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Resumo para o exame de origens:

Noções gerais sobre a pré-história:

O período do mesolítico designam um conjunto de culturas entre


o paleolítico e o neolítico, são culturas que se encontram num
momento de transição entre uma economia de predadores e uma
economia de produtores. Este período engloba as culturas
pós-glaciares. Existem populações que se mantiveram numa linha
de tradição paleolítica (caçadores-recoletores e pescadores) e
outras que evoluíram no sentido neolítico ( sedentarização,
domesticação de animais e cultivo de cereais). Para este dois
tipos de culturas foi adotado uma nova terminologia que permite
a caracterização das mesmas.

As sociedades epipaleolíticas que são as culturas de predadores,


com a sua cultura baseada na caça e pesca e as sociedades
proto-neolíticas, culturas mais desenvolvidas que se
sedentarizão e produzem alimentos animais e vegetais, ou seja,
adotam uma economia de produção. No seio destas comunidades
destacam-se a China (arroz e seda) e Mesoamérica (produtos
horticulas e milho).

Neste período mesolítico existe uma época de transição do


Holocénico para o Plistocénico, regista-se uma grande
diversidade cultural e existe um desenvolvimento dos utensílios
líticos.

O Neolítico é a fase do desenvolvimento técnico, económico e


social das sociedades. Inicialmente para caracterizar este
período usaram critérios tecnológicos como vasos de cerâmica e
artefactos de pedra polida. Com a evolução, este critério foi
insuficiente porque no mesolítico já existiam comunidades a
utilizar tais artefactos, e continuavam de certa forma a ser
caçadores recoletores embora explorassem mais o solo e os seus
recursos naturais. A época Neolítica é caracterizada pela
aquisição de um novo modo de vida. O homem passa a ser
produtor e estabelece novas relações com o meio natural,
através da agricultura e da criação de gado.

Intensificam-se os povoados permanentes e as relações sociais


começam a se desenvolver. Estas transformações foram
profundas e ocorreram rapidamente, permitindo utilizar o termo
de revolução neolítica (Gordon Childe). No entanto esta
expressão é vista como inadequada nos dias de hoje porque não
existiu uma mudança brusca na passagem do Mesolítico para o
Neolítico. O período anterior já fazia antever o que ia acontecer
com a sedentarização precoce das populações, com a
proto-agricultura, com a diversificação da economia ou economia
de espetro amplo ( Kent F.), com o controlo e domesticação de
algumas espécies animais ( proto-domesticação) e com as
inovações tecnológicas como as foices e moinhos.

A passagem do Mesolítico para o neolítico foi um processo lento,


sem ruturas e respeitando as tradições culturais de cada região.
Este processo de passagem é diferentes em todas as regiões do
mundo, cada um com espécies animais e vegetais diferentes.

A neolitização foi um processo complexo e multifacetado,


revelando uma adaptação ás condições geográficas, ecológicas e
culturais de cada região. Hoje é aceitável a teoria difusionista
que considera a existência de uma zona nuclear, o crescente
fértil, a partir da qual se terá expandido o novo modo de vida e a
economia de produção.
As teorias sobre a origem do neolítico valorizam os fatores
ambientais, demográficos e simbólicos.

Dentro das hipóteses ambientais existe a teoria do Oásis e a


teoria da zona nuclear. A teoria do Oásis foi desenvolvida for
Gordon Childe e defende a ocorrência de fortes mudanças
climáticas no início do Holocénico, como a redução de
pluviosidade e desertificação dos solos. Em consequência os
desertos expandem-se e regista-se uma escassez de alimentos.
A vida era só possível em áreas restritas, os Oásis. Neste
contexto os caçadores recoletores procuravam as margens dos
rios que eram áreas não atingidas pelas secas. A domesticação
ocorria devido à proximidade do homem e das espécies animais e
vegetais nestas áreas restritas. O autor insere-se no
determinismo geográfico, ou seja a produção de alimentos é a
resposta adaptativa de alguns grupos às novas condições
climáticas do Holocénico. A passagem para este novo modo de
vida é visto como o resultado da escassez de recursos.

A teoria da zona nuclear foi criada por Robert Braidwood. Para


este autor não terá ocorrido mudanças climáticas no inicio do
Holocénico e as espécies selvagens atuais correspondiam aquelas
que existiam nesse período. O crescente fértil é apresentado
como sendo a dita zona nuclear onde a domesticação de espécies
seria consequência da abundância e não da escassez, existindo
também desenvolvimento tecnológico. A domesticação de
animais e vegetais permitiu então a sedentarização.

Dentro das hipóteses demográficas, temos a teoria da pressão


populacional e a teoria das zonas marginais.

A teoria da pressão populacional foi desenvolvida por Smith e


Young e abraça um pouco a teoria criada por Robert Braidwood.
Esta teoria afirma que economia de produção surge onde
existem espécies potencialmente domesticáveis, a zona nuclear.
No fim do Plistocénico ocorreram mudanças climáticas que
conduziram ao aumento demográfico e consequentemente
pressão populacional, conduzindo as inovações da agricultura. A
economia de produção seria o resultado das necessidades
alimentares da população crescente.

A teoria das zonas marginais foi desenvolvida por Binford que


defende que perto do crescente fértil ter-se-á registado um
aumento gradual da população, acentuando a economia de
espetro amplo. A pressão demográfica gradual afeta as zonas
marginais, ou seja periféricas. O aumento da população leva à
deslocação das pessoas ( migração) para as zonas periféricas.
Estas populações possuem inovações que transmitem as pessoas
que já habitavam nas áreas marginais.

No seio das hipóteses simbólicas, ideológicas temos a teoria


ideológica criada por Cauvin que reconhece a importância do
crescimento demográfico e das novas condições ambientais no
Holocénico, mas destaca a adaptação ideológica através de
mecanismos psicológicos para uma nova conceção do mundo. A
economia estava ligada as necessidades sociais dos povos.

Existem diversos modelos de organização das sociedades. O


mais importante criado por Elman Service, e depois os outros
criados por Morton Fried e Collin Refrew.

O modelo de Elman Service divide-se em quatro níveis de


integração social, o bando que são pequenos grupos territoriais
de caçadores recoletores, são grupos familiares com grau de
parentesco e a idade e o sexo é que diferenciam o status.
A tribo são unidades sociais de maior dimensão que podem
passar pela organização de clãs, sociedades secretas,
associações de guerreiros. São corporações com uma economia
agrícola.

Depois segue-se o chefado, que inclui grupos organizados em


sistemas sociais hierárquicos em que o chefe esta afastado da
tribo e possui o poder centralizado. Normalmente ocorre uma
especialização na produção artesanal e um sistema de
retribuição de bens.

O estado são então as sociedades completamente estratificadas.


As sociedades estatais são maiores e mais complexas que nos
chefados porque possuem uma organização política muito
desenvolvida, classes sociais bem definidas, padrões de
diferenciação económica e social bem definidos e especialização
artesanal.

O modelo de organização definido por Morton Fried identifica


quatro tipos de sociedade, as sociedades igualitárias, sociedades
hierarquias, sociedades estratificadas e sociedades estatais.

Nas sociedades igualitárias as diferenças de status podem


passar por critérios como a idade, o sexo e as qualidades
pessoais. Numa sociedade igualitária todos os membros terão
oportunidade de atingir diferentes status ao longo da vida.
Estas sociedades correspondem sobretudo a grupos de
caçadores recoletores e são dominadas pela reciprocidade.
Nas sociedades hierarquias a atribuição da condição social é
mais limitada que nas sociedades igualitárias. Os diferentes
status variam muitas vezes da ordem do nascimento, ou seja o
filho mais velho tem o status mais elevado. As diferenças de
status tem bases familiares e sagradas, por isso as linhagens são
importantes. São normalmente sociedades produtoras, povoados
sedentários que praticam a agricultura e criação de gado.

