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Caras crispadas, olhos selvagens

Música eletrônica perturbadora (Suck my Wobble / Dextron). Black out. Os


personagens que narram se iluminam com uma lanterna.
Narrador: Para centenas de mulheres madrilenhas, a vida tinha ganho um novo
objetivo. O fogo que fulminava suas entranhas não tinha descanso. Os homens não
conseguiam acalmá-las totalmente, mas a situação melhorava quando eles estavam
dentro delas. As mulheres empregavam todo seu tempo na caça e captura do macho.
Abandonaram os filhos, tarefas domésticas, compromissos sociais, deveres
profissionais, mães moribundas, ideologias, etc, para sair à procura de alimento. Madri
vivia o esplendor do caos mais infernal. Ninguém entendia o que estava acontecendo, o
medo e o desejo incontrolável reinavam por todos os lados.
Ming: Os elementos corrosivos que Ming tinha inserido nos absorvente haviam
transtornado todos os organismos femininos, mas nenhuma mulher teve a ideia de
procurar um hospital. Por isso, só se falava de homens afetados pela peste. Mas as
afetadas eram elas! Ninguém sabia nada. Mas era algo muito forte.
Raimunda: Só Júlio, Armando e Raimunda sabiam o motivo daquilo tudo.
Julio: E cabia a eles pôr um fim naquela situação.
Música termina. As luzes se acendem.
Armando: Na mesma noite do jantar, Armando reuniu-se com sua equipe e explicou a
situação. O que contou era inaudito, mas o estado da cidade também era. Armando
ordenou que na manhã seguinte todos os produtos Ming fossem retirados das farmácias.
Julio: Os jornais falavam em vários homens mortos nos hospitais, e entre eles estavam
Máximo e Larrondo, vítimas felizes do furor das enfermeiras.

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