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EXMO. SR. DR.

JUIZ DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA


DE RECIFE/PE

, , , , , inscrito no CPF , , residente e domiciliado na , nº , na cidade de , , vem


à presença de Vossa Excelência, por seu procurador, propor

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
C/C PEDIDO LIMINAR

em face de, inscrito no , telefone, e-mail com endereço na , nº , na cidade de ,


, pelo rito pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

SÍNTESE DOS FATOS

O Reclamante foi contratado em pelo Reclamado para trabalhar no cargo


de , com a função de pelo período de horas diárias, das horas às horas com de
intervalo.
A remuneração contratada para horas semanais foi de , sem qualquer
pacto nem pagamento sobre as horas extras.
Em foi despedido, sem aviso prévio, sob o motivo de e até a presente
data não recebeu as verbas rescisórias nem a documentação necessária para o
seguro-desemprego, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional.

DA CONCILIAÇÃO PRÉVIA

A presente demanda foi submetida à Comissão de Conciliação Prévia, de que


trata a Lei nº 9958/00 certidão negativa de conciliação anexa

DA DESNECESSIDADE DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA.

O Reclamante informa que deixou de submeter a presente demanda à


Comissão de Conciliação Prévia em razão do entendimento pacificado do
Supremo Tribunal Federal no julgamento das ADINs 2.139-7 e 2.160-5, que
declarou inconstitucional a obrigatoriedade da submissão de qualquer
demanda à Comissão de Conciliação Prévia, motivo pelo qual acessa a autora
diretamente a via judicial.

Nesse sentido:

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO. O


comparecimento perante a Comissão de Conciliação Prévia é uma faculdade
assegurada ao Obreiro, objetivando a obtenção de um título executivo
extrajudicial, conforme previsto pelo artigo 625-E, parágrafo único, mas não
constitui condição da ação, nem tampouco pressuposto processual na
reclamatória trabalhista, diante do comando emergente do artigo 5º, XXXV, da
Constituição Federal” TRT - Resolução Administrativa nº 08/2002 – de 12/11/0
Portanto, independente da submissão do litígio à Comissão de conciliação
prévia, deve ser recebido e julgado o presente feito.

DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

O reclamante sempre cumpriu determinações da reclamada mediante


remuneração pactuada, preenchendo todos os requisitos necessários para
reconhecimento do vínculo empregatício previstos no art. 3º da CLT:

“Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de


natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário”.

O Reclamante, no presente caso preenche todos os requisitos, a saber:


Pessoalidade – Os encargos eram executados exclusivamente pelo
Reclamante que recebia as atribuições individualmente, prestando os serviços
com pessoalidade, comprometimento e zelo.
Habitualidade – Todas as atividades eram executadas pelo reclamante nos
mesmos horários com habitualidade, sempre dentro das determinações
impostas pela reclamada;
Onerosidade – O reclamante percebia habitualmente a remuneração de
R$ por mês, conforme extrato de sua conta que junta em anexo,
caracterizando a onerosidade das tarefas realizadas;

Subordinação – O reclamante era subordinado à Reclamada, uma vez que


toda execução da prestação do serviço era mediante ordens e determinações
de , não tendo o reclamante qualquer autonomia na execução de suas
atividades.
Resta claro, portanto, a presença de todos os requisitos necessários para o
reconhecimento do vínculo empregatício.

DA DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA

Diante da inexistência de justa causa para a rescisão do contrato de trabalho


surge para a Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado.

Trata-se de previsão do § 1º do art. 487, da CLT que estabelece que a não


concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos
salários do respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para
todos os fins legais.

Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado, corresponde a mais 30 dias


de tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40%.

DA RETIFICAÇÃO E BAIXA DA CTPS

Embora contratado para laborar em o Reclamante teve sua CTPS anotada


apenas no dia na modalidade contrato de experiência, deixando de contabilizar
mais de meses de contrato.

Conforme , prova que passará a constituir, a efetiva contratação da Reclamante


ocorreu em , sem qualquer registro, requer seja o Reclamado condenado a
retificar a CTPS com data de admissão em na função de .
Bem como deve ser dada baixa na sua CTPS, assinalando como término do
pacto laboral.

DA RESCISÃO INDIRETA

A rescisão indireta é direito do empregado sempre que diante de circunstâncias


legais previstas na CLT:

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a


devida indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários
aos bons costumes, ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua


família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma
a afetar sensivelmente a importância dos salários.

Assim, considerando que o reclamante foi submetido a , resta configurada a


rescisão indireta.

DA RESCISÃO INDIRETA - ASSÉDIO MORAL


Após inúmeras situações constrangedoras vivenciadas no ambiente de trabalho,
o Reclamante foi obrigado a pedir demissão.

Afinal, estava impedido de exercer suas atividades dentro de um ambiente


saudável, obrigando-o a se afastar da situação degradante que vinha
amargando, caracterizando a rescisão indireta:

RESCISÃO INDIRETA - ASSÉDIO MORAL - INDENIZAÇÃO DEVIDA POR


VIOLAÇÃO DA HONRA E DA INTIMIDADE PESSOAIS O assédio moral é
caracterizado pela pressão continuada e de cunho psicológico que uma pessoa
exerce sobre outra, com o intuito de forçá-la a adotar determinada prática, como
aumentar sua produtividade ou a pedir demissão. Neste contexto, conforme
pacificado pela doutrina e jurisprudência, caracteriza-se o assédio moral
(também denominado de -mobbing") pela conduta lesiva e culposa do
empregador, que abusa do poder diretivo, disciplinar ou fiscalizatório e cria um
ambiente de trabalho hostil, expondo seus empregados a reiteradas situações
de constrangimento e humilhação, que ofendem sua saúde mental e até mesmo
física. O dano engendrado pela conduta antijurídica do empregador deve ser
compensado com uma indenização que vise recompor a honra aviltada pelo ato
atentatório da dignidade ínsita a todo ser humano.(TRT-1 - RO:
3556420125010057 RJ, Relator: Evandro Pereira Valadao Lopes, Data de
Julgamento: 03/04/2013, Sétima Turma, Data de Publicação: 17-04-2013)

Desse modo, requer que, seja declarada judicialmente a rescisão indireta do


contrato de trabalho, bem como a condenação do Reclamado ao pagamento de
todas as verbas rescisórias devidas.

DO DANO MORAL

Conforme relatado, o reclamante era constantemente humilhado e


menosprezado diante dos demais colegas. A conduta da reclamada por
arbitrária, abusiva e inconveniente submetia o Reclamante a situações
insustentáveis.
Afinal, estava diariamente à mercê da incansável tentativa do reclamado a
obrigar o reclamante a pedir para sair.

A conduta da Reclamada é contrária não somente ao direito, como também à


moral. Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de comprovar
o efetivo dano moral que se lhe irrogou, tratar-se-ia de tarefa inalcançável a
necessidade de demonstração de existência de um dano psíquico.

A exposição do empregado a situações constrangedoras por parte do


reclamado, que extrapolou no exercício do poder diretivo (CLT, art. 2º, caput),
caracteriza abuso de direito do qual resulta em dano incomensurável à honra e
à integridade psíquica do autor, com violação aos direitos básicos da
personalidade tutelados pela lei (CF/88, art. 5º, incisos V e X; Cód. Civil, arts. 11
e ss) e restando configurado o dano moral, passível de indenização.

