 -5.

10) Quando 0,1 mols de amônia são dissolvidos em uma quantidade de água suficiente para se
obter 1 litro de solução, a solução tem uma [OH -] de 1,34 x 10 -3. Calcule a Kb da amônia. R.: 1,81
x 10 -5.

11) Calcule a [H+] na solução contendo 0,2 mols de ácido acético em 1 litro de solução. K a = 1,8 x
10 -5. Qual a percentagem de ionização do ácido? R.: 0,945%.

12) 50 mL de uma solução de um ácido monoprótico forte 0,01 Mol/L são titulados com hidróxido
de sódio 0,1Mol/L utilizando-se fenolftaleína como indicador. Calcule o erro da titulação com pH
no ponto final da titulação = 9,0. R.: +0,11%.

13) Suponha que se adicionem 0,2 mols de hidróxido de sódio sólido a 500 mL de uma solução de
ácido acético 0,6 Mol/L. Calcule o pH da solução resultante admitindo-se que não haja alteração
de volume. Ka = 1,8 x 10 -5 a 18oC. R.: 5,046.
14) 500 mL de uma solução de cloreto de amônio 0,1 Mol/L foram adicionados a 500 mL de uma
solução de hidróxido de amônio 0,2 Mol/L. Calcule o pH da solução resultante no equilíbrio. Kb =
3,2 x 10 -7. R.: 7,8.

15) Na padronização de uma solução de hidróxido de sódio 0,25 Eq/L pesou-se analiticamente
12,464g de Biftalato de potássio e transferiu-se para um balão volumétrico de 100 mL. Retirou-se
deste balão uma alíquota de 10mL, transferiu-se para uma erlenmeyer de 250mL, adicionou-se
cerca de 100 mL de água destilada e 3 gotas de sol. alcoólica de fenolftaleína, tendo sido gastos
22,5 mL. Em seguida titulou-se 10 mL de uma mistura de ácido sulfúrico e ácido fosfórico, em
duas etapas distintas:
- Com indicador fenolftaleína (zona de transição entre pH 8,2 e 9,4) gastou-se 12,9mL da solução
de hidróxido de sódio.
- Com indicador alaranjado de metila (zona de transição entre 3,3 e 4,4) gastou-se 3,5 mL de
solução de hidróxido de sódio.
H3PO4 - K1= 7,5x10-3, K2= 6,2x10-8, K3= 4,7x10-13; H2SO4 - K1= infinito, K2= 1,0x10-2
92

Qual a concentração de cada ácido analisado em g%? (1,0)


H3PO4 = 0,93g%; H2SO4 = 0,785g%

16) 1,75g de uma amostra contendo hidróxido de sódio, carbonato de sódio e óxido de silício
foram dissolvidos em água destilada e avolumados em 100 mL. 2 alíquotas de 10 mL foram
tituladas com uma solução de ácido clorídrico 0,1 Eq/L com Fcv= 1,175, em duas titulações
distintas como descrito abaixo:
- Na primeira titulação, utilizando-se alaranjado de metila como indicador gastou-se 7,8 mL da
solução titulante.
- Na segunda titulação, utilizando-se fenolftaleína como indicador gastou-se 5,7 mL da solução
titulante.
a) Qual a concentração (em g%) de cada um dos constituintes da amostra ou seja: hidróxido de
sódio, carbonato de sódio e óxido de silício? R.= carbonato = 14,94g%
Hidróxido = 9,67g%; sílica = 75,39g%

17) A constante de ionização do ácido cianídrico é de 4,8x10 -10. Qual é a concentração de H+, OH-
e ácido cianídrico numa solução preparada pela dissolução de 0,16 mols de cianeto de sódio em
450 mL de água? R.: [OH-] = [HCN] = 2,71 x 10-3 mol/L
R.: [H+] = 3,69 x 10-12 mol/L

18) Calcule o pH de uma solução obtida quando misturamos 500mL de uma solução de ácido
fórmico 0,1Mol/L (Ka= 1,76x10-4) e 500mL de uma solução de formiato de sódio 0,2Mol/L
(ionização total). R.: 4,057

19) Qual a concentração inicial de uma solução de ácido acético (Ka=1,8x10-5) se no equilíbrio este
se encontra 3% ionizado? R.: 0,0194 mol/L

