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Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos- P3

Seção 2 - Danos aos Equipamentos Elétricos

Introdução a Proteção de
Sistemas Elétricos

Danos aos Equipamentos Elétricos

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Danos aos Equipamentos Elétricos_r15 1


Introdução a Proteção de Sistemas Elétricos- P3

Seção 2 - Danos aos Equipamentos Elétricos

Danos aos Equipamentos Elétricos


Objetivos
z Entender os Efeitos da Corrente Elevada nos
Equipamentos Elétricos
z Introduzir o Uso das Curvas Tempo-Corrente
z Entender a Importância da Proteção de Alta
Velocidade para Reduzir os Danos Térmicos e
Mecânicos Devidos às Faltas
z Entender o Efeito dos Afundamentos de
Tensão e de Condições Prejudiciais para a
Estabilidade do Sistema

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Faltas nos Sistemas Elétricos


Produzem Incrementos na Corrente

a
b
c
I
Subestação da Falta
Distribuição
I
Cabo

Em geral, curtos-circuitos provocam correntes de magnitude muito elevada no


sistema (maiores do que as correntes normais de carga).

Os componentes do sistema elétrico (linhas aéreas, cabos, transformadores,


etc.) possuem condutores metálicos (cabos) que são submetidos a essas
correntes elevadas.

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Aumento da Temperatura em
Função da Corrente

Corrente Constante
I T
Equilíbrio
T Te

Ti
dW
= I 2R
dt t
T(t)=( Ti - Te )e-t/τ + Te

Qualquer corrente (elevada ou não) circulando através de um cabo em espaço


livre provoca a elevação da temperatura no cabo. A energia vem da corrente,
para a qual a variação ao longo do tempo (potência) pode ser expressa através
da seguinte equação:
dt
=I R
dW 2

Na equação, “I” representa o valor rms da corrente.

Parte desta energia aquece o condutor; outra parte desta energia é transmitida
por convecção para o ambiente. Durante condições normais de carga, se
considerarmos que a corrente tem valor rms constante (regime), a temperatura
no cabo atinge um equilíbrio. Isto significa que a temperatura T do cabo
permanece constante e toda a energia fornecida pela corrente é transmitida para
o meio ambiente.

Para este sistema simples, a temperatura do cabo como uma função do tempo
pode ser expressa como:

T( t ) = (Ti − Te )e − t / τ + Te

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Fatores que Influenciam o


Aquecimento do Cabo
Magnitude da Propriedades do
Corrente Material do Cabo
I

Temperatura
d
Ambiente
e Outros
Dimensão
Fatores
do Cabo
Ambientais

Para um determinado material e um determinado conjunto de parâmetros


ambientais constantes, a variação da temperatura do cabo depende quase que
exclusivamente da dimensão do cabo e da magnitude da corrente (o valor rms).

Representando como uma equação, a relação é a seguinte:

T(t ) = (Ti − Te )e−t / τ + Te

Os valores Te, Ti e t dependem enormemente do valor rms da corrente I.

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Danos Térmicos ao
Condutor (Cabo) Isolado
Isolação
T
I
Te
Td Danos à Isolação

Ti
td
t

Para um condutor isolado, a isolação será submetida a um aumento da


temperatura.

A isolação plástica–tal como a que é usada nos cabos comuns–é danificada


instantaneamente se a temperatura exceder um valor limite denominado
temperatura de danos ( Td ). Esta temperatura é 150°C para isolação
termoplástica comum.

Se a corrente for elevada o suficiente, a temperatura no cabo pode exceder o


limite. O tempo td,,necessário para que a temperatura atinja o limite, é
denominado tempo de danos.

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Danos Térmicos ao Condutor Isolado


I
t
T
I = I3 > I 2
T
I = I2 > I 1 Curva de
I = I1 Danos
t1
Td I = Imd t2
t3

Ti

t3 t2 t1
t
Imd I1 I2 I3 I

Podemos mostrar (experimentalmente e analiticamente) que:

• O tempo de danos é menor à medida que a corrente aplicada for maior.

• Existe uma corrente (Imd) que gera o equilíbrio para igualar a temperatura de danos da
isolação. De forma equivalente, o tempo de danos para esta corrente é “infinito.”

A curva obtida no gráfico do tempo de danos versus a corrente aplicada é denominada


curva de danos.

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Curva de Danos Térmicos aos


Componentes dos Equipamentos Elétricos
t Gráfico Tempo vs. Corrente

Curva de
Danos

In Imd I
Nominal

Os gráficos de tempo versus corrente são amplamente usados na proteção.