Em julgamento sobre o tema, através do seu ilustre relator o Dr. Emerson José
Alves Lage (01245-2005-012-03-00-0-RO) disciplinou sobre o tema:

“São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade física e psíquica da pessoa,


por força de expressa disposição de lei, garantias que têm destacada
importância também no contexto do pacto laboral, fonte de dignidade do
trabalhador. Daí porque a violação a qualquer desses bens jurídicos, no âmbito
do contrato de trabalho, importará a indenização pelos danos dela decorrentes,
tendo em conta que a igualdade preconizada no artigo 5o da Magna Carta deve
ser considerada também na relação de respeito que deve nortear o contrato de
trabalho.

A indenização por dano moral sofrido pelo empregado, no âmbito do contrato de


trabalho, pressupõe, portanto, um ato ilícito, consubstanciado em erro de
conduta ou abuso de direito, praticado pelo empregador ou por preposto seu, um
prejuízo suportado pelo ofendido, com a subversão dos seus valores subjetivos
da honra, dignidade, intimidade ou imagem, um nexo de causalidade entre a
conduta injurídica do primeiro e o dano experimentado pelo último.
O exercício abusivo do direito e o conseqüente ato ilícito em questão
caracterizam o assédio contra a dignidade ou integridade psíquica ou física do
trabalhador, objetivando a sua exposição a situações incômodas e humilhantes
caracterizadas pela repetição de um comportamento hostil de um superior
hierárquico ou colega, ameaçando o emprego da vítima ou degradando o seu
ambiente de trabalho moral, também denominadomobbing ou bullying, tema que
já vem merecendo destacada importância na sociologia e medicina do trabalho,
assim como no meio jurídico. Essa conduta injurídica vem sendo conceituada,
no âmbito do contrato de trabalho, como a manipulação perversa e insidiosa que
atenta sistematicamente”
Este tratamento discriminatório foi imposto ao reclamante e deve ser
indenizado e punido, para fins de que não se perpetue no ambiente de
trabalho. O ato ilícito praticado da reclamada está demonstrado, e deve sofrer
justa reparação.

Por tal motivo é que se requer que a reclamada seja compelida a reparar o
reclamante pelos danos morais e o assédio moral por ele suportado,
indenizando-o pelas agressões, constrangimentos e afrontas que a reclamante
sofreu durante seu pacto laboral.

DA RESCISÃO INDIRETA POR AUSÊNCIA DO RECOLHIMENTO DO FGTS

A Reclamante foi obrigada a pedir demissão após tentar, de inúmeras formas,


ter seus direitos garantidos.

Afinal, não obteve a regularização do FTGS que lhe fora ceifado durante toda a
relação de emprego, a Reclamante foi obrigado a pedir demissão,
caracterizando a rescisão indireta:

RESCISÃO INDIRETA. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS . O


descumprimento de obrigações contratuais pelo empregador , tais como ,
o recolhimento dos depósitos de FGTS, configura falta grave. Tal situação,
nos termos do artigo 483, alínea d, da CLT, autoriza o rompimento indireto do
vínculo empregatício e a consequente condenação do empregador ao
pagamento das verbas rescisórias. Precedentes da Corte. Recurso de revista
conhecido e provido. (TST - RR: 3798620145090029, Relator: José Roberto
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 02/03/2016, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 11/03/2016)

MODALIDADE RESCISÓRIA. RESCISÃO INDIRETA. FGTS. ATRASO NOS


DEPÓSITOS. O depósito do FGTS é exigência legal e obrigação contratual. A
ausência de recolhimento de FGTS consiste em descumprimento da
obrigação contratual legalmente prevista (art. 7.º, III, da CR e art. 15 da Lei
n.º 8.036/90). Descumprida a obrigação, configura-se a falta grave
capitulada no art. 483, d, da CLT, apta a ensejar a rescisão indireta
requerida pelo empregado. INTERVALO INTRAJORNADA. PRÉ-
ASSINALAÇÃO REALIZADA PELO EMPREGADOR. ÔNUS PROBATÓRIO. O
art. 74, § 2º, da CLT, não exige anotação diária do período de intervalo, mas tão
somente a sua pré-assinalação. Pré-assinalar é colocar no cabeçalho o período
destinado ao repouso intrajornada. Uma vez que a empregadora cumpriu sua
obrigação legal de pré-assinalar o intervalo intrajornada, o ônus de comprovar a
sua redução ou supressão é do empregado, do qual se desincumbiu, razão pela
qual é mantida a condenação respectiva. Recurso parcialmente conhecido e não
provido. (TRT-10 - RO: 00037201301710008 DF 00037-2013-017-10-00-8,
Relator: Cilene Ferreira Amaro Santos, Data de Julgamento: 30/10/2014, 3ª
Turma, Data de Publicação: 07/11/2014 no DEJT)

Trata-se de falta grave ao empregador apta a justificar a rescisão indireta


consubstanciada na ausência de recolhimento dos depósitos de FGTS, nos
termos do Art. 483, alínea d da CLT:

Desse modo, requer que, seja declarada judicialmente a rescisão indireta do


contrato de trabalho, bem como a condenação do Reclamado ao pagamento de
todas as verbas rescisórias devidas.
Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear
a devida indenização quando:

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

§ 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão


de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações,
permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.

Razão pela qual deve ser declarada a rescisão indireta e consequente


pagamento das verbas rescisórias.

DA DESNECESSIDADE DA IMEDIATIDADE NA RESCISÃO INDIRETA

Considerando a relação se subordinação e total desconhecimento de seus


direitos, o Reclamante não conseguiu efetivamente buscar a via judicial
imediatamente, logrando êxito meses depois.
Todavia, o judiciário já reconhece a desnecessidade da imediatidade do
ingresso da ação diante de rescisão indireta em face de faltas graves do
empregador, tais como ocorre no presente caso:

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DE


RECOLHIMENTO DOS DEPÓSITOS DO FGTS. IMEDIATIDADE.
DESNECESSIDADE. No caso, o Regional afirmou que - a reclamante conviveu
por aproximadamente 18 anos com as violações ao contrato de trabalho. - A
ausência de recolhimento de FGTS por parte do empregador causa inúmeros e
significativos prejuízos ao trabalhador. A par disso é que este Tribunal
Superior tem reiteradamente adotado o entendimento de que, nessas
circunstâncias, a imediatidade na prática das graves infrações contratuais
pelo empregador não é imprescindível para que, nos termos e para os
efeitos do artigo 483 da CLT , se reconheça o direito do empregado de
considerar rescindido o contrato de trabalho e pleitear a devida
indenização, pois, em virtude de sua hipossuficiência, muitas vezes ele se
vê na contingência de suportar situações tão prejudiciais quanto essas
para manter o emprego, fonte de sustento para si e seus familiares. Esta
Corte também decidiu, em vários precedentes, que o reconhecimento
da rescisão indireta do contrato de trabalho, independentemente de
interpelação imediata por parte do trabalhador, é cabível quando o empregador
deixa de proceder ao recolhimento dos depósitos do FGTS. Precedentes.
Recurso de revista conhecido e provido. (RR 6474520115020481 647-
45.2011.5.02.0481 2ª Turma DEJT 23/08/2013 Relator josé Roberto Freire
Pimenta)

Portanto, inobstante o lapso temporal existente entre o afastamento do


emprego e o ingresso da ação é de se reconhecer a manifesta rescisão indireta
do contrato de trabalho

DAS DIFERENÇAS SALARIAIS DEVIDAS

Do início da relação de trabalho até , a Reclamante recebia mensalmente o


valor de , conforme comprovantes que junta em anexo. Entretanto a convenção
coletiva da categoria estabelece valores mais elevados como salário normativo,
o que remonta à necessária adequação de todos os valores pagos que nunca
foram atualizados, vejamos:

CITAR PERÍODOS E ATUALIZAÇÕES SALARIAIS COM BASE NA


CONVENÇÃO DA CATEGORIA

Demonstrado, portanto, claramente as diferenças, deve o Reclamado ser


condenado ao pagamento do montante das diferenças devidas, com reflexo em
todas as demais verbas remuneratórias, previdenciárias e indenizatórias pagas
e nas ora pleiteadas.

