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COMUNICAÇÃO E
RELACIONAMENTO
INTERPESSOAL
Índice
Apresentação ............................................................................................................. 3
1
Técnicas de acolhimento e animação
Bibliografia ............................................................................................................... 62
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Técnicas de acolhimento e animação
Apresentação
Coloca-se, ainda, aos docentes o desafio de lançarem as bases para o início de construção
do portefólio como um instrumento privilegiado ao serviço da autoavaliação e da
coavaliação, no âmbito do qual se encontram definidas as metas e as competências
estabelecidas pelo aluno, a sua reflexão sobre os desafios, as suas lacunas, as suas
produções, a sua análise e interpretação dos erros.
Entende-se que o portefólio se deve afirmar como uma plataforma de comunicação entre
a Escola, alunos, docentes e encarregados de educação.
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Técnicas de acolhimento e animação
Objetivos de Aprendizagem
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Técnicas de acolhimento e animação
É um fenómeno espontâneo e natural, que usamos sem darmos conta que esconde um
processo muito complexo, que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas
simbólicos como suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de
maneiras de se comunicar.
Atendendo à definição mais usual de comunicação que refere ser o “processo pelo qual os
seres humanos trocam entre si informações”, surgem implicitamente os elementos
nucleares do ato comunicativo: o emissor, o recetor ("seres humanos") e a mensagem
("informações"), o código, o canal e o contexto. Um dos autores com trabalhos mais
relevantes nesta área, Philip Kotler, define nove variáveis, ilustradas pelo seguinte
esquema:
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Para que a comunicação seja eficaz, necessitamos que o recetor esteja “connosco”, a fim
de evitar a indiferença e a contestação.
Em qualquer situação, é importante que quem o vai ouvir, não só esteja atento, como
também sinta que valeu a pena estar ouvir. Para que tal aconteça, deve mostrar ao
recetor que ele é importante. Podemos demonstrá-lo através de:
Evitar contradizer o outro abertamente
Quando surgirem opiniões diferentes das suas, procure explorar a razões do
outro (“Porque pensa assim?”) e justifique o seu ponto de vista de forma
objetiva e sem juízos de valor.
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Veremos, de seguida, algumas barreiras à comunicação. A lista não pretende ser exaustiva
mas um princípio para a reflexão pessoal.
1. BARREIRAS PESSOAIS
Pode acontecer durante os processos de codificação e descodificação da mensagem,
podendo assim situar-se:
Ao nível do emissor
Quando não assimilou os conteúdos que deve transmitir, devido à má
perceção das motivações do recetor.
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Técnicas de acolhimento e animação
Ao nível do recetor
Falta de interesse para captar a mensagem.
Antecipação da resposta, por não saber escutar ativamente.
Competição entre interlocutores, que em casos extremos gera monólogos
coletivos.
Preconceitos em relação ao emissor, com hipóteses de valorização ou
desvalorização da imagem do emissor e da mensagem recebida.
Posição que ocupa na rede de comunicação.
Estado psicológico - emoções, situação atual, etc..
2. BARREIRAS FÍSICAS
Interferem ao nível do canal onde se desenvolve a comunicação.
Ruídos ou barulhos - no exterior, conversas de terceiros, etc.
Desproporção do volume de informação em relação aos meios de
comunicação.
Avarias ou deficiências nos meios escolhidos para enviar a mensagem.
3. BARREIRAS SEMÂNTICAS
São constituídas pelas limitações presentes nos símbolos com que comunicamos, já que
estes podem possuir significados diferentes.
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Técnicas de acolhimento e animação
Devido a este facto, a mensagem recebida por nós é muitas vezes completamente
diferente daquela que o emissor desejava transmitir. As melhores ocasiões para recorrer à
escuta ativa são quando não estamos certos de ter compreendido o emissor ou quando é
transmitida uma mensagem fortemente emocional (uma reclamação, por exemplo).
Quando usamos a escuta ativa, estamos a enviar um sinal ao cliente de que confiamos
nele, de que damos importância às suas palavras e de que o estamos a ouvir. Isto faz com
que em troca, o cliente se sinta mais confiante e tenha prazer em estar com quem o
atende.
