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PROCEDIMENTOS PARA DIMENSIONAMENTO DE PILARES MISTOS

AÇO-CONCRETO SUBMETIDOS A FLEXO-COMPRESSÃO


DESIGN METHODS OF COMPOSITE COLUMNS UNDER COMBINED COMPRESSION
AND BENDING

Silvana De Nardin (1); Alex Sander C. de Souza (2); Ana Lucia H. C. El Debs (3)

(1) Pós-Doutorado Escola de Engenharia de São Carlos


(2) Prof. Dr. Universidade Federal de São Carlos
(3) Profa. Dra. Escola de Engenharia de São Carlos

Av Trabalhador Sãocarlense, 400 São Carlos – SP CEP: 13566-590

Resumo

É cada vez mais comum a associação de diferentes materiais estruturais em uma mesma edificação ou em
um mesmo elemento estrutural, buscando melhor desempenho, qualidade e economia. Neste sentido, os
pilares mistos aço-concreto, formados por perfis de aço revestidos ou preenchidos com concreto, aparecem
como uma alternativa tanto às estruturas metálicas quanto às estruturas de concreto. A utilização dessa
opção estrutural tem crescido nos últimos anos e, conseqüentemente, as recomendações de projeto têm se
desenvolvido concomitantemente. No Brasil, o dimensionamento de pilares mistos será enfocado pela nova
versão da NBR 8800 que se encontra em processo de revisão. Apresenta-se, neste trabalho, uma
discussão sobre os procedimentos de cálculo para pilares mistos aço-concreto, submetidos à flexo-
compressão, e como esses procedimentos estão sendo tratados na norma brasileira. Resultados
experimentais disponíveis na literatura são confrontados com valores teóricos resultantes da aplicação da
referida norma. A comparação de resultados tem o objetivo de aferir os limites de aplicabilidade dos novos
procedimentos de cálculo.
Plalavra-Chave: estruturas mistas, pilares mistos, dimensionamento, flexo-compressão.

Abstract
The association of various materials in a multi-storey building or in a structural element is gradually more and
more spread. This occurs because the materials association can provide high performance, good quality and
a considerable reduction of construction time and materials. Composite columns, as concrete encased
profiles or concrete filled profiles, can replace the steel and concrete structural elements. Due the more
widely acceptance of the composite columns in recent years, design codes had also been developed. In
Brazil, the design code for composite columns will be attended by the new version of the NBR8800,
nowadays under revision. In this study, a discussion about the design methods for composite columns under
compression and bending proposed in the Brazilian Code is presented. Experimental results are compared
with the ones furnished by that procedure, showing its applicability.
Keywords: composite structures, composite columns, design, beam-column.

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1 Introdução
A combinação de perfis de aço e concreto estrutural trabalhando solidariamente, como um
sistema portante único, constitui o comportamento básico das estruturas mistas aço-
concreto. Atualmente, vigas mistas, lajes mistas e pilares mistos têm sido usados em
vários países com vantagens técnicas e econômicas em relação às estruturas
convencionais de aço e de concreto armado.
No Brasil, o uso dos sistemas mistos ainda é muito incipiente, porém apresenta grande
potencial de desenvolvimento. Os procedimentos para análise e dimensionamento destes
elementos estão sendo incorporados às normas brasileiras como, por exemplo, no projeto
de revisão da NBR 8800:2005 e na NBR 14323:2003. Algumas universidades e centros
de pesquisa têm realizado e divulgado estudos sobre o comportamento e a viabilidade de
estruturas mistas aço concreto, podendo citar-se em especial no caso de pilares mistos
os trabalhos de: PERDÃO JR (1994), FIGUEIREDO (1996), DE NARDIN (1999),
FERNANDES (1997), ALVA (2000), QUEIROZ (2001), TARNOCZY (2001), DE NARDIN
(2003), DE NARDIN (2006).

1.1 Comportamento dos pilares mistos


Define-se pilar misto como um elemento submetido à compressão ou a compressão e
flexão formado pela associação de um ou mais perfis de aço com concreto estrutural. De
acordo com a forma da seção transversal e o arranjo de seus componentes, três tipos
diferentes de pilares mistos são comumente utilizados: pilares mistos preenchidos, pilares
mistos revestidos e pilares mistos parcialmente revestidos.
concreto

