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28 de janeiro de 2019

(ADULTOS) Lição 5: Um Inimigo que Precisa Ser


Resistido
REVISTA ADULTOS 1° TRIMESTRE 2019
TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares

-LIÇÃO 5-
3 de fevereiro de 2019

Um Inimigo que Precisa Ser Resistido

TEXTO ÁUREO
Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tg 4.7)

VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus provou na tentação do deserto que o Diabo não é invencível.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Tiago 4.1-1 O
1 Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos

vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?


2 Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e

guerreais e nada tendes, porque não pedis.


3 Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra

Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
6 Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos

humildes.
7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo

ânimo, purificai o coração.


9 Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o

vosso gozo, em tristeza.


1 O Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.

INTRODUÇÃO
“Essa seção da epístola de Tiago é, em outras palavras, um chamado à santidade. A
carta é dirigida aos cristãos do primeiro momento da história sagrada. Tiago mostra
que resistir ao Diabo já era um bom começo. A presente lição esclarece por que
devemos resistir às paixões e mostra ainda que a amizade com o mundo é inimizade
contra Deus. Um bom início de preparação para a aula desta semana é estudar a Carta
de Tiago. Assim, é possível compreender bem contexto em que se encontra a seção que
nos interessa. Logo, será possível perceber em seus estudos que o contexto da seção
versa a respeito do "chamado à santidade". Esse procedimento é importante porque a
ausência dele permite ao movimento moderno de "batalha espiritual" distorcer e
forçar tanto o texto bíblico.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- Tiago, o Justo, um dos irmãos de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3), é o autor
dessa epístola. Convertido após a ressurreição de Jesus (Jo 7.3-5; At 1.14; 1 Co
15.7; Gl 1.19), tornou-se líder da igreja em Jerusalém, e é apontado por Paulo
como um dos pilares da igreja (Gl 2.9). No capítulo 4.4-7, Tiago afirma que amar
ao mundo é inimizar-se com Deus e que aquele que é amigo do mundo por isso
mesmo se constitui em inimigo de Deus. É importante o que Tiago quer dizer.
Note o que disse Jesus: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24). Todo
o capítulo nos fala de Purificação para cristãos (1 Co 3.1-4):
(1) a luta com o pecado (v. 1-4);
(2) o desejo de Deus de liberar maior graça (v. 5,6);
(3) o caminho da bênção (v. 7-1 O).
Tiago explica que o conflito dentro de nós está entre nossos deleites
pecaminosos e o desejo de cumprir a vontade de Deus, uma atitude que o
Espírito Santo colocou dentro de nós (v. 5). A fonte do conflito entre os cristãos
muitas vezes são coisas materiais, ele então, atribui dissensões, assassinatos e
guerras ao materialismo – o que João também adverte os cristãos sobre cobiçar
o que no mundo há (1Jo 2.15,16). No versículo 7 encontramos duas ordens:
primeiro, devemos sujeitar-nos a Deus, abandonando nosso orgulho egoísta (v.
1-6). Sujeitar-se ao Senhor também implica revestir-se de toda a armadura de
Deus, uma imagem que inclui tudo, desde depositarmos nossa fé nele a
mergulharmos na verdade da Palavra de Deus (Ef 6.11-18). Segundo, devemos
resistir a qualquer tentação que o diabo lançar em nosso caminho. Então o
maligno não terá outra escolha: ele fugirá, pois pertenceremos ao exército do
Deus vivo. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I - A EPÍSTOLA DE TIAGO

“A Epístola de Tiago é o escrito mais antigo do Novo Testamento e tem por objetivo
evitar desentendimentos entre os discípulos de Cristo. Segundo a maioria dos
expositores bíblicos, a sua composição não vai além do ano 45 d.C.
- A epístola de Tiago é datada por volta de 45 d. C., bem antes do primeiro
concílio em Jerusalém, que se deu por volta de 5 O d. C., o que torna a mais
antiga epístola do Novo Testamento. Segundo o historiador Flávio Josefo, Tiago
foi morto por volta do ano 62 d. C.