No que consiste então a escuta ativa? Quais as atitudes e ações a tomar para escutar
ativamente?
1. Gostar de escutar quando alguém está a falar.
2. Incentivar os outros para que falem.
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunicação escrita e a comunicação oral, por
ser a mais utilizada na sociedade em geral e nas organizações em particular, por ser a
única que permite a transmissão de ideias complexas e por ser um exclusivo da espécie
humana, é aquela que mais atenção tem merecido dos investigadores, caracterizando-a e
estudando quando e como deve ser utilizada.
Modos verbais
Comunicação escrita
A principal característica da comunicação escrita é o facto de o recetor estar ausente
tornando-a, por isso, num monólogo permanente do emissor.
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Técnicas de acolhimento e animação
Esta característica obriga a alguns cuidados por parte do emissor, nomeadamente com o
facto de se tornarem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e as novas
explicações para melhor compreensão após a sua transmissão.
Assim, os principais cuidados a ter para que a mensagem seja perfeitamente recebida e
compreendida pelo recetor são:
O uso de caligrafia legível e uniforme (se manuscrita),
A apresentação cuidada,
A pontuação e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a riqueza
vocabular e a correção frásica.
O emissor deve ainda possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar prever
as reações/feedback à sua mensagem.
Comunicação oral:
A sua principal característica é a presença do recetor.
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Técnicas de acolhimento e animação
Os terapeutas da fala defendem que o tom de voz e o ritmo é uma característica própria
de cada pessoa O ritmo também é um aspeto da personalidade, sendo que normalmente
as pessoas mais ansiosas tendem a falar rápido, enquanto as mais retraídas falam
lentamente.
Para que estas vantagens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos temas, a
clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável e a boa dicção, a linguagem adaptada,
a segurança e autodomínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
Modos não-verbais
A Comunicação não-verbal realiza-se através de códigos apresentativos (os códigos
usados para produzir textos são os códigos representativos). É a comunicação que não é
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Técnicas de acolhimento e animação
feita com sinais verbais, nem com a fala ou com a escrita e é possível na medida em que
as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os
gestos, os olhares, as entoações são também importantes: são os elementos não-verbais
da comunicação.
Um dos autores mais conceituados nesta aérea, o Professor Michael Argyle (Psicólogo
social inglês, que faleceu em 2002), identificou dez códigos apresentativos, como sendo os
mais importantes:
1. Contacto corporal
2. Proximidade
3. Orientação
4. Aparência
5. Movimentos da cabeça
6. Expressão facial
7. Gestos (ou quinese)
8. Postura
9. Movimento dos olhos e contacto visual
10. Aspetos não-verbais do discurso
Contacto corporal
O contacto corporal é a forma mais primitiva de ação social e pode traduzir os mais
diversos gestos; abraços, carícias, beijos, apertos, pancadas, etc. Tem duas vertentes: o
ato de tocar e o ato de ser tocado.
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Técnicas de acolhimento e animação
No ato ativo predomina a dimensão exploratória, ao passo que no ato passivo predomina
a receção dos sinais provenientes de um agente exterior.
Distância íntima
Refere-se a uma relação de compromisso com outra pessoa. A presença do outro causa
um impacto sobre o sistema percetivo, estendendo-se até cerca dos cinquenta centímetros
para lá do corpo físico e "é uma verdadeira zona interdita”, onde o nosso odor e a nossa
temperatura estabelecem os limites. Nessa zona "perigosa" deixamos entrar os seres dos
nossos afetos e defendemo-nos das ofensivas por uma rigidez muscular e um olhar vago e
longínquo.
Distância pessoal
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Técnicas de acolhimento e animação
Varia até aos cento e cinquenta centímetros. É uma distância não esférica, que exige
maior comprimento para a frente do que para os lados ou para trás. Talvez porque,
inconscientemente, a distância "cara a cara" seja mais inibidora e potencialmente mais
perigosa que a "lado a lado".
