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Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos

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Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Introdução a Proteção de
Sistemas Elétricos

Princípios Básicos
do Sistema de Potência
(Visão Geral)

Copyright © SEL 2006

O objetivo desta seção inicial é o de fornecer uma revisão dos principais


conceitos dos sistemas de potência, principalmente aqueles mais
freqüentemente usados na área de proteção de sistemas de potência.

É difícil a tentativa de estudar todos os aspectos dos sistemas de potência


em um curto período de tempo. Esta seção serve não somente como uma
visão geral simplificada mas também como uma introdução às convenções
usadas durante o curso.

Os conceitos aqui apresentados podem também ser encontrados em


qualquer livro texto sobre análise de circuitos ac ou análise de sistemas de
potência.

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Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
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Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Princípios Básicos do Sistema de Potência


Objetivos

z Explicar os conceitos fasoriais e sua


importância nos sistemas de potência
z Discutir as relações entre as tensões,
correntes e potência nos circuitos elétricos
trifásicos
z Analisar os componentes do sistema de
potência e as grandezas em PU

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Função Senoidal
y (t ) = Ym cos (ωt + ϕ )
Ym

y(t)

ωt
−ϕ 2π − ϕ

− Ym
t
−ϕ 2π = 2π − ϕ
período
ω ω

A corrente e a tensão dos sistemas elétricos de corrente alternada, para a


condição de regime, são normalmente representadas por funções senoidais
perfeitas. A figura mostra um exemplo de um sinal senoidal (ou função)
denominada y(t) que pode ser uma tensão ou uma corrente. O sinal é
periódico com um período de T segundos. A freqüência do sinal f, em
Hertz, é o inverso do período: f = 1/T

A expressão analítica da função senoidal do período T é a seguinte:

y (t ) = Ym cos (ωt + ϕ)

Ym : Amplitude de Pico
ω : Frequência (angular) em radianos
ϕ : Ângulo de fase
ω = 2πf
f = 50 ou 60 Hz, dependendo da localização

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Número Complexo

Eixo Imaginário
Y = a + jb

b a = Re( Y )
r b = Im( Y )
Y

ϕ
Eixo Real
a

A análise de sistemas lineares ac, usando a representação no tempo de


tensões e correntes, pode resultar em computações tediosas, complicadas e
demoradas. Para as condições do estado de regime, a complicação é
reduzida com o uso de números complexos. Um número complexo é
composto por dois números reais. Um dos números reais é a parte “real” e o
outro número real é a parte “imaginária”. A parte real do número complexo
Y mostrado na figura é “a” e a parte imaginária é “b”. A parte imaginária é
sempre multiplicada por j, que é igual a √-1.

Um número complexo pode ser representado graficamente conforme


mostrado na figura. Dois eixos são usados para representar as partes real e
imaginária do número. O número pode ser representado como um vetor
com dois componentes. As três expressões a seguir podem ser usadas para
representar um número complexo:

r
Y = a + jb (Forma de coordenadas retangulares)
r
Y = Y∠ϕ (Forma de coordenadas polares)
r
Y = Y cos ϕ + jY sen ϕ (Forma retangular usando magnitude e ângulo)
r
Uma vez que a magnitude de Y é
Y = a 2 + b 2 , e as partes real e imaginária são :
a = Y cos ϕ
b = Y sen ϕ

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Representação Fasorial

r
Defina o Fasor Y como :
r Ym jϕ
Y= e = Ye jϕ
2
Então :
r j ωt
y (t ) = 2 Re Ye [ ]

Um fasor é um número complexo usado para representar uma tensão ou


corrente ac. A relação entre o fasor e o sinal original é dada pelo seguinte
desenvolvimento analítico:

O sinal original, em função do tempo, é :


Y
y (t ) = Ym cos (ωt + ϕ) = 2 m cos (ωt + ϕ)
2
Usando a identidade de Euler (*) :
y(t ) = Re[Ym cos(ωt + ϕ) + jYm sen (ωt + ϕ)]
y(t) = Re[Ym e j(ωt + ϕ ) ] = Re[Ym e jϕ e j(ωt ) ]
⎡⎛ Y ⎞ ⎤
y(t) = 2Re ⎢⎜⎜ m e jϕ ⎟⎟e j(ωt ) ⎥
⎣⎝ 2 ⎠ ⎦

(*) Identidade de Euler


e jθ = cosθ + jsenθ

Nota : j = − 1

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Representação Fasorial
r
Y = Ye jϕ = Y ∠ ϕ

r
Y = Y cos ϕ + jY sen ϕ

Ym
Onde Y = : Valor rms de y (t )
2

Observe que a magnitude do fasor Y é o valor rms do sinal senoidal original


y(t). Observe também que as partes real e imaginária do fasor, assim como a
magnitude e o ângulo do fasor são CONSTANTES. Em outras palavras,
com esta representação, a variável t (tempo) não aparece nos cálculos.

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Nota

r
A = Ae j(θ+ ϕ ) = A /(θ + ϕ)

r
∠A Significa " Ângulo do Fasor A"
Portanto :
r
∠A = θ + ϕ

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Representação Fasorial

Eixo Imaginário

r
Y =Y ∠ϕ
Y sen ϕ

ϕ
Eixo Real
Y cos ϕ

Como qualquer número complexo, o fasor pode ser representado


graficamente no plano complexo.