1. Destinatários. A carta foi dirigida especificamente aos primeiros cristãos dispersos,


de origem judaica, pelo vasto império romano (Tg 1.1); e, de maneira geral, a todos os
crentes em Jesus em todos os lugares e em todas as épocas. Trata-se de um livro prático,
muito próximo do Sermão do Monte proferido por Jesus em Mateus 5 a 7 e
importantíssimo para a conduta do cristão.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos,
1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- Os destinatários da epístola são os judeus dispersos convertidos ao
cristianismo, daí o tom austero e a linguagem peculiar aos judeus. Nesta
epístola, Tiago faz uma contraposição entre o ensinamento judaico de ter fé no
único Deus, com o ensinamento do evangelho, que é ter fé em Jesus Cristo, pois
de nada adianta alguém dizer que crê em Deus, mas que não obedece o
mandamento de Deus, que é crer em Cristo.
“Os destinatários da carta são identificados como as “doze tribos que se
encontram na Dispersão” (Tiago 1:1). Esta linguagem admite duas
interpretações. No Antigo Testamento, a nação de Israel foi conhecida como as
doze tribos, descendentes dos filhos de Jacó. Se Tiago usa o termo neste
mesmo sentido, o conteúdo do livro mostra que esses judeus seriam pessoas já
convertidas a Cristo. No Novo Testamento, porém, o foco está em Israel
espiritual, aqueles que imitam a fé de Abraão, independente da sua
descendência carnal. O próprio Jesus introduziu esta ideia (João 8:39-40), e
seus seguidores empregaram termos como judeus e as doze tribos neste mesmo
sentido (Romanos 2:28-29; Apocalipse 7:4 comparado com 14:3-5).” (ESTUDOS
DA BÍBLIA)

“2. Conteúdo. O conteúdo da epístola parece confirmar essa antiguidade, isso pelos
aspectos cristológicos praticamente ausentes. O nome de Jesus só aparece duas vezes
nos seus cinco capítulos (Tg 1.1; 2.1). Há pouco ensino doutrinário, pois a assembleia
dos discípulos era ainda tida como sinagoga: "Porque, se entrar na sinagoga de vocês
um homem" (Tg 2.2, Nova Almeida Atualizada). O termo "igreja" aparece aqui (Tg
5.14), mas o emprego da palavra "sinagoga" como alternativa mostra que Tiago vem
de uma época em que os discípulos eram chamados de "o movimento de Jesus".”[Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- O Reformador Martinho Lutero via esta epístola com muita ressalva, ele
não conseguiu enxergar nela os mesmos ensinos paulinos. A má compreensão
da abordagem de Tiago fez com que Martinho Lutero detestasse a essa epístola,
denominando-a “epístola de palha”. Diferente das epístolas de Paulo, Pedro e
João, a carta de Tiago não inclui saudações pessoais. As exortações começam
no segundo versículo e continuam até o último. É uma carta didática e moral,
não aparece um plano doutrinal previamente elaborado, vemos um desenrolar
de temas ao sabor da pena do autor, mas sem fugir ao tema “santidade”, numa
convocação a que os crentes vivam o espírito cristão em todas as circunstâncias
de um modo coerente com a fé, em perfeita unidade de vida - o comportamento
dos crentes tem de ser um reflexo da sua fé. É interessante notar que
encontramos apenas em Tiago a ordem de ungir os enfermos (5.13-15). O fato
de que o termo ‘sinagoga’ seja utilizado com freqüência pode ser explicado pelo
público-alvo da carta: os judeus-cristãos dispersos.