aço
perfil de

perfil
tubular

a) preenchidos b) Parcialmente revestidos c) revestidos

Figura 1 – Seções transversais típicas de pilares mistos

Em geral, os pilares mistos revestidos atendem aos requisitos técnicos mínimos para
resistência contra fogo e corrosão sem medidas adicionais de proteção. Podem ter sua
capacidade resistente incrementada pela introdução de barras de armadura no concreto.
Entretanto, necessitam de formas para sua execução. Nos pilares preenchidos, as barras
de armadura podem ser suprimidas e não são necessárias formas para a execução. Em
contrapartida, esses pilares apresentam desempenho inferior frente ao fogo e a corrosão.
O desempenho frente ao fogo e corrosão dos pilares parcialmente revestidos é
intermediário; além disso, podem ser necessárias formas e armadura adicional para
combater a fissuração do concreto. Neste caso, as ligações com outros elementos são
facilitadas uma vez que existem faces do perfil de aço expostas.
O uso dos pilares mistos pode trazer diversas vantagens em relação ao pilares metálicos
e/ou de concreto armado como:
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• grande capacidade resistente com seção transversal de dimensões reduzidas;
• possibilidade de atingir deformações plásticas com comportamento dúctil;
• desempenho superior frente ao fogo;
• redução da possibilidade de flambagem local nos perfis de aço;
• redução da quantidade de formas e escoramentos;
• redução do peso próprio da estrutura e conseqüente alívio das fundações;
• o confinamento existente em alguns tipos de pilares mistos torna o comportamento
do concreto dúctil, especialmente no caso dos pilares preenchidos.

2 Dimensionamento segundo texto base de revisão da NBR 8800:2005


O dimensionamento de pilares mistos foi introduzido inicialmente na NBR 14323:2003 –
“Dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio”. Com o processo de
revisão da NBR 8800, o dimensionamento de pilares mistos, lajes e vigas mistas aço-
concreto será abordado por esta norma. O código europeu EUROCODE 4 tem sido
utilizado como referência para a elaboração do texto base de revisão da NBR 8800:2005,
que aborda os tipos de pilares mistos apresentados na Figura 2.
bc
ex D
cx bf cx y
bf=bo y
y y t
cy

ey
ey
ey

x d x x
b1
d=hc
hc

x
ey

cy tf t
ex tw
ex b2 ex

Figura 2 – Pilares mistos cobertos pela NBR 8800:2005

O dimensionamento é realizado por um método simplificado que faz uso das mesmas
curvas de flambagem aplicadas a pilares de aço e é aplicável somente a seções com
dupla simetria. No dimensionamento são consideradas as seguintes hipóteses:
• seções planas permanecem planas após a deformação;
• interação total entre aço e concreto até a ruína;
• não ocorre flambagem local do perfil;
• imperfeições iniciais devem ser compatíveis com as adotadas para barras de aço.

Além da dupla simetria e da validade das hipóteses há pouco citadas, algumas condições
adicionais que devem ser satisfeitas para a aplicação do método simplificado são
apresentadas na Tabela 1.
A fim de impedir a ocorrência de flambagem local, a relação largura/espessura dos
componentes da seção de aço é limitada conforme Tabela 2. Para seções completamente
revestidas não é necessário verificar a ocorrência de flambagem local.

Tabela 1 – Condições adicionais para o uso do método simplificado

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Exigência Limitação
fy A a 0,2 < δ < 0,9
Contribuição do aço: δ=
γ a NRd,pl No limite inferior dimensionar como pilar de concreto no
limite superior como pilar de aço.

NR,pl π 2 (EI)e
Esbeltez relativa: λ rel = com N e = λ rel ≤ 2
Ne (kL )2
Armadura longitudinal 0,3% a 4% da área de concreto. Atendendo aos requisitos
da NBR 6118:2003 e obrigatória em pilares revestidos e
parcialmente revestidos.
Concreto Densidade normal e 10MPa ≤ fck ≤ 50MPa
Cobrimento do perfil de aço
40mm ≤ c y ≤ 0,3d e c y ≥ b f
(em pilares revestidos – ver Figura 2) 6
bf
40mm ≤ c x ≤ 0,4b f e c x ≥
6
Perfis de aço 250 MPa ≤ fy ≤ 450 MPa
fy − resistência ao escoamento do aço; A a − área da seção de aço; γ a = 1,1 − coeficiente de segurança para o aço

NRd,pl - Normal de plastificação definida no item 2.3; N e - Normal de flambagem elástica


NR,pl - Normal de plastificação definida no item 2.3 tomando os coeficientes de ponderação iguais a 1,0.
E: módulo de elasticidade do aço

Tabela 2 – Valores máximos para a esbeltez local dos elementos da seção de aço

Seção circular preenchida Seção retangular preenchida Seção tipo I parcialmente revestida
D E bi E bt E
≤ 0,1 ≤ 1,76 ≤ 1,4
t fy t fy tf fy
Dimensões d, t , bi, bt e tf definidas na Figura 2.