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Operações Fasoriais
Fornecidas :
r
A = A/ α
r
B = B/ β
Multiplicação :
rr
AB = AB / (α + β )
rr
AB* = AB / (α − β )
rr
AA* = A2

As operações fasoriais são as mesmas que as dos números complexos. A


multiplicação dos fasores é mais fácil se eles estiverem na forma polar.

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Operações Fasoriais

Divisão : A = A e j (α − β ) = A / (α − β )
B B B
Exponenciação : ( A) n = ( Ae jα ) n = An e jnα

n
A = A ⋅e n n

Outras operações de números complexos, como divisão e exponenciação,


são relativamente simples de serem executadas. Isto não seria tão simples se
a representação dos sinais no tempo estivesse sendo usada.

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Representação dos Circuitos Lineares AC


Usando Fasores e Impedâncias

I
ϕ V
V Z
I
IMPEDÂNCIA
r
r V V∠θV V (θ − θ )
Z= r = = / V I = Z∠ϕ
I I∠θ I I
Z = R + jX = Z cos ϕ + jZ sen ϕ
R = RESISTÊNCI A
X = REATÂNCIA

Os elementos lineares dos circuitos ac passivos são representados por suas


impedâncias. A impedância de um determinado elemento do circuito é definida
como o número complexo resultante da divisão do fasor da tensão aplicada
pelo fasor da corrente resultante. Como em qualquer número complexo, a
impedância tem uma parte real e uma imaginária. A parte real é denominada
RESISTÊNCIA (R) e a parte imaginária é denominada REATÂNCIA (X).
Os exemplos das impedâncias são:
Z = 2 + j6 Ohms
Z = 2 - j30 Ohms
Z = j10 Ohms (reatância pura)
Z = 2,5 Ohms (resistência pura)
Z = 0,231 + j0,685 pu (usando a impedância base fornecida)
Z = 23,1 + j68,5 % (pu vezes 100)

O inverso da impedância é denominado ADMITÂNCIA e é representado por


Y. Para algumas aplicações nos sistemas de potência, a admitância é usada ao
invés da impedância para representar os elementos passivos. A admitância
também tem partes real e imaginária. A parte real é denominada
CONDUTÂNCIA (G) e a parte imaginária é denominada SUSCEPTÂNCIA
(B). Em outras palavras:

r 1 1
Y= r = = G + jB
Z R + jX

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Impedâncias dos Elementos de


Circuitos Passivos
Resistor Indutor Capacitor
I I
I R L C

+ V - + V - + V -

I V I
V I
V
ϕ = 0° ϕ= 90° ϕ = - 90°

Mesmo considerando que os elementos puros não existem, é comum


modelar alguns elementos como resistores, indutores e capacitores puros.
Os diagramas fasoriais desses três elementos estão mostrados na figura.

As expressões a seguir são usadas para calcular as impedâncias dos três


principais componentes dos circuitos lineares ac :

r
r r r V
Resistor: V = RI, Z = r = R
I
r r r r
Indutor: V = jωLI = jXL I, Z = jωL = jXL
r 1 r r 1
Capacitor: V = −j I = −jXcI, Z = −j = −jXc
ωC ωC

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Diagrama Fasorial do Circuito Série RLC


I R L C

VR VL VC
V

VR
VL
VC

V
ϕ
I
VR
VC

As equações a seguir servem para calcular a impedância série total do


circuito série R-L-C :

V
Z= = R + jX
I
1
Z =R + jXL − jXC = R + jωL− j
ωC

( ) ⎛ 1⎞
X = j XL − XC = j⎜ωL− ⎟
ωC⎠

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Diagrama Fasorial do Circuito Paralelo RLC

V R IR L IL C IC

IC
IR V
ϕ

I
IR IC
IL

O circuito paralelo R-L-C é o dual do circuito série R-L-C. Neste caso, é


mais conveniente o uso de admitâncias.

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Representação das Impedâncias no


Plano Complexo

X X
Área
r r
| Z |≤ r
Z
-r r
R R
r
Z = R + jX -r
r
| Z |= Z = R2 + X 2

Como qualquer número complexo, a impedância pode ser representada no


plano complexo. No campo de proteção de sistemas de potência, o plano
complexo usado para representar as impedâncias é chamado de plano R-X.
O diagrama resultante é, algumas vezes, denominado diagrama R-X.

O diagrama R-X é usado para estudar e analisar não apenas uma


impedância simples (que é, na verdade, um simples ponto no plano
complexo), mas também um conjunto de impedâncias ou uma variação das
impedâncias. Por exemplo, a área dentro do círculo de raio r e com o centro
na origem é representada por:

r
| Z |≤ r

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Potência Instantânea

i
v Z
v = 2 ⋅ V ⋅ cos(ωt )
i = 2 ⋅ I ⋅ cos(ωt − ϕ )
p = v ⋅ i = 2VI cos(ωt ) cos(ωt − ϕ )
p = VI cos(ϕ ) + VI cos(2ωt − ϕ )
p = VI cos(ϕ ) + VI cos(ϕ ) cos(2ωt ) + VI sen(ϕ ) sen(2ωt )

O circuito monofásico ac da figura permite que seja efetuada uma revisão do conceito de
potência instantânea para condições de regime. Observe que, para este caso em
particular, é considerado que a corrente está atrasada da tensão por um ângulo de ϕ
graus. Observe também que a magnitude de cada sinal é apresentada como o valor rms
vezes a raiz quadrada de dois.

