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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UnC

ADERBAL LUDKA JÚNIOR

DENDROLOGIA CONCEITOS TAXONÔMICOS

CANOINHAS - SC
2018
ADERBAL LUDKA JÚNIOR

DENDROLOGIA CONCEITOS TAXONÔMICOS

Projeto de Pesquisa apresentado como exigência


para obtenção de nota na disciplina de
Dendrologia, do curso de Engenharia Florestal,
ministrado Universidade do Contestado - UnC,
Campus Canoinhas.
Professor (a): Vitor Sartor

CANOINHAS - SC
2018
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................................ 4
2. Conceitos taxonômicos...................................................................................................... 5
3. Espécie................................................................................................................................. 5
4. Gênero ................................................................................................................................. 6
5. Família .................................................................................................................................. 8
6. Ordem................................................................................................................................... 9
7. Classificação das Árvores ............................................................................................... 10
7.1 Biodiversidade brasileira ............................................................................................... 10
8. Referência ......................................................................................................................... 12
1. Introdução
Na Dendrologia os termos “Dendron” e “Logos”, de origem grega,
significam árvore e estudo respectivamente. O termo foi criado em 1668 por
Ulisse Aldrovandi (naturalista Italiano, fundador do Jardim Botânico de
Bolonha) com a publicação de Dendrologia. A obra escrita em grego, incluía o
nome das árvores, seus sinônimos, utilização, provérbios, dentre outras
informações e curiosidades.

A Dendrologia é o ramo da botânica que estuda a identificação,


distribuição e classificação das plantas lenhosas, principalmente árvores e
arbustos, e as suas madeiras. Com isto busca a identificação das árvores, não
apenas pelos caracteres de real valor taxonômico e filogenético (o termo
“fologenético” é comumente utilizado para determinar as relações ancestrais
entre espécies conhecidas), como também e principalmente pela valorização
de elementos diagnósticos mais facilmente reconhecíveis, embora carentes de
maior fundamento científico subjacente, não substitui a Botânica Sistemática.
Centra-se, contudo sobre as espécies de importância econômica, classificando-
as sob o ponto de vista sistemático e fitogeográfico. O principal objetivo é a
classificação das plantas em um sistema filogenético da Botânica Sistemática.
2. Conceitos taxonômicos
Taxonomia tem origem num vocábulo grego que significa “ordenação”.
Trata-se da ciência da classificação aplicada à biologia para a ordenação
sistemática hierarquizada dos grupos de animais e de vegetais.

A taxonomia biológica faz parte da biologia sistemática, dedicada à


análise das relações de parentesco entre os organismos. Uma vez identificada
à árvore filogenética do organismo em questão e conhecida os respectivos
ramos evolutivos, compete à taxonomia estudar as relações de parentesco.

Existem diferentes posturas relativamente à taxonomia, ainda que, em


geral, se defenda que a sua função inicia quando já está definida a filogenia
dos táxones. Por isso, a taxonomia organiza a árvore filogenética dentro de um
sistema de classificação.

A visão mais abrangente entende os táxones como sendo classes


(ramos da árvore filogenética, com espécies emparentadas por um
antepassado em comum) que já tenham sido atribuídos a uma categoria
taxonômica.

O processo da taxonomia prossegue então com a atribuição de nomes


(de acordo com os princípios da nomenclatura), a elaboração das chaves
dicotômicas e a criação dos sistemas de classificação.

Os táxones permitem classificar os seres vivos a partir de uma


hierarquia de inclusão (cada grupo abarca outros menores enquanto está
subordinado a um maior). As categorias fundamentais, da mais abrangente à
menor, são o domínio, o reino, o filo (ou divisão), a classe, a ordem, a família, o
gênero e a espécie.

3. Espécie
Com a introdução do conceito de espécie pelo naturalista John Ray, no
século XVII, os seres vivos começaram a ser classificados de acordo com sua
história evolutiva e desenvolvimento embriológico.
Em 1735 foi publicado o Systema Naturae, por Carl Von Linné (1707-
1778), mais conhecido como Lineu, considerado o pai da taxonomia moderna.
Foi Lineu que usou o sistema binominal para classificar as diferentes espécies
de plantas adotando-se um primeiro nome em latim para indicar o gênero e um
segundo nome indicando a espécie. Esta nomenclatura é a que usamos hoje
em dia. O primeiro nome vem sempre em letra maiúscula, e o segundo nome
em letra minúscula. Sempre que possível, o ideal é usar a fonte itálica para
escrever nomes científicos de plantas e animais.

Com a republicação e aprimoramento de sua obra, os seres vivos


passaram a ser classificados em três grandes reinos: animal, vegetal e mineral.
Hoje em dia, os seres vivos são classificados
em: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.

Animais da mesma espécie têm a mesma quantidade de cromossomos,


anatomia semelhante, fisiologia e desenvolvimento embrionário idênticos entre
si, e o cruzamento entre eles deve originar um novo animal fértil.

Existem algumas plantas de espécies diferentes que conseguem gerar


um descendente fértil em seu cruzamento, porém, não consideradas da mesma
espécie por isso.

