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Sumário
DIREITO CONSTITUCIONAL .......................................................................................................8
ANISTIA...............................................................................................................................10
CNJ .....................................................................................................................................16
ENSINO ...............................................................................................................................18
PRECATÓRIOS .....................................................................................................................21
SAÚDE ................................................................................................................................22
LICITAÇÃO ..........................................................................................................................26
NEPOTISMO........................................................................................................................27
PROCESSO DISCIPLINAR......................................................................................................28
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
CSLL ....................................................................................................................................33
ICMS ...................................................................................................................................35
IPI .......................................................................................................................................36
IPTU ....................................................................................................................................37
PARCELAMENTO.................................................................................................................38
DIREITO FINANCEIRO..............................................................................................................39
PREVIDENCIA PRIVADA.......................................................................................................40
ALIMENTOS ........................................................................................................................44
CASAMENTO.......................................................................................................................48
CONTRATOS .......................................................................................................................49
DANO MORAL.....................................................................................................................50
DIVÓRCIO ...........................................................................................................................53
DOAÇÃO .............................................................................................................................54
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
HIPOTECA ...........................................................................................................................56
LEASING..............................................................................................................................57
LOCAÇÃO ............................................................................................................................58
MANDATO ..........................................................................................................................58
PRESCRIÇÃO .......................................................................................................................60
USUCAPIÃO ........................................................................................................................61
CORRETAGEM ....................................................................................................................63
FORNECEDOR .....................................................................................................................64
RESPONSABILIDADE CIVIL...................................................................................................67
FALÊNCIA ............................................................................................................................68
PROTESTO ..........................................................................................................................69
SOCIEDADES .......................................................................................................................70
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
CAUÇÃO .............................................................................................................................75
EXECUÇÃO ..........................................................................................................................76
IMPENHORABILIDADE ........................................................................................................79
RECURSOS ..........................................................................................................................85
COMPETÊNCIA....................................................................................................................92
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
CORRUPÇÃO PASSIVA.........................................................................................................94
EXECUÇÃO PENAL...............................................................................................................96
INQUÉRITO .......................................................................................................................100
INTERROGATÓRIO ............................................................................................................101
INTIMAÇÃO ......................................................................................................................101
JÚRI ..................................................................................................................................101
MULTA..............................................................................................................................106
PRESCRIÇÃO .....................................................................................................................107
PROVAS ............................................................................................................................109
RACISMO ..........................................................................................................................109
RECURSOS ........................................................................................................................110
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
SENTENÇA ........................................................................................................................111
TORTURA ..........................................................................................................................111
MAIORIDADE ....................................................................................................................113
CONCUSSÃO .....................................................................................................................114
EXTRADIÇÃO.....................................................................................................................115
BIOMETRIA .......................................................................................................................117
INELEGIBILIDADE ..............................................................................................................118
REGIME JURÍDICO.............................................................................................................119
TERCEIRIZAÇÃO ................................................................................................................122
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
DIREITOS ANTIDUMPING..................................................................................................123
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
DIREITO CONSTITUCIONAL
O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública (ACP) que vise
anular ato administrativo de aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio
público.
RE 409356/RO, Plenário, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 25.10.2018. (INFO 921)
ADVOCACIA PÚBLICA
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
A expressão “por qualquer tempo” foi excluída da parte final do art. 32 porque a
necessidade de o prefeito, mesmo em períodos menores do que quinze dias, ter
autorização da Câmara Municipal para viagem ao exterior quebra a simetria existente
em relação a governador.
Quanto ao art. 115, a Corte conferiu interpretação conforme para limitar a atuação da
Procuradoria da Assembleia Legislativa à defesa das prerrogativas inerentes ao Poder
Legislativo. A representação estadual como um todo, independentemente do Poder,
compete à Procuradoria-Geral do Estado (PGE), tendo em conta o princípio da
unicidade institucional da representação judicial e da consultoria jurídica para estados e
Distrito Federal. No entanto, às vezes, há conflito entre os Poderes. Demais disso, o
texto do artigo pode vir a gerar confusão, porquanto prevê concorrência com a PGE.
É inconstitucional lei estadual que preveja que servidor de autarquia (no caso, era
Técnico Superior do DETRAN) será responsável por: • representar a entidade “em
juízo ou fora dele nas ações em que haja interesse da autarquia”. • praticar “todos os
demais atos de natureza judicial ou contenciosa, devendo, para tanto, exercer as suas
funções profissionais e de responsabilidade técnica regidas pela Ordem dos
Advogados do Brasil OAB”. Tais previsões violam o “princípio da unicidade da
representação judicial dos Estados e do Distrito Federal”, insculpido no art. 132 da
CF/88. A legislação impugnada, apesar de não ter criado uma procuradoria paralela,
atribuiu ao cargo de Técnico Superior do Detran/ES, com formação em Direito,
diversas funções privativas de advogado. Ao assim agir, conferiu algumas atribuições
de representação jurídica do DETRAN a pessoas estranhas aos quadros da
Procuradoria-Geral do Estado, com violação do art. 132, caput, da CF/88.
ATENÇÃO. Por outro lado, é válido que esses servidores façam a atuação jurídica no
âmbito interno da autarquia, sobretudo em atividades de compliance, tais como
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
ANISTIA
É nula a decisão de órgão fracionário que se recusa a aplicar o art. 94, II (1), da Lei
9.472/1997, sem observar a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97 (2)),
observado o art. 949 (3) do Código de Processo Civil (CPC).
ARE 791932/DF, Plenário, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 10 e
11.10.2018. (INFO 919, Repercussão Geral)
Ao fixar essa tese de repercussão geral (Tema 739), o Plenário, por maioria, conheceu
do agravo e deu provimento ao recurso extraordinário para declarar a nulidade do
pronunciamento de órgão fracionário do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em que
consignada a ilegitimidade da terceirização de serviços de call center, com base no
Enunciado 331 da Súmula do TST, por constituírem atividade-fim das empresas de
telecomunicações.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Tribunal de Justiça não tem competência para, por meio de provimento da respectiva
Corregedoria, estabelecer prazo para a propositura de ação de restauração de autos.
REsp 1.722.633-MA, Terceira Turma Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade,
julgado em 07/08/2018, DJe 10/08/2018
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
O bem-estar dos consumidores não tem relação com a atividade-fim das instituições,
razão pela qual não se constata a violação do art. 22, I, da CF.
trabalho; (...) Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. ”
(2) LC 103/2000: “Art. 1º Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir,
mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V do
art. 7º da Constituição Federal para os empregados que não tenham piso salarial
definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. ”
O Colegiado asseverou que o princípio da livre iniciativa, descrito no art. 1º, IV, da CF
como fundamento da República e reiterado no art. 170 do texto constitucional, veda a
adoção de medidas que se destinem direta ou indiretamente à manutenção artificial de
postos de trabalho, em detrimento das reconfigurações de mercado necessárias à
inovação e ao desenvolvimento. Isso porque essa providência não é capaz de gerar
riqueza para trabalhadores ou consumidores.
A obrigação de fornecer serviço de empacotamento em conjunto com a oferta de bens
de varejo representa violação à garantia constitucional da proteção aos interesses dos
consumidores (CF, art. 5º, XXXII), mercê de constituir verdadeira venda casada, prática
vedada pelo art. 39, I, do Código de Defesa do Consumidor (CDC). A medida ocasionará
aumento de preços para a totalidade dos consumidores, ainda que não necessitem do
serviço ou não possuam recursos para custeá-lo.
Considerou, ainda, que a lei municipal, ao exigir, no § 1º do art. 1º, a contratação de
funcionário para cumprir determinada tarefa em estabelecimento empresarial, usurpa a
competência privativa da União para legislar sobre direito do trabalho e comercial (CF,
art. 22, I).
Citou a orientação firmada no julgamento das ADIs 669 MC e 907 no sentido de reputar
inconstitucional norma estadual que obrigava supermercados a manter funcionários
para o acondicionamento de compras.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
ADI 3757/PR, Plenário, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 17.10.2018 (INFO 920).
A competência da União será para estabelecer normas gerais sobre os assuntos do art.
24. Ex: o Congresso Nacional editou o Código de Defesa do Consumidor, sendo estas
as normas gerais.
A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados. Isso significa que os Estados-membros podem complementar
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
a legislação federal editada pela União. Obviamente, as normas estaduais não podem
contrariar as normas gerais elaboradas pela União.
O Ministro Relator entendeu que, neste caso, o Estado de Pernambuco extrapolou a
competência concorrente e não apenas complementou a legislação federal.
Para o STF, foram ultrapassadas as balizas impostas ao legislador estadual para a
elaboração de normas consumeristas.
O Min. Ricardo Lewandowski acompanhou o entendimento pela inconstitucionalidade
formal e salientou que o Estado-membro estaria também, neste caso, legislando sobre
“contratos”, ou seja, sobre Direito Civil, de modo que invadiu a esfera privativa da União.
Assim, o STF julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar, por
vício formal, a inconstitucionalidade da Lei nº 15.304/2014, do Estado de Pernambuco,
em sua integralidade.
A União detém competência privativa para legislar sobre “telecomunicações” (art. 22,
IV).
Além disso, compete à União explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
ou permissão, os serviços de telecomunicações (art. 21, XI).
Portanto, os Estados-membros não detêm competência para legislar sobre normas
aplicáveis aos prestadores de serviços de telecomunicações, ainda que a pretexto de
proteger o consumidor ou a saúde dos usuários, pois tal atribuição é privativa da União.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
suportadas pela União. Ocorre que é vedado ao Distrito Federal valer-se de leis
distritais para instituir encargos financeiros a serem arcados pela União. Como as leis
distritais declaradas inconstitucionais eram muito antigas (2001, 2002 e 2005), o STF
decidiu modular os efeitos da decisão.
STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06/12/2018 (notícia
do site).