“3. Tema. Ao separar a fé das obras, a epístola enfatiza o cristianismo prático e nos dá
munição para resistir ao Inimigo e ao pecado. Tiago retoma o tema tratado no
capítulo anterior sobre a "amarga inveja em sentimento faccioso em vosso coração"
(Tg 3.14), próprio de uma sabedoria "terrena, animal e diabólica" (Tg 3.15) e presente
na vida daqueles primeiros cristãos. Esses problemas vêm atravessando os séculos e
hoje não é diferente, pois o problema da natureza humana permanece o mesmo. O
ensino aqui está tratando do caráter cristão que precisa ser afinado com o sentimento
de Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev,
2019]
- A pequena epístola de Tiago, provavelmente um dos primeiros livros do
Novo Testamento, oferece orientações práticas para conduzir cristãos no seu
serviço ao Senhor. É interessante notar a praticidade do conteúdo apresentado,
sem rodeios e sem enfeites, Tiago trata de temas do cotidiano, por exemplo, ele
afirma sobre a sabedoria humana (v. 15,16), que nada mais é que interesse
próprio, então não se deve vangloriar-se dela; Não ser apenas tardio para falar,
mas deve-se abandonar também a mentira! Se a sabedoria se manifesta sem
boa conduta e mansidão, ela não vem do alto. Na verdade, ela é caracterizada
como terrena; prudente, segundo os padrões do mundo; sensual (do
grego psuchikos), no sentido de natural em oposição a espiritual, e diabólica.
“Os temas abordados nos cinco capítulos de Tiago são diversos, todos
focando a importância de viver conforme a fé:
● Capítulo 1 enfatiza as atitudes certas diante de provações e tentações e
chama os leitores a serem praticantes, e não apenas ouvintes, da palavra do
Senhor.
● Capítulo 2 aborda dois assuntos: (1) a condenação de preconceitos
socioeconômicos na igreja e (2) a necessidade de obras que demonstram a
autenticidade da fé.
● Capítulo 3 apresenta uma das advertências mais fortes do Novo
Testamento sobre o uso errado da língua e nos chama a buscar a sabedoria
divina.
● Capítulo 4 condena várias atitudes carnais que atrapalham o serviço a
Deus.
● Capítulo 5 encerra a epístola com várias instruções que exigem uma
perspectiva eterna e espiritual, e não materialista e carnal.” (ESTUDOS DA
BÍBLIA)

II - OS DELEITES DA VIDA
“Tiago emprega aqui uma metáfora que ainda hoje usamos em nossos debates,
discussões e conversas sobre dificuldades nas mais diversas áreas da vida.

1. Guerras e pelejas (v.1). Há quem afirme que essas guerras e pelejas sejam uma
referência às disputas internas que havia entre os judeus de Jerusalém nos levantes
contra Roma. A população da Judeia estava dividida nessa época sobre a luta pela
libertação do poder romano. Mas não é disso que Tiago está falando aqui. Essas
palavras metafóricas são pesadas e mostram o nível das disputas entre os crentes por
causas dos deleites, ou seja, os maus desejos interiores (v.2). Não se trata aqui de
debates teológicos entre os mestres. A expressão "guerras e pelejas" refere-se às
discussões acirradas sobre "o meu e o teu", e isso é muito grave.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “Por que existem conflitos, discórdias e males entre as pessoas cristãs?
Tiago, o meio-irmão do Senhor, retoricamente, pergunta: "Porventura, não vêm
disto, a saber, dos vossos deleites que nos vossos membros guerreiam?" (v.1).
Esta é a origem dos conflitos e das discórdias que o autor da epístola descreve
na seção bíblica 3.1-3. Quão enganoso e destrutivo é o coração humano! No
terceiro capítulo, Tiago demonstra que a maioria das nossas desavenças e
tramas perversas é fruto da ambição, ignomínia e sede de vermos o nosso
desejo realizado. E qual o objetivo desta realização? O deleite! O líder da igreja
de Jerusalém expõe a nudez da alma humana. Daí é que surgem muitas
frustrações espirituais e da própria alma. O indivíduo tem uma relação com Deus
não segundo a vontade divina, mas a sua própria, pois colocaram em sua cabeça
que as bênçãos de Deus são para os seus deleites e prazeres. Neste ponto,
Tiago é taxativo: "Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não
podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis
e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites" (4.2,3).
"Porque não pedis", Tiago destaca esta expressão para compará-la, logo em
seguida, com a outra posterior: "Pedis e não recebeis". Porque alguém pede a
Deus e não recebe, já que o nosso Senhor prometeu dar-nos tudo o que
pedíssemos em seu nome? Esta é uma pergunta que só pode ser respondida à
luz de um autoexame sincero, pois a Palavra responde com clareza: "Pedis e
não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites". Temos
de ter o cuidado, para não confundirmos a vontade de Deus com a nossa própria.
Não podemos usar o nome de Deus para realizar as vontades e os prazeres
particulares. Deus não se usa! Portanto, desafie a classe para um autoexame
honesto, sincero e transparente à luz da Palavra de Deus. Nada é melhor que o
homem desnudar-se na presença do Altíssimo. O nosso Pai sabe o que está em
nosso coração e qual a nossa verdadeira motivação de vida diante dEle. Num
tempo dominado pelas ambições e prazeres humanos, a palavra ensinada por
Tiago chega a uma ótima hora e desafia-nos a olharmos para nós e
perguntarmo-nos: o que há em meu coração?” (Revista Ensinador Cristão
CPAD, n° 59, p.41.)

