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CENTRO DE

REABILITAÇÃO
PARA
DEPENDENTES
QUÍMICOS CATANDUVA SP.
JULIENE MESQUITA
Este trabalho tem como objetivo principal a
concepção de um Centro de Reabilitação para
Dependentes Químicos no Município de Catanduva –
SP. projeto arquitetônico para inclusão social de
pessoas que perderam suas identidades, uma solução
que através da integração com a natureza fornecendo
espaços e ambientes funcionais influenciando no
comportamento humano com oficinas e terapias para
reestruturação do indivíduo, confrontando com seu
mundo sem limites.
ORIENTADOR: CAETANO GRECO JUNIOR

CENTRO UNIVERSITARIO DE RIO PRETO – UNIRP.

22/11/2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JULIENE PEREIRA DE MESQUITA SANTANA

CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS -

CATANDUVA SP.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2016
JULIENE PEREIRA DE MESQUITA SANTANA

CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS –

CATANDUVA SP.

Trabalho Final de Graduação

apresentado para obtenção de Título de

Graduação a Bacharel em Arquitetura e

Urbanismo à banca examinadora do Centro

Universitário de Rio Preto – UNIRP.

Orientador: Prof. Caetano Greco Junior

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2016
JULIENE PEREIRA DE MESQUITA SANTANA

CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS –

CATANDUVA SP.

BANCA EXAMINADORA:

Prof. _________________________________

Prof. _________________________________

Prof. _________________________________

São José do Rio Preto, 22 Novembro de 2016.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus todo poderoso, por ter me

concedido a vida a saúde e a força para cursar os cinco anos de Faculdade.

Não foi fácil dividir o papel de mãe, esposa, empresária, dona de casa e

estudante, mas venci todos os obstáculos.

Aos meus pais, que me apoiaram e oraram por mim.

Ao meu esposo, que me esperou todas as noites, mesmo tendo que

acordar cedo no outro dia, estava lá, fielmente junto com minhas filhas

que amo muito.

Aos meus colegas da sala, os quais foram peças importantes nos

trabalhos em grupos, nas apresentações e em toda vivência nos cinco anos

de Faculdade.

Aos meus amigos, que me apoiaram e torceram por mim.

Ao meu orientador, grande profissional que, entre outras qualidades

importantíssimas, teve tranquilidade na medida certa para orientar o meu

aprendizado.

A todos os professores que com imenso carinho, toda paciência e

profissionalismo me fizeram alcançar mais alguns degraus na escalada da

vida.

Aos funcionários da empresa, objeto de estudo desta monografia,

que abriram as portas para a exploração do conhecimento.

A todos, meu muito obrigada...


Sempre procuro inserir o elemento surpresa, o inusitado, a descoberta (...).
“Arquitetura tem de causar infartos.”

(Isay Weinfeld)
RESUMO

A droga existe a mais de cinco mil anos e continua trazendo consequências na


vida do ser humano, nos mais variados campos. Nos últimos séculos vem
destruindo famílias inteiras e com tantos reflexos, as autoridades tem sido
desafiadas a trazer soluções técnicas. Este trabalho tem como objetivo
principal a concepção de um Centro de Reabilitação para Dependentes
Químicos no Município de Catanduva – SP. projeto arquitetônico para inclusão
social de pessoas que perderam suas identidades, uma solução que através da
integração com a natureza fornecendo espaços e ambientes funcionais
influenciando no comportamento humano com oficinas e terapias para
reestruturação do indivíduo, confrontando com seu mundo sem limites. A
metodologia utilizada foi baseada em pesquisas bibliográficas, visitas técnicas
e referências projetuais.

Palavras-Chave: arquitetura, drogas, inclusão.


ABSTRACT

The drug has existed for more than five thousand years and continues to have
consequences in the life of the human being, in the most varied fields. In the
last centuries it has been destroying whole families and with so many reflexes,
the authorities have been challenged to bring technical solutions. This work has
as main objective the conception of a Rehabilitation Center for Chemical
Dependents in the Municipality of Catanduva - SP. Architectural design for
social inclusion of people who have lost their identities, a solution that through
integration with nature providing spaces and functional environments
influencing human behavior with workshops and therapies to restructure the
individual, confronting their world without limits. The methodology used was
based on bibliographical research, technical visits and project references.

Keywords: architecture, drugs, inclusion.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Antes e depois de um viciado em drogas...................................................................... 23

Figura 2. Área de Concentração de Dependentes Químicos....................................................31

Figura 3. Casa da Cascata ...................................................................................................................... 33

Figura 4. Casa do Arquiteto..................................................................................................................34

Figura 5. Integração do Homem à Natureza..................................................................................35

Figura 6. Jardim e Entrada..................................................................................................................... 37

Figura 7. Implantação "Val de Jaboque" ........................................................................................... 38

Figura 8. Bloco 1 "Val de Jaboque" ..................................................................................................... 39

Figura 9. Pavimento Térreo ................................................................................................................... 40

Figura 10. Segundo Pavimento ............................................................................................................ 41

Figura 11. Imagem 3D ............................................................................................................................ 42

Figura 12. Implantação "Cidade Viva" .............................................................................................. 43

Figura 13. Bloco I "Cidade Viva".......................................................................................................... 44

Figura 14. Bloco II "Cidade Viva" ........................................................................................................ 45

Figura 15. Bloco III "Cidade Viva"....................................................................................................... 45

Figura 16. Localização do Terreno..................................................................................................... 48

Figura 17. Mapa de Uso de Solo.......................................................................................................... 49

Figura 18. Zoneamento/ Mapa Uso e ocupação do Solo ........................................................... 50

Figura 19. Mapa de Sistema Viário .................................................................................................... 51

Figura 20. Topografia, desnível do Terreno ................................................................................... 51

Figura 21. Arborização na Área do Terreno .................................................................................. 52

Figura 22. Insolação, Ventilação e Fontes de Ruídos................................................................... 53

Figura 23. Plano de Massa ..................................................................................................................... 60


LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Tipos e nomes populares da droga ............................................................................... 22

Quadro 2. Zoneamento do Terreno ................................................................................................... 49


GRÁFICOS

Gráfico 1. Índice de Trafico de Entorpecentes - Regional ........................................................ 30


LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Programa de Necessidades Setor: Administrativo..................................................... 56

Tabela 2. Programa de Necessidades Setor: Reabilitação e Convivência ............................ 57

Tabela 3. Programa de Necessidades Setor: Apoio ....................................................................... 57

Tabela 4. Programa de Necessidades Setor: Social ....................................................................... 58

Tabela 5. Relação entre os Setores e Ambientes ............................................................................ 58

Tabela 6. Fluxos para os Ambientes ................................................................................................... 59


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UNODOC Escritório das Nações Unidas contra droga e crime

OMS Organização Mundial da Saúde

CEBRID Centro Brasileiro de Informações sobre drogas Psicotrópicas

ONU Organização das Nações Unidas

COMAD Conselho Municipal de Políticas sobre drogas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................16

2 – TEMA................................................................................................................................................18

2.1 JUSTIFICATIVA DA TEMÁTICA ESCOLHIDA....................................................................................... 19

2.2 OBJETIVOS DA PROPOSTA: ................................................................................................................ 19

3 – APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................................................20

O TEMA DROGAS E SEU CONTEXTO ATUAL ............................................................................21

3.1 O QUE SÃO DROGAS E OS TIPOS EXISTENTES .................................................................................. 21

3.2 A DEPENDÊNCIA QUÍMICA ................................................................................................................ 22

3.3 A CODEPENDÊNCIA ............................................................................................................................ 24

3.4 TIPOS DE USUÁRIOS ........................................................................................................................... 25

3.5 TIPOS DE TRATAMENTOS AOS USUÁRIOS ........................................................................................ 26

4- ÍNDICES DE USUÁRIO E TRÁFICO...........................................................................................28

4.1 ÍNDICES DE USUÁRIOS MUNDIAL ..................................................................................................... 29

4.2 ÍNDICE DE TRÁFICO EM CATANDUVA ............................................................................................. 29

4.3 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE DEPENDENTES QUÍMICOS NO MUNICÍPIO DE CATANDUVA – SP.