DAS HORAS EXTRAS

Da jornada prevista em Convenção Coletiva


Diferente do que fora acordado incialmente, o período de trabalho não respeitava
os termos da cláusula da Convenção Coletiva , uma vez que a jornada semanal
de trabalho deveria ser de apenas horas, sendo considerada hora extra todo
tempo excedente a hora.

Todavia, nenhuma das previsões era respeitada pelo Reclamado, pelo contrário,
a jornada era de horas, o que se prova por meio .

Das horas extras à disposição do Empregador

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como acordado, era


obrigado a prolongar sua jornada em até minutos antes seu horário, para e
minutos depois para .
 Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais
minutos além do horário contratual, tempo que deve ser computado como
hora extra e repercutir em todos os seus reflexos.
 Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o
período extraordinário laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de
horas extras, com os adicionais devidos: para as duas primeiras horas e
de 75% para as demais.
 DA NÃO CONCESSÃO DE INTERVALO
INTRAJORNADA
 A Reclamante foi contratada para laborar no horário
de às , de segunda à sábado.
 Ocorre que por decisão unilateral da Reclamada, sem
qualquer motivação ou acordo prévio, a Reclamante se viu obrigada a
prestar a mudar seu horário para às de segunda à sexta feira, sem
poder usufruir, portanto, do intervalo intrajornada para descanso e
refeição de pelo menos 1 (uma) hora ou com intervalos não superiores a
10 minutos, e aos sábados ainda tinha que trabalhar das às .
 Ao empregado que não usufrui de todo período de intervalo
é devida a indenização, conforme forte posicionamento jurisprudencial
sobre o tema:
 INTERVALOS INTRAJORNADA. ART. 71 DA CLT. É ônus
do empregador comprovar a fruição completa do intervalo
intrajornada, podendo para tanto utilizar-se da faculdade de
pré-assinalar tais períodos nos cartões-ponto. Não havendo
tais provas, presume-se verdadeira a tese inicial de que
os intervalos foram fruídos apenas parcialmente.
Aplicação do entendimento da Súmula 437 do TST.
Devidos intervalos de 15 quando a jornada mediou entre 4
horas e 6 horas e de 01 hora quando a jornada superou 06
horas, tudo com adicional de 50%. Recurso da primeira
reclamada provido em parte para limitar os intervalos
deferidos de acordo com a jornada cumprida. (TRT-4 - RO:
00207268220155040373, Data de Julgamento: 17/11/2016,
6ª Turma)
 REDUÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA POR
NEGOCIAÇÃO COLETIVA. INVALIDADE. A norma legal
que estabelece a obrigatoriedade do intervalo intrajornada
(art. 71 da CLT)é de ordem pública e se sobrepõe à vontade
das partes, sendo insuscetível de alteração unilateral pelo
empregador ou mesmo por meio de ajuste coletivo. Na
forma do § 3º do art. 71 da CLT, somente o Ministério do
Trabalho e Emprego pode autorizar a redução do
intervalo, até porque é necessário verificar se o
estabelecimento atende às exigências concernentes à
organização dos refeitórios, bem como se os empregados
não estão submetidos à regime de prorrogação de jornada.
(Súmula nº 437, II, do TST). (TRT-12 - RO:
00001757020155120046 SC 0000175-70.2015.5.12.0046,
Relator: JOSE ERNESTO MANZI, SECRETARIA DA 1A
TURMA, Data de Publicação: 08/03/2017)
 A OJ 307 da SDI-1 do TST regula com severidade a não
observância do horário de repouso exatamente para inibir tal
procedimento. Assim sendo, a indenização das horas deve ser em sua
integralidade com adicional de no mínimo 50%.
 Assim, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas,
devidamente acrescidas em 50% (cinqüenta por cento) da hora normal,
em razão da não concessão do intervalo para refeição e descanso, nos
termos do § 4º do art. 71da CLT.
 Todas as horas extras acima requeridas, por serem
habituais, devem refletir no pagamento proporcional de: férias com 1/3
de adicional, 13º salário, repousos semanais remunerados e no FGTS,
INSS, diferenças de salários, etc.
 DO TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS
 A Constituição Federal, por meio do artigo 7º, inciso XV,
bem como o artigo 67 da CLT estabelece o repouso semanal
remunerado preferentemente aos domingos e, quando realizado, será
sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em
matéria de trabalho, o que de fato não ocorreu com o Reclamante.
 Dessa forma, diante da súmula 146 do TST, os dias
trabalhados em domingos e feriados deverão ser pagos em dobro sem
prejuízo à remuneração relativa ao repouso semanal. Nesse sentido, o
reclamante laborou aos domingos, no período de a , devendo usufruir
da devida remuneração.
 DO VALE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTES PAGOS
EM DINHEIRO
 Ao longo de todo período contratual, o Reclamante recebeu
auxílio alimentação no montante de por dia, que era pago em pecúnio
diariamente ao Reclamante.
 Assim, na esteira da redação do enunciado 241 do TST, o
vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem
caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais.
 Desta forma o Reclamante requer a integração ao salário
do valor mensal pago a título de auxílio alimentação para fins de cálculo
de horas extras, 13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias,
aviso prévio, parcelas rescisórias pagas e FGTS.
 DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR FORA E DA
INTEGRAÇÃO DOS VALORES À REMUNERAÇÃO
 No período contratual de trabalho, era pago, mensalmente
ao Reclamante, valor denominado o que não era prevista na CTPS. Em
média, o valor pago a este título alcançava a monta de R$(R$) mensais
e, conforme se evidenciará nos contracheques apresentados pela
empresa, este prêmio nunca foi integrado à remuneração mensal do
Reclamante.
 Trata-se da exata redação da Súmula 27 do TST “É devida
a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado
comissionista, ainda que pracista.”
 Esta regra vale, inclusive, para o cálculo as horas extras,
conforme clara redação da súmula 340 do TST:
 O empregado, sujeito a controle de horário,
remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional
de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em
horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões
recebidas no mês, considerando-se como divisor o número
de horas efetivamente trabalhadas.
 Assim, além da retificação da CTPS, deve ser considerado
para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias simples e
proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias pagas no
TRCT e, a partir das verbas acima postuladas a incidência no FGTS,
RSR, recompondo ainda os vencimentos da Autora para apuração das
parcelas pleiteadas na presente peça.
 DOS DESCONTOS EFETUADOS INDEVIDAMENTE
 Durante o pacto de trabalho, o Reclamante sob a
justificativa de que , sofreu os seguintes descontos:
 Ocorre que, por serem descontos manifestamente ilegais,
requer que a Reclamada seja condenada a devolução dos mesmos,
sendo os valores acrescidos de juros e correção monetária.
 DO ACÚMULO DE FUNÇÕES
 Conforme esclarecido, o reclamante fora contratado para
exercer a função de , contudo exercia igualmente as atividades de .
 A dupla função trata-se de conduta ilícita que deve ser
combatida pelo Judiciário, pois retrata uma determinação unilateral e
