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Resistência dos Materiais II

Seminários de Flambagem

ESTUDO DE CASO PARA FLAMBAGEM DE COLUNAS


(PROBLEMA 13.39 DO HIBBELER 7ª ed.)

Daniel Queiroga Queiroga (1) (danniellqueiroga@gmail.com), Francisco Leôncio Da Costa Linhares


Filho (leo_filho_10@hotmail.com), Josué Johab De Galiza (1) (johab_cds@hotmail.com), Maize Cibele De
(1)

Lima Melo (1) (maizeclmelo@gmail.com), Nilson Francisco Da Silva (1) (nylsonsilva23@gmail.com)

(1) Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA); Departamento de Ciência e Tecnologia

RESUMO: Neste estudo será analisado a flambagem de colunas de uma estrutura composta por treliças,
onde é preciso conhecer as propriedades do material utilizado como o peso e a tensão crítica que o
conjunto pode suporta. Com isso, foi montado um protótipo conforme o problema 13.39 do HIBBELER, no
qual foram encontrados seus valores teóricos do peso crítico de 3,71 Kg e a tensão crítica de 12,35 MPa ,
em seguida foi feita a simulação com as condições encontrada. Portanto, é importante projetar tanto no
sistema mecânico quanto na estrutura para conhecer as propriedades do material que será utilizado
minimizando os problemas.

PALAVRAS-CHAVE: Flambagem; Propriedades do Material; Peso Crítico; Tensão Crítica.

CASE STUDY FOR FLASHING COLUMNS


(PROBLEM 13.39 DO HIBBELER 7th ed.)

ABSTRACT: In this study we will analyze the buckling of columns of a structure composed of trusses, where
it is necessary to know the properties of the material used as the weight and the critical tension that the
set can support. Thus, a prototype was assembled according to HIBBELER problem 13.39, in which its
theoretical values of the critical weight of 3.71 kg and the critical tension of 12.35 MPa were found,
followed by the simulation with the conditions found. Therefore, it is important to design both the
mechanical system and the structure to know the properties of the material that will be used minimizing
the problems.

KEYWORDS: Flambagem; Material properties; Critical Weight; Critical Stress.

O Futuro das Energias Sustentáveis e os Desafios para a Engenharia Industrial


Anais do XVIII CONEMI - Congresso Nacional de Engenharia Mecânica e Industrial
1. INTRODUÇÃO

A flambagem ocorrem em peças que a área da seção transversal é pequena em relação ao


seu comprimento que é conhecida como peças esbeltas, quando submetidas a um esforço de
compressão axial. Ainda mais, ocorre também quando o objeto sofre flexão devido a força axial.
Além disso, pode ser considerada como uma instabilidade elástica podendo perde sua estabilidade
sem que o material atinja sua tensão de escoamento. Isto ocorrerá sempre na seção de menor
momento de inércia de sua seção transversal (Hibbeler, 2010).
Os sistemas mecânicos e estruturas quando submetidos a carregamentos, podem falhar de
diversas maneiras, o que irá diferenciar é o material utilizado, tipo de estrutura, condições de
apoio e dentre outras considerações. Com isso, é necessário que os engenheiros projete
satisfazendo os requisitos como deflexão, tensão e estabilidade dos materiais utilizados.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Flambagem

Quando um elemento estrutural é submetido a uma carga de compressão e se o mesmo


elemento possuir características esbeltas e compridas, acabam sofrendo uma deflexão ou
oscilação lateral. Essa deflexão lateral é chamada de Flambagem, segundo Hibbeler (2010). Na
maioria dos casos, a flambagem sofre falha repentina e dramática da estrutura.