..................................................................................................................................................................... 30

5- INTEGRAÇÃO ARQUITETÔNICA COM A NATUREZA NO TRATAMENTO DO

DEPENDENDE .......................................................................................................................................32

5.1 INTEGRAÇÃO ARQUITETÔNICA COM A NATUREZA ........................................................................ 33

5.3 INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA NO TRATAMENTO DO DEPENDENTE ........................................ 35

6- ANÁLISES PROJETUAIS (ESTUDOS DE CASO) .....................................................................36

6.1 CENTRO DE REINTEGRAÇÃO SOCIAL VAU DE JABOQUE ................................................................ 37


6.1.1 Setorização ............................................................................................................................. 38

6.1.2 Circulação .............................................................................................................................. 39

6.2 CENTRO DE RECUPERAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS FUNDAÇÃO CIDADE VIVA ........ 41

6.2.1 Setorização ............................................................................................................................. 43

6.2.2 Circulação .............................................................................................................................. 44

7- LOCALIZAÇÃO DO TERRENO ..................................................................................................46

7.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TERRENO ...................................................................................... 47

7.2 O MUNICÍPIO DE CATANDUVA ........................................................................................................ 47

7.3 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO............................................................................................................. 48

7.4 SISTEMA VIÁRIO E FLUXO ................................................................................................................. 50

7.5 TOPOGRAFIA ....................................................................................................................................... 51

7.6 VEGETAÇÃO EXISTENTE..................................................................................................................... 52

7.7 INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO E FONTES DE RUÍDOS .......................................................................... 52

8- PROPOSTA ARQUITETÔNICA ...................................................................................................54

8.1 CONCEITO .......................................................................................................................................... 55

8.1.1 Partido ...................................................................................................................................... 55

8.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTOS....................................................... 55

8.3 ORGANOGRAMA ................................................................................................................................ 58

8.4 FLUXOGRAMA..................................................................................................................................... 59

8.5 PLANO DE MASSA ............................................................................................................................... 60

8.6 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ............................................................................................................... 60

8.7 MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................................................... 61

8.8 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ................................................................................................... 62

8.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................... 62


9- ROJETO .............................................................................................................................................64

10- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................................................75


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1. INTRODUÇÃO

O assunto sobre substâncias ilícitas é muito complexo, pelo motivo de elas


terem raízes relacionadas aos aspectos sociais, culturais e econômicos. No entanto,
seu uso tem afligido famílias e desafiado a sociedade contemporânea a se posicionar
no sentido de instituir ações e informações preventivas tentando atender o volume de
dependentes, levando a um debate significativo e discussões nas últimas décadas.
Deste modo percebe-se que a baixa autoestima, a depressão, a busca pelo
prazer e a curiosidade, entre outros, tem levado a um crescimento nos índices de
criminalidade, violência e abandono.
Muitas pessoas que entram neste caminho morrem prematuramente, enquanto
que outros vivem em prisões ou jogados pelas ruas como simples objeto do
esquecimento; valores são invertidos e vínculos perdidos à medida que o dependente
se aprofunda no mundo das drogas, discriminado pela sociedade e assim o processo
de reabilitação fica mais distante, enfim, torna-se incapaz de prover e suprir suas
necessidades básicas, corrompendo toda a dádiva da vida.
Neste contexto os Centros de Reabilitações são uma base fundamental para o
dependente, focados na busca do dar sem receber e na ajuda ao próximo. As
pessoas envolvidas na reestruturação desses indivíduos, já foram dependentes ou
tiveram experiências na família e desejam fazer a diferença. Conforme texto extraído
do Evangelho de São João (Cap.15, versículo 12) Jesus disse aos seus discípulos: “O
meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos ameis”.
E pautando-se exatamente nessa passagem bíblica que esses Centros de
Reabilitação também devem executar o seu trabalho.
Dentro destes contextos introdutórios surge a objetiva da concepção de um
projeto arquitetônico de um centro de reabilitação para dependentes químicos do
sexo masculino no Município de Catanduva que atenda em seus espaços as
diretrizes, e modelos tanto na gestão das políticas para os internos quanto ao apoio
aos familiares, propondo soluções através da integração com a natureza, em
ambientes apropriados e funcionais influenciando no comportamento humano e no
tratamento do usuário. Cabe ressaltar que o trabalho desenvolvido tem como
parâmetro a experiência familiar na gestão do Centro de Reintegração Social “Val de
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Jaboque”, organização não fundamental, filantrópica, sem fins lucrativos, também


situada na Cidade de Catanduva, interior do Estado de São Paulo.

Para alcançar o objetivo citado anteriormente o trabalho foi estruturado em


levantamento bibliográfico, estudo de caso com visitas técnicas e leitura projetual de
projetos com objetivo similares.

Na etapa do levantamento bibliográfico, foram realizadas pesquisas


exploratórias possibilitando maiores informações sobre o assunto, facilitando o
aprofundamento do tema e definições dos objetivos.
No estudo de caso e leitura projetual, foi escolhido o centro de reintegração
social “Val de Jaboque” e Centro de Recuperação Cidade Viva que se enquadram ao
tema, para realizar uma modelação da leitura projetual foram selecionados dois
estudos: Setorização e Circulação.
Na etapa das visitas, foi necessário o deslocamento até o centro de
reintegração social "Vau de Jaboque" e passar uns dias no local analisando como é o
cotidiano dos internos, fazendo entrevistas e colhendo informações para
reestruturação do trabalho.
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2 – TEMA
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2.1 Justificativa da temática escolhida

O crescimento descontrolado da dependência química tem invadido as


cidades. Situação esta trouxe o interesse pela temática tomando forma de colaborar
com inclusão social destas pessoas à vida urbana novamente. Indicadores apontam
o crescimento de tráfico na cidade de Catanduva e com ele vem a dependência, a
criminalidade, a insegurança urbana a falta de políticas públicas ao combate as
drogas.
Neste contexto os centros de reabilitação se torna fundamental para socorrer
estas famílias, com regime de internato o indivíduo passa por nove meses inclusos
em uma área pela qual terá que dividir com pessoas estranhas, passando por
terapias centradas na desintoxicação acompanhada por técnicos e fases na
reabilitação, mas com a mesma força para vencer.

2.2 Objetivos da proposta:

Este trabalho tem por objetivo elaborar um projeto arquitetônico de um Centro


de Reabilitação para viciados em droga do sexo masculino que defenda em seus
espaços a implementação de diretrizes e modelos tanto na gestão das políticas para
os internos quanto ao apoio aos familiares propondo soluções através da integração
com a natureza em todos os quesitos ambientais.