2.2 Efeitos de 2ª ordem


Os efeitos locais de segunda ordem podem ser considerados de modo simplificado
utilizando um coeficiente de amplificação de momentos fletores, com os mesmos
procedimentos adotados para pilares de aço segundo NBR 8800:2005.

2.3 Plastificação por força normal


A força normal de plastificação para uma seção mista envolve o somatório das
resistências do perfil, concreto e armadura (equação 1):
Aa f y 0 ,85Ac f ck As f ys
N Rd,pl = + + (Equação 1)
γ a = 1,10 γ c = 1,40 γ s = 1,15

γa, γc e γs são os coeficientes de ponderação para o aço, o concreto e a armadura, respectivamente.

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O coeficiente 0,85 que considera o efeito Rusch pode ser tomado igual a 1 para pilares
preenchidos devido ao estado triaxial de tensões do concreto. Nos pilares preenchidos
circulares, o efeito de confinamento pode ser considerado se forem atendidas as
seguintes exigências:
• esbeltez relativa - λ rel ≤ 0,5
• relação excentricidade da carga/ diâmetros externo - e D ≤ 0,5 .
Neste caso, a força normal de plastificação da seção é dada pela equação 2 com os
coeficientes η1 e η2 indicados na seqüência.
Aa f y Ac f ck  t fy  A f
N Rd,pl = η 2 + ⋅ 1+ η1  + s ys
γ a = 1,10 γ c = 1,40  D f ck  γ s = 1,15
(Equação 2)

η1 = η10 ; η 2 = η 20 η10 = 4,9 − 18,5 ⋅ λ rel + 17 ⋅ (λ rel ) ≥ 0 ; η 20 = 0,25 ⋅ (3 + 2λ rel ) ≤ 1,0


2

2.4 Normal resistente à compressão


A normal resistente à compressão considerando os efeitos da instabilidade global é
determinada utilizando um fator de redução χ obtido pelas curvas de flambagem para
perfis de aço, em função da esbeltez e da forma da seção transversal. A NBR 8800:2005
apresenta quatro curvas de flambagem (Tabela 3) e cada uma delas é aplicável a:
• seções tubulares preenchidas – curva a;
• seções I total ou parcialmente revestidas e flambagem em torno do eixo de maior
inércia – curva b;
• seções I total ou parcialmente revestidas e flambagem em torno do eixo de menor
inércia – curva c.
Tabela 3 – Curvas de flambagem da NBR 8800:2005

Curvas Equacionamento

1,0 a curva a - α = 0,21


χ = 1 se 0 ≤ λ rel ≤ 0,2
curva b - α = 0,34
curva c - α = 0,49
1
fator de redução χ

0,8
curva d - α = 0,76
χ= se λ rel > 0,2
0,6 c
b
β + β 2 − λ20
0,4

0,2
d
[ ( )
β = 0,5 1 + α λ2rel − 0,02 + λ2rel ]
NR,pl π 2 (EI)e
0,0 λ rel = , Ne =
(kL )2
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Índide de esbeltez λρελ
Ne

NR,pl - Normal de plastificação calculada com γa=γc=γs=1 e Valores de α no gráfico ao lado

Para a determinação da força normal de flambagem elástica Ne deve ser tomada a rigidez
equivalente (EI)e com a contribuição dos elementos aço, concreto e armadura, que
compõem a seção – Equação 3.
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(EI)e = E aIa + 0,6E c Ic + E sIs (Equação 3)

Determinado o fator de redução χ, a força normal resistente é da pela equação 4.


N Rd = χN Rd,pl
(Equação 4)

2.5 Plastificação por momento fletor


A resistência ao momento fletor é determinada considerando a plastificação total da seção
e desconsiderando o concreto tracionado. Em função da posição da linha neutra plástica
(LNP), determina-se o módulo plástico da seção (em parcelas independentes para o aço
Zpa, concreto Zpc e armadura Zps - Tabela 4) e, conseqüentemente, o momento de
plastificação total – Equação 5.
fy f ck f
MRd,pl = (Z pa − Z pan ) + 0,5 (Z pc − Z pcn ) + s (Z ps − Z psn ) (Equação 5)
γa γc γs

Tabela 4 – Cálculo de módulos plásticos para seções mistas

Seção Módulo plástico (eixo x)