Distância social
Rege sobretudo o nosso comportamento profissional e varia entre os cento e vinte e os
trezentos e sessenta centímetros. Pode situar-se na distância das negociações impessoais
e no carácter formal das relações sociais.
Distância pública
Situa-se fora do circuito imediato de referência do indivíduo e implica diversas
transformações sociais. Para além dos três metros e meio. Usa-se um estilo formal no
vocabulário. Muito frequente nas personalidades oficiais importantes, tom de voz elevado
e muitos gestos. Revela igualmente o nosso medo das multidões.
Orientação
O ângulo em que nos colocamos relativamente aos outros é uma forma de emitir
mensagens sobre o relacionamento. Olhar alguém de frente pode ser indicador de
intimidade ou intimidação.
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Técnicas de acolhimento e animação
Aparência
Este código é dividido em duas partes: os aspetos de controlo voluntário (cabelo,
vestuário, pele) e os menos controláveis (altura, peso). A aparência é utilizada para enviar
mensagens sobre a personalidade e o estatuto social.
Movimentos da cabeça
Estes têm a ver, principalmente, com a gestão da interação. Um assentimento pode dar
licença para se continuar a falar enquanto movimentos rápidos da cabeça podem significar
desejo de falar.
Expressão facial
Esta pode dividir-se em subcódigos de posição das sobrancelhas, formato dos olhos,
formato da boca e tamanho das narinas. Estes elementos, em diferentes combinações,
determinam a expressão do rosto. A expressão facial revela menos variações interculturais
do que a maioria dos códigos apresentativos.
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Técnicas de acolhimento e animação
A mão e o braço são os principais transmissores do gesto, sendo os gestos dos pés e
cabeça também importantes.
O gesto intermitente, enfático, para cima e para baixo, indica frequentemente uma
tentativa de domínio, enquanto gestos mais fluidos, contínuos e circulares indicam o
desejo de explicar ou de conquistar simpatia.
Postura
A postura é um sinal que participa no processo comunicativo. Vários tipos de posturas
existem nas diversas culturas, havendo determinadas posturas que estão ligadas a
situações específicas de interação. Por exemplo, numa cerimónia religiosa as pessoas
ajoelham-se.
Uma boa postura é fundamental para uma boa produção vocal. Para conseguir uma boa
postura devemos fazer com que a sustentação e o equilíbrio do nosso corpo esteja de
acordo com as leis da gravidade. Devemos procurar manter um equilíbrio de forma a
sentir "o peso do nosso corpo entre os dois pés.
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Técnicas de acolhimento e animação
Neste contexto destacam-se três peculiaridades do olhar: a sua evidência, o seu poder
ativante e a sua capacidade de envolver o interlocutor. Além da proximidade física, do tom
de voz, da expressão sorridente do rosto e do carácter pessoal do tema da conversação, a
comunicação visual é também uma componente da intimidade.
Há, por outro lado, a experiência de ser olhado: tal experiência pode ser agradável se
durar pouco, ou incómoda e suscetível de provocar ansiedade quando se prolonga.
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Técnicas de acolhimento e animação
A) HABILIDADES DE TRANSMISSÃO
1. Usar linguagem apropriada e direta (evitando o uso de jargão e termos eruditos
quando palavras simples forem suficientes).
2. Fornecer informações tão claras e completas quanto for possível.
3. Usar canais múltiplos para estimular vários sentidos do recetor (audição, visão
etc.).
4. Usar comunicação face a face sempre que for possível.
B) HABILIDADES AUDITIVAS
1. Escuta ativa. A chave para essa escuta ativa ou eficaz é a vontade e a
capacidade de escutar a mensagem inteira (verbal, simbólica e não-verbal), e
responder apropriadamente ao conteúdo e à intenção (sentimentos, emoções etc.)
da mensagem. Como administrador, é importante criar situações que ajudem as
pessoas a falarem o que realmente querem dizer.
2. Empatia. A escuta ativa exige uma certa sensibilidade às pessoas com quem
estamos tentando nos comunicar. Em sua essência, empatia significa colocar-se na
posição ou situação da outra pessoa, num esforço para entendê-la.