Elaborar um projeto voltado para o desenvolvimento social com a inclusão do


dependente novamente a sociedade, dando ênfase ao direito de ir e vir, tratando
indivíduos fundamentalmente e dando suporte aos familiares através de
acompanhamento psicológico e social, para a restauração do convívio arrancado
pelo vício que os aprisiona no “fundo do poço” e principalmente no mais profundo
grau do que pode significar “lixo humano” carregando tudo o que está em sua volta.
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3 – APRESENTAÇÃO
DO TEMA
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O TEMA DROGAS E SEU CONTEXTO ATUAL

3.1 O que são drogas e os tipos existentes

A princípio, droga é algo “legal, maneiro, da hora”, não sai das rodas de
amigos, dos churrascos depois do futebol, dos bailes funk, das baladas, enfim tudo
aquilo que se mostra muito prazeroso, traz uma sensação boa, leve e “viagens” são
feitas exatamente no mesmo lugar.
A definição da palavra “droga” demonstra dificuldades, pois esse nome é
dado a todo tipo de substância natural ou não.
Segundo a organização mundial da saúde (OMS), “droga é qualquer
substância que, introduzida no organismo, interfere no seu funcionamento”.
Diante disso nota-se, há abrangência em seu conceito, pois pode englobar
vários tipos de substâncias e efeitos no organismo do ser humano. Desta maneira
entende-se que podendo ser licitas ou ilícitas o seu uso traz consequências para o
corpo.
No mesmo sentido afirma Marina e Hélio (1998, p.12) “O uso continuado de
drogas modifica o equilíbrio do organismo, e há uma grande tendência ao aumento
das doses para a manutenção do efeito. Para conseguir doses cada vez maiores de
droga, o dependente muitas vezes se envolve no mundo do crime, roubando ou
traficando e se prostituindo”.
De acordo com Fiore (2013, p.16): [...] “não há uma motivação transgressora,
mas um comportamento visto socialmente como transgressor [...]”. Sempre existe
uma desculpa do dependente químico, buscando o prazer, a felicidade, a loucura, o
devaneio, mas quando percebe o vício a volta se torna algo difícil.
Quando oferecida uma porção da substância para a pessoa, não são
informadas as causas de uma química tão arrasadora, capaz de tirar a liberdade, o
pensamento, a sobriedade, os bens, a família, a vida.
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Alguns tipos e nomes Populares da droga:


Baseado: maconha
Cocaína: pó, branco, poeira, coca.
Cocaína/Crack: pedra, granizo, peça, dadinho.
Ecstasy: droga do amor, bala, pílula, pastilha.
Heroína: mulher maravilha, mulher gato, Bruna surfistinha.
LSD: ce, papel, ácido.
Metanfetamina: meta, Crystal, tina.
Cannabis: Bagulho.
Quadro 1. Tipos e nomes populares da droga
Fonte: UNODC (2016)

Durante a pesquisa foi constatado que a droga além do nome científico


recebeu nomes populares, por se tratar de algo ilícito. Foram criados apelidos para
não serem identificadas em meio a população e tentar desviá-las das autoridades,
como pode ser visto no quadro 1, os apelidos são colocados de acordo com a
característica física ou o efeito causado.

3.2 A dependência química

Quando o indivíduo já se encontra num estado avançado de dependência


química tem a ideia de que existe uma solução mágica e imediata para resolver
quaisquer dificuldades. É exatamente essa aparência que o leva cada vez mais para
o fundo, pois toda vez que os efeitos terminam transfere para outro problema.
A dependência química leva ao não cumprimento de rotinas e regras. Para
manter o vício muitas vezes o dependente passa dia e noite sob o efeito da droga
corrompendo a rotina diária.
De acordo com o Ministério da Saúde (2003) “a dependência das drogas é
transtorno onde predomina a heterogeneidade, já que afeta as pessoas de
diferentes maneiras, por diferentes razões, em diferentes contextos e
circunstâncias”.
Foi batizada na cidade de São Paulo por “cracolândia” e tem se tornado um
termo generalizado (e, em certas cidades, já usado no plural), o que exige uma
significativa atenção quanto à sua polissemia. Da mesma forma, isso acontece
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(guardadas as proporções no tempo e no espaço) com outros termos já


consagrados em diversas áreas, como “favela” ou “periferia”, que remetem a
conjunções de espacialidades, procedimentos extensos, representações, relações e
narrativas que carecem de recortes e demarcação estáveis para o devido
enfrentamento de um possível excesso de significados.

A dependência química está classificada entre os transtornos


psiquiátricos, sendo considerada uma doença crônica que pode ser
tratada e controlada simultaneamente como doença e como
problema social. Por se tratar de uma doença crônica leva a pessoa
a uma progressiva mudança de comportamento, gerando uma
adaptação a doença, a fim de proteger o uso da droga. Ainda na
concepção da dependência química como doença, ela é
caracterizada como progressiva, incurável, mas tratável, apesar de
problemas significativos para o dependente. É uma doença de
evolução própria, que pode levar à insanidade, prisão, morte ou ao
tratamento. (OMS).

Segundo Marina e Hélio (1998, p.19) “Os dependentes sofrem terrivelmente


com sua doença, eles são os mais afetados também emocionalmente por ela, e
gostariam de encontrar um modo de viver, mas são imponentes diante dela”.

Figura 1. Antes e depois de um viciado em drogas


Fonte: Uol (2014)
 24

Como mostra a Figura 1, a droga tem grande poder destruidor. Os órgãos


estão lutando até o último segundo para manter a saúde, mas a mente trabalha
contra. Em apenas nove anos este homem transformou-se de forma violenta,
extinguindo a vida.
Ao passar pelas ruas e deparar-se com pessoas sujas, jogadas pelas
calçadas, é normal do ser humano contornar afastando-se, sem notar que o
dependente chegou ao extremo desprezo por si mesmo e pela sociedade que
muitas vezes não se importa com a dificuldade alheia.

3.3 A codependência

A definição de codependência mais óbvia é ser um dependente juntamente


com outrem, ou com que está envolvido emocionalmente, familiar, afetivamente com
uma pessoa com comportamentos autodestrutivos ou disfuncionais pelo qual é
afetado. Diante disto vale dizer que ambos ficam doentes decorrentes da
dependência química.
Quando a família descobre a dependência de um membro, automaticamente
começa uma luta diária para extinguir o vício e ao iniciar-se este processo, sem
perceber torna-se um doente codependênte.
De acordo com Mariana e Helio (1998, p. 90) “A família do dependente
apresenta, com muita frequência, uma história de dependência não só das drogas,
mas emocional, com o risco de surgimento de diversas outras dependências como
dependência do trabalho, do alimento, do sofrimento [...]”.

Embora dois codependêntes possam discordar da definição de


codependência, se discutirem seus problemas um com o outro, cada
um provavelmente saberá o que o outro quer dizer. Compartilharão
de ideias sobre coisas que têm em comum o que fazem, pensam,
sentem e dizem e que são características da codependência. São
nesses pontos sintomas, problemas, mecanismos de repetição, ou
reações que a maioria das definições e programas de recuperação
se justapõem e concordam. Esses pontos ditam a recuperação. São
as coisas que precisamos reconhecer, aceitar, viver com elas, lidar,
lutar e frequentemente mudar. (BEATTIE, 2007, p. 54).
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Na luta diária da família para arrancar o seu membro das “garras” do vício
sem perceber se torna um doente codependente, levando a problemas incalculáveis.
Como proposta neste estudo a implantação de não só um centro de reabilitação
para os dependentes químicos, mas ajuda psicológica e social para essas famílias
que muitas vezes não sabem se vão para esquerda ou direita, nas entrevistas foi
notado que muitas mães sem condições financeiras ao ajudar seus filhos que estão
presos em cadeias ou passando pelo processo de reabilitação passam fome dentro
das suas próprias casas com o restante da família, tudo para ver a solução para seu
antequerido.