Seção I revestida n
b c h c2
bf=bo Z ps = ∑ A si e i Z pc = − Z pa − Z ps
i=1 4
y
Linha neutra na alma do perfil Linha neutra na mesa do perfil
ey

x A c fcd − A sn (2fsd − fcd ) A c fcd − A sn (2fsd − fcd ) + (bf - t w )(d - 2t f )(2fyd - fcd )
d=hc

hn = hn =
2bc fcd + 2 bf (2fyd − fcd )
2b c fcd + 2t w (2f yd − fcd )
tf n (bf − t w )(d − 2t f ) 2
tw Z pan = b f h n2 −
ex Z pan = t w hn2 ; Z psn = ∑ A sni e yi 4
bc i=1
n
cx bf cx
Z pcn = b c h n2 − Z pan − Z psn Z psn = ∑ A sni e yi ; Z pcn = b c hn2 − Z pan − Z psn
y i=1
cy
A c f cd − A sn (2f sd − f cd ) - A a (2f yd - f cd )
ey

x d Linha neutra fora do perfil: h n =


hc

2b c f cd
n

ex
cy Z pan = Z pa ; Z psn = ∑ A sni e yi ; Z pcn = b c h n2 − Z pan − Z psn
i=1

Seção preenchida retangular (b2 − 2t)(b1 − 2t)2 2 3 2 b  Seção preenchida circular


Zpc = − r − r (4 − π) 1 − t − r  − Zps
ex 4 3 2  D
y
y
t n
A c f cd − A sn (2f sd − f cd )
Z ps = ∑ A si e i ; hn =
2b 2 f cd + 4t(2f yd − f cd )
ey

x i=1
b1

x
Z pcn = (b 2 − 2t)h n2 − Z psn ;
ey

t
b2 Z pan = b 2hn2 − Z pcn − Z psn ex

Seção circular preenchida: utilizar as equações das seções tubulares retangulares trocando b1 e b2 por d e r por (d/2 - t)
Zpan, Zpcn e Zpsn são os módulos plásticos em relação à linha neutra hn.

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3 Interação esforço normal x momento fletor
A resistência de um pilar misto sujeito à combinação de esforço normal e momento fletor
é determinada por meio de curvas de interação que se caracterizam pela redução da
resistência ao momento fletor com o aumento do esforço normal. De modo simplificado, o
texto base para revisão da NBR 8800:2005 permite o uso das mesmas equações de
interação utilizadas para pilares de aço (MODELO 1). No entanto, nos pilares mistos, o
comportamento é modificado pela presença do concreto, quer seja envolvendo ou
preenchendo os perfis de aço; sendo assim, existe uma curva de interação específica
(MODELO 2) cujo equacionamento é apresentado na Tabela 5.
Tabela 5 – Curvas de interação força normal x momento fletor

Curvas de interação pilares mistos

M Sd,x + µ x ⋅ M d,x M Sd,y + µ y ⋅ M d,y


+ ≤ 1,0
M d,x M d,y

Para
NSd ≤ 0,5Nc Para
0,5Nc < NSd < Nc Para
NSd ≥ Nc

 M d,x − Mc,x   2NSd   M − M c ,x   NSd − 0,5Nc  µ =  Md,x − Mc,x  +  Mc,x  ⋅  NSd − Nc 


µx =   ⋅ 1 −  µ x = 2 ⋅  d,x ⋅  x  M  N   
 M d,x   Nc   Nc   M d,x   d, x   Rdpl − Nc   Md,x 
       
α ⋅ fck ⋅ A c
Nc =
γc M = 0,9MRdpl,x Mc,y = 0,9MRdpl,y M d,x = 0,8Mmax,Rdpl,x M d,y = 0,8Mmax,Rdpl,y
sendo ; c,x ; ; ; e
Mmax,Rdpl = f yd ⋅ Z pa + 0,5f cd ⋅ Z pc + f sd ⋅ Z ps
Os módulos plásticos Zpa, Zpc e Zps são calculados com as expressões da Tabela 4.

4 Análise de pilares mistos submetidos a flexo-compressão


A fim de verificar os procedimentos propostos no texto base da NBR 8800:2005 para
verificação de pilares preenchidos e revestidos, foram feitas comparações de capacidade
resistente segundo estes procedimentos com resultados experimentais disponíveis na
bibliografia internacional, além dos obtidos pelos autores. Os resultados experimentais
utilizados e apresentados nas tabelas subseqüentes, foram obtidos nos trabalhos de:
O’SHEA & BRIDGE (2000), MURSI & UY (2004), ZEGHICHE & CHAOUI (2005), DE
NARDIN (2003), RANGAN & JOYCE (1992) e HAN et al. (2001). Nas tabelas a seguir,
são apresentadas as variáveis dos modelos ensaiados por cada autor e os resultados de
força normal resistente obtidos segundo formulações da NBR 8800:2005 sendo que NR1
corresponde à força normal obtida com o MODELO 1 (equações de interação para pilares
de aço) e NR2 foi obtida com o MODELO 2 (Tabela 5).
Alguns dos pilares ensaiados por MURSI & UY (2004) apresentavam esbeltez local acima
dos limites permitidos pelo texto base da NBR 8800, havendo flambagem local para os
elementos C210 e C260, para os quais se verificam diferenças significativas entre os
valores teóricos e o valor experimental, sobretudo para o elemento C260. Neste caso, o
valor experimental é 27% inferior ao valor teórico, ficando contra a segurança. Vale

