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Artig o

Percursos
metodológicos e
teóricos da pesquisa em
História do Jornalismo
nas teses dos Programas
de Comunicação do
Brasil

Felipe Simão Pontes


Copyright © 2010 Universidade Federal de Santa Catarina
SBPJor / Sociedade
Brasileira de Pesquisa
Gislene Silva
em Jornalismo Universidade Federal de Santa Catarina

r esumo Pesquisa sobre teses dos cursos de pós-graduação em Comunicação


no Brasil que tratam da História do Jornalismo. O estudo parte das
estratégias metodológicas utilizadas nesses trabalhos, levando
em consideração a particularidade do Jornalismo como área de
estudo e sua relação com a História. Para tanto situa a investigação
metodológica em sua confluência com os aportes teórico-conceituais
tanto do Jornalismo como da História, pretendendo, como objetivo
central, pensar o objeto de estudo do Jornalismo1.
Palavras-chave: História do Jornalismo. Metodologia. Pós-
graduação em Comunicação.

Introdução
O campo da pesquisa em Jornalismo vem se fortalecendo nos
programas brasileiros de pós-graduação com bastante ênfase nos
últimos anos. No entanto, não são muito animadores os andamentos
da consolidação de Teorias, métodos e reflexões epistemológicas
mais apropriadas à investigação sobre as particularidades do
fenômeno noticioso – uma entre tantas expressões do campo maior da
Comunicação. Observamos que a pesquisa acadêmica brasileira nesta
área ganha importância e visibilidade, ao mesmo tempo em que vem
demandando esforços mais pontuais, como é o caso de se estudar as
metodologias adotadas.
No conjunto da pesquisa acadêmica brasileira em Comunicação, são
presença relevante as teses e dissertações inseridas na área da História
do Jornalismo; tal como se dá em outros países, uma vez que observar

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o objeto do Jornalismo sob a lente da História tem sido até agora a


opção mais tradicional de pesquisa em Jornalismo (ZELIZER, 2004, p.
81 e WILKERSON, 1968, p. 13). Mas, igualmente às demais abordagens
desse objeto de estudo, também esta se mostra problemática em suas
estratégias metodológicas. É nesse contexto que esta pesquisa pretendeu
fazer o rastreamento das especificidades das estratégias metodológicas
das teses dos programas de pós-graduação do país inseridas no recorte
da pesquisa sobre História do Jornalismo – defendidas no período de
1972 a 2006. Estudar as pesquisas em História do Jornalismo atende
inicialmente ao afastamento necessário para a realização de uma
“pesquisa da pesquisa”. Seguindo o que aponta Maldonado (2003, p.
205) para a Comunicação, as problematizações teórico-metodológicas
e gnosiológicas do Jornalismo “[...] demandam o aprofundamento de
perspectivas históricas na estruturação de suas pesquisas”. A revisão
dessas perspectivas, no caso desta pesquisa, atende ao interesse de
demonstrar como os diferentes pesquisadores em História do Jornalismo
organizam seus métodos e conceitos, de tal forma que seja possível
notar como o Jornalismo é encarado enquanto objeto de pesquisa.
Para tratar problemas na conjunção Jornalismo e de História, este
estudo reiterou muitas das questões trazidas pelo confronto de Teorias e
métodos. Neste nosso exercício, buscamos conceitos e metodologias que
enriquecem a comparação entre História e Jornalismo, que promovem
o conceito de História do Jornalismo e estabelecem novos horizontes
para a Teoria do Jornalismo. Tal disposição nos permitiu, como reflexão
maior, mapear se e como os pesquisadores utilizam conceitos de outras
disciplinas, percebendo como a História, o Jornalismo e a História do
Jornalismo são trabalhados nessas circunstâncias.
A pesquisa tomou como atenção os procedimentos teórico-
metodológicos, o percurso que cada investigador realizou para tecer
a associação entre a observação do material empírico e a revisão
do referencial teórico. A exigência de uma pesquisa dessa natureza,
portanto, obrigou a execução de um procedimento metodológico que
caracterizasse a metodologia dos trabalhos, sua espinha dorsal – como
conceitua Santaela (1999) -, para o posterior, e necessário, contraponto
com as questões teóricas. Entende-se aqui por estratégia metodológica
adotada o recorte do objeto de estudo, sua problematização, proposição
de hipóteses, encadeamento de conceitos e de procedimentos
metodológicos para seleção e análise.
O objetivo da investigação foi contribuir não só para sistematizar
as opções e protocolos metodológicos dessas pesquisas, mas