autoritária do empregador sem a justa remuneração devida, causando
inequívoca lesão ao trabalhador, nos termos do art. 157 do Código Civil.
 Tais atividades não podem ser compreendidas no cargo a
que fora contratado o Reclamante, pois incompatíveis. Fato que fica claro
com a descrição da classificação de ocupação na qual foi enquadrado o
Reclamante:
 CBO-:
 Ou seja, o cargo ocupado não contempla atividades de .
 Diante disso requer a condenação da Reclamada no
pagamento das diferenças salariais, decorrentes do acúmulo de função,
com reflexos em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS.
 DO DESVIO DE FUNÇÃO
 Conforme esclarecido, o reclamante fora contratado para
exercer a função de , contudo exercia atividades bem distintas daquelas
contratadas, exercendo rotineiramente atividades de .
 O desvio de função trata-se de conduta ilícita que deve ser
combatida pelo Judiciário, pois retrata uma determinação unilateral e
autoritária do empregador sem a justa remuneração devida, causando
inequívoca lesão ao trabalhador, nos termos do art. 157 do Código Civil.
 As atividades delegadas ao serem compreendidas no cargo
a que fora contratado o Reclamante, deve terem contrapartida a justa
remuneração atinente ao cargo. Fato que fica claro com a descrição da
classificação do cargo que fora contratado e do cargo adequado às
atividades que exerce, conforme determinação de cargos e salários da
empresa:
 CARGO : ATIVIDADES
 CARGO: ATIVIDADES:
 Ou seja, o cargo ocupado não contempla atividades
exercidas pelo Reclamante, devendo ter a justa remuneração pelo
serviço prestado, conforme previsão da CLT:
 Art. 460 Na falta de estipulação do salário ou
não havendo prova sobre a importância ajustada, o
empregado terá direito a perceber salário igual ao
daquele que, na mesma empresa, fizer serviço
equivalente, ou do que for habitualmente pago para
serviço semelhante.
 Diante disso requer a condenação da Reclamada no
pagamento das diferenças salariais, decorrentes do desvio de função,
com reflexos em aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS, a partir
de
 DA GARANTIA DE ESTABILIDADE
 O reclamante foi dispensado do trabalho durante o período
que gozava da garantia de estabilidade em decorrência de , conforme
documentos que junta em anexo.
 Assim, o , dado ao Reclamante, deve ser imediatamente
desconstituído, e em consequência o mesmo voltar ao desempenho
imediato de suas funções.
 Ademais, por ilegal a dispensa, requer o pagamento
integral dos salários correspondentes aos meses que o reclamante
gozava de garantia de estabilidade, com os juros legais cabíveis e
monetariamente corrigidos.
 DAS FÉRIAS E 13º PROPORCIONAIS
 Além de se deparar com a rescisão contratual, a
Reclamante não auferiu os valores devidos pela despedida imotivada,
referente a férias e 13º proporcionais, devendo ser o Reclamada
condenado ao pagamento, acrescido de juros e correção.
 DA DIFERENÇA DE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
 Como já esclarecido, as atividades laborais do Reclamante
envolviam
 No entanto, o Reclamante .
 Trata-se de clara determinação da CLT, em seu art. 192:
 O exercício de trabalho em condições insalubres,
acima dos limites de tolerância estabelecidos
pelo Ministério do Trabalho, assegura a
percepção de adicional respectivamente de 40%
(quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e
10% (dez por cento) do salário mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo,
médio e mínimo.
 Inquestionável que as atividades exercidas,
por enquadram-se perfeitamente ao pleito de insalubridade em grau
máximo.
 Assim, requer o pagamento das diferenças de adicional de
insalubridade em GRAU MÁXIMO, com reflexo em todas as verbas
reflexas do contrato de trabalho.
 DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
 A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, XXIII que
são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, o “adicional de
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei."
 O reclamante ao exercer função perigosa, com elevado grau
de risco, prevista no DECRETO Nº 93.412/86, adquire o direito ao
adicional de periculosidade, em conformidade aos artigos 193 §
1º. Da CLT, conforme ampla jurisprudência:
 Pesquisar decisões específicas à atividade da seguinte
forma: atividade + periculosidade + jurisprudência
 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
ELETRICITÁRIO. DEFERIMENTO. O desempenho de
atividade dentro de área energizada e, portanto, de risco,
garante o deferimento de adicional de periculosidade, não
importando o tempo de efetiva exposição ao risco. In casu, a
caracterização do risco ensejador do adicional de
periculosidade verificou-se através da perícia. (RO nº 00979-
2008-022-06-00-6, 1ª Turma do TRT da 6ª Região/PE, Rel.
Maria das Graças de Arruda França. J. 05.05.2009, unânime,
DOE 03.06.2009).
 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. FATOR
DE RISCO ELETRICIDADE. NECESSIDADE DE
ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE NA DESCRIÇÃO DO
DECRETO Nº 93.412/86. Uma vez constatado pela perícia
técnica que as atividades desenvolvidas pelo obreiro, ainda
que de forma intermitente, enquadram-se nas
atividades/áreas de risco elencadas no anexo ao Decreto
nº 93.412/86, resta evidente a exposição do reclamante a
risco de choque elétrico, de modo que faz jus à percepção do
adicional de periculosidade. (RO nº 1100-53.2010.5.18.0053,
1ª Turma do TRT da 18ª Região/GO, Rel. Júlio César Cardoso
de Brito. J. 28.06.2011, unânime, DJe 01.07.2011).
 Portanto, é de ser reconhecida a atividade perigos
desenvolvida pelo Autor, conferindo-lhe o adicional de periculosidade
desde , data em que iniciou nesta atividade.
 DA NECESSÁRIA LIBERAÇÃO DA GUIA DO SEGURO
DESEMPREGO
 Inobstante a ocorrência da rescisão contratual ocorrer em a
Reclamante ainda não teve acesso às guias SD/CD para viabilizar o
percebimento do seguro-desemprego.
 Portanto, deve a Reclamada ser condenada à imediata
liberação sob pena de indenização substitutiva equivalente à cinco
parcelas da respectiva verba, bem como a liberação do TRCT e chaves
de conectividade para recebimento do FGTS.
 DOS DANOS MORAIS DEVIDO O ATRASO NOS
PAGAMENTOS SALARIAIS
 O Reclamante faz jus a indenização por danos morais por
não receber pagamentos salariais nos prazos em lei preceituados, sendo
submetido a constante pressão psicológica em virtude de suas dívidas e
da impossibilidade do sustento da própria família.
 Trata-se de direito reconhecido pela jurisprudência:
 DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO
PAGAMENTO SALARIAL. O dano moral resulta de lesão a
direito da personalidade, repercutindo na esfera intelectual do
indivíduo. A reparação por dano moral decorrente do contrato
de trabalho pressupõe um ato ilícito ou um erro de conduta do
empregador ou de seu preposto, um dano suportado pelo
ofendido e um nexo de causalidade entre o comportamento
antijurídico do primeiro e o prejuízo suportado pelo último. O
atraso reiterado no pagamento de salários configura o
descumprimento do dever do empregador mais relevante ao
contrato de trabalho, implicando, assim, violação dos direitos
da personalidade do empregado, com destaque para o da
dignidade da pessoa humana. No caso dos autos comprovado
o reiterado atraso de salários impõe-se o deferimento da