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ressaltar que o texto base na NBR 8800:2005 não permite a utilização de seções
tubulares que apresentem flambagem local.
Tabela 6 – Resultados experimentais de MURSI & UY (2004)

Características dos elementos ensaiados: : seções retangulares Resultado Resultados


experimental teóricos (kN)
Elemento b (mm) h (mm) t (mm) L (mm) fck (MPa) fy (MPa) e (mm) F (kN) NR1 NR2
C110 110 110 5 2174 20,34 761 10 1481 1016 1030
C160 160 160 5 2416 20,34 761 15 2126 1912 1958
C210 210 210 5 2416 20,34 761 20 2939 2900 2994
C260 260 260 5 2817 20,34 761 25 3062 4063 4204

Tabela 7 – Resultados de O’SHEA & BRIDGE (2000)

Características dos elementos ensaiados: seções circulares Resultado Resultados


experimental teóricos (kN)
Elemento D (mm) t (mm) L (mm) fck (MPa) Ec (MPa) fy (MPa) e (mm) F (kN) NR1 NR2
S30E250B 165 2,82 662 48,3 21209 363,3 7,0 1525 1131 1351
S20E250A 190 1,94 742,5 41,0 17807 256,4 8,6 1533 913 1242
S12E250A 1,13 745 41,0 17807 185,7 8,5 1229 778 1121
S10E250A 0,86 743,5 41,0 17807 210,7 7,4 1219 822 1141
S30E150B 165 2,82 661,5 48,3 21209 363,3 17,2 1123 742 1148
S20E150A 190 1,94 745,5 41,0 17807 256,4 16,2 1284 590 1120
S16E150B 1,52 743,5 48,3 21209 306,1 15,5 1260 790 1338
S12E150A 1,13 745,5 41,0 17807 185,7 18,9 1023 358 760
S10E150A 0,86 744,5 41,0 17807 210,7 13,9 1017 576 938
S30E280A 165 2,82 661 80,2 28445 363,3 9,4 1940 1340 1839
S20E280B 190 1,94 744 74,7 27576 256,4 10,0 2203 1340 2042
S10E280B 0,86 747 74,7 27576 210,7 8,6 1910 1335 1854
S30E180A 165 2,82 661 80,2 28445 363,3 17,9 1653 818 1631
S20E180B 190 1,94 744,5 74,7 27576 256,4 20,8 1730 705 1458
S16E180A 1,52 745 80,2 28445 306,1 14,3 1925 1204 1964
S10E180B 0,86 746,5 74,7 27576 210,7 17,9 1532 785 1447
S30E210B 165 2,82 660 112,7 31470 363,3 6,8 2246 2045 2551
S20E210B 190 1,94 743 112,7 31470 256,4 6,5 2683 2493 3156
S10E210B 0,86 742 112,7 31470 210,7 4,0 2112 2727 3170
S30E110B 165 2,82 660 112,7 31470 363,3 15,6 1880 1359 2302
S20E110B 190 1,94 746 112,7 31470 256,4 17,0 2386 1393 2413
S16E110B 1,52 742 112,7 31470 306,1 12,9 2420 1829 2775
S12E110B 1,13 743,5 112,7 31470 185,7 17,1 1925 1499 2390

A resistência à compressão do concreto nos elementos ensaiados por O’SHEA &


BRIDGE (2000) varia entre 41MPa e 113MPa; contudo, a norma brasileira aplica-se a
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concretos com até 50 MPa de resistência à compressão. O mesmo ocorre com os
resultados experimentais obtidos por ZEGHICHE & CHAOUI (2005). Além do limite de
resistência à compressão do concreto ter sido excedido, alguns elementos ensaiados por
O’SHEA & BRIDGE (2000) apresentam flambagem local da seção e contribuição do tubo
de aço inferior ao recomendado na Tabela 1. Neste caso, os elementos deveriam ser
dimensionados como pilares de concreto e não como pilares mistos. A influência do fator
de contribuição δ (Tabela 1) é decisiva para aumentar a diferença entre valor experimental
e teórico quando o concreto é de alta resistência (elementos com fck=112,7MPa – Tabela
7).
Tabela 8 – Resultados de ZEGHICHE & CHAOUI (2005)