Nas sociedades estratificadas existem diferenças institucionais


nas relações entre os seus membros. Alguns têm acesso livre a
recursos estratégicos, enquanto que os outros não desfrutam da
mesma liberdade. A autoridade principal baseasse nos grupos
territoriais. Esta estratificação provoca uma complexidade na
divisão dos trabalhos. ( Suméria: Cidades-estados).

As sociedades estatais tinham uma organização formal e


estratificada, com diferentes graus de acesso aos recursos
básicos, implicando a obediência aos governantes. O estado tem
uma obrigação de defesa do território através do exército.

Collin Refrew procura tipificar na perspetiva arqueológica os


diferentes níveis de integração social usando a antropologia
cultural. Os grupos moveis de caçadores recoletores são
sociedades de pequena escala e nelas as relações familiares são
predominantes. Há diferenças de status que variam de acordo
com o sexo, idade e rituais de passagem. São nómadas e possuem
uma economia predadora.

As sociedades segmentares têm uma economia produtora, são


sedentárias embora possa ocorrer pequenas situações de
nomadismo, como os pastores. As relações de parentesco são
importantes, vivem em aldeamentos e são sociedades
igualitárias.
No caso dos chefados as diferenças sociais tem por base os
status. As diferenças entre linhagens baseiam-se na
proximidade à linhagem principal. A sociedade é governada por
um chefe com prestigio e diferenciação social. Existe
especialização artesanal bem como o pagamento de impostos ao
chefe. O chefado tem normalmente um centro de poder e
centros cerimoniais e religiosos.

Os estados primitivos aproximam-se dos chefados mas existem


diferenças a nível do poder. A autoridade baseia-se na lei e no
uso da força. Este tipo de sociedade já não depende apenas dos
graus de parentesco. Surgem as classes sociais, especialização
artesanal, economia de mercado, pagamento de taxas, templos e
palácios, burocracia administrativa com funcionários e sistemas
complexos de redistribuição.

Os primeiros estados que surgiram na região do Próximo Oriente


eram uma unidade política autónoma segundo Robert Carneiro e
caracterizada por elementos fundamentais que eram o
território, o governo e classe política. O território mostrava o
poder e a soberania territorial do estado. A pertença a um
determinado estado é provada pela residência e nascimento
nesse mesmo local.

O governo tinha que ser centralizado e possuía o poder de


cobrar impostos e recrutar homens para a guerra e fazer
cumprir as leis.

A classe política não é mais do que uma classe de dirigentes


privilegiados e especializados que controlam o aparelho político
do estado.
Segundo Marshall Salins um estado ou uma sociedade civilizada é
uma sociedade na qual existe uma autoridade pública oficial com
um conjunto de serviços da sociedade. O domínio dessa
autoridade governante é territorialmente definida. A
autoridade reinante monopoliza a soberania, ou seja nenhuma
outra pessoa pode usar o poder ou a força.

Jonathan Haas afirma que o estado é uma sociedade


estratificada na qual um corpo governativo controla a produção e
a procura de recursos básicos. Este governo exerce poder sobre
toda a população, envolvendo-se em situações de conflito e
elementos de integração como o comércio, a guerra e a irrigação.
Existe uma estratificação do sistema.

Existem diversas teorias para a origem do estado. A teoria


automática defendida por Gordon Childe, que defende que a
prática da agricultura originou automaticamente a produção de
excedentes, permitindo outros indivíduos se focaram noutras
tarefas de carácter económico, tendendo então para uma certa
especialização das atividades como oleiros, ferreiros, pedreiros,
comerciantes.

A teoria Hidráulica defendida por Karl W. Esta teoria aponta


para a necessidade de irrigação das áreas desérticas evolvendo
um esforço económico e social muito grande que obrigou as
comunidades a associarem-se para a resolução de problemas
comuns, deixando para trás a sua independência e originando
assim a política com poder centralizado.

A teoria da pressão demográfica de Robert Carneiro declara que


as primeiras comunidades agrícolas desenvolveram-se em
territórios cultiváveis limitados, o que levou a expansão
territorial e ao crescimento demográfico.
A teoria comercial intra e inter regional de William T. afirma
que o comércio de longa distancia necessita de uma organização
complexa e centralizada capaz de conseguir a obtenção de
matérias primas.

A teoria multi-fatorial de Robert Mcadams divide a cidade em


cidade templo, cidade-estado e estado. A cidade templo tem
como principal elemento produtivo a água que levou à
especialização do trabalho e diferenciação social. Destaca-se o
poder da elite religiosa na sociedade, o templo e o centro
cerimonial que também é a sede da administração que controla a
produção agricola, o armazenamento dos bens e sua
redistribuição pela população.

A cidade- estado é a fase onde as famílias adquirem maior


riqueza para poderem montar uma estrutura organizativa que
implementaram as diferenças sociais. Passa-se de uma sociedade
baseada no parentesco para uma sociedade de classes. Para além
da elite religiosa surge uma elite formada pelos proprietários de
terras.

Na fase do estado surge o exército para combater as


inseguranças e dá-se uma militarização da sociedade bem como a
transferência do poder do templo para o estado, agora sediado
no palácio. O poder pertence a uma elite independente do clero.

O conceito de civilização é uma criação do mundo ocidental.


Segundo Gordon Childe, uma civilização devia ter a existência de
cidades de grandes dimensões, especialização do trabalho ou
seja manufaturas especializadas, um sistema de trocas, divisão
da sociedade em classes tendo no topo uma elite com funções
religiosas, políticas e militares, concentração de excedentes que
permitisse o desenvolvimento de outras atividades económicas
como a a olaria, organização estatal com uma estrutura política
baseada na residência, edifícios monumentais, comercio de longa
distância, obras de arte, escrita, e conhecimentos no campo da
matemática e astronomia.

Segundo Charles Redman o termo urbanismo diz respeito ao


conjunto de características que distinguem as cidades de
formas comunitárias mais simplificadas. A cidade é o centro
físico onde se revela as características da vida urbana.

Civilização da Mesopotâmia:

A palavra Mesopotâmia significa “Terra entre os rios.” Essa era


uma das características da região, rio Eufrates e Tigre são as
artérias do território. Nascem nas montanhas e quando chegam
aos terrenos, cobrem-los com as suas águas tornando-as férteis.
As bacias hidrográficas tornam-se uma atração para a fixação
humana pois oferecem melhores condições de vida. Basicamente
a Mesopotâmia estava localizada numa área chamada crescente
fértil. Foi nesta região que surgiram as primeiras civilizações. As
primeiras cidades foram Ur e Uruk. Esta civilização não
apresentava uma unidade política, havia cidades-estado com
autonomia política e económica.

A economia destes povos era baseada na agricultura. Cultivavam


o trigo, cevada e linho. Existiam também atividades comercias
realizada através de trocas, uma vez que a moeda ainda não era
utilizada. Outra atividade desenvolvida era a criação de animais.
Os mesopotâmicos eram politaistas e a sua organização política
era baseada na centralização do poder. Todos os meios de
produção estavam no controlo de um senhor que era nada mais
nada menos do que a personificação do estado. Os principais
legados deixados por esta civilização foram a escrita
cuneiforme, criada a partir da necessidade de contabilização
dos templos, e o código de Hammurabi, considerado o primeiro
código de leis.