“2. Os deleites. Ou maus desejos que eram a motivação dessas pelejas: "dos vossos
deleites" (v.1). O termo "deleites" (vv. 1,3) é hedoné que aparece cinco vezes no Novo
Testamento para descrever deleites ou prazeres ilícitos (Lc 8.14; Tt 3.3; Tg 4.1,3; 2 Pe
2.13). Originalmente significava o prazer experimentado pelo sentido do paladar,
posteriormente por meio dos outros sentidos e da mente; no período helenista, o
conceito se restringiu ao significado de "gozo sensual, deleite sexual". É a procura
indiscriminada do prazer. O hedonismo permeia o pensamento pós-moderno. Hoje,
qualquer esforço disciplinado ou o mínimo de sacrifício para se atingir um objetivo são
tratados com profundo desgosto.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º
Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “1. Desejos Errados e Desastre Espiritual (4.1,2b) - Tiago dá uma resposta
afirmativa à sua própria pergunta, mas ele sabe que é a mesma resposta que
seus leitores ouvirão de uma consciência acusadora. Vocês colocaram seu
coração naquilo que o mundo pode lhes dar e, como resultado, vocês estão em
dificuldade. Desejos mundanos conflitam uns com os outros. Esses deleites
(“prazeres”, ARA), que nos vossos membros guerreiam (v. 1), perturbam vossa
própria paz de espírito, por isso vocês brigam e matam e espalham o conflito aos
outros. O principal problema é que vocês permitem que desejos profanos
possuam seu espírito. Esses desejos, se impuros e incontrolados, levam ao
desastre espiritual. Se analisarmos esse texto de acordo com 3.14, ele é melhor
interpretado por: sois invejosos (“matam”, cf. KJV e NVI e ARA), combateis e
guerreais de maneira figurativa. Não é provável que essas coisas tenham, na
verdade, ocorrido na comunidade cristã. Tanto Tiago quanto seus leitores
cristãos estariam familiarizados com a interpretação de Jesus de que abrigar o
desejo perverso consistia, na ótica de Deus, na violação dos mandamentos (cf.
Mt 5.21-22). A maioria dos tradutores modernos entende que o versículo 2
apresenta duas sentenças equilibradas, ou seja: “Vocês desejam, mas não
possuem; por isso cometem assassinato. E vocês são invejosos e não
conseguem obter; por isso, lutam e brigam” (NASB). (A. F. Harper. Comentário
Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 181-182).

