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TUTELA LEGAL DA ÀGUA COMO FORMA DE PREVENIR E

EVITAR A ESCASSEZ DOS RECURSOS HÍDRICOS

ETIENNE SOARES
Acadêmico do Curso de Direito – FAESA
E-mail: ecostasoares@hotmail.com

STELLA EMERY SANTANA


Orientadora: Professora do curso de Direito/FAESA. Advogada.
Doutora em Oceanografia Ambiental pela UFES. Mestre em Direito.
Especialista em Análise Internacional. Bacharel em Direito.
E-mail: stellaemerysantana@gmail.com

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo a análise das manifestações antrópicas na natureza. Para tanto
se investigou fatores que impedem o Poder Público solucionar os problemas ambientais.
Quais medidas possibilitariam a oferta de água no futuro. Foram analisadas as ferramentas
legislativas do Direito Ambiental Brasileiro e a sintonia com o Direito Ambiental
Internacional. Avaliou-se a evolução da legislação e a influência dos Princípios
Constitucionais. O impacto na disponibilidade de água imposta pelo uso econômico versus
dessedentação das espécies. Alternativas mediante análise das principais matrizes energéticas
renováveis, comparando os enfoques positivos e negativos na natureza. Avaliou-se o
resultado na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, após implantação do programa de
controle ambiental. Incluídos debates sobre escassez da água, Agências Reguladoras,
funcionamento dos Comitês de Bacia, responsabilidade civil, administrativa e penal dos
segmentos envolvidos. Verificou-se a integração e consciência ecológica nas bacias do
Espirito Santo, em particular a bacia do Rio Doce. Fundamental que o enfoque no uso
múltiplo da água, que envolvem as bacias possa ser superado através da educação ambiental,
mudança de hábitos, da recomposição da vegetação ciliar, visando à valorização do meio
ambiente e da bacia hidrográfica, buscando a participação dos atores sociais para superação
deste impasse.

Palavras chaves: Homem. Meio Ambiente. Escassez. Recursos hídricos.


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ABSTRACT

This research aims to analyze the anthropic interference on the environment. Therefore the
facts that are obstacles to the Public Administration to resolve environmental issues were also
analyzed, as well as which measures would be possible to provide water in the future. Legal
instruments related to Brazilian Environmental Law as well as its interconnection to
international Environmental Law were studied. The evolution of national legislation and
Constitutional Principles were part in this approach. Other issue analyzed deals with the
impact of water availability caused by economic use in one side and species starvation on the
other. The study also provides an analysis of the most important renewable energy sources,
showing its positive and negative impact on the environment. A program that controls
environmental aspects of the Paraiba do Sul River Basin was also under investigation. In this
line of investigation it was included debates regarding to water scarcity; Regulation Agencies;
how River Basin committees are developing their work; civil, administrative and criminal
liability. Rio Doce River Basin was another example under study and in this particular case
because it flows through Espirito Santo state. It concludes that the multiple use of water must
be done in the River Basin with environmental education, change of habits, riparian
vegetation restoration, it all combined to protect the environment and the river basin,
including all stakeholders in the process to overcome the present situation.

Keywords: Man . Environment. Scarcity. Water resources.

INTRODUÇÃO

Preocupante é o atual momento da humanidade e a estreita relação que há entre o homem e o


planeta no qual habita, se as ocorrências, no atual estágio lhe inflige crescente apreensão. Se
mantidas a mesma evolução populacional, o ser humano estará diante do aumento
significativo da densidade demográfica, não haverá capacidade de geração de recursos
suficientes para produzir alimentos e outros produtos que permitirá suprir a demanda de
tamanha quantidade de indivíduos.

Cada povo deverá avaliar os recursos que estarão disponíveis, para satisfazer a necessidade
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cada vez maior de riquezas, qual o caminho terá à disposição para superar os prejuízos
ambientais decorrentes das formas de produção desses bens. Haverá que determinar a melhor
abordagem para minimizar essa herança, não desejada, e que de uma forma ou de outra estará
no futuro do planeta.

O Meio Ambiente, e os aspectos da história da relação do homem com os recursos naturais, o


Direito Internacional Ambiental e o avanço da legislação Brasileira no sentido de sua proteção
são temas que serão analisados no presente artigo. Nesse cenário, a abordagem dos Princípios,
que são próprios ao Direito Ambiental, na defesa de seus interesses e que possibilitam um
desenvolvimento sustentável, também merecerá atenção neste estudo.