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colaborar, numa segunda instância, na consolidação das bases


teóricas e epistemológicas do Jornalismo, razão de nossos métodos e
metodologias. Nosso exercício é crítico, uma vez que a forma de recorte
do objeto de estudo, sua problematização, proposição de hipóteses e
opções teórico-metodológicas vão incidir nos conceitos de Jornalismo e
de História do Jornalismo utilizados por essas pesquisas. Os interesses
dessas teses estão no Jornalismo? Ou seus percursos o transformam em
uma etapa para responder questionamentos de outras áreas de estudo?
Entendemos que o modo como as teses concebem o Jornalismo resulta
na e da formulação das suas estratégias metodológicas. Estudar um
conjunto de pesquisas significativas na produção acadêmica brasileira
em História do Jornalismo serve para mapear o modo como o Jornalismo
vem sendo conceituado e observar sua potencialidade como campo
teórico pertinente.

Metodologia comentada
A primeira tarefa da pesquisa foi reunir todas as teses e dissertações
defendidas nos 30 programas da área. Como dez programas não possuem
tese ou dissertação defendidas até 2006 (ano final do período analisado),
o objeto empírico desta pesquisa retrai-se para 20 programas2. Deste
modo, torna-se possível selecionar quais delas estudam Jornalismo e,
destas, quais estudam História do Jornalismo. O ponto de partida revela
o primeiro obstáculo. Não existem no país sistematizações de toda a
produção dos programas de pós-graduação em Comunicação. O trabalho
mais avançado com esse intuito foi o realizado por Ida Stumpf (em três
volumes – os dois primeiros em parceria com Sérgio Capparelli e o último
com Rafael Rocha e Samile Vanz), que apresenta as teses e dissertações
defendidas de 1992 a 2002 em todos os programas do país. Contudo,
o interesse aqui é o de reunir toda a produção de dissertações e teses
resultantes da formação em curso strictu senso em Comunicação até o
ano de 2006, o que exige da pesquisa o retorno até as primeiras teses
e dissertações defendidas no início dos anos 1970. Para completar a
lacuna, a pesquisa dirige-se para os bancos de teses dos programas.
Identifica-se então que muitos programas e bibliotecas do país não
possuem os registros sistematizados de suas teses e dissertações.
A solução encontrada para transpor essa primeira dificuldade foi
pesquisar no banco de teses da Capes. Essa opção incidiu em outras duas
dificuldades. A primeira delas é que o banco de dados da Capes não está
organizado por programa de pós-graduação. Isso significa que, para saber
quais dissertações e teses são de Comunicação, é necessário abrir todos

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os resumos de todos os programas de uma determinada universidade


em um dado ano. O segundo problema é que o banco de dados da Capes
possui os resumos das dissertações e teses defendidas apenas a partir
de 1987. Cinco programas possuem produção anterior a essa data: USP,
UMESP, PUC-SP, UFRJ e UnB. Apenas USP e a UMESP possuem seus dados
disponíveis no sítio de seus programas. O professor Richard Romancini,
que estuda essa problemática (2007), gentilmente disponibilizou uma
cópia da relação de todas as teses da UFRJ de 1972 a 1986 organizadas
por Silva e Cavalcanti (1989) e das dissertações apresentadas na UnB de
1977 a 1982 (PORTO, 1982). No caso das dissertações da UnB de 1983 a
1986, a lacuna só foi preenchida no início de outubro de 2008, quando o
programa colocou on-line todas as dissertações e teses apresentadas. Já
o programa em Comunicação e Semiótica da PUC-SP não possui qualquer
relatório de suas produções. Diante disso, o que se propõe é cruzar o
número de dissertações e teses deste programa apresentado por G. Silva
(1989) até o ano de 1988 com os dados da biblioteca da instituição e
da pesquisa extraoficial realizada por Romancini a partir dos currículos
lattes dos professores.
Vale destacar que os dados anteriores a 1987, bem como as
informações de teses e dissertações que os programas não transmitem
à Capes interferem no número exato de defesas. Porém, os dados
apresentados nesta pesquisa podem refletir um número muito próximo
do real, sendo que, em muitas circunstâncias, dados foram cruzados
entre o banco de dados do programa da Capes e o organizado por
pesquisas como a de Ida Stumpf.
A tarefa seguinte foi selecionar entre os resumos em Comunicação
quais tratavam de Jornalismo. Foram levadas em consideração as palavras
presentes no título, no corpo do resumo ou nas palavras-chave. Foram
elas: jornalismo, jornal, jornalista, imprensa, notícia, nome da empresa
de jornalismo, telejornalismo, radiojornalismo, reportagem, repórter,
texto jornalístico, assessoria de imprensa, personalidade teórico/prática
do jornalismo e revista (menos o caso de revistas científicas).
Vencida a etapa da seleção, partimos para a leitura qualitativa dos
resumos em Jornalismo, visando estabelecer quais deles traziam elementos
que os caracterizassem como estudo histórico. Nota-se que a maioria
dos trabalhos tem, em certa medida, uma dimensão histórica. Porém,
foram considerados apenas aqueles trabalhos que colocam a História
do Jornalismo como central para as suas abordagens e a expressam de
maneira mais enfática no seu resumo, título ou palavras-chave.
Mapeados os resumos das teses e dissertações em Comunicação,