3. Reflexão. Uma das formas de se aplicar a escuta ativa é reformular sempre a
mensagem que tenha recebido. A chave é refletir sobre o que foi dito sem incluir
um julgamento, apenas para testar o seu entendimento da mensagem.
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Técnicas de acolhimento e animação
C) HABILIDADES DE FEEDBACK
1. Assegurar-se de que quer ajudar (e não se mostrar superior).
2. No caso de feedback negativo, vá direto ao assunto; começar uma discussão
com questões periféricas e rodeios geralmente cria ansiedades ao invés de
minimizá-las.
3. Descreva a situação de modo claro, evitando juízos de valor.
4. Concentre-se no problema (evite sobrecarregar o recetor com excesso de
informações ou críticas).
5. Esteja preparado para receber feedback, visto que o seu comportamento pode
contribuir para o comportamento do recetor.
6. Ao encerrar o feedback, faça um resumo e reflita sobre a sessão, para que tanto
você como o recetor tenham mesmo entendimento sobre o que foi decidido.
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Técnicas de acolhimento e animação
Quando estamos perante um cliente podemos assumir várias atitudes, tais como:
Atitudes de avaliação
Esta atitude leva a um efeito comportamental de:
Aumento da tensão entre as pessoas que estão a comunicar;
Aumento de agressividade;
Ativação dos mecanismos de defesa por parte do interlocutor;
Forte redução da capacidade de comunicar.
Esta atitude deve ser evitada atendendo aos efeitos negativos sobre a comunicação.
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Técnicas de acolhimento e animação
Atitude de orientação
Esta atitude leva a um efeito comportamental de:
Imposição de autoridade;
Aumento das informações disponibilizadas;
Tendência do interlocutor para uma perceção parcial (considera a resposta não
fundamentada);
Resistência à mensagem do emissor;
Redução da capacidade de escuta.
A atitude de orientação só deve ser assumida a pedido do emissor, pois introduz novas
informações no sistema de comunicação, obrigando a um maior esforço, e pode ser
desnecessária ou contraproducente.
Atitude de apoio
Esta atitude leva a um efeito comportamental de:
Manutenção do estado afetivo existente;
Tendência para a conformidade;
Dificuldade de análise no plano comportamental;
Dependência psicológica.
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Técnicas de acolhimento e animação
Se forem assumidas sob a forma de empatia devem ser conjugadas com as atitudes
exploratórias.
Atitude de exploração
Esta atitude leva a um efeito comportamental de:
Aumento da capacidade de análise;
Aumento da profundidade da comunicação.
Atitude de reformulação
Esta atitude leva a um efeito comportamental de:
Apoio no recetor;
Redução da intensidade do estado afetivo;
Aumento da capacidade de análise;
Aumento da profundidade da comunicação;
Aumento da racionalidade.
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Como o simples ato de receber a mensagem não garante que o recetor vá interpretá-la
corretamente (ou seja, como se pretendia), convém considerar:
1. Quem comunica a quem, em termos de papéis que essas pessoas
desempenham (por exemplo, administração e funcionários, gerente e
subordinado).
2. A linguagem ou o(s) símbolo(s) usados para a comunicação, e a respetiva
capacidade de levar a informação e esta ser entendida por ambas as partes.
3. O canal de comunicação, ou o meio empregado e como as informações são
recebidas através dos diversos canais (tais como comunicação falada ou escrita).
4. O conteúdo da comunicação (boas ou más notícias, relevantes ou irrelevantes,
familiares ou estranhas)
5. As características interpessoais do transmissor e as relações interpessoais entre
transmissor e o recetor (em termos de confiança, influência etc.).
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
1. Diferenças de personalidade:
São sempre invocadas como explicação para as desavenças entre pessoas e
trabalho.
O diagnóstico preliminar ajuda a antecipar o conflito e auxilia no controle de
desavenças, pois conhecendo a personalidade do oponente é possível saber como
lidar com ele.