A potência instantânea é obtida pela multiplicação direta de duas funções senoidais


representando a tensão e a corrente. O resultado é uma função com três termos:

1) O primeiro termo é constante (não depende de t), e é igual a V·I·cos(ϕ)

2) O segundo termo é uma senóide perfeita, porém a uma freqüência igual a 2ω.
A magnitude deste termo é proporcional ao coseno do ângulo ϕ.

3) O terceiro termo é uma senóide perfeita também a uma freqüência igual a 2ω.
A magnitude deste termo é proporcional ao seno do ângulo ϕ.

Observe que, se a impedância do circuito fosse um resistor ideal, a corrente e a tensão


estariam em fase. Em outras palavras, o ângulo ϕ seria zero. Observe também que a
expressão matemática da potência instantânea pode ser reescrita como:

p = VI cosϕ +VI cosϕ cos(2ω t) +VI senϕ sen(2ω t)


p = VI cosϕ(1+ cos(2ω t)) +VI senϕ sen(2ω t)

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Potência Instantânea
p = VI cos ϕ + VI cos (2ω t − ϕ )

p = vi

v i
P

1 T
PMédia =
T ∫0
p ⋅ dt = VI cos(ϕ )

O slide mostra como a expressão matemática da potência instantânea pode


ser manipulada para tornar sua forma mais evidente. A expressão final tem
um termo constante (V·I·cos(ϕ)) e um termo senoidal com freqüência dupla.

A potência instantânea está mostrada na figura como uma função offset


senoidal com um offset igual ao termo constante V·I·cos(ϕ), que é mostrado
através da linha tracejada na figura. Intuitivamente, pode ser observado que
o offset constante é a potência média fornecida para a impedância.

A figura também mostra os sinais de tensão e corrente.

O valor médio pode ser encontrado através da integração da expressão e o


resultado é, conforme esperado, V·I·cos(ϕ).

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Potência Média dos Elementos

Resistor Indutor Capacitor


I I
I R L C

+ V - + V - + V -

ϕ = 0° ϕ = 90° ϕ = -90°

p = VI + VI cos 2ω t p = VI sen 2ω t p = −VI sen 2ω t


Média = VI Média = 0 Média = 0
= I 2R

A potência média fornecida aos indutores e capacitores puros é zero.


Considera-se que os resistores sejam os únicos elementos que consomem
potência ativa.

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Potência Complexa
Ativa e Reativa
r r r*
S = V I = P + jQ
I
→ ⎡ → →* ⎤ ⎡ →* → ⎤ V
P = Re ⎢ V I ⎥ = Re ⎢ V I ⎥ Z
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎡ → →* ⎤ ⎡ →* → ⎤
Q = Im ⎢ V I ⎥ = − Im ⎢ V I ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦

Potência complexa é definida como o produto do fasor de tensão pelo


conjugado complexo do fasor de corrente. A unidade de medida da potência
complexa é volt-ampere, ou VA.

A potência média é também conhecida como potência ativa, pois ela é a


parte da potência instantânea que realmente gera trabalho, ou calor. A
unidade de medida da potência ativa é watts. Uma outra forma de
determinar a potência ativa consiste em considerar a parte real da
multiplicação dos fasores de tensão e corrente.

A parte imaginária da potência complexa, Q, é conhecida como potência


reativa. A unidade de medida da potência reativa é Volt-Ampere-Reativo,
ou VAR.

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Potência Complexa
Ativa e Reativa
r
Z = R + jX = Z cos ϕ + jZ sen ϕ
r r*
S = V I = P + jQ = VI ∠ ϕ I
V
⎡→ → ∗ ⎤ Z
P = Re ⎢ V I ⎥ = VI cos ϕ
⎣ ⎦
⎡→ → ∗ ⎤
Q = Im ⎢V I ⎥ = VI sen ϕ
⎣ ⎦

Se ϕ for o ângulo da impedância, e portanto, o ângulo com que a corrente


está atrasada da tensão, então a potência ativa e a reativa podem ser
calculadas como funções de ϕ.

Observe que, de acordo com a convenção, a potência reativa de um indutor


é positiva e a potência reativa de um capacitor é negativa.

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Potência Complexa
Potência Aparente e Fator de Potência
r rr
S = Se = P + jQ = V I *
j ϕ (Potência Complexa)

r
S = VI = S = P 2 + Q 2 = I 2 Z (Potência Aparente)

P I
FP = = cos ϕ (Fator de Potência) V
S Z

Também por definição, a magnitude da potência complexa (o produto das


magnitudes de tensão e corrente, S = VI) é denominada potência aparente.

A relação da potência ativa pela potência aparente é definida como fator de


potência. Matematicamente, o fator de potência é o coseno do ângulo ϕ, ou
f.p. = cos(ϕ).