3.4 Tipos de usuários

Segundo Lordello (2011) existem quatro categorias que classificam o usuário:


1. Experimentador: pessoa que experimenta a droga, levada geralmente
por curiosidade. Aquele que prova a droga uma ou algumas vezes e
em seguida perde o interesse em repetir a experiência.
2. Usuário ocasional: utiliza uma ou várias drogas quando disponíveis ou
em ambiente favorável, sem rupturas (distúrbios) afetiva, social ou
profissional.
3. Usuário habitual: faz uso frequente, porém sem que haja ruptura
afetiva, social ou profissional, nem perda de controle.
4. Usuário dependente: usa a droga de forma frequente e exagerada,
com rupturas dos vínculos afetivos e sociais. Não consegue parar
quando quer.

As relações do usuário com a droga podem ser de:

1. Dependência: quando a pessoa não consegue largar a droga, porque o


organismo acostumou-se com a substância e sua ausência provoca
sintomas físicos (quadro conhecido como síndrome da abstinência),
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e/ou porque a pessoa acostumou-se a viver sob os efeitos da droga,


sentindo um grande impulso de usá-la com frequência (“fissura”).
2. Escalada: é quando a pessoa passa do uso de drogas consideradas
“leves” para as mais “pesadas”, ou quando, com uma mesma droga,
passa do consumo ocasional para consumo intenso.
3. Tolerância: quando o organismo se acostuma com a droga e passa a
exigir doses maiores para conseguir os mesmos efeitos.
4. Poliusuário: pessoa que utiliza combinação de várias drogas
simultaneamente, ou dentro de um curto período de tempo, ainda que
tenha predileção por determinada droga.
5. Overdose: dose excessiva de uma droga, com graves implicações
físicas e psíquicas, podendo levar à morte por parada respiratória e/ou
cardíaca.

Estas categorias na realidade mostram os processos pelo qual o dependente


irá passar se não for socorrido a tempo, chegando ao último estágio das categorias
que é a overdose podendo perder a vida.

3.5 Tipos de tratamentos aos usuários

Para ter um tratamento com resultados é necessário o dependente sentir


vontade e buscar ajuda, sem a cooperação não existe uma forma mágica para que o
tratamento aconteça. “Existem diversos modelos de ajuda a dependentes de drogas:
tratamento médico; terapias cognitivas e comportamentos; psicoterapias; grupos de
autoajuda” (CEBRID, 2009).
Os tratamentos mais utilizados são a farmacoterapia, a psicoterapia, a
reabilitação psicossocial, os grupos de ajuda, terapia ocupacional e atividade física.
Para o tratamento trazer sucesso é necessário impor regras ao dependente, sendo
que o mesmo no mundo das drogas não tem.
O mesmo livre arbítrio que incluiu o indivíduo no mundo das drogas é o que
irá tirá-lo, não tendo tratamento sem a própria vontade em instituições de
recuperação. De acordo com Ministério da Saúde (2003) “[...] não existe uma forma
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de tratamento que seja universalmente, ou melhor. Um mesmo indivíduo pode tentar


diferentes caminhos até encontrar o mais eficaz para si [...]”.
Segundo Marina e Helio (1998, p. 105) “Abstinência não é o único objetivo do
tratamento. Ele deveria iniciar-se pela suspensão do uso da droga, independente do
tipo, mas o verdadeiros objetivo é recuperar a pessoa inteiramente, reintegrando-a à
sociedade”.
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4- ÍNDICES DE USUÁRIO
E TRÁFICO
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4.1 Índices de usuários mundial

Segundo informações obtidas no Relatório Mundial sobre Drogas da ONU


(Organização das Nações Unidas) aproximadamente 5% da população mundial entre
15 e 64 anos, o que representa uma média de 243 milhões de pessoas, usa drogas
ilícitas; por volta de 27 milhões de dependentes apresentam problemas ligados à
droga, isso corresponde próximo de 0,6% da população adulta mundial ou uma em
cada 200 pessoas.
Perto de 200 mil pessoas morreram no ano de 2012, de acordo com o
crescimento da população. Pesquisas ainda apontam que o consumo de drogas
também tem crescido na mesma proporção e mesmo diante de tantos dados
chocantes o número de novas drogas dobrou entre 2009 e 2013.
Outra informação preocupante é que apenas um em seis usuários de droga
tem acesso a algum tipo de tratamento para dependência, e por estarem presos ao
mundo do vicio, a maioria não aceita ajuda, o tratamento das substâncias é um
processo de reconstrução através de alternativas de atenção tendo a abstinência
como alvo principal a ser alcançada (ONU, 2014).

4.2 Índice de tráfico em Catanduva


A cidade apresenta alto nível de ocorrências relacionadas ao tráfico de
entorpecentes. Em 16 abril de 2003 foi promulgada a Lei do Conselho Municipal
Antidrogas (COMAD) responsável pelo desenvolvimento das ações referentes à
redução da demanda de drogas no município. Também na secretaria da saúde
atuante em Catanduva o CAPS-AD (Centro de atenção psicossocial em álcool e
drogas) indicado para municípios e regiões de saúde com população acima de
setenta mil habitantes é um serviço regional para atender a comunidade
prioritariamente pessoas com transtorno mentais graves e pessoas decorrentes do
uso de drogas e álcool podendo encaminhar para reabilitação.
Outro projeto de prevenção que existe no Município é o PROERD (Programa
Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) que trabalha em escolas de
ensino fundamental orientando e instruindo as crianças na prevenção das drogas.
 30

Gráfico 1. Índice de Trafico de Entorpecentes - Regional


Fonte: Macroplan com base nos dados da Secretaria de Segurança Pública do
Estado de São Paulo (2013)

Com estes índices um Centro de Reabilitação se torna um fator indispensável


para o Município, diminuindo a criminalidade e moradores de rua dependentes.
O tráfico de drogas em vários pontos da cidade, com grande compra e venda
de drogas e entorpecentes facilita o uso dos dependentes e influencia no
crescimento e desenvolvimento dos indivíduos que moram perto ou convivem com
pessoas que participam desse tráfico, trazendo para esse meio, crianças e
adolescentes sem instrução familiar, ou tornando futuros dependentes químicos e
desestruturados socialmente.

4.3 Área de concentração de dependentes químicos no município de


Catanduva – SP.

As áreas de concentração de dependentes químicos estão distribuídas por


todo o Município, com alguns focos em bairros específicos provocando uma
preocupação e cuidados, incomodando o Poder Público com o estado crítico e assim
trazer prevenções e soluções para estas pessoas através de programas.
 31

Figura 2. Área de Concentração de Dependentes Químicos


Fonte: Prefeitura de Catanduva, editado autora (2016).

