Você está na página 1de 8

Cinema brasileir : Sideney leite

 A SALA DE AULA: UMA ALTERNATIA PARA O CINEMA NACIONAL

Olhar do brasil sobre o cinema

mais despertou a atenção desses segmentos da intelectualidade brasileira nas décadas


de 1920/1930 foram as possibilidades de os cinemas ser empregado como
instrumento pedagógico e como propaganda

assim no final dos anos 1920 educadores brasileiros detectaram um enorme potencial
educacional das Produções cinematográficas e passaram a delinear projetos que
visavam introduzir os filmes nas relações de ensino e aprendizagem abrindo um novo e
Feche o campo para a sobrevivência e o desenvolvimento das produções nacionais,
sufocadas pela hegemonia dos filmes hollywoodianos

O professor jonathas serrano foi, no brasil, um dos maiores apologistas do cinema


educativo

Assim, muitos intelectuais passaram a estudar formas e estratégias de utilizar o


cinema na sala de aula

em 1910 foi realizado na cidade de Bruxelas ou Congresso Internacional de educação,


cujo tema central foi a introdução de princípios Morais no cinema, que alertou por
exemplo sobre os efeitos nocivos das sequências de Roubos e assassinatos para as
crianças

as ideias discutidas no Congresso de Bruxelas logo chegaram ao Brasil. o cinema


nacional oferecia, pelo menos, duas alternativas para o aproveitamento das Películas
como instrumento de ensino, Isto é os jornais e os documentários
aflorou o debate sobre a necessidade de implantação do cinema educativo no páis

dois modelos italiano e EUA inspiração /

Dificuldades

educadores nacionais que lutavam em condições bastante d desvantajosas pela sua


implantação no brasil. as tentativas fragmentadas e descontínuas,

não contaram com o apoio e proteção oficial, como no caso italiano. nestas condições
foram produzidos apenas alguns filmes sem condições de enfrentar as películas
estrangeiras
dessa forma o cinema educativo do Brasil carecia de organização sistemática de plano
definitivo e de recursos

motivo do insucesso

1- Dificuldades de projeção
2- Problemas de aquisição e produção de filmes
3- Seleção dos filmes
4- Orientação do professorado para manejo e utilização dos aparelhos

PARTICIPAÇÃO DO ESTADO

O debate sobre cinema educativo trouxe uma contribuição significativa para


instigar a participação do Estado na atividade cinematográfica

para o autor, a ação estatal era positiva quando visava a confecção ou a exibição de
determinadas fitas pedagógicas e não pedagógicas, julgados úteis ou necessárias à educação e
negativa quando se limitava a fiscalizar e censurar, delas extirpando os elementos nocivos à
educação

estado novo , em 1937 , às políticas do governo Vargas para as atividades cinematográficas

o líder populista afirmou em diversas oportunidades a importância do filme que, na sua Ótica,
passou a ocupar no mundo contemporâneo o papel que o livro havia desempenhado no
passado, princípio também defendido por profissionais ligados a área que pleiteavam a
presença mais ostensivo do Estado nesse Campo

foram produzidos filmes que tinham como objetivo propagar os ideais e os valores da nova
política colocada em funcionamento pelo governo

importantes no meio cinematográfico Nacional, como um Berto Mauro e Carmem Santos,


defenderam a ideia de transformar o estado em um grande Mecenas

em 1932, Por Exemplo, foi implementado a lei de obrigatoriedade de exibição de filmes


nacionais

obrigatoriedade de exibição do curta-metragem Nacional foi a primeira medida efetiva de


proteção ao cinema

pai do cinema brasileiro Getúlio Vargas

CRIAÇÃO DO INCE

criação do INCE 1936, Humberto mauro mais importante diretor do cinema nacional participou
do órgão
para Roquete pinto, primeiro diretor do INCE, sua função era promover e orientar a utilização
das Produções cinematográficas como instrumento auxiliar do ensino

PROTEÇÃO EM AÇÃO

CINEMA NO PAPEL DE PROPAGANDA

o cinema desempenhou papel de sacado na propaganda política e estado no Vista como na


Itália fascista e na Alemanha nazista

os filmes brasileiros deveriam contribuir para reforçar mitos como o temperamento Brando e
cordial do povo brasileiro e a miscigenação racial

Estado corparativo

SURGIMENTO DO DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda )

em 1939 foi criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP).