“3. Cobiçosos e invejosos (v.2). A versão bíblica ARC (Almeida Revista e Corrigida)
omite aqui o verbo "matar" que consta do texto grego: "Vocês cobiçam e nada têm;
matam e sentem inveja" (Nova Almeida Atualizada). Esse homicídio não é literal; diz
respeito ao ódio, que é como homicídio aos olhos de Deus (Mt 5.21,22; 1 Jo 3.15). A
cobiça é o desejo excessivo de possuir o que pertence ao outro, e a inveja é um
sentimento de tristeza e pesar pela alegria, felicidade e sucesso de outra pessoa. O
cristão deve se contentar com o que tem (Lc 3.14; Fp 4.12; Hb 13.5). Cabe aqui ressaltar
que esse ensino não é uma apologia à pobreza e à miséria, pois não é pecado desejar e
buscar, de maneira lícita, tudo o que é útil à vida, desde que os nossos desejos sejam
afinados com os de Deus.”[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “Cobiçais” No grego é ‘nepithumeo’, desejar, anelar por, em bom ou em
mau sentido. É óbvio que aqui isso deve ser entendido de maneira prejudicial.
Tal palavra era com frequência usada para indicar as paixões sexuais
descontroladas; mas o presente contexto não limita seu sentido a isso. “Os
desejos aqui descritos tornam-se tão fortes, que as pessoas estão prontas até
para matar (versão NTLH), com a finalidade de conseguir aquilo que querem. A
palavra “matar” pode ser interpretada como uma hipérbole para o ódio e a
amargura. Em lugar de reavaliarem os seus desejos, as pessoas descritas por
Tiago recorrem à inveja, a lutas, a disputas, e a coisas piores do que estas. Mas,
apesar de todo o seu egoísmo e antagonismo para conseguirem o que desejam,
elas ainda não podem alcançar estas coisas. Por que? Nós aprendemos (desde
quando tivemos o nosso primeiro triciclo até quando dirigimos o nosso primeiro
automóvel) que os desejos satisfeitos não trazem tanta satisfação quanto
prometem. Algumas vezes, conseguimos realmente aquilo que queríamos, e
então descobrimos que ainda não temos aquilo de que realmente
necessitávamos - a profunda satisfação que somente nos vem quando somos
justificados para com Deus. Se confiarmos somente nos nossos desejos, eles
apenas nos levarão às coisas desta terra, e não às coisas de Deus. Em resumo,
a mensagem de Tiago é: Nada tendes, porque não pedis a Deus. Em outras
palavras: “Vocês não têm o que querem porque não querem a Deus””.
(Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag.
682).

“4. Adúlteros e adúlteras (v.4). Tiago continua a linguagem metafórica usada desde
o Antigo Testamento para descrever a apostasia de Israel e sua infidelidade a Javé, seu
Deus. A infidelidade a Deus é em si mesma um adultério espiritual. Tiago especifica que
se trata de um assunto que envolve homens e mulheres. Assim como a intimidade, o
amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o
símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-
33; Ap 19.7). A antítese segue nessa mesma linha de pensamento, pois de igual modo a
infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão é chamada na Bíblia de adultério
espiritual, ou prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez 16.32; Ap 2.2 O).” [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “A chocante palavra “adúlteros” descreve claramente a infidelidade
espiritual das pessoas e tenciona despertá-las para que encarem a sua
verdadeira condição espiritual. Estes crentes estavam tentando amar a Deus e
ter um romance com o mundo. O fato de D2eus expressar, nos termos mais
fortes possíveis, a importância da fidelidade deve nos inquietar. Os padrões
bíblicos de comportamento pessoal, conjugal e espiritual estão sob constante
ataque de erosão. Nós somos constantemente bombardeados pela mensagem
da transigência. Do ponto de vista do mundo, nós devemos ser flexíveis,
tolerantes ao pecado, e complacentes. Mas isto não funciona, porque a amizade
do mundo é inimizade contra Deus. Para os crentes, o mundo e Deus são dois
objetos distintos de afeto, mas são completamente opostos. O mundo é o
sistema do maligno, que está sob o controle de Satanás; ele representa tudo o
que é contrário a Deus. Ter amizade com o mundo, portanto, é adotar os seus
valores e desejos (veja também Rm 8.7,8; 2 Tm 4.10; I Jo 2.15-17). Estes crentes
podem amar verdadeiramente a Deus, mas também são atraídos pelos
benefícios do sistema deste mundo. Eles adoram a Deus, mas podem desejar a
influência, os padrões de vida, a segurança financeira, e talvez um pouco da
liberdade que o mundo oferece. A busca destas coisas só irá minar a
generosidade, os cuidados, e a divisão de recursos que deveriam caracterizar
os cristãos. Qual é, então, o relacionamento adequado de um crente com o
mundo? Alguns usaram declarações bíblicas como esta de Tiago como a base
para uma retirada radical do “mundo”. Mas a retirada não é a solução. Embora
seja verdade que nós somos chamados para estar no mundo mas não pertencer
a este mundo (Tg 17.14), deveríamos amar as pessoas deste mundo o suficiente
para lhes transmitirmos o Evangelho. Para fazermos isto, precisamos nos
relacionar com elas sem nos relacionar com as coisas deste mundo que são
contrárias a Deus (veja 1 Jo 3.15-17).”(Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682-683).