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CNJ
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
CURATELA
O art. 1.783 do CC prevê que se o curador for o cônjuge do curatelado e eles forem
casados sob o regime da comunhão universal, em regra, ele não será obrigado à
prestação de contas dos bens administrados durante a curatela, “salvo determinação
judicial” que o obrigue a prestar.
O STJ identificou duas situações nas quais o juiz poderá determinar a prestação de
contas.
Assim, o magistrado poderá (deverá) decretar a prestação de contas pelo cônjuge
curador, resguardando o interesse prevalente do curatelado e a proteção especial do
interdito quando:
a) houver qualquer indício ou dúvida de malversação dos bens do incapaz, com a
periclitação de prejuízo ou desvio de seu patrimônio, no caso de bens comuns; e
b) se tratarem de bens incomunicáveis, excluídos da comunhão, ressalvadas
situações excepcionais.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.515.701-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
02/10/2018 (Info 637).
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
DIREITOS FUNDAMENTAIS
A Segunda Turma, por maioria, desproveu agravo regimental interposto contra decisão
proferida pela ministra Cármen Lúcia (relatora), que deu provimento a agravo e, de
pronto, ao recurso extraordinário, para julgar improcedente pedido de indenização por
danos morais formulado por familiares de pessoa morta em tiroteio ocorrido em via
pública.
Os familiares, agravantes, ajuizaram ação de indenização contra a empresa jornalística
por ter divulgado a fotografia do local da cena do crime com a imagem da vítima
ensanguentada em seu veículo, sem os devidos cuidados de edição. Sustentaram
violação do direito à intimidade, à privacidade e à imagem do falecido e de sua família
(CF, art. 5º, V e X).
O tribunal de origem julgou procedente a pretensão indenizatória, ao fundamento de
estar caracterizada a situação geradora de dano moral, haja vista que a publicação da
foto do rosto desfigurado do falecido, sem o cuidado de sombrear a imagem,
configuraria extrapolação da liberdade de imprensa e violação aos direitos de
personalidade da vítima e de seus familiares.
A empresa ré interpôs recurso extraordinário contra esse acórdão e alegou ofensa ao
exercício da liberdade de expressão, de informação e de imprensa (CF, artigos 5º, IV,
IX e XIV, e 220). O apelo extremo foi inadmitido com base no Enunciado 279 da Súmula
do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo sido agravada a decisão.
Prevaleceu o voto da ministra Cármen Lúcia que superou a aplicação do referido verbete
sumular por considerar que a resolução da controvérsia é eminentemente de direito e
independe do reexame do conjunto fático-probatório. Desde a sentença de primeira
instância, ficou assentado que o feito comportava julgamento antecipado, sem dilação
probatória, por serem os fatos incontroversos.
Quanto ao mérito, o Colegiado entendeu que o juiz se substituiu ao jornalista e ao jornal
para impor o que considerava desnecessário. Realizou, dessa forma, inequivocamente,
restrição censória ao agir da imprensa. Reputou inexistir qualquer comprovação da
inocorrência do fato. O que se discutiu foi apenas o não sombreamento que teria sido
necessário na análise subjetiva do julgador.
Concluiu não haver qualquer dado no processo a revelar irregular ou abusivo exercício
da liberdade de imprensa, a qual, assegurada pela Constituição Federal, foi interpretada
e aplicada nos termos da consolidada jurisprudência da Corte, no sentido da liberdade
de informação jornalística e da proibição à censura. Citou, no ponto, o que decidido na
ADPF 130, entre outros julgados.
ENSINO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso,
respectivamente, na educação infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação
da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam completas.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
A quota mensal escolar nos colégios militares não representa ofensa à regra
constitucional de gratuidade do ensino público, uma vez que não há violação concreta
ou potencial ao núcleo de intangibilidade do direito fundamental à educação
ADI 5082/DF, Plenário, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 24.10.2018. (INFO 921)
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
PRECATÓRIOS
PROCESSO LEGISLATIVO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
SAÚDE
Em, 25/04/2018, o STJ, ao julgar o REsp 1.657.156-RJ (Info 625), afirmou que o poder
público é obrigado a conceder medicamentos mesmo que não estejam incorporados
em atos normativos do SUS, desde que cumpridos três requisitos.
O que o STJ quis dizer com essa mudança: • Em regra, não é possível que o paciente
exija do poder público o fornecimento de medicamento para uso off-label; •
Excepcionalmente, será possível que o paciente exija este medicamento caso esse
determinado uso fora da bula (off-label) tenha sido autorizado pela ANVISA. Em
outras palavras, o requisito do registro na ANVISA afasta a possibilidade de
fornecimento de medicamento para uso off-label, salvo se autorizado pela ANVISA. A
tese fixada ficou, portanto, com esta nova redação: A concessão dos medicamentos
não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos
seguintes requisitos: a) Comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e
circunstanciado expedido por médico que assiste o paciente, da imprescindibilidade
ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento da
moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; b) incapacidade financeira de arcar com
o custo do medicamento prescrito; c) existência de registro do medicamento na
ANVISA, observados os usos autorizados pela agência.
Além disso, o STJ decidiu alterar a data de início da produção dos efeitos desta
decisão:
Modula-se os efeitos do presente repetitivo de forma que os requisitos acima
elencados sejam exigidos somente quanto aos processos distribuídos a partir da data
da publicação do acórdão, ou seja, 4/5/2018.
Explicando melhor:
a) Os três requisitos cumulativos estabelecidos no acórdão (REsp 1.657.156-RJ) são
aplicáveis a todos os processos distribuídos na primeira instância a partir de
4/5/2018;
b) Quanto aos processos pendentes, com distribuição anterior a 4/5/2018, é exigível
apenas um requisito que se encontrava sedimentado na jurisprudência do STJ: a
demonstração da imprescindibilidade do medicamento.
STJ. 1ª Seção. EDcl no REsp 1.657.156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 633).
DIREITO ADMINISTRATIVO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
ACUMULAÇÃO DE CARGOS
• Tema polêmico
Parecer-AGU nº GQ-145/98
Com o objetivo de disciplinar a matéria, a Advocacia Geral da União (AGU) emitiu o
parecer nº GQ-145, vinculante, afirmando que o servidor somente poderá acumular
cargos se houver compatibilidade de horário e desde que a jornada máxima não
ultrapasse 60 horas semanais.
Assim, para a AGU, mesmo que exista compatibilidade de horários, se a jornada
semanal ficar acima de 60 horas, a acumulação não será permitida, considerando que
o servidor estaria muito cansado e isso atrapalharia seu desempenho funcional, em
prejuízo ao princípio constitucional da eficiência.
CONCURSO PÚBLICO
Quando o servidor foi nomeado e tomou posse com base em decisão judicial precária,
mas a Administração Pública, em razão do decurso do tempo no exercício do cargo,
concedeu aposentadoria, aplica-se o princípio da segurança jurídica e da confiança
legítima, preservando-se o efeito do ato.
RE 740029 AgR/DF, Primeira Turma, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em
14.8.2018. (INFO 911)
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
DEFENSORIA PÚBLICA
O art. 3º, § 1º, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil merece interpretação
conforme a CF/88 para obstar a necessidade de inscrição na OAB dos membros das
carreiras da Defensoria Pública.
REsp 1.710.155-CE, Segunda Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade,
julgado em 01/03/2018, DJe 02/08/2018
EMPREGADO PÚBLICO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
EMPRESA PÚBLICA
LICITAÇÃO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
NEPOTISMO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
PROCESSO DISCIPLINAR
Havendo encontro fortuito de provas, quanto a crime praticado por pessoa com foro
por prerrogativa de função, a prova é lícita se essa parte do procedimento é
desmembrada e deslocada à autoridade competente, em lugar de haver a remessa do
procedimento inteiro.
MS 34751/CE, Primeira Turma, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 14.8.2018.
(INFO 911).
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
SERVIDOR PÚBLICO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
A atuação dos magistrados no Tribunal de Justiça foi regular, procedida na forma do art.
124 (1) da Lei Complementar 35/1979, cuja constitucionalidade já foi reconhecida pelo
STF (HC 112.151 e AI 652.414).
Assim, assentada a compatibilidade dessa convocação com a Constituição Federal
(CF), torna-se natural e devida a recomposição patrimonial dos magistrados, dado o
exercício extraordinário de atribuições transitórias desempenhadas acumuladamente
com a jurisdição ordinária, afastada qualquer alegação de má-fé.
Por fim, a Turma registrou que a convocação dos magistrados não fora realizada como
substituição. Em verdade, cuidava-se de trabalho excepcional e temporário, com
remuneração justificada somente enquanto perdurasse a convocação e diretamente
vinculada à produtividade do magistrado nesse dado período. As verbas em questão
não estão abrangidas pelo subsídio.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
A Lei nº 8.237/91 não foi uma revisão geral da remuneração para os militares. Esta Lei
foi uma restruturação das Forças Armadas, sendo, portanto, específica para os militares.
Assim, tendo em vista tratar-se de reestruturação remuneratória da carreira militar,
redefinindo remuneração, soldo, gratificações, adicionais, auxílios, indenizações e
proventos, não há que se falar em extensão aos servidores públicos civis.
Ainda que se pudesse conceber que a referida lei fosse uma revisão geral da
remuneração para os militares, haveria o óbice da SV 37: Súmula vinculante 37-STF:
Não cabe ao poder judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de
servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
Hoje, em razão da alteração promovida pela EC19/98, a redação do inciso X do art. 37
foi modificada e não mais existe equiparação entre os servidores públicos e os militares.
Não deve ser determinada a devolução de valores recebidos de boa-fé por servidor
público, percebidos a título precário no período em que liminar produziu efeitos. É
desnecessária a devolução dos valores recebidos por liminar revogada, em razão de
mudança de jurisprudência. Também é descabida a restituição de valores recebidos
indevidamente, circunstâncias em que o servidor público atuou de boa-fé.
STF. 1ª Turma. MS 32.185/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13/11/2018 (Info
923).