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selecionados os de Jornalismo e estudados os de História do Jornalismo,


observamos a distribuição da produção em Jornalismo e em História do
Jornalismo nesses programas.

Como demonstram as tabelas 1 e 2, o número de pesquisas


consideradas História do Jornalismo é significativo entre as teses e
dissertações de Comunicação e de Jornalismo. São 82 teses e mais de
200 dissertações, quantidade que inviabilizou o estudo das estratégias
teórico-metodológicas de cada pesquisa no período proposto, de

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dois anos. Então, devido à maior exigência de fundamentação e rigor


metodológico e, igualmente, pela necessária defesa de uma hipótese,
optou-se pelo estudo dos conceitos de Jornalismo, História e História do
Jornalismo nas teses em História do Jornalismo. Isso não significa que
alguns dados sobre as dissertações e determinadas estratégias utilizadas
por elas não foram averiguados (pretende-se dar continuidade à pesquisa
e dar conta do mapeamento completo). A atenção dirigiu-se para as 82
teses como o recorte possível para o exercício de leitura. Todavia, o total
de 82 teses continuava um número muito alto de trabalhos e, por outro
lado, não existe até esse momento uma tentativa de filtrar os trabalhos
que evidenciam maior importância ao Jornalismo. Assim, como um
segundo processo de seleção, foram identificadas cinco categorias para
classificar a posição do Jornalismo nas pesquisas históricas. Localizamos
cinco grupos ou categorias:
(1) O jornalismo - enquanto atividade empresarial e profissional –
considerado como um documento histórico valorativo de comprovação,
ao servir para atestar fatos que aconteceram em determinada época,
registrar o comportamento da população, dos hábitos de divertimentos
ou da deficiência de um serviço público. Nesses casos, ele tem a
função de auxiliar o historiador a contextualizar uma época ou mesmo
apresentar diferentes perspectivas de um grande acontecimento. O
interesse do pesquisador não é o jornalismo, mas os fatos noticiados.
Em tais pesquisas o jornalismo é fonte de trabalho para o pesquisador
estudar outros objetos.
(2) O jornalismo é recuperado com o objetivo de restaurar a memória
do campo profissional, intelectual e empresarial. Constitui-se sob a
forma de biografias (de jornalistas, donos de jornais, pesquisadores etc.),
história de empresas jornalísticas, de jornais alternativos, de sindicatos,
partidos, governos, catalogações em geral, justificação de um legado a
partir da recuperação de obras pioneiras sobre o assunto, demonstração
de evoluções técnicas ou de conteúdo desses jornais etc. Quando norteada
pelo interesse advindo da escola positiva, esse modo de abordagem
do Jornalismo pela História serve para solidificar a memória de pais
fundadores, o texto é escrito sob a forma de homenagem e o interesse
é antes político-institucional do que conceitual. Essa situação se repete
em pesquisas que têm por objetivo recuperar a trajetória cronológica de
um dado jornal, transformando em heróis seus fundadores e diretores.
O jornalismo aparece no objeto de pesquisa, mas submete-se ao foco
dirigido à empresa ou ao jornalista/diretor/pesquisador historiado.
(3) Em outras pesquisas, o trabalho do jornalista é o foco do estudo,