A curva de danos é também conhecida como curva de capacidade térmica, ou


curva de danos térmicos de tempo-curto.

Observe que o valor nominal do cabo (corrente nominal) não é o mesmo que o
da corrente mínima Imd. A corrente nominal In (valor nominal) é a corrente que
faz com que o cabo atinja a sua temperatura nominal na condição de regime
(equilíbrio). Esta temperatura, em regime, é o valor para o qual o fabricante
garante a vida útil do cabo.

Se uma corrente com um valor rms entre Imd e In for aplicada a um certo
componente, essa corrente vai atingir um equilíbrio maior do que a temperatura
nominal porém menor do que a temperatura de danos. Neste caso, podemos
dizer que o dano ocorrerá a longo prazo. Isto significa que o equipamento vai
perder anos de vida (envelhecimento acelerado).

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Curvas de Danos do Cabo Isolado

z Condutores de Cobre,
Isolação
Termoplástica
z Temperatura de
Danos: 150°C

Para correntes relativamente altas (maiores do que três vezes o valor nominal
do cabo), é possível se aproximar da curva de danos com a seguinte equação:
2
CA
td = [segundos]
I2

Onde C é uma constante que depende do material do cabo, das características


da isolação e das variáveis do ambiente; e A é a seção transversal do condutor
em polegadas quadradas ou mm2.

Observe que a equação mostrada a seguir é uma equação antiga e famosa:

I2 t = K [A 2 s]

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Curvas de Danos do Condutor da Distribuição

z Condutores de
Alumínio Trançado
(Sem Isolação)

z Tempo Necessário
para Causar Danos
por Recozimento

No caso de condutores sem isolação (como nas linhas aéreas da distribuição), a


temperatura de danos é fornecida pela temperatura de recozimento.

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Curva de Danos do Transformador da Distribuição

Impedância do
Transformador: Z = 4%

I / In = 1 I / In = 2 I / In = 20

Diversos fatores afetam o formato das curvas de danos dos transformadores.


Posteriormente, neste curso, vamos estudar essas curvas.

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Experiência

Cabo de Custo Elevado T


Fusão
Fio de
Custo Baixo Tm
T2 Dano
Td
I
T1

T1
tm td t
T2 tm < t d

O Fio de Custo Baixo é Sacrificado


para Proteger o Cabo de Custo Elevado

Nesta experiência simples, nós sacrificamos um fio de custo baixo para


preservar um cabo de custo elevado. Em outras palavras, para um determinado
valor de corrente, o fio de custo baixo atinge a temperatura de fusão (Tm) antes
de o cabo de custo elevado atingir a temperatura de danos (Td). O fio de custo
baixo queima e o cabo é protegido.

Como chamamos este fio de baixo custo?

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Fusão do Fusível

t
I = I3 > I 2
T
I = I2 > I 1
I = I1
Fusão Curva
Tm de Fusão
I = Imm
t1
t2
Ti t3

t3 t2 t1 t
In Imm I1 I2 I3 I

Nominal do Fusível

Da mesma forma que fizemos com o tempo de danos, podemos mostrar


(experimentalmente e analiticamente) o seguinte:

• O tempo de fusão diminui à medida que a corrente aplicada aumenta.

• Existe uma corrente (Imm) que provoca o equilíbrio para igualar a


temperatura de fusão do fusível. De forma equivalente, o tempo de fusão
para esta corrente é “infinito”. Experimentalmente, é difícil determinar um
valor preciso para esta corrente.

A curva obtida no gráfico do tempo de danos versus a corrente aplicada é denominada


curva do tempo mínimo de fusão.

Observe que o valor nominal do fusível (corrente nominal) não é o mesmo que o da
corrente mínima de fusão Imm.

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Gráficos Tempo vs. Corrente

Equipamento t
Protegido Curva
Fusível
de Danos do
td Equipamento
I Protegido

tm
Curva
z Primeira Abordagem do de Fusão
Princípio Básico de do Fusível
Proteção: VELOCIDADE
In Imm Ix I

Nominal do Fusível

O resultado da experiência descrita na página anterior pode ser representado


através de um gráfico tempo versus corrente.

Como primeira abordagem, podemos dizer que, para todo valor de corrente, o
fusível tem de fundir antes que o equipamento protegido sofra danos.

Posteriormente, no curso, abordaremos de forma mais eficaz este assunto.