Estas propostas devem tratar o usuário como paciente de saúde e não como
criminoso por causa do uso das drogas.
Segundo "A agência da ONU responsável pela guerra às drogas diz que a
criminalização do uso é desnecessária, desproporcional e gera danos à saúde,
violência e mortes, além de violar obrigações assumidas em prol da saúde e dos
direitos humanos".
 32

5 - INTEGRAÇÃO ARQUITETONICA
COM A NATUREZA
NO TRATAMENTO
DO DEPENDENDE
 33

5.1 Integração arquitetônica com a natureza

A Casa da Cascata de Frank Lloyd Wright é uma proposta com total


integração com a natureza, construída para contemplar a beleza da natureza local.
Ela acompanha o declive do terreno sobre as pedras. A casa está situada no meio
da floresta incorporando elementos tradicionais da construção buscando uma
qualidade de vida baseado no respeito à natureza.
Todas as partes da casa se relacionam com o entorno dando extensão à
natureza, os ambientes foram pensados para ser uma continuidade como, por
exemplo, a casa feita em cima do curso de um rio passando por dentro dos
ambientes promovendo uma cascata e o pinheiro como mostra a figura 3, com
desvio de vigas em concreto.
Algumas janelas são de esquina
permitindo a incorporação da natureza. Esta
obra vai muito além da sua forma no lugar em
que o homem faz sincronia harmônica entre
arquitetura e natureza.

Figura 3. Casa da Cascata


Fonte: Archdaily (2012)
 34

O Arquiteto Severiano Mário Vieira de Magalhões Porto mais conhecido como


“Arquiteto da Amazônia” desenvolveu técnicas modernas e inovadoras usando a
madeira como material principal de uma das suas obras a Residência Robert
Schuster mais conhecida como Casa do Arquiteto, sua característica era adaptar as
construções às condições típicas da região.

Figura 4. Casa do Arquiteto


Fonte: Archdaily (2013)

Feita em pilotis a casa discorre no segundo pavimento, sobre um vazio


interior, em todos os cômodos é possível deitar numa rede. Toda estrutura, portas,
esquadrias e pisos são de madeira respeitando o meio ambiente. Em total
integração arquitetônica com a natureza a obra desaparece em meio ao verde da
floresta, aberta, mas protegida pela densa mata da região amazônica.
 35

5.3 Integração com a natureza no tratamento do dependente

Quando se trata de uma doença tão abrangente como a dependência química


a reestruturação do indivíduo é primordial, pensando em uma solução arquitetônica
para o auxilio desta doença percebeu-se um dos pontos importantes, a integração
do homem à natureza, com depoimentos de internos notou-se esta ligação que faz
toda diferença na recuperação.

Figura 5. Integração do Homem à Natureza


Fonte: Google (2016)

A natureza em todas as suas manifestações é um exemplo de força e


renovação e por meio dela a integração do homem com a natureza através de
elementos arquitetônicos que contribuem para uma solução na implantação,
ventilação, iluminação, sustentabilidade no sistema construtivo é essencial.
Tudo que um dependente precisa para sobreviver e se recuperar pode ser
oferecido pela natureza que permanece generosa como sempre.
Com tanta tecnologia que vivemos hoje em dia faz com que nos afastemos do
mundo natural, mas não nos afasta da dependência dele.
 36

6- ANÁLISES PROJETUAIS
(ESTUDOS DE CASO)
 37

Este capítulo tem a intenção elucidar instituições que têm por objetivo a
reabilitação de dependentes químicos com diferentes formas de uso, tanto em
escala de edificação quanto em observação da influência da arquitetura no
cotidiano. Os temas que constrói o estudo de casos sugerem uma análise projetual
de cada um avaliando circulação e setorização.

6.1 Centro de reintegração social Vau de Jaboque

Localizada no prolongamento da Rua Santa Bárbara do sul, na cidade de


Catanduva, Estado de São Paulo.
Sua denominação oficial é Centro de Reintegração Social “Val de Jaboque”.
Existente desde 1991, uma das primeiras entidades neste segmento em Catanduva,
tem como público alvo, homens adultos funciona em regime de internato, o tempo
médio de internação é de 06 meses podendo variar em cada caso. O tratamento se
aplica na esfera espiritual, física e psicológica. Trata-se de obra filantrópica, sem fins
lucrativos.

Figura 6. Jardim e Entrada


Fonte: Autoral (2016)

A entrada oferece um jardim de convívio, onde os familiares passam as tardes


de domingo dia de visita com o interno, supervisionado por um monitor, as visitas
acontecem das 14 horas até às 16h30min. Um dos objetivos da visita é a interação
 38

do interno com a família e a troca de informações entre a equipe de trabalho e os


familiares. Para ter acesso a vaga se faz necessária uma triagem, onde é
entrevistado o dependente químico juntamente da família procurando atender a
necessidade e os cuidados com a saúde.

6.1.1 Setorização

A setorização é a ligação dos ambientes de uma edificação. A instituição é um


conjunto de dois blocos na posição horizontal e vertical sendo um dos blocos com
dois pavimentos, ambos foram construídos com alvenaria convencional, esquadrias
de ferro e vidro liso, a cobertura do 1º primeiro Bloco é de madeira de lei e telha
cerâmica, o 2º Bloco a cobertura é de estrutura metálica e telha metálica, alguns
ambientes têm forro no teto de PVC.

Bloco 1

Bloco 2

Figura 7. Implantação "Val de Jaboque"


Fonte: Autoral (2016)

O centro de Reintegração se desenvolve em uma área construída de 615,31


m², distribuídos em um terreno de 4.512,62 m² com uma vasta área verde em seu
interior.
 39

6.1.2 Circulação

A circulação é a movimentação de pessoas nos ambientes facilitando o


acesso à edificação e a circulação interna.

Figura 8. Bloco 1 "Val de Jaboque"


Fonte: Autoral (2016)

No primeiro bloco está distribuído hall de entrada, alojamento 1, alojamento 2,


dormitório monitor, vestiário, sanitário, cozinha, despensa, legumeira, varandas, área
de churrasco, lavanderia.
O primeiro bloco nota-se que não foi planejado um refeitório, dificultando a
alimentação em grupo feito pelos internos, à lavanderia se encontra bem afastada
da área de serviços isso impede a integração de colaboradores e internos.
 40

Figura 9. Pavimento Térreo


Fonte: Autoral (2016)

No segundo bloco está distribuído em dois pavimentos, onde estão às futuras


instalações das salas administrativas e triagem, sanitários para visitantes e capela.
Ainda está em fase de construção mesmo assim são usadas algumas salas para
suprir a necessidade.
Quanto à setorização do térreo a escada poderia estar em outro lugar
facilitando a total integração com as salas administrativas nos quais ficaram apenas
com acesso frontal impedindo a circulação entre uma sala e outra.
 41

Figura 10. Segundo Pavimento


Fonte: Autoral (2016)

No segundo pavimento estão salas que serão para o atendimento na área da


saúde como: pronto atendimento, atendimento psicológico e administrativo ambas
com acesso pelas escadas e ligadas ao corredor de acesso.
O pavimento merece mínimo reparo, pois as aberturas das salas ficam paro o
norte, e, neste aspecto a ventilação leste torna os ambientes mais agradáveis aos
usuários.

6.2 Centro de Recuperação para Dependentes Químicos Fundação Cidade Viva

Localizado às margens da BR 101 km 07 na cidade de Conde, Paraíba. O


projeto foi implantado em uma área de 150 hectares organizado por um plano
urbanístico possibilitando uma integração com o sistema viário, na área rural da
cidade contempla os princípios de uma missão evangélica que atua na recuperação
de dependentes químicos, cujo tema é “Liberdade com Responsabilidade”.
 42

Figura 11. Imagem 3D


Fonte: Martins; Lucena (2009).