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destacando o processo da notícia, a institucionalização de rotinas, a


alteração do modo de escrita, da deontologia e do discurso profissional.
Para isso, o pesquisador está interessado no modo como os jornalistas
trabalham em diferentes épocas, quais as estratégias para cobrir um
evento, os diferentes gêneros que surgem para recortar um conjunto de
fatos, como os sujeitos aparecem no texto, na organização empresarial
das companhias, nas possíveis formas de controle da notícia, no modo
de trabalho dos repórteres, nas diferentes formas de resposta do público
etc. O jornalismo é estudado diante de um contexto dado, sem que esse
contexto seja visto como mais importante do que ele. O pesquisador
o considera objeto de estudo, preocupando-se com as alterações que
acontecem no interior dos jornais e demais produtos jornalísticos, na
organização e nas práticas do jornalismo como formas de responder por
que este funciona do modo como funciona.
(4) O jornalismo também pode ser estudado como ator que
interfere diretamente na realidade. Nesse caso, o pesquisador
pretende reconhecer como o papel dessa atividade interfere e
modifica o contexto social de um determinado período auxiliando
na constituição de imaginários sociais, de tendências políticas e
participando ativamente no processo de formação do público, da
opinião pública e da postura de outros campos sociais. O jornalismo
é considerado em sua complexidade, na amplitude do seu conceito,
envolvendo não apenas as atividades dos jornalistas, mas também o
exercício público do conhecimento jornalístico e os investimentos que
diferentes atores sociais realizam para transmitir seus interesses como
informação jornalística. O reconhecimento da atuação e interferência
do jornalismo na realidade depende do olhar a partir dos estudos em
Jornalismo, com conceitos pertinentes a esse campo de saber.
(5) E o Jornalismo pode ser estudado historicamente enquanto lugar
de questionamento teórico e epistemológico. O pesquisador torna o
exercício histórico auxiliar para elucidar conceitos e notar a emergência
de Teorias conforme o contexto em que se insere a atividade. As
pesquisas indicam uma postura teórica que privilegia a formação desse
campo de saber e busca utilizar e cunhar conceitos pertinentes à área a
partir do estudo do fenômeno jornalístico ao longo da história. Assim,
busca-se entender como a prática profissional, social, cultural e teórica
ao longo da história referenda um exercício epistemológico e teórico para
a constituição de conceitos capazes de contribuir para o entendimento
do campo jornalístico.
Existe ainda uma última categoria para aqueles trabalhos que não

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se encaixam nas classificações acima e que tratam, principalmente,


do modo como a história é trabalhada pelo profissional jornalista em
determinadas notícias históricas.
Interessante notar na tabela 3 como é alto o número dos resumos de
teses que indicam o Jornalismo como meio de pesquisa para interesses
de outras disciplinas (23 casos) ou como são escassas as pesquisas na
História do Jornalismo para a constituição de conceitos para o Jornalismo
(inicialmente quatro pesquisas).

Das cinco categorias, foram selecionadas as teses que consideram


o Jornalismo em seus resumos e títulos conforme as categorias “3” (16
teses), “4” (15 teses) e “5” (04 teses). Compreende-se que, para o exercício
proposto, tais categorias são mais estratégicas para o mapeamento de
conceitos e métodos. Justifica-se a seleção porque essas pesquisas não
possuem o destaque maior para a memória e registro e não colocam
o Jornalismo numa posição terceira, de comprovação de um interesse
outro. Perante tal perspectiva, considera-se que é preciso avançar diante
de posturas já referendadas ao Jornalismo como o do seu reconhecimento
como documento histórico e também diante dos estudos descritivos que
resgatam a memória. Isso não significa que não haja pertinência nas
teses preteridas, mas que, metodologicamente, o potencial é maior nas
selecionadas. Assim, através dos resumos, dos títulos e das palavras-
chave foram selecionadas 31 teses para composição do corpus – sendo
que outras 4 não estavam disponíveis no período da investigação. Cada
tese desse conjunto do material-empírico foi estruturada em fichas com
resumo, objeto, problema, hipótese, referenciais teóricos, procedimentos

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metodológicos e autores de referência. A partir de várias leituras e


cruzamentos chegamos a informações reveladoras das estratégias
teórico-metodológicas das teses em História do Jornalismo, bem como o
modo como o Jornalismo é trabalhado nesses estudos.