4. Gênero
Gênero é a categoria taxonômica que corresponde ao conjunto de
espécies com características morfológicas e funcionais muito semelhantes e
antecessores comuns. O termo é usado na classificação sistemática das
espécies. A este conceito estão associados outros como o Reino, o Filo, a
Classe, a Ordem, a Família e a Espécie que em conjunto permitem organizar
os seres vivos em hierarquias, consoante a sua semelhança. No gênero são
incluídos mais seres do que na Espécie e menos indivíduos do que na Família,
isto é, um gênero é composto por várias espécies e em conjunto com outros
gêneros compõe uma família.

O conceito é muito antigo remontando à época greco-romana e tem


como objetivo organizar as espécies de forma a serem mais facilmente
reconhecidas e com uma ordem aparente, que nem sempre corresponde à
verificada na natureza.

Lineu utiliza o conceito para a criação da nomenclatura binomial, usada


para classificar e nomear uma espécie. Por se encontrar ligado ao taxa
espécies, cada gênero encontra-se muito bem descrito, pois a ele estão
associadas todas as características morfológica, funcionais e os genomas
associados a cada uma das espécies que correspondem ao gênero em análise.

Em termos de nomenclatura não é possível existirem dois gêneros com


o mesmo nome num mesmo reino, no entanto, é possível que tenha sido
atribuído o mesmo nome a dois gêneros, se estes se encontrarem em reinos
diferentes, pois respeitam regras nomenclaturas diferentes. O gênero deve ser
sempre escrito em maiúscula e em itálico, isto se deve à sua associação com a
nomenclatura binomial usada na espécie, por exemplo, Quercus (gênero que
representa os carvalhos).

A descoberta de novas informações no campo da genética leva por


vezes à reorganização das estruturas taxonômicas fazendo surgir novos
gêneros e eliminando outros que se verificaram não existir, este processo
obriga a uma nova distribuição de determinadas espécies por gêneros
diferentes dos anteriores.

Para que um grupo de espécies possa ser considerado gênero válido é


necessário que seja monofilético, isto é, o conjunto de espécies tem que
possuir todas as espécies procedentes de um mesmo ancestral; é também
necessário que os seus genomas sejam similares, de forma a não aumentar o
gênero indefinidamente; por fim é ainda necessário que as características
morfológicas e funcionais sejam similares, mas ao mesmo tempo em que seja
possível distinguir entre espécies.

Apesar da existência dos critérios mencionados anteriormente estes


nem sempre são tidos em conta, estando ainda em discussão entre os
especialistas qual a melhor forma de determinar um gênero válido, neste
momento às características físicas são as mais utilizadas, mas isto pode ser
alterado em breve devido aos avanços da ciência.
5. Família
Família, em biologia, corresponde a um dos níveis taxonômicos do
sistema de classificação criado por Lineu para agrupar os indivíduos e que
posteriormente foi revisto e adaptado consoante os novos conhecimentos que
foram sendo adquiridos. Outros níveis taxonômicos correspondem ao Reino, ao
Filo, a Classe, a Ordem, ao Gênero e a Espécie.

Numa família, os seres vivos que a compõem estão muito próximos


entre si e possuem atributos muito semelhantes, claro que não tão
semelhantes como os indivíduos que pertencem à mesma espécie. Segundo
os princípios de taxonomia usados por Lineu e seus sucessores, cada família
corresponde a uma ordem e uma família divide-se em diversos gêneros.

Os elementos que constituirão uma família são determinados por um


taxonomista após uma análise das características dos seres vivos, sejam elas
características morfológicas ou características presentes ao nível do seu ADN.
Para pertencerem à mesma família as características dos indivíduos terão de
ser semelhantes indicando alguma proximidade entre os indivíduos, assim
como um ancestral comum.

Inicialmente os seres vivos eram agrupados segundo as suas


características físicas, observáveis a olho nu, seres semelhantes pertenciam ao
mesmo grupo. Presentemente, após a descoberta do ADN, passou-se a
analisar não só as características morfológicas como também as
características genômicas que tornam os indivíduos em seres semelhantes, a
análise dos antepassados também é bastante importante, pois permite
determinar a distância relacional que cada indivíduo tem com outro.

A distribuição das espécies em famílias depende de muitos fatores como


os mencionados anteriormente, no entanto, entre os taxonomistas não existe
um consenso sobre que método será o mais correto para analisar as relações
entre as diferentes espécies, por esse motivo não existem regras rígidas para a
formação de famílias sendo por isso importante o senso comum e o sentido
críticos dos taxonomistas, não implicando que se pode fazer uma alteração ao
nome da família só porque não se gosta dele, é necessário seguir as diretrizes
dos códigos de nomenclatura internacionais.
“ Para famílias de plantas, fungos e algas a terminação do nome é” - eacea”
enquanto que a terminação para as famílias de animais é “– idae”; como é
possível verificar nas famílias Fagaceae (família da qual fazem parte os
carvalhos) e Canidae (família à qual pertencem os cães), no entanto, nas
famílias das plantas existem exceções à regra devido ao uso de nomes de
famílias que já eram reconhecidos muito antes da criação dos códigos, para
evitar confusões esses nomes foram mantidos.

