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BOLETIM TÉCNICO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO
PRODUÇÃO DE SEMENTES
FORRAGEIRAS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
EDITORA
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5
2 SITUAÇÃO DA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE SEMENTES DE
FORRAGEIRAS.......................................................................................................... 6
2.1 Sistema de produção de sementes de forrageiras no Brasil – A visão do governo... 10
2.1.1 Da produção de sementes......................................................................... 11
2.1.2 Do beneficiamento.................................................................................... 13
2.1.3 Da embalagem.......................................................................................... 13
2.1.4 Do tamanho dos lotes............................................................................... 13
2.1.5 Do tamanho da amostra média.................................................................. 13
2.2 Situação atual e perspectiva da produção de sementes de forrageiras no estado de
Minas Gerais............................................................................................................ 14
3 ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGERIAS.......... 15
4 ORIGEM E MULTIPLICAÇÃO DE SEMENTES FORRAGEIRAS....................... 17
4.1 Origem da semente genética de forrageiras.......................................................... 17
4.2 Importância da apomixia na agricultura................................................................ 20
4.3 Indicadores da apomixia..................................................................................... 21
4.4 Reprodução por apomixia.................................................................................. 21
5 RECOMENDAÇÕES DE FORRAGEIRAS PARA O PLANTIO............................ 22
5.1 Adubação........................................................................................................... 24
5.1.1 O solo e a adubação................................................................................. 25
6 DOENÇAS EM FORRAGEIRAS............................................................................ 28
7 COLHEITA DE SEMENTES FORRAGEIRAS........................................................ 32
7.1 Métodos de colheita de sementes de forrageiras.................................................. 34
7.1.1 Colheita manual........................................................................................ 34
7.1.2 Colheita de varredura............................................................................... 34
7.1.3 Colheita no pano....................................................................................... 35
7.1.4 Colheita semi mecanizada......................................................................... 35
7.1.5 Colheita mecanizada................................................................................. 35
8 SECAGEM E BENEFICIAMENTO........................................................................ 37
8.1 Rendimentos no beneficiamento das forrageiras................................................... 37
8.2 Pré-limpeza........................................................................................................ 38
8.3 Mesa densimétrica.............................................................................................. 38
9 ARMAZENAMENTO E EMBALAGEM................................................................. 39
9.1 Embalagem......................................................................................................... 40
10 ANÁLISE DE SEMENTES.................................................................................... 40
4
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................43
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................43
5
PRODUÇÃO DE SEMENTES FORRAGEIRAS
1 INTRODUÇÃO
A utilização intensiva de sementes de forrageiras na formação de pastagens no
Brasil é relativamente recente. Ao vir substituir, em grande parte, a propagação
vegetativa, o maior uso de sementes ocorreu a partir dos primeiros anos da década
de 70, por meio de incentivos e campanhas realizadas por instituições governamentais
e privadas, visando ao melhoramento das pastagens brasileiras, mediante espécies
mais produtivas.
Com essa mudança, houve uma demanda crescente de sementes de forrageiras,
principalmente de gramíneas. Inicialmente, o mercado foi suprido pela maciça
importação de material, chegando a atingir 90% das necessidades do país, com
uma pequena parte, ainda, proveniente dos "colhedores de sementes de beira de
estrada".
Atualmente, este perfil apresenta-se bastante modificado, pois tem havido uma
evolução rápida na organização de sementes de forrageiras em alguns estados.
O aparecimento, no mercado, de novas cultivares de gramíneas e de
leguminosas, lançadas pela pesquisa, deu um estímulo à produção de sementes de
forrageiras. As técnicas de produção têm evoluído e a experiência de outros países
tem servido de base. Instituições com a EPAMIG e EMBRAPA, por sua vez, vêm
se preocupando com a preservação do padrão genético da semente e com a
transferência, aos produtores, da tecnologia já existente, para a obtenção de um
material de melhor qualidade.
1
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP 39100-000,
Diamantina – MG. e-mail: nery.marcela@gmail.com
2
Universidade Federal de São João del Rey/UFSJ, CEP 36300-000, São João del Rey-MG
3
Universidade Federal de Lavras/UFLA, Departamento de Ciência do Solo/DCS, Caixa Postal 3037 – CEP 37200-000,
Lavras – MG. e-mail: douglasguelfi@dcs.ufla.br
4
Minsitério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/MAPA, e-mail: fernanda.soares@agricultura.gov.br
6
2.1.1.2 Do campo
• O campo destinado à produção de sementes de espécies forrageiras de clima
tropical, da categoria fiscalizada (S1 e S2), poderá ser utilizado para pastejo, desde
que seja manejado adequadamente e que tenha um período de vedação suficiente
para uma boa produção de sementes, exceto para as espécies de Brachiaria
brizantha e Brachiaria decumbens.