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
DIREITO TRIBUTÁRIO
COMPENSAÇÃO
Inicialmente cumpre asseverar que a Lei n. 9.430/1996, em seu art. 74, facultou ao
contribuinte utilizar-se de créditos reconhecidos judicialmente para compensar débitos
tributários, impondo como um dos requisitos a administração dos tributos pela SRF.
Administrar tributos não se restringe apenas à arrecadação dos recursos, mas, também,
à fiscalização e à cobrança, até porque estamos diante de uma situação sui generis,
pois há um tributo recolhido indevidamente, o qual foi instituído pela União pela Lei n.
8.630/1993, que teve a incumbência de determinar os parâmetros para sua cobrança,
bem como de sua fiscalização. Nesse sentido, embora a destinação do produto de
arrecadação do AITP não seja a mesma destinação de outros tributos arrecadados pela
SRF, visto que a atribuição de gestor dos recursos foi delegada ao Banco do Brasil S.A.,
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
CSLL
IMUNIDADES
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
No julgamento do Tema 385 da Repercussão Geral (RE 594015), esta Corte fixou a tese
de que a imunidade recíproca não se estende a empresa privada arrendatária de imóvel
público quando esta explorar atividade econômica com fins lucrativos.
Para o Colegiado, no entanto, esse precedente não se aplica à presente hipótese, pois
há tanto o fator subjetivo quanto o finalístico da imunidade, além de a estratégia de
organização administrativa utilizada pelo Estado não implicar qualquer consequência
prejudicial ao equilíbrio econômico ou à livre iniciativa, não havendo cogitar a
possibilidade de atividade comercial.
O Colegiado asseverou que a União criou uma estrutura organizacional para cumprir
uma competência que a Carta Magna determina, ligada diretamente à efetividade do
direito de moradia – uma das mais importantes previsões de direitos sociais – e em
consonância com o objetivo fundamental de redução de desigualdades sociais,
consagrados respectivamente nos arts. 6º, caput (3), e 3º, III (4), da Carta Magna.
Não há desigualdade maior, nada que marginalize mais, do que não ter um lar para si e
para a sua família para, a partir daí, desenvolver todas as suas atividades do dia a dia.
Isso é mais do que uma política pública, mais do que uma atividade governamental, são
determinações expressas da Constituição.
A partir desses mandamentos, a União – tanto o Executivo quanto o Legislativo –
implementou o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), por meio de medida
provisória, posteriormente convertida na Lei 10.188/2001.
E como a União não pode gerir esse programa por meio de sua Administração Direta, a
tarefa coube à CEF, braço instrumental do programa. Não há exploração de atividade
econômica, mas prestação de serviço público, uma vez que se trata de atividade
constitucionalmente atribuída à União e cuja operacionalização foi delegada, por lei, a
empresa pública federal, visando à consecução de direito fundamental.
A CEF é apenas a administradora do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR),
constituído de patrimônio único e exclusivo da União Federal e somente administrado e
operacionalizado pela empresa para fins de consecução do programa. A CEF não teve
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
ICMS
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
IPI
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
IPTU
ISS
1ª Turma: SIM
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN - incide sobre os serviços de
proteção ao crédito, ainda que prestados por entidade sindical a seus associados.
STJ. 1ª Turma. AREsp 654.401-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/10/2018
(Info 638).
2ª Turma: NÃO
A Câmara de Dirigentes Lojistas é uma associação cujos serviços destinam-se a
atender seus próprios sócios, os diretores de lojas, sem objetivo de lucro, mas
visando a realização de seus objetivos, tal como previsto em seu estatuto.
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STJ – 628 ATÉ 638
Assim, como o CDL realiza suas atividades sem fins lucrativos não está sujeito à
incidência do ISS.
STJ. 2ª Turma. REsp 1338554/RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
07/05/2015.
PARCELAMENTO
O art. 155-A do CTN dispõe que o parcelamento será concedido na forma e na condição
estabelecidas em lei específica, enquanto o art. 153 do CTN, aplicado subsidiariamente
ao parcelamento, estabelece que "a lei" especificará I) o prazo do benefício, II) as
condições da concessão do favor em caráter individual e III) sendo o caso: a) os tributos
a que se aplica; b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que
se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade
administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual; e c) as garantias
que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.
As condições para a concessão do parcelamento devem estrita observância ao princípio
da legalidade, não havendo, pois, autorização para que atos infralegais, como portarias,
tratem de condições não previstas na lei de regência do benefício. No caso analisado,
nos termos dos arts. 11 e 13 da Lei n. 10.522/2002, observa-se que a delegação de
atribuição ao Ministro da Fazenda é para estabelecer limites e condições para o
parcelamento exclusivamente quanto ao valor da parcela mínima e à apresentação de
garantias, não havendo autorização para a regulamentação de limite financeiro máximo
do crédito tributário para sua inclusão no parcelamento, concluindo-se pela ilegalidade
da Portaria Conjunta PGFN/RFB n. 15/2009.
PIS / PASEP
Não ofende o art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal a escolha legislativa de reputar
não equivalente a situação das empresas privadas com relação às sociedades de
economia mista, às empresas públicas e suas respectivas subsidiárias exploradoras
de atividade econômica, para fins de submissão ao regime tributário das
contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), à luz dos princípios da
igualdade tributária e da seletividade no financiamento da Seguridade Social.
STF. Plenário. RE 577494/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/12/2018
(repercussão geral) (Info 927).
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DIREITO FINANCEIRO
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
PREVIDENCIA PRIVADA
A Taxa Referencial (TR) não pode ser utilizada como fator de correção monetária dos
benefícios da previdência privada aberta, a partir de 5/9/1996, devendo o indexador
ser substituído por um Índice Geral de Preços de Ampla Publicidade, que será o IPCA,
na ausência de repactuação.
STJ. 2ª Seção. EAREsp 280.389-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
26/09/2018 (Info 635).
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STJ – 628 ATÉ 638
devido, deve ser buscada, se possível, na via processual adequada, em ação movida
contra o ex-empregador. Nada obstante, em relação às várias ações da mesma
natureza já ajuizadas contra entidades de previdência privada, é de se reconhecer a
possível inviabilidade da pretensão de reparação diretamente contra a patrocinadora,
diante do tempo decorrido entre a prolação da sentença na Justiça trabalhista e o
julgamento do presente recurso repetitivo. Assim, excepcionalmente, propõe-se admitir
o recálculo do benefício, nos termos pretendidos, nas ações da espécie propostas na
Justiça comum até a data do julgamento do presente recurso repetitivo, condicionando-
se tal recálculo ao prévio e integral restabelecimento das reservas matemáticas, por
meio de aporte a ser vertido pelo participante, devendo a apuração dos valores
correspondentes basear-se em estudo técnico atuarial, conforme disciplinado no
regulamento do plano.
Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos
de aposentadoria do servidor público, tais como terço de férias, serviços
extraordinários, adicional noturno e adicional de insalubridade.
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DIREITO CIVIL
ALIMENTOS
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Os embargos de terceiro não são cabíveis para o fim de declarar, em sede de ação de
exoneração de alimentos, a natureza familiar da prestação alimentícia, de forma a
alterar a relação jurídica posta e discutida na demanda principal. Ex: João e Maria, ao
se divorciarem, firmaram um acordo por meio do qual João iria pagar 30% de seu
salário, a título de alimentos, para Maria e o filho do casal (Vitor). Quando Vitor
completou a maioridade, João propôs ação de exoneração de alimentos contra ele. O
juiz deferiu o pedido e determinou que os descontos fossem reduzidos pela metade
(15%), já que Vitor não seria mais credor de alimentos. Maria opôs embargos de
terceiro contra essa decisão, tendo o STJ considerado um instrumento jurídico
inadequado.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.560.093-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 18/09/2018
(Info 634).
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STJ – 628 ATÉ 638
BEM DE FAMÍLIA
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CASAMENTO
COMPRA E VENDA
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CONTRATOS
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DANO MORAL
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DIREITO BANCÁRIO
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Banco que, após notificar a corretora de Bitcoin, decide encerrar contrato de conta-
corrente com a empresa não pratica ato que configure abuso de direito
O encerramento de conta-corrente usada na comercialização de criptomoedas,
observada a prévia e regular notificação, não configura prática comercial abusiva ou
exercício abusivo do direito.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.696.214-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
09/10/2018 (Info 636).
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STJ – 628 ATÉ 638
DIVÓRCIO
Na hipótese em exame, o marido ajuizou a ação de divórcio em que foi pedido para que
a esposa fosse obrigada a excluir o patronímico adquirido por ocasião do casamento,
sem contestação. O fato de ex-cônjuge ter sido revel, todavia, não induz à procedência
do pedido de exclusão do patronímico adotado anteriormente. De um lado, observe-se
que litígio envolve direitos indisponíveis (art. 320, II, CPC/73), especialmente o direito
ao nome, assim compreendido como o prenome e o patronímico, um dos elementos
estruturantes dos direitos da personalidade e da dignidade da pessoa humana, uma vez
que diz respeito à própria identidade pessoal do indivíduo, não apenas em relação a si
mesmo, mas também no ambiente familiar e perante a sociedade em que vive. De outro
lado, não se pode olvidar que a revelia produz seu mais relevante efeito tão somente
sobre as questões de fato e, na hipótese, sequer foram deduzidas pelo recorrente como
por exemplo, o hipotético uso do prestígio decorrente do patronímico após o rompimento
do vínculo conjugal, com negativos reflexos patrimoniais ou morais. Assim, é
inadmissível deduzir que a ausência de contestação da recorrida equivaleria a alguma
espécie de aquiescência ou concordância tácita para com a pretensão de retorno ao
nome de solteira, modificação para a qual se exige, indiscutivelmente, a sua
manifestação expressa de vontade.
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DOAÇÃO
ESQUECIMENTO, DIREITO AO
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GARANTIA FIDUCIÁRIA
Inicialmente, cumpre salientar que pertenças são bens que - a despeito da específica
destinação acessória, na medida em que atendem a finalidade econômico-social da
coisa principal - são facilmente destacáveis do bem principal, sem prejuízo de sua
essência, de sua finalidade ou de seu valor econômico (substancialmente considerado).