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Triângulo de Potência

S
Q
ϕ

A potência complexa pode ser representada graficamente no plano


complexo. A parte real é a potência ativa e a parte imaginária é a potência
reativa. Isto é conhecido como triângulo de potência.

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Sistemas Trifásicos Equilibrados

z Para um sistema trifásico equilibrado, as tensões


senoidais têm a mesma amplitude e estão
defasadas de 120°.
VC VB

VA VA

VB VC

SEQÜÊNCIA A-B-C SEQÜÊNCIA A-C-B

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Cargas Conectadas em Y
VAn ZL Van
Ia
ZG
Zp
EAn
n n

ECn EBn Zp Zp

VCn ZG VBn ZL Vbn Vcn


ZG
Ib

ZL
Ic
→ → →
V AN = V P ∠ 0° V BN = V P ∠ − 120 o
V CN = V P ∠120 o

A figura mostra o diagrama do circuito de um sistema trifásico simples. Se a


fonte de tensão trifásica ideal for perfeitamente equilibrada e todas as
impedâncias de cada fase do sistema forem iguais, então todas as tensões e
correntes do sistema estarão perfeitamente equilibradas.

Uma carga conectada em estrela, consistindo de impedâncias passivas, é


mostrada com o objetivo de efetuarmos uma revisão e análise das equações.

Cada impedância da carga recebe uma tensão linha-neutro.

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Cargas Conectadas em Y

VCA VCN VAB

→ → →
V AB = V AN − V BN = 3 ⋅ V P ∠30 o
30 °
VAN
→ → →
V BC = V BN − V CN = 3 ⋅ V P ∠ − 90 o
→ → → VBN
V CA = V CN − V AN = 3 ⋅ V P ∠150 o
VBC
→ →
V LL = 3 ⋅ V P ∠30 o

Cada uma das impedâncias de uma carga é denominada impedância de fase.


A magnitude da tensão aplicada a cada impedância é a tensão linha-neutro,
ou a tensão de fase (VP).

A relação entre as tensões linha-linha e as tensões linha-neutro pode ser


obtida analiticamente ou graficamente. Existe um fator igual à raiz quadrada
de três entre a tensão de fase e a tensão linha-linha.

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Cargas Conectadas em Y

→ V AN
IA= →
= I P /− ϕ
ZP

→ V BN o
IB = →
= I P / ( −120 − ϕ )
ZP

→ V CN o
IC = →
= I P /(120 − ϕ )
ZP
→ →
IL = IP

A magnitude da corrente passante através de cada uma das impedâncias é a


corrente da linha (IL). Para uma carga conectada em Y, a corrente na linha e
as correntes de fase são iguais.

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Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Cargas Conectadas em Δ

a Ia
Iab
Zp
b Ib
Zp
Ica
Zp
c Ic Ibc

→ →
V LL =V P

Para uma carga conectada em delta, a tensão na carga é igual à tensão linha-
linha.

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Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Cargas Conectadas em Δ
→ → →
I AB = I P ∠0° , I BC = I P ∠ − 120 o , I CA = I P ∠120 o

→ → → IC
I A =I AB − I CA = 3 ⋅ I P ∠ − 30 o
ICA

→ → →
I B = I BC − I AB = 3 ⋅ I P ∠ − 150 o
IAB
→ → →
30 °
I C =I CA − I BC = 3 ⋅ I P ∠90 o

→ → IB IBC IA
IL = 3 ⋅ I P ∠ − 30 o

Para cargas conectadas em delta, existe um fator igual à raiz quadrada de


três entre as correntes da fase e da linha.

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Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Conclusão para Cargas Passivas

z Cargas Conectadas em Y

VP = VL 3 , IP = IL

z Cargas Conectadas em Δ

VP = VL , IP = IL 3

Esta é a conclusão.

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Potência nos Sistemas


Trifásicos Equilibrados

P = 3 V P I P cos ϕ = 3 V L I L cos ϕ

Q = 3 V P I P sen ϕ = 3 V L I L sen ϕ
S = 3 VP IP = 3 VL IL = P2 + Q2

S = S e jϕ = P + j Q
FP = P / S = cos ϕ

A potência trifásica é obtida através da soma da potência de cada fase. O


resultado é que a potência trifásica de um sistema trifásico equilibrado é três
vezes a potência de uma das fases. Quando as tensões linha-linha e as
correntes da linha forem usadas, o fator torna-se a raiz quadrada de três.

Lembre-se que para cargas conectadas em estrela, VP = VL/ √3 e IP = IL.


Quando a substituição é efetuada, a equação tem 3 dividido por √3,
resultando em √3 vezes a tensão de linha e a corrente de linha.

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Conclusão sobre os Sistemas de


Potência Equilibrados
VAn ZL Van
ZL
Ia
ZG

Zp
Ia
EAn
n n
ZG Zp
ECn EBn Zp Zp

VCn
ZG ZG VBn ZL
Vbn Vcn +
Ib Ean -
ZL

Ic

Se o sistema for perfeitamente equilibrado,


somente é necessário analisar uma fase. As outras
fases terão a mesma magnitude com defasagem
de 120°.