Em uma edificação ampliável o objetivo do partido foi disposto em três níveis


conectados por passarelas e rampas, dispostas por vãos centrais abertos, gerando
espaços favorecidos pela vasta área de ventilação, utilizando tecnologias locais
sustentáveis e criando grandes áreas sombreadas sobre o eixo norte sul.
Algumas áreas com topografia plana e outras elevações são apresentadas na
propriedade. Os desníveis do terreno foram absorvidos por uma implantação
escalonada, proporcionando liberdade de ampliação.

Arquitetura: Antônio Cláudio Massa e kleimer Martins


Ano projeto: 2006
Ano obra: Em construção
Área de construção: 1.465m²
 43

6.2.1 Setorização

Figura 12. Implantação "Cidade Viva"


Fonte: Martins; Lucena (2009).

Os três principais pontos desta proposta estão separados em três blocos e se


divide em administrativo, hospedagem e apoio sendo que o primeiro com acesso
para o administrativo e para o auditório passando pela hospedagem seguindo para o
apoio todos intercalados por jardins centrais trazendo integração com os ambientes,
ventilação e iluminação total, ligados por passarelas cobertas trazendo proteção aos
usuários.
Aproveitando os materiais da região os arquitetos valorizaram o projeto ainda
mais deixando com as características típicas.
 44

6.2.2 Circulação

Figura 13. Bloco I "Cidade Viva"


Fonte: Martins; Lucena (2009).

Para chegar ao primeiro bloco é preciso seguir por passarelas com jardins, o
estacionamento fica em um bolsão interno.
As salas administrativas se iniciam pelo hall de entrada, sala de espera,
arquivo, recepção, consultório, banheiros, tesouraria, secretaria interligados por um
corredor de circulação e leva a sala de monitores, diretoria, sala de reuniões,
coordenação, hall de acesso levando ao auditório no qual ambos oferecem
circulação por passarelas cobertas e um jardim de integração para o público,
colaboradores e internos até o próximo bloco onde fica a hospedagem. Oferecendo
uma circulação natural entre os ambientes e blocos.
 45

Figura 14. Bloco II "Cidade Viva"


Fonte: Martins; Lucena (2009).

O bloco II fica interligado por uma área aberta com algumas variedades de
jogos como: bilhar, sinuca e mesa para jogos de baralhos. Nas laterais desse
espaço está os alojamentos dos residentes, coletivos com acesso a varanda que
permite a circulação entre esses ambientes.
Analisando o bloco II verificamos uma ótima integração entre o setor da
hospedagem e a vivência ambos intercalados por um jardim permitindo uma
sensação térmica agradável.

Figura 15. Bloco III "Cidade Viva"


Fonte: Martins; Lucena (2009).

O bloco III foi projetado com a mesma forma que o restante interligado por
jardins promovendo a integração com a natureza. Este setor é o de convivência
onde no lado esquerdo estão as oficinas de artes, oficina de marcenaria, sala de
som, sala de música, sala de aula e depósito, e do lado direito encontram-se a
cozinha, despensa, câmara fria, lavanderia, panificação, e ao lado o alojamento dos
monitores, todos Interlagos por um corredor permitindo o acesso a esses ambientes.
 46

7- LOCALIZAÇÃO
DO TERRENO
 47

7.1 Justificativa da escolha do terreno

Este capítulo tem por objetivo discorrer sobre os aspectos da região onde
será implantado o Centro de Reabilitação.
A cidade de Catanduva foi escolhida para a execução do projeto por ser uma
cidade que atende uma quantidade vasta de pessoas que apresentam dependência
química.

7.2 O município de Catanduva

Catanduva surgiu em meados dos anos 1850, em terras que pertenciam ao


município de Araraquara e que, posteriormente originaram as cidades de
Jaboticabal, Monte Alto e São José do Rio Preto, de onde viria a se desmembrar o
município de Catanduva.
Está localizada na região Noroeste do Estado de São Paulo, a 396 km da
capital estadual e a 850 km de Brasília, na latitude 21° 08’ 16” Sul e a uma longitude
48° 58’ 22” Oeste, pertencente à mesorregião de São José do Rio Preto. Sua área
total é de 290,6 Km², sendo aproximadamente 30% ocupada com zona urbana e
periurbana. Faz divisa com os municípios de Pindorama, Palmares Paulista,
Ariranha, Novais, Itajobi, Elisiário e Catiguá. No ano de 2015 apresentou uma
população estimada em 119.480 habitantes, de acordo com o Censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015).
Os principais acessos ao município são a rodovia Washington Luiz (SP-310),
Rodovia Governador Pedro Monteleone (SP-351), está localizada entre duas
grandes cidades, como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, próxima de 16
municípios que participam da economia da cidade, em busca de emprego, lazer e
moradia temporária essas pessoas ajudam no crescimento da cidade. (Conjuntura
de Catanduva, 2012).
Com relação à saúde, o Hospital mais antigo que começou a atender
pacientes da cidade em 1926 são os Hospitais Padre Albino e Emílio Carlos e
Hospital Psiquiátrico Mahatma Gandhi, muito conhecidos também pela região.
 48

Para o conforto e atendimento da cidade os hospitais são de boa qualidade e


ampla comodidade ao todo com capacidade para 388 leitos, 746 médicos, 303
enfermeiros, auxiliares e técnicos. A cidade conta com 32 estabelecimentos de
saúde que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No ano de 2008, foi
registrada a taxa de mortalidade infantil que foram de 9,5 a cada mil nascidos vivos.
(CAMARA MUNICIPAL DE CATANDUVA, 2016).

7.3 Localização do terreno

O terreno escolhido para proposta


arquitetônica de um Centro de
Reabilitação para Dependentes
químicos possui características de
uma moradia, embora afastado da
área urbana não há dificuldades
para esse tipo de instituição.

Figura 16. Localização do Terreno


Fonte: Autoral (2016)
 49

Local: Rua: Projetada s/n esq. Com Rua Celso Antonio


Guimarães – Jardim das Oliveiras – Catanduva – SP.
Área: 5.000, 00 m²
Vias Principais: Rua: Celso Antonio Guimarães e Avenida Leonor
Abdo Jorge
Zoneamento: Território 5
Taxa de Ocupação: 70 % 3.500 m²
Coeficiente de Aproveitamento: 2 7.000 m²
Restrições: Código Florestal – margem de 30 metros na Apps

Quadro 2. Zoneamento do Terreno


Fonte: Autoral (2016)

A área está localizada ao Leste do Município de Catanduva, próximo a


Rodovia Comendador Pedro Monteleone (SP-351), em sentido a várias cidades
microrregião como: Elisiário, Palmares Paulista, podendo dizer que o Terreno está
bem localizado, pois é afastado, mas dentro do perímetro urbano.

Figura 17. Mapa de Uso de Solo


Fonte: Prefeitura de Catanduva, editado autora (2016)
 50

A área do entorno próximo ao terreno é predominantemente residencial, com


algumas áreas de comércio e Institucional, existe uma faixa industrial na Rodovia
Pedro Monteleone.

