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Tiago Sigel
CONTRATOS INTERNACIONAIS
CURITIBA
2012
CONTRATOS INTERNACIONAIS
Curitiba
2012
Tiago Sigel
CONTRATOS INTERNACIONAIS
CURITIBA
2012
TERMO DE APROVAÇÃO
Tiago Sigel
CONTRATOS INTERNACIONAIS
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do titulo de Bacharel em Direito em no curso
de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná.
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Professor Dr. Eduardo de Oliveira Leite
Coordenador do Núcleo de Monografias
Universidade Tuiuti do Paraná – FACJUR
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Membro da Banca
Universidade Tuiuti do Paraná – FACJUR
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Membro da Banca
Universidade Tuiuti do Paraná – FACJUR
Dedico
Ao meu filho Enzo, minha esposa Laísa, a minha
mãe Elizabeth e a minha vó Ziza, pelo amor e
confiança depositados, estando presente em todos
os momentos da minha vida.
RESUMO
CF – Constituição Federal
EXW – Ex Works
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45
8
1 INTRODUÇÃO
foram criadas normas para regular contratos entre os Estados e as pessoas, muitos
que possam ser impostos pelas pessoas ou Estados no comércio, tendo a solução
dos casos e a fiscalização para que seja realizada tal imposição, bem como as
sanções impostas.
que querem algo, ou querem se desfazer de algo, tendo essa realidade evoluído e
criado regras e formas do chamado Contrato, cuja palavra vem de contractus, que
significa unir, contrair, e a vontade para realizado vem de pacto, que significa estar
vinculo jurídico, se exigindo um ato solene, criando bases contratuais, com ênfase à
igualdade entre as partes, ou seja, existe o direito da pessoa que vendeu de receber
eram rigorosos, tendo que ser cumpridos, mesmo que sem a vontade das partes.
Com o tempo e pressão até mesmo da Igreja, o Direito Romano aderiu à forma
escrita do contrato, para se valer uma obrigação de uma forma mais concreta. Neste
sendo suficiente o contrato como meio pelo qual se tem a liberdade, uma vez
mero caminho para se chegar à propriedade, o contrato é o meio pelo qual circulam
de outro lado não podendo ser privado de seus bens exprimiam sua manifestação
de vontade.
se espalhar pelo mundo como um modelo, ao longo do século XIX, revogando assim
individualismo, o contrato passou a ser uma lei, e o que nele está escrito vale e tem
que ser cumprido, não tendo limitações, que não aquelas de interesse público.
propriedade, tendo a sua evolução no decorrer dos anos, como até mesmo os outros
muitos, e solução para todos, tendo a garantia de um negócio tutelado pelo Estado.
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passa a ser de todos, para todos, e o contrato passa a ser uma espécie do negócio
jurídico, o que deixa o contrato mais geral, mais amplo em relação aos tipos,
podendo ser de compra e venda, locação e outros mais. Mesmo o negócio jurídico
sendo mais amplo que o contrato, o mesmo não transfere a coisa, tendo que ter o
contrato para efetuá-la, sendo assim adotado em nosso Código de 1916 e mantido
atualmente.
Tendo Código brasileiro adotado esse sistema do negócio jurídico como uma
forma geral para os atos praticados, sejam eles contratos entre duas pessoas ou até
produzirá efeitos jurídicos se o negócio jurídico for de vontade das partes e também,
brasileiro.
O Contrato está cada vez mais distante do Estado, tendo as partes, ou uma
delas, a possibilidade de fazer o que quiser com os seus bens, obviamente que
chamado a intervir quando uma das partes não cumprir com o ajuste, para obrigá-la
a cumprir com todos os termos de um contrato ou até mesmo anular o contrato por
modificações no contrato, que o conceito original, talhado pelo Código Civil Brasileiro
evolutivo e contemporâneo.
nos termos do art. 421 do Código Civil Brasileiro de 2002, que estabelece a
pelo Estado quando o contrato não se faz cumprir, e até mesmo quando há um certo
invocar o Estado para que interfira no contrato e dite quais as normas válidas com
base nas adotadas na República Federativa do Brasil. E isto sem fazer distinção de
Estados.
de outro Estado.
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período entre-guerras, para dar lugar a um enfoque individualista e até certo ponto
normas específicas criadas em razão das necessidades dos brasileiros, normas com
1917.
alguma mutação nos Estados, os contratos não irão sofrer distinção. Neste sentido
1
A primeira sessão da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado realizou-se em 1893 por
iniciativa do Governo dos Países Baixos. A Conferência teve duas fases de evolução histórica: a
primeira desde a sua fundação (1893) até 1951; a segunda a partir de 1951 até ao momento atual.