A partir de tais características, devidamente delineadas, é de se concluir que o
equipamento de monitoramento acoplado ao caminhão consubstancia uma pertença, a
qual atende, de modo duradouro, à finalidade econômico-social do referido veículo,
destinando-se a promover a sua localização e, assim, reduzir os riscos de perecimento
produzidos por eventuais furtos e roubos, a que, comumente, estão sujeitos os veículos
utilizados para o transporte de mercadorias. Trata-se, indiscutivelmente, de "coisa
ajudante" que atende ao uso do bem principal. Desse modo, sua retirada do caminhão,
tal como postulado pelo devedor fiduciante, não altera a natureza do bem principal, em
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STJ – 628 ATÉ 638
nada prejudica sua função finalística, tampouco reflete uma depreciação econômica de
tal monta que torne inviável, sob tal aspecto, a separação. Efetivamente, o
inadimplemento do contrato de empréstimo para aquisição de caminhão dado em
garantia, a despeito de importar na consolidação da propriedade do mencionado veículo
nas mãos do credor fiduciante, não conduz ao perdimento da pertença em favor deste.
O equipamento de monitoramento, independentemente do destino do caminhão,
permanece com a propriedade de seu titular, o devedor fiduciário, ou em sua posse, a
depender do título que ostente, salvo se houver expressa manifestação de vontade
nesse sentido, se a lei assim dispuser ou se, a partir das circunstâncias do caso, tal
solução for a indicada.
HIPOTECA
O credor hipotecário tem interesse de agir para propor ação em face do mutuário
visando ao cumprimento de cláusula contratual que determina a observância dos
padrões construtivos do loteamento. REsp 1.400.607-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, por unanimidade, julgado em 17/05/2018, DJe 26/06/2018 - INFO 628
INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA
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LEASING
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LOCAÇÃO
MANDATO
PESSOAS NATURAIS
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Prevaleceu o voto do ministro Dias Toffoli (relator). Este reajustou o voto proferido na
assentada anterior para se adequar ao que decidido na ADI 4.275/DF (Informativo 892),
no sentido de conceder aos transgêneros, e não só aos transexuais, o direito a referidas
alterações, na via administrativa ou judicial, em procedimento de jurisdição voluntária.
Confira-se:
3) A pessoa não deve provar o que é, e o Estado não deve condicionar a expressão da
identidade a qualquer tipo de modelo, ainda que meramente procedimental. Assim, se
cabe ao Estado apenas o reconhecimento dessa identidade, ele não pode exigir ou
condicionar a livre expressão da personalidade a um procedimento médico ou laudo
psicológico. A alteração dos assentos no registro público depende apenas da livre
manifestação de vontade da pessoa que visa expressar sua identidade de gênero.
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PRESCRIÇÃO
UNIÃO ESTÁVEL
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USUCAPIÃO
Registre-se inicialmente que, à luz do art. 462 do Código de Processso Civil de 1973, é
dever do magistrado levar em consideração algum fato constitutivo ou extintivo do direito
ocorrido após a propositura da ação, podendo fazê-lo independentemente de
provocação das partes. O legislador consagrou o princípio de que a decisão deve refletir
o estado de fato e de direito no momento de julgar a demanda, desde que guarde
pertinência com a causa de pedir e com o pedido. Assim, cabe ao magistrado examinar
o requisito temporal da usucapião ao proferir a sentença, permitindo que o prazo seja
completado no curso do processo judicial. Essa linha de raciocínio também é confirmada
pelo Enunciado n. 497 da V Jornada de Direito Civil (STJ/CJF), segundo o qual "o prazo,
na ação de usucapião pode ser completado no curso do processo, ressalvadas as
hipóteses de má-fé processual do autor". Evita-se, com isso, que o autor proponha nova
ação para obter o direito que já poderia ter sido reconhecido se o Poder Judiciário
apreciasse eventual fato constitutivo superveniente, cuja medida se encontra em
harmonia com os princípios da economia processual e da razoável duração do
processo. Na hipótese, havendo o transcurso do lapso vintenário na data da prolação
da sentença e sendo reconhecido pelo tribunal de origem que estão presentes todos os
demais requisitos, deve ser declarada a usucapião. Além disso, incumbe ressaltar que
a contestação apresentada pelo réu não impede o transcurso do lapso temporal. Com
efeito, a mencionada peça defensiva não tem a capacidade de exprimir a resistência do
demandado à posse exercida pelo autor, mas apenas a sua discordância com a
aquisição do imóvel pela usucapião. Contestar, no caso, impõe mera oposição à
usucapião postulada pelos autores, e não à posse.
DIREITO DO CONSUMIDOR
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STJ – 628 ATÉ 638
CADASTROS RESTRITIVOS
Qual é o termo inicial do prazo máximo de 5 anos que o nome de devedor pode ficar
inscrito em órgão de proteção ao crédito?
Os cadastros e bancos de dados não poderão conter informações negativas do
consumidor referentes a período superior a 5 anos (art. 43, § 1º do CDC).
Passado esse prazo, o próprio órgão de cadastro deve retirar a anotação negativa,
independentemente de como esteja a situação da dívida (não importa se ainda está
sendo cobrada em juízo ou se ainda não foi prescrita).
Qual é o termo inicial deste prazo de 5 anos? A partir de quando ele começa a ser
contado: do dia em que venceu a dívida ou da data em que o nome do consumidor foi
inserido no cadastro?
O termo inicial do prazo máximo de cinco anos que o nome de devedor pode ficar
inscrito em órgão de proteção ao crédito é o dia seguinte à data de vencimento da
dívida.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.889-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/09/2018
(Info 633).
SPC/SERASA, quando forem inserir títulos que estão protestados, deverão incluir a
data de vencimento e controlar os prazos máximos que poderão ficar nos bancos de
dados.
As entidades mantenedoras de cadastros de proteção ao crédito não devem incluir
em sua base de dados informações coletadas dos cartórios de protestos sem a
informação do prazo de vencimento da dívida, sendo responsáveis pelo controle de
ambos os limites temporais estabelecidos no art. 43 da Lei nº 8.078/90.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.889-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/09/2018
(Info 633).
CONSUMIDOR (CONCEITO)
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
CORRETAGEM
DIREITO À INFORMAÇÃO
O médico deverá ser condenado a pagar indenização por danos morais ao paciente
que teve sequelas em virtude de complicações ocorridas durante a cirurgia caso ele
não tenha explicado ao paciente os riscos do procedimento. O dever de informar é
dever de conduta decorrente da boa-fé objetiva e sua simples inobservância
caracteriza inadimplemento contratual, fonte de responsabilidade civil per se. A
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
indenização, nesses casos, é devida pela privação sofrida pelo paciente em sua
autodeterminação, por lhe ter sido retirada a oportunidade de ponderar os riscos e
vantagens de determinado tratamento que, ao final, lhe causou danos que poderiam
não ter sido causados caso não fosse realizado o procedimento, por opção do
paciente. O dever de informação é a obrigação que possui o médico de esclarecer o
paciente sobre os riscos do tratamento, suas vantagens e desvantagens, as possíveis
técnicas a serem empregadas, bem como a revelação quanto aos prognósticos e aos
quadros clínico e cirúrgico, salvo quando tal informação possa afetá-lo
psicologicamente, ocasião em que a comunicação será feita a seu representante legal.
Para que seja cumprido o dever de informação, os esclarecimentos deverão ser
prestados de forma individualizada em relação ao caso do paciente, não se
mostrando suficiente a informação genérica (blanket consent). O ônus da prova
quanto ao cumprimento do dever de informar e obter o consentimento informado do
paciente é do médico ou do hospital, orientado pelo princípio da colaboração
processual, em que cada parte deve contribuir com os elementos probatórios que
mais facilmente lhe possam ser exigidos.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.540.580-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador
Convocado do TRF 5ª Região), Rel. Acd. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
02/08/2018 (Info 632).
FORNECEDOR
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
PLANO DE SAÚDE
Off-label
Off-label é uma expressão em inglês que, em tradução literal, significaria “fora de
indicação”.
Off = fora / label = indicação.
Para que um medicamento seja fabricado ou comercializado no Brasil, ele precisa de
registro (autorização) na Anvisa.
Ao pedir o registro de um medicamento, o fabricante ou responsável apresenta à
autarquia as indicações daquele remédio, ou seja, para quais enfermidades a droga foi
testada e aprovada. Essas indicações (e sua respectiva eficácia) são baseadas em
pesquisas e testes que levam anos para serem concluídos.
Assim, por exemplo, quando o fabricante do remédio Dorflex foi registrá-lo na Anvisa,
ele informou que este medicamento foi idealizado e testado para ser utilizado como
“relaxante muscular”. Essa é a indicação deste remédio.
Ocorre que, muitas vezes, um medicamento que foi planejado para determinada
finalidade, quando entra no organismo humano, acaba trazendo outros benefícios que
não haviam sido previstos. Esse efeito inicialmente não previsto é percebido pelos
médicos, que passam a receitar aquele medicamento não apenas para aquela indicação
inicialmente pensada e sim para outra finalidade que não havia sido prevista.
Quando isso ocorre, dizemos que há a prescrição e o uso do medicamento off-label, ou
seja, fora da sua indicação.
Assim, o medicamento off-label é aquele cujo médico prescreve para uma determinada
finalidade que não consta expressamente na sua bula.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
O art. 12, II, “a”, da Lei nº 9.656/98 proíbe que os planos de saúde limitem o tempo
para a internação hospitalar. No mesmo sentido, foi editada a súmula do STJ: Súmula
302-STJ: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a
internação hospitalar do segurado. Vale ressaltar, no entanto, que o disposto no art.