Seu principal objetivo: sistematizar a propaganda e exercer o poder de censura aos meios de
comunicação

Tinha um amplo grau de intervenção do Estado Novo nos processos sociais de comunicação:
propaganda; rádio fusão; cinema e teatro

estado novo: controlar os instrumentos necessários à construção e a implementação


de um projeto político ideológico que se afirmasse como socialmente dominante

regulamentado as normas fixas para o veto Total ou parcial pela DIP de filmes foram as
seguintes:

1- Obras ofensivas ao decoro publico, com cenas de ferocidade ou sugestão de práticas


de crime
2- Divulgação ou indução de maus costumes
3- Incitamento contra o regime vigente
4- Ataque a outros povos
5- Indução ao desprestígio das forças armadas

o decreto de criação do DIP determinou que todas as salas deveriam exibir pelo menos um
longa-metragem Nacional anualmente
caberia ao DIP regulamentar as relações entre produtores, exibidores e importadores, bem
como a função de conceder prêmios, favores, estímulos e taxas federais a filmes nacionais de
curta e longa-metragem.

o Dip estabeleceu a premiação de 10 mil dólares para os curtas e longas-metragens nacionais


de melhor qualidade técnica e artística

OBSTÁCOLOS

premiações e isenções não foi suficientemente forte para alavancar o desenvolvimento da


indústria cinematográfica brasileira.

além de enfrentar a concorrência das Produções hollywoodianas teve também que enfrentar
a diminuição da circulação internacional de película virgem, considerada elemento estratégico
para os países em conflito na Segunda Guerra Mundial

PRODUÇÃO DE FILMES HISTÓRICOS

os estímulos a produção de filmes inspirados em acontecimentos históricos mereceu atenção


especial do governo os espectadores brasileiros apreciavam grandemente os filmes de
reconstituição histórica e as películas culturais

Produções cinematográficas sobre os seguintes acontecimentos históricos: a epopeia dos


Bandeirantes episódios da catequese implementada pelos Jesuítas; as lutas pela
independência, em particular e inconfidencia mineira; a vinda da corte para o Brasil, temas
que colocassem em relevo o espírito nacional brasileiro

1940 filme os bandeirantes ( Humberto mauro)

CASO CHAPLIN

Filme “O Grande Ditador”


o “grande ditador” foi a primeira produção acirradas polêmicas e mal-estar no âmbito
diplomática

ridicularizava Hitler e mussoline

o próprio Presidente Franklin D Roosevelt advertiu Chaplin sobre os problemas e


embaraços diplomáticos que sua produção provocaria

no Brasil os problemas de um grande ditador com a censura estado novista podem ser
dividido em duas fases:

Primeira fase 1940

primeira fase 1940: a direção do DIP se negou a conceder o certificado de exibição,


alegando que o filme se enquadrava no postulado da censura brasileira

pois se enquadrava no incitamento contra a ordem pública e as autoridades


constituídas, nacionais ou de nações amigas

afirmava que tinha um roteiro comunista

segunda faze 1942: os cenários político e diplomático foram sensivelmente alterados.


A política pendular chegou ao fim e os governos dos Estados Unidos e do Brasil
firmaram aliança contra as potências do eixo

Segunda fase 1942

DIP começou a mudar a sua imagem historicamente vinculada a censura e passou a


investir na propaganda de guerra

Apesar de todas as pressões em contrário, a direção do DIP não cedeu e o filme de


Chaplin continuou censurado. As resistências explicam-se: embora a película tivesse
como núcleo Central A sátira aos regimes nazi-fascistas da Alemanha e da Itália
continha também uma mensagem libertária dirigida contra todas as formas de
ditaduras existentes

para os norte-americanos com o “grande ditador” deixou de ser uma perigosa ameaça
a manutenção de sua política de isolamento e se transformou num eficaz instrumento
de propaganda antinazista
PRESSÃO

1942 o governo norte-americano passou a se empenhar vivamente para que o filme


fosse finalmente exibido no Brasil

a recusa da United artists em fazer as alterações sugeridas pelo DIP e as pressões do