O uso do taxa família para estudo evolutivos ou paleontológicos é mais


comum do que o uso de outras taxas, pois é reconhecido como sendo um nível
bastante mais estável que o gênero ou a espécie, uma vez que não ocorrem
grandes alterações a esse nível e as características são mais gerais.

6. Ordem
Ordem, em biologia, corresponde a um dos níveis taxonômicos do
sistema de classificação, para os seres vivos, assim como o Reino, o Filo, a
Classe, a Família, o Gênero e a Espécies. Trata-se, portanto de um nível
pertencente a um sistema de classificação de seres vivos que se baseia na
semelhança entre os indivíduos, seja essa semelhança morfologia ou ao nível
funcional. Este sistema foi criado por Lineu tendo sido posteriormente revisto e
adaptado para incluir os novos conhecimentos que foram sendo obtidos.

O termo Ordem começa verdadeiramente a ser usado com regularidade,


para designar uma categoria taxonômica, por Lineu a quando da sua obra
“Systema Naturea”, no entanto, o termo já tinha sido usado antes.

Esta categoria é a mais restrita, a seguir à família, estando incluídos nela


seres com características morfológicas, funcionais e evolutivas muito
semelhantes, numa ordem estão englobadas diversas famílias, assim como
esta é englobada numa determinada classe.

Para se ser inserido numa determinada ordem, as famílias têm que se


encontrarem próximas filogeneticamente, isto é, têm que possuir um
antepassado comum, além de terem que possuir uma semelhança
considerável nas outras características mencionadas anteriormente.
A ordem pode possuir alguns subgrupos, como a super-ordem e a infra-
ordem, consoante as variações que surgem nas características presentes nos
diversos elementos pertencentes a essa categoria. A nomenclatura pode variar
consoante o autor, assim como, com o grupo que está a ser descrito, existindo,
no entanto, um conjunto de regras mais ou menos rígidas para a escrita dos
nomes relativos à ordem, o código de nomenclatura internacional, o código
varia consoante se trata de elementos botânicos ou zoológicos.

Muitos dos grupos de planta continuam a usam uma nomenclatura, ao


nível da ordem, que era a usada por Lineu, isso também é valido para os
elementos de algumas ordens na zoologia. Um exemplo é a ordem Lepidoptera
(ordem que inclui as traças) e a ordem Palmae hoje conhecida por Arecacea
(ordem onde se incluem as palmeiras).

7. Classificação das Árvores


Na botânica, há diferentes ordens e famílias que compõem e classificam
as várias árvores do planeta. Nesse caso, a variação da copa, da folha, flores,
frutos e estruturas reprodutivas serão pontos de diferenciação. Até mesmo o
tipo de madeira que cada árvore fornece para fins comerciais é influenciada por
essa classificação. Daí a importância da catalogação de todas as espécies.

Em termos de espaços onde tais árvores se desenvolvem, também vale


ressaltar que haverá influência na formação de um determinado ecossistema.
Quando uma determinada quantidade de árvores, por exemplo, cresce em um
bosque, haverá toda uma complexidade em termos de ecossistema com a
existência de vegetais que levarão à formação de uma floresta. Há vários
biótopos que podem ser classificados a partir das árvores que ali existem,
como é o caso da Mata dos Pinhais na região sul do Brasil ou mesmo as
florestas tropicais e fluviais. Nas savanas e cerrados de todo o mundo, há
predominância de árvores em campos salpicados do tipo xerófitas.

7.1 Biodiversidade brasileira


No Brasil, a grande diversidade climática, e mesmo nosso solo e relevo
diferenciados acabam fazendo com que nossa flora seja a mais rica do mundo.
Estudos apontam para uma média de 56.000 espécies de plantas. Dentro
desse universo, aproximadamente 5-10 espécies de gimnospermas, outras
55.000-60.000 espécies de angiospermas, quase 3.100 espécies de briófitas e
uma média de 1.200-1.300 de pteridófitos.

Tal riqueza precisa ser conservada. Nos espaços em que houver


necessidade, vale a campanha intensa para restauração das biodiversidades.
Tudo isso também depende de uma maior sensibilização junto à população e
até mesmo de que todos saibam a importância de se conhecer todas as
espécies e sua importância para os homens e meio ambiente.
8. Referência
http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1400;

https://www.ciencia20.up.pt/index.php?option=com_content&view=article&Itemi
d=&id=954;

http://knoow.net/ciencterravida/biologia/familia-taxonomia/;

https://www.embrapa.br/manual-de-editoracao/nomenclatura-cientifica/nomes-
cientficos/-
/journal_content/56_INSTANCE_HscRfKvOm1wj/1355746/28877098?p_p_stat
e=pop_up&_56_INSTANCE_HscRfKvOm1wj_page=1&_56_INSTANCE_HscRf
KvOm1wj_viewMode=print;

http://knoow.net/ciencterravida/biologia/ordem/;

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