A abordagem histórica e legislativa, estabelecida na Carta Magna, com relação à gestão dos
recursos hídricos, expressa em seu art. 21, inciso XIX, ser atribuição de competência da
União estará incluída na pesquisa. Prosseguir-se-á observando o detalhamento contido na Lei
9.433/97, resultante do comando Constitucional, supra referido, que definiu a Política
Nacional de Recursos Hídricos e instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.

Será imperativo pesquisar se as medidas adotadas terão eficácia para controlar o processo de
degradação ambiental em curso e se a legislação ambiental, as formulações doutrinárias e as
jurisprudenciais dos Tribunais, serão suficientes para superar o impasse existente entre o
Estado de São Paulo e do Rio de Janeiro na disputa dos recursos existentes no Rio Paraíba do
Sul. O projeto de transposição das águas do referido manancial para suprir as necessidades de
abastecimento do Sistema Cantareira, concorrentemente com os múltiplos usos que o referido
recurso poderá oferecer para a região hidrográfica enfocada também merecerá destaque.

Este exame terá como objetivo determinar se o Poder Público possui as ferramentas
necessárias para comandar este ambicioso projeto, estabelecendo a melhor fórmula de
controle e gerenciamento do uso sustentável dos recursos hídricos disponíveis no país. Se os
diversos procedimentos estabelecidos na Lei nº 9.433/97, v.g. a cobrança pelo uso dos
recursos hídricos, serão suficientes ou se haverá a necessidade de criação de novas formas de
coerção que permitirá a oferta permanente do precioso recurso.

De forma mais específica estudar-se-á a história da relação do homem com a natureza, de que
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modo o Direito Ambiental Internacional harmoniza esses elementos, comparando com as


diretrizes estabelecidas na legislação brasileira concernente aos recursos hídricos. Analisar-se-
á os mecanismos adotados pelo Poder Público, para assegurar a participação da sociedade no
processo de evitar o desperdício de água, bem como a questão deste elemento como um
direito humano e a relação econômica da mesma. O papel das Agências reguladoras será
analisado como uma das vertentes do Poder Público.

Acredita-se que a privilegiada situação de abundância de recursos hídricos que dispõem o país
poderá ter influenciado negativamente na falta de ações efetivas para se evitar a atual escassez
de água. Deverá como resultado deste trabalho e dos levantamentos efetuados, indicar
soluções visando à preservação dos mananciais hídricos, através soluções mais efetivas.

A metodologia que será utilizada para elaboração desta pesquisa terá como meta identificar o
caminho para o estabelecimento de mecanismos de controle e prevenção do uso da água, para
evitar a sua escassez, tendo como objetivo programar soluções para melhor utilização dos
recursos hídricos. O estudo procurará sintetizar conclusões de alguns cientistas,
pesquisadores, e doutrinadores sobre as abordagens realizadas nos diversos países quanto à
gestão dos recursos hídricos.

Na sequencia buscar-se-á compreender o desenvolvimento gradual do gerenciamento dos


recursos hídricos no Brasil, buscará entender as implicações percebidas na região hidrográfica
do rio Paraíba do Sul, e de maneira mais aprofundada na bacia do Rio Doce. Em decorrência
dessas analises, buscará, também, analisar os efeitos da legislação ambiental brasileira,
incluindo as leis introduzidas pelo legislativo estadual no Espirito Santo e os obstáculos e
entraves para sua aplicação.

Os conteúdos que permitirão a realização deste projeto serão obtidos através da pesquisa
bibliográfica, documental, entrevistas, participação em debates, fóruns, e demais eventos
relacionados à questão. Necessária será a visita ao Instituto Terra, em Aimorés (MG), ao
Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - IEMA visando à coleta de
informações sobre ações de controle ambiental e recuperação de nascentes, e sobre as
formulas de controle dos comitês de bacia dos rios do Estado do Espirito Santo,
respectivamente.
Na mesma linha, será necessária a avaliação da Legislação Brasileira na regulamentação do
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tema, e de forma especial a Constituição da República Federativa do Brasil, além,