12, II, “a” e na Súmula 302 do STJ referem-se, expressamente, à segmentação
hospitalar, e não à ambulatorial. Assim, não é abusiva a cláusula inserta em contrato
de plano de saúde individual que estabelece, para o tratamento emergencial ou de
urgência, no segmento atendimento ambulatorial, o limite de 12 horas.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.764.859-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
06/11/2018 (Info 637).
PROTEÇÃO CONTRATUAL
RESPONSABILIDADE CIVIL
A lanchonete responde pela reparação de danos sofridos pelo consumidor que foi
vítima de crime ocorrido no drive-thru do estabelecimento comercial.
A lanchonete, ao disponibilizar o serviço de drive-thru em troca dos benefícios
financeiros indiretos decorrentes desse acréscimo de conforto aos consumidores,
assumiu o dever implícito de lealdade e segurança.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
DIREITO EMPRESARIAL
FALÊNCIA
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
Assim, a Lei não permite que a publicação seja feita exclusivamente no jornal.
Fundamento: art. 191 da Lei de Falência.
A leitura do caput do art. 191 revela que as publicações devem ser sempre feitas na
imprensa oficial, devendo ser, preferencialmente, feitas também mediante
publicação em jornal ou revista de circulação se as possibilidades financeiras do
devedor ou da massa falida assim comportarem.
Obs: o art. 7º, § 2º trata sobre o edital contendo a relação feita pelo administrador
judicial dos credores do falido.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.758.777-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/09/2018
(Info 633).
PROTESTO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
SOCIEDADES
AÇÃO RESCISÓRIA
Para o Colegiado, é inadmissível ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei na
hipótese em que a decisão rescindenda tiver por fundamento texto legal de interpretação
controvertida nos tribunais (Verbete 343 da Súmula do STF). Com base nesse
entendimento, determinou que prevaleça a qualidade de imutabilidade dos efeitos da
decisão de mérito transitada em julgado proferida pelo acórdão rescindendo.
Asseverou, ainda, que a ação rescisória é via processual inadequada à mera
rediscussão de questões já assentadas pelo Tribunal à época do julgamento do qual
decorreu a decisão que se pretende desconstituir.
Ademais, uma alteração posterior de jurisprudência pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) não legitima o pedido rescisório, notadamente em razão de, à época de sua
prolação, a interpretação sobre o tema ser controvertida no próprio Tribunal.
Em consonância com o instituto da prospective overruling, a mudança jurisprudencial
deve ter eficácia ex nunc, porque, do contrário, surpreende quem obedecia à
jurisprudência daquele momento. Ao lado do prestígio do precedente, há o prestígio da
segurança jurídica, princípio segundo o qual a jurisprudência não pode causar uma
surpresa ao jurisdicionado a partir de modificação do panorama jurídico.
AÇÃO ANULATÓRIA
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
AMICUS CURIAE
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
ARROLAMENTO SUMÁRIO
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
Isso não significa que no arrolamento sumário seja possível homologar a partilha
mesmo sem a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas.
A inovação normativa do § 2º do art. 659 do CPC/2015 em nada altera a condição
estabelecida no art. 192 do CTN, de modo que, no arrolamento sumário, o magistrado
deve exigir a comprovação de quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às
suas rendas para homologar a partilha e, na sequência, com o trânsito em julgado,
expedir os títulos de transferência de domínio e encerrar o processo,
independentemente do pagamento do imposto de transmissão.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.704.359-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/08/2018
(Info 634).
STJ. 2ª Turma. REsp 1.751.332-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
25/09/2018 (Info 636).
CAUÇÃO
Se o autor da ação judicial reside no exterior ou se muda para fora do país durante a
tramitação do processo, ele precisará prestar uma caução que seja suficiente para
pagar as custas processuais e honorários advocatícios caso ele perca a ação (art. 83
do CPC/2015). Não é necessária a prestação de caução para o ajuizamento de ação
por sociedade empresarial estrangeira devidamente representada no Brasil.
Ex: MSC Mediterranean Shipping Company S.A., empresa estrangeira, ajuizou, na
justiça brasileira, uma ação de cobrança. O STJ afirmou que não se deveria exigir
caução para a propositura da demanda, considerando que a autora, apesar de
estrangeira, possuía uma agência de representação no Brasil (a MSC Mediterranean
do Brasil Ltda.). STJ. 3ª Turma. REsp 1.584.441-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado
em 21/08/2018 (Info 632).
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
STJ. 3ª Turma. REsp 1.757.033-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
09/10/2018 (Info 636).
EMBARGOS INFRINGENTES
Nos processos ainda regidos pelo CPC/73, são cabíveis embargos infringentes contra
acórdão que, em julgamento de agravo de instrumento, por maioria de votos, reforma
decisão interlocutória para reconhecer a impenhorabilidade de bem, nos termos da
Lei nº 8.009/90.
STJ. 2ª Seção. EREsp 1.131.917-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. Acd. Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 10/10/2018 (Info 637).
EXECUÇÃO
É possível a penhora, determinada por juízo da execução cível, no rosto dos autos de
execução trabalhista de reclamante falecido, devendo a análise da qualidade do
crédito e sua eventual impenhorabilidade ser feita pelo juízo do inventário.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.678.209-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
02/10/2018 (Info 634).
O art. 649, IV, do CP/1973 previa que as verbas de natureza salarial do executado
eram impenhoráveis.
O § 2º do art. 649 previa uma exceção explícita e dizia que era possível a penhora da
verba salarial do devedor para pagamento de prestação alimentícia.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
O STJ, interpretando esse dispositivo, afirmou que é possível a penhora das verbas
salariais do devedor para pagamento de outras dívidas, além da prestação
alimentícia, desde que essa penhora preserve um valor que seja suficiente para o
devedor e sua família continuarem vivendo com dignidade.
Nas palavras do STJ: a regra geral da impenhorabilidade de salários, vencimentos,
proventos etc. do devedor (art. 649, IV, do CPC/1973) (art. 833, IV, do CPC/2015),
também pode ser excepcionada quando for preservado percentual de tais verbas
capaz de dar guarida à dignidade do devedor e de sua família.
Ex: Flávio recebe salário de R$ 30 mil por mês. Ricardo ajuizou execução contra
Flávio. O juiz determinou a penhora de 30% do salário de Flávio, todos os meses, até
que a dívida que está sendo executada seja paga. O STJ entendeu que essa penhora é
válida e que não violou o art. 649, IV, do CPC/1973.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.582.475-MG, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
03/10/2018 (Info 635).
Não cabe agravo de instrumento contra decisão do juiz que determina a elaboração
dos cálculos judiciais e estabelece os parâmetros de sua realização.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.700.305-PB, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
25/09/2018 (Info 638).
EXECUÇÃO FISCAL
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HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Comentários: a interpretação que deve ser dada ao art. 85, § 7º, do CPC/2015, que
dispõe que "não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a
Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido
impugnada", é a de que, caso a relação jurídica existente entre as partes esteja
concluída desde a ação ordinária, não caberá a condenação em honorários advocatícios
se não houver a apresentação de impugnação. Isso porque o cumprimento de sentença
de que trata o referido diploma legal é decorrência lógica do mesmo processo cognitivo.
Entretanto, nas decisões coletivas - lato sensu - não se especifica o quantum devido
nem a identidade dos titulares do direito subjetivo, sendo elas mais limitadas do que as
que decorrem das demais sentenças condenatórias típicas. Assim, transfere-se para a
fase de cumprimento a obrigação cognitiva relacionada com o direito individual de
receber o que findou reconhecido na ação ordinária. Em face disso, a execução desse
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título judicial pressupõe cognição exauriente, cuja resolução se deve dar com estrita
observância dos postulados da ampla defesa e do contraditório, a despeito do nome
dado ao procedimento, que induz a indevida compreensão de se estar diante de mera
fase de cumprimento, de cognição limitada.
HONORÁRIOS PERICIAIS
IMPENHORABILIDADE
INTERESSE DE AGIR
O credor hipotecário tem interesse de agir para propor ação em face do mutuário
visando ao cumprimento de cláusula contratual que determina a observância dos
padrões construtivos do loteamento. REsp 1.400.607-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, por unanimidade, julgado em 17/05/2018, DJe 26/06/2018 - INFO 628
JUROS MORATÓRIOS
LEGITIMIDADE PASSIVA
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A questão de direito a ser resolvida diz respeito aos efeitos da cisão parcial da Telebrás
sobre a obrigação de emitir, subscrever e integralizar ações (complementação de ações)
em favor do consumidor de serviço de telefonia, titular de contrato de participação
financeira. Nesse passo, relembre-se que a Lei das Sociedades por Ações, no art. 233,
põe a salvo os interesses dos credores da sociedade cindida ante os efeitos da cisão,
estabelecendo a sucessão das obrigações anteriormente constituídas, conjugada com
a solidariedade entre as companhias cindidas e cindenda, solidariedade que incide tão
somente na relação jurídica externa com os credores, não na relação interna entre as
companhias. Na cisão parcial, a regra da solidariedade pode ser excepcionada em favor
das companhias cindendas, ficando estas responsáveis (nas relações externas) tão
somente pelas obrigações que lhes forem expressamente transferidas, "sem
solidariedade entre si ou com a companhia cindida", desde que assegurado aos
credores o direito de oposição. Observe-se que, nas demandas por complementação
de ações, o direito à diferença de ações decorre de uma revisão judicial do contrato de
participação financeira, em que se substitui o critério do balanço anual pelo do balancete
mensal, nos termos da Súmula 371/STJ ("Nos contratos de participação financeira para
a aquisição de linha telefônica, o Valor Patrimonial da Ação [VPA] é apurado com base
no balancete do mês da integralização"). Tratando-se, portanto, de uma revisão judicial
do contrato de participação financeira, o título referente à complementação de ações
somente se constitui definitivamente após o trânsito em julgado da demanda. Na
hipótese, resta evidente que o título referente à complementação de ações somente se
constituiu definitivamente após a cisão da Telebrás. Com relação ao crédito cujo título
se constitui após a cisão, a jurisprudência desta Corte Superior é uníssona no sentido
de que não se aplica a limitação de responsabilidade prevista no art. 233, § 1º, da Lei
n. 6.404/1974. Esse entendimento jurisprudencial tem por escopo proteger os interesses
dos credores, que não teriam como se opor à limitação de responsabilidade, uma vez
que o título de seu crédito ainda não havia sido constituído definitivamente. Afastada,
desse modo, a incidência da norma excepcional do art. 233, § 1º, da Lei n. 6.404/1976,
aplica-se a regra geral da solidariedade (nas relações externas), o que torna a
companhia cindenda (sucessora da concessionária local de telefonia) e a Telebrás (pós-
cisão) partes legítimas para figurarem no polo passivo da demanda por
complementação de ações.
