o Ano
Versão 1
Grupo I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.
PARTE A
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.
Aqui vem Lianor Vaz e finge Inês Pereira Vai Lianor Vaz por Pero Marques
estar chorando, e diz Lianor Vaz: e fica Inês Pereira só dizendo:
1. Tendo em conta o presente excerto e a globalidade da obra, indica as razões que levaram Inês a
recusar inicialmente Pero Marques e depois a mudar de ideias.
2. Explica a ironia presente na terceira fala de Inês Pereira.
PARTE B
Onde sabee que como o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela,
e esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade
os mais mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras
cousas. E iam-se muito aas liziras1 em barcas e batees, depois que Santarem esteve por
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Castela, e dali tragiam muitos gaados mortos que salgavom em tinas, e outras cousas de
que fezerom grande açalmamento2; e colherom-se dentro aa cidade muitos lavradores
com as molheres e filhos, e cousas que tiinham; e doutras pessoas da comarca d’arredor,
aqueles a que prougue de o fazer; e deles passarom o Tejo com seus gaados e bestas e o
que levar poderom, e se forom a Setuval, e pera Palmela; outros ficarom na cidade e nom
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quiserom dali partir; e taes i houve que poserom o seu3, e ficarom nas vilas que Castela
tomarom voz.
Os muros todos da cidade nom haviam mingua de boom repairamento. […]
E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros
pelos fidalgos e cidadãos honrados; os quaes derom certas quadrilhas e beesteiros e
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homeẽs d’armas pera ajuda de cada uῦ guardar bem a sua. Em cada quadrilha havia uῦ
sino pera repicar quando tal cousa vissem4, e como cada uῦ ouvia o sino da sua
quadrilha, logo todos rijamente corriam pera ela […].
E nom embargando todo isto, o Meestre que sobre todos tiinha especial cuidado da
guarda e governança da cidade, dando seu corpo a mui breve sono, requeria per muitas
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vezes de noite os muros e torres com tochas acesas ante si, bem acompanhado de muitos
que sempre consigo levava. Nom havia i nenuῦs revees5 dos que haviam de velar, nem
tal a que esqueecesse cousa do que lhe fosse encomendado; mas todos muito prestes a
fazer o que lhe mandavom, de guisa que, a todo boom regimento que o Meestre
ordenava, nom minguava avondança de trigosos executores6. […]
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E nom soomente os que eram assiinados7 em cada logar pera defensom, mas ainda as
outras gentes da cidade, em ouvindo repicar na See, e nas outras torres, avivavom-se os
corações deles8; e os mesteiraes9 dando folgança10 aos seus oficios, logo todos com armas
corriam rijamente pera u11 diziam que os Castelãos mostravom de viinr. Ali viriees os
muros cheos de gentes, com muitas trombetas e braados e apupos esgremindo espadas e
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lanças e semelhantes armas, mostrando fouteza contra seus ẽmigos.
1 lezírias. 2 provisão, abastecimento. 3 taes i houve que poserom o seu: puseram na cidade tudo o que tinham. 4 quando tal cousa vissem: quando
vissem que era caso para isso. 5 revés (nenhum se negava). 6 avondança de trigosos executores: abundância de homens que executavam rapidamente
as ordens do Mestre. 7 designados. 8 avivavom-se os corações deles: sentiam-se mais corajosos. 9 operários. 10 folga. 11 onde.
7. A Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, e a Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, fornecem-nos
retratos diferentes de uma sociedade em transformação.
Escreve uma breve exposição na qual apresentes uma semelhança e uma diferença entre as duas
épocas.
Lê o texto.
5 A atribuição do Prémio Nobel da Paz a dois dos mais destacados ativistas contra a
agressão feminina em contexto de guerra vem trazer alguma luz para uma das dimensões
menos conhecidas, mas igualmente atroz, dos conflitos em todo o mundo.
O Comité Norueguês do Nobel decidiu atribuir o galardão a Nadia Murad, uma iraquiana
yazidi que foi raptada e escravizada pelo Daesh, e a Denis Mukwege, um médico
10 congolês que operou dezenas de milhares de mulheres agredidas de forma bárbara.
«Cada um deles contribuiu à sua maneira para dar maior visibilidade à violência
contra as mulheres em tempo de guerra para que os seus responsáveis respondam pelas
suas ações», justificou o comité quando apresentou o prémio. «Nadia é a testemunha
que denuncia os abusos cometidos contra si e outras», afirmou a porta-voz do Comité
15 Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen. Mukwege tornou-se no «símbolo mais
unificador da luta para acabar com estes crimes nas guerras».
A escolha mereceu elogios consensuais por parte de dirigentes políticos e ativistas
de direitos humanos em todo o mundo. O secretário-geral das Nações Unidas, António
Guterres, disse que a atribuição deste Nobel da Paz integra um «movimento crescente
20 que reconhece a violência e as injustiças» contra mulheres e crianças em todo o mundo.
Os dois premiados, declarou Guterres, «ao defenderem as vítimas de agressão nos
conflitos, estão a defender os nossos valores partilhados».
A alta-comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michele Bachelet, disse ser
«difícil pensar noutros dois vencedores mais dignos do Prémio Nobel da Paz» que não
25 Murad e Mukwege. O presidente iraquiano, Barham Saleh, disse que a entrega do
Nobel a Murad «é uma honra para todos os iraquianos que combateram o terrorismo e a
intolerância». Um deputado yazidi, Vian Dakhil, afirmou tratar-se da «vitória do bem e
da paz sobre as forças da escuridão».
«As agressões contra as mulheres nas guerras são um crime há séculos», disse à
30 Reuters o diretor do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo
(SIPRI), Dan Smith. «Mas era um crime na sombra e os dois laureados lançaram luz
sobre isso», acrescentou.
4. A expressão «As agressões contra as mulheres nas guerras são um crime há séculos» (l. 29)
(A) introduz um novo argumento sobre a temática abordada.
(B) contraria os argumentos anteriormente apresentados.
(C) sintetiza os conteúdos dos parágrafos anteriores.
(D) reforça os argumentos anteriormente apresentados.
7. Classifica a oração sublinhada em «O presidente iraquiano, Barham Saleh, disse que a entrega do
«Nobel a Murad “é uma honra para todos […]”» (ll. 25-26).
Tendo presente a leitura e o estudo que fizeste sobre a Farsa de Inês Pereira, redige
uma apreciação crítica bem estruturada, com um mínimo de duzentas e um máximo de
trezentas e cinquenta palavras, sobre esta obra.
No teu texto:
– apresenta/descreve o objeto de apreciação;
– explicita, de forma clara e pertinente, o teu ponto de vista, fundamentando-o em dois
argumentos, cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utiliza um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
Observações:
– um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
FIM
COTAÇÕES
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I
16 16 16 8 16 16 16 104
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II
8 8 8 8 8 8 8 56