Governo dos Estados Unidos atuaram no sentido de levar o governo brasileiro a vencer
as resistências do seu órgão de censura e propaganda, e o filme acabou sendo liberado

o filme recebeu grande destaque nos jornais e revista, foram escritas materiais e artigos,
especialmente pela crítica

o final do estado novo trouxe mudanças, mas o caminho não tinha mais volta: a censura aos
filmes no país estava institucionalizada.

o episódio do filme de Chaplin demonstrou, entre outros aspectos, a capacidade do Estado de


definir o que o espectador brasileiro poderia assistir e trouxe à tona, agora de maneira mais
nítida, um dos maiores obstáculos para o desenvolvimento do cinema: a censura. que emergiu
com toda intensidade após a promulgação do ato institucional 5 em 1968

DIMENSÕES DO BARROCO DE GLAUBER ROCHA

CARACTERISTICAS

a matriz estilística de Glauber Rocha veremos ao longo da obra de sua carreira que será
marcada pela tensão entre o espaço aberto e a demarcação, entre impostação teatral, na fala
e gestos, e uma Agilidade de câmera Notável

a estrutura narrativa possuindo uma trilha musical densa com forte carga semântica sempre
intervindo para contaminar os espaços da cena. dominado pelos atabaques e Cantos africanos
pela Canção épica do cordel sertanejo e pela música Barroca de villa-lobos

o contraste violento entre os segmentos fílmicos de silêncio e os de saturação sonora expressa


muito bem o gosto dela às rupturas e pela presença musical como comentário explícito

a encenação Glauber Rocha abriga conflitos de grande efeito estético. De um lado, o tom de
ritual se afina com o uso de personagens simbólicas que condensam o mundo e como
verdadeiros emblemas naturais e sociais. De outro, estas figuras - sua ação, indumentária,
declamação - são observadas por uma câmara que se comporta como um documentário.

A câmara não para


a moldura da sua representação é alegórica tendente a distração numa convivência de
contrários tipicamente barroca

contrastes desequilíbrios excessos de toda ordem

LINGUAGEM

Glauber Responder às suas demandas e biológicas e o seu nacionalismo cultural praticando um


cinema moderno de autor inventando sua própria linguagem

“Claro” (1975), as provocações do antidocumentário “di” (1976 ) e o espetáculo de “a


transgressão da idade média” Glauber leva ao limite de sua experiência com o plano sequência
e a movimentação de câmera, exibe ostensivamente uma montagem que recusa simetrias e
concatenações, instala-se abertamente no espaço da crise da representação

TERRA EM TRANSE

A POLITICA , O PODER, O PAPEL DO INTELECTUAL

no filme Terra em transe, representa-se ai o mecanismo da luta política. mais do que


vislumbrar o horizonte da revolução é necessário dar conta de um fato consumado: a vitória
do golpe reacionário. momento de desencanto, terra em transe leva ao extremo a dimensão
Barroca do cinema de Glauber

a lógica da luta política trazida pela alegoria

a textura do filme é de acumulação de elementos, repetições obsessivas movimentação


incessante é um fluxo de palavras que nos ultrapassa

CANCER

em Câncer em câncer filme rodado em 1978, no momento máximo da agitação política


de rua da mobilização de massas na luta contra o regime militar. glauber começa o
filme com a documentação de um encontro político de intelectuais no Rio de Janeiro

Depois deste prólogo, o filme não é senão um desfile pelas ruas e uma sequência de
diálogos desconcentrados que contrastam com essa promessa inicial de história nos
trazendo um outro Brasil. temos a imagem corrosiva, ousada, de um cotidiano de
miserável, mediocridade e mesquinha

no universo de Glauber, as qualidades do intelectual não estão na disciplina do


organizador ou na paciência do pedagogo sempre disposta a esclarecer pelo verbo.
estão na coragem da agressão que gera cartazes pela violência, e que trabalha o
inconsciente
através de suas agressões, Glauber põe o caráter elitista e excludente da política
brasileira mas sua dialética e participação muitas vezes implica uma solicitação de
ordem que se apoia na solução messiânica em que a salvação, no fundo repõe a
relação carismática Líder massa

Você também pode gostar