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MANDADO DE SEGURANÇA
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Cabe Habeas Corpus para impugnar decisão judicial que determinou a retenção de
passaporte.
RHC 97.876-SP, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade,
julgado em 05/06/2018, DJe 09/08/2018 INFO 631
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Não cabe Habeas Corpus para impugnar decisão judicial que determinou a suspensão
de Carteira Nacional de Habilitação - CNH.
RHC 97.876-SP, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade,
julgado em 05/06/2018, DJe 09/08/2018 INFO 631
O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil pública que vise
o fornecimento de remédios a portadores de certa doença.
RE 605533/MG, Plenário, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 15.8.2018 – Tema
262 Repercussão Geral (INFO 911)
Cabe ao Ministério Público a promoção do inquérito civil e da ação civil pública na defesa
de interesses difusos e coletivos, a teor do art. 129, III, (1) da Constituição Federal (CF).
Ademais, a ação proposta é definida pelos termos da petição inicial, que, no caso
concreto, apontou cidadã sem condições financeiras para aquisição dos fármacos e
negativa de fornecimento destes pela Secretaria de Saúde local. Acontece que a
referida peça se mostrou abrangente — tanto no tocante à narração dos fatos, quanto
em relação ao pedido —, aludindo não apenas à situação daquela paciente como
também à dos demais portadores da doença considerada grave.
Mais do que isso, ao postular pronunciamento condenatório, citou-se como destinatários
pacientes acometidos pela enfermidade. Assim, a menção ao indivíduo foi meramente
exemplificativa.
Dessa forma, se revelou inquestionável a qualidade do “parquet” para ajuizar ação civil
pública objetivando, em sede de processo coletivo o interesse social que legitima a
intervenção e a ação em juízo do Ministério Público, a defesa de direitos impregnados
de transindividualidade ou de direitos individuais homogêneos, notadamente aqueles de
caráter indisponível, porque revestidos de inegável relevância social, como sucede, de
modo bastante particularmente expressivo, com o direito à saúde, que traduz
prerrogativa jurídica de índole eminentemente constitucional.
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PRESSUPOSTO PROCESSUAL
RECURSOS
No sistema regido pelo NCPC, o recurso cabível da decisão que acolhe impugnação ao
cumprimento de sentença e extingue a execução é a apelação.
REsp 1.698.344-MG, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade,
julgado em 22/05/2018, DJe 01/08/2018 INFO 630
Inicialmente, de acordo com a sistemática vigente, dois são os critérios para definição
do pronunciamento jurisdicional como sentença: (I) conteúdo equivalente a uma das
situações previstas nos arts. 485 ou 489 do CPC/2015; e (II) determinação do
encerramento de uma das fases do processo, conhecimento ou execução. Importa
salientar, ainda, que, o processo de execução será adequado para as situações em que
esta é fundada em título extrajudicial (art. 771, NCPC). Nos demais casos, a execução
ocorrerá numa fase posterior à sentença, denominada cumprimento de sentença (art.
513, NCPC), no bojo do qual será processada a impugnação oferecida pelo executado,
e que se resolverá a partir de pronunciamento judicial que pode ser sentença ou decisão
interlocutória, a depender de seu conteúdo e efeito. Destarte, se a decisão impugnada
extinguiu a execução, nos termos do art. 924, juntamente com o previsto no § 1º do art.
203, é possível concluir que sua natureza jurídica é de sentença e não de decisão
interlocutória, sendo cabível, nesses termos, o recurso de apelação, por expressa
disposição do art. 1.009 do CPC/2015. Ademais, registre-se que o recurso cabível em
face de decisões proferidas no cumprimento de sentença - acolhendo apenas em parte
a impugnação e as que decidirem por sua total improcedência - é o agravo.
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Não cabe agravo de instrumento contra decisão do juiz que determina a elaboração
dos cálculos judiciais e estabelece os parâmetros de sua realização.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.700.305-PB, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
25/09/2018 (Info 638).
SUSPENSÃO DO PROCESSO
Se a ação é proposta contra indivíduo que já estava morto, o juiz não deverá
determinar a habilitação, a sucessão ou a substituição processual. De igual modo, o
processo não deve ser suspenso para habilitação de sucessores. Isso porque tais
institutos são aplicáveis apenas para as hipóteses em que há o falecimento da parte
no curso do processo judicial. O correto enquadramento jurídico desta situação é de
ilegitimidade passiva, devendo ser facultado ao autor, diante da ausência de ato
citatório válido, emendar a petição inicial para regularizar o polo passivo, dirigindo
a sua pretensão ao espólio.
Ex: em 04/04/2018, o Banco ajuizou execução de título extrajudicial contra João. A
tentativa de citação, todavia, foi infrutífera, tendo em vista que João havia falecido em
04/03/2018, ou seja, um mês antes. Diante disso, o juiz deverá permitir que o
exequente faça a emenda da petição inicial para a substituição do executado falecido
pelo seu espólio. STJ. 3ª Turma. REsp 1.559.791-PB, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 28/08/2018 (Info 632).
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A Turma considerou que a afirmação do senador pode configurar injúria contra a honra
da mulher do deputado federal, em face da apontada traição, o que lhe confere a
legitimidade ativa. Citou, ademais, entendimento doutrinário que reconhece a
legitimidade ativa do homem casado que é chamado de “corno” em relação a conduta
desonrosa atribuída a sua mulher. Concluiu que o mesmo tratamento deve ser dado a
uma mulher que se sente ofendida, em decorrência de alegada traição.
ACORDO DE LENIÊNCIA
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Contudo, não há óbice ao compartilhamento das provas, desde que o pedido se mostre
adequadamente delimitado e justificado, na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal (STF) (Pet 6.845 e Pet 7.463), observadas cautelas especiais quando se tratar
de colaboração premiada e acordo de leniência.
Em 2016, foi instaurado inquérito no STF para apurar crimes de corrupção passiva
(art. 317 do CP) e de lavagem de dinheiro (art. 1º, V, da Lei nº 9.613/98) que teriam
sido praticados por Aécio Neves.
O Delegado de Polícia Federal concluiu as investigações, opinando, no relatório
policial, pelo arquivamento do inquérito sob a alegação de que não foram reunidos
indícios contra o investigado.
A Procuradoria-Geral da República afirmou que, após a manifestação do Delegado,
surgiram novos indícios e que, portanto, as investigações deveriam continuar.
Afirmou, contudo, que o STF deveria remeter os autos à 1ª instância para que as
investigações continuassem lá, tendo em vista que os delitos praticados por Aécio
Neves teriam sido praticados fora do cargo de parlamentar federal, não havendo
competência do STF.
O STF determinou o retorno dos autos à PGR para que ela conclua as diligências ainda
pendentes de execução, no prazo de 60 dias, e que depois apresente manifestação
conclusiva nos autos, apontando concretamente os novos elementos de prova a
serem considerados. De posse de manifestação mais objetiva da PGR, com provas
suficientes para eventual continuidade das investigações, o STF poderá avaliar se é
mesmo o caso de arquivamento ou se a investigação deve prosseguir e em que
condições.
STF. 2ª Turma. Inq 4244/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 20/11/2018 (Info 924).
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Não faz coisa julgada material decisão proferida em audiência de custódia que
relaxou a prisão por atipicidade da conduta, podendo o Ministério Público oferecer a
denúncia.
A audiência de custódia envolve apenas juízo preliminar acerca da legitimidade da
prisão preventiva, da necessidade de sua manutenção, da possibilidade de seu
relaxamento ou de sua substituição por medidas alternativas. Portanto, não se
equipara à decisão de mérito para efeito de coisa julgada.
A atipicidade da conduta apontada pelo juiz plantonista, em sede de audiência de
custódia, foi utilizada como fundamento para o relaxamento da prisão. Entretanto,
esse magistrado não possui competência para determinar o arquivamento dos autos,
já que sua atuação está limitada à regularidade da prisão.
HC 157.306/SP, Primeira Turma, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 25.9.2018. (HC-
157306) (INFO 917)
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CASA DE PROSTITUIÇÃO
CÓDIGO DE TRÂNSITO
A regra que prevê o crime do art. 305 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é
constitucional, posto não infirmar o princípio da não incriminação, garantido o
direito ao silêncio e ressalvadas as hipóteses de exclusão da tipicidade e da
antijuridicidade.
STF. Plenário. RE 971.959/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/11/2018
(repercussão geral) (Info 923).
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COLABORAÇÃO PREMIADA
Ainda que remetido a outros órgãos do Poder Judiciário para apuração dos fatos
delatados, o juízo que homologou o acordo de colaboração premiada continua sendo
competente para analisar os pedidos de compartilhamento dos termos de
depoimentos prestados no âmbito da colaboração. STF. 2ª Turma.
PET 7065/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 30/10/2018 (Info 922).