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3 BASE LEGAL
Neste tópico ficará claro que no Brasil o assunto é regido pela LICC, através
do seu art. 9º, o qual estabelece uma norma que será aplicável à lei brasileira nos
contratos. Evidencia-se, também, que a base jurídica internacional segue uma linha
do antigo Código Civil, onde existia uma autonomia de vontade das partes na
Civil.
celebração de um contrato se aplicará à lei que irá reger os ditos ajustes nos casos
seguido, no Brasil se aplica a lei do país em que o contrato foi celebrado, tendo as
partes que seguir regras e critérios do contrato, até mesmo porque o Brasil faz parte
a seguir.
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aonde será a eleição do foro. E, por conseguinte, o juiz terá que decidir, com base
no art. 9º da LICC, qual será a lei aplicável a partir do artigo referido, se uma lei
estrangeira ou não.
rompimento.
Já nos países da ‘commom law’ a solução é mais simples e eficaz, pois a lei
que regerá o contrato será a do local onde ocorreu o pré-contrato, sendo assim, será
mais simples quando houver conflitos, pois já estará estabelecido qual a norma
2
No que tange ao Mercosul, esclareça-se que o Protocolo de Buenos Aires expressamente assevera
que se houver escolha do foro, o juiz de outro local não pode julgar a causa. É por isso que, na
ausência de regras legais claras, a jurisprudência brasileira não tem caminhado na mesma direção
desejada pelas partes que incluem essas cláusulas em seus contratos.
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adiante. Assim, os países mesmo tendo realizado tratados bilaterais, ou até mesmo
transporte marítimo.
exercem a autonomia da aplicabilidade das leis nele contida, apesar de que, sempre
grande relevância nos contratos internacionais, pois diz respeito à solução cabível
no qual as partes elegem o foro competente para conhecer de eventual litígio judicial
entre as partes.
maior. Assim sendo, terá que ter conexão relevante nos contratos para que não se
configure fraude, por isso há essa importância de se analisar o foro escolhido. Deste
Código Civil (LICC), onde se prevê a aplicação da lei do lugar onde constituíram o
contrato, que se reputa o local de residência da parte. Vê-se que não seria possível
o Brasil aplicar o direito de outro país para reger um contrato, sendo assim
advogados nos contratos agem, conhecendo-se as leis dos países das partes do
contrato.
Uma vez não escolhido expressamente pelas partes onde será o foro,
haverá uma avaliação da vontade implícita pelas partes, como o idioma, o local das
Assim, será escolhida a lei aplicável juntamente com o foro onde se regerá o
contrato com um terceiro idioma. Mesmo assim há duas formas de eleição do foro, a
do foro, a lei aplicável e a língua do contrato, seja o idioma das partes ou o do juiz
do foro, e que por obvio a lei seja conhecida pelo Juiz, pois caso ocorra de uma não
solução em via arbitral, que esse Juiz saiba e aplique as normas contidas no
próximo capítulo.
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sendo que para cada espécie de ajuste existe uma modalidade para realizá-lo.
ser seguida.
Nos contratos, como é sabido, existem três elementos essenciais, que são:
1. o vendedor (exportador);
2. o comprador (importador);
seguintes características:
para regular tais confrontos em um contrato, sendo deixado à livre escolha das
partes envolvidas. Mesmo assim, a regra é que o foro escolhido seja do exportador,
especificas e aleatórias.
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explicitando a quantidade e o peso (bruto), preço por unidade, preço total, condição
pelas partes).
diz deve especificar o objeto como um todo, sendo necessário verificar-se a validade
que serve para diminuir a incidência no contrato, sendo algo imprevisto que
pode ser uma rescisão pura e simples, quando uma das partes achar que foi lesada,
ou uma rescisão do tipo indireta, como quando uma das partes vier a ser
bem antes dessa convenção, sob a chancela da Organização das Nações Unidas
internacional, e embora ainda não ratificada pelo Brasil, os princípios ali contidos são
contidas poderão ser aplicadas no Brasil quando uma das partes nos contratos for
convenção, ou até mesmo quando outra parte for de um estado onde foi ratificada a
determinado tempo, para que se tenha certeza de que está tudo como combinado
3
A UNCITRAL foi instituída pela Assembléia Geral da ONU em 1966 (Resolução nº 2205 –
17/12/1966), sendo integrada por 60 Estados-membros, eleitos pela referida Assembléia Geral. Seu
objetivo principal é viabilizar a harmonização das regras de comércio internacional.
4
A CISG (na sigla em inglês) foi aprovada em 10/04/1980, entrou em vigor no dia 1º/01/1988, e
desde 2011, conta com 77 países membros.