3. Metas diferentes
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Técnicas de acolhimento e animação
4. Recursos Compartilhados
Esta causa de conflito é muito comum nas organizações em virtude dos seguintes fatores:
Tempo do uso do computador;
Utilização de verbas para aquisição de equipamentos;
Espaço físico limitado.
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
"dizer tudo o que me vem à cabeça", mas sim em exprimir-me eficazmente, tendo como
objetivo a evolução satisfatória e realista da situação.
É necessário, então, saber que tipo de comportamento provoca esta reação; evitar a
mímica e a entoação contrária às palavras; tentar descrever as próprias reações, em vez
de avaliar as ações dos outros; exprimir-me de forma positiva em vez de desvalorizar,
julgar, criticar, ridicularizar ou fazer interpretações, facilitando a expressão dos
sentimentos dos outros.
ESTILO AGRESSIVO
Caracteriza-se essencialmente pela utilização de comportamentos agressivos para com os
outros, com o objetivo de fazer valer os nossos direitos à custa da submissão dos outros.
A pessoa agressiva pretende dominar, valorizando-se à custa dos outros, os quais tende a
ignorar ou a desvalorizar.
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Técnicas de acolhimento e animação
ESTILO PASSIVO
Trata-se de uma atitude de submissão perante os acontecimentos e perante os outros.
ESTILO MANIPULADOR
A principal característica da pessoa manipuladora é utilizar a linguagem como disfarce
para concretizar os seus objetivos.
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Técnicas de acolhimento e animação
Raciocínio Lento.
Quer sempre pormenores;
Vai aos mínimos detalhes;
É meticuloso e ordenado;
Demonstra dificuldade em associar elementos;
Como argumentar:
Usando associações de ideias claras e sucintas;
Falando de forma clara e simples;
Acompanhando a capacidade de absorção;
Mantendo a atenção;
Explorando todos os sentidos da transmissão de uma ideia;
Usando exemplos fáceis;
Convencendo com provas e documentos;
Não o forçando; aceitando o seu ritmo;
Dando-lhe o tempo que precisar e falando devagar.
Bem Humorado:
É muito simples;
É muito simpático e bem intencionado;
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Técnicas de acolhimento e animação
Como argumentar:
Conduzindo o diálogo e mantendo-o;
Sendo simples, simpático e bem humorado, sem exageros;
Procurando retomar o assunto;
Não se iludindo.
Importante/Presunçoso.
É dotado de terrível superestima;
É vaidoso;
Pressiona o Vendedor com objeções fúteis;
Não aceita opiniões alheias;
Procura desprezar a oferta;
Quer e precisa dominar;
Deseja o poder;
É o “sabe tudo”;
Como argumentar:
Dando valor às suas vaidades;
Dando-lhe prestígio sem ser bajulador;
Não o temendo;
Não o evitando;
Não o menosprezando;
Sendo rápido e objetivo;
Dando-lhe a impressão de que a decisão partiu dele;
Usando as suas ideias para eliminar as suas objeções;
Apresentando sugestões e não conclusões;
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou
ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa percepção e termina com a
adopção de uma acção adequada e positiva.
Os conflitos têm origem na existência de tensões: o nosso dever é estar situado quanto às
causas das mesmas, como por exemplo:
Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes, ou seja, a incapacidade
de atingir uma ou mais metas ou realizar os seus desejos, por algum tipo de
interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental.
Pelas diferenças de personalidades, que são invocadas como explicação para as
desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas
no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra
parte envolvida;
Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou recebermos metas a serem
atingidas e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros
departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance;
• Diferenças em termos de informações e percepções: tendemos a obter
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Técnicas de acolhimento e animação
EVITAR – É a posição em que somos menos assertivos e menos cooperativos. Aqui, não
tentamos satisfazer nem os nossos interesses nem os interesses da outra parte.
Por outras palavras, a nossa posição é a de não tomar qualquer posição, e o resultado é
um impasse, em que a frustração e a raiva se podem instalar. No entanto, o evitar de um
conflito pode ser útil, principalmente em situações em que sentimos tratar-se de um
assunto trivial ou em que sabemos não ter qualquer hipótese de vir a satisfazer os nossos
interesses.