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COMPETÊNCIA
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CONTRABANDO / DESCAMINHO
CORRUPÇÃO ATIVA
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De início, é mister consignar que não há razão plausível para reconhecer que o crime
de corrupção ativa tenha extinta a punibilidade porque a autora pagou, antes do
recebimento da denúncia, o montante de tributo que havia elidido, indevidamente, com
o oferecimento da vantagem indevida a servidor público encarregado de emitir a guia
de recolhimento respectiva. São delitos totalmente distintos, com bem jurídicos
tutelados igualmente diversos. A extinção da punibilidade dos crimes de cunho fiscal,
pelo pagamento do tributo, antes do recebimento da denúncia, tem a ver com a proteção
da ordem tributária e com a efetividade da arrecadação estatal, enquanto no crime de
corrupção ativa, o bem jurídico tutelado é o normal funcionamento e o prestígio da
administração pública. Nesse sentido, oferecer a funcionário público vantagem ilícita
para que não emita guia com o valor realmente devido a título de tributo causa mortis,
é, em tese e sem qualquer prejulgamento, conduta de reprovabilidade patente e não
merece, por isso mesmo, benefício de extinção da punibilidade, muito menos por lógica
de analogia, porque subverte a ordem da administração pública, depõe contra a sua
reputação e influencia o comportamento de outros agentes públicos, ainda que a
diferença do quantum devido, tenha sido solvida antes do recebimento da denúncia.
Este fato, por si só, não tem força para apagar a agressão ao prestígio da Administração.
O crime de corrupção, abstratamente descrito como típico no art. 333 do Código Penal,
possui natureza formal e se aperfeiçoa com a oferta ou promessa de vantagem indevida
a funcionário público, para praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Por outro lado, o que
motivou o legislador ordinário a decretar a Lei nº 9.249/1995, que em seu artigo 34
dispõe acerca da extinção da punibilidade do crime contra a ordem tributária, quando o
agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive acessórios,
antes do recebimento da denúncia, foi o mote arrecadador, ou seja, para o Estado, em
se tratando de delito fiscal, afigura-se vantajoso receber o montante pecuniário relativo
ao tributo com a "ameaça" do processo criminal, ainda que a ordem tributária tenha sido,
em tese, malferida com a ação de sonegar.
CORRUPÇÃO PASSIVA
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Tal compreensão busca distinguir o administrador probo que, sem má-fé, agindo com
culpa, aplica equivocadamente a norma de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
daquele que afasta a concorrência de forma deliberada, sabendo-a imperiosa, com
finalidade ilícita.
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EMBARGOS INFRINGENTES
EXECUÇÃO PENAL
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Regime aberto não beneficia condenado reincidente, uma vez que esse regime pode
se tornar um incentivo à criminalidade, mais ainda em cidades menores, onde o furto
é, via de regra, perpetrado no mesmo estabelecimento.
HC 136385/SC, Primeira Turma, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgamento em 7.8.2018 (INFO 910)
Agente reincidente, condenado por furto simples (art. 155 caput) a um ano e quatro
meses de reclusão, regime inicial fechado. Defesa postula aplicação do regime aberto,
com base no princípio da insignificância, considerando que o objeto furtado foi apenas
uma garrafa de licor. A primeira turma, por maioria, concedeu HC para fixar o regime de
cumprimento de pena semiaberto. A reincidência delitiva do paciente, que praticou o
quinto furto em pequeno município, eleva a gravidade subjetiva de sua conduta, não
cabendo o regime aberto.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Inicialmente cumpre salientar que o voto condutor do acórdão proferido pelo STF na QO
na APn 937 considerou que a cláusula constitucional que confere prerrogativa de foro a
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HABEAS CORPUS
INQUÉRITO
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STJ – 628 ATÉ 638
Inq 4420/DF, Segunda Turma. rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 21.8.2018.
INFO 912
Investigava-se a prática do crime previsto no art. 350 (3) do Código Eleitoral (CE), em
razão da suposta omissão de doações na prestação de contas de campanha eleitoral.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pugnou pela declinação da competência à
Justiça Eleitoral.
No caso, após mais de um ano de investigação, não há nenhuma perspectiva de
obtenção de prova suficiente da existência do fato criminoso. Apuram-se pagamentos
em dinheiro em setembro de 2010. A versão dos colaboradores é de que o dinheiro teria
sido entregue em hotel na zona sul de São Paulo. Entretanto, o inquérito sequer
conseguiu localizar o estabelecimento no qual o pagamento teria ocorrido.
Assim, a declinação da competência em investigação fadada ao insucesso
representaria apenas protelar o inevitável, violados o direito à duração razoável do
processo e a dignidade da pessoa humana.
INTERROGATÓRIO
Nas ações penais originárias, o interrogatório deve ser o último ato da instrução.
Apesar de não haver uma alteração específica do art. 7º da Lei 8.038/1990, com base
no Código de Processo Penal, entende-se que o interrogatório é um ato de defesa,
mais bem exercido depois de toda a instrução, porque há possibilidade do
contraditório mais amplo.
AP 1027/DF, Primeira Turma, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luís Roberto
Barroso, julgamento em 2.10.2018. (INFO 918)
INTIMAÇÃO
JÚRI
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Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho de sentença afirma a
existência de crime em plena fala da acusação.
HC 436.241-SP, Sexta Turma, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, por
unanimidade, julgado em 19/06/2018, DJe 27/06/2018. INFO 630
Durante seção plenária de julgamento pelo tribunal do júri, houve, por parte de um dos
membros do conselho de sentença, expressa manifestação ouvida por todos e
repreendida pelo juiz, acerca do próprio mérito da acusação, pois afirmou que havia
"crime", durante a fala da acusação. Em tal hipótese, houve quebra da
incomunicabilidade dos jurados, o que, por expressa disposição legal, era causa de
dissolução do conselho de sentença e de imposição de multa ao jurado que cometeu a
falta. Veja-se que, afirmar um jurado que há crime, em plena argumentação do Ministério
Público, pode, sim, ter influenciado o ânimo dos demais e, pois, é de se reconhecer a
nulidade, como adverte a doutrina: "a quebra da incomunicabilidade não implica apenas
exclusão do jurado do conselho de sentença, mas a dissolução do conselho de
sentença, se for constatada durante o julgamento, ou a nulidade absoluta do julgamento,
caso somente seja constatada depois de encerrada a sessão."
Para a primeira corrente, essa possibilidade está alinhada com a lógica do precedente
firmado pelo STF no ARE 964.246, já que, também no caso de decisão do Júri, o
Tribunal, mesmo em apelação, não poderá reapreciar os fatos e provas, na medida em
que a responsabilidade penal do réu já foi assentada soberanamente pelo Tribunal
Popular.
Para a segunda corrente, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o ARE
964.246, entendeu que o início da execução da pena condenatória após a confirmação
da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção de
inocência, sendo permitida a prisão, entretanto, apenas após o esgotamento das
instâncias ordinárias.
Logo, não há o esgotamento da jurisdição nas instâncias ordinárias antes do julgamento
da apelação pelo Tribunal de 2ª instância.
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STF – 909 ATÉ 927
STJ – 628 ATÉ 638
Se a condenação proferida pelo júri foi anulada pelo Tribunal em recurso exclusivo
da defesa, isso significa que deverá ser realizado um novo júri, mas, em caso de nova
condenação, a pena imposta neste segundo julgamento não poderá ser superior
àquela fixada na sentença do primeiro júri.
Em outras palavras, se apenas o réu recorreu contra a sentença que o condenou e o
Tribunal decidiu anular a sentença, determinando que outra seja prolatada, esta
nova sentença, se também for condenatória, não pode ter uma pena superior à que
foi aplicada na primeira. Isso é chamado de princípio da ne reformatio in pejus
indireta, que tem aplicação também no Tribunal do Júri. A soberania do veredicto dos
jurados (art. 5º, XXXVIII, “c”, da CF/88) não autoriza a reformatio in pejus indireta.
STF. 2ª Turma. HC 165376/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/12/2018 (Info
927).
LEI DE DROGAS
Não é possível decretar a prisão preventiva, por razões genéricas, de réu primário
por porte de pequena quantidade de maconha.
HC 140379/RJ, Primeira Turma, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto
Barroso, julgamento em 23.10.2018. (INFO 921)
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MEDIDA DE SEGURANÇA
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Vale ressaltar, ainda, que constava dos autos um parecer psiquiátrico afirmando que
não há qualquer indicação médica para a internação do paciente em hospital
psiquiátrico, visto que “não há possibilidade de ‘cura’ para seus traços de personalidade
disfuncionais”.
Assim, o STF concluiu que a manutenção do paciente no HCTP é inconstitucional,
porque restringe uma garantia fundamental (a liberdade) pela via da interdição civil de
quem teve a punibilidade extinta e possui laudo psiquiátrico favorável à desinternação.
MULTA
Obs: a Súmula 521-STJ fica superada e deverá ser cancelada. Súmula 521-STJ: A
legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em
sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.
O art. 291 do Código Penal tipifica, entre outras condutas, a posse ou guarda de
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda.
A expressão “especialmente destinado” não diz respeito a uma característica
intrínseca ou inerente do objeto. Se assim fosse, só o maquinário exclusivamente
voltado para a fabricação ou falsificação de moedas consubstanciaria o crime, o que
implicaria a absoluta inviabilidade de sua consumação (crime impossível), pois nem
mesmo o maquinário e insumos utilizados pela Casa de Moeda são direcionados
exclusivamente para a fabricação de moeda.
A dicção legal está relacionada ao uso que o agente pretende dar ao objeto, ou seja, a
consumação depende da análise do elemento subjetivo do tipo (dolo), de modo que,
se o agente detém a posse de impressora, ainda que manufaturada visando ao uso
doméstico, mas com o propósito de a utilizar precipuamente para contrafação de
moeda, incorre no referido crime.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.758.958-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
11/09/2018 (Info 633).
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PRESCRIÇÃO
Nos crimes contra a ordem tributária, o prazo prescricional não corre enquanto
estiverem sendo cumpridas as condições do parcelamento do débito fiscal.