• O campo deverá ser mantido sob controle adequado de pragas e doenças, conforme
dispuser a legislação.
• A instalação de campo para produção de sementes de espécies forrageiras de
clima tropical somente será permitido com sementes de procedência comprovada,
mediante Nota Fiscal.
• O campo deverá ser identificado com placa, medindo no mínimo de 50 x 70 cm,
contendo as seguintes informações: nome do produtor, nome do cooperado, espécie
e cultivar, número e área do campo.
dos mesmos, até o dia 20 de dezembro de cada ano, para as espécies colhidas no
chão e até o dia 31 de janeiro para as espécies colhidas no cacho.
- Para as espécies ou regiões, cujo plantio ou vedação dos campos, ocorram antes
ou depois destas datas, o pedido deverá ser apresentado até trinta dias antes do
plantio ou da vedação.
• Para campo de primeira inscrição a procedência da semente plantada deverá ser
comprovada mediante apresentação de nota fiscal emitida até dois anos antes do
pedido da inscrição.
• Os campos de produção de sementes de espécies forrageiras de clima tropical
poderão ser reinscritos, desde que atendam aos padrões de qualidade para a produção
de sementes fiscalizadas, ficando o produtor dispensado de comprovar a procedência
das sementes.
2.1.2 Do beneficiamento
• O produtor, após beneficiar e embalar a semente em sacaria definitiva deverá
manter os lotes identificados com uma placa de onde conste no mínimo: espécie e
cultivar, nº do lote, safra, número de sacos e peso líquido contido nas embalagens.
• O transporte de sementes de espécies forrageiras tropicais a serem beneficiadas
em unidade da federação distinta daquela em que foi produzida deverá ser feito
acompanhado de autorização emitida pela entidade fiscalizadora da unidade da
federação onde as sementes foram produzidas, cuja validade será de cinco dias
úteis a contar da data de sua emissão, podendo ser encaminhada via fax.
2.1.3 Da embalagem
• As sementes de espécies forrageiras tropicais deverão ser acondicionadas em
embalagens novas, de papel multifoliado, algodão branco, juta ou polipropileno
trançado ou qualquer outro material aprovado pela pesquisa oficial e atender as
exigências constantes da legislação.
• O peso líquido contido na embalagem deverá ser de no máximo 50 (cinquenta) kg.
A B
Figura 1 – Esquemas representativos de sacos embrionários de Brachiaria brizantha. A - saco
embrionário do tipo Panicum e B – saco embrionário do tipo Polygonum.
Como nas plantas sexuais, os gametas masculinos das plantas apomíticas são
meioticamente reduzidos, pois, apomixia ocorre apenas na porção reprodutiva
feminina. Esses gametas são úteis para a formação do endosperma, pois,
20
Existem muitas características que podem ser observadas em plantas que indicam
uma possível ocorrência de reprodução apomítica (Czapik, 1994). Entretanto, é
sempre necessária a caracterização morfológica e citológica para confirmar a
ocorrência da apomixia nas espécies.
Marcadores moleculares ligados à apomixia vêm sendo procurados em
diferentes espécies. Eles facilitarão a detecção precoce e em larga escala da apomixia
em análises de híbridos. Alguns marcadores moleculares já foram identificados em
populações de plantas de Pennisetum (Ozias-Akins et al., 1998) e Brachiaria
(Pessino et al., 1999), porém, ainda, não foram encontrados marcadores universais
para a apomixia.
A possibilidade de se transferir a apomixia entre as plantas usando técnicas de
Biologia Molecular requer, antes de tudo, conhecimento da natureza dos genes
envolvidos. Diferentes linhas de pesquisa estão sendo desenvolvidas para o
conhecimento básico da reprodução, principalmente dos eventos de desenvolvimento
do gametófito feminino e da fecundação.
5.1 Adubação
Contudo, esse cenário tende a ser revertido, como pode ser visto tomando
por base o exemplo do Estado de São Paulo que, demonstra claramente a evolução
das pastagens naturais para pastagens cultivadas, sendo atualmente cerca de 75%
da área paulista representada por pastagens cultivadas (Herling et al., 2005).
