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Fundada em 1940 pelo Maestro José Siqueira, a Orquestra Sinfônica Brasileira é o mais tradicional conjunto
sinfônico do país, sendo reconhecida pelo pioneirismo de suas ações: primeira orquestra brasileira a realizar
turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia. As missões
institucionais da OSB contemplam a conquista de novos públicos para a música sinfônica, o incentivo a novos
talentos e a divulgação de um repertório diversificado, objetivos alcançados em mais de 5 mil concertos
realizados durante 76 anos de trajetória ininterrupta.
Além de ter revelado nomes como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Meneses, a OSB também contou
em sua história com a colaboração de alguns dos maiores artistas do século XX: Leonard Bernstein, Zubin
Mehta, Kurt Sanderling, Arthur Rubinstein, Martha Argerich, Kurt Masur, Claudio Arrau, Mstislav
Rostropovich, Jean-Pierre Rampal e José Carreras, dentre outros. Em 2015, a Fundação condecorou com o
título de Maestros Eméritos os regentes que fizeram uma longeva e decisiva contribuição ao projeto artístico
da OSB: Eugen Szenkar (1940-1948), Eleazar de Carvalho (1951-1957; 1960-1962; 1966-1969), Isaac
Karabtchevsky (1969-1996) e Roberto Minczuk (2005-2015).

As atividades da Fundação OSB são viabilizadas pelo apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da construtora Carvalho Hosken e de um
conjunto de investidores da iniciativa privada, através dos mecanismos federais de incentivo à cultura. Os
espetáculos da OSB acontecem nas três mais importantes salas dedicadas à música de concerto do Rio de
Janeiro, a Cidade das Artes, o Theatro Municipal e a Sala Cecília Meireles. Em sua programação regular,
apresentações especiais e projetos educativos, a Orquestra Sinfônica Brasileira continua a apostar em um
amplo universo musical - da produção barroca aos compositores contemporâneos -, buscando continuamente
a excelência de sua música e, por consequência, a concretização de seus objetivos sociais e educativos.
Saiba mais sobre a história da Orquestra Sinfônica Brasileira na seção OSB em décadas.

Cultura Erudita
Cultura erudita reúne o conjunto de práticas e produtos culturais que são resultado de estudos e aplicações
acadêmicas.
A cultura erudita está à disposição da elite social. É observada nas artes plásticas, na música e na literatura.
O acesso à cultura erudita é facilitado para a aristocracia sob o argumento de ser produto de intensa
investigação. A aplicação acadêmica também é usada como elemento de defesa do acesso restrito.
Diante desses fatores, é agregado valor monetário aos bens culturais e quem tem menor poder aquisitivo é
excluído de sua contemplação.
Exemplos de Cultura Erudita
Concertos musicais produzidos por grandes orquestras, peças de teatro de difícil acesso popular, obras de artes
de artistas renomados, como Leonardo da Vinci e Pablo Picasso, estão entre os exemplos.
Música Erudita
A música clássica, por sua complexidade de elaboração, está entre os principais exemplos de cultura erudita.
Entre os nomes notórios da música clássica estão Beethoven, Brahms e Mozart. No Brasil, o nome de maior
destaque é o maestro Heitor Villa Lobos, autor da peça "O Guarani".

Cultura Popular
A cultura popular é acessível pela massa. Resulta do repasse de tradição, da construção coletiva e da
pluralidade.
Entre os exemplos de cultura popular estão as festas religiosas e pagãs. O Carnaval é uma delas. Nessas
manifestações são agregadas a música, a dança, as comidas típicas e o comportamento coletivo que é repassado
de geração para geração.
Com a evolução da história, a cultura popular passou a agregar diversos elementos que antes também estavam
restritos à minoria. Entre eles está a literatura, com livros de caráter popular e o próprio jornalismo, e a música.
Em resumo, a cultura popular é um conjunto de ideias, imagens, fenômenos, atitudes e perspectivas.
Na sociedade atual ela é diretamente influenciada pela mídia de massa, que dita o comportamento coletivo no
cotidiano

Raymond Williams coloca a questão da cultura popular como aquela “feita pelo próprio povo”
O fato é que “a cultura popular é heterogênea” (Ortiz, 1994), e que, portanto, o correto seria falarmos em
“culturas populares”. O pensamento de Ortiz se completa com o de Certeau (1995) ao definir a cultura popular
como “a cultura comum das pessoas comuns, isto é, uma cultura que se fabrica no cotidiano, nas atividades
ao mesmo tempo banais e renovadas a cada dia”. Para Certeau, a dificuldade em se definir com clareza a noção
de cultura popular se deve a polissemia semântica que cada um dos termos sugere