Considerações finais
O aprofundamento nas estratégias teórico-metodológicas das teses
teve o propósito de comprovar as tendências teóricas verificadas nos
resumos, bem como estudar de que maneira o conceito de Jornalismo
proposto pelos pesquisadores determina o recorte do objeto da
pesquisa, problematização, hipóteses e, principalmente, a vinculação
do objeto de estudo da pesquisa ao objeto de estudo do Jornalismo
como campo de saber.
Expondo aqui de forma bastante sucinta, foi possível observar
na verificação dos problemas e hipóteses que em muitos casos os
aspectos tratados do Jornalismo não se integram a conceitos e teorias
que deem conta de sua complexidade como objeto de estudo. Muitas
teses reduzem o conceito de Jornalismo ao seu objeto de pesquisa,
tratando aspectos parciais como características gerais de todo o campo.
Em outros casos, naqueles em que o direcionamento teórico advém de
outras disciplinas que veem o Jornalismo conforme seus interesses, o
jornalismo não é trabalhado nas premissas teóricas. Com isso abre-se
espaço para que outra área exerça o papel de criticar o produto jornal
colocando a pretensão teórica do Jornalismo à margem.
Ao se analisar os procedimentos teóricos e metodológicos citados
pelas teses como basilares da pesquisa, nota-se a presença de conceitos
e autores de outras áreas de conhecimento, principalmente das ciências
da linguagem e da Sociologia. O que fica evidenciado, no diálogo entre
procedimentos metodológicos e opções teórico-conceituais, neste
exercício de compreensão do jornalismo, é que grande parte das teses
em História do Jornalismo produzidas no Brasil não considera a Teoria
do Jornalismo. O objetivo de muitos pesquisadores é desvalorizar o
jornalismo focando na dimensão ideológica e profissional derivando dessa
crítica a desqualificação para a existência de uma Teoria do Jornalismo ou
mesmo para estudos que levem em conta uma autonomia desse campo.
Isso acontece, na nossa avaliação, por um conjunto de fatores:
a) O Jornalismo não é pensado como Teoria ou como um lugar teórico
possível para se pensar o fenômeno do jornalismo;
b) Os pesquisadores utilizam referenciais teóricos de outras áreas,
realizando cortes no objeto de análise que não levam em conta a

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dinamicidade possível do objeto de estudo;


c) Muitas das Teorias do Jornalismo existentes - quando usadas como
referências por esses trabalhos - limitam-se a descrever o jornalismo em
sua prática profissional e deontológica; ou elegem um gênero como mais
importante/central para o jornalismo, ou desqualificam totalmente o
jornalismo como possível espaço para o conhecimento; e
d) A insuficiência de estudos que apliquem determinado referencial
teórico para explicitar uma prática jornalística do passado e que fazem
dessa explicitação um caminho possível para alargar o entendimento
sobre o jornalismo.
Os resultados da pesquisa também possibilitam a ampliação dos
conceitos possíveis para entender esse campo, tornando produtivo o
confronto com as propostas existentes para uma Teoria do Jornalismo.
Primeiramente, pela variedade temática, o que demonstra a diversidade
de manifestações do jornalismo, exigindo em contrapartida o
alargamento do conceito de Jornalismo para a observação, estudo e
conceituação desses aspectos. Segundo, pela importância comprovada
para a nossa área de saber da realização de perguntas de pesquisa que
levem em consideração a Teoria do Jornalismo, ou mesmo a tentativa
de constituir conceitos compreensivos e operacionais que auxiliem o
campo. Nota-se ainda que o estabelecimento de premissas, pressupostos,
variáveis ou hipóteses podem servir não para alijar a investigação, mas
para “ampliar o questionário” nos termos que Veyne (1974) propõe –
ou seja, dirigir ao passado perguntas e pressuposições que revelem
novos acontecimentos e fatos e que, através da explicitação, ajudem a
compreender o jornalismo. Já quanto à abordagem teórica, é possível
perceber que algumas combinações conceituais reduzem o Jornalismo
a aspectos de sua manifestação e outras o valorizam pela revelação da
multiplicidade de aspectos que o compõem enquanto conceitos, temas
ou modos de problematização.
Retomamos algumas de nossas hipóteses nessa pesquisa: a
estratégia, ou percurso metodológico do autor, é definida em virtude
da concepção que ele constrói de jornalismo; a fundamentação teórica
nas pesquisas em História do Jornalismo é realizada por uma terceira
disciplina que fornece os conceitos e métodos necessários para a
realização da pesquisa; isso acontece devido à capacidade da História
de se articular com outros campos e dos poucos conceitos e Teorias
propriamente jornalísticos. Nas teses em História do Jornalismo dos
programas de pós-graduação em Comunicação, nota-se que a Teoria do
Jornalismo encontra pouco espaço. Consequentemente, torna-se comum