Parece comum a contínua busca pela planta forrageira dita "milagrosa". Aquela
que irá substituir a pastagem antiga e proporcionar elevados rendimentos, sem
que haja necessidade da reposição dos nutrientes do solo. O que na verdade
existe são plantas forrageiras e variedades menos exigentes em fertilidade que
outras, as quais fornecem, impreterivelmente, um alimento de qualidade inferior
para os animais. Os capins mais exigentes em fertilidade do solo apresentam,
normalmente, teores mais elevados de nutrientes em sua composição. Por outro
lado, quando a fertilidade do solo é ruim, o que ocorre é o crescente
desaparecimento das plantas em vez de apenas reduzirem seu valor nutritivo (Herling
et al., 2005).
5.1.1.1 Fósforo
Ao se considerar o estabelecimento de pastagens, independentemente da espécie
forrageira a ser cultivada, a baixa disponibilidade de fósforo nos solos tropicais
brasileiros tem sido a mais relevante limitação. A recomendação de adubação deve
26
5.1.1.2 Nitrogênio
De modo geral, o nitrogênio é o principal nutriente das gramíneas,
proporcionando aumento imediato da produção de forragem. Solos deficientes em
27
5.1.1.3 Potássio
Os capins deficientes em potássio apresentam colmos finos e menos resistentes
ao tombamento, suas folhas apresentam amareladas, com necroses. Em leguminosas,
há comprometimento do sistema de nódulos, diminuindo a capacidade de fixação
de nitrogênio pelas plantas (Herling et al., 2005).
28
Sob condições normais, o potássio é reciclado pelas fezes e urina dos animais,
devendo ser recomendado quando da realização da análise de solo (Herling et al.,
2005).
O potássio, assim como o nitrogênio, está sujeito à lixiviação, tendo alta
mobilidade no solo. A principal fonte de potássio é o cloreto de potássio (60%
K2O), que apresenta elevado índice de salinidade, não devendo ter contato direto
com a semente (Herling et al., 2005).
As doses do adubo potássico para as pastagens são recomendadas mediante
análise de solo, mediante a determinação da faixa de variação na sua concentração
(Herling et al., 2005) (Tabela 3).
6 DOENÇAS EM FORRAGEIRAS
O Brasil tem nítida vocação para a pecuária e já conta com cerca de 100
milhões de hectares de pastagens cultivadas compostas, principalmente, por
gramíneas do gênero Brachiaria, especialmente B. decumbens e B. brizantha.
Estes extensos monocultivos representam um risco ao equilíbrio do ecossistema,
facilitando a propagação de pragas e doenças (Versignassi; Fernandes, 2001).
Com o objetivo de contornar a falta de opções de forrageiras para formação
de novas pastagens, um grande esforço da Embrapa tem sido dirigido à avaliação
de grandes coleções de capins e leguminosas culminando com lançamentos como
o do capim-massai (Panicum maximum x P. infestum), da cultivar Pojuca de
Paspalum atratum e da leguminosa forrageira Estilosantes Campo Grande
(Stylosanthes spp.) para fins de consorciação com braquiárias (Versignassi;
Fernandes, 2001).
29
nos solos pobres dos Cerrados brasileiros, mas que desde o início dos estudos
apresentou limitação de produção em função da antracnose, causada por
Colletotrichum gloeosporioides (Versignassi; Fernandes, 2001).
Esta doença tem sido limitante à sua ampla adoção e persistência na pastagem,
em função da desfolha e morte de plantas. Uma primeira cultivar liberada pela
Embrapa em 1993, a cv. Mineirão, promissora quanto a tolerância à doença,
apresentou problemas de produção de sementes em consorciação e capacidade de
ressemeadura natural, o que compromete sua persistência em pastagens (Versignassi;
Fernandes, 2001).
A avaliação de grande quantidade de acessos promissores, visando à liberação
de novas cultivares, tem sido objeto de intensos estudos na Embrapa Gado de
Corte, em colaboração com instituições nacionais e internacionais. Em 2000, a
Embrapa Gado de Corte lançou o Estilosantes Campo Grande, uma mistura varietal
de Stylosanthes capitata e S. macrocephala, com resistência a essa doença
(Versignassi; Fernandes, 2001).
A epidemiologia do patógeno bem como o comportamento dessa cultivar e
suas progênies vem sendo monitorado em estudos em andamento na Embrapa em
Campo Grande (Versignassi; Fernandes, 2001).