2.2. Carga crítica

Carga crítica é denominada por carga axial máxima que uma coluna pode suportar até
chegar na sua iminência de sofrer a flambagem. (Hibbeler,2010)
As seguintes ilustrações mostram os tipos de flambagens com carga crítica. Na Figura 1 (A),
Mola com rigidez k sem deformação, na (B) Deslocamento do pino em A de uma posição

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(A) (B)

FIGURA 01: (A) Mola com rigidez k sem deformação. (B) Deslocamento do pino em A de
uma posição. Fonte: (Hibbeler,2010)

2.3. Coluna ideal com apoios de pino

Coluna Ideal nada mais é que uma coluna perfeitamente reta antes de de iniciar uma
execução de cargas, geralmente é composta de apenas um material e a aplicação dessa carga
ocorre no centróide da sua seção transversal. É considerável para que se chegue a essa solução de
carga ideal quando a coluna sofre a flambagem em apenas um único plano (Hibbeler, 2010).
Se uma carga realizada for maior que a carga crítica do corpo de prova, então vai haver o
menor desalinhamento ou perturbação que provoca a flambagem em coluna. ( Beer, 1995).

𝑀 = − 𝑃. 𝑣 𝐸𝑞. 1
𝑑2𝑣
𝐸𝐼 ( 2 ) = − 𝑃. 𝑣 𝐸𝑞. 2
𝑑𝑥

2.4. Colunas com vários tipos de apoio

2.4.1 Definição

Em certos momentos os corpos de prova devem ser apoiados de algum outro modo. A
flambagem para esse procedimento deve ter a mesma determinação que as apoiadas por um tipo
de apoio segundo Hibbeler (2010).
𝑀 = 𝑃(𝛿 − 𝑣) 𝐸𝑞. 3

3
𝑑2𝑣
𝐸𝐼( ) = 𝑃(𝛿 − 𝑣) 𝐸𝑞. 4
𝑑𝑥 2

2.4.2 Comprimento efetivo

Quando a coluna for apoiada de um outro tipo de modo, apoio que não seja por pinos,
então usa-se a fórmula de Euler para determinar a carga crítica, desde que a mesma esteja a uma
distância qualquer e que a mesma representa momento nulo (Beer, 1995).

𝐿𝑒 = 𝑘. 𝐿 𝐸𝑞. 5
𝜋² ∗ 𝐸 ∗ 𝐼
𝑃𝑐𝑟 = 𝐸𝑞. 6
(𝐿𝑒 )²
𝜋² ∗ 𝐸
𝜎𝑐𝑟 = 𝐸𝑞. 7
(𝐿𝑒/𝑟)²

2.5. Flambagem inelástica

Quando as colunas sujeita a carga se tornarem instáveis devido a tensão de compressão, a


falha ocorrida é chamada de instabilidade inelastica. Se a coluna obter um índice de esbeltez
menor do que (KL/r), a tensão crítica deve ser maior do que o limite de proporcionalidade. A
medida que a tensão crítica de uma coluna aumenta pelo diagrama tensão-deformação, o módulo
da tangente, também considerado como módulo de rigidez do material, diminui (Hibbeler, 2010).

𝜋² ∗ 𝐸𝑡
𝜎𝑐𝑟 = 𝐸𝑞. 8
(𝐿𝑒/𝑟)²

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

● Correlacionar os cálculos teóricos com o protótipo construído com base na


questão/problema 13.39 (Figura 02) do livro Resistência dos Materiais do Hibbler.

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3.2. Objetivos Específicos

● Construção do protótipo, usando material alternativo com propriedades mecânicas


semelhantes ao do material do problema proposto;
● Determinar o carregamento máximo suportado pela estrutura (protótipo);
● Simular o carregamento, e verificar a flambagem da estrutura;
● Comparar os resultados experimentais do modelo com os resultados teóricos.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Material utilizado

Para realizar a construção da maquete, foi utilizado raio de (bicicleta com diâmetro de
2,5mm), por se semelhante a barra do problema, sendo que esses raios são de dimensões
menores. Como elemento de união, foi utilizado solda a arco elétrico com eletrodo E6013 com
alma de 2mm. Foi escolhida essa solda pois, tem uma boa soldabilidade, boa resistência para com
o material que está sendo soldado. Para o acabamento da estrutura foi usado esmeril e lixas com
granulação de 320 e 600 e uma camada de tinta preto fosco. Em um ponto de fixação da estrutura
foi utilizado uma dobradiça comercial de 2.½”, e o outro apenas um apoio simples feito com uma
pequena haste do mesmo raio usado em toda estrutura.

