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INTRODUÇÃO
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são inegáveis e inquestionáveis. Nos últimos anos, saltos quantitativos foram dados, em
especial no que se refere à consolidação de práticas e formulação de diretrizes que tratam a
questão ambiental de forma sistêmica e integrada.
Neste sentido, Kraemer (2005) afirma que o desenvolvimento da tecnologia deve ser
orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de
inovação dos países em desenvolvimento.
Meyer (2000) enfoca que, o conceito de desenvolvimento sustentável apresenta
pontos básicos que devem considerar, de maneira harmônica, o crescimento econômico,
maior percepção com os resultados sociais decorrentes e equilíbrio ecológico na utilização
dos recursos naturais.
Assume-se que as reservas naturais são finitas, e que as soluções ocorrem através de
tecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se atender às necessidades básicas
usando o princípio da reciclagem. Parte-se do pressuposto de que haverá uma maior
descentralização, que a pequena escala será prioritária, que haverá uma maior participação
dos segmentos sociais envolvidos, e que haverá prevalescência de estruturas democráticas. A
forma de viabilizar com equilíbrio todas essas características é o grande desafio a enfrentar
nestes tempos.
A questão ambiental no Brasil passou a ter relevância com o advento da Lei n°
6.938/1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente com o objetivo principal de
compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade
ambiental, do equilíbrio ecológico e da preservação dos recursos existentes. A partir de
então, foram adotadas técnicas para previsão e avaliação impactos ambientais, como por
exemplo, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA), os quais serão discutidos neste trabalho.
OBJETIVOS E METODOLOGIA
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ambiental e ao direito ambiental, todas essas encontradas no acervo da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Rio Claro e também, na Universidade Federal de
São Carlos.
O EIA-RIMA COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL
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Dieffy (1975) apud Queiroz (1999), afirma que impacto ambiental pode ser visto
como “parte de uma relação de causa e efeito. Do ponto de vista analítico, o impacto
ambiental pode ser considerado como a diferença entre as condições ambientais que
existiriam com a implantação de um projeto proposto e as condições ambientais que
existiriam sem essa ação".
Todavia, sabe-se que o conceito de impacto é mais amplo do que o explicado pelos
autores, ou seja, é possível, ao plantar uma árvore, causar um impacto, no entanto, positivo.
De acordo com Bitar & Ortega (1998), os impactos ambientais podem ser:
Diretos e Indiretos;
Temporários e Permanentes;
Benéficos e adversos;
Imediatos e a Médio e Longo Prazos;
Reversíveis e Irreversíveis;
Locais, Regionais e Estratégicos;
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A Resolução 305 do CONAMA, de 12 de junho de 2002, em seu capítulo VI, artigo
7º, apresenta um leque exemplificativo das considerações que o órgão ambiental competente
deverá observar ao exigir EIA/RIMA, de acordo com o previsto no inciso IV do § 1º do
artigo 225 da Constituição Federal e nos termos da Lei 6.938/1981, contendo os seguintes
elementos:
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De acordo com a Resolução CONAMA 001/86, dependerão da elaboração do
EIA-RIMA as seguintes classes de empreendimentos:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragens
para fins hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais
para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques;
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XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos,
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XVI - Qualquer atividade que utiliza carvão vegetal, em quantidade superior a dez
toneladas por dia.
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meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.
Nesse estudo procurou-se avaliar várias obras e atividades que poderiam causar
degradação significativa ao meio ambiente. A palavra potencialmente abrange não só o dano,
de que não há dúvida, como o dano incerto e o dano provável.
Como já dito, a Resolução CONAMA nº. 001/1986 insere que o estudo de impacto
ambiental desenvolverá:
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1. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto;
2. Avaliação de impacto ambiental (AIA);
3. Medidas mitigadoras,
4. Programa de monitoramento dos impactos.
Ainda segundo os autores citados, o EIA deve apresentar suas conclusões traduzidas
no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), com linguagem simples e objetiva, tornando-o
formal perante o Poder Público e a sociedade.
Para Machado (1995), existem diferenças entre esses dois instrumentos, sendo que a
principal é que o EIA apresenta uma abrangência maior, englobando o RIMA em seu
conteúdo.
De acordo com o referido autor, o Estudo de Impacto Ambiental compreende o
levantamento da literatura científica e legal pertinente, trabalhos de campo, análises de
laboratórios e a própria redação do relatório. Já o Relatório de Impacto Ambiental "refletirá
as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental" (art. 9º da Resolução 001/86 do
CONAMA). O EIA é realizado previamente ao RIMA, sendo a base para elaboração do
relatório.
O caráter prévio do Estudo de Impacto Ambiental assim deve ser anterior ao
licenciamento ambiental da obra ou do empreendimento. Esse Estudo não pode ser unido e
nem posterior à implantação da obra ou à realização do empreendimento.
O preceito constitucional inseriu o termo "Prévio" para situar, o tempo em que ele
deverá ser utilizado, no desiderato de evitar uma prevenção falsa ou deturpada, quando o
empreendimento já iniciou sua implantação ou quando os planos de instalação foram criados
sem o EIA.
Sendo assim, é possível observar a abrangência do EIA-RIMA e seu importante
papel no processo de avaliação de impactos ambientais, auxiliando na importante tarefa da
conservação ambiental e da qualidade de vida de toda a sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANDREOLI, C. V. Gestão Ambiental. Coleção Gestão Empresarial. Faculdades Bom
Jesus. Economia empresarial / Fae Business School. Curitiba: Associação Franciscana
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SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros
Editores Ltda, 1994, p. 196
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