20) Uma mistura contém 477 mg de carbonato de sódio, 327 mg de bicarbonato de sódio, 140 mg
de NaOH, 20 mg de umidade e 300 mg de sílica. Qual volume de solução 0,5 Eq/L e Fcv= 1,25 de
ácido clorídrico neutralizará a mistura usando-se como indicador a fenolftaleína (zona de transição
entre 8,2 e 9,4)? R.: 12,8 mL

21) Uma solução contém 0,9 g/L de ácido acético. (Ka= 1,85x10-5)
a) Calcule a concentração de todas as espécies envolvidas no equilíbrio e o pH. R.: [H +] = [acetato]
= 5,27 x 10-4 mol/L; [ acido acético] = 0,0145 mol/L, pH= 3,28
b) Se à solução do item "a" forem adicionados 500 mL de hidróxido de cálcio 0,01 Eq/L, qual será
o novo pH? R.: 4,43

22) Qual o pH de uma solução que contém 9,8x10-5 mL de ácido sulfúrico em 100 litros de
solução? O ácido tem uma densidade de 1,2 g/mL e uma concentração de 90% R.: 6,916 (Eq. 2°
grau = 6,95)

23) Quantos mL de uma solução de hidróxido de sódio 0,5Eq/L serão necessários para dosar 2,0 g
de uma solução concentrada de ácido fosfórico com teor de pureza de 85% em peso; tendo como
indicador a fenolftaleína? R.: 69,39 mL.
93

24) 42g de soda cáustica contendo além de hidróxido de sódio, 2% de carbonato de sódio e
6% de umidade, foram dissolvidos em água e aferidos em um balão volumétrico de 1000 mL.
a) Qual a concentração (em Eq/L) da solução obtida quando se titula a solução utilizando-se
alaranjado de metila como indicador? R.: 0,983 Eq/L.
b) Qual o volume de ácido clorídrico 1,0 Eq/L e F cv = 1,054 foi gasto para titular o carbonato de
sódio a cloreto de sódio, gás carbônico e água? R.: 14,99 mL.

LISTA DE EXERCÍCIOS DE TITULOMETRIA DE ÓXIDO-REDUÇÃO

1) 15 mL de uma solução ácida de íons férrico após tratadas com cloreto estanoso e cloreto
mercúrico foram titulados com 20 mL de uma solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L e F cv
= 1,015. Calcule:
a) A percentagem (g/100 mL) de ferro na amostra analisada. R.:0,756g%

2) Quantos gramas de tiosulfato de sódio pentahidratado devem ser tomadas para preparar 1300
mL de uma solução 0,1 Eq/L? R.: 32,26 g.

3) Quantos mg de iodo contém uma solução analisada se para a sua titulação foram utilizados 20
mL de uma solução de tiosulfato de sódio 0,1 Eq/L e Fcv = 1,040? R.: 264 mg.

4) Qual a massa de oxalato de sódio em mg deverá ser tomada para que na sua titulação se utilizem
20 mL de uma solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L em meio ácido forte? R.: 134,1 mg.

5) Qual o volume de solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L será suficiente para a oxidação
de (considere titulações em ácido forte):
a) 0,2 g de oxalato de sódio anidro? R.: 29,8 mL.
b) Íons ferroso a partir de 0,4 g de mineral que contém 50% de Fe. R.: 35,81 mL.
94

6) Para a titulação de 0,1133 g de oxalato de sódio puro, em meio ácido forte foram utilizados
20,75 mL de uma solução de permanganato de potássio. Qual a concentração (em Eq/L) da
solução de permanganato de potássio? R.: 0,0814 Eq/L.

7) À uma solução de iodato de potássio foram adicionadas 5 gramas de iodeto de potássio. O iodo
liberado foi titulado com 20,75 mL de uma solução de tiosulfato de sódio 0,1 Eq/L e F cv = 1,012.
calcular o peso de iodato de potássio. R.: 74,8 mg.

8) 20 mL de água bromada foram tratadas com excesso de iodeto de potássio e o iodo liberado foi
titulado com 18 mL de uma solução de tiosulfato de sódio 0,10985 Eq/L. Calcule a concentração
de bromo na água bromada em: a) g%.R.: 0,79 g%.
b) Equivalente por Litro R.: 0,098 Eq/L.