4.2. Dimensionamento

Para dimensionar toda a maquete, primeiro foi feito o cálculo da quantidade de carga que
o protótipo seria capaz de suportar, esse passo foi realizado solucionando o problema proposto.
Como é possível verificar a seguir, sabendo que:
Problema 13.39 - Considere que os elementos estruturais treliça estão acoplados por pinos
(Figura 02). Se o elemento estrutural AG for uma haste de aço A-36 com diâmetro de 50 mm,
determine o maior valor da carga P que pode ser suportada pela treliça sem provocar flambagem
naquele elemento estrutural.

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FIGURA 02: Modelo da Estrutura. Fonte: Autoria, (2018).

Dados:
E = 200GPa
σ = 250MPa
k=1
D = 50 mm
𝐿 = √32 + 42 = 5 𝑚

1. Área da Seção:

𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ (50)2
𝐴 = = = 1.963,50 𝑚𝑚2
4 4

2. Momento de Inércia:

𝜋 ∗ 𝑑4 𝜋 ∗ (50)4
𝐼 = = = 306.796,16 𝑚𝑚4 = 3,07 𝑥 10−07 𝑚4
64 64

3. Aplicando a Fórmula de Euler:

6
𝜋 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 (𝜋 2 ) ∗ 200𝑥109 ∗ 3,07 𝑥 10−07
𝑃𝑐𝑟 = = = 24,24 𝑘𝑁
(𝑘 ∗ 𝐿)2 (1 ∗ 5)2

4. 𝑃𝑐𝑟 = 𝐹𝐴𝐺

5. Somatório na direção y

∑ 𝐹𝑦 = 0

−𝑃 + (3/5) ∗ 𝐹𝐴𝐺 = 0
𝑃 = (3/5) ∗ 𝐹𝐴𝐺
𝑃 = (3/5) ∗ 24,24 𝑥 10³
P = 14,54 kN

Encontrando o peso:

14,54 𝑥 10³
𝑃 = = 1.482,16 𝐾𝑔
9,81

6. A tensão crítica deve ser menor que a do escoamento, para a Fórmula de Euler ser válida:

𝜎𝑐𝑟 < 𝜎𝑐𝑟 = 250𝑀𝑃𝑎


𝑃𝑐𝑟 24,24 𝑥 10³
𝜎𝑐𝑟 = = 1,96 𝑥 10−3 = 12,37 𝑀𝑃𝑎
𝐴

Portanto, já que a tensão crítica é menor que a de escoamento é verídico, ou seja, a força
máxima P = 1.482,16 Kg.

4.3. Modelo Final

Primeiramente, é necessário calcular o fator de escala para a construção do modelo em


relação do protótipo. Já que o raio tem menor tamanho então o fator de escala foi determinado
com uma relação simples de regra de três entre o diâmetro da haste do protótipo (Dp) e o
diâmetro do modelo (Dm) o qual garante uma proporcionalidade entre estes, essa relação pode
ser visto a seguir:

7
𝐷𝑝 = 50 𝑚𝑚 − 1
𝐷𝑚 = 2,5 𝑚𝑚 − 𝑥
x = 0,05

Logo, a escala fica (1:0,05). A partir deste fator definido é possível determinar o
dimensionamento das outras barras que compõem toda a estrutura, a seguinte ilustração
representa o novo protótipo estudado.
Com isso, considerando os elementos estruturais treliça estão acoplados por pinos. Se o
elemento estrutural AG for uma haste de aço A-36 com diâmetro de 2,5 mm, o maior valor de P
para que este elemento estrutural suporta sem sofrer flambagem, pode ser determinado como
mostrado a seguir:

FIGURA 03: Protótipo da Estrutura. Fonte: Autoria, (2018).