indenização postulada. 2. Recurso ordinário conhecido e
provido em parte. (TRT-10 - RO: 561201300210000 DF
00561-2013-002-10-00-0 RO, Relator: Desembargador
Brasilino Santos Ramos, 11/09/2013, 2ª Turma, Data de
Publicação: 20/09/2013 no DEJT).
 “AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. ATRASO
REITERADO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. DANO "IN
RE IPSA". Constatada violação direta de dispositivo de lei
federal (arts. 186 e 927,"caput", do Código Civil), merece ser
processado o Recurso de Revista, nos termos do art. 896, c,
da CLT. Agravo de Instrumento provido. RECURSO DE
REVISTA. DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO
PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. DANO "IN RE IPSA". O
atraso reiterado no pagamento dos salários configura, por si
só, o dano moral, porquanto gerador de estado permanente
de apreensão do trabalhador, o que, por óbvio, compromete
toda a sua vida - pela potencialidade de descumprimento de
todas as suas obrigações, sem falar no sustento próprio e da
família. Precedentes da Corte. Recurso de Revista
parcialmente conhecido e provido.” (AC. 4.ª T./TST-RR-3321-
25.2010.5.12.0037. Julgamento: 14/11/2012. Ministra
Relatora: Maria de Assis Calsing)
 “RECURSO DE REVISTA. ATRASOS
SIGNIFICATIVOS E REITERADOS DE PAGAMENTO DE
SALÁRIOS. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. A principal
obrigação do empregador é o pagamento tempestivo dos
salários, parcela que constitui a principal vantagem trabalhista
do empregado em face de seu contrato laborativo
(arts. 457 e 458, caput, da CLT). Os salários têm natureza
alimentícia, exatamente por cumprirem papel basilar no
tocante ao cumprimento de necessidades básicas, essenciais
mesmo, da pessoa humana e de sua família, quais sejam
alimentação, moradia, educação, saúde, lazer e proteção à
maternidade e à infância. Todas essas necessidades, a
propósito, são consideradas direitos sociais fundamentais da
pessoa humana, em conformidade com a Constituição
Federal (art. 6º). A natureza alimentícia dos salários, registre-
se, é até mesmo enfatizada expressamente
pela Constituição da República (art. 100, § 1º). Ora, o atraso
reiterado, significativo, dos salários do empregado constitui
infração muito grave, ensejando repercussões trabalhistas
severas (a rescisão indireta, por exemplo: art. 482, d, da CLT),
além de manifestamente agredir o patrimônio moral do
trabalhador, uma vez que, a um só tempo, afronta-lhe diversos
direitos sociais constitucionais fundamentais (art. 6º, CF/88),
além de o submeter a inegável e desmesurada pressão
psicológica e emocional. Naturalmente que pequenos atrasos,
isto é, disfunções menos relevantes, embora possam traduzir
ilícito trabalhista, não teriam o condão de provocar a
incidência do art. 5º, V e X, da Constituição, e
art. 186 do Código Civil. Porém, sendo significativos e
reiterados esses atrasos, não há dúvida de que incide o dano
moral e a correspondente obrigação reparatória. No caso
concreto, o atraso salarial foi grave, pois, além de reiterado
nos últimos meses do pacto laboral, teve extensa duração,
chegando a atingir 20/25 dias. Portanto é evidente a lesão
moral sofrida pelo empregado, que foi privado de valer-se do
salário para a sua subsistência. Nessas circunstâncias,
reconhece-se o direito do obreiro ao recebimento de
indenização por danos morais. Recurso de revista conhecido
e parcialmente provido.”(AC. 3ª T./ TST-RR-2684800-
83.2009.5.09.0001. Julgamento: 24/11/2012. Ministro
Relator: Mauricio Godinho Delgado)
 Por tais razões que deve ser reconhecido o dano moral
causado ao reclamante com a reflexa condenação indenizatória.
 DA FORMAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO
 O Reclamante foi admitido pela 1ª Reclamada, , mas na
prática exercia suas funções para a 2ª Reclamada - nas suas
dependências, razão pela qual esta última se valia do resultado do labor
do Reclamante, sendo diretamente beneficiada.
 Neste tópico é de suma importância indicar as provas do
alegado, providenciando documentação hábil e testemunhas
 Na prática, percebe-se que a gestão das empresas ocorre
concomitantemente pelos mesmos diretores. Alguns fortes indícios
levam à conclusão de Grupo Econômico:
 a) a direção e/ou administração das
empresas pelos mesmos sócios e
gerentes e o controle de uma pela
outra;
 b) a origem comum do capital e do
patrimônio das empresas;
 c) a comunhão ou a conexão de
negócios;
 d) a utilização da mão-de-obra comum
ou outros elos que indiquem o
aproveitamento direto ou indireto por
uma empresa da mão-de-obra
contratada por outra.
 Trata-se de responsabilidade solidária das reclamadas,
conforme clara redação do Art. 2º, §2º da CLT:
 “Sempre que uma ou mais empresas,
tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo
grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica,
serão, para os efeitos da relação de
emprego, solidariamente responsáveis
a empresa principal e cada um das
subordinadas”
 Nesse sentido, tem-se a seguinte decisão:
 “RESPONSABILIDADE
TRABALHISTA. SOLIDARIEDADE.
GRUPO ECONÔMICO. A
solidariedade quanto às
responsabilidades decorrentes das
relações trabalhistas, regidas e
impostas pela CLT às empresas que
tenham controle acionário ou
administrações comuns, deflui da
presunção da existência de interesses
comuns, satisfeitas aquelas
condições. Ademais, não só a
existência de sócios comuns culmina
no reconhecimento da solidariedade.
Comprovada a promiscuidade na
administração das empresas
envolvidas, reconhece-se a
constituição do grupo econômico e,
emergente desta situação, a co-
responsabilidade destas pelos fardos
trabalhistas” (TRT 2ª Reg. RO n.
02940091409 – Ac. 10ª T, Rel. Juiz
Wagner José de Souza. DJSP
19.01.1996, p. 245)
 Assim, outra não seria a conclusão, senão a configuração
de GRUPO ECONÔMICO entre as reclamadas, sendo essas solidárias
no pagamento de todas as verbas e indenizações ora pleiteadas.
 DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 Como relatado, a Reclamante possuía vínculo com a
primeira Reclamada para prestar serviços à segunda Reclamada –
Administração Pública, conforme Contrato Administrativo nº que junta
em anexo.
 Em recente decisão, o Supremo Tribunal Federal
(760.931/DF), reitera o entendimento já firmado em inúmeros Tribunais
sobre a Responsabilidade subsidiária da Administração Pública:
 DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA RECURSO
ORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRET
A. Considerando o Incidente de Uniformização de
Jurisprudência nº. 0000362-87.2015.5.06.0000,
há de se observar tese prevalecente, que "I -
reconhece
a responsabilidade subsidiária da Administraç
ão Pública direta e indireta pelas obrigações
trabalhistas não cumpridas por empresa
prestadora de serviços, quando evidenciado
culpa in eligendo e/ou in vigilando; II -
reconhece ser da tomadora de serviços o ônus
probatório relativo ao efetivo exercício da
fiscalização do cumprimento das obrigações
trabalhistas". Nesse aspecto, a recorrente não se
desincumbiu do ônus de comprovar que manteve
atitude diligente na fiscalização do contrato,
estando, pois, caracterizada a conduta culposa
da tomadora dos serviços no cumprimento das
obrigações da Lei nº. 8.666 /93. Apelo a que se
nega provimento. (Processo: RO - 0001656-
