Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Meu Distinto e nobre Amigo Leitor, eis a 5ª Lição deste trimestre, desta feita
com o tema: Um Inimigo que Precisa Ser Registrado. Portanto, estudaremos a
respeito da santidade como forma de resistir às paixões carnais, e como resistir a
Satanás – o inimigo de nossas almas.
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I – A EPÍSTOLA DE TIAGO
Evidentemente que Lutero “certamente foi rigoroso com Tiago”, como diz
Barclay. Certamente isso fora devido a sua prevenção pessoal com relação à
questão da dureza da Lei Mosaica que o impedisse de julgar retamente.
Flávio Josefo, o historiador judeu, narra que Tiago foi apedrejado até a morte,
por ordem do sumo sacerdote Ananus.
1. Destinatários.
Como bem se sabe Tiago não era, como Paulo, um viageiro e um homem de
muitas Igrejas. Contudo, foi o líder do setor judeu da Igreja e, assim, o mais natural
possível do que ele poderia ter escrito era justamente uma epístola dirigida
especialmente a todos os cristãos de origem judia (Tg 1.1).
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2. Conteúdo.
3. Tema.
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II – OS DELEITES DA VIDA
2. Os deleites.
Esta doutrina moral teve a sua origem nos cirenaicos (fundada por Aristipo de
Cirene), epicuristas antigos. O hedonismo determina que o bem supremo, ou seja, o
fim último da ação é o prazer.
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Neste caso, “prazer” significa algo mais que o mero prazer sensual. Os
utilitaristas ingleses (Bentham e Stuart Mill) foram os continuadores do hedonismo
antigo.
Sabemos que não há nada de errado em desejar uma vida prazerosa. Deus
nos dá boas dádivas e quer que as apreciemos (Tg 1.17; Ef 4.7; 1Tm 4. 4,5), mas ter
amizade com o mundo envolve buscar prazer às custas dos outros em detrimentos
às coisas de Deus. O prazer que nos impede de agradar a Deus é pecado. O prazer
que vem da rica generosidade de Deus é bom.
A palavra grega “zelos”, que aparece nas Sagradas Escrituras, muitas vezes é
traduzida como “ciúmes”. O sentido básico desse termo é de calor, fervor, borbulhar
ou encher, que figurativamente pode ser entendido como indignação, rivalidade,
oposição, a alguém ou algo.
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4. Adúlteros e adúlteras (v.4).
A palavra grega “zelos” foi traduzida como ciúmes, contudo, aqui, ela tem
uma carga conotativamente positiva. Trás o sentido de cuidado para com a pessoa a
quem ama e se preocupa com ela. Ouçamos o que diz William Barclay:
Aqui, ao requerer uma piedosa tristeza Tiago está retornando àquilo que
Jesus havia dito: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”
(Mateus 5.4; Lucas 6. 20-26). Ouçamos Barclay mais uma vez:
Tiago está aqui assinalando duas coisas. Em primeiro lugar está advogando
a sobriedade em lugar da frivolidade — e o faz com toda a energia de
alguém cujos instintos naturais são puritanos. Em segundo lugar, está
descrevendo não o fim, mas sim o princípio da vida cristã. E exige três
coisas. (1) Exige o que ele chama aflição. O verbo grego é talaiporein o qual
pode descrever — Tucídides assim o emprega — as experiências de um
exército cujos abastecimentos se esgotaram e que carece de refúgio em
tempo de tormenta. O que Tiago está demandando é uma abstinência
voluntária do luxo desenfreado e do efeminado conforto. Está falando com
pessoas apaixonadas pelo mundo; está insistindo em que não façam do
luxo e da comodidade as normas mediante as quais é valorizada toda a
existência. É a disciplina que forma o sábio; é o rigoroso treinamento o que
modela o atleta; e é uma prudente abstinência a que produz o cristão que
sabe como usar deste mundo e de seus frutos corretamente. (2) Exige que
os homens se lamentem, que sua risada seja mudada em pranto e sua
alegria em tristeza. Tiago está descrevendo aqui o primeiro passo da vida
cristã. A vida cristã começa quando a pessoa se depara com Deus e com
seu próprio pecado. E esta é certamente uma experiência desalentadora e
lastimosa.
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Quando João Wesley pregou aos mineiros do Kingwood, estes foram
comovidos até as lágrimas e essas lágrimas deixavam rastros ao descer por
seus sujos rostos. Mas este não é, de modo algum, o termo da vida cristã. A
entristecedora tristeza que vem de compreender o pecado leva ao sublime
regozijo dos pecados perdoados. Para chegar o segundo o homem tem que
atravessar pelo primeiro. O que Tiago está demandando de seus satisfeitos,
preguiçosos, refinados, agradados e despreocupados leitores é que se
defrontem com seus próprios pecados e que se envergonhem, aflijam-se e
temam; porque somente então poderão alcançar a graça e experimentar
uma alegria que vai muito mais além de todos os prazeres terrestres. (3)
Exige que chorem. Talvez não seja forçar muito esta passagem se
dissermos que aqui Tiago bem pôde ter estado pensando em lágrimas de
simpatia. Até esse então essa gente rica e amante do luxo tinha vivido em
completo egoísmo. Tinham estado inconscientes e sido bastante insensíveis
a isso que o poeta chamou "a chuva de lágrimas do mundo". Tiago insiste
em que têm que inteirar-se das lágrimas alheias; que as tristezas, as
aflições, as desgraças e as necessidades de outros deveriam perfurar a
couraça de seu próprio prazer e comodidade, que deveriam desenvolver
uma nova sensibilidade para com as necessidades do próximo. O homem
não é cristão até que não toma consciência da aguda necessidade e do
clamor dessa humanidade pela qual Cristo morreu.
CONCLUSÃO
Destarte, cantemos ao Senhor Jesus com alegria – este lindo coro extraído do
número 112 da nossa Harpa Cristã –, vivendo sempre em santidade ao Senhor.