Uma característica importante da análise de sistemas de potência trifásicos é


que não é necessário efetuar a análise de cada fase se o sistema for
perfeitamente equilibrado. Para um sistema equilibrado, somente uma fase
precisa ser analisada. O comportamento das outras fases é similar. A única
diferença é que as correntes e tensões estão defasadas de 120° em relação à
fase analisada.

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Representação Unifilar dos


Sistemas de Potência
VAn ZL Van
Ia
ZG
Representação Zp
EAn
do Sistema n n

ECn EBn Zp Zp

VCn ZG VBn ZL Vbn Vcn


ZG
Ib

ZL
Ic

Representação
Unifilar

A representação unifilar economiza um espaço considerável. Isto se torna


mais evidente para sistemas de potência de grande porte.

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Alguns Componentes do Sistema de Potência


Símbolos do Unifilar

Gerador Linha de Transmissão

Transformador Carga Geral Impedância Shunt

Estes são os símbolos usados nos diagramas unifilares para os elementos


mais comuns do sistema de potência. Outros elementos são bancos de
capacitores, reatores, defasadores, motores, controles eletrônicos de
potência, disjuntores, etc.

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Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
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Exemplo do Sistema de Potência


Diagrama Unifilar

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No Pátio da Subestação

“Barra”
Disjuntor
Chave Transformador Chave Transformador
de Corrente de Tensão

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Acoplamento Mútuo
Um Conceito Importante

I1 I2 I1 I2
Zm I2 Zm I1

Acoplamento Tensões
Magnético Induzidas

O acoplamento magnético entre dois circuitos energizados é chamado


acoplamento mútuo. A corrente de um dos circuitos induz uma tensão no
outro circuito e vice-versa.

O acoplamento mútuo está presente em todos os componentes do sistema de


potência trifásico. Isto torna o estudo, a análise e a computação mais
complicados.

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Componentes do Sistema de Potência


Gerador de Potência
Circuito do Rotor (Campo)
Vr
Ir
Barra
Ia ZS Ia

n Ib ZS Zm Z Ib
m

Ic Z Zm
S Ic

Dispositivo p/ Ze Ires
Aterramento Estator
g
do Neutro + + +
Va Vb Vc
- - -

O gerador síncrono é uma máquina complexa. Os enrolamentos do rotor


injetam corrente contínua, mas os enrolamentos estão em movimento. Este
movimento dos enrolamentos é que gera as tensões ac induzidas nos
circuitos do estator. Os enrolamentos do estator e os enrolamentos do rotor
são acoplados magneticamente e as indutâncias mútuas equivalentes são
variáveis pois a máquina está em movimento. O modelo matemático de um
gerador síncrono típico consiste de pelo menos 10 equações diferenciais,
incluindo o controle. Existem modelos simplificados usados nos cálculos
práticos que fornecem precisão suficiente para muitas aplicações.

O neutro do gerador pode ser aterrado através de diferentes métodos. No


modelo mostrado na figura, a impedância de aterramento pode ter
características diferentes dependendo do método usado.

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Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
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Modelo Simplificado do Gerador


Barra
Ia ZS
- +Ea Zm
n Ib ZS Zm
-
+Eb I ZS Zm
c
-
+Ec
Ze
g
+ + +
Va Vb Vc
- - -
Ea = Z S I a + Z m I b + Z m I c + Va + Vgn
Eb = Z m I a + Z S I b + Z m I c + Vb + Vgn
Ec = Z m I a + Z m I b + Z S I c + Vc + Vgn

O método mais comum e simples para representar um gerador operando em


condição de regime é através de uma fonte trifásica ideal com impedâncias
série acopladas simetricamente. As fontes internas de ac representam as
tensões induzidas, que é o efeito do rotor. A equação considera a
impedância própria, Zs, de cada enrolamento do estator e as impedâncias
mútuas, Zm, iguais para todos os casos (simetria perfeita). Quando o
sistema estiver operando sob condições perfeitamente equilibradas, a
corrente terra-neutro e a tensão Vgn são iguais a zero.

Embora simples e impreciso, o modelo descrito é útil para estudos práticos e


é especialmente de grande utilidade para criar “geradores trifásicos
equivalentes” para representar os elementos do sistema de potência “atrás”
de uma determinada barra. Esta é a versão trifásica do equivalente de
Thevenin.

38
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Componentes do Sistema de Potência


Cabos e Linhas de Transmissão de Energia

(Fora de Escala)

Os cabos e as linhas de transmissão aéreas estão entre os elementos mais


importantes do sistema de potência. Eles transportam e distribuem energia
ao longo de extensas regiões geográficas. Existe uma grande variedade de
configurações de linha (arranjo dos condutores, projeto das torres, etc.).
Entretanto, as linhas podem ser modeladas com um nível aceitável de
precisão através de modelos relativamente simples.

39
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Acoplamento Magnético

Acoplamento
Magnético
a
b
c

Cabos e linha longas possuem acoplamento mútuo entre suas próprias fases
e entre outros cabos e linhas adjacentes. Isto torna a análise dos sistemas de
potência trifásicos uma tarefa complicada, particularmente para condições
desequilibradas. Algumas técnicas especiais tais como o método das
componentes simétricas são usadas para abordar esta complicação.