Figura 18. Zoneamento/ Mapa Uso e ocupação do Solo


Fonte: Prefeitura de Catanduva, editado autora (2016)

O mapa de Zoneamento nos mostra diretriz geral para o uso do espaço,


segundo Plano Diretor do município Lei 355/2006, indica instrumentos como a taxa
de ocupação, 70% recuos de no mínimo 3,00 m e índice de aproveitamento 2. A
área é institucional o que não impede o uso da área para a implantação do projeto
sendo ela predominantemente residencial.

7.4 Sistema Viário e Fluxo

As principais vias de acesso são a Rodovia Pedro Monteleone e Rua Celso


Antonio Guimarães, levando para as cidades vizinhas e para o centro da cidade.
 51

Figura 19. Mapa de Sistema Viário


Fonte: Prefeitura de Catanduva, editado autora (2016)

7.5 Topografia

Figura 20. Topografia, desnível do Terreno


Fonte: Prefeitura de Catanduva, editado autora (2016).
 52

Como mostra a figura 20, o Terreno possui um formato irregular totalizando


um desnível de 4m de altura.

7.6 Vegetação Existente

A vegetação Predominante no entorno do Município de Catanduva é o


cerrado, no local do terreno há algumas árvores de porte médio e grande de modo
desordenado.

Figura 21. Arborização na Área do Terreno


Fonte: Autoral (2016)

7.7 Insolação, Ventilação e Fontes de Ruídos

Foi feito um estudo simplificado das fontes ruidosas que podem vir a atingir a
construção; condições de ventilação e insolação figura 21.
 53

Figura 22. Insolação, Ventilação e Fontes de Ruídos


Fonte: Google maps, editado autora (2016)

A Rua Celso Antonio Guimarães pode ser a principal fonte de ruídos quando
se tornar uma Rua de grande fluxo futuramente, foi notada também a direção dos
ventos predominantes, neste caso o vento Leste tem maior força, a trajetória solar
ao longo do terreno nasce a leste e se põe a oeste, os quais são fatores
determinantes na garantia do conforto ambiental da construção.
 54

8- PROPOSTA
ARQUITETÔNICA
 55

A proposta deste trabalho é a apresentação de um Projeto Arquitetônico de


um Centro para reabilitação para sessenta dependentes químicos, que será
implantado no Município de Catanduva, Estado de São Paulo. Possuirá
características de um Centro de Reabilitação, em que homens a partir dos dezoito
anos poderão se recuperar do vício, bem como, aprender a viver novamente em
sociedade. Segundo o Dicionário Aurélio 2016, “Reviver significa trazer à lembrança
voltar à vida; adquirir vida nova, readquirir forças; renascer, manifestar-se de novo”.
Este projeto foi pensado em seus usuários, com a finalidade de contribuir para
sua qualidade de vida, bem-estar físico e psicológico.

8.1 Conceito

O conceito deste projeto baseia-se na integração arquitetônica com a


natureza intervindo no tratamento do dependente trazendo força e renovação,
características da natureza.

8.1.1 Partido

O projeto partiu de experiências familiares da autora e convivência com essas


pessoas no Centro de Reintegração Vau de Jaboque desde sua mocidade há 25
anos, do qual seu Pai é Presidente e objeto de um dos estudos de casos
apresentados neste trabalho. Com a concepção de blocos em meio a tratamentos
paisagístico que remeta a uma atmosfera natural como a de um bosque.

8.2 Programa de Necessidades e Pré Dimensionamentos

Para o projeto do Centro de Reabilitação é necessário a definição dos


ambientes dentro de cada disponibilidade e um bom funcionamento para este tipo de
edificação.
 56

Dessa maneira foi elaborado um programa de necessidades de acordo com a


legislação para este tipo de instituição que prestam serviços de atenção a pessoas
com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias
psicoativas (SPA), em regime de residência sendo a RDC nº 29, de 30 de junho de
2011; na nota técnica nº 055/2013 – GRECS/GGTES/ANVISA que presta orientação
sobre a aplicação da RDC nº 29 através do Manual de Orientação pata Instalação e
Funcionamento das Comunidades Terapêuticas e com o Código Sanitário Estadual
São Paulo Lei 10.083, de 23/09/1998, o artigo 2º dispõe que os princípios expressos
neste Código disporão sobre proteção, promoção e preservação da saúde, no que
se refere às atividades de interesse à saúde e também levantamentos de dados e
leitura projetuais feito neste trabalho.
A organização dos ambientes foi dividida baseada no Centro de Reintegração
Vau de Jaboque acrescentando outros ambientes não notados para sugestão de
uma nova proposta e uma pesquisa seguindo as normas vigentes pela RDC 29.

Tabela 1. Programa de Necessidades Setor: Administrativo


Fonte: Autoral (2016)
 57

Tabela 2. Programa de Necessidades Setor: Reabilitação e Convivência


Fonte: Autoral (2016)

Tabela 3. Programa de Necessidades Setor: Apoio


Fonte: Autoral (2016)
 58

Tabela 4. Programa de Necessidades Setor: Social


Fonte: Autoral (2016)

8.3 Organograma

Tabela 5. Relação entre os Setores e Ambientes


Fonte: Autoral (2016)
 59

8.4 Fluxograma

Tabela 6. Fluxos para os Ambientes


Fonte: Autoral (2016)

O fluxograma foi elaborado para evidenciar as etapas e as características dos


ambientes no fluxo para proporcionar melhor entendimento e clareza do estudo.
 60

8.5 Plano de massa

Figura 23. Plano de Massa


Fonte: Autoral (2016)

8.6 Memorial justificativo

Voltado para o tratamento de dependentes químicos. Este projeto possui


cunho social, contribuindo com a sociedade e trazendo soluções técnicas através da
integração com a natureza.
O projeto foi divido em quatro setores: Administrativo, Social, Apoio e
Reabilitação e Convivência, oferecendo bem estar para o residente e tirando partido
com a proposta arquitetônica intervindo positivamente no tratamento.
O terreno possui uma área de 11.000,00 m² permitindo que o paisagismo
adentre a forma circular e um desenvolvimento de projeto de 1.088,65 m² de área
construída.
 61

Para reduzir as sequelas da droga, o projeto do Centro de Reabilitação


apresenta espaços como: oficina de terapia, aconselhamento, academia, um
extenso jardim para meditação, horta, quadra esportiva e um lago para pesca
recreativa.

8.7 Memorial descritivo

As principais características deste projeto é a integração com a natureza e a


implantação do conjunto. A localização do terreno foi muito importante para definir
os acessos, por encontrar-se em uma esquina facilitou a entrada pela Rua projetada
03 e saída para Rua Antonio Guimarães com um estacionamento para 23 vagas de
veículos e uma para ônibus.
O projeto está dividido em cinco blocos: bloco Templo, Central, Casa do
caseiro e Hospedagem.
O bloco do Templo está posicionado ao lado da entrada do estacionamento,
contendo uma plateia para 100 pessoas sentadas.
O bloco Central compõe-se de hall de entrada e recepção, arquivo,
administração, diretor, depósito sanitário feminino, ambulatório, acolhimento
psicólogo e sanitário masculinos sendo dois PNE para ambos os sexos, cozinha, a
panificação, despensa, câmara fria, refeitório, onde recebe a família do residente
aos finais de semana para se confraternizar, sanitários PNE masculino e feminino e
a lavanderia.
O bloco de Hospedagem dispõe de alojamentos, lugares de descanso e um
imenso jardim integrando e trazendo bem estar.
O bloco casa do caseiro acomoda sala, cozinha, uma suíte, banheiro e
lavanderia, está ao sul do terreno com acesso a Rua Antonio Guimarães.
O projeto foi elaborado para receber total ventilação cruzada e iluminação
natural em todos os ambientes. A Oeste do terreno está localizado a quadra e o lago
envolto de quiosque para integração do residente com a família. O projeto foi
definido no eixo central do terreno usando taludes nos arredores da edificação, o
restante acompanhou o desnível levando em conta a suavidade do perfil natural.
 62

8.8 Características construtivas

 Fundação: diretas do tipo radier, dimensionadas de acordo com as


características do solo;

 Alvenaria de elevação: Concreto no templo sobre forma, bloco cerâmico nas


demais elevações.