Cultura Popular e Erudita

A mundialização da cultura e a pós-modernidade nos colocam diante do problema de definir se as fronteiras


entre a cultura de massas, a cultura popular e a cultura erudita permanecem rígidas ou se estão cada vez mais
fluídas, sendo que em alguns casos já não se poderia falar nesta distinção categórica. Esta é a posição de
Renato Ortiz no livro Mundialização e cultura, que baseia sua opinião na existência de uma cultura
“internacional-popular”, universalista porque desenraizada, despolitizada porque mítica (o mito da “grande
família dos homens”), assentada no consumo e na qual o mecanismo da citação, próprio da arte erudita, foi
incorporado e dilatado (ORTIZ, 1994).
A cultura de massa, diz Macdonald, citado por Dominic (1999), é essencialmente uma cultura democrática,
pois “nega terminantemente preconceitos contra qualquer coisa ou qualquer pessoa” (p.32). A “democrática”
cultura de massa abre espaço para novas leituras, uma vez que ela nos ensina sobre a importância do diálogo
entre as culturas.

A relação do popular com o erudito e com massivo se dá no cruzamento que Canclini (1997) vai chamar de
fronteiriço. Numa relação de perdas e ganhos, onde as culturas se modificam ao contato com as outras.

O diálogo entre as culturas não nos impede, necessariamente, de manter nossas raízes e não implica romper
com nossa própria cultura e com a dos nossos antepassados, com suas tradições e seus valores. Deve-se
entender que, do mesmo modo que eles se adaptaram às circunstâncias do mundo que os rodeava nós também
devermos abrir-nos às culturas de hoje. Somente através de um intercâmbio fluido teremos a possibilidade de
encontrar novas soluções para as nossas diferenças culturais (MONTIEL, 2003, p. 41).

Filarmônica Filhos do Oeste

Inovação, sustentabilidade, formação e música. Estes são os conceitos do novo projeto do Núcleos Estaduais
de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), em parceria com a Braskem, ao desenvolver a tecnologia
de construção de instrumentos sinfônicos de cordas com o plástico PVC.

Este Projeto surgiu da iniciativa de Natan Paes, maestro da Filarmônica Filhos do Oeste, de Angical, município
de 14 mil habitantes no Oeste baiano, a 840 km de Salvador.

Em 2006, para suprir a carência de instrumentos musicais de seus alunos de iniciação musical, o maestro
passou a produzir tambores e flautas a partir do aproveitamento de canos PVC de diferentes espessuras. A
partir de 2010, experimentou a produção de violinos e violas, usando a mesma matéria prima, construindo os
primeiros protótipos. Estes protótipos foram conhecidos pelo NEOJIBA que abraçou a proposta, com o
patrocínio da Braskem. O desafio de aperfeiçoar a ideia foi dado ao luthier suíço André-Marc Huwyler ao lado
de David Matos, luthier do Neojiba. “Quando conheci os instrumentos em PVC, estava trabalhando com
madeiras ao lado de André-Marc Huwyler. Em parceria com ele e com o músico Alan Jonas, estudei um
modelo mais leve e eficaz do violino”, declara David.

Para Natan, a oportunidade representa a profissionalização da sua experiência e a ampliação do alcance da


ação. “Estou muito otimista e com ótimas expectativas com o Projeto. Sozinho eu não ia ter condições de
realizar algo desta grandeza. A equipe é maravilhosa e estamos caminhando na direção correta”, afirma o
jovem músico, que agora se divide nas atividades de lutheria em Salvador e nos ensinos da prática musical e
de luteria com plástico PVC, em Angical.

O grande diferencial deste projeto é possibilitar, com uma técnica artesanal rápida e eficiente, com materiais
e custos acessíveis, a construção de instrumentos musicais sinfônicos similares aos originais. A proposta, além
de contemplar a inclusão sócio produtiva de jovens luthiers, objetiva o acesso à pratica musical para um
número maior de crianças e jovens pertencentes a um contexto social onde instrumentos sinfônicos são caros
e de difícil manutenção. “Como o material é de fácil acesso, queremos capacitar os jovens na construção de
seus instrumentos para uma iniciação musical saudável”, completa o luthier David Matos, do Neojiba.

CERTEAU, Michel. A cultura no plural. trad. Enid Abre Dobránszky. Campinas, SP: Papirus, 1995.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 1997.

DOMINIC,Strinati. Cultura popular: uma introdução. trad. Carlos Szlac. 1. ed. São Paulo: Hedra, 1999.

MONTIEL, Edgar. A nova ordem simbólica: a diversidade cultural na era da globalização. In: SIDEKUM, Antônio (org).
Alteridade e multiculturalismo. Ijuí: ed. Unijuí, 2003

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

http://gshow.globo.com/Rede-Bahia/Mosaico-Baiano/videos/v/em-angical-tubos-de-pvc-se-transformam-em-
instrumentos-musicais/5518967/

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