40
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Modelo do Circuito de uma


Linha de Transmissão

Acoplamento
Magnético
Ia
a
Ib
b
Ic
c

Um dos modelos mais simples de linhas de transmissão consiste do circuito


mostrado na figura. Ambas a capacitância shunt e a impedância série
indutiva estão, na verdade, distribuídas ao longo de toda a linha. Estes
parâmetros são concentrados neste modelo para simplificar o estudo do
sistema em condições de regime.

41
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Modelo do Circuito de uma Linha de


Transmissão sem Considerar as Capacitâncias

Acoplamento
Magnético
Ia
a
Ib
b
Ic
c
Va Vb Vc Va′ Vb′ Vc′

Quando estivermos estudando curtos-circuitos no sistema de potência


através de fasores, o efeito da capacitância da linha pode ser ignorado,
resultando em um modelo da linha que é até mais simples. Observe a
representação do acoplamento mútuo.

42
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Equações da Linha sem Considerar o


Acoplamento Mútuo entre Fases
a
Ib
b
Ic
c
Va Vb Vc Va′ Vb′ Vc′

Va = Z S I a + Va′
Vb = Z S I b + Vb′
Vc = Z S I c + Vc′

Se o efeito da mútua for desprezado, o modelo da linha é muito impreciso.


Algumas vezes, esse modelo é usado para linhas extremamente curtas.

43
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Equações da Linha Considerando o


Acoplamento Mútuo entre Fases
Acoplamento Magnético
Ia
a
Ib
b
Ic
c
Va Vb Vc Va′ Vb′ Vc′

Va = Z S I a + Z ab I b + Z ac I c + Va′
Vb = Z ba I a + Z S I b + Z bc I c + Vb′
Vc = Z ca I a + Z cb I b + Z S I c + Vc′

As equações da linha para o estado em regime, desprezando a capacitância e


considerando o acoplamento mútuo, são as que estão mostradas na figura.
Neste caso, o efeito do cabo de aterramento não é mostrado. Esse efeito
pode ser facilmente considerado através da adição de uma equação de
acoplamento similar para cada cabo de aterramento da linha.

As equações apresentadas no slide consideram que, em linha reais, as


impedâncias próprias (Zs) são similares para todas as fases, porém as
impedâncias mútuas não são todas iguais. Existe alguma simetria. Por
exemplo, Zac=Zca, Zbc=Zcb, etc. Essas equações são conhecidas como as
equações de uma linha não transposta.

44
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Equações da Linha para uma Linha


Simétrica (Transposta)
Acoplamento Magnético
Ia
a
Ib
b
Ic
c
Va Vb Vc Va′ Vb′ Vc′

Va = Z S I a + Z m I b + Z m I c + Va′
Vb = Z m I a + Z S I b + Z m I c + Vb′
Vc = Z m I a + Z m I b + Z S I c + Vc′

Se a linha for considerada perfeitamente simétrica, as impedâncias mútuas


são todas iguais. Este modelo é conhecido como modelo de linha transposta
e é bastante usado pois a imprecisão do modelo é evidente somente para
aplicações muito específicas.

A impedância própria tem duas partes, resistência e reatância. A resistência


depende do condutor usado (seção transversal, material, etc.). A reatância
depende do tipo do condutor e da posição geométrica dos condutores. A
impedância mútua é puramente reativa e depende quase que exclusivamente
da característica e do arranjo do condutor. As características do solo e os
cabos de aterramento também têm uma influência considerável nas
impedâncias da linha.

Exemplos de impedâncias de linha para uma linha de 13 kV, com condutor


ACSR 4/0:

Zs = 0,3272 + j1,07 Ohm/km = 0,524 + j1,721 Ohm/milha

Zm = j0,636 Ohm/km = j1,018 Ohm/milha

Estes valores foram obtidos considerando que a linha é perfeitamente


simétrica.

45
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Componentes do Sistema de Potência


Transformador

z Monofásico
z Trifásico

46
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Transformador Monofásico
φ
I1 I2

V1
ZL

N1 φ N2

Transformador “Real”: N1I1 = N2I2+ ERRO

A figura mostra a representação mais comum de um transformador


monofásico. O fluxo confinado no núcleo de ferro produz o acoplamento
entre os dois enrolamentos. O fluxo de dispersão, associado à resistência
dos enrolamentos e à não linearidade do núcleo, produz um erro que é
desprezível em muitas aplicações.

47
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Símbolo do Transformador Monofásico

I1 I2
+ +
V1 V2
N1 N2
- -

Relação do Transformador:
V1N N1
TR = ≈
V2 N N 2

A relação do transformador é a relação entre as tensões nominais dos dois


terminais do transformador.

Em um transformador que tenha sido bem projetado, a relação entre as


tensões nominais é muito próxima da relação de espiras.

48
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Transformador Monofásico Ideal

I1 I2
+ +
V1 V2
N1 N2
- -

V1 N1
=
V2 N 2
N1 I1 = N 2 I 2
S1 = S 2 = V1 I1 = V2 I 2

Relações perfeitas somente podem ser aplicadas no transformador definido


como ideal. Embora este equipamento não exista na realidade, o modelo é
usado como um auxiliar de modelos mais complexos dos sistemas de
potência.