principalmente, das regras instituídas pelas seguintes normas, Lei nº 4.771/65, Lei nº
6.938/81, Lei nº 9.433/97, Lei nº 9.984/00, Decreto nº 3.692/00, Lei nº 12.651/12 e algumas
normas emitidas pela ANA, em decorrência de suas atribuições definidas pelo art. 4º, I e II, da
Lei nº 9.984/2000, supramencionada, que estabelece através de resoluções a concessão de
outorga de uso da água, impõe limites na captação de água em bacias com situação de
escassez; interrompe a concessão de outorga até que seja normalizada a situação, v.g.
Resoluções Conjuntas, ANAEEL/ANA nº 003/2010; ANA/DAEE, nº 336/2014; e
Resoluções, nº 96/2014; e nº 102/2014, dentre outras.

1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a história da relação do homem com a natureza, sob o enfoque do Direito


Internacional Ambiental comparando com as normas da legislação brasileira relativa aos
recursos hídricos.

Verificar o motivo da atual legislação brasileira não ser suficiente para apresentar uma
solução para a questão da escassez, tendo em vista fatos como o recente confronto entre São
Paulo e Rio de Janeiro. Enfocando nos principais instrumentos de controle público, em
especial atenção à cobrança pelo uso da água.

2. METODOLOGIA

Para analisar de que maneira seria possível ao Poder Público estabelecer mecanismos de
controle e prevenção do uso da água, para evitar a sua escassez, tendo como objetivo
implementar a cobrança de taxa sobre a utilização dos recursos hídricos, foi realizado pelo
método de pesquisa bibliográfico.

Assim, foi necessário recorrer aos doutrinadores na área de Direito Ambiental e Direito
Ambiental Internacional, como ÉDIS MILARÉ, ELDIS CAMARGO SANTOS, FABIO
MACHADO DE ALMEIDA DELMANTO, JOSÉ AUGUSTO DRUMMOND, MARCIA
DIEGUEZ LEUSINGER, MARIANGELA GARCIA DE LACERDA AZEVEDO, JOSE
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AUGUSTO LEITÃO DRUMMOND, PAULO DE BESSA ANTUNES, RODRIGO JORGE


DE MORAES, SANDRA CUREAU, SERGEANO XAVIER BATISTA DE LUCENA,
ZULMIRA MARIA DE CASTRO BAPTISTA, Direito Administrativo, JOSÉ DOS SANTOS
CARVALHO FILHO, CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, especialista em
Tecnologia na área de Energia Elétrica como LINEU BELICO DOS REIS; cientista e
ambientalista ANTONIO DONATO NOBRE, ALBERT ARNOLD GORE JR; e ao
Economista e Ambientalista RONALDO SERÔA DA MOTTA.

Como método de análise foi utilizado o método dedutivo, através de pesquisa qualificativa
teórica e prática, com características descritiva e prescritiva, utilizando-se do delinear da
história do Meio Ambiente e das formas de controle utilizadas pelo Poder Público para
alcançar o objetivo de estudo do presente projeto, no que diz respeito às dificuldades de
controle exercido de forma ineficiente pela Agencias Reguladoras criadas pelo governo, para
poder chegar à reunião de parâmetros suficientes para o debate para a proposição de um
projeto de lei visando viabilizar alternativas para a solução da escassez dos recursos hídricos.

3. ESTUDO E ANÁLISE DO TEMA

3.1. O HOMEM, A NATUREZA E À ÁGUA COMO ELEMENTO ESSENCIAL

De forma oportuna estudou-se a história dos principais atores da relação do homem com a
natureza, não sendo difícil perceber que o meio ambiente era perfeitamente equilibrado até o
momento que o homem entrou em contato com ela. A percepção de paraíso é totalmente real,
exatamente como contada pela história, e até fácil de entender, enquanto este homem era
apenas um; não existia nenhum problema nessa relação, ele estava perfeitamente integrado a
aquela, mas a partir do momento que apareceu o “terceiro” na relação, as relações
complicaram, e a disputa pelos mesmos interesses motivaram a competição pelo uso do
mesmo recurso.

Nessa competição, não demorou muito para o homem plural, representado na formação dos
povos, perceber que não podia deixar apenas os mais fortes, terem acessos aos bens da vida.
Desta forma, percebeu que havia necessidade do estabelecimento de normas para disciplinar o
acesso aos referidos bens, possibilitando uma melhor divisão, deste, entres os homens.
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Necessário, ao escolher esse modelo, a sabedoria do homem, levou-o a eleger aqueles


recursos que eram mais importantes. Naturalmente, o “ar” e a “água” foram eleitos como
fundamentais no processo de utilidade para a vida.