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Percursos metodológicos e teóricos da pesquisa em História do Jornalismo nas teses...

a utilização de conceitos e fundamentações teóricas de outros campos


que não Jornalismo e História.
No caso das pesquisas aqui estudadas, a maioria das teses traz
referências a conceitos das ciências da linguagem. A Sociologia contribui
com conceitos para analisar a redação jornalística, os comportamentos
dos profissionais ou a relação com o contexto social (principalmente
partidos políticos, sindicatos, intelectuais etc.). Exemplo desses
conceitos: “instituição”, “ação social”, “práxis”. A política é trabalhada
como campo auxiliar de muitas pesquisas, de diferentes maneiras:
a relação do jornalismo com o estado, a militância política, partidos
políticos, ideologias etc. Além disso, praticamente todos os trabalhos
que se propõem a realizar uma contextualização histórica do objeto
estudado mencionam o político que estava no governo, a situação política
do país, as interferências de ações governamentais. Nessa conjuntura
política outra área relacionada é a Economia, principalmente em relação
a projetos de industrialização, políticas públicas, situação administrativa
das empresas, clientelismo, potencial de consumo do público etc.
Evidencia-se aqui que não se toma como problemático o pesquisador
trabalhar com conceitos de outras áreas acadêmicas. As articulações com
outras disciplinas enriquecem os trabalhos em História do Jornalismo.
O que traz complicações para essa articulação é a não preocupação
do pesquisador em estabelecer conceitos para o jornalismo ou tentar
pensar o jornalismo com referenciais das Teorias do Jornalismo. Entende-
se que apenas dessa forma é possível falar de um campo epistemológico
que busca sua construção. Os pesquisadores em Jornalismo costumam
ir até outros campos do conhecimento e não voltar para contribuir
conceitualmente com o Jornalismo. Nesses casos não se trata de
pesquisas interdisciplinares, mas “extradisciplinares”, de outras áreas.
Como é possível observar no percurso teórico-metodológico das
teses, em sua maioria, a relação Jornalismo e História é complementada
pelo referencial teórico e procedimentos metodológicos advindos de
outras áreas de saber. As perguntas direcionadas ao objeto por vezes
não colocam o jornalismo como objeto de estudo, e os pesquisadores
limitam-se a conceituá-lo a partir apenas do objeto empírico analisado.
Algumas pesquisas tomam os grandes jornais e empresas jornalísticas
como único parâmetro para o conceito de Jornalismo. O que se verifica
ainda é que o modo de conceituar o Jornalismo retira-o da hipótese.
Isso acontece, por exemplo, quando o pesquisador acredita refutar o
jornalismo criticando determinado jornal, um aspecto da ideologia
profissional ou ainda conceitos como objetividade e neutralidade

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(próprios da notícia diária). Outra maneira de compreensão que prejudica