72.2014.5.06.0013, Redator: Maria Clara Saboya
Albuquerque Bernardino, Data de julgamento:
20/03/2017, Terceira Turma, Data da assinatura:
21/03/2017)
 MUNICÍPIO DE CANOAS E REVITA
ENGENHARIA S.A. CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA COLETA E
TRANSPORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO
DOMÉSTICO E DE SERVIÇOS DE SAÚDE).
CASO CLÁSSICO DE TERCEIRIZAÇÃO.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMI
NISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. A
responsabilização do ente público decorre da
falha na fiscalização como causa principal da
inadimplência do crédito trabalhista
reconhecido, abrangendo a satisfação de todas
as parcelas objeto da condenação ou de acordo
celebrado entre as partes, na medida em que
beneficiário direto dos serviços prestados.
Aplicação da Súmula 331, IV e VI, do TST, e
Súmulas 11 e 47 deste Regional, já adequadas
ao julgado da ADC 16 pelo STF. (TRT-4 -
Recurso Ordinário RO 00216270920145040204
(TRT-4)
 Dessa forma, considerando o quadro fático, o que ficará
perfeitamente demonstrado na fase instrutória, destacam-se os
principais elementos que evidenciam a falha da Administração Pública
na fiscalização do contrato, tais como:
 - Ausência de previsão em contrato e
edital das orientações previstas na IN MPOG
02/2008;
 - Ausência de verificação prévia a cada
pagamento do cumprimento ao recolhimento dos
encargos previdenciários;
 - Finalização do contrato sem a
certificação do cumprimento integral dos encargos
trabalhistas;
 - Ausência de fiscalização (relatórios
assinados pelos fiscais) do cumprimento rigoroso
às normas de segurança no trabalho;
 - Ausência de servidor ou assistência
específica para a fiscalização do contrato;
 - Ausência de condições físicas e
estruturais aos fiscais para a realização da
fiscalização, conforme já alertado pelo TCU:
 Acórdão nº 839/2011 – Plenário
 ( ficou evidenciado no referido acórdão
de que o fiscal do contrato não poderia
ser responsabilizado, caso ficasse
demonstrado nos autos que a
responsável pela fiscalização do
contrato não tinha condições para
realizar seu trabalho)
 “52. Saliento, ainda, a precariedade
das condições de trabalho propiciadas
pela Seter aos executores técnicos.
Causa espécie que o titular daquela
Secretaria não tenha adotado as
providências necessárias no sentido
de munir esses executores de todas as
condições necessárias ao bom e fiel
cumprimento de suas atribuições.
Afinal, eles eram os responsáveis pelo
fornecimento das informações que
fundamentaram a liquidação da
despesa e o pagamento das entidades
contratadas. Acrescento que, ao
indicar servidores para o exercício
cumulativo de várias funções, o
Secretário da Seter praticou um ato
imprudente, pois era possível antever
que esses servidores não teriam
condições de acompanhar a execução
de todos esses contratos, o maior dos
quais visava treinar 48.000 alunos, que
comporiam 1.920 turmas de 25 alunos
cada.”
 “(...) em média, o executor técnico fica
responsável pelo acompanhamento de
10.000 treinandos, o que equivale a,
aproximadamente, 400 salas de aulas
funcionando simultaneamente em
locais diversos, o que leva a afirmar,
sem exagero, que é humanamente
impossível cumprir a legislação com os
mecanismos de controle atualmente
existentes." (trechos do relatório do
acórdão)
 - Ausência de capacitação ou qualificação
específica dos fiscais do contrato;
 Acórdão nº 2.917/2010 –
Plenário(designação e possibilidade
de recusa pelo servidor) “5.7.6. Acerca
das incumbências do fiscal do
contrato, o TCU entende que devem
ser designados servidores públicos
qualificados para a gestão dos
contratos, de modo que sejam
responsáveis pela execução de
atividades e/ou pela vigilância e
garantia da regularidade e adequação
dos serviços (item 9.2.3 do Acórdão nº
2.632/2007-P).
 5.7.7. O servidor designado para
exercer o encargo de fiscal não pode
oferecer recusa, porquanto não se
trata de ordem ilegal. Entretanto, tem a
opção de expor ao superior hierárquico
as deficiências e limitações que
possam impedi-lo de cumprir
diligentemente suas obrigações. A
opção que não se aceita é uma
atuação a esmo (com imprudência,
negligência, omissão, ausência de
cautela e de zelo profissional), sob
pena de configurar grave infração à
norma legal (itens 31/3 do voto do
Acórdão nº 468/2007-P).” (Trecho do
Relatório do acórdão do Min. Valmir
Campelo)
 Evidências que ficam perfeitamente comprovadas no
processo administrativo do contrato de prestação de serviços firmado
entre as Contratadas que junta em anexo.
 Acompanhar significa estar presente ou manter um sistema
de acompanhamento da execução do contrato. Fiscalizar significa
verificar se o contrato está sendo executado de acordo com o que foi
pactuado, através de observações e ações junto ao preposto do
contratado, tudo devidamente registrado e comunicado ao gestor do
contrato nos casos de descumprimento do disposto no contrato.
 Portanto a responsabilidade última pela fiscalização da
execução permanece sempre com a Administração Pública. [Acórdão
1930/2009 – TCU – Plenário], respondendo subsidiariamente se houver
falha na fiscalização. Trata-se da configuração da culpa in eligendo, bem
como da culpa in vigilando.
 Reforçando esta responsabilidade, a Instrução Normativa
MP nº 2/2008, com alteração da Instrução Normativa MP nº 3/2009,
ambas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão autorizou, em hipóteses
excepcionais, e desde que previstas em edital de licitação, o pagamento
direto ao empregado da empresa contratada de verbas trabalhistas.
Vejamos:
 “Art. 19. Os instrumentos convocatórios devem o
conter o disposto no art. 40 da Lei nº8.666, de 21
de junho de 1993, indicando ainda, quando
couber: (…)
 XVIII – disposição prevendo que a execução
completa do contrato só acontecerá quando o
contratado comprovar o pagamento de todas
as obrigações trabalhistas referente à mão de
obra utilizada, quando da contratação de serviço
continuado com dedicação exclusiva de mão de
obra; e (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de
16 de outubro de 2009)
 b) a garantia, qualquer que seja a modalidade
escolhida, assegurará o pagamento de: (Incluído
pela Instrução Normativa nº 6, de 23 de dezembro
de 2013)
 4. obrigações trabalhistas e previdenciárias de
qualquer natureza, não adimplidas pela
contratada, quando couber;(Redação dada pela
Instrução Normativa nº 4, de 19 de março de
2015) (…)
 k) deverá haver previsão expressa no contrato e
seus aditivos de que a garantia prevista no
inciso XIX deste artigo somente será liberada
ante a comprovação de que a empresa pagou
todas as verbas rescisórias trabalhistas
decorrentes da contratação, e que, caso esse
pagamento não ocorra até o fim do segundo mês
após o encerramento da vigência contratual, a
garantia será utilizada para o pagamento dessas
verbas trabalhistas, conforme estabelecido no art.
19-A, inciso IV, desta Instrução Normativa,
observada a legislação que rege a
matéria.(Redação dada pela Instrução Normativa
nº 4, de 19 de março de 2015)
 Art. 19-A. O edital deverá conter ainda as
seguintes regras para a garantia do
cumprimento das obrigações trabalhistas nas
contratações de serviços continuados com
dedicação exclusiva de mão de obra: (Redação
dada pela Instrução Normativa nº 6, de 23 de
dezembro de 2013)