Ressalta ÉDIS MILARÉ (2014, p. 125) que “O direito ao ambiente ecologicamente


equilibrado está intimamente interligado com o direito à vida saudável e de qualidade. Não é
por outro motivo que a Lei nº 6.938/91”, em seu art. 3º, inciso II, III, “a”, estabelece que “ao
definir o conceito de poluição, não deixa de considerar ‘degradação da qualidade ambiental
[...] resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o
bem-estar da população” (MILARÉ, 2014, p. 125). O homem está integrado à natureza e ao
agredi-la está agindo contra ele próprio. Por outro lado, se resolve protegê-la está protegendo
a si e a seus descendentes, ao mesmo tempo realiza-se como indivíduo integrado ao meio
ambiente (MILARÉ, 2014, p. 125).

A fase seguinte foi entender que o produto deveria estar sempre disponível, mas o
conhecimento foi se refinando, a percepção que estes recursos tinham que manter as suas
características naturais, de forma a continuar possibilitando ao homem o seu uso, pois estes
bens poderiam ir se tornando cada vez mais inadequados, em razão das interações antrópicas,
que em decorrência do aumento populacional foi se tornando cada vez mais crítico.

Neste ponto, parece ser o momento propício para separar os elementos e seguir no estudo da
água, objeto foco, de nossa pesquisa. Não demorou muito para o homem perceber que esta
não existia em profusão, a pouca disponibilidade, na maioria do planeta, o uso sem as cautelas
necessárias foram impondo, gradativamente a água, características tão nocivas que não
permitiriam o seu consumo. Houve necessidade, do homem, aprender a adaptar-se e
desenvolver fórmulas de tratamento e purificação do elemento para conseguir dispor da
quantidade suficiente para suprir as necessidades crescentes da população.

3.2. O NASCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO DIREITO AMBIENTAL

As disputas entre os povos pelo referido recurso, impôs a necessidade de que as normas que
em um primeiro momento, regulava as relações na comunidade, tornassem necessárias para
controlar as relações entre os diversos povos, nasce o Direito Ambiental Internacional. O
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ramo jurídico que regula a utilização do meio ambiente é o Direito Ambiental – que na
interpretação de LEUZINGER e CUREAU (2013, p.3), pode ser assim entendido:

O sistema de normas e princípios que regem as relações dos seres humanos com os
elementos que compõem o ambiente natural. Trata-se de um sistema, e não de um
conjunto de normas e princípios, por que seus elementos possuem uma lógica que os
vincula entre si, o que vai além da simples existência de alguma característica em
comum.

A humanidade continuou o seu caminho, e a quantidade de habitantes existentes no mundo


atingiu um nível tão incontrolável, que a possibilidade de falta dos recursos hídricos, antes
tido como infinito, passou a ser de uma viabilidade inquietante. O homem foi incluindo na
legislação dos povos um número, cada vez maior, de leis para regular as relações, que exercia
um controle o mais analítico possível, a cada nova edição. No processo de interação entre o
homem e o elemento água, e daquele com outros homens que precisavam desta. Populações
inteiras passaram a necessitar da água, e esta não se encontrava a disposição, quando existia,
tampouco tinha a qualidade para ser consumida.

3.3. O DESPERTAR DO HOMEM – A ÁGUA NÃO É INFINITA

A população mundial percebeu as dificuldades e passaram a realizar Convenções entre os


povos, a primeira mais famosa realizou-se em 1972, em Estocolmo na Suécia. A partir desta,
um número crescente, destas atividades foram acontecendo, em diversos países, até que 20
anos depois, foi realizada a ECO-92, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Durante a
Convenção foi divulgada Agenda-21, documento que mostrava o caminho, e as ações
necessárias para preparar o mundo para o século XXI que se aproximava. E os diferentes
modos de abordagem da administração do elemento água, que cientificamente, procurava
educar a população, passando a exigir uma relação de respeito com o elemento água, para
evitar as ações nocivas do homem que insistia em considera-la sua lixeira, até hoje continua a
fazê-lo, pois deposita ali um sem-número de efluentes nocivos, ou seja, suja para depois
limpar.