 Estrutura: Concreto armado.

 Muros: Cerca viva

 Coberturas: Cobertura de madeira e telhas na reabilitação, casa do caseiro e


quiosque.

 Revestimento: Contrapiso, regularização e piso de cimento queimado


desempenado, azulejo nas áreas molhadas.

 Esquadrias: de madeira, dos tipos venezianos e basculantes.

 Vidros: Vidros temperado incolor 6mm.

 Pintura: paredes internas em tinta acrílica e paredes externas em texturas.

 Forro: laje pré-moldada permeabilizada e cobertura verde no bloco central,


laje pré-moldada na reabilitação e concreto armado no templo.

8.9 Considerações finais

Levando em consideração a demanda de dependentes químicos no Município


de Catanduva, notou-se a necessidade de um Centro de Reabilitação para essas
pessoas e o auxílio às suas famílias reconhecendo a carência no poder público.
Através do convívio considerou a necessidade da temática das drogas, um
assunto tão atual e complexo se tornando internacionalmente reconhecido. Por não
haver cura o tratamento é voltado para diminuir sintomas. As técnicas de tratamento
das Comunidades Terapêuticas são unidades de tratamento e fazem toda diferença
na vida do residente, infelizmente ainda existe uma lacuna entre o poder público no
trabalho de prevenção às drogas.
 63

O propósito da edificação constitui-se na reestruturação do individuo através


da integração com a natureza percebendo todas as suas manifestações e exemplo
de força e renovação, diferenciação na forma proporcionando bem estar,
observando a real necessidade e pautado na RDC 29/2011 conforme ANVISA.
Com finalidade de realizar um projeto eficaz, foi feito visitas e bate papos com
residentes do Centro de Reintegração Social Val de Jaboque objeto de estudo deste
trabalho notando os pontos negativos e viabilizando possibilidades de melhorias.
 64

9- ROJETO
G'

JULIENE MESQUITA
531,00

531 N
531,00

533
531,00

532,00
531,00

533,00 531,00

F' F'

531,00

530,00

530

UNIRP
G'

NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
LEGENDA
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

1/10
G'

JULIENE MESQUITA
99,511

531 N

VIST
531,00

A 02

531,00

VISTA 01
533
531,00

531,00
532,00

532,00
E'

533,00 531,00

F' F'

E'
531,00

VI
ST
A
03
C'
04
A
ST
VI

C'

530,00

530

UNIRP
G'

NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

2/10
PLANTA BAIXA
JULIENE MESQUITA
30 Substrato

expandida

6 Base impermeabilizada
30

R. PROJETADA 03
passeio estacionamento jardim PASSARELA

quadra
passarela passarela

passeio

UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

3/10
CORTES
JULIENE MESQUITA
UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

4/10
JULIENE MESQUITA
532,00

PLANTA CHAVE
SEM ESCALA

UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

5/10
PLANTA BAIXA
JULIENE MESQUITA
PLANTA CHAVE
SEM ESCALA

UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

6/10
PLANTA BAIXA
JULIENE MESQUITA
UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

7/10
JULIENE MESQUITA
UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

8/10
JULIENE MESQUITA
UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

9/10
JULIENE MESQUITA
UNIRP NOTURNO

ARQUITETURA E URBANISMO
ORIENTADOR: Caetano Greco Junior

10/10
 75

10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Bíblica do Brasil, 1988.

BEATTIE, M. Codependência nunca mais. 10º edição. Rio de Janeiro: Nova


Era, 2007, p. 287.

CLÁSSICOS DA ARQUITETURA: Casa da Cascata / Frank Lloyd Wright; 09


Jun 2012. ArchDaily Brasil. Disponível em:
<http://www.archdaily.com.br/53156/classicos-da-arquitetura-casa-da-cascata-
frank-lloyd-wright>. Acesso 16 Nov 2016.

CLÁSSICOS DA ARQUITETURA: Residência Robert Schuster / Severiano


Porto; 07 Fev 2013. ArchDaily Brasil. Disponível em:
<http://www.archdaily.com.br/96594/classicos-da-arquitetura-residencia-robert-
schuster-slash-severiano-porto>. Acesso em: 21 Nov. 2016.

CEBRID: Centro Brasileiro de Informações sobre drogas Psicotrópicas;


Disponível em:
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Acesso em: 15 novembro de 2016.

DADOS GERAIS, GEOGRAFIA; Câmara Municipal de Catanduva; Disponível


em:
<http://www.catanduva.sp.leg.br/o-municipio/dados-gerais>. Acesso em: 22
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DRUMOND , M. C. C; FILHO, H. C. D. Drogas a busca de respostas. Virtual


Book, Disponível em:
<https://books.google.com.br/books?id=ZUxtFzxDXlsC&pg=PA24&dq=o+que+
%C3%A9+drogas&hl=pt-
BR&sa=X&ved=0ahUKEwj9wd6ZlvjMAhVLi5AKHa9DAwcQ6AEIUzAG#v=onep
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FIORE, M. Uso de drogas: substância, sujeitos e eventos. 2013. 224f. Tese


(Doutorado em Ciências Sociais), Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE, 1980,


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http://cod.ibge.gov.br/239N9 > Acesso em: 12 maio de 2016.

LORDELLO J. DR. Tipos de usuários de drogas; Disponível em: <


http://www.cronicasdolordello.com.br/site/index.php?option=com_content&view
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MINISTÉRIO DA SAÚDE: A Política do Ministério da Saúde para atenção


integral a usuários de álcool e outras drogas. 2003. Disponível em: <
http://www.ee.usp.br/departamento/nucleo/CComs/doc/atencaointegral_outrasd
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PREFEITURA DE CATANDUVA. Conjuntura Catanduva 2012. 3ªed. Disponível


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<http://www.catanduva.sp.gov.br/DynamicFiles/File/semdert/conjuntura_2012.p
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PREFEITURA DE CATANDUVA. Diagnóstico Socioeconômico: Evolução das


áreas prioritárias 2013. Disponível em: <
http://www.catanduva.sp.gov.br/DynamicFiles/File/DOWNLOADS/Diagnostico%
20Socioeconomico_Completo_vf.pdf>. Acesso em 05 maio de 2016.

PIMENTEL, C.S. Anteprojeto Arquitetônico de uma Comunidade


Terapêutica para Dependentes Químicos no Município de Apiacá Es: A
Influência da Arquitetura sobre o bem-estar físico e psicológico dos indivíduos.
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REVIVER. In. Dicionário de Português. Disponível em: <


https://dicionariodoaurelio.com/>. Acesso em: 02 junho de 2016.

UOL, Portal Ciência e Vida, Um mal chamado codependência. Disponível em:


<http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/29/artigo89292-1.asp>.
Acesso em: 26 maio de 2016.

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