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º Slide - Introdução
Ana
Muito bom dia a todos. No decorrer desta apresentação oral, iremos apresentar o tema que nos
propomos a trabalhar ao longo deste ano letivo, no âmbito do estudo da obra O Ano da Morte
de Ricardo Reis, dando a conhecer o formato final que pretendemos conferir a este projeto.
JP
O modo como devemos viver e encarar o amor tem sido um dilema constante na vida do ser
humano. É, por isso, um tema universal, que inquieta, mas que também se busca, pois o Amor
é considerado por muitos o motor que impulsiona a evolução, promovendo a vida em sociedade.
Já Camões defendia essa dualidade do Amor, visto suscitar no Homem emoções e sentimentos
contraditórios, não fossem os seus versos “Amor é fogo que arde sem se ver;/ É ferida que dói
e não se sente;/ É um contentamento descontente;/ É dor que desatina sem doer;”.
Patrícia
Na sua vasta obra literária, José Saramago, para além de refletir frequentemente sobre a
importância do Amor na vida do ser humano, destaca o papel fundamental que a mulher
desempenha na concretização da relação amorosa.
Maria
Ana
Citando o Professor Doutor Carlos Reis, “Falamos no amor como tema, porque ele é um grande
sentido, por assim dizer, abstrato, com muitas realizações ao longo da história da literatura. Tais
realizações dependem dos diferentes contextos que tratam este tema universal, de acordo com
os gostos e com os valores da época; assim, o amor trovadoresco não é o mesmo que está
representado na lírica camoniana e este não se confunde com o amor que lemos na poesia
romântica de Garrett ou com as paixões reveladas em novelas de Camilo Castelo Branco (por
exemplo, o Amor de Perdição)”.
Pedro
Deste modo, “Representações do amor e seu valor simbólico em O Ano da Morte de Ricardo
Reis” é o tema que nos propomos a trabalhar ao longo deste ano letivo, construindo
paralelismos ao estilo saramaguiano sobre o simbolismo do amor, recorrendo a personagens de
obras já lecionadas.
JP
Ou seja, pretendemos construir uma espécie de teatro ou debate em que, tal como Saramago,
vamos “ressuscitar” e colocar “no mesmo palco/na mesma mesa” vários autores não
contemporâneos, de épocas literárias completamente distintas, que nos vão mostrar o porquê
das suas personagens serem merecedoras, por exemplo, do título “Melhor Personagem
Amorosa”, ideia ainda a trabalhar e que vamos abordar mais tarde nesta apresentação. Assim,
pretendemos conferir um tom dramático e dinâmico ao nosso “produto final”, com o intuito de
cativar a atenção do espectador.
1.ª Parte
Maria
Patrícia
Em dezembro de 1935, Ricardo Reis, vindo do Brasil, chega a Lisboa, à sua cidade, com o intuito
de descobrir quem é, a sua verdadeira identidade, ou devido à morte de Fernando Pessoa, seu
criador. Fica alojado no Hotel Bragança, local de trabalho de Lídia, criada do estabelecimento,
espaço onde se vai encontrar, igualmente, com Marcenda, uma jovem hóspede do
hotel.
Ana
Lídia:
Pedro
Patrícia
Marcenda:
Maria
É bela e frágil, tal como a figura feminina do poema “A Débil”, de Cesário verde;
O amor que Ricardo Reis nutre por Marcenda é verdadeiro e intenso, ainda que esta recuse
o pedido de casamente por ele proferido.
2.ª Parte
JP
A nosso ver, o amor em O Ano da Morte de Ricardo Reis assume, principalmente, um papel
regenerador, visto ocorrer uma transformação profunda na personagem principal.
Ana
Pedro
2. Amor-paixão;
4. Falso Amor;
5. Amor proibido.
Maria
Na segunda categoria, teríamos O Ano da Morte de Ricardo Reis, representado por Ricardo Reis
e Marcenda; Amor de Perdição, com o triângulo amoroso Simão/Mariana/Teresa e Viagens na
Minha Terra, com Carlos, Joaninha e Georgina.
Patrícia
Na terceira categoria, Amor pela Pátria, teríamos em confronto Os Lusíadas, obra épica que
canta toda uma nação que “Por mares nunca dantes navegados” conseguiu suplantar a própria
finitude e condição humanas, e a Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, realçando todo um povo,
igualmente herói coletivo, que, por profundo amor à sua terra, permitiu preservar a
independência de Portugal contra os castelhanos, legitimando a nova Dinastia.
Ana
Pedro
Na quinta categoria, Amor proibido, teríamos, sem dúvida, Os Maias (episódio do incesto entre
Maria Eduarda e Carlos; impossibilidade de concretização do amor aos olhos da sociedade, pelo
facto de serem irmãos); Amor de Perdição (amor proibido de Teresa e Simão); Viagens na Minha
Terra ; Frei Luís de Sousa e o Ano da Morte de Ricardo Reis, salientando a influência negativa das
convenções sociais na vida do ser humano.
Conclusão
Patrícia
Este é um formato ainda inicial e carece de uma maior reflexão futura, devido à complexidade
das personagens, obras e autores envolvidos.
JP
Partindo da célebre frase de José Saramago, «De como a personagem foi mestre e o autor seu
aprendiz», título do discurso por ele proferido na entrega do Prémio Nobel, neste momento,
podemos afirmar que ainda somos “aprendizes” das personagens que nos propomos a
trabalhar, mas pretendemos no final deste ano letivo chegar a “mestres”, obtendo um produto
final interessante e bem conseguido.
Ana
Por último, estamos abertos a sugestões por parte da Professora e da turma, que nos possam
auxiliar nesse sentido.
Obrigada.