3.4. A REALIDADE E A EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

A percepção de que o risco poderia chegar, até ao favorecido país, pois o Brasil, como vimos,
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é o país que mais possui água doce no planeta, foi constatado. Alguns estados mais
desenvolvidos do país, exatamente, aqueles que por sua alta densidade populacional, impõem
os maiores prejuízos à natureza, preocupados, foram os primeiros a mostrar lucidez com ações
direcionadas à recuperação das bacias de seus rios. São Paulo, Rio de Janeiro, e Minas Gerais
iniciaram o controle da bacia do rio Paraíba do Sul, através da edição do Decreto nº 87.561,
de 13.09.1982, portanto, 10 anos antes da realização da Convenção Eco-92, realizada no Rio
de Janeiro, e acima mencionada. Que em seu art. 2º, dispõe: “Art. 2º - Para recuperação e
proteção ambiental da área correspondente à Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul serão
adotadas as seguintes medidas [...]”. (BRASIL, Decreto nº 87.561, de 13 de setembro de
1982).

Neste momento, oportuno lembrar que o Direito Ambiental ofereceu uma realidade
perfeitamente delimitada, inteiramente sintonizada com as evoluções decorrentes dos
acontecimentos na área do meio ambiente, ao editar a Lei Nacional dos Recursos Hídricos.
Apesar disto, segundo ÉDIS MILARÉ não há como observar certa decepção com o legislador
pátrio pela ausência de um tratamento a altura dos interesses na gestão da água, visto que
quase nenhuma contribuição legislativa, foi percebida, nas últimas décadas.

A insatisfação registrada reforça a percepção que apenas a existência de leis, não seja
ferramenta suficiente para impedir a degradação verificada pela ação do homem no meio
ambiente, que não tem o cuidado de utilizar a natureza de forma sustentável. E tal
entendimento, reflete-se no comportamento da própria sociedade brasileira, enquanto uma
série de problemas de abastecimento ocorreria em várias partes do mundo, ao tempo que
ações alternativas ocorriam para eliminar as causas naqueles horizontes. Para os brasileiros,
parecia não existir qualquer receio, pois para estes em regra, apenas o povo do interior
nordestino, já conhecia o chamado “Flagelo da Seca”, parecendo inclusive, exagero e ficção
daquele sofrido povo.

3.5. A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO ESPIRITO SANTO

O Governo do Estado do Espirito Santo criou o Sistema Estadual de Meio Ambiente, com a
Lei nº 4.126/1988, e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEAMA,
e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em 2000, definindo o seu regulamento e
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estrutura pelo Decreto nº 038-R/2000. Em 2006, através do Decreto nº 1.737-R, regulamentou


o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, que foi criado com a finalidade de gerenciamento
e monitoramento dos recursos hídricos estaduais, através do Decreto 038-R/2000. A Agência
Estadual de Recursos Hídricos – AGERH administra atualmente 14 Comitês de bacias
hidrográficas, formadas pelos principais rios e seus afluentes no estado do Espirito Santo.
Estudou-se a composição de cada bacia, e através de visita ao IEMA, tomou conhecimento da
forma de administração das bacias, e características de fornecimento de autorização aos
usuários de águas, através da Concessão, Outorga e Permissão de Uso.

A Lei de controle dos Recursos Hídricos no Estado do Espirito Santo é a lei nº 5.818/1998,
mas para possibilitar o inicio da cobrança pelo uso da água, processo que se iniciou apenas
em 2014, foi necessário editar a Lei nº 10.179, em 17 de março de 2014. A outorga do direito
de uso dos recursos hídricos, é o instrumento de maior importância estabelecido por lei, não é
meramente um imposto, mas uma forma de remuneração pela utilização do bem público, que
estabelece um pacto entre os usuários de água, da própria sociedade civil e do poder público,
representado neste caso, pelos Comitês de Bacia, que em sistema de colaboração e
conscientização estabelece os mecanismos e os preços a serem adotados na respectiva bacia
sua área de atuação. Este se torna um instrumento com a finalidade de evitar a escassez de
água, possibilitando o controle de todos os usuários e o limite da demanda que pode ser
concedida em determinada bacia, possibilitando o múltiplo uso, mas de forma limitada, para
não esgotar a capacidade do próprio manancial.