Características dos elementos ensaiados: seções circulares Resultado Resultados


experimental teóricos (kN)
Elemento D (mm) t (mm) L (mm) fck (MPa) fy (MPa) e (mm) F (kN) NR1 NR2
16 160,3 5,10 2000 101 271 8 1697 1623 2239
17 160,1 4,97 102 281 16 1394 1287 2094
18 159,8 5,02 101 280 24 1212 1013 1948
19 159,7 5,02 100 276 32 1091 765 814
20 159,7 4,96 4000 101 275 8 963 1271 3006
21 159,8 4,96 100 275 16 848 818 2188
22 159,8 5,10 102 281 24 727 765 2180
23 160,1 5,12 101 280 32 666 693 2102
24 160,2 5,13 2000 100 276 8* 1950 1545 2195
25 160,3 5,09 102 270 16* 1730 1073 1988
26 159,9 5,09 102 269 24* 1480 757 835
27 159,8 5,06 100 268 32* 1280 515 1468
* excentricidade provocando curvatura reversa de flexão

Tabela 9 – Resultados de DE NARDIN (2003)


Características dos elementos ensaiados: seções retangulares Resultado Resultados
experimental teóricos (kN)
Elemento B (mm) H(mm) t (mm) L (mm) fck (MPa) fy (MPa) F (kN) NR1 NR2
S3B 150 150 3 1416 52,8 211 883 377 883
S3U 150 150 3 1416 52,8 211 954 294 758
S6.3B 150 150 6,3 1467 73,7 230 1380 706 1496
S6.3U 150 150 6,3 1467 73,7 230 1427 657 1474
R3B 100 200 3 1416 53,3 284 751 630 1072
R3U 100 200 3 1416 53,3 303 679 738 1121
R6.3B 100 200 6,3 1467 68,9 246 1065 920 1409
R6.3U 100 200 6,3 1467 68,9 235 1027 906 1393
e=30 mm para as seções quadradas; e=20mm para as seções retangulares

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Os pilares ensaiados por DE NARDIN (2003) são constituídos por perfis de tipo U
formados a frio em aço SAE 1020, preenchidos com concreto de alta resistência.
RANGAN & JOYCE (1992) também ensaiaram pilares esbeltos de seção circular,
preenchidos com concreto de resistência superior ao enfocado pelo texto base (Tabela
10). Os elementos ensaiados eram compostos por tubo de aço com 101,6 mm de
diâmetro externo e tubo com espessura de 1,6 mm, preenchidos com concreto de 53,9
MPa de resistência a compressão. Os tubos de aço apresentaram resistência ao
escoamento de 218 MPa.
Tabela 10 – Resultados experimentais de RANGAN & JOYCE (1992)
Características dos elementos ensaiados: seções Resultado Resultados teóricos
circulares experimental (kN)
Elemento e (mm) L (mm) F (kN) NR1 NR2
1 10 807,5 430 191 397
2 30 235 132 289
3 10 1312,5 350 227 427
4 30 190 75 256
5 10 1565 315 234 437
6 10 1817,5 280 233 446
7 30 140 155 407
8 10 2322,5 220 208 463
9 30 126 138 420

A influência da esbeltez na correlação entre força última experimental e teórica (Tabela


10) é perceptível pois à medida que a esbeltez aumenta, os valores teóricos (MODELO
2) se afastam dos experimentais e ficam contra a segurança. Já para o MODELO 1, o
aumento da esbeltez aproxima os valores experimentais dos teóricos e estes ficam a
favor da segurança.
Os elementos de seção quadrada (Tabela 11) ensaiados por HAN et al. (2001) têm índice
de esbeltez λ variando entre 45 e 75 e são compostos por materiais cujas resistências
estão dentro dos intervalos previstos pela NBR 8800:2005. Com base nos resultados da
Tabela 11, os valores de força normal resistente obtidos a partir do MODELO 1 são
bastante diferentes e inferiores aos valores experimentais. Utilizando o MODELO 2, que
divide a curva de interação em três trechos distintos, os valores de força normal resistente
se aproximam os experimentais e, em alguns casos, superam estes últimos em até 20%.