o entendimento do jornalismo são os trabalhos que realizam análises
narrativas e discursivas apenas para criticar o jornalismo, mas sem notar
que o próprio jornalismo constitui-se como narrativa. O pesquisador
passa algum tempo descrevendo as Teorias semiológicas para, ao fim,
chegar à conclusão de que o jornalismo não é totalmente objetivo e
que precisa ser encarado como uma narrativa. Se a demarcação dessa
falha nas Teorias do Jornalismo é importante (o fato de não pensar o
jornalismo como uma narrativa), o momento da Teoria passa a ser o de
perceber quais as particularidades do jornalismo como narrativa.
Outro aspecto a se destacar é que o jornalismo ganha força como
objeto de análise da História do Jornalismo quando o objeto empírico traz
maior complexidade para o conceito de Jornalismo. O que se observa é
que por falta de referentes teóricos ou de trabalhos de conceituação, o
conceito de Jornalismo precisa em demasia do objeto empírico analisado.
As mudanças que acontecem nas redações, os conceitos trabalhados
por jornalistas, as mudanças proporcionadas por novas tecnologias,
a inserção e o contexto político em sua relação com as empresas
jornalísticas em um dado período acabam gerando os conceitos de
Jornalismo. Resultado disso é que algumas pesquisas tomam a realidade
empírica como conceito válido para todo o jornalismo. Conceito que se
esgota conforme muda o objeto, passa o tempo ou evolui o meio.
Como última consideração, reafirmamos que a relação entre História,
Jornalismo e outra disciplina, no âmbito do interesse jornalístico, é
estratégica para a pesquisa epistemológica, pois o modo como o
jornalismo participa dessa relação é consequência dos conceitos de e
sobre o Jornalismo. A História consegue auxiliar o campo jornalístico
somente quando o pesquisador atenta-se para o esforço epistemológico
de sua pesquisa. As escolhas metodológicas, os modos de encarar o
objeto, de formular perguntas e hipóteses são intrínsecos ao lugar
atribuído ao Jornalismo nessas pesquisas.
A História do Jornalismo, diante dos aspectos considerados, é
importante para as Teorias do Jornalismo. Serve para demonstrar que
este não pode pautar suas concepções apenas no presente da prática.
Que diante da diversidade de manifestações jornalísticas, não devemos
restringir o conceito a apenas parte do jornalismo. Que sua pesquisa
não deve furtar-se da atividade de conceituar, de esclarecer, de iluminar
aspectos da Teoria e da prática que não estão entendidos. A História do
Jornalismo tem potência para contribuir na fundamentação teórica do
campo do Jornalismo se as pesquisas conseguem ir além da recuperação

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Percursos metodológicos e teóricos da pesquisa em História do Jornalismo nas teses...

de memórias de jornalistas, resgate histórico da imprensa, biografias


de fundadores de jornais ou tratamento das publicações jornalísticas
como documento para investigações com interesses em outras áreas
do conhecimento. A aproximação dos estudos jornalísticos com a
historiografia pode ousar no fortalecimento do campo jornalístico,
trazendo novas compreensões para questões tradicionais ou emergentes
da prática e da Teoria do Jornalismo.

Notas

1 Este trabalho trata dos resultados da pesquisa realizada com apoio de


edital do CNPq sobre “Estratégias teórico-metodológicas da pesquisa
em História do Jornalismo” (Edital CNPq 003/2008). Muito mais
reflexões, análises e descrição detalhada do material empírico podem
ser encontradas na dissertação de mestrado de Felipe Simão Pontes,
intitulada Teoria e História do Jornalismo, defendida no POSJOR/UFSC,
sob orientação da Profa. Gislene Silva.

2 Os 20 programas de Pós-Graduação com dissertações e/ ou teses


apresentadas até o ano de 2006 são: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Universidade Tuiuti
do Paraná (UTP), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da
Bahia (UFBA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de São Paulo (USP), Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Universidade Metodista de São
Paulo (UMESP), Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), Faculdade de Comunicação Social
Casper Líbero (FCSCL), Universidade de Marília (Unimar), Universidade
Paulista (UNIP), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-
RJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Federal
Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

3 Existem referências quanto ao número de teses em comunicação da PUC-


SP, mas não foram encontrados registros indicando título, autor, ano e/
ou resumo. O número de teses em jornalismo e História do Jornalismo
refere-se aos registros disponíveis no banco de teses da Capes de 1987 a
2006 e das pesquisas de Stumpf e Capparelli e de Stumpf, Rocha e Vanz,
de 1992 a 2002.

4 O número de dissertações da PUC-SP refere-se aos anos de 1992 a 2002.


A opção em não fechar a pesquisa na instituição a partir do processo de
seleção amplo e moroso de todas as dissertações apresentadas aconteceu

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após a decisão do recorte apenas das teses, como será indicado logo a
seguir. Portanto, o número total de dissertações não é conclusivo.

BibliograFia

BARBOSA, Marialva; RIBEIRO, Ana Paula G. O que a história pode legar


aos estudos em jornalismo? Contracampo: revista do Mestrado em
Comunicação, Imagem e Informação. Niterói: Universidade Federal
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Felipe Simão Pontes Professor substituto no Curso de Jornalismo da


UFSC. Mestre em Jornalismo pela UFSC.
E-mail: felipe271184@yahoo.com.br

Gislene Silva Profa. do Departamento de Jornalismo da UFSC –


Universidade Federal de Santa Catarina e Coordenadora do Programa de
Pós-Graduação em Jornalismo. E-mail: gislenedasilva@gmail.com

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