Quando nos acomodamos, estamos a ser altamente cooperantes, mas não assertivos.
Contudo o ir “acalmando” uma discussão pode subjugar os nossos próprios interesses, e,
no final, fazer com que nos sintamos impotentes e revoltados.
Esta atitude pode, inadvertidamente, intensificar a situação e fazer com que a outra pare
aumente as suas exigências. Mesmo assim, há momentos em que, por alguma razão
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Técnicas de acolhimento e animação
No entanto, ao mesmo tempo que a competição pode parecer uma escolha fraca, ela pode
ser viável. Por exemplo, perante emergências, tomadas de decisão urgentes,
implementação ou esforço de normas, em que não há tempo para satisfazer os interesses
de outrem.
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Para descobrir os interesses que estão por detrás de um conflito, temos de estar dispostos
a falar aberta e honestamente com a outra parte – e, acima de tudo, ouvir ativamente o
que ela tem para nos dizer.
Aqui, podemos recorrer a algumas técnicas que nos podem ajudar a descobrir os
interesses que conduzem ao conflito, tais como:
Ouça ativamente. Estabeleça contacto visual, e não interrompa. Deixe que a outra
parte ventile a sua raiva. Ao usar estas técnicas, não só está a demonstrar respeito
porque sabe ouvir os outros, como está a obter informações que o podem ajudar a
resolver o conflito.
Faça perguntas que revelem vontade para compreender, tais como: “O que tem a
situação que o incomoda?”; “O que é que procura na realidade?”; Não faça
perguntas que possam originar confronto, do género: “Como me pode fazer isto?”
Exprima interesses próprios, de um modo racional e não emotivo. As suas emoções
devem ficar de fora.
Não se desvie dos assuntos. Não tente adivinhar as razões da outra parte.
Mantenha-se no presente; não vá buscar factos do passado desnecessários à
solução do problema.
Acima de tudo: assuma a responsabilidade do seu papel no conflito.
Flexibilidade Firme
Só podemos progredir no sentido da colaboração se estivermos dispostos a ir para além
das nossas próprias margens. Por vezes assumimos posições rígidas durante um conflito
porque temos medo de perder caso não o façamos. Sentimos que os nossos interesses
podem vir a ficar afetados.
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Técnicas de acolhimento e animação
Intervenção de terceiros
Por vezes a atuação imparcial de um terceiro elemento no papel de moderador, pode
ajudar a conduzir-nos ao processo de colaboração, mantendo cada um dos envolvidos
centrado nos seus próprios interesses. O maior progresso neste processo dá-se quando
ambas as partes começam a ver o conflito como um problema mútuo.
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Técnicas de acolhimento e animação
Não existe uma técnica ideal e infalível para todas as situações, contudo se o animador
tiver conhecimento do funcionamento de cada técnica e da realidade do grupo que vai
animar, vai conseguir realizar um bom trabalho.
Acontece igualmente que a mesma técnica, com ou sem alterações, possa ser utilizada
para a concretização de diferentes finalidades, pelo que nem sempre é fácil a sua
classificação numa única categoria.
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Técnicas de acolhimento e animação
Nesta etapa o animador deve criar um clima de aceitação, proximidade, alegria; iniciar um
processo de conhecimento mútuo; possibilitar a relação de todos com todos, criando uma
corrente afetiva e evitar situações que inibam a expressão pessoal.
São jogos muito simples que permitem o primeiro contacto e que ajudam a
aprender/memorizar o nome de cada elemento e algumas características.
Exemplo:
AOS PARES
Objetivo: Obter informação dos companheiros do grupo.
Tamanho do grupo: 12 a 16 elementos
Tempo requerido: 15 a 20 minutos
Desenvolvimento: A técnica consiste em propor que os participantes se reúnam em pares, se
apresentem entre si falando durante algum tempo (habitualmente 5 a 10 minutos) para depois, em
grupo alargado, apresentarem o colega com quem estiveram a conversar.
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Técnicas de acolhimento e animação
Exemplo:
AUTOBIOGRAFIA
Objetivo: Aprofundar conhecimentos sobre os membros do grupo.