III - RESISTINDO AO INIMIGO


“A ideia de Tiago, ao concluir essa seção da epístola, é a mesma exortação que fez o
apóstolo Pedro, inspirado por Levítico 11.44; 19.2; 2 O.7: "mas, como é santo aquele
que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto
escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.15,16).

1. Tiago apresenta a receita para resistir ao Inimigo. Ele mostra que o Espírito
Santo está em nós (v.5), o que é confirmado em outras partes do Novo Testamento (1
Co 3.16; 6.19; Ef 2.22). Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que
tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17). Assim, o Espírito Santo em nós não quer um coração
dividido: "É com ciúme que por nós anseia o espírito, que ele fez habitar em nós?" (v.5,
Nova Almeida Atualizada). Essa vantagem nos permite viver uma vida santa e resistir
ao Inimigo. Nisso temos a ajuda de Deus, que "resiste aos soberbos, dá, porém, graça
aos humildes" (v.6).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição
5, 3 Fev, 2019]
- “O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5). Nessa passagem, um aspecto muito
importante ressaltado por Tiago sobre o nosso relacionamento com Deus é que
o “Espírito, que em nós habita, tem ciúmes” (v. 5). A construção do versículo 5
no original grego não é muito clara, podendo esse texto significar que o espírito
humano tem a tendência natural “de opor-se a Deus e ao próximo”, o que estaria
implícito na expressão traduzida como “ciúmes”; ou então que o Espírito Santo
tem ciúmes de nós, isto é, zelo intenso por nós. A maioria esmagadora dos
comentaristas bíblicos, à luz do que afirmam o final do versículo 4 e o início do
versículo 6, prefere a segunda interpretação para o versículo 5, que é também a
interpretação aceita por mim: Tiago quer dizer aqui que o Espírito Santo de Deus
tem ciúmes de nós. O Consolador, aquEle que intercede por nós e em nós com
gemidos inexprimíveis (Rm 8.26,27) e se entristece frente aos nossos pecados
(Ef 4.30), o nosso Ajudador, que nos guia na caminhada espiritual e no
relacionamento com o Pai celestial através de Cristo (Rm 8.5-11), tem um forte,
intenso e amoroso zelo por nós.” (Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras,
Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 119-120).