 I - previsão de provisionamento de valores para o


pagamento das férias, 13º (décimo terceiro)
salário e verbas rescisórias aos trabalhadores da
contratada, que serão depositados pela
Administração em conta vinculada específica,
conforme o disposto no Anexo VII desta Instrução
Normativa; (Redação dada pela Instrução
Normativa nº 6, de 23 de dezembro de 2013)
 Ou seja, a obrigatoriedade da fiscalização esta normatizada
expressamente. Assim no papel de fiscal do contrato, a
Administração Pública tem inúmeras formas de assegurar o
cumprimento rigoroso das normas trabalhistas, especialmente
quando exige previamente ao pagamento, por força de lei, a
comprovação do cumprimento a tais normas.
 Assim, quando ocorre o descumprimento das normas trabalhistas
por parte da empresa terceirizada, CERTAMENTE houve também uma
inobservância do papel vigilante da Administração Pública, devendo
ser responsabilizada.

 Tópico em construção. Se tiveres algo a contribuir, colabore com a


comunidade e submete as alterações para aprovação do Autor!
 DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477
 Considerando que o Reclamante não recebeu no prazo
legal as verbas a que fazia jus quando da dispensa, resta configurada a
multa do art. 477, § 8º, da CLT, especialmente porque o reconhecimento
da relação de emprego com a reclamada vir a ocorrer somente em
Juízo.
 No mesmo sentido, os seguintes precedentes da Alta Corte
Trabalhista:
 RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA
RECLAMADA. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT.
VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO EM
JUÍZO. PAGAMENTO DEVIDO. A multa de que
trata o art. 477, § 8º, da CLT é cabível quando o
empregador, ao rescindir o contrato de trabalho,
deixa de quitar as parcelas rescisórias nos prazos
expressamente estipulados no § 6º do referido
preceito de lei. O seu fato gerador é a
inadimplência na quitação das verbas rescisórias,
e as sanções previstas relacionam-se à
pontualidade no pagamento, e não ao fato de a
controvérsia acerca da relação de emprego ter
sido dirimida em juízo. Assim, quando o
empregado der causa à mora no pagamento das
verbas rescisórias não será devida a multa
prevista no art. 477, § 8º, da CLT. Recurso de
revista conhecido e não provido.” (Processo: ARR
- 55600-29.2009.5.06.0121 Data de Julgamento:
18/12/2013, Relatora Ministra: Dora Maria da
Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
07/01/2014).
 “RECURSO DE REVISTA. MULTA PREVISTA
NO ART. 477, § 8º, DA CLT. CONTROVÉRSIA
ACERCA DO RECONHECIMENTO DO
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Em face do
cancelamento da Orientação Jurisprudencial nº
351 da SBDI-1 desta Corte, prevalece o
entendimento de que o empregado só não faz jus
à multa do art. 477, § 8º, da CLT quando ele der
causa, comprovadamente, à mora na quitação
das verbas rescisórias, o que não ocorreu, na
espécie. Dessa orientação divergiu o acórdão
recorrido. Recurso de revista conhecido e
provido.” (Processo: RR - 696-86.2010.5.02.0072
Data de Julgamento: 11/12/2013, Relator
Ministro: Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 13/12/2013).
 Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas
rescisórias não foram pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade
em razão da mora.
 DA JUSTIÇA GRATUITA
 A Reclamante encontra-se atualmente desempregada, não
possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais
sem prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declaração de
hipossuficiência, cópia dos seus contracheques e certidão de nascimento
dos filhos que junta em anexo.
 Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da
Constituição Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a AJG
ao requerente.
As medidas antecipatórias de tutela são cabíveis em casos de urgência ou de
evidência, como por exemplo na possibilidade de concessão liminar para
reintegração de empregado com estabilidade provisória, em vista dos casos
previstos em lei ou convenção coletiva, nas situações descritas na OJ 142 da
SDI-II do TST, evolvendo o dirigente sindical, aposentado, integrante de
comissão de fábrica, portador de doença profissional e portador de vírus HIV,
etc.
 DA TUTELA DE URGÊNCIA
 Neste tópico, devem ser tratados pontualmente os
requisitos das tutelas provisórias e de urgência previstas nos arts. 294 a
311 do CPC.
 DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou
perfeitamente demonstrado, o direto do Autor é caracterizado pelo .
 DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO:
Trata-se de , ou seja, tal circunstância confere grave risco de
perecimento do resultado útil do processo. Diante de tais circunstâncias,
é inegável a existência de fundado receio de dano irreparável, sendo
devida a antecipação dos efeitos da tutela, conforme previsão nas
súmulas do TST:
 OJ 64 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA.
REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE
CONCEDIDA. Não fere direito líquido e certo a
concessão de tutela antecipada para reintegração
de empregado protegido por estabilidade
provisória decorrente de lei ou norma coletiva.
 OJ 65 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA.
REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE
CONCEDIDA. DIRIGENTE SINDICAL.
Ressalvada a hipótese do art. 494 da CLT, não
fere direito líquido e certo a determinação liminar
de reintegração no emprego de dirigente sindical,
em face da previsão do inciso X do art. 659 da
CLT.
 OJ 142 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA.
REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE
CONCEDIDA. Inexiste direito líquido e certo a ser
oposto contra ato de Juiz que, antecipando a
tutela jurisdicional, determina a reintegração do
empregado até a decisão final do processo,
quando demonstrada a razoabilidade do direito
subjetivo material, como nos casos de anistiado
pela Lei nº 8.878/94, aposentado, integrante de
comissão de fábrica, dirigente sindical, portador
de doença profissional, portador de vírus HIV ou
detentor de estabilidade provisória prevista em
norma coletiva.
 Súmula nº 414 do TST.MANDADO DE
SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU
LIMINAR) CONCEDIDA ANTES OU NA
SENTENÇA I - A antecipação da tutela concedida
na sentença não comporta impugnação pela via
do mandado de segurança, por ser impugnável
mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o
meio próprio para se obter efeito suspensivo a
recurso. II - No caso da tutela antecipada (ou
liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a
impetração do mandado de segurança, em face
da inexistência de recurso próprio. III - A
superveniência da sentença, nos autos
originários, faz perder o objeto do mandado de
segurança que impugnava a concessão da tutela
antecipada (ou liminar).
 Assim, nos termos do Art. 300 do CPC requer a .
 PEDIDO LIMINAR - LIBERAÇÃO DE FGTS, SEGURO DESEMPREGO
E CTPS
 DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou
perfeitamente demonstrado, o direto do Autor é caracterizado pelo .
 DO RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO
PROCESSO: Quanto ao fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação, também está presente, considerando que o autor, face o
rompimento do pacto laboral por iniciativa do empregador, precisa para
garantir sua subsistência mais do que nunca dos depósitos feitos pela
reclamada em sua conta vinculada como forma de garantir sua
subsistência, bem como habilitar-se no programa do seguro-
desemprego.
 Bem como, necessita a imediata correção na anotação de
sua CTPS para fins de dar seguimento às demais anotações às futuras
relações de emprego, devendo ser determinada imediatamente sob
pena de multa diária:
 “(...) ASTREINTES. ANOTAÇÃO EM CTPS.
MULTA DIÁRIA. A conclusão adotada pelo
Tribunal Regional está em consonância com a
jurisprudência atual, iterativa e notória da SDI-
1/TST, no sentido de que a possibilidade de a
secretaria do juízo proceder às anotações na
CTPS do empregado (artigo 39, § 1º, da CLT),