9) À 0,12 g de dicromato de potássio foram adicionadas 3 g de iodeto de potássio e 10 mL de


ácido clorídrico concentrado. O iodo liberado foi titulado com 22,85 mL de uma solução de
tiosulfato de sódio. Qual a concentração (em Eq/L) da solução de tiosulfato de sódio? R.: 0,1071
Eq/L

10) Calcular a concentração (em Eq/L) de uma solução de permanganato de potássio sabendo-se
que 630 mg de ácido oxálico dihidratado foram completamente oxidados por 50 mL da solução
oxidante em meio ácido forte. R.: 0,2 Eq/L.

11) Uma solução de oxalato de sódio contém 4,02 g do sal em 500 mL. Calcule a concentração
(em Eq/L) da solução de permanganato de potássio da qual 48 mL oxidam 50 mL da solução do
oxalato em meio ácido forte. R.: 0,125 Eq/L.

12) 300 mg de uma amostra de ácido oxálico dihidratado necessitam de 37,5 mL de uma solução
de permanganato de potássio 0,1 Eq/L e Fcv = 1,20 para completa oxidação em meio ácido forte.
Qual a pureza do ácido analisado? R.: 94,5%.

13) O ferro de 200 mg de um minério de ferro foi totalmente reduzido a Fe+2, necessitando de 20,8
mL de uma solução de permanganato de potássio 0,1 Eq/L para a completa oxidação a Fe +3 em
meio ácido forte. Qual a pureza do minério analisado em termos de: a) Fe? R.:58,04%
b) Óxido férrico? R.:83,04%

14) Na verificação da pureza de uma amostra de ácido ascórbico pesou-se 3,225g de amostra a
qual foi dissolvida em água e aferida a 250 mL em um balão volumétrico. Uma alíquota desta
amostra de 20 mL foi titulada por uma solução de I 2 0,1 N e Fcv =1,049. Foram gastos 26,7 mL da
solução. Qual a pureza da vitamina “C” em g%? R.: 95,6%

15) 25 mL de água clorada são tratados por excesso de iodeto de potássio em meio ácido. O iodo
liberado foi titulado por 24 mL de uma solução de tiosulfato de sódio 0,1 Eq/L. Qual a
concentração de cloro na água em g/L de solução. R.: 3,4 g/L.

16) Calcular a concentração em g/L e a concentração (em Eq/L) de uma solução de peróxido de
hidrogênio a partir dos seguintes dados: 50 mL de uma solução foram diluídos a 500 mL em um
balão volumétrico. 50 mL da solução necessitam de 45 mL de solução 0,12 Eq/L de permanganato
de potássio para completa oxidação, em meio de ácido sulfúrico. R.: 18,36 g/L e 1,0796 Eq/L.
95

17) 20 mL de água bromada (água contendo bromo) foram tratados com excesso de KI e o iodo
liberado foi titulado com 18 mL de uma solução de tiosulfato de sódio 0,10985 Eq/L. Calcular a
concentração de bromo na água bromada em: a) g/%. R.: 0,79 g%; b) Mol/L. R.: 0,049 mol/L

Exemplos de provas
Prova 1 – Gravimetria, Kps e titulação de ácido e base fortes.

Universidade Federal do Paraná


Setor de Ciências Exatas - Departamento de Química
CP 19081- Centro Politécnico - 81531-990 - Curitiba - PR - BRASIL
Tel.: (041) 361-3297; fax.: (041) 361-3186
Prof. Dr. Fernando Wypych; wypych@quimica.ufpr.br

Química Analítica II - Prova 1 - 19/02/02.

1 - Defina ponto de equivalência, ponto final, erro de titulação e quais os requisitos da escolha de
um indicador de pH numa titulação de neutralização? (1,0).