“2. A submissão a Deus. Essa submissão e humildade a Deus é descrita de várias


maneiras, como "resistir ao diabo" (v.7) e se aproximar de Deus; limpar as mãos, "vós
de duplo ânimo" (v.8). O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em
suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8). Jesus disse que ninguém pode servir a dois
senhores (Mt 6.24). As mãos são instrumentos das ações e o símbolo de toda a conduta.
Para que elas sejam limpas, é necessário primeiro um coração purificado (Sl 24.4; 1 Pe
1.22).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “O apóstolo explica em detalhes como se dá essa submissão a Deus, no
que ela consiste. Em primeiro lugar, diz ele que é preciso se aproximar de Deus,
isto é, buscá-lo sinceramente: “Chegai-vos a Deus” (v.8a). A consequência disso
é que Deus se chegará a nós (v. 8b) — ou seja, teremos comunhão com Ele e
seremos abençoados pela sua presença em nossas vidas. “Buscar-me-eis, e me
achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração” (Jr 29.13). Em
segundo lugar, é preciso se arrepender dos pecados e mudar de atitude: “Limpai
as mãos, pecadores” (v.8c). Ter as mãos limpas fala de chegar-se a Deus com
a consciência limpa devido ao arrependimento sincero. Paulo fala de levantar as
mãos em oração diante do Senhor “sem ira nem contenda” (1 Tm 2.8), purificado.
Em terceiro lugar, é preciso dar fim ao “duplo ânimo” (v.8d), isto é, ao hesitar
entre Deus e o mundo, ao coxear entre a vontade de Deus e as paixões
pecaminosas. Em quarto lugar, “purificai o coração” (v.8e), que significa aqui ter
um coração sincero, sem falsidade, sem maldade. Só os puros de coração verão
a Deus (Mt 5.8), isto é, só os sinceros de coração poderão ter um relacionamento
real com Deus. Ao final, Tiago reforça a necessidade de arrependimento sincero,
de quebrantamento verdadeiro perante Deus: “Senti as vossas misérias, e
lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em
tristeza” (v.9)”. (Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago
para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 122-123).

“3. Os lamentos e os resultados. Tiago continua com as suas exortações: sentir as


nossas misérias, lamentar, chorar, substituir o riso pelos lamentos, sentir angústia e
nos humilhar diante de Deus (v.9). Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas,
a de que o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos "exaltará" (v.1 O). Trata-se de uma
vitória completa em Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- “À medida que Deus se aproxima de nós, devemos sentir a nossa falta de
merecimento. Afinal, estamos obtendo a permissão de nos aproximarmos do
Deus santo e perfeito. Tiago descreveu um longo processo espiritual nos oito
últimos versículos. Ele começou descrevendo as pessoas em conflito umas com
as outras e consigo mesmas. A seguir, ele descreveu a origem de tais conflitos
nos desejos inapropriados, que são motivados, em grande parte, pela tentativa
de permanecer próximas tanto do mundo como de Deus. O desmascarar de uma
vida como esta e a convocação dos crentes à humildade pode não ser uma
mensagem bem recebida. A rendição pode não vir com facilidade. Desejos
arraigados há muito tempo podem reagir com desobediência. O arrependimento
poderá ter que incluir a recordação do quanto nós nos afastamos do caminho de
Deus antes de termos retornado. Estes termos diferentes, misérias,
lamentações, pranto e tristeza captam a luta de uma alma que se aproxima de
Deus. Existe uma morte que está acontecendo. É um chamado ao
arrependimento profundo e sincero. O riso das pessoas (o riso escarnecedor que
se recusou a levar o pecado a sério) e a sua alegria com os prazeres do mundo
precisam ser completamente transformados - em tristeza pelos seus pecados
(veja também Lc 6.25). Até que isto ocorra, não há espaço para o riso da
liberdade verdadeira e a alegria do Senhor. A vida cristã envolve alegria, mas,
quando nós percebemos os nossos pecados, precisamos nos lamentar, para que
possamos nos arrepender. Somente depois da lamentação é que podemos
passar para a alegria na graça que Deus nos dá”. (Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 684). “Sujeitar-se a
Deus, submeter-se a Ele, ou, como acrescenta Tiago ainda, humilhar-se diante
do Senhor. O resultado dessa atitude é claro: “Humilhai-vos perante o Senhor, e
Ele vos exaltará” (v. 10 — grifo meu). Em suma, Tiago nos ensina nessa bela
passagem de sua epístola que não há vitória sobre as paixões pecaminosas e
nem exaltação espiritual na vida do cristão sem humilhação diante de Deus, sem
submissão total à sua vontade, que se dá através desses quatro passos acima
elencados a partir de seu próprio texto. E mais: vivendo assim, não teremos,
inclusive, conflitos entre nós, porque nossas motivações, desejos e formas de
agir estarão completamente harmonizados com a perfeita vontade do Senhor.”
(Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida
Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 123). “Humilhar-nos perante o Senhor e
admitir a nossa dependência dele significa reconhecer que o nosso valor vem
somente de Deus. É reconhecermos a necessidade desesperada que temos de
sua ajuda e sujeitarmo-nos à sua vontade para a nossa vida. Embora nós não
mereçamos a graça de Deus, Ele nos alcança no seu amor e nos dá valor e
dignidade, apesar dos nossos defeitos humanos. Quando fazemos isto, a
promessa é certa: Ele nos exaltará e nos dará honra. Um dos exemplos bíblicos
mais comoventes desta verdade é encontrado na parábola de Jesus sobre o pai
que perdoa (veja Lc 15.11-32). O filho tinha tomado a sua herança e saído de
casa para ser amigo do mundo. Somente depois que se encontrou falido em
todos os aspectos é que ele se arrependeu e, entristecido, voltou para casa. O
filho confessou ao seu pai que era indigno de ser chamado de filho. Mas o pai o
exaltou e o recebeu de volta à família. O ato de retornar exigiu submissão. As
palavras de arrependimento do filho rebelde exigiram humildade. O resultado
final foi uma grande alegria. A humildade perante Deus será seguida da nossa
exaltação.” (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD.
Vol. 2. pag. 685).