Tamanho do grupo: Máximo 20 pessoas
Tempo requerido: 30 minutos
Material: Cartolinas ou folhas e marcadores
Desenvolvimento: Cada jogador escreve numa folha ou cartolina durante um determinado
tempo, os dados que considera mais significativos na sua vida, mas não assina. De seguida,
recolhem-se as folhas/cartolinas, baralham-se e depois o grupo terá que adivinhar a quem
pertencem os dados.
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Técnicas de acolhimento e animação
Exemplo:
O BOATO (RUMOR)
Objetivo: Mostrar a importância da escuta. Compreender a dificuldade da comunicação e analisar
a importância do diálogo na transmissão da informação.
Tamanho do grupo: 12 a 16 elementos
Tempo requerido: 15 a 20 minutos
Material: Texto escrito
Desenvolvimento: Solicitar que 6 participantes se oferecem como voluntários para participar
numa experiência sobre comunicação e pedir que 5 deles abandonem a sala.
O animador conta a história ao voluntário que ficou na sala, informando-o antes que a deve escutar
atentamente, para num momento posterior a contar a um dos outros voluntários que está fora da
sala. Quem está a ouvir a história não pode falar.
Segue-se a exploração da dinâmica, feita com base na análise da história inicialmente contada e da
história descrita pelo último voluntário a entrar na sala.
Existem diversos textos que podem ser utilizados nesta dinâmica. Apresentamos como exemplo o
“eclipse do sol”.
“Amanhã haverá um eclipse do sol, às nove horas, coisa que não acontece todo o dia. Todos os
homens devem deixar o alojamento e formar na rua em frente ao quartel de uniforme de faxina,
para verem esse fenómeno, que explicarei a eles. Em caso de chuva, não conseguiremos ver coisa
alguma, e então, leve os homens para o ginásio”.
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Técnicas de acolhimento e animação
O uso destas técnicas pressupõe que os membros do grupo já tenham atingido uma certa
maturidade nas suas relações, de tal forma que sejam capazes de colaborar em assuntos
comuns, ainda que as suas opiniões e ideias sejam diferentes.
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Técnicas de acolhimento e animação
Exemplo:
A PONTE
Objetivo: Desenvolver a cooperação. Estimular a imaginação e a procura coletiva de soluções.
Provocar divertimento.
Tamanho do grupo: 7 a 15 pessoas
Tempo requerido: 5 a 10 minutos
Material: Cartolinas e giz.
Desenvolvimento: Os jogadores devem atravessar o rio sem se molharem. Para isso têm ao seu
dispor “pedras” (cartolinas) e devem passar sobre elas. O animador enfatiza que todos devem
chegar à outra margem e com todas as pedras.
Desenha-se o rio, cuja largura dependerá do número de participantes e entregam-se tantas pedras
quanto o número de jogadores, menos uma. Todos começam do mesmo lado do rio e cada grupo
seguirá a estratégia que considere mais adequada.
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Técnicas de acolhimento e animação
O uso destas técnicas pretendem estimular e desenvolver a criatividade das pessoas e dar
uma oportunidade para que os membros do grupo expressem as suas ideias por mais
originais (e mesmo utópicas) que sejam.
Exemplo:
INVENTAR HISTÓRIAS
Objetivo: Potenciar a capacidade criativa das pessoas e fomentar a atitude de escuta ativa.
Tempo requerido: 30 minutos
Desenvolvimento: Os participantes devem sentar-se em forma de círculo. O animador solicita
que uma pessoa comece a contar uma história, da qual só deve dizer a primeira frase. De seguida
cada membro vai dizendo outra frase distinta, de modo a que a história contada tenha sentido.
No final, dialoga-se sobre a dificuldade sentida na hora de conectar as frases.
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Técnicas de acolhimento e animação
f) Técnicas de relaxamento
São jogos cuja principal característica é a de provocar o riso, libertar energia e estimular o
movimento. Não quer isto dizer que os restantes jogos não sejam divertidos, mas desde o
ponto de vista funcional é necessário reunir um grupo de jogos que possam ser utilizados
em qualquer momento.