49
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Impedância Refletida

I1 I2 I1
+ + +
V1 V2 Z2 V1 (N1/N2)2 Z2
N1 N2
- - -

V2
Z2 =
I2
N1
V2 2 2
V1 N 2 V2 ⎡ N1 ⎤ ⎡ N1 ⎤
Z1 = = = ⎢ ⎥ = ⎢ ⎥ Z2
I1 I N 2 I 2 ⎣ N 2 ⎦ ⎣ N 2 ⎦
2
N1

A relação ideal descrita no slide anterior leva ao fato de que uma


impedância conectada a um lado do transformador ideal é “refletida” no
outro lado como a mesma impedância vezes o quadrado da relação de
espiras do transformador.

50
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Transformador Monofásico
Circuito Equivalente
Rp jXp Rs jXs

I1 IE
+ I2 +
V1 V2
N1 N2
Não-
- -
Linear

Ideal
Normalmente
Não Considerado

A figura mostra o modelo mais popular de um transformador monofásico.

O circuito equivalente de um transformador monofásico inclui os seguintes


elementos:

• Um transformador ideal, para representar o efeito do fluxo


principal.

• Reatâncias de dispersão, para representar o fluxo de dispersão no


transformador e outros efeitos.

• As resistências série, para representar as perdas ôhmicas no


enrolamento.

• A magnetização shunt, uma impedância não-linear, é usada para


representar o comportamento do circuito magnético (núcleo de
ferro). Este ramal normalmente não é considerado, especialmente
nos estudos de curto-circuito.

Existem modelos mais precisos, porém este propicia precisão suficiente


para a maioria das aplicações práticas.

51
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Transformador Monofásico
Circuito Equivalente Simplificado
Rp jXp N1 N2 Rs jXs

+ I1 + + I2 +
V1 V1x V2x V2

- - - -

Ideal
V1x N1
=
V2 x N 2

Este slide mostra o circuito equivalente após ter sido desprezado o ramal de
magnetização. Observe que para as duas tensões internas (e imaginárias V1x
e V2y), a relação do transformador ideal ainda permanece. Portanto, as
impedâncias dos enrolamentos podem ser refletidas em um lado ou no
outro, dependendo da aplicação específica.

52
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Representação Por Unidade (PU)

Grandeza Real
z Grandeza em PU =
Valor Base da Grandeza
z Grandeza Real & Valor Base
 Valor escalar ou complexo de
potência, tensão, corrente ou
impedância

z Grandeza em Porcento
 Grandeza em PU x 100

53
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Seleção dos Valores Base para o


Sistema Monofásico

Escolha a Tensão Base: Vb


Escolha a Potência Base: Sb

Os Valores Base de Corrente e Impedância


são Derivados dos Valores Escolhidos:

Sb Vb Vb2
Ib = ; Zb = =
Vb I b Sb

54
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Efeito dos Cálculos em PU no


Circuito Equivalente do Transformador
Rp jXp Rs jXs

+ I1 + + I2 +
V1 V1x V2x V2
- - - -

Ideal
V1x N1
=
V2 x N 2
z Etapa 1: Escolha a z Etapa 2: Escolha a
Tensão Base – Vb1 e a Tensão Base
Potência Base – Sb Vb2 = (N2/N1)Vb1

Quando usarmos valores em Por Unidade (PU), o valor base de potência


tem de permanecer constante. Portanto, a potência base é selecionada uma
vez e então é usada para todos os demais cálculos.

55
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Efeito dos Cálculos em PU no


Circuito Equivalente do Transformador
Rp(pu) jXp(pu) Rs(pu) jXs(pu)

+ I1(pu) + + I2(pu) +
V1(pu) V1x(pu) V2x(pu) V2(pu)
- - - -

V1x ( pu ) = V1x Vb1 ; V2 x ( pu ) = V2 x Vb 2 ;


V1x N1 V1b N1
= e = ⇒
V2 x N 2 V2b N 2
V1x ( pu )
=1 ⇒ O transformador ideal desaparece
V2 x ( pu )

56
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Efeito dos Cálculos em PU no


Circuito Equivalente do Transformador
Rp(pu) jXp(pu) Rs(pu) jXs(pu)

+ I1(pu) + I2(pu) +
V1(pu) V1x(pu)=V2x(pu) V2(pu)
- - -

Z t = Rt + jX t

+ I(pu) +
V1(pu) V2(pu)
- -

Conclusão: Se os cálculos forem efetuados usando valores em pu, uma


escolha apropriada da base faz com que o transformador “desapareça”. Esta
é a principal vantagem do método pu.

Normalmente, a impedância dos transformadores de potência vem indicada


nos dados de placa do transformador e é fornecida como um valor
porcentual (Z (pu) x 100) da impedância nominal base do transformador.

Conforme pode ser visto a partir do circuito equivalente em pu, a


impedância de um transformador pode ser medida efetuando-se um teste de
curto-circuito no mesmo. Isto é devido ao seguinte:

Zt = V1(Por Unidade)/I1(Por Unidade) com V2 = 0 (curto-circuito)

Este é o motivo pelo qual a impedância do transformador é normalmente


referida como a impedância de curto-circuito.