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redução do valor do produto, dele abatendo o defeito ou vicio ocorrido com o produto
entregue.
produto, se ele não o fizer em tempo hábil, poderá perder o direito de reclamar.
pela parte do comprador, o vendedor pedir perdas e danos, e o prazo para que se
Por fim, é notório que existem normas contratuais no direito interno, além de
sejam cumpridas, tendo elas sido ratificadas ou não perante a Convenção de Viena.
Além do mais, mostrou-se aqui a existência de uma obrigação para que o contrato
seja executado da forma correta pelas partes, tendo elas que executarem da forma
adquire um bem para assim alugá-lo por prazo determinado para o seu
cliente, na forma escolhida por ele, sendo por prazo determinado, podendo
que são os utilizados para os produtos com boa aceitação e que se tornam
obsoletos.
arrendatário.
com investidores, emitindo debêntures para aquisição dos bens, dando em forma de
4.3 FACTORING
Segundo Strenger
nesses dois casos, a empresa que adquiriu os créditos, terá que pagar, mesmo com
consiste numa empresa (“factor”) que irá cobrar os créditos, tendo por requisitos:
liberdade de escolha por parte do faturizador das faturas ou títulos devido ao risco
4.4 INCOTERMS
regras e práticas neutras, como por exemplo: onde o exportador deve entregar a
Registre-se que os Incoterms têm esse objetivo, uma vez que dizem respeito
São representados por siglas, que tratam das condições da venda, definindo
precisar pagará o prêmio do seguro. É obrigado tão somente ser contratado pelo
vendedor o seguro marítimo, sendo este termo usado apenas para transporte
marítimo e fluvial.
risco de perda e danos depende do local onde estará a mercadoria, pois sendo
seguro contra danos durante o transporte, assumindo assim o vendedor pelo prêmio
haver variação.
comprador assumir tais riscos, bem como o de arcar com os custo de taxas e
impostos.
de entrega, que será de livre escolha do vendedor. Este termo pode ser utilizado em
transação de toda mercadoria envolvida no ajuste entre eles, tendo uma certa
em que ela será invocada através dos contratantes e a lei a ser aplicada para
término da Rodada Uruguai do GATT, em 1993. Após tudo isso, a OMC começou a
conflitos gerados pelos países membros. Para isso surge regras dispostos em
áreas;
acordos feitos na OMC pelos seus Estados Partes ficam sob a supervisão e
orientação dos órgãos de sua estrutura, impondo-se severas sanções caso não
exemplo, uma empresa exportadora vende um produto no seu mercado interno por
publicação da decisão.
prorrogação por mais 6 meses, a medida antidumping poderá ser aplicada no prazo
ser necessário a imposição do fator antidumping; que não ocorreu mais dano; o
dano e o dumping realizado, após o que se preparará uma nota técnica sobre o
caso.
também a arbitragem como meio de resolução de conflitos, porém não valia como
assegurar a decisão de uma arbitragem. Aos poucos, a matéria foi evoluindo com o
sobre arbitragem quando permite a aplicação aos contratos dos „principios da lex
p.25).
ver a seguir a força de um julgado, onde a decisão do árbitro não terá muito
questionamento no judiciário.
seu representante (árbitro) ser uma pessoa totalmente imparcial, e que se garanta a
conflito. Além do mais, tem a finalidade de evitar o acesso ao judiciário, pois nesse
sentido existe uma convenção entre as partes que estabelece quem arbitrará a
questão e quais serão as normas a ser aplicada no conflito, sendo autônomo este
tipo modalidade.
Corte. Mais que isso, também é passível de arbitramento o contrato que não
arbitragem. Tendo essa decisão não tendo como apelar, tendo que aceitar as
parceiros.
tendo ainda uma Tarifa Externa Comum (TEC), contida na adoção de uma política
funções.5
recíprocas.
transição, enunciado pelo CMC em sua primeira decisão. Sendo provisório, este
de conciliador entre eles, daí ser considerado o foro extra-judicial para a solução da
controvérsia.
5
Para melhor entendimento, ver: D‟ANGELIS, Wagner Rocha. Mercosul: da intergovernabilidade à
supranacionalidade? Curitiba: Juruá, 2000, p. 74-76 (5ª tiragem - 2011).
42
“Tribunal Ad Hoc” e, numa fase posterior, levarem os seus pleitos ao Tribunal Arbitral
7 CONSIDERAÇOES FINAIS
Portugal.
coisa julgada, não sendo analisada pela Justiça Comum, pelo menos é assim
aplicado no Brasil, pois existe uma clausula eleição do foro, onde irá ser o local e a
contrato.
Por fim, concluímos que, o contrato interno por ter um ordenamento jurídico
certo e inexistindo uma eleição de foro por ser interno, é mais simples do que o
contrato internacional, por ter a grande diferença nos aspectos jurídicos. Ademais,
REFERÊNCIAS
VENOSA, Sílvio de Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos
Contratos. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.