Outro fungo, Rhizoctonia solani, foi, também, detectado causando damping-
off em plântulas de Stylosanthes scabra em Mato Grosso do Sul. Em plantas adultas
de Stylosanthes spp. foi constatada a incidência de Fusarium clamydosporium,
causando sintomas de murcha, seguida de morte das plantas.
Ainda em Stylosanthes guianensis cv. Mineirão verificou-se murcha e seca
das plantas causada por Sphaeropsis tumefaciens Sacc. e a incidência de mancha
foliar de cercospora (Cercospora stylosanthis), mancha nas folhas e hastes
(Colletotrichum truncatum) e em alguns casos envassouramenteo (entrenós curtos)
e sintomas de mosaico causado por Potyvirus (Versignassi; Fernandes, 2001).
No ano 2001 foi, também, encontrada outra doença causando murcha e morte
em plantas de Stylosanthes capitata, cujo agente causal foi identificado como
Phomopsis spp. Quantificação de danos e importância dessas diferentes doenças
não foram ainda avaliados (Versignassi; Fernandes, 2001).
Em Centrosema spp. foram detectados os fungos Colletotrichum spp.,
Cercospora spp. e Phoma spp., além de Potyvirus e Phytoplasmas causando
superbrotamento nas plantas. Em Arachis pintoi e A. repens várias manchas foliares
32
têm sido também relatadas, como as causadas por Cercospora spp. e Cercosporidium
spp. (Versignassi; Fernandes, 2001).
A Embrapa Gado de Corte tem dirigido esforços no sentido de identificar os
agentes causais das doenças incidentes em plantas forrageiras e quantificar seus
danos. A diversidade de agentes causais, aliada ao grande número de variedades de
forrageiras frente ao reduzido número de pesquisadores em fitopatologia de
forrageiras, limita avanços e soluções rápidas a esses problemas (Versignassi;
Fernandes, 2001).
Através da pesquisa em andamento na Instituição desde o início da década de
90, tem-se buscado alternativas viáveis de controle das mesmas, sobretudo por
intermédio dos programas de melhoramento de gramíneas e leguminosas buscando
a resistência genética (Versignassi; Fernandes, 2001).
Com esse objetivo em mente, a Embrapa Gado de Corte tem contribuído para
diversificar as pastagens e incrementar a produtividade do setor, por meio do
lançamento de novas cultivares, mais produtivas e resistentes às principais doenças
registradas no País (Versignassi; Fernandes, 2001).
com o uso desse tipo de sementes, podem-se estar disseminando plantas daninhas,
pragas e doenças nas pastagens que se está formando (Macêdo; Favoretto, 1984).
Outro problema que ocorre com este tipo de colheita é que são colhidas
sementes fisiologicamente maduras, mas que possuem umidade alta, necessitando
de uma secagem mais cuidadosa, uma vez que elas não passam pela fase de " cura"
ou "chegamento". Consequentemente, a percentagem de sementes puras viáveis e
o vigor quase sempre são baixos (Maschietto, 1981).
Outra maneira de colher sementes de gramíneas é por meio do corte com
ceifadeiras e do enleiramento da planta com inflorescência. Após a "cura", esse
37
8 SECAGEM E BENEFICIAMENTO
A teoria diz que, para secar uma semente, deve-se fazê-lo à sombra, lentamente
e que a temperatura não deve ser muito elevada (Santos Filho, 1984).
Por outro lado existe trabalho mostrando que a temperatura não foi tão
importante quanto a umidade relativa do ar, quando se armazenavam sementes de
Pennisetum typhoides (Santos Filho, 1984).
O próprio exemplo do Brasil, um país tão grande, confirma que temperatura
não é tão importante quanto à umidade relativa do ar. É só constatar que o Nordeste
é ótimo para produzir e armazenar sementes e que as regiões litorâneas e Amazônicas,
pelo excesso de umidade, não são viáveis para a produção ou armazenamento de
sementes de alta qualidade (Santos Filho, 1984).
A secagem de sementes forrageiras tropicais no Brasil é toda feita no campo e
na sua maioria com auxilio do sol. As sombras das grandes árvores, os grandes
barracões vazios ou pátios dos currais, também, são utilizados, mas não são regra
geral (Santos Filho, 1984).
8.2 Pré-limpeza
9 ARMAZENAMENTO E EMBALAGEM
A eficiência da embalagem e do armazenamento está grandemente relacionada
com a qualidade das sementes. Dentre os fatores que influem na qualidade delas,
antes de serem embaladas para posterior armazenamento, destacam-se os seguintes:
1 - Nutrição da forrageira: A produtividade e a qualidade das sementes de
forrageiras (gramíneas) estão relacionadas, em boa parte, com a adubação das
plantas, em especial, com a aplicação de nitrogênio.