57
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Exemplo

z Transformador Monofásico da Distribuição


 TR = 7200/120 V/V
 SN = 100 kVA
 Zt = 3%
 O fabricante fornece a impedância série do
transformador em porcento (100 x Z pu)
usando o valor nominal do transformador de
acordo com a potência base.

58
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Circuito Equivalente em PU

Z t = jX t

+ I(pu) +
V1(pu) V2(pu)
- -

Z t = j 0,03 pu

+ I(pu) +
V1(pu) V2(pu)
- -

Este é o circuito equivalente para o transformador do slide anterior.

59
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Bancos Trifásicos

60
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Transformador Y-Y

KV1 N1
TR = ≈
KV2 N 2

Ia(N2/N1) N1 N2 Ia
a
Ib(N2/N1) Ib
b
Ic(N2/N1) Ic
c

61
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Transformador Δ-Y

KV1 N1
TR = ≈
KV2 3N 2

(Ia-Ib)(N2/N1) N1 N2 Ia
a
(Ib-Ic)(N2/N1) Ib
b
(Ic-Ia)(N2/N1) Ic
c

62
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Vantagens do Sistema em PU

z Dá uma Idéia Clara dos Valores


Relativos de Grandezas Similares
z A Impedância em PU dos Equipamentos
Baseada no Valor Nominal Tem os
Valores Dentro de uma Faixa Estreita

63
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Vantagens do Sistema em PU

z Os Valores em PU do Transformador
São os Mesmos Independentemente da
Conexão ou da Referência ao Lado
Primário ou Secundário do
Transformador
z O Sistema PU é Ideal para Simulação e
Análise do Sistema de Potência em
Computador

Nota: O defasamento é considerado na representação em pu. Isto será


mostrado numa análise posterior. As magnitudes, entretanto, são as
mesmas em pu.

64
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Valores Base Trifásicos


z Normalmente, Selecione
 Sbase (Valor Trifásico)
 Vbase (Valor Fase-Fase)
Sbase kVA base
Ibase = Ibase =
3 Vbase 3 kVbase

Z base
V
= base
3 (V )
= base
2

Ibase S base

1000 (kV base ) (kV base )2


2

Z base = =
kVA base MVA base

65
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Mudança de Base

antiga
antiga Z S base
Z = = Z
pu
Z
antiga
base (V antiga
base
) 2

Z
nova
nova S
Z = = Z base
pu
Z
nova
base (V nova
base
) 2

2
nova
⎛ antiga

nova antiga S ⎜ V ⎟
Z pu
= Z pu
base
antiga

base
nova

S base ⎝ V base ⎠

Freqüentemente, é necessário converter uma impedância para uma base


diferente. Por exemplo, se a impedância do transformador for dada na base
20 MVA, pode ser necessário efetuar a conversão para a base 100 MVA,
com o objetivo de compatibilizar com a base do modelo do sistema. Se a
tensão base não estiver sendo alterada, a porção da equação se torna igual a
1 e pode ser ignorada.

66
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Exemplo

z Encontre a Reatância Equivalente


para uma Base de 115 kV, 100 MVA
 Gerador: 50 MVA, 13,2 kV, XG = 15%
 Transformador: 50 MVA, 13,8/115 kV,
XT = 8%
Gerador Transformador

67
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Exemplo

2
⎛ 100 ⎞ ⎛ 13 , 2 ⎞
X G = 0 ,15 ⎜ ⎟⎜ ⎟ = 0 , 2745 pu
⎝ 50 ⎠⎝ 13 , 8 ⎠
⎛ 100 ⎞
X T = 0 , 08 ⎜ ⎟ = 0 ,16 pu
⎝ 50 ⎠
X = X G + X T = 0 , 4345 pu

68
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Exemplo do Fluxo de Potência Através


de uma Linha de Transmissão de 69kV
V1 V2
12,5 milhas

I
SL = PL + jQL
S = P + jQ

z Tensão Enviada (Fase-Neutro)


e Potência Trifásica :
V1 = 42, 89∠6,05° kV; S = 62,65+ j58,26 (MW, MVAR)
z Tensão na Carga (Fase-Neutro)
e Potência Trifásica:
V2 = 37,6 ∠0° kV; SL = 60 + j 45 (MW, MVAR)

Este é um exemplo da operação de uma linha de transmissão de energia no


estado de regime. As tensões são tensões fase-neutro e as potências são
trifásicas. É mais comum a apresentação das tensões em volts linha-linha
(para carga normal) ou em pu (ou porcento) de uma determinada base.

69
Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos
P3

Seção 1 - Princípios Básicos do Sistema de Potência

Exemplo do Fluxo de Potência Através de


uma Linha de Transmissão de 69kV em PU
V1 V2
Base: 12,5 milhas
69 kV
100 MVA I
SL = PL + jQL
S = P + jQ
z Tensão Enviada (Fase-Neutro)
e Potência Trifásica:
V1 = 1,077∠6,05° pu; S = 0,627+ j0,583 pu

z Tensão na Carga (Fase-Neutro)


e Potência Trifásica:
V2 = 0,9438 ∠0° pu; SL = 0,60 + j0,45 pu

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