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Eliminação da Falta
T
tarc
Vaporização i
Fusão Tm Fusível
T

Ti
tm tc t
i
i
t

Fusão Eliminação

O tempo de fusão, descrito nas páginas anteriores desta seção, refere-se ao


tempo anterior ao instante em que o fusível atinge a temperatura de fusão. A
corrente não vai a zero imediatamente. O fusível passa por uma série de
diferentes estágios que terminam com o desenvolvimento de um arco. A
corrente desaparece quando este arco é completamente extinto. Neste momento,
podemos declarar que a falta foi eliminada.

O período de tempo entre a ocorrência da falta e a eliminação da falta é


denominado tempo total de eliminação da falta.

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Curvas do Fusível
t

Curva do
Tempo Total
de Eliminação
tc
da Falta
tm
Curva do
Tempo
Mínimo de
In Imm Ix I Fusão

Nominal do Fusível

Conforme fizemos com o tempo de fusão, podemos desenhar uma curva para
representar o tempo total de eliminação da falta como uma função da
corrente.

A seguir, as principais características de um fusível:

• A curva do tempo mínimo de fusão

• A curva do tempo total de eliminação da falta

• A corrente mínima de fusão do fusível

• O valor nominal do fusível (corrente nominal), que não deve ser confundido
com a corrente mínima de fusão.

Posteriormente, neste curso, vamos descrever mais características do fusível.

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Gráficos Tempo vs. Corrente

t
z Um Método Melhor:
Considere o Tempo
Curva
de Danos do
Total de Eliminação
td Equipamento da Falta
Protegido

tc Equipamento
Protegido
Fusível
Curvas do
Fusível
I

In Imm Ix I

Para complementar a primeira abordagem da proteção de sobrecorrente,


podemos dizer que o tempo total de eliminação da falta para o fusível deve ser
menor do que o tempo de danos do equipamento protegido.

Posteriormente, neste curso, vamos descrever detalhes práticos das aplicações


de fusíveis.

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Outros Danos

z Dano Mecânico
z Afundamentos de Tensão
(“Voltage Sags”)
z Estabilidade Transitória

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Dano Mecânico
z Muito Destrutivo para os Barramentos, Isoladores,
Suportes, Transformadores e Máquinas
z O Dano é “Instantâneo”
Forças
Mecânicas

f1 f2

i1
i2

Condutores Rígidos f1(t) = k i1(t) i2(t)

Correntes elevadas de curto-circuito produzem forças mecânicas elevadas.

Forças mecânicas elevadas causam deformação permanente na forma dos


condutores rígidos e destruição dos suportes.

O efeito pode ser muito destrutivo nos transformadores, motores e geradores.

O dano ocorre “instantaneamente” (num tempo muito curto).

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Afundamentos de Tensão
Variação Inaceitável da Tensão
TENSÃO (%)
100
ACIONADOR ELETRÔNICO
90

80 COMPUTADOR

70

60

CONTATOR
50

40

30

20

10

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
TEMPO (Ciclos)

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Afundamentos de Tensão

=Cargas

I
S/E
Vs

V
Vs 1 p.u.

Limite UVVR
(cargas sensíveis )

Tempo de Eliminação
t

Os equipamentos elétricos (associados à carga) têm uma região de variação


inaceitável da tensão (“Unacceptable Voltage Variation Region” - UVVR). A
região indica a tolerância do equipamento às variações da tensão. O tempo de
eliminação da falta e a tensão de restabelecimento do sistema têm de
permanecer fora da UVVR.

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Estabilidade Transitória

1 2

Sistema
E∠0 Falta E∠δ
Gerador

δ Instável δ Estável

tcrit telim t telim tcrit t

Com a introdução da prática de geração distribuída, os problemas da


estabilidade eletromecânica tornam-se um fator importante nos sistemas
modernos de distribuição.

Para a sincronização dos geradores e sistemas das concessionárias de energia


elétrica após uma falta, o tempo de eliminação da falta tem de ser muito
pequeno.

O limite superior permitido para este tempo de eliminação é tradicionalmente


conhecido como tempo crítico de eliminação da falta.

Para o caso simples mostrado, o tempo de eliminação da falta (telim) para os


Disjuntores 1 e 2 tem de ser menor do que as características da máquina e o
tempo crítico de eliminação da falta (tcrit) imposto pelo sistema.

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Sumário

z Dano Térmico
z Dano Mecânico
z Afundamentos de Tensão
z Estabilidade Transitória

VELOCIDADE DA PROTEÇÃO

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O Dano é Extenso Quando os Relés


Não Operam Corretamente

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