não afasta a aplicabilidade da multa diária
prevista no artigo 461 do CPC. Precedente da
SBDI-1 do TST. Agravo de instrumento a que se
nega provimento.” (AIRR -
178047.2012.5.02.0042, Relatora Ministra: Maria
Helena Mallmann, 5ª Turma, DEJT 18/12/2015)
 De outro turno, o art. 300, do CPC, autoriza a concessão
da tutela antecipada toda vez que um ou mais dos pedidos tornarem-se
incontroversos.
 Nos termos do art. 20, I, da Lei n° 8.036/90, a conta
vinculada do trabalhador poderá ser movimentada na despedida sem
justa causa. Da mesma forma, nos termos das Leis n°s 7.998/90,
alterada pela Lei nº 13.134/2015 e, Resolução Codefat 467/2005, o
empregado dispensado sem justa causa após mais de seis meses de
contrato, tem direito de se habilitar ao programa do seguro-desemprego.
 Por todo exposto, REQUER seja expedido alvará judicial,
bem como a certidão narrativa, para que a Reclamante possa sacar seu
FGTS e habilitar-se no programa do Seguro Desemprego, nos termos do
art. 300 do CPC, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da CLT.
 DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
 O artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê a
aplicabilidade do Código de Processo Civil nos caos omissos. No
mesmo sentido é a redação do Art. 15 do próprio CPC.
 Assim, considerando a ausência de vedação ou previsão
na CLT da tutela de evidência, tem-se por perfeitamente cabível a
aplicação subsidiária do CPC, em especial o Art. 311 que prevê que “a
tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo”, quando preenchido alguns requisitos, previstos em seus
incisos, quais sejam:
 DO ABUSO DE DIREITO – inciso I: Conforme
demonstrado, O Reclamado cometeu abuso de direito ao .
 MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DA
RECLAMADA – inciso I: Conforme conduta do Réu, ficou caracterizado
o intuito protelatório ao
 PROVA DOCUMENTAL PRÉ-CONSTITUÍDA - incisos II e
IV: Para fins de comprovação de seu direito, junta-se à presente ação os
seguintes documentos como prova suficiente do direito:
 TESE FIRMADA EM JULGAMENTOS REPETITIVOS E
SÚMULA VINCULANTE – inciso II: Trata-se de matéria já visitada em
sede de recursos repetitivos conforme julgados nºs
 MANIFESTAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO RÉU - inciso
IV: Pela documentação já apresentada pelo Réu tem-se de forma
inequívoca presente sua manifestação sobre a matéria em tela.
 O direito evidente é aquele que independe de instrução
probatória ou que não sofre resistência da outra parte. Portanto,
demonstrado o cumprimento aos requisitos da tutela de evidência.
 Posto isso, requer ordem liminar inaudita altera parte, nos
termos do art. 9º, Paragrafo Único, inciso II, do CPC, ordem para .
DOS PEDIDOS
Diante todo o exposto REQUER:
1. O deferimento do pedido liminar para fins de que seja expedido
alvará judicial, bem como a certidão narrativa, para que a Reclamante possa
sacar seu FGTS e habilitar-se no programa do Seguro Desemprego, nos
termos do art. 300 do CPC, bem como seja imediatamente corrigida a notação
e consequente liberação da CTPS, sob pena de multa diária, aplicado
subsidiariamente por força do art. 769 da CLT.
2. A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;
 A concessão dos benefícios da Gratuidade Judiciária,
por tratar-se o Reclamante de pessoa pobre nos termos da lei, não
possuindo condições financeiras de arcar com os custos da presente
ação sem prejuízo de sua subsistência e de sua família;
 O reconhecimento da configuração dos Réus como grupo
econômico e consequente responsabilização solidária;
A total procedência da presente Reclamatória, condenando o
Reclamado a:
 Seja reconhecido o vínculo empregatício e consequente
retificação da anotação da CTPS da Reclamante, devendo constar a
efetiva data de admissão - e consequente baixa na CTPS com baixa do
pacto laboral;
 Seja declarada a rescisão indireta, com pagamento das
verbas rescisórias decorrentes do pacto laboral, tais como saldo de
salário, aviso prévio, 13º de salário, férias e multa do FGTS;
 Seja determinado o pagamento das diferenças salariais
devidas de todo período contratual;
 Sejam pagas as horas extras trabalhadas, com reflexo,
pela habitualidade, nas férias, na gratificação natalina, nos repousos
semanais remunerados, FGTS e multa de 40%;
 Sejam pagas as horas horas de intervalo intrajornada não
gozadas, com reflexo, pela habitualidade, nas férias, na gratificação
natalina, nos repousos semanais remunerados, FGTS e multa de 40%;
 Sejam devidamente remunerados em dobro as horas
trabalhadas em domingos e feriados;
 Seja determinada a integração ao salário do valor
mensal, com pagamento das diferenças a título de auxílio alimentação e
transporte para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias
simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias
pagas e FGTS;
 Seja determinada além da retificação da CTPS, as
comissões pagas por fora devem ser consideradas para fins de cálculo
de horas extras, 13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias,
aviso prévio, parcelas rescisórias pagas no TRCT e, a partir das verbas
acima postuladas a incidência no FGTS, DSR;
 Seja a reclamada condenada à devolução dos valores
descontados indevidamente, acrescidos de juros e correção monetária;
 Seja reconhecido o acúmulo indevido de funções com o
pagamento das diferenças salariais, com reflexo em aviso prévio, 13º
salário, férias + 1/3, FGTS, DSR;
 Seja reconhecido o desvio indevido de função com o
pagamento e implementação das diferenças salariais, com reflexo em
aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS, DSR, a partir de .
 Seja imediatamente desconstituída a demissão, e em
consequência seja determinado ao reclamante voltar ao desempenho
imediato de suas funções, com pagamento integral dos salários
correspondentes aos meses que o reclamante gozava de garantia de
estabilidade, com os juros legais cabíveis e monetariamente corrigidos;
 Seja indenizado o período do aviso prévio não pago e
trabalhado, consoante estipulado nas convenções coletivas anexas;
 Seja o reclamado condenado ao pagamento do 13º
proporcional ao período trabalhado, devidamente atualizado;
 Determine o pagamento do adicional de insalubridade em
grau máximo, durante toda a contratualidade, com reflexos;
 Determine o pagamento do adicional de periculosidade
durante o período em que exerceu a atividade de ;
 Sejam entregues as guias para encaminhamento do
seguro-desemprego imediatamente, ou seja, na primeira audiência ou
pagar o equivalente a 5 parcelas pelo seu não fornecimento;
 A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório
de danos morais por todo exposto;
 Seja condenada a reclamada ao pagamento da multa do
artigo 477, §8º, da CLT, pelo desatendimento do prazo para efetivação e
pagamento da rescisão;
Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do
Reclamante na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação;
Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária de
toda a contratualidade;
Seja determinado o pagamento imediato das verbas incontroversas,
sob pena de aplicação da multa do artigo 467 da CLT;
 Requer a realização de perícia técnica / inspeção judicial
para apuração do grau de insalubridade, se necessário for;
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, em
especial a documental, testemunhal e pericial;
Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo
pagamento das verbas requeridas.
Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$
Nestes ermos, pede deferimento.
,
OAB/
Documentos anexados:
Doc.1 – Procuração
Doc.2 – Cópia documento de identificação Reclamante;
Doc.3 – Declaração de Pobreza;
Doc.4 – Cópia CTPS Reclamante;
Doc.5 – Cópia contracheques;
Doc.6 – Cópia dos recibos de férias;
Doc.7 – Cópia do extrato da conta do FGTS;
Doc. 8 – Cópia do atestado de saúde demissional;
Doc. 9 – Cópia das convenções coletivas do sindicato da categoria
da Reclamante.
Doc. 10 – Demais documentos a comprovar o direito do Reclamante

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