2 - Maturação das sementes: A maturação das sementes é um dos parâmetros
mais significativo para a obtenção de material de boa qualidade e,
consequentemente, para se conseguir um armazenamento mais eficiente.
Da mesma forma que uma colheita realizada antes do momento oportuno
pode implicar em perdas, tanto de qualidade como de quantidade, a colheita
atrasada pode determinar outras perdas decorrentes da ação de pássaros, insetos,
fungos, queda natural e, principalmente, da interação da temperatura com a
umidade. Assim, a permanência das sementes no campo, após sua maturação
fisiológica, é condição que implica em deterioração ou perda de vigor (Garcia,
1980).
3 - Secagem das sementes: A secagem das sementes deve ser efetuada
rapidamente até que elas atinjam teores de umidade suficientes para permanecerem
em equilíbrio com a umidade relativa do ar, uma vez que, em caso contrário,
poderão ocorrer microrganismos, implicando em perda de qualidade das
sementes.
O processo de secagem em pleno sol, apesar do custo relativamente baixo,
requer cuidados especiais quanto à espessura da camada de sementes e à sua
movimentação periódica durante o dia, para reduzir a probabilidade de fermentação
ou superaquecimento (Marcos Filho, 1980).
Favoretto; Rodrigues (1980), trabalhando com secagem de sementes do
capim-colonião, observaram que, para sementes colhidas mais cedo (aos 28 dias
após o início da emergência das panículas), a secagem à sombra foi mais favorável
porque a temperatura amena não prejudicou a qualidade das sementes mais úmidas.
Por outro lado, quando a colheita foi efetuada aos 36 dias, a secagem em pleno
sol mostrou-se mais eficiente.
40
9.1 Embalagem
10 ANÁLISE DE SEMENTES
Inicialmente é importante entender o que seja um lote. Conforme as regras
para Análises de Sementes, lote é uma quantidade definida de sementes, identificadas
por número, letra ou combinação dos dois, da qual cada porção é, dentro de
tolerâncias permitida, uniforme para as determinações contidas na identificação. O
que se deseja é a formação de lotes uniformes tanto quanto possíveis.
De acordo com a Instrução Normativa Nº 40, de 12 de junho de 2002, do
tamanho dos lotes:
Os lotes deverão ter no máximo:
a) gramíneas - 5 (cinco) toneladas, com exceção de Andropogon gayanus, Cenchrus
ciliares, Melinis minutiflora, Hyparrhenia rufa e Pennisetum hybridum - 2,5 (duas
vírgula cinco) toneladas.
b) leguminosas - 8 (oito) toneladas, com exceção de Stylosanthes - 5,0 (cinco)
toneladas.
DO 0TAMANHO DA AMOSTRA MÉDIA
O tamanho mínimo da amostra média a ser encaminhada ao laboratório deverá
ser o estabelecido pelas regras para análises de sementes em vigor.
41
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O grande desafio da pesquisa é gerar tecnologias que permitam a obtenção
de produtos diferenciados. Aumentos na produção agropecuária, baseados na
incorporação de novas áreas não mais serão admitidos, valorizando modelos
calcados em aumento de produtividade em harmonia com meio ambiente.
Já é possível observar alterações nesse sentido, como a integração dos sistemas
de produção agrícola e pecuária.
O estudo da reprodução das sementes forrageiras por apomixia permitirá que
sementes híbridas com todas as boas características sejam produzidas pelos próprios
pecuaristas, além de propagar espécies antes propagadas por tubérculos, estacas
ou rizomas por meio das sementes.
Portanto é essencial que, desde a multiplicação das sementes experimentais
até a produção daquelas que serão usadas pelos pecuaristas, seja tomada uma série
de cuidados e medidas de modo a preservar a pureza varietal e a carga genética da
nova cultivar.
Com a Nova Lei de Sementes, uma fiscalização no comércio será eficaz para
garantir que as sementes que chegarem ao produtor realmente atendam a normas e
padrões estabelecidos pela Entidade Fiscalizadora.
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASKER, S. E.; JERLING, L. Apomixis in plant. Boca Raton: CRC, 1992. 298 p.
REISER, L.; FISCHER, R. L. The ovule and the embryo sac. Plant Cell, Rockville,
v. 5, n. 10, p. 1291-1301, 1993.