3.6. O RISCO DE EXTINÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

A pesquisa apurou que não faltaram avisos quanto aos riscos de retirar em excesso bens da
natureza, sem as adequadas cautelas. Que poderiam levar a escassez e a sua degradação em
níveis tão acelerados que resultariam causar a sua impropriedade para o consumo. A falta da
água não se prende apenas, em sua não existência para a dessedentação humana e animal, que
por si só já causaria a extinção das espécies. Além deste preocupante fato, a falta de água
ocasionará o não fornecimento de uma série de recursos, entre os quais o alimento. Os fatores
são interdependentes entre si, provocando o fim das espécies por inanição (fome e sede).
(MATTAR, 2014, p. 30).
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APOLO HERINGER LISBOA, coordenador e professor da Faculdade de Medicina da


UFMG, adverte: “ESTIAGEM É APENAS UM AVISO, o país precisa de educação e
medidas sérias para preservação de rios e bacias” e lamenta o assoreamento do Rio das
Velhas, afluente do Rio São Francisco (DIAS, 2015, p. 28).

3.7. A CONCORRENCIA ECONOMICA X DESSEDENTAÇÃO HUMANA

Vejamos o que foi apurado com relação à utilização de água no planeta, em regra, o consumo
de água doce, está representado pelo percentual de 70% para utilização na agricultura, 20%
utilização industrial, e 10% para utilização das necessidades humanas. Apesar de em todos os
níveis haver a poluição carreada para o leito dos respectivos mananciais, logicamente aqueles
que mais a utilizam mais irão poluir os referidos recursos. Porém, consta do estudo, que a
geração de energia através de hidrelétricas, é um dos elementos que maior prejuízo impõe a
natureza, resultando no risco de escassez dos recursos hídricos, pois as autorizações para
instalações de reservatórios, em regra, não observavam a necessidade de manter a força
jusante nas respectivas calhas, com as mesmas características, anteriores, a instalação. Passam
a exercer o controle de vazão nos mais diversos rios do país, resultando em atos de restrição
de água, com o fechamento das “comportas” durante os períodos de ausência de chuvas; e
ocorrência de enchentes com a abertura das “comportas” durante o período de chuvas, acima
do nível, entendido, como de segurança das barragens. Difícil, inclusive, mensurar qual seria
o ato mais nocivo.

3.8. O PREJUIZO AMBIENTAL NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O estudo forneceu o indicativo, que a fonte de geração de energia, proveniente da força motriz
gerada pela água, não é tão renovável como consideravam os especialistas. Não resta dúvida
que embora o país, de acordo com os estudos dos gráficos, com dados levantados no site da
ANEEL, utiliza-se da matriz energética fotovoltaica – UFV (origem luz solar), e EOL –
central geradora eólica, apresentam valores percentuais, quase que insignificantes, perante o
percentual de termelétricas- UTE e hidrelétrica - UHE, vejamos: UFV=0,01%; EOL= 4,3%;
UTE= 28,29%; e UHE=61.18% + PCH= 3,52%= 64,7%. Fatos como estes resultarão em
enormes prejuízos e podemos confirmar através da seguinte informação: (BARRAGENS
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hidrelétricas do Rio Madeira. Portal Internet: Survival International Charitable Trust.


Organização Internacional de Apoio aos Povos Indígenas do Mundo. London-United
Kingdom. Disponível em: <http://www.survivalinternational.org/informacao/barragens-rio-
madeira>. Acesso em: 02 maio 2015).

Uma série de grandes barragens está sendo planejada como parte central do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo brasileiro, que visa a
estimular o crescimento econômico do país por meio de investimento em obras de
infraestrutura, como estradas e barragens, principalmente na região amazônica.
A dimensão desses projetos ameaça prejudicar ou destruir vastas áreas de terra, das
quais muitos povos indígenas, incluindo vários grupos de índios isolados altamente
vulneráveis, dependem para sua sobrevivência.
As usinas de Jirau e Santo Antônio são exemplos notáveis desse tipo de projeto.
(grifo nosso)

O Complexo Hidrelétrico de Belo Monte é outro empreendimento que provocará impactos


ambientais ao bioma da Região Amazônica. A UHE de Belo Monte, que está sendo instalada
no rio Xingú (PA), será a terceira maior Usina do Mundo. Noticia publicada na Carta Capital,
caderno Meio Ambiente, com a manchete “Construção de Belo Monte já rende 19
processos na Justiça” [grifo nosso], informa o seguinte: (CONSTRUÇÃO [...], Disponível
em: <http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/construcao-de-belo-monte-ja-rende-19-
processos-na-justica-9268.html>. Acesso em: 05 maio 2015).