Estes jogos podem ter diversas finalidades, nomeadamente quebrar uma situação de
monotonia ou tensão, ser a “ponte” entre duas atividades ou o ponto final de um trabalho
em comum.
Exemplo:
ISTO É UM ABRAÇO
Objetivo: Favorecer o relaxamento e potenciar a concentração.
Tempo requerido: 20 minutos
Lugar: Espaço que permita aos jogadores estar sentados em círculo
Desenvolvimento: O grupo deverá estar sentado em círculo. A pessoa que começa o jogo (A) diz
à pessoa sentada à sua direita (B): “isto é um abraço” e dá-lhe um abraço. B pergunta “um quê?” e
A responde “um abraço” e volta a dar-lhe um abraço.
De seguida B diz a C (pessoa à sua direita) “isto é um abraço” e dá-lhe um abraço. C pergunta “um
quê?” e B pergunta a A “um quê?”. A responde a B “uma abraço” e abraça-o. B volta-se e diz a C
“um abraço” e abraça-o e, assim sucessivamente.
Simultaneamente, A envia outra mensagem pela sua esquerda: “isto é um aperto de mão” e o jogo
continua com a mesma dinâmica.
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Técnicas de acolhimento e animação
O exercício do diálogo partilhado e da reflexão em voz alta supõe que haja uma
aprendizagem transversal e constante.
Exemplo:
PHILLIPS 6.6
Objetivo: Conhecer a opinião do grupo sobre um tema concreto em pouco tempo. Participar todo
o grupo no debate.
Tempo requerido: 6 minutos
Desenvolvimento: O animador propõe que todos os membros do grupo se distribuam em
subgrupos de seis pessoas. É proposto um tema para o debate que deverão desenvolver durante 6
minutos. No final desse período de tempo, partilham-se as ideias com todo o grupo e elaboram-se
conclusões gerais.
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Técnicas de acolhimento e animação
Exemplo:
ESTUDOS DE CASO
Objetivo: Procurar soluções para determinado problema. Educar a capacidade crítica dos membros
do grupo.
Tempo requerido: 30 minutos
Material: Texto escrito (do caso) para cada membro
Desenvolvimento: O animador explica os objetivos da reunião e o procedimento que vai ser
utilizado. É exposto o caso a estudar e é aconselhável este estar escrito para evitar-se o
esquecimento de dados.
O grupo começa o estudo do caso, realizando um diagnóstico da situação, principais problemas e
suas possíveis causas. Terminada a discussão do caso, o animador pode recapitular o trabalho
realizado.
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Técnicas de acolhimento e animação
Exemplo:
IMAGEM DO GRUPO
Objetivo: Desenhar a perceção dos membros do grupo.
Tempo requerido: 30 minutos
Material: Folhas de papel, lápis
Desenvolvimento: O animador propõe que cada membro realize um desenho que exponha a
forma como se sentiu durante as atividades. O desenho deve ser livre e o mais simbólico possível.
No final, colocam-se os desenhos na parede, analisam-se um a um, falando sobre o seu conteúdo,
mensagem e símbolos.
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Técnicas de acolhimento e animação
Desta forma, o portefólio afigura-se como uma estratégia que se inscreve no movimento
de avaliação alternativa e que apresenta componentes adequadas para a avaliação do
aluno tornando possível aceder a múltiplas fontes de evidência para olhar e documentar o
processo de aprendizagem.
Elementos constitutivos:
Implicação pessoal
Seleção ao nível dos conteúdos
Reflexão
Autoavaliação
Controlo entre variedade e profundidade de representação
Estrutura e apresentação específicas
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Técnicas de acolhimento e animação
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Técnicas de acolhimento e animação
Documentação
Processo de recolher dados e informações sobre o que o aluno pode fazer e como
o faz (Amostras de trabalho, entrevistas, gravações, registo de ocorrências
significativas, listas de verificação, fotografias)
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Técnicas de acolhimento e animação
Bibliografia
KEENAN, Kate. 2000. Dicas úteis para negociar, Lisboa: Texto Editora.
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