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Tabela 11 – Resultados experimentais de HAN et al. (2001)

Características dos elementos ensaiados Resultado Resultados teóricos


experimental (kN)
Elemento B (mm) t (mm) L (mm) fck (MPa) fy (MPa) e (mm) F (kN) NR1 NR2
SCP1-1-1 120 3,84 750 18,9 330 15 588 467 524
SCP1-1-2 120 3,84 750 18,9 330 30 451 355 442
SCP1-1-3 120 3,84 750 25,46 330 40 421 306 463
SCP1-1-4 120 3,84 750 18,9 330 50 333 280 388
SCP1-1-5 120 3,84 750 25,46 330 40 418 309 465
SCP1-1-6 120 3,84 750 36,6 330 50 426 230 530
SCP1-2-1 140 3,84 640 23,55 330 15 833 654 762
SCP1-2-2 140 3,84 640 23,55 330 40 615 366 578
SCP1-2-3 140 3,84 640 23,55 330 60 510 223 487
SCP1-2-4 140 3,84 640 25,46 330 40 559 433 644
SCP1-2-5 140 3,84 640 36,6 330 60 589 820 657
SCP2-1-2 120 5,86 750 23,55 321 15 755 667 722
SCP2-1-3 120 5,86 750 23,55 321 30 549 546 627
SCP2-1-4 120 5,86 750 23,55 321 50 511 337 461
SCP2-2-1 140 5,86 640 19,22 321 15 1014 842 900
SCP2-2-2 140 5,86 640 19,22 321 30 804 655 746
SCP2-2-3 140 5,86 640 18,76 321 40 735 540 648
SCP2-2-4 140 5,86 640 18,76 321 60 556 457 580
SCP2-3-2 200 5,86 450 26,77 321 30 1793 1251 1600
SCP2-3-3 200 5,86 450 22,79 321 50 1426 861 1244
SCP2-3-4 200 5,86 450 26,77 321 80 1201 467 1090

Os estudos experimentais encontrados na bibliografia têm objetivos diversos e diferentes


deste artigo, por essa razão encontram-se estudos com pilares esbeltos e curtos, com
concreto de alta resistência e com elementos de aço sujeitos a flambagem local.
3,0 3,0
De Nardin (2003)
De Nardin (2003)
Rangan & Joyce (1992)
Rangan & Joyce (1992)
Experimental/NBR8800

2,5 Zeghiche & Chaoui (2005) 2,5 Zeghiche & Chaoui (2005)

2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 Mursi & Uy (2004) 0,5 Mursi & Uy (2004)


Modelo 1 O'Shea & Bridge (2000) O'Shea & Bridge (2000)
Han et al. (2001) Han et al. (2001)
0,0 0,0

Figura 3 – Correlação entre resultados de esforço normal experimental e normativo: a) MODELO 1 e b)


MODELO 2
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De modo geral, os dados relativos aos modelos ensaiados não são claros dificultando as
análises. De toda forma, com os resultados experimentais disponíveis em comparação
como os resultados obtidos aplicando a NBR 8800:2005 é possível fazer algumas
observações importantes. Os gráficos da Figura 3 apresentam a relação entre força
normal experimental (F) e teórica, respectivamente para o MODELO 1 (NR1) e MODELO 2
(NR2) de interação momento fletor x força normal.
Com o MODELO 1, para a maioria dos casos, os resultados teóricos são inferiores aos
experimentais estando a favor da segurança, porém as diferenças são bastante
significativas podendo se tornar antieconômico. Para o MODELO 2, a correlação entre
resultados experimentais e teóricos é satisfatória e são observadas diferenças da ordem
de 20% para mais ou para menos. Entretanto, em vários casos foram obtidos resultados
teóricos muito superiores aos experimentais, estando, portanto contra a segurança.
Na tentativa de identificar as possíveis causas das discrepâncias entre valores de força
última experimentais e teóricas, os resultados foram agrupados em função das principais
variáveis consideradas. Sendo assim, na Figura 4 é apresentada a influência da
resistência à compressão do núcleo de concreto na correlação entre valores teóricos e
experimentais, para seções preenchidas retangulares e circulares. A subdivisão em dois
grupos é função do efeito de confinamento que pode ocorrer nas seções circulares.
2,0
1,8
MURSI & UY (2004) 2,0
DE NARDIN (2006)
Experimental/NBR8800

O'SHEA & BRIDGE (2000)


HAN et al. (2001) 1,8
1,6 ZEGHICHE & CHAOUI (2005)
Experimental/NBR8800

RANGAN & JOYCE (1992)


1,6
1,4
1,4
1,2
1,2
1,0
1,0
0,8
0,8
0,6 0,6
0,4 0,4
Seções retangulares Seções circulares
0,2 0,2
0 20 40 60 80 100 120 20 40 60 80 100 120
Resistência do concreto (MPa) Resistência do concreto (MPa)