2 - Descreva quais os efeitos que podem afetar a solubilidade de um sal pouco solúvel (use
expressões de equilíbrio). (1,0)

3 – Qual o pH de uma solução na qual misturamos 12,5mL de uma solução de ácido sulfúrico 0,11
mol/L com 9mL de hidróxido de sódio 0,23 mol/L? (1,5)

4 - Uma amostra de sulfeto de zinco e carbonato de cálcio foi oxidada com bromo e um ácido
oxidante a sulfato. O sulfato obtido foi precipitado com cloreto de bário em excesso. Se 500mg da
96

amostra produziram 331mg do respectivo precipitado, qual a percentagem de sulfeto de zinco na


amostra em g%? (1,5)

5 – A solubilidade do cromato de prata em água pura é de 21,59mg/L a 25°C. Qual será a


solubilidade desse sal (g/L) em uma solução 0,01 mol/L de nitrato de prata? (2,0)

Dados: S= 32,066; H= 1,008; Na= 22,99; O= 15,999; Zn= 65,39; Ca= 40,078; C= 12,011; Ba=
137,327; Cl= 34,453; Cr= 51,996; Ag= 107,868; N= 14,007.

Prova 2 – a partir de titulação de ácido e base fortes.

Universidade Federal do Paraná


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Prova 2 - Química Analítica II - Curso: Farmácia – CQ035 - 02/04/02

1 – Explique através de expressões de equilíbrio o processo de hidrólise de sais (1,0).

2 – Explique porque o I2 não é um padrão primário e como devemos proceder para preparar
1000mL de uma solução de iodo 0,1Eq/L. Solubilidade do I 2 a 25°C= 0,335 g/L. Apresentar os
cálculos (1,0)

3 – 500 mL de uma solução 0,05mol/L de ácido acético (Ka = 1,8x10 -5) possui uma certa
percentagem de ionização. Se quisermos uma solução com uma percentagem de ionização 50%
menor, qual deverá ser a nova concentração do ácido acético? (1,5)

4 – A 25 ml de uma solução de cloreto de cálcio foi adicionado um excesso de oxalato de amônio.


O precipitado obtido foi separado por filtração, lavado e dissolvido em ácido sulfúrico diluído. Para
sua oxidação completa foram necessários 12 mL de solução 0,5 Eq/L de KMnO4 Fcv= 1,135.
Calcular o teor de CaCl2 na solução em gramas por litro (2,0).

5 - Qual é o pH da solução quando misturamos 500 ml de uma solução de ácido acético 0,1mol/L e
0,67g de Ca(OH)2? (Ka= 1,85x10-5) (1,5)

Dados: I= 126,90; C= 12,011; H= 1,008; O= 15,999; Ca= 40,078; Cl= 35,453; N= 14,007; S=
32,066; Mn= 54,938; K=39,098.
97

3 - Prova final
Universidade Federal do Paraná
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Prova Final - Química Analítica II - Curso: Farmácia – CQ035 - 16/04/02

1 – Demonstre com expressões de equilíbrio o funcionamento de uma solução tampão básica. (1,0).

2 – Descreva as teorias dos indicadores e como devemos proceder para a escolha de um indicador
em uma dada titulação de neutralização (1,0).

3 – Qual a massa em gramas de BaSO4 será obtida quando misturamos 100 mL de uma solução de
H2SO4 0,01 mol/L com Fcv= 1,17 e 1300 mL de uma solução de BaCl2 0,001 mol/L? Kps BaSO4
(hipotético) = 1x10-7 (3,0)

4 – Gastou-se 20 mL da solução de KOH para titular 0,2147g de biftalato de potássio. Pipetou-se


10mL de uma solução de H2SO4 os quais foram neutralizados com 35,2mL da solução de KOH. O
pH no ponto final foi de 10,0.
a) Qual a concentração da solução de KOH em mol/L?
b) Qual a concentração da solução de H2SO4 em g/L e eq/L?
c) Qual o erro da titulação em relação ao indicador? (2,0)

5 – Qual deve ser a concentração de 375 mL de uma solução de ácido acético para que o pH da
solução seja de 2,938? (1,0)

6 – 0,3854g de um minério de cobre foram dissolvidos e analisados iodometricamente. Cu +2 é


reduzido à Cu+1 pelo iodeto. Qual a percentagem de cobre na amostra se 20 ml de uma solução de
Na2S2O3 0,1Mol/L são necessários para titular o iodo liberado? (1,0)
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Dados: Ba= 137,33; Cl=35,453; H=1,008; S=32,066; O=15,999; C=12,011; K=39,098;


Cu=63,546; I= 126,904; Na=22,99.

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