ARE 1037087 AgR/SP, Segunda Turma, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em
14.8.2018 (INFO 911)
Permitir que a prescrição siga seu curso normal durante o período de adesão voluntária
do contribuinte ao programa de recuperação fiscal serviria como estratégia do réu para
alcançar a impunidade.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
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STJ – 628 ATÉ 638
PRISÃO DOMICILIAR
PRISÃO PREVENTIVA
Para a decretação da prisão preventiva, o art. 312 do CPP exige a prova da existência
do crime. O decreto prisional é, portanto, ilegal se descreve a conduta do paciente de
forma genérica e imprecisa e não deixa claro, em nenhum momento, os delitos a ele
imputáveis e que justificariam a prisão preventiva. A liberdade de um indivíduo
suspeito da prática de infração penal somente pode sofrer restrições se houver
decisão judicial devidamente fundamentada, amparada em fatos concretos, e não
apenas em hipóteses ou conjecturas, na gravidade do crime ou em razão de seu
caráter hediondo. O juiz pode dispor de outras medidas cautelares de natureza
pessoal, diversas da prisão, e deve escolher aquela mais ajustada às peculiaridades
da espécie, de modo a tutelar o meio social, mas também dar, mesmo que
cautelarmente, resposta justa e proporcional ao mal supostamente causado pelo
acusado. No caso concreto, o STF entendeu que o perigo que a liberdade do paciente
representaria à ordem pública ou à aplicação da lei penal poderia ser mitigado por
medidas cautelares menos gravosas do que a prisão. Além disso, os fatos imputados
ao paciente ocorreram há alguns anos (2011 a 2014), não havendo razão para, agora
(2018), ser decretada a prisão preventiva. Diante disso, o STF substituiu a prisão
preventiva pelas medidas cautelares diversas de: a) comparecimento periódico em
juízo; b) proibição de manter contato com os demais investigados; c) entrega do
passaporte e proibição de deixar o País sem autorização do juízo.
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STF. 2ª Turma. HC 157.604/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018 (Info
914).
PROVAS
RACISMO
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do preço vendido em outra cidade vizinha. Por que? Porque eles revendem tudo
baratinho lá. Não querem nada com nada.” O STF entendeu que a conduta de
Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89). As palavras
por ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão prevista no art. 5º, IV, da
CF/88, além de também estarem cobertas pela imunidade parlamentar (art. 53 da
CF/88). O objetivo de seu discurso não foi o de repressão, dominação, supressão ou
eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O pronunciamento do parlamentar
estava vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das terras e
configuram manifestação política que não extrapola os limites da liberdade de
expressão. Além disso, as manifestações de Bolsonaro estavam relacionadas com a
sua função de parlamentar. Inclusive, o convite para a palestra se deu em razão do
exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a sua visão geopolítica e
econômica do País. Assim, havia uma vinculação das manifestações apresentadas na
palestra com os seu pronunciamentos na Câmara dos Deputados, de sorte que incide
a imunidade parlamentar.
STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info
915).
RECURSOS
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SENTENÇA
SUSTENTAÇÃO ORAL
TORTURA
Somente pode ser agente ativo do crime de tortura-castigo (art. 1º, II, da Lei nº
9.455/97) aquele que detiver outra pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade
(crime próprio).
STJ. 6ª Turma. REsp 1.738.264-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
23/08/2018 (Info 633
TRIBUNAL DO JURI
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DEFENSORIA PÚBLICA
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INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
MAIORIDADE
De início, note-se que a partir do momento em que foi sancionado o Estatuto da Criança
e do Adolescente, observou-se um período intermediário, compreendido entre os 18 e
os 21 anos, no qual se poderia ter um indivíduo considerado relativamente incapaz para
a prática dos atos da vida civil, porém, sob o aspecto criminal, seria capaz. Daí exsurge
a premissa de o legislador ter previsto no parágrafo único do art. 2º da Lei n. 8.069/1990,
que, nos casos expressos em lei, aplicar-se-iam as normas previstas no ECA, também,
às pessoas entre 18 e 21 anos. Ainda que inexistente norma expressa no sentido da
extinção da medida socioeducativa pelo implemento da maioridade civil, é inegável que
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CONCUSSÃO
A aplicação da agravante genérica prevista no art. 70, II, "l", do Código Penal Militar
não configura bis in idem pelo crime de concussão, quando praticados por militar em
serviço.
EREsp 1.417.380-RJ, Terceira Seção, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, por unanimidade,
julgado em 08/08/2018, DJe 14/08/2018. INFO 631
A agravante genérica prevista no art. 70, II, "l", do Código Penal Militar ("estando de
serviço") não é ínsita ao tipo penal que prevê o crime de concussão. O referido delito,
como se infere da descrição típica, configura-se mediante a conduta do agente (militar
ou assemelhado, nos termos do art. 21 do CPM) que exige, direta ou indiretamente, na
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. A perfeita
adequação típica exige que a conduta contenha três características centrais: a) a
exigência feita pelo agente (direta ou indiretamente); b) a conduta intimidatória (em
razão da função exercida ou a exercer pelo agente) e c) o objetivo de obter vantagem
indevida. Note-se que para a configuração do referido delito, cuidou o legislador de
explicitar que ele ocorre ainda que o agente esteja fora da função ou até antes de a
assumir. Tal cuidado traduz a ideia de que o crime pode se configurar mesmo que a
exigência seja feita por agente que ainda não tenha, por questões circunstanciais, a
atribuição de praticar o ato que ensejou à intimidação da vítima (uma espécie de ameaça
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DIREITO INTERNACIONAL
EXTRADIÇÃO
O estrangeiro que estava no Brasil e foi extraditado para outro país somente pode ser
julgado ou cumprir pena no estrangeiro pelo crime contido no pedido de extradição.
Se o extraditando havia cometido outro crime antes do pedido de extradição, não
poderá, em regra, responder por tais delitos se não constou expressamente no pedido
de extradição. A isso se dá o nome de “princípio da especialidade”. Ex.: a Alemanha
pediu ao Brasil a extradição do alemão mencionando o crime 1; logo, em regra, o réu
somente poderá responder por este delito; se havia um crime 2, praticado antes do
pedido de extradição, o governo brasileiro deveria ter mencionado expressamente
não apenas o crime 1, como também o 2. Para que o réu responda pelo crime 2, o
governo alemão deverá formular ao Estado estrangeiro um pedido de extensão da
autorização da extradição. Isso é chamado de “extradição supletiva”. No caso
concreto, o STF autorizou o pedido de extensão. É possível o pedido de extensão ou
de ampliação nas hipóteses em que já deferida a extradição, desde que observadas as
formalidades em respeito ao direito do súdito estrangeiro (dupla tipicidade,
inexistência de prescrição e demais requisitos).
STF. 1ª Turma. Ext 1363 Extn/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
4/12/2018 (Info 926).
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DIREITO AMBIENTAL
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DIREITO ELEITORAL
BIOMETRIA
FUNDO PARTIDÁRIO
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INELEGIBILIDADE
No caso, o cunhado do ora recorrente obteve o segundo lugar nas eleições municipais
de 2008 para o cargo de prefeito, mas acabou assumindo a função de forma definitiva
em 2009, em decorrência de decisão da Justiça Eleitoral que cassou o mandato do
primeiro colocado. Posteriormente, o recorrente disputou as eleições municipais em
2012, ocasião em que foi eleito, pela primeira vez, para o mandato de prefeito.
Entretanto, ao se candidatar à eleição seguinte para o mesmo cargo, sua candidatura
foi impugnada ante o reconhecimento do exercício, pela terceira vez consecutiva, por
integrante do mesmo núcleo familiar, da chefia do Poder Executivo local, em ofensa ao
que disposto no art. 14, §§ 5º e 7º (1), da Constituição Federal.
A Turma afirmou que o Poder Constituinte se revelou hostil a práticas ilegítimas que
denotem o abuso de poder econômico ou que caracterizem o exercício distorcido do
poder político-administrativo.
Com o objetivo de proteger a normalidade e a legitimidade das eleições contra a
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função pública, foram
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LIBERDADE DE EXPRESSÃO
DIREITO REGISTRAL
REGIME JURÍDICO
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AÇÃO RESCISÓRIA
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No que toca ao art. 625-E, parágrafo único, da CLT, este deve ser interpretado no
sentido de que a “eficácia liberatória geral” do termo neles contido está relacionada
ao que foi objeto da conciliação. Diz respeito aos valores discutidos e não se
transmuta em quitação geral e indiscriminada de verbas trabalhistas. (ADI 2139/DF,
ADI 2160/DF e ADI 2237/DF, j. em 1/8/2018, INFO 909)
“Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, pelo
empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, fornecendo-se cópia às
partes. Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá
eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.”
(Incluídos pela Lei 9.958/2000)
PLANO DE SAÚDE
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PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
É constitucional o inciso II do art. 852-B da CLT. (ADI 2139/DF, ADI 2160/DF e ADI
2237/DF, j. em 1/8/2018, INFO 909)
Por fim, a isonomia constitucional não impõe tratamento linear e rígido a todos os que
demandam a atuação do Poder Judiciário. A admissão da citação editalícia no
mencionado rito representaria desigualdade material. Essa prática tenderia a alinhar os
ritos sumaríssimo e ordinário em detrimento dos princípios da primazia da realidade e
da razoabilidade. Portanto, caso não se encontre o jurisdicionado, haverá a
transformação do procedimento em ordinário.
TERCEIRIZAÇÃO
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É lícita a terceirização de toda e qualquer atividade, meio ou fim, de forma que não se
configura relação de emprego entre a contratante e o empregado da contratada. Porém,
na terceirização, compete à contratante verificar a idoneidade e a capacidade
econômica da terceirizada e responder subsidiariamente pelo descumprimento das
normas trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias.
A decisão na ADPF não afeta os processos em relação aos quais tenha havido coisa
julgada.
O Enunciado 331 (1) da Súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi considerado
inconstitucional por violar os princípios da livre iniciativa e da liberdade contratual.
DIREITO ECONÔMICO
DIREITOS ANTIDUMPING
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STJ. 1ª Turma. REsp 1.728.921-SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em
16/10/2018 (Info 636).
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