CONCLUSÃO
“Tiago relaciona uma série de exortações que, se praticadas em conjunto, resultarão
na completa resistência ao Inimigo de nossa alma. O que Deus espera de nós é que
sejamos santos como Ele é santo. Resistir ao Inimigo, no contexto de Tiago, resume-se
em que cada um de nós sujeitemos-nos à vontade de Deus e cheguemos-nos a Ele; e
devemos ainda purificar as mãos e limpar o coração. É essa dependência de Deus que
nos leva à vitória em Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
- Tiago abre o capítulo 4 perguntando: “Donde vêm as guerras e pelejas
entre vós?”. Em seguida, responde retoricamente: “Porventura, não vêm disto, a
saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v.1). Aqui, o
líder da igreja de Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava
predominando na igreja: a terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre
aqueles crentes havia “guerras e pelejas” e “interesses dos próprios deleites”,
enquanto os menos favorecidos estavam à margem dessas ambições. Estava
nítido que eles não semeavam a paz. Nós possuímos desejos legítimos à luz da
Bíblia, a realização profissional, pessoal e o desejo de uma melhor qualidade de
vida são anseios de todo homem, e as Escrituras não proíbem isso. Entretanto,
o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um desejo cego,
colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um ídolo: o sonho
pessoal. A partir dos ensinamentos do Senhor Jesus, desfrutaremos da
verdadeira felicidade em Deus. Que venhamos atentar para o ensinamento desta
lição, humilhando-nos na presença de Deus através de Cristo Jesus. Ao
concluirmos o estudo dessa semana veremos que não se pode abrir mão de
Deus para realizarmos os nossos sonhos, pois os dEle devem estar em primeiro
lugar!

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o
gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2019

PARA REFLETIR
A respeito de “Um Inimigo que Precisa Ser Resistido" responda:
• O que mostra a palavra "sinagoga" em Tiago 2.2?
O emprego da palavra "sinagoga" como alternativa mostra que Tiago vem de uma época
em que os discípulos eram chamados de "o movimento de Jesus".
• A que se refere a expressão "guerras e pelejas"?
A expressão "guerras e pelejas" se refere às discussões acirradas sobre "o meu e o teu".
• O que só o cristianismo tem e que fez dele a única religião do planeta com tal
característica?
Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo
14.16,17).
• O que significa a expressão "duplo ânimo" (Tg 4.8)?
O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus
e o mundo (Tg 1.8).
• Quais as bênçãos resultantes das exortações de Tiago?
Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas a de que o Diabo fugirá de nós, e o
Senhor nos "exaltará" (v.1 O). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre
2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]
Postado por Francisco Barbosa

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