O MPF no Pará move, ao todo, 19 ações que apontam irregularidades ligadas à


construção de Belo Monte. Os processos questionam principalmente o desrespeito
das regras impostas para o licenciamento ambiental e a violação dos direitos dos
indígenas, ribeirinhos e a população local. Questionada pela DW Brasil, a Norte
Energia informou que não foi notificada e somente se pronunciará nos autos do
processo.

Desta diversidade de empreendimentos tem que resultar, fundamental o planejamento prévio


vez que a analise de que o objetivo principal do Estudo de Impacto Ambiental é bem simples,
afinal sua principal finalidade é evitar que um projeto, seja este uma obra ou atividade, cuja
instalação seja justificável sob o ponto de vista econômico e interesses imediatos de seu
idealizador, revele-se, futuramente, após a sua instalação “nefasta e catastrófica” para o meio
ambiente. (MILARÉ, 2014, p. 185)

3.9. A QUESTÃO AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE

O mais importante rio que drena o estado do Espirito Santo é o rio Doce, pertence à União,
mas o estado faz parte de sua bacia, apurou-se que o referido manancial, encontra-se em nível
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acentuado de degradação, e que suas águas antigas volumosas, atualmente e principalmente


observando a sua “calha” a partir das Usinas de Aimorés-MG e Baixo Guandu-ES,
encontram-se com o nível excessivamente baixo, além de tomado em vários pontos pelo
assoreamento. O rio Doce possui em toda a sua bacia, 16 (dezesseis) usinas hidrelétricas, para
produção de energia elétrica, seria importante um estudo científico que investigasse se tais
instalações, pelo seu caráter, evidentemente econômico, não estaria promovendo um controle,
preventivo acima do esperado, com relação à vazão de água a partir de suas unidades. Só a
partir de tal processo seria possível, e com exatidão, afirmar que a seca pela qual passou em
2014 e continua a passar em 2015, teria sido a maior de sua história.

3.10. EXEMPLOS DO USO RACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Através da visita as instalações do Instituto Terra, localizado em Aimorés-MG, administrado


sob a presidência da Sra. Lélia Deluiz Wanick Salgado e seu esposo Sebastião Salgado,
idealizadores do projeto, e da participação no Fórum para debater sobre a escassez de água no
ES e resultado da Expedição de Diagnóstico Cientifico Rio Doce, apurou-se que já há algum
tempo, está em realização um processo de recuperação de 370 mil nascentes em toda a bacia
do rio, com previsão de recuperação em 30 anos. Em paralelo a este processo existe outro, que
prevê a instalação de “fossas sépticas” nas propriedades rurais dos municípios vizinhos do
referido rio, para evitar a contaminação de suas águas. A importância deste projeto é tão
significativa que foi reconhecido pela ONU, em 2011, como um dos 70 melhores projetos
para a recuperação dos recursos hídricos no planeta. Além de beneficiar a população dos 230
munícipios situados em sua bacia.

Outro bom empreendimento que foi abordado é o projeto que prevê a instalação de uma
estação de geração de energia matriz de origem solar, que estipula 2016, para o inicio de
funcionamento no estado de Pernambuco. (SAIBA [...], Disponível em: <
http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2015/abril/saiba-qual-sera-o-primeiro-estado-
brasileiro-a?tag=energia>. Acesso em: 06 maio 2015).
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A finalidade da presente pesquisa tinha como objetivo ambicioso o desejo de levantar


subsídios para a sugestão de um projeto de lei em nível estadual. O escopo principal deveria
ser auxiliar no processo de recuperação ambiental no estado, visando principalmente, o
aumento das capacidades hídricas dos rios que drenam o território estadual, desta forma, com
base nos estudos realizados, a referida proposição poderia incluir, debates sobre as seguintes
abordagens: a) Recompor a vegetação junto as nascentes dos mananciais de água; b)
Verificar, em todo os estado, as montanhas que tiveram a sua cobertura vegetal destruída, e
promover o reflorestamento, e adição de obstáculos, para forçar a penetração no solo, das
águas de origem pluviais, visando à recomposição dos lençóis freáticos junto à base dessas
elevações; c) Recomposição da vegetação ciliar nas margens das calhas de todos dos cursos
d’água e impedir a abertura de estradas vicinais próximas a estes para impedir o
assoreamento; d) Na recomposição das nascentes dos rios, instalar cercas para evitar o
trânsito de gado bovino que acabam compactando o solo e destruindo as nascentes; e)
Elaborar planejamento para utilização de outras matrizes energéticas de forma a evitar que a
necessidade econômica de lucro, e geração de energia concorra com a água utilizada para
dessedentação; f) Na autorização para instalação de açudes e represas, só autorizar se houver
o compromisso de não se interferir, negativamente, alterando para menor a força jusante dos
cursos d’água, que depois de instalados deverão continuar com o mesmo volume por segundo,
anteriormente apurado; g) Não permitir que as empresas já autorizadas e que possuam
reservatórios de água, que tenha qualquer finalidade, possa restringir a vazão de água, além do
necessário para encher o reservatório, que depois que tiver seu volume completado, a força
das águas posteriores à represa seja mantida nos padrões volumétricos anteriores; h) Não se
pode permitir que as empresas que controlem a vazão de água, retenham água em quantidade
que altere o volume de água que existia num determinado manancial; i) Proibir a instalação de
sistemas de irrigação que promovam o desperdício de água, dando preferência, quando
possível ao sistema de gotejamento, ou ainda a utilização do método “ferti-irrigação”; j)
Exigir que o volume de água supérfluo quando da utilização dos métodos de irrigação,
obrigatoriamente, seja retornado, sem nenhuma contaminação para a calha dos mananciais de
onde foram retirados, ou que possam servir para a recomposição dos lençóis freáticos livre de
poluição originadas dos defensivos e demais insumos utilizados nas lavouras; l) Estabelecer
sistemas de incentivos que estimulem os projetos de recomposição das “matas” originais, ou a
recomposição das nascentes, com maior retribuição, para aquele usuário que mais
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rapidamente, o referido projeto, venha obter os resultados estabelecidos, especialmente para


os pequenos e médios produtores; m) Investir através de recursos públicos, e descontos
aplicados no imposto de renda, para induzir a aplicação nas atividades de reflorestamento, se
possível, com a criação de fundo pecuniário; n) Convencer os grandes usuários de água,
instalados próximos ao litoral do estado, investir, importar, instalar e desenvolver técnicas
voltadas ao processo de dessalinização da água do mar, como forma de contraprestação pelo
dano ambiental; o) Realizar a avaliação dos impactos verificados na natureza quando das
ocorrências de “incêndios”, por exemplo, o que ocorreu na reserva florestal na região da
Pedra do Lagarto, elaborando projeto para a rápida recuperação da vegetação e da fauna
afetados com o referido desastre ambiental; p) Em face de limitação de competência, manter
contado com a bancada legislativa federal, visando aumentar a punição para os crimes de
natureza ambiental, através de alteração legislativa; q) Elaborar programa de educação
ambiental, no aspecto formal, em todos os graus escolares, através de uma disciplina
interdisciplinar de forma a provocar a comunicação entre as diversas disciplinas; no aspecto
informal, através do aumento da propaganda relacionada ao ambiente, e com a parceria com
Organizações não governamentais, tendo como alvo inclusive as famílias rurais e aquelas de
baixa renda, estimulando a participação dos genitores no processo.

No estudo do direito comparado, avaliaram-se ações que não lograram êxitos em outros
países. Um dos maiores obstáculos relatados foi exatamente o processo de instalação das
ações de gerenciamento, ferramentas de controle, gerenciamento, definir forma de aplicação
dos recursos de maneira a suprir as necessidades levantadas. Enfim o gerenciamento total para
obter a eficácia pretendida. Estas abordagens despendiam um enorme volume de recursos e de
tempo, mesmo assim, impediram a continuidade de projetos, exaustivamente planejados.

Em razão de tal conclusão, face às dificuldades para superação dos problemas ambientais,
espero que a parte maior da humanidade consiga romper o longo período de inércia e
negligência para não permitir que se cumpram as previsões de redução de 80% da população
mundial até o final do século. O Homem responsável pelas mais incríveis criações no campo
da tecnologia, está diante do maior de todos seus desafios.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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