Figura 4 – Influência da resistência a compressão do núcleo de concreto

De acordo com os resultados analisados (somente para o MODELO 2 de curva de


interação), a diferença entre valores teóricos e experimentais é menos expressiva para os
elementos de seção retangular. Isto leva a afirmar que o efeito de confinamento nas
seções preenchidas circulares pode estar sendo superestimado em algumas situações.
Por outro lado, para os resultados de O’SHEA & BRIDGE (2000) cuja resistência do
concreto varia entre 40 e 110MPa, as maiores diferenças ocorrem para os pilares
preenchidos com concreto de 40 MPa; nesta situação os valores experimentais superam
os teóricos em até 40%. Pilares preenchidos com concreto de 110MPa apresentam força
última inferior aos valores previstos em até 60%. Isto ocorre porque a formulação para
considerar o efeito de confinamento se aplica a pilares preenchidos com concreto de até

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50MPa; para concretos de resistência superior, o efeito de confinamento tende a ser
menor.
A influência da esbeltez, L/D , em pilares de seção circular e L/bi em seções retangulares,
na força resistente é mostrada na Figura 5 para as seções retangulares e circulares
analisadas. Tomando a relação L/bi como variável verifica-se melhora na correlação entre
valores experimentais e teóricos à medida que os elementos tornam-se mais curtos.
Novamente, nos elementos de seção circular, as diferenças são maiores que as
observadas nos elementos de seção retangular.
2,0 2,0
MURSI & UY (2004) O'SHEA & BRIDGE (2000)
DE NARDIN (2006) ZEGHICHE & CHAOUI (2005)
Experimental/NBR8800

Experimental/NBR8800
HAN et al. (2001) RANGAN & JOYCE (1992)
1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

Seções retangulares Seções circulares


0,0 0,0
0 5 10 15 20 25 30 0 5 10 15 20 25 30
Esbeltez L/bi Esbeltez L/D

Figura 5 – Influência da esbeltez L/D

A influência da excentricidade da força axial (e/D) nos valores de força normal resistente
pode ser visualizada na Figura 6. A diferença entre valores experimentais e teóricos é
maior para as seções circulares e, dentre as seções circulares, cresce à medida que a
relação e/D aumenta. Em alguns casos, os valores experimentais são bastante inferiores
aos teóricos.
2,0 2,0
MURSI & UY (2004) O'SHEA & BRIDGE (2000)
DE NARDIN (2006) ZEGHICHE & CHAOUI (2005)
Experimental/NBR8800
Experimental/NBR8800

HAN et al. (2001) RANGAN & JOYCE (1992)


1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

Seções retangulares Seções circulares


0,0 0,0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Relação e/D Relação e/D

Figura 6 – Influência da relação e/D

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5 Conclusões
Foi apresentada e discutida a formulação do texto base da NBR 8800:2005 para
verificação de pilares mistos preenchidos submetidos a flexão composta. Resultados e
experimentais disponíveis na bibliografia foram comparados com os obtidos segundo a
NBR 8800:2005. Destas análises é possível delinear os seguintes comentários:

1. Analisando as diferenças entre resultados teóricos e experimentais conclui-se que


a formulação apresentada é satisfatória quando aplicada respeitando os limites
estabelecidos nesta norma.
2. Para pilares com características fora dos limites da NBR 8800 como, por exemplo,
fck acima de 50 MPa, a variabilidade nos resultados aumenta, sendo necessários
ajustes ou adaptações nas formulações.
3. O uso das equações de interação aplicáveis a pilares de aço que é recomendado
como um modelo simplificado para pilares mistos (MODELO 1) não conduziu a
boas correlações entre resultados teóricos e experimentais para os pilares
analisados. Os resultados teóricos são muito inferiores aos experimentais.
4. Com base nos resultados, o efeito do confinamento pode estar sendo
superestimado em pilares de seção circular preenchidos com concretos de alta
resistência. Esse efeito merece estudos mais aprofundados.
5. A correlação entre resultados teóricos e experimentais piora com o aumento da
excentricidade e da esbeltez.
6. Por fim, a correlação entre valores teóricos e experimentais é satisfatória se forem
respeitados os limites de aplicabilidade do texto base da NBR 8800:2005,
sobretudo quanto à resistência do concreto. Entretanto, os pilares mistos
preenchidos têm aplicação mais eficiente quando é utilizado concreto de alta
resistência. Portanto, é recomendável a realização de estudos teóricos e
experimentais que permitam ampliar os limites de aplicabilidade da norma em
questão.
7. Resultados em pilares revestidos e parcialmente revestidos são menos freqüentes
ou de difícil acesso, por isso não foram incluídos neste estudo embora sejam uma
alternativa com grande potencial de aplicação.

Agradecimento
Os autores agradecem à FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo pelo apoio financeiro para a realização dos ensaios.

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