A Alta Mesopotâmia, de constituição geológica complexa, era


onde predominavam muitas formas de conhecimento. A baixa
Mesopotâmia era de origem rudimentar e cheia de lagoas,
pântanos e canais naturais. Em junho e julho as águas dos rios
sobem e inundam os canais naturais, tornando as terras férteis e
propicias para a agricultura. O crescente fértil atraiu uma série
de povos que se misturaram, combateram e dominaram-se,
criando o que denominamos de civilização mesopotâmica. Esta
civilização também criou novos métodos de irrigação para
controlar as cheias que deixavam sempre tudo destruído e para
a sobrevivência das populações que ali existiam. O clima era
caracterizado por ter invernos intensos e verões rigorosos,
reforçados pela humidade natural. A Mesopotâmia não é
definida por fronteiras naturais marcantes.

Eram povos politaistas que acreditavam em vários deuses ligados


à natureza. Usavam o poder centralizado onde o rei é que
comandava tudo. A economia destes povos era baseada na
agricultura e no comercio nómado de caravanas. A história da
Mesopotâmia é marcada por sucessivas invasões, guerras,
ascensão e declínio de diversos reinados. Na antiguidades os
povos procuravam terras férteis para a agricultura este local
era uma ótima opção por se encontrar no meio de dois rios. Era
bom para a agricultura e para pescar, oferecendo melhores
condições de vida à população.
Entre os vários povos que habitaram esta região podemos
destacar os Sumérios, que eram habitantes do sul da
Mesopotâmia, estes povos construiram complexos de irrigação,
drenagem de água e armazenamento para facilitar a
sobrevivência das comunidades. Desenvolveram também a
escrita cuneiforme (primeiro tipo de escrita) e foram os
pioneiros a criar as primeiras cidades da história da humanidade.
Os Sumérios eram bons arquitetos e construtores, criaram os
Zigurates. Estas construções eram em formato de pirâmide e
serviam como locais de armazenamento de produtos agrícolas e
como templos religiosos. Construiram várias cidades
importantes como Ur e Lagash. A desunião dos povos Sumérios
levou ao enfraquecimento político e ao desaparecimento da sua
população. O legado dos Sumérios permaneceu e foi mais tarde
utilizado pelos assírios e pelos babilónios.

Os Acádios conquistaram todas as cidades da Suméria, liderados


pelo rei Sargão de Akkad. Esta rápida vitória e o domínio sobre
os Sumérios pode ser explicada pelo o seu exército mais ágil com
utilização do arco e flecha, instrumento mais rápido com que as
pesadas lanças e escudos dos Sumérios. Estabeleceram a sua
capital em Akkad (dai o acadianos) e fundaram o primeiro
império mesopotâmico. Contudo, uma nova onda de invasões
ocorreu na região, desestruturando o império Acadiano e
possibilitando o retorno da hegemonia política dos Sumérios. O
domínio sumério não foi prolongado, enfraquecido por rebeliões
internas. Chegaram então os amoritas, antigos babilónios, outro
povo semita que criou o primeiro império babilónico.

Os babilónios construiram as suas cidades nas margens do rio


Eufrates e foram responsáveis pela criação do primeiro código
de leis, o Hammurabi. O código foi baseado na lei de Talião ( olho
por olho, dente por dente). Os babilónios também construiram
jardins suspensos, considerados uma das sete maravilhas do
mundo antigo. Também desenvolveram um calendário para
conhecer melhor as cheias do rio e a sua frequência. Eram
observadores dos astros e tinham grandes conhecimentos em
astronomia, desenvolveram o relógio de sol.

Os assírios destacaram-se pela organização e desenvolvimento


da cultura militar. Eles encaravam a guerra como uma das
principais formas de conquistar poder e desenvolver a sua
sociedade. Eram muito cruéis com os povos inimigos que
conquistavam, impondo castigos e crueldade como uma forma de
manter o respeito e espalhar o medo. Com tais atitudes tiveram
que enfrentar muitas revoltas populares nas regiões que
conquistavam.

A configuração política na Mesopotâmia, particularmente na are


Baixa, caracterizava-se pela existência de varias
cidades-estado e pela ausência de uma unidade política
extensível a um espaço mais vasto, o que é explicado em parte
pelas condições geográficas que facilitavam o isolamento das
comunidades urbanas.

É possível que o templo mais importante no inicio fosse o templo


da divindade tutelar, associada ao governo da cidade. Nesta
altura o chefe da cidade era o EN ( senhor) que assumia funções
políticas e religiosas. O EN era o administrador da cidade e o
responsável pelo culto, principalmente o culto à divindade que
protegia a cidade. Este senhor era o representante da divindade,
que o tinha escolhido como administrador. Ele é que estava
responsável pelas cerimónias religiosas e era igualmente um
grande proprietário e fundiário. As suas terras eram usadas
para cultivo e criação de gado. O templo possuía oficina de
artesãos, os seus armazéns e recursos. Esta estrutura
transacionava mercadorias, ocupando um lugar importante no
comércio, o qual ia também para além da cidade. Como grande
proprietário, o templo usava parte das produções para
satisfação das suas necessidades. Mais tarde o palácio emerge
também como proprietário fundiário, contrariando a tese de um
monopólio absoluto por parte do templo.

Progressivamente as cidades começam a reforçar as suas


estruturas defensivas e foi por esta altura que o Palácio se
começou a diferenciar do templo. O soberano começa então a
usar o titulo de rei. Apesar da fragmentação política,
verificou-se uma tendência para o expansionismo. O templo e o
palácio são as grandes estruturas da cidade.

O rei exerce o seu poder em diferentes níveis que podemos


distinguir:

- O culto: O rei é responsável pelo culto, construindo templos,


restaurando outros, fazendo-lhes doações e ocupando um lugar
importante nas cerimónias religiosas.

- A administração: O rei administra o património da divindade


tutelar, governando a cidade em seu nome. Tem do dever de
proteger a cidade de ameaças exteriores e aumentar o seu
domínio.

- A justiça: O rei apresenta-se como o garante da equidade, da


harmonia da sociedade e da obediência moral aos deuses.

Como já foi referido, o rei foi uma figura importante. Ele tinha
que ter uma boa linhagem terrena, e tinha que transmitir
vitalidade, força, juventude, virilidade. Ele estava sempre ligado
às divindades pois eram estes que o escolhiam e entregavam as
insígnias de soberania. O rei era visto como o garante da vida e
da prosperidade do território.
Os mesopotâmicos não se preocupavam muito com os mortos e
não tinham uma visão nada otimista para além do túmulo. Para os
Sumérios a alma não passava de uma sombra errante que vagava
nas trevas. Os deuses e as deusas deviam auxiliar os homens a
enfrentar as suas vicissitudes. Estes deuses eram
antropomórficos e ligados à natureza. Marduk era a principal
divindade.

A nível cientifico é de destacar o calendário, a necessidade da


matemática no dia a dia, a nível da medicina foi a catalogação de
algumas plantas, a nível da astronomia criaram o calendário lunar,
os sacerdotes tentavam prever o futuro com a astrologia e o
Zodíaco era usado para a criação de horóscopos.

Civilização egípcia:

O Egito ocupa o vale do rio Nilo e é protegido por fronteiras


naturais como os desertos e os mar mediterrâneo. Esta região é
marcada por profundas dualidades: O Baixo Egito que era uma
terra propicia á agricultura e de clima ameno e o Alto Egito que
revelava um solo arenoso e estéril com influencias climáticas dos
desertos vizinhos.

O Nilo que é o maior rio de África condicionou muito a vida dos


egípcios. O povoamento nesta zona era feita da mistura de povos
estrangeiros que se misturavam com a comunidade local, o que
levou á criação de uma cultura própria e diferente das outras.