Dados:
E = 200GPa
σ= 250MPa
k=1
D = 2,5 mm
𝐿 = √(15)2 + (20)2 = 25 𝑐𝑚

6. Área da Seção:

𝜋 ∗ 𝑑2 𝜋 ∗ (2,5)2
𝐴 = = = 4,91 𝑚𝑚2
4 4

8
7. Momento de Inércia:

𝜋 ∗ 𝑑4 𝜋 ∗ (2,5)4
𝐼 = = = 1,92 𝑚𝑚4 = 1,92 𝑥 10−12 𝑚4
64 64

8. Aplicando a Fórmula de Euler:

𝜋 2 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼 (𝜋 2 ) ∗ 200𝑥109 ∗ 1,92 𝑥 10−12


𝑃𝑐𝑟 = = = 60,64 𝑁
(𝑘 ∗ 𝐿)2 (1 ∗ 0,25)2

9. 𝑃𝑐𝑟 = 𝐹𝐴𝐺

10. Somatório na direção y

∑ 𝐹𝑦 = 0

−𝑃 + (3/5) ∗ 𝐹𝐴𝐺 = 0
𝑃 = (3/5) ∗ 𝐹𝐴𝐺
𝑃 = (3/5) ∗ 60,64
P = 36,38 N

Encontrando o peso:

36,38
𝑃 = = 3,71 𝑘𝑔
9,81

11. A tensão crítica deve ser menor que a do escoamento, para a Fórmula de Euler ser válida:

𝜎𝑐𝑟 < 𝜎𝑐𝑟 = 250𝑀𝑃𝑎


𝑃𝑐𝑟 60,64
𝜎𝑐𝑟 = = 4,91 𝑥 10−6 = 12,35 𝑀𝑃𝑎
𝐴

Portanto, já que a tensão crítica é menor que a de escoamento é verídico, ou seja, a força
máxima P = 3,71 Kg.

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4.4. Ensaio de carregamento

Para o ensaio, foram usados halteres de academia para poder chegar ao carregamento do
dimensionamento. Estes foram acoplados ao modelo através de pequenos suportes que foram
soldados na estrutura. Na Figura 4 é possível ver a estrutura final com todos as hastes unidas por
solda, com os carregamentos aplicados. Já na Figura 5 é possível verificar a estrutura flambando.

FIGURA 04: Protótipo da Estrutura. Fonte: Autoria, (2018).

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FIGURA 05: Protótipo flambando. Fonte: Autoria, (2018).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi obtido uma estrutura reduzida (protótipo) a partir do fator de escala (1:0,05) com
dimensões que podem ser vista na Figura 3. A partir do dimensionamento detalhado, foi
determinado a tensão crítica de 12,35 MPa, o carregamento máximo (P) igual a 36,38 N, além das
massas necessárias para fazer o carregamento máximo do modelo desenvolvido (m) igual a 3,71
Kg.
Com a realização do ensaio foi possível verificar que a estrutura suportou o carregamento a
qual esta foi submetida. A flambagem ocorreu após aplicar uma carga superior a maxima, como
desejada. Portanto, o protótipo representa o projeto real desejado, dentro de uma proporção.

6. CONCLUSÃO

Através do que foi apresentado pode-se concluir que o ensaio de flambagem é importante
quando se necessita conhecer ou verificar, o comportamento de colunas quando submetidas a
cargas. Um dos objetivos principais é a comparação dos valores teóricos e se o mesmo obedece
experimentalmente no ensaio, APÓS O EXPERIMENTO. Portanto, a realização do estudo foi
importante de modo a acrescentar em nossa carreira acadêmica, pois trouxe a prova consultas de
normas e conhecimentos práticos ao grupo, bem como toda teoria dos ensaios de flambagem.
Cumprindo assim seus objetivos.

7. REFERÊNCIAS

Beer, Ferdinand Pierre, 1995- Resistência dos materiais / Ferdinand P. Beer, E. Russell Johnston,
Jr. ; tradução e revisão técnica Celso Pinto Morais Pereira. - 3ª ed. - São Paulo : Pearson Makron
Books, 1995.

Hibbeler,Russell Charles- Resistência dos materiais / Russell Charles hibbeler ; tradução Arlete
Simille Marques ; revisão técnica Sebastião Simões da Cunha Jr. - 7.ed.- São Paulo : Pearson
Prentice Hall,2010.

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