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O que há de tão especial na

misteriosa Área 51?


Engenharia reversa de OVNIs? Dissecação de
espécimes extraterrestres? Uma conspiração para
produzir uma raça de seres híbridos?! Escolha a sua
teoria preferida para a base ultrassecreta dos EUA.
Por Carlos Eduardo Ferreira em 18/05/2013
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http://baixa.ki/m36615

Fonte da imagem: Reprodução/SipaPhoto
Geograficamente falando, não há nada de muito especial na Área 51. Trata-se de uma base do exército

estadunidense localizado a aproximadamente 130 quilômetros a noroeste de Las Vegas, Nevada (EUA).

Entretanto, dificilmente alguém conseguiria conceber um alvo mais popular entre teóricos da conspiração —

particularmente, aqueles ligados a qualquer coisa que possa ter vindo de algures no universo.

Histórias certamente não faltam. Fala-se em um local para execução de engenharia reversa em OVNIs — a fim

de apreender a tecnologia miraculosa que os permitiria vir de tão longe para passar umas férias no meio de um

deserto nos EUA, ou em alguma outra parte do planeta. Dissecações também não faltam, naturalmente. Há

quem diga, de fato, que alguns espécimes vivos perambulam pelas instalações da famigerada base.

Imagem de

satélite da Área 51Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons


Há quem vá ainda mais longe, é claro. Certos “teoristas” dizem, inclusive, que quem realmente puxa as cordas

na Área 51 é uma raça de extraterrestres. Para quê? Aí é que vem a melhor parte: para produzir uma raça de

seres híbridos — em algum lugar entre um alienígena e um ser humano — que, eventualmente, tomará a Terra.

Há uma justificativa: os extraterrestres teriam perdido a capacidade de se reproduzir.

Bem, mas o que há de realmente “concreto” nisso tudo? Difícil saber, já que se trata de uma base

absolutamente vedada contra olhares de amadores curiosos — como a maior parte das instalações de cunho

militar, vale dizer. Mas certamente é possível efetuar alguma “engenharia reversa” para chegar à origem de toda

essa mitologia e burburinho.

O controverso Robert “Bob” Lazar


A Área 51 começou a se tornar a Meca das especulações ufológicas ao final da década de 1980. Basicamente,

no momento em que um sujeito chamado Robert “Bob” Lazar veio à mídia afirmando ser um ex-funcionário da

base militar.
Robert "Bob"

Lazar: o ponto de partida para a transformação da Área 51 em uma Meca da ufologia Fonte da

imagem: Reprodução/boards.420chan

Lazar afirmou à época que havia trabalhado, entre 1988 e 1989, em um setor denominado de “S4”. As tarefas

seriam bem pouco usuais: o pretenso físico/cientista — cujo grau jamais foi comprovado — seria incumbido de

realizar engenharia reversa em espaçonaves extraterrestres de formato “discóide”. Sim, no plural, já que, de

acordo com ele, pelo menos nove modelos distintos foram profundamente investigados por ele e por sua

equipe.

A ideia era descobrir e, posteriormente, tomar propriedade da tecnologia de propulsão utilizada pelas raças

alienígenas avançadas que haviam desembarcado por aqui. Ainda de acordo com ele, o trabalho lhe foi

originalmente apresentado pelo Dr. Edward Teller — ucraniano também conhecido como o “Pai da Bomba H”.

Ununpêntio, um poderoso combustível


intergaláctico
Toda teoria da conspiração deve ter sua dose de dados vagamente científicos, como todo bom escritor de ficção

científica bem deve saber. Para Bob Lazar, a consubstanciação do que ele pregava em artigos para rádio e TV

era o ununpêntio, um elemento químico transurânico e radioativo (de número atômico 115), obtido apenas de

forma sintética até hoje.

Fonte da

imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

De acordo com o teorista, o ununpêntio era a fonte principal utilizada para propulsão das espaçonaves

alienígenas desmanteladas pelo governo estadunidense. Lazar afirmou que a tecnologia consistia no

bombardeamento do material com partículas, o que acabava por “amplificar” a sua força nuclear, gerando uma

distorção do campo gravitacional.

Dessa forma, os discóides poderiam alterar dramaticamente a sua relação com o espaço circundante,

consequentemente encurtando as distâncias percorridas, de acordo com um destino mapeado. Lazar afirmava
que os estoques do poderoso material haviam sido o presente de uma civilização extraterrestre para os povos

da Terra — que deveriam utilizá-los em seus próprios veículos.

Sim, o elemento 115 existe, mas...


De fato, a existência concreta do ununpêntio foi confirmada por uma equipe de cientistas russos e americanos

em 2004, quando o grupo conseguiu produzir um isótopo instável do elemento 115.

No que se refere à teoria de Lazar, entretanto, um de seus críticos afirmou que o isótopo obtido em laboratório

era incrivelmente efêmero, com uma meia-vida da ordem de apenas alguns segundos — e não de anos, como

queria o suposto físico.

Ununpêntio: isótopo "não alienígena" tem meia-vida de apenas alguns segundosFonte da

imagem: Reprodução/Wikimedia Commons


O contra-argumento de Lazar baseava-se no fato de que o ununpêntio das naves da Área 51 havia sido

composto em formações estelares distantes. Isso os tornaria mais estáveis do que suas contrapartes obtidas

em laboratório por meios convencionais. Por fim, ele apregoa: em um futuro próximo, o 115 ainda nos servirá

como combustível.

Um símbolo UFO de longa duração


Bob Lazar foi fortemente desacreditado nos anos subseqüente à sua “revelação” da Área 51 e de suas supostas

experiências ultrassecretas — entre outros motivos, porque se constatou que, em vez de um grau no respeitado

MIT, Lazar possui apenas uma colocação em antepenúltimo lugar em sua escola secundária. De fato, os

próprios EUA já tornaram pública há muito tempo a existência do local.

375, a "Rodovia

Extreterrestre" de Nevada (EUA)Fonte da imagem: Reprodução/GNU

Entretanto, após inúmeras teorias da conspiração, e após um número igualmente enorme de contribuições de

Hollywood para a mitologia do loca, é pouco provável que a Área 51 deixe o imaginário popular tão cedo. E o

motivo pode ser tão velho quanto a própria humanidade: o vácuo deixado por informações concretas pode ser

ocupado por praticamente qualquer coisa.

 FonteLive Science

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