O primeiro período de existência do estado egípcio é


denominado época tinita ou período arcaico. Nesta época correu
a unificação do alto e baixo Egito, mas desconhece-se quem é o
seu fundador ( Narmer ou Menés). É no período arcaico que se
atribui a entidade cultural que o Egito tem. Cada cidade tinha
uma divindade protetora e os seu próprio templo, ou seja era
uma civilização politaista. Os egípcios tinham um sistema de
escrita próprio ( escrita hieroglífica) e inventaram também um
calendário solar assim como o próprio estilo artístico. O culto
dos mortos e a mumificação já faziam parte do período arcaico.
Este período também se caracterizou pelas tentativas de
combater as infiltrações por parte de povos vizinhos, dos quais
se destacam os núbios, líbios e beduínos.

Tal como se verificava na Mesopotâmia a economia egípcia


baseava-se na cultura dos campos, criação de gado, numa
irrigação complexa devido ás cheias do Nilo entre outras
atividades agrícolas. Ao nível dos contactos económicos com
povos exteriores existia uma consolidação pois o comércio
externo estendia-se até ao mediterrâneo oriental. No seio da
sociedade egípcia a escravatura era generalizada. Os escravos
na sua maioria eram prisioneiros de guerra, que os reis traziam
das campanhas militares. Estes indivíduos eram obrigados a
fazer trabalho forçado. Graças a eles foi possível atingir
grandes progressos a nível arquitetónico, como a construção de
pirâmides que eram os túmulos dos reis construidos em blocos de
pedra.

A capital do Antigo Império foi Menfis, localizado no baixo Egito.


As residências da aristocracia estavam localizadas nesta região.
O rei, que mais tarde foi denominado de faraó, governava como
um monarca absoluto, por isso era visto como uma figura divina.
O faraó apoiou-se sempre num imenso numero de funcionários
dirigidos pelo Vizir, que era uma espécie de primeiro ministro.
Todos os serviços complexos e administrativos dependiam dele.

A partir do III milénio observa-se um aumento na influência dos


nobres, sobretudo dos monarcas, ou seja, daqueles que eram
chefes de determinados territórios. Com o aumento do poder
destes monarcas nas províncias existe um enfraquecimento do
poder centralizado do Faraó. A V dinastia marca o inicio dos
maus anos agrícolas sucessivos, o que provocou uma pobreza
generalizada e o que levou a um enfraquecimento ainda maior do
faraó. Este clima de contestação feroz prolongou-se até ao fim
da VIII dinastia, altura em que o Egito ficou repartido.

O primeiro período intermédio é caracterizado como uma época


obscura de disputas e crises pela ausência da autoridade central
e por corrupção local, isto é igualmente acompanhado por uma
grande luta de classes. Nesta altura a anarquia política levou à
segmentação do Egito em três regiões: norte, onde estavam os
invasores asiáticos, centro que continuava com a capital em
Menfis e sul que era onde os governadores reuniam os nomos. A
reunificação partiu do sul, pelos monarcas de Tebas,
restaurando assim a ordem social e o estado Egito.

Restaurado o poder central, a nova capital passou a ser Tebas.


Os faraós do Médio Império exerciam funções e tomavam
medidas que respeitavam todo o território. Era pretendido a
reparação e o melhoramento dos sistemas de irrigação, a defesa
das fronteiras que foi conseguida com a construção de
fortificações e a permanência do exercito na fronteira. Estes
faraós mandam também expedições comerciais. Todos estes
fatores contribuíram para o desenvolvimento das forças
produtivas que sucessivamente levou à prosperidade económica.
Contudo nem tudo foi positivo, pois o antagonismo social estava a
agravar-se. A mão de obra escrava cresceu devido ás guerras,
sendo a maioria dos prisioneiros provenientes da síria. A maioria
da população que era dedicada às atividades agrícolas também
não beneficiaram do crescente bem-estar geral no Egito, pois
estavam submetidos aos monarcas e ao faraó. Esta tensão social
conduziu a revoltas por todo o território. Aproveitando o
enfraquecimento, tribos nómadas asiáticas, os Hicsos, invadiram
o Egito a norte do rio Nilo. O segundo período intermédio é
marcado pelo o poderio dos Hicsos no Egito. Estabeleceram a sua
capital em Avaris, no baixo Egito e impuseram elevadas
contribuições aos egípcios. Durante a sua presença introduziram
elementos da sua cultura do bronze novos métodos de fiação e
tecelagem.

O novo império começa com a expulsão dos Hicsos do Egito. Após


uma longa luta, o Egito foi completamente libertado e unificado
pelo então rei de Tebas, Ahmes I. Foi com este rei que se iniciou
a XVIII dinastia, sob a qual o Egito unificado atinge o apogeu do
seu poderio e da sua civilização. A unificação é marcada pelo
aumento das forças produtivas, pois houve um aperfeiçoamento
dos instrumentos de produção e consequentemente um grande
crescimento no sector agrícola. Na mesma altura existe também
um avanço significativo dos ofícios. Á medida que se desenvolvia
a agricultura e o artesanato, consolidava-se o comércio. A
unificação e o reforço económico são favorecidos pelo facto de
Ahmes I ter reduzido o papel dos monarcas a simples
governadores, assim o governo é sujeito a uma centralização.
Os sucessores de Ahmes I vão apostar numa política
expansionista. As riquezas roubadas da Síria e da Palestina
foram escravos, ouro, gado e armamento.

A política feroz dos faraós da dinastia XVIII conduziu a uma


ampliação do estado. O sistema do governo foi então modificado:
em vez de um vizir, passam a existir dois, um para o norte e
outro para o sul.

As conquistas exerceram influencia nas relações sociais. Dois


grupos se dividiram para exercer a primazia, o 1º. Incluía a
nobreza de corte e o sacerdócio, este ultimo ficara rico à conta
dos países conquistados. O 2º. grupo dirigente era costa militar,
formada por oficiais e superiores. No entanto, as condições dos
mais pobres continuava inalterada. Estes eram sempre
sobrecarregados com impostos e trabalhos braçais para o rei.
Os prisioneiros de guerra e os habitantes das regiões
conquistadas só aumentaram ainda mais o numero de escravos.

Desde o fim de Amenufis III que diversas camadas sociais se


mostravam descontentes com os sacerdotes de Amon. Amenufis
IV tomou partido pela oposição e tentou retirar poder ao clero.
Implementou então o culto a um só deus, Atón ( deus do sol) e
institui-se grão-sacerdote. Os faraós da XIX dinastia
preocuparam-se em restabelecer a dominação na Síria. Entre
esse faraós destacasse Sethi I e Ramsés II. Depois da morte de
Ramsés II, o poder do faraó enfraquece-se no próprio Egito. O
país volta a entrar num período de desordem e anarquia. A
medida que o faraó enfraquece, a autoridade da nobreza local
volta a ser reforçada.

O terceiro período intermédio foi uma época de denominação


diversa, o enfraquecimento permitiu a invasão dos líbios, assírios,
babilónios e persas. Foi um período marcado pelo caos, pela
formação de governos estrangeiros e pela perda da identidade
cultural e autonomia do Egito. Com a dinastia XXVI foi
novamente restabelecida a ordem na região, contudo nesta
época denominada de tardia, os soberanos do império neo-assirio
dilatavam as suas fronteiras a todo o médio Oriente e
impuseram as suas tendências imperialistas.

O príncipe de Sáis inaugurou o período Saíta, a ultima época


esplêndida do Egito antes dos domínios persas, macedónios e
Romanos. Durante esta época houve uma restauração do poder
real e uma renascença da cultura artística, bem como a retoma
do comércio e das campanhas militares.

O período persa começa com a entrada dos persas no Egito,


fundando a XXVII dinastia. Os faraós eram imperadores persas
que procuravam seguir a cultura egípcia. Este foi um período de
difícil convivência, marcado por várias revoltas.

O período macedónio foi marcado por Alexandre Magno que


expulsou os persas do Egito e foi recebido pelo povo como o
libertador. Um dos grandes feitos foi a construção de
Alexandria em sua homenagem. Em 323, inicio da época
helenística, Magno morre e quem lhe sucede é o seu filho, mas
em pouco tempo todo o seu império foi dividido entre os seus
generais. Mais tarde Ptolomeu tomou o titulo de rei.

A economia na civilização egípcia era muito semelhante a outras


culturas. Era praticada a agricultura de regadio, normalmente
cultivavam-se a cevada, trigos e legumes. O gado era composto
por porcos, cabras bois e cavalos. O papiro era utilizado como
suporte de escrita, mas era também utilizado para cestas,
sandálias e esteiras. A tecelagem era bastante desenvolvida e os
egípcios eram grandes exportadores de vinho, cereais, óleos
vegetais e papiro. Importavam maioritariamente pedras
preciosas, marfim e perfumes. As trocas comerciais eram feitas
sem o uso da moeda. O estado era o proprietário dos meios de
produção e existia a servidão coletiva em que os camponeses
estavam organizados em comunidades e recebiam as terras para
cultivo pagando em trabalho. Os excedentes das produções eram
recolhidas e armazenadas nos armazéns do estado. A
distribuição de produtos não era de todo igualitária, a fatia
maior pertencia à Nobreza, aos Sacerdotes, altos funcionários,
escribas e artesãos qualificados enquanto que a fatia menor era
para os trabalhadores braçais. O poder era centralizado no
faraó que era igualmente teocrático. A sociedade era
hierárquica e tinha limitada mobilidade social. O faraó
controlava toda a atividade económica e possuía o poder militar,
político, jurídico e religioso. Existia na civilização egípcia o
comércio de escravos que eram normalmente prisioneiros de
guerra que faziam trabalhos braçais nas minas, pedreiras e
agricultura.

A mulher estava em boa situação comparativamente com outros


povos. Ela podia adquirir bens, propriedades e fazer
testamentos. O adultério era punido com severidade e o
casamento era então monogâmico. Só o faraó é que podia ter
várias mulheres, era comum a prática de endogamia.

Como consequência da intensa religiosidade, a arquitetura


egípcia apresenta grandiosas construções mortuárias. São
edifícios de grandes proporções feitas com a utilização de pedra
que representam a força política eterna do governante
divinizado. Em relação à pintura usavam a técnica do fresco e
estas representações tinham uma função decorativa e mostrava
cenas do quotidiano.
A civilização do Vale do Indo:

A civilização do vale do Indo era também conhecida como a


civilização de Harappan e era uma sociedade que nasceu na idade
do bronze. Esta civilização floresceu no vale do rio indo e passou
por 3 fases distintas: Harappa anterior onde existiram os
primeiros exemplos de escrita, Harappa madura que foi quando
atingiu o apogeu e Harappa posterior que foi quando conheceu o
declínio. A civilização de Harappa foi a primeira a desenvolver
um projeto urbano. As cidades tinham avenidas largas e
quarteirões geometricamente perfeitos. Os tijolos das suas
construções seguiam um padrão de medida. O mais importante
foi a preocupação destes indivíduos com o acesso à água e ao
saneamento básico. Os Harapeanos desenvolveram uma
engenharia hidráulica única para a época em que estavam. Todas
as casas eram servidas por poços de água, e tinham também
retretes ligadas a um canal de esgoto comum, coberto por
pedras que percorria toda a cidade. Os antigos sistemas de água
e esgoto das cidades harapeanas eram muito mais desenvolvidos
que nas civilizações contemporâneas.

Na parte alta da cidade havia uma piscina publica provavelmente


usada para banhos públicos (os nobres ou classes superiores é
que a utilizavam) com uma escadaria que permitia aceder ao seu
interior. As cidades eram muralhadas, mas nada indica que essas
estruturas fossem defensivas. Afirma-se que estas construções
fossem utilizadas para proteger a população das cheias e
inundações.
Embora algumas habitações fossem maiores que outras, as
cidades harapeanas não fornecem pistas sobre a diferenciação
social da época, estas podiam ter vários andares e eram feitas
de tijolo com um pátio interior. Não foram encontrados vestígios
arqueológicos de palácios, templos ou de um centro de poder.
Existe uma grande uniformidade nos artefactos e adornos
pessoas que não permite distinguir os ricos dos pobres. Estudos
declaram que esta sociedade era igualitária e com baixa
concentração de riqueza.

Esta sociedade tinha um poder centralizado e tinham um celeiro


onde armazenavam os bens agrícolas. Não existem
representações de reis, de sacerdotes ou exércitos. Não foram
igualmente achados grandes túmulos complexos que indicassem a
existência de um líder. Esta civilização foi uma das primeiras a
desenvolver um sistema de pesos e medidas facilitando as trocas
comerciais. Eles também desenvolveram técnicas de metalurgia
do bronze, cobre e estanho. Os achados arqueológicos também
indicam que é possível ter existido um sistema de escrita nesta
civilização.

Em contraste com as civilizações da Mesopotâmia e Egito, os


harapeanos tinham um bom relacionamento com os povos que
vivam nas colinas e nos montes em redor do vale do indo, locais
ricos em minerais, lápis-lazúli, jade, e sílex. Milhares de selos
foram encontrados, representando animais e inscrições. Estes
pequenos artefactos serviam de carimbos para marcar os sacos
de cereais.

Harappan anterior é caracterizada pelo aparecimento das


primeiras vilas e datam os primeiros registos escritos. Neste
período redes comerciais ligaram esta cultura com culturas
regionais e recursos distantes, incluindo o lápis-lazúli e outro
tipo de materiais. Durante o Harappan maduro as comunidades
tornaram-se grandes centros urbanos. Alguns destes grandes
centros foram Harappa, Mohenjo-daro, o que chamamos hoje
Paquistão. Foi durante este período que esta civilização
conheceu todo o processo cientifico, cultural e religioso.

A nível das artes, várias esculturas, selos, cerâmicas, ouro, joias


e estatuetas anatomicamente detalhadas foram encontradas
feitas de bronze e terracota, principalmente dançarinas que
revelam a presença de algum tipo de dança nesta cultura. As
figuras em terracota também incluíam alguns animais, como cães
e vacas. Era uma civilização que apreciava a estética, os homens
usavam barba, vestiam uma túnica leve enquanto que as mulheres
usavam saias e grandes enfeites na cabeça. Esta civilização
sobreviva com produção de alimentos agrícolas como os cereais,
arroz, cevada, sésamo e também criavam gado como búfalos e
camelos. Era uma sociedade literária como já foi mencionado e
tinham como deusa mãe a deusa da fertilidade.

Harappan Posterior é caracterizado pelo abandono das cidades e


por invasões dos Arianos. Dá-se então o declínio da civilização,
mas tudo ainda é um mistério. Eram os drávidas que habitavam
em Harappan antes das invasões dos arianos. Eles cultivavam um
comportamento saudável, sem malícia, sem medo da felicidade.
Depois chegaram os árias que destruíram parte da cultura por
eles criada e sedimentada.

Civilização Chinesa:

Durante os primeiros tempos do período neolítico chinês os


indivíduos que viviam da agricultura estavam aglomerados em
vilas que continham 200-300 pessoas. Os seus rituais funerários
envolviam oferendas como noutras civilizações e musica com
artes decorativas. Nestes primeiros estados a sociedade era
controlada por um chefe e a produção de artesanato começou a
surgir. Os homens que se destacavam pela sua inteligência,
energia, carisma e talento na manobração de armas ocupavam
lugares de destaque na defesa do território. No neolítico médio
começam a surgir as primeiras culturas chinesas, começando a
produção de artefactos em jade, dando inicio a chamada idade
do jade. A primeira cultura a surgir é a de Hongshan que é
obviamente conhecida pelos os seus objetos delicados feitos de
jade que serviam muitas vezes como pendentes. Também foram
encontrados vestígios de de cerâmica e produção têxtil. A
economia desta cultura era baseada na caça e na agricultura. As
residências e os locais de cerimónia estavam separados e não foi
possível ainda encontrar vestígios de muralhas defensivas. As
pessoas de Hongshan trocavam bens com as regiões vizinhas e
não estavam isoladas de outras culturas, mas tinham rituais
culturais muito próprios. Era uma civilização rica e estratificada
com os mais velhos no poder. As razões para o desaparecimento
desta cultura são desconhecidas mas especula-se que poderá ter
sido por causa do clima instável.

Depois do desaparecimento desta cultura surge a cultura de


Liangzhu. Esta civilização era caracterizada pela sua
prosperidade, pelo o numero substancial de vilas e locais de
cerimónia. Claro que também ficou conhecida pelos seus
artefactos em jade, tal como a cultura anterior. Liangzhu parece
ter sido caracterizada também pela sua estratificação social e
poderosa governação. A cidade, ao contrario da cultura
antecedente, tinha possuído muralhas defensivas. Como no
passado, a agricultura intensiva continuava a ser a fonte de
riqueza. Os camponeses pagavam à elite os seus impostos com os
bens cultivados. Alguns dos produtos eram vegetais e frutas
como melão e pêssegos. A caça e pesca foram igualmente
importantes oferecendo tartarugas e pequenos bivalves. A
cerâmica continuo a ser abundante e comercializada.

O colapso desta cultura permanece nubloso, mas existe a


hipótese que o motivo tenha sido uma inundação ou varias que
destruíram a economia e a cultura de Liangzhu nunca conseguiu
recuperar.

A época tardia do neolítico no solo chinês é marcada pela cultura


Longshan que surgiu perto do rio amarelo com a ceramica negra e
ceramica pintada. Esta cultura ficou marcada pela prevalência
das armas e das cidades muralhadas para fins defensivos. Novas
armas surgiram neste período apenas para uso militar. Esta
civilização era governada por uma chefatura que continuo a
caminhar para uma sociedade estratificada. Os
desenvolvimentos tecnológicos associados a esta cultura são os
avanços nas técnicas agrícolas o que resultou no aumento dos
campos. Foram criados técnicas de irrigação e cisternas para o
controlo da água. As casas começaram a ter sistema de
saneamento básico e a metalurgia foi igualmente aperfeiçoada
com artefactos e utensílios em bronze. As vilas tornaram-se
cidades com avançadas tecnicas de construção. No exterior das
cidades encontravam-se os cemitérios da elite com os seus
caixões de madeiras e oferendas.

A china é uma península situada no meio de dois rios, o rio azul e


o rio amarelo. Os chineses chamavam o seu território de reino do
meio por acharem que estavam no centro do mundo. Tal
pensamento fazia eles acreditar ser o único reino civilizado. A
china possuía semelhanças com o Egito e a Mesopotâmia no que
diz respeito à agricultura. Em solo chinês era praticada a
agricultura de regadio e cultivavam cevada e arroz. Esta
civilização criou diques e canais de irrigação para melhorar a
agricultura. Os chineses também se dedicavam a produção de
cerâmica e sofisticada porcelana. Também eram cultivadas
amoreiras para a criação dos bichos da seda. O fabrico de seda
era uma arte milenar bastante apreciada pelos chineses e que
abriu portas para o comércio exterior, nomeadamente com a
índia e a arábia. A nível político os chineses tinham uma unidade
cultural mas não uma unidade de governo centralizado. Eles
estavam divididos em diversos reinos que estavam
permanentemente em conflito.

A sociedade era uma sociedade estratificada como nas outras


civilizações, a família imperial encontrava-se no topo, depois
seguiam-se os grandes proprietários de terras, comerciantes,
funcionários do governo, pequenos comerciantes, pequenos
proprietários, artesãos, camponeses, e pequeno numero de
escravos. Os chineses tinham uma religião politaista, e adoravam
as forças da natureza e os deuses celestiais, o budismo.

A civilização chinesa foi em parte influenciada por duas


doutrinas.

O Taoísmo, atribuído ao filosofo Tsé, que viveu no tempos dos


guerreiros. Esta doutrina afirma que o homem devia viver uma
vida perfeita em harmonia com a natureza e enfatiza a
simplicidade, naturalidade e espontaneidade. A outra corrente é
o confucionismo que foi criada por Confúcio, filosofo chinês que
tinha uma doutrina de valores morais rigorosa. Esta corrente
afirma que devíamos obediência aos nossos pais, respeito pelas
tradições, submissão perante a lei, e responsabilidade social das
classes privilegiadas. Os chineses eram muito preocupados com a
saúde e bem estar e por isso fizeram grandes avanços a nível da
medicina. Eles desenvolveram a medicina preventiva: Os médicos
cuidavam das pessoas para que elas não ficassem doentes e para
tal fim criaram a acupuntura e a utilização de ervas medicinais
como o Ginseng. Eram hábeis inventores, desenvolveram a
bússola, o papel, a moeda, a pólvora. O papel das mulheres na
sociedade chinesa era inferior, elas deviam obediência aos
homens e submetiam-se aos pés de lotus.

A administração governamental estava a cargo dos mandarins,


altos funcionários que conheciam os segredos da escrita chinesa.
O imperador era conhecido como filho do céu. Era o grande
sacerdote e mediador das relações entre os homens e os deuses.
Conta a lenda que o primeiro imperador chinês recebeu um
pergaminho sagrado da boca do Deus Dragão e por isso adotou o
símbolo do dragão como símbolo do império. Esta criatura
mitológica simboliza, poder, valentia, inteligência e ambição.

Segundo a crença chinesas, as forças complementares estão


presentes em tudo o que existes, estas forças são o Ying ( o
principio passivo, a escuridão, o frio) e o Yang ( o principio ativo,
o calor, luminoso. Esta relação de prosperidade domina a cultura
oriental desde o inicio, para a sociedade chinesa o poder devia
manter o equilíbrio, a harmonia, a prosperidade. Esta ordem do
universo torna-se visível através das construções arquitetónicas
e da sua geometria. Os muros possuem formas regulares e
defendem o território dos inimigos, a multiplicidade os espaços e
dos edifícios mostram a complexidade das funções civis e
religiosas, com o seu minucioso cerimonial. Os eixos de simetria
ligam a cidade aos pontos cardeais.

As primeiras cidades chinesas estão ligadas ao território


agrícola. Começam como cidades-refugio, destinada à residência
estável da classe dirigente (sacerdotes, guerreiros e técnicos)
sendo capazes de acolher temporariamente a população
camponesa do distrito circundante. A cidade deve ter dois
cinturões de muros, um interno que encerra a cidade verdadeira
e um externo que circunda pomares e hortas.

A civilização chinesa ficou marcada por várias dinastias. A


dinastia Shang foi a primeira e a verdadeira a suceder à mítica
dinastia Xia. O reino de Shang vivia numa sociedade altamente
desenvolvida, governada por uma classe de aristocratas de
forma hereditária. A sociedade agrária de Shang era dividida em
duas classes sociais, a nobreza e os plebeus, e governada por um
rei sacerdote. Este reinado foi famoso pelas suas esculturas em
jade, trabalhos em cobre e tecidos de seda. Esta dinastia
também desenvolveu carruagem de guerra puxada por cavalos e
um sistema próprio de escrita. O sistema de escrita de Shang
usava mais de 3.000 símbolos, esculpidos em ossos e carapaça de
tartarugas. Essa linguagem oral mais tarde evoluiu para os
caracteres chineses que conhecemos hoje. O povo de Shang
prestava culto aos seus ancestrais e a um panteão de deuses.
Ocasionalmente eles praticavam sacrifícios humanos, incluindo a
queima de escravos. A dinastia Shang terminou exatamente por
causa de uma rebelião de escravos que derrubou o ultimo
imperador.

Depois sucedeu-se a dinastia Zhou. A sociedade desta dinastia


possuía uma ordem de classes parecia com a da dinastia Shang,
com os nobres e plebeus, mas com a adição de escravos. Esta
dinastia controlava apenas algumas partes do norte da china,
dividindo o reino em vários estados. Cada um era dominado por
um governador local que apoiava a autoridade central. Ao longo
do tempo estes estados tornaram-se cada vez mais
independentes, enfraquecendo o poder da dinastia, tal como
aconteceu na civilização egípcia. Este período foi importante
porque foi quando surgiu os grandes pensadores chineses como
Tsé. A dinastia Zhou terminou quando o governo central perdeu
o poder e se dividiu em sete grandes estados.

Depois do colapso da dinastia Zhou, segue-se a dinastia Qin,com


o território dividido em 7 estados que batalham entre si para
obter o controlo total do solo chinês. O estado Qin saiu vitorioso
e estabeleceu um império autoritário. O imperador aboliu os
estados e criou um governo centralizado que agia de forma
autoritária e cruel, com grande eficiência administrativa e um
código legal rígido. O governo do imperador Qin trouxe muitas
mudanças duradouras que unificaram o império incluindo a
inserção de pesos e medidas na sociedade, o uso da moeda, a
escrita chinesa mais aprofundada. Foi este imperador que
ordenou a construção da grande muralha da china para defender
o seu território de invasões estrangeiras. Esta grande muralha
que nos chega até aos dias de hoje foi reconstruida e ampliada
nas dinastias seguintes. Este imperador cobrava elevadas taxas
e impostos ao povo chinês para sustentar as suas campanhas
militares e projetos de construção. Devido ao seu governo cruel
e ao excesso de impostos uma guerra civil ocorreu quando o
imperador Qin morreu, provocando o colapso da sua dinastia.

Depois da dinastia Qin, o estado de Han e estabelece o seu


império. O governo manteve grande parte da estrutura
administrativa de Qin, mas dispensou a excessiva centralização
do poder. Houve uma mudança de uma aristocracia para uma
espécie de meritocracia, que selecionava os funcionários
públicos através de exames para o serviço civil. Os ideais de
Confúcio, anteriormente reprimidos foram libertados e
tornaram-se primordiais para esta dinastia e a economia e
educação prosperaram. Existia comércio com os vizinhos do
norte e com as civilizações da Europa através da famosa rota da
seda. Vindo da índia o budismo fez a sua grande entrada na china.
A dinastia Han era extremamente militarizada e expandiu as
suas fronteiras para regiões que hoje correspondem a Coreia do
norte e Tibete. Esta dinastia foi enfraquecendo gradualmente
com as rivalidades políticas e corrupção. Poderosos estados
vassalos se revoltaram e uma rebelião de larga escala aconteceu
causando a queda da dinastia. A partir desta ocorrência a china
se dividiu em 3 reinos que competiam entre si e foi ameaçada
pelas invasões das tribos do norte.

Os grandes legados deixados por esta civilização foi a culinária


exótica e a arquitetura exuberante feita com base o feng shui.

Civilização da Mesoamérica:

As primeiras comunidades surgiram nesta região no período


lítico com a presença da agricultura e outras práticas como a
ceramica que continuam no período arcaico. Nesta época a
agricultura torna-se mais intensiva e leva a fixação de pessoas,
começando a nascer as primeiras vilas e a domesticação de
animais. Nasceu então também os cultos religiosos e as
comunidades sedentárias.

Os primeiros sinais de uma sociedade complexa na Mesoamérica


foram os Omelcas, considerada a cultura mãe do antigo México.
Esta comunidade desenvolveu uma agricultura rudimentar que
era constituída por milho, abobora, feijão, batata-doce e
também domesticaram cães, perus e abelhas. Isto não exclui a
caça, a pesca e a colheita de frutos. São considerados os
primeiros construtores com construções em forma piramidal
cuja a função era a mesma que os templos. O conjunto dessas
estruturas é chamado de centro cerimonial. Um dos mais
importantes encontra-se em La Venta. Além de construirem
monumentos monolíticos decorados em baixo-revelo, também
fabricavam pequenas estatuetas denominadas baby face. Estas
relíquias são uma expressão artística da cultura Omelca e
retratam personagens infantis assexuadas. Também produziam
joias, cerâmicas e figuras humanas. Esta civilização é
considerada como rural mas que conseguiu se consolidar numa
elite governante que expressava o seu poder através de
monumentos duradouros. No campo religioso praticavam o
xamanismo. Alguns dos objetos arqueológicos encontrados eram
provavelmente oferendas ou recipientes utilizado em rituais e
cerimónias. Esta cultura tinha também conhecimentos
astronómicos sobre os planetas e ciclos do calendário. Não se
sabe o que levou à extinção do povo Omelca.

Com fortes influências da comunidade Omelca surgem os


zapotecas, uma civilização que ocupou a área de Oxaca no
México. Esta sociedade era estratificada cuja a elite possuía o
poder político e religioso. No Monte Álban surgiu um centro
cerimonial e esta zona ficou conhecida como a capital dos
zapotecas. Esta comunidade foi a primeira comunidade
Mesoamérica a utilizar um sistema de escrita no sentido de
aperfeiçoar o calculo do templo e dos ciclos do calendário. Tais
registos foram encontrados nos painéis e nas pinturas das
câmaras funerárias, referindo-se à passagem do tempo. Os
primeiros zapotecas surgiram em comunidades agrícolas onde
produziam também cerâmica. A nível religioso adoravam as
divindades do sol, chuva e terra. Os Zapotecas fabricavam
incríveis urnas funerárias ricas em detalhes, tais peças
deveriam ser colocadas em cima do túmulo de seus entes
queridos. Os rituais religiosos, que por vezes incluíam sacrifícios
humanos, eram regulados por uma hierarquia sacerdotal. As
mulheres e os homens do povo eram obrigados a entregar como
tributo milho, perus e mel. Para além de agricultores os
zapotecas destacaram-se como tecelões e oleiros. O declínio
desta comunidade ocorreu devido a dominação do território
pelos Mixtecas.

Os Mixtecas surgem da fusão com os Zapotecas durante o seu


declínio, portanto habitaram a mesma região de Oxaca e também
tiveram contacto com os Toltecas. Um do grande legado deixado
por esta comunidade foram as ricas sepulturas repletas de
oferendas funerárias, objetos que facilitavam a passagem para o
outro mundo. Também nos deixaram grandes registos
iconográficos que são códices pintados. Este povo era dividido
em pequenos reinos. Uma unificação foi tentada pelo o
governante conhecido como Oito Veado, porém após a sua morte
houve logo uma fragmentação. Junto com os defuntos os
Mixtecas enterravam joias, objetos de adorno em ouro. Eles
foram provavelmente os difusores da arte da ourivesaria.

A Civilização de El Tajin surgiu na região de Vera Cruz e teve o


seu apogeu durante o período clássico. O edifício mais marcante
e que mostra o apogeu desta comunidade é a pirâmide dos nichos.
Esta pirâmide mostra claramente que esta sociedade possuía
conhecimentos astronómicos com 365 cavidades, uma para cada
dia do ano. Este monumento também era utilizado para rituais
religiosos. O que mais chama atenção nessa cultura é o chamado
jogo de bola que era um ritual praticado com uma bola num pátio,
existiam vários na região. Também foi encontrada uma produção
peculiar de ceramica chamada as estatuetas sorridentes que
indicam uma influencia Omelca e pinturas em morais de certos
edifícios. Acredita-se que havia uma importante produção de
tecidos, mas não existe vestígios materiais.
Os Maias surgiram mais tarde e não representavam um império
unificado, estavam divididos em varias cidades-estado, cada uma
com o seu governante que mantinham alianças entre si. Este povo
surgiu de uma evolução de povoados agrícolas que foram se
transformando em centros cerimoniais. Nas ditas cidades
estado tomavam decisões políticas e religiosas. Como não eram
um império unificado não constituíam força suficiente para
evitar as invasões dos povos vizinhos. As cidades eram
governadas por um estado teocrático, as guerras que aconteciam
tinham o objetivo de capturar prisioneiros para serem
sacrificados aos deuses. A Religião era Politeísta. Acreditavam
em deuses ligados à natureza que regiam o destino dos homens.
Por causa disso eram realizados sacrifícios de alimentos, animais
e seres humanos aos deuses. A sociedade dividia-se em três
grupos principais. A zona urbana era habitada apenas pelos
componentes da classe mais alta: nobres da família real,
sacerdotes e chefes militares; e pelos da segunda classe:
dirigentes de cerimónias e cobradores de impostos. A base da
pirâmide era formada pelos camponeses, artesãos e
trabalhadores urbanos, os quais não possuíam privilégios e eram
obrigados a pagar impostos, esta era a terceira classe. Possuíam
avançadas técnicas de irrigação e a sua economia era baseada na
agricultura, principalmente no cultivo do milho e do feijão.
Comercializavam as mercadorias produzidas com povos vizinhos.
Cultivavam também o algodão, o tomate, o cacau, a batata e
algumas frutas. Atividades como caça e pesca complementavam
as atividades realizadas para a sobrevivência do povo. Eram
praticadas queimadas em busca de limpar o terreno, deixando-o
pronto para o plantio. Essa prática, porém, destruía os
componentes naturais do solo fazendo-o se tornar infértil após
uns três anos de uso. A consequência disso é que o agricultor era
obrigado a deixar o terreno e sair em busca de outro, fazendo
com que aquele solo fique sem utilidade. Podemos destacar o
artesanato, com a confeção de tecidos e a utilização das tintas
em roupas e a arquitetura com a construção de grandes palácios,
templos e pirâmides. Trabalhavam uma cerâmica variada e de
ótima qualidade na arquitetura. Foram os autores de um
calendário complexo, porém eficiente, que registava exatamente
os 365 dias do ano. O não se sabe porque começou o declínio maia
mas as cidades foram sendo abandonadas aos poucos, o mais
provável é que não seja apenas um, mas a soma de vários fatores
que impulsionaram os abandonos.

Os Astecas foram a ultima força antes da colonização espanhola


e foram os mais poderosos e desenvolvidos. Eram índios que
migraram para o Vale do México, para a ilha do Lago Texcoco. O
império Asteca nasceu da mistura dos astecas com os mixtecas.
Cada cidade-estado possuía seu próprio rei, mas na época os
indígenas obedeciam apenas a Montezuma, imperador Asteca,
provando o quanto eram organizados. Foram guerreiros com uma
organização militar muito desenvolvida e tinham cabelos curtos,
eram fortes e de pele escura. O seu governo era uma monarquia.
O conselho do imperador elegia o seu sucessor, o qual deveria
pertencer a chamada Casa Real. O poder do Imperador era
hereditário, vindo de origem divina, mas ele governava com o
auxílio do “Grande Conselho”. Tinha como obrigação proteger o
povo e homenagear os Deuses. O povo tinha pouca liberdade de
ação devido ao poder autocrata. A sociedade era bastante livre,
dando oportunidade até mesmo de ocorrer mobilidade social
dentro do Império. Membros das baixas camadas poderiam,
portanto, chegar a postos militares. O povo era organizado em
classes sociais, com nobres, soldados, comerciantes e
trabalhadores, e praticavam o comércio com outros povos. Na
base estavam os escravos e servos, no meio as famílias das casas
grandes, e no topo a nobreza. Quanto à arquitetura, construíram
grandes templos, pirâmides cheias de escadas, ruas
pavimentadas e grandes arcos de pedra. Na agricultura,
cultivavam cacau e algodão. Tinham também um sistema de
irrigação muito avançado, com aquedutos e canais por onde
passavam barcos.

Dentro do campo do conhecimento desenvolveram uma escrita


bastante complicada juntamente com um calendário baseado no
ano solar de 365 dias, e em conhecimentos de astronomia que
assombraram os cientistas modernos. Havia escolas militares,
religiosas e profissionais para as diversas classes sociais. Os
Astecas eram politeístas e faziam culto aos deuses fazendo
sacrifícios. O fim da cultura Asteca deu-se com as invasões
espanholas.

Civilizações do Peru:

A civilização Inca nasceu onde é o hoje o Peru. O mito da


fundação inca considera Manco Capac como o seu primeiro
governante e fundador da cidade sagrada de Cusco. Os incas
construíram um grande império. No império, todos conheciam o
seu lugar e o trabalho que se esperava de cada um, desde o
imperador até os camponeses. Assim, puderam ser construídas
grandes cidades e palácios, interligados por uma enorme rede de
estradas. No topo da sociedade inca estava o Sapa Inca ou
Imperador Supremo, que era considerado como o filho do Sol, o
principal deus dessa civilização. Ao assumir o trono, o Sapa tinha
de se casar com uma de suas irmãs, que recebia título de Coya
(rainha). Abaixo do casal real, encontrava-se o Sumo Sacerdote
e o Chefe do Estado Maior do Exército. A seguir vinham os
generais, juízes e administradores regionais e locais. Todos eles
faziam parte da família inca.

Finalmente, na base da organização social, vinham os artesãos -


marceneiros, ourives e pedreiros - e a grande massa popular,
composta de simples famílias rurais, que cuidavam do gado ou
cultivavam a terra. Os rebanhos do império eram formados
basicamente de lamas, alpacas e vicunhas, animais típicos da
região andina. Os principais produtos agrícolas, que constituíam
a base da alimentação, eram o milho, o feijão e a batata. A
população vivia em pequenas coletividades agro-pastoris, sendo
que cada aldeia era habitada por um grupo de famílias. Com o
objetivo de manter o Império íntegro, foi formada uma rede
complexa de burocracia administrativa e militar. A sociedade
também era composta pelos artesãos especializados, como
pintores, escultores, ceramistas, ourives etc.; e os curandeiros e
feiticeiros.

Os incas desenvolveram um estilo bastante funcional de


arquitetura que, até os dias atuais, impressionam pelas técnicas
avançadas de engenharia e trabalho com as pedras. O plano de
cidades estava baseado em um sistema de avenidas principais
atravessadas por ruas menores; as ruelas davam para uma praça
aberta rodeada de templos e outras edificações. Um detalhe que
impressiona muito são os enormes blocos de pedras que foram
encaixados com uma precisão impressionante – um exemplo é a
fortaleza de Sacsayhuamán, perto da cidade de Cusco, além da
cidade sagrada de Machu Picchu. A religião do Estado Inca
estava baseada na adoração ao Deus do Sol. A partir do Templo
do Sol, no centro da cidade de Cusco, era possível traçar linhas
imaginárias na direção dos locais de culto das diferentes classes
sociais da capital. Dentre as práticas religiosas estavam as
consultas com oráculos, confissões públicas e sacrifícios como
oferenda. O preciso calendário inca marcava o ciclo anual de
festas religiosas.

A chegada